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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Um Ciclo Universal

Túlia Santana

Coimbra 2010

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INDICE

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A violência, seja qual for a maneira como ela se
manifesta, é sempre uma derrota.

Jean - Paul Sartre


Introdução
A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas, na
maioria das vezes, de forma silenciosa e dissimulada.
Trata-se de um problema que acomete ambos os sexos e não costuma obedecer a
nenhum nível social, económico, religioso ou cultural específico.
A sua importância é relevante sob dois aspectos: primeiro, devido ao sofrimento
indescritível que imputa às suas vítimas, muitas vezes silenciosas e, em segundo,
porque, comprovadamente, a violência doméstica, incluindo aí a Negligência Precoce
e o Abuso Sexual, podem impedir um bom desenvolvimento físico e mental da vítima.
A violência doméstica constitui, de facto, um fenómeno de longa data. As nossas
sociedades estão repletas de inarráveis crueldades cometidas contra as crianças, as
mulheres e outros membros da família. No nosso país, apesar de se supor que é um
fenómeno que afecta inúmeras famílias, só recentemente é que foi colocado de forma
evidente na agenda política nacional.
Neste sentido, o presente trabalho tem como objectivo clarificar o que se entende por
violência doméstica; de que forma se manifesta este problema cíclico e transversal;
quais as suas consequências e possíveis soluções para minimizar os casos de violência
existentes na nossa sociedade.

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1. Desenvolvimento
1.1. Conceito de violência doméstica

A violência doméstica é um fenómeno que tem assumido, por todo o mundo,


proporções bastante elevadas e que só foi denunciado a partir dos anos 60/70 pelos
movimentos feministas.
Considera-se violência doméstica “qualquer acto, conduta ou omissão que sirva para
infligir, reiteradamente e com intensidade, sofrimentos físicos, sexuais, mentais ou
económicos, de modo directo ou indirecto (por meio de ameaças, enganos, coacção ou
qualquer outro meio) a qualquer pessoa que habite no mesmo agregado doméstico
privado (pessoas – crianças, jovens, mulheres adultas, homens adultos ou idosos – a
viver em alojamento comum) ou que, não habitando no mesmo agregado doméstico
privado que o agente da violência, seja cônjuge ou companheiro marital ou ex cônjuge
ou ex-companheiro marital”. (Machado e Gonçalves, 2003)
É um fenómeno bastante complexo e composto por diversos factores, sejam eles,
“sociais, culturais, psicológicos, ideológicos, económicos, etc.”. (Costa, 2003)
A vítima de Violência Doméstica, geralmente, tem pouca auto-estima e encontra-se
bastante “apegada” à relação com quem a agride, seja por dependência emocional ou
material. O agressor geralmente acusa a vítima de ser responsável pela agressão, a
qual acaba por sofrer uma grande culpa e vergonha. A vítima também se sente
violada e traída, já que o agressor promete, depois do acto agressor, que nunca mais
vai repetir este tipo de comportamento, para depois repeti-lo.
Nalguns casos, felizmente não na maioria, situações de violência doméstica persistem
cronicamente porque um dos cônjuges apresenta uma atitude de aceitação e
incapacidade de se desligar daquele ambiente, seja por razões materiais, seja
emocionais. Para entender este tipo de personalidade persistentemente ligada ao
ambiente de violência doméstica poderíamos compará-la com a atitude descrita como
co-dependência, manifestada nos alcoólicos e dependentes químicos.

2. Tipo de violência doméstica

Para entender a violência doméstica, deve-se ter em mente alguns conceitos sobre a
dinâmica e diversas faces da violência doméstica, como por exemplo:

2.1. Violência Física

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A Violência física manifesta-se pelo uso da força com o objectivo de ferir, deixando ou
não marcas evidentes. São comuns murros e estaladas, agressões com diversos
objectos e queimaduras por objectos ou líquidos quentes. Quando a vítima é criança,
além da agressão activa e física, também é considerado violência os factos de omissão
praticados pelos pais ou responsáveis.
Quando as vítimas são homens, normalmente a violência física não é praticada
directamente. Tendo em vista a habitual maior força física dos homens, havendo
intenções agressivas, esses factos podem ser cometidos por terceiros, como por
exemplo, parentes da mulher ou profissionais contratados para isso. Outra
modalidade é a agressão que “apanha” o homem de surpresa, como por exemplo,
durante o sono. Actualmente, não são incomuns, a violência física doméstica contra
homens, praticados por namorados (as) ou companheiros (as) dos filhos (as) contra o
pai.
Apesar da nossa sociedade parecer obcecada e entorpecida pelos cuidados com as
crianças e adolescentes, é bom ressaltar que um bom número de agressões domésticas
é cometido contra os pais por adolescentes, assim como contra avós pelos netos ou
filhos. Porém, dificilmente encontramos trabalhos nessa área.
Não havendo uma situação de co-dependência do(a) parceiro(a) à situação conflituante
do lar, a violência física pode perpetuar-se mediante ameaças de "ser pior" se a vítima
reclamar às autoridades ou parentes. Esta questão existe na medida em que as
autoridades se omitem ou tornam complicadas as intervenções correctivas.
O abuso do álcool é um forte agravante da violência doméstica física. A Embriagues
Patológica é um estado onde a pessoa que bebe se torna extremamente agressiva, às
vezes não se recordando, detalhadamente, do que tenha feito durante essas crises de
furor e ira. Neste caso, além das dificuldades práticas de reprimir a violência,
geralmente por omissão das autoridades, ou porque o agressor quando não bebe "é
uma excelente pessoa", segundo as próprias esposas, ou porque é o esteio da família e
se for detido todos passarão necessidade e, desta forma, a situação vai persistindo.
Também portadores de Transtorno Explosivo da Personalidade são agressores
físicos contumazes. Convém lembrar que, tanto a Embriagues Patológica como o
Transtorno Explosivo têm tratamento.
Mesmo reconhecendo as terríveis dificuldades práticas de algumas situações, as
mulheres vítimas de violência física podem ter alguma parcela de culpa quando o
facto se repete pela 3a. Vez. Na primeira ela não sabia que ele era agressivo. A

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segunda aconteceu porque se deu uma oportunidade ao companheiro(a) de se corrigir
mas, à terceira, considero indesculpável.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram agredidas fisicamente pelos
seus parceiros entre 10% a 34% das mulheres do mundo. No dia 25 de Novembro de
2004, celebrou-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as
Mulheres. Retirei assim, de um artigo (s.a), do Correio da Manhã (2004) que a “APAV
regista 40 crimes de violência doméstica por dia nos primeiros nove meses”. No total
foram 10239 crimes e em 9496 casos as vítimas eram mulheres. Ainda no mesmo
artigo a APAV “concluiu que a violência doméstica tem vindo a registar, nos últimos
anos, um significativo aumento em Portugal”. De acordo com Fernanda Câncio
(2004), “Mais 23.9% de queixas”; em 2003 foi registado pelas autoridades policiais
“um aumento no número de denúncias de violência doméstica”.

1.3. Violência Psicológica

A Violência Psicológica ou Agressão Emocional, às vezes tão ou mais prejudicial que


a física, é caracterizada pela rejeição, depreciação, discriminação, humilhação,
desrespeito e punições exageradas. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas
corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis para toda a vida.
Um tipo comum de Agressão Emocional é a que se dá sob a autoria dos
comportamentos histéricos, cujo objectivo é mobilizar emocionalmente o outro para
satisfazer a necessidade de atenção, carinho e de importância. A intenção do(a)
agressor(a) histérico(a) é mobilizar outros membros da família, tendo como chamariz
alguma doença, alguma dor, algum problema de saúde, enfim, algum estado que exija
atenção, cuidado, compreensão e tolerância.
É muito importante considerar a violência emocional produzida pelas pessoas de
personalidade histérica, pelo fato dela ser predominantemente encontrada em
mulheres, já que, a quase totalidade dos artigos sobre Violência Doméstica dizem
respeito aos homens agredindo mulheres e crianças. Esse é um lado da violência onde
o homem sofre mais.
No histérico, o traço prevalente é o “histrionismo”, palavra que significa teatralidade.
O histrionismo é um comportamento caracterizado por colorido dramático e com
notável tendência em buscar atenção contínua. Normalmente a pessoa histérica
conquista seus objectivos através de um comportamento afectado, exagerado,
exuberante e por uma representação que varia de acordo com as expectativas da

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plateia. Mas a natureza do histérico não é só movimento e acção; quando ele percebe
que ficar calado, recluso, isolado no quarto ou com ares de “não querer incomodar
ninguém” é a atitude de maior impacto para a situação, acaba conseguindo seu
objectivo comportando-se dessa forma.
Através das atitudes histriónicas o histérico consegue impedir os demais membros da
família a se distraírem, a saírem de casa, e coisas assim. Uma mãe histérica, por
exemplo, pode apresentar um quadro de severo mal-estar para que a filha não saia,
para que o marido não vá pescar, não vá ao futebol com amigos... A histeria quando
acomete homens é pior ainda. O homem histérico é a grande vítima e o maior mártir,
cujo sacrifício faz com que todos se sintam culpados.
Outra forma de Violência Emocional é fazer o outro sentir-se inferior, dependente,
culpado ou omisso é um dos tipos de agressão emocional dissimulada mais terríveis.
A mais virulenta atitude com esse objectivo é quando o agressor faz tudo
correctamente, impecavelmente certinho, não com o propósito de ensinar, mas para
mostrar ao outro o tamanho de sua incompetência. O agressor com esse perfil tem
prazer quando o outro se sente inferiorizado, diminuído e incompetente.
Normalmente é o tipo de agressão dissimulada pelo pai em relação aos filhos, quando
esses não se transformam no jeito idealizado ou do marido em relação às esposas.
O comportamento de oposição e aversão é mais um tipo de Agressão Emocional. As
pessoas que pretendem agredir comportam-se contrariamente àquilo que se espera
delas. Demoram no WC, quando percebem alguém esperando que saiam logo, deixam
as coisas fora do lugar quando isso é reprovado, etc. Até as pequenas coisinhas do dia-
a-dia podem servir aos propósitos agressivos, como deixar uma torneira a pingar,
apertar a pasta de dentes no meio do tubo e coisas assim. Mas isso não serviria de
agressão se não fossem atitudes reprováveis por alguém da casa, se não fossem
intencionais.
Essa atitude de oposição e aversão costuma ser encontrada em maridos que
depreciam a comida da esposa e, por parte da esposa, que, normalmente aborrecendo -
se com algum sucesso ou admiração ao marido, ridiculariza e coloca qualquer defeito
em tudo o que ele faça.
Esses agressores estão sempre a justificar as atitudes de oposição como se fossem
totalmente irrelevantes, como se estivessem correctas, fossem inevitáveis ou não
fossem intencionais. "Mas, de facto a comida estava sem sal... Mas, realmente, fazendo
assim fica melhor..." e coisas do género. Entretanto, sabendo que são perfeitamente

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conhecidos as preferências e estilos de vida dos demais, atitudes irrelevantes e
aparentemente inofensivas podem estar sendo propositadamente agressivas.
As ameaças de agressão física (ou de morte), bem como as crises de quebra de
utensílios, mobílias e documentos pessoais também são consideradas violência
emocional, pois não houve agressão física directa. Quando o(a) cônjuge é impedida(a)
de sair de casa, ficando trancado(a) em casa também se constitui em violência
psicológica, assim como os casos de controlo excessivo (e ilógico) dos gastos da casa
impedindo atitudes corriqueiras, como por exemplo, o uso do telefone.

1.4. Violência Verbal

A violência verbal normalmente dá-se concomitante à violência psicológica. Alguns


agressores verbais dirigem a sua artilharia contra outros membros da família,
incluindo momentos quando estes estão na presença de outras pessoas estranhas ao
lar. Na decorrência da sua menor força física e da expectativa da sociedade em relação
à violência masculina, a mulher tende a se especializar na violência verbal mas, de
facto, este tipo de violência não é monopólio das mulheres.
Por razões psicológicas íntimas, normalmente decorrentes de complexos e conflitos,
algumas pessoas utilizam a violência verbal para infernizar a vida de outras, querendo
ouvir, obsessivamente, confissões de coisas que não fizeram. Atravessam noites nesta
tortura verbal sem fim. "Tu tens outra+o).... Tu olhaste para fulana+o)... Confessa, tu
querias ficar com ela (e)" e todo tido de questionamento, normalmente argumentados
sob o rótulo de um relacionamento que se deveria basear na verdade.
A violência verbal existe até na ausência da palavra, ou seja, até em pessoas que
permanecem em silêncio. O agressor verbal, vendo que um comentário ou argumento
é esperado para o momento, cala-se, emudece e, evidentemente, esse silêncio magoa
mais do que se tivesse falado alguma coisa.
Nesses casos a arte do agressor está, exactamente, em demonstrar que tem algo a
dizer e não diz. Aparenta estar doente mas não se queixa, mostra estar contrariado,
mas não fala, e assim por diante. Ainda agrava a agressão quando atribui a si a
qualidade de "estar quietinho no seu canto", de não se queixar de nada, causando
maior sentimento de culpa nos demais.
Ainda dentro desse tipo de violência estão os casos de depreciação da família e do
trabalho do outro. Um outro tipo de violência verbal e psicológica diz respeito às
ofensas morais. Maridos e esposas costumam ferir moralmente quando insinuam que

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o outro tem amantes. Muitas vezes a intenção dessas acusações é mobilizar
emocionalmente o(a) outro(a), fazê-lo(a) sentir diminuído(a). O mesmo peso de
agressividade pode ser dado aos comentários depreciativos sobre o corpo do(a)
cônjuge.

1.5. O que fazer se for uma vítima de violência

Ainda que não haja sinais externos de agressão, deve recorrer ao hospital local (de
preferência), centro de saúde ou médico particular para ser observada e tratada; é
importante identificar o agressor. Se reside nas grandes áreas de Lisboa, Porto e
Coimbra, deve dirigir-se para exame médico-legal, ao respectivo Instituto de
medicina Legal, onde está, diariamente, escalado um perito médico-legal.
Fora destas áreas, deve dirigir-se aos Gabinetes Médico-legais, a funcionar
continuamente, nos Hospitais de: Almada, Angra do Heroísmo, Aveiro, Beja, braga,
Bragança, Cascais, Castelo Branco, Chaves, Évora, Faro, Figueira da Foz, Funchal,
Guarda, Grândola, Guimarães, Leiria, Penafiel, Ponta Delgada, Portalegre, Portimão,
Santa Maria da Feira, Santarém, Setúbal, Tomar, Torres Vedras, Viana do Castelo,
Vila Franca de Xira, Vila Real, Viseu.
Os Institutos e os Gabinetes podem receber denúncias de crimes e praticar os actos
cautelares necessários e urgentes para assegurar os meios de prova, procedendo,
nomeadamente, ao exame de vestígios e transmitindo essas denúncias, no mais curto
prazo, ao Ministério Público.
Deve apresentar queixa contra o agressor, podendo, para o efeito, dirigir-se à
esquadra (ou elemento da PSP em serviço na urgência do hospital), posto da GNR do
local onde ocorreu a agressão ou Polícia Judiciária ou directamente ao Tribunal.
Poderá também dirigir-se ao Instituto de Medicina Legal (Lisboa, Coimbra e Porto),
ou aos gabinetes médico-legais, que funcionam em muitos hospitais de todo o País.
Para qualquer destas diligências faça-se acompanhar, se possível, de familiar ou
pessoa amiga.
Ao apresentar queixa, deve exigir documento comprovativo de a ter feito.
Se ao apresentar queixa contra o marido, companheiro, ou progenitor de descendente
comum em 1.º grau (pais), receia que a sua integridade física ou psíquica, ou a dos
filhos, fique ameaçada, pode sair de casa.

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Deixar a casa em consequência de maus tratos que possam ser provados não prejudica
o direito de ficar com os filhos, quando menores, de residir na casa de morada de
família, de pedir alimentos ao cônjuge bem como o direito ao recheio da casa e outros
bens do casal, no caso de vir, posteriormente, a divorciar-se.
A ocorrência de maus-tratos deve, tanto quanto possível, ser conhecida pelos
familiares, incluindo os filhos, vizinhos ou pessoas amigas não só para poderem
prestar assistência e apoio, como para poderem ser testemunhas em processo-crime
ou de divórcio litigioso.
Os maus-tratos constituem um crime punido com pena de prisão ou de multa,
podendo ainda ser aplicada a pena acessória de proibição de contacto com a vítima,
incluindo a de afastamento desta. Podem ser fundamento de divórcio ou separação
litigiosa.

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Conclusão

A violência tem sempre o sentido de um abuso, o qual pode ser de ordem física, sexual,
psicológica - emocional ou financeira.
Normalmente, a violência é exercida sobre a mulher, mas muitas vezes também sobre
os filhos, e é uma forma de o homem demonstrar o seu poder e superioridade física. É
mítica a ideia de que a violência familiar não passa de uma conduta reactiva do homem
à provocação da mulher. A violência doméstica é transversal pois não escolhe sexo nem
idades. Manifesta-se tanto em casais heterossexuais como também homossexuais e
pode afectar os mais jovens directa e indirectamente.
É importante ressaltar que as condutas violentas constituem um fenómeno que tende,
em cada caso, a agudizar-se, culminando muitas vezes na morte das vítimas. Insultos,
pancadas, humilhação, ferimentos, fracturas, ameaças, chantagem, uso de armas e
morte são exemplos de condutas observadas em todas as classes sociais e que em
muitos casos permanecem impunes por não serem denunciadas pelos sujeitos
agredidos.
O que faz aumentar o dramatismo das situações de violência doméstica é que, na
grande maioria dos casos, não se trata de um fenómeno esporádico, antes tende a
repetir-se inúmeras vezes. Existe um ciclo que se desenrola sempre segundo fases que
se repetem: acumulação, explosão e acalmia.
Em jeito de conclusão diria que a violência doméstica assume um vasto panorama de
comportamentos ilegais, inaceitáveis sob o ponto de vista moral, e que, mesmo quando
têm como alvo um único elemento não deixam de se repercutir negativamente nos
restantes elementos do agregado familiar, nomeadamente consequências nefastas para
as crianças relativamente ao seu desenvolvimento psicológico e emocional.
É urgente acabar com esta atitude de submissão por parte das vítimas face à
preponderância e agressividade do agressor. Por outro lado, é importante realçar que a
mentalidade geral das pessoas vai sendo cada vez mais sensível a estas questões assim
como a actual legislação que caminha no sentido de minimizar este problema.
Todavia, com a realização deste trabalho, fiquei com a noção de que ainda é
preciso fazer muito para que os números de violência doméstica registados
até hoje, diminuam. É necessário proteger as vítimas, é necessário defender os seus
direitos jurídicos, criminalizando as condutas que os violam.
É importante que haja serviços de informação diversos de apoio à vítima. Já muitos
foram criados como, a Linha Verde de Apoio ás mulheres vitimas de violência, da

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responsabilidade da comissão para a igualdade e para os direitos das mulheres –
(CIDM) e da Associação de Apoio à Vitima – APAV.
Por sua vez, as acções de sensibilização e informação, são fundamentais para a
prevenção e apoio. Importa referir que apesar da visibilidade que a violência doméstica
vai adquirindo em Portugal, ainda se trata de um fenómeno dotado de uma grande
opacidade. E, assim, irá permanecer se não se promoverem estratégias diversificadas e
adequadas de abordagem e intervenção.

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Bibliografia:

 APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (2004), “Estatísticas 2004,


1º semestre.
 Câncio, Fernanda (2004), “Mais 23% de queixas”, in Diário de Noticias, edição
de 25 de Novembro, pp. 22 CIDM (Comissão para a igualdade e para os direitos
das mulheres), (s.d) “Segundo Plano Contra a Violência Doméstica 2003-2006”.
 Código Penal – Dos crimes contra as pessoas. Página consultada em: 25 de Janeiro
de 2005.
 Correio da Manhã (2004), “APAV regista 40 crimes de violência doméstica por
dia nos primeiros nove meses”, edição de 25 de Novembro, pp.15 Costa, José
Martins Barra da (2003), Sexo, Nexo e Crime. Lisboa: Edições Colibri. Cruz, Ana
Maria da (2002) “Sobre o Plano Nacional contra a Violência Doméstica”.
Disponível em: http://www.mulheresps20.ipp/violência_domest_relatório.htm

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