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Resumo
1. INTRODUÇÃO
Esta pesquisa foi realizada em duas escolas públicas, uma da rede estadual e
outra da rede municipal, de um Estado da região Sudeste. Segundo dados do INEP,
em relação ao total do Brasil, o Estado responde por 10,32% das matrículas na rede
estadual e 16,76% na rede municipal; 10,61% das funções docentes na estadual e
15,23% na municipal; e possui 10,99% dos estabelecimentos estaduais de ensino e
10,49% dos municipais.
Embora este seja um dos mais abrangentes modelos de QVT, razão pela qual
embasou grande parte desta pesquisa, Walton (1973) não considera aspectos como
participação e a influência do ambiente econômico, político ou social.
Dantas, 1996 Gerência pela qualidade total: GQT, Foco: promoção da saúde: controle
utilização de 5s, diagrama de causa e do colesterol, da capacidade física e
feito e procedimentos da Qualidade aeróbica, de doenças coronárias.
Total nos programas de saúde.
Em suma, os autores argumentam que existem situações de trabalho nas quais se deve
ir além do enriquecimento do cargo, mas enfatizam que a obtenção de altos níveis de QVT
pressupõe cargos bem projetados e a transposição das barreiras intervenientes, as quais
podem ser percebidas tanto no comportamento dos empregados e na ação dos sindicatos,
como nas resoluções da empresa, nos aspectos culturais e em mudanças tecnológicas.
Para superar essas barreiras, os autores sugerem comunicação eficiente da necessidade
de mudança e dos resultados esperados, assim como a participação no processo decisório
de gerentes-chave, dirigentes sindicais e empregados envolvidos. Constata-se que todos
os autores clássicos apresentados têm importantes contribuições para compreender o
contexto, o trabalho e as políticas de RH aplicadas aos professores.
No Brasil, o tema QVT continua despertando o interesse de diversos pesquisado-
res. O estudo de Marques e Moraes (2004), envolvendo estudantes de pós-graduação
da UFMG, indicou que os alunos com melhor percepção acerca de sua qualidade de
vida no trabalho são também os que tiveram maior percepção da eficácia do treina-
mento para o desenvolvimento de novas estratégias de trabalho. Slongo e Bossardi
(2004) destacaram em sua pesquisa com empresas industriais, nas quais predomina
o foco no cliente, que a QVT tem impacto predominante nas variáveis de “Comuni-
cação”, “Compensação”, “Moral”, “Participação” e “Relação”.
Desenvolvendo uma pesquisa junto a uma Pastoral da Criança, Carvalho e
Souza (2003) constataram que esses trabalhadores, de um modo geral, têm uma
QVT satisfatória, com potencial de melhoria em aspectos de trabalho relacionados
às dimensões autonomia e feedback. Silva e Matos (2003), por sua vez, em estudo
longitudinal de dois anos realizado em empresa de industrialização de castanha,
identificaram melhorias significativas no desempenho dos empregados da organi-
zação, tais como a diminuição do retrabalho e menores perdas, devido a programas
de QVT aplicados no setor de produtividade.
Denota-se que tal tema, apesar de bastante explorado, está longe de estar esgotado
e ainda representa desafios para a administração de pessoal, principalmente no que tange
ao desconhecimento sobre seu real conceito e sobre os benefícios para a organização e
o indivíduo, uma das principais barreiras com que os programas de QVT deparam.
3 METODOLOGIA
4 OS RESULTADOS
A gente tem que prestar muita atenção no que a gente diz e no que a
gente faz dentro da sala de aula. Eu acho que a gente tem esse poder
de persuadir a maior parte dos alunos e de influenciar mesmo. Eu
acho que os alunos se modificam muito mais do que a gente pode
imaginar. Inclusive acho que ele pode estar agindo no próprio meio
familiar em que ele vive. (M17).
Percebeu-se que um dos fatores que afetam a percepção dos professores sobre
a significação da tarefa que realizam é o comprometimento do aluno com sua apren-
dizagem. Ou seja, quando o aluno se interessa mais pela obtenção do diploma do
que por seu aprendizado efetivo, esse descompromisso reduz o nível de influência
da tarefa do professor em sua vida.
Quanto ao grau de inter-relacionamento da tarefa docente, percebeu-se no
discurso dos professores que esse aspecto poderia ser mais satisfatório, caso os
professores não enfrentassem tantas dificuldades de colaboração e cooperação
por parte dos alunos. Os professores alegaram que a convivência com indivíduos
na fase da adolescência, a cultura dos alunos, seus problemas familiares, a falta
de compromisso e a ausência de limites representam obstáculos à cooperação
e colaboração por parte deles. Os entrevistados da escola municipal revelaram
maior insatisfação nesse aspecto. Um dos entrevistados comentou que “os alunos
estão sem limites. Não existe uma norma de comportamento, e isso tem dificulta-
Eu vejo que tem muito professor passando fome. Mas é fome mes-
mo! Professor que deixa de comer pão para o filho comer. O professor
precisa ganhar para poder trabalhar com dignidade, ter entusiasmo de,
pelo menos, falar que é professor. Os professores daqui sentem ver-
gonha de falar que são professores. Os alunos não querem nunca ser
professores, isso é o mais lamentável. [...] Tem professor aqui que está
passando necessidade. Tem professor que não tem condições de arrumar
os dentes, de cuidar da sua própria saúde. O professor tem que ser o cartão
de visita na sala de aula, o aluno observa isso. [...] Eu vejo professoras
com as pernas cheias de varizes, cheias de veias arrebentadas e precisan-
do de uma cirurgia. Algumas sem condições de ficar em pé, por causa
da aula. Então é caótica a situação (nesse ponto a entrevistada chega a
se emocionar). Eu sou um ser humano, eu tenho que trabalhar com
dignidade! Eu sou digna de respeito! (E14, grifo da autora)
Não é um problema que está dentro da escola. Ele está fora da escola, ele
veio para a escola. Muitas vezes, você tem até que sair da sala de aula para
poder se livrar de uma pior. A gente tem que ter um jogo de cintura muito
grande, se quiser ter integridade física. E, muitas vezes, fazer vista grossa
para determinados comportamentos dos alunos, porque, se você bater de
frente com eles não tem jeito, você vai acabar saindo perdendo. (M17)
O professor precisa de lazer, precisa ter aparência, precisa ter pique. Se ele
não tem lazer, se não tem qualidade de vida, ele não vai trazer satisfação
para a sala de aula. Ele vai ficar aquele professor amargo. (E14)
Hoje eu tenho uma consciência mais clara, mais profunda de que todas
as propostas na área do Estado são meramente cosméticas. Você tem um
discurso de propostas, de renovação curricular, de renovação pedagógi-
ca, de novos métodos de avaliação, daquela coisa toda, mas, ao mesmo
tempo, o concreto, o material, o motivacional do profissional continua
na mesma situação precária e só vem se deteriorando. (M17)
Existem processos para que você possa maquiar uma decisão e, vamos
dizer assim, ela é democrática, ela saiu do grupo, mas na realidade você
observa o seguinte: eu quero isso, chego, direciono as discussões e as
decisões para uma coisa já pronta, trabalhada. (E1)
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
THE LDB/96 AND THE WORK LIFE QUALITY: WITH THE WORD THE
PROFESSORS OF BELO HORIZONTE PUBLIC SCHOOLS
Abstract
This article presents a research results about Work Life Quality perceptions of
public schools professors, after the public scholar reformulation in 1996. This is a
REFERÊNCIAS
JICK, Todd D. Mixing qualitative and quantitative methods: triangulation in action. In:
MAANEN, John Van. Qualitative methodology. London: Sage Publications, 1979.
NADLER, David A.; LAWLER,III Edward E. Quality of work life: perspectives and
directions. Organization Dynamics, v.1, n. 11, p. 20-30, winter 1983.
WALTON, Richard E. Quality of working life: what is it? Sloan Management Re-
view. v.15, n.1, p. 11-21, dez. 1973.
WESTLEY, William A. Problems and solutions in the quality of working life. Human
Relations. v. 32, n.2, p 113-123, 1979.