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Definições básicas de um sistema

de potência e sua respectiva


proteção
Prof. Tarcísio Oliveira de Moraes Júnior

Aula_02
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Roteiro

1. Matriz Energética

2. Sistema Elétrico de Potência

3. Proteção de SEP
Matriz Energética
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Matriz Energética

O que é matriz energética?

Trata-se do conjunto de fontes de energia que um país


prioriza de acordo com a disponibilidade de recursos e
viabilidade econômica.

A matriz energética de um país pode ter sua base em


fontes de energia renováveis ou não renováveis.
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Matriz Energética

Solar Hidráulica
Etanol

Renováveis
Biomassa
Eólica

Fontes
Petróleo Nuclear

Não renováveis
Gás Natural

Carvão Mineral
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Matriz Energética

Matriz mundial
Oferta interna de energia elétrica, por fonte (%) - 2016

39,1

22
16,8
10,6
4,5 3,4
0,3 1,9 1,1 0,3

PETRÓLEO E GÁS CARVÃO URÂNIO HIDRO OUTRAS NÃO BIOMASSA EÓLICA SOLAR GEOTÉRMICA
DERIVADOS NATURAL MINERAL RENOVÁVEIS SÓLIDA

Fonte: Ministério de Minas e Energias


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Matriz Energética

Matriz brasileira

Fonte: Ministério de Minas e Energias – Boletim janeiro 2017


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Matriz Energética

Comparação da matriz energética brasileira e mundial

Fonte: Ministério de Minas e Energias

O Brasil possui a matriz energética mais renovável do mundo!!!


Sistema Elétrico de Potência
(SEP)

Estrutura organizacional e os agentes do setor elétrico


brasileiro
Função e requisito básicos
Estrutura básica
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Sistema Elétrico de Potência

Estrutura organizacional e os agentes do setor elétrico brasileiro


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Sistema Elétrico de Potência

Sistema Interligado Nacional (SIN)

Até 1999, o Brasil possuía vários sistemas elétricos desconectados, o


que impossibilitava uma operação eficiente das bacias hidrográficas
regionais e da transmissão de energia elétrica entre as principais
usinas geradoras.

O Sistema Interligado de eletrificação permite que as diferentes


regiões permutem energia entre si, quando uma delas apresenta queda
no nível dos reservatórios. Como o regime de chuvas é diferente nas
regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste, os grandes troncos (linhas de
transmissão) possibilitam que os pontos com produção insuficiente de
energia sejam abastecidos por centros de geração em situação
favorável.
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Sistema Elétrico de Potência

Representação do Sistema Interligado Nacional


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Sistema Elétrico de Potência

Vantagens do Sistema Interligado:


• Aumento da estabilidade – sistema torna-se mais robusto
podendo absorver, sem perda de sincronismo, maiores
impactos elétricos.
• Aumento da confiabilidade – permite a continuidade do
serviço em decorrência da falha ou manutenção de
equipamento, ou ainda devido às alternativas de rotas para
fluxo da energia.
• Aumento da disponibilidade do sistema – a operação
integrada acresce a disponibilidade de energia do parque
gerador em relação ao que se teria se cada empresa
operasse suas usinas isoladamente.
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Sistema Elétrico de Potência

Vantagens do Sistema Interligado:


• Mais econômico – permite a troca de reservas que pode resultar
em economia na capacidade de reservas dos sistemas. O
intercâmbio de energia está baseado no pressuposto de que a
demanda máxima dos sistemas envolvidos acontece em
horários diferentes. O intercâmbio pode também ser motivado
pela importação de energia de baixo custo de uma fonte
geradora, como por exemplo, a energia hidroelétrica para
outro sistema cuja fonte geradora apresenta custo mais
elevado.

Desvantagens do Sistema Interligado :


• Distúrbio em um sistema afeta os demais sistemas interligados.
• A operação e proteção tornam-se mais complexas.
Sistema Elétrico de Potência
(SEP)

Estrutura organizacional e os agentes do setor elétrico


brasileiro
Função e requisito básicos
Estrutura básica
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Sistema Elétrico de Potência

Função Básica dos Sistemas Elétricos de Potência:

• Fornecer energia elétrica aos consumidores (grandes ou


pequenos);

• Com qualidade adequada;

• No instante em que for solicitada.


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Sistema Elétrico de Potência

Requisitos de um Sistemas Elétricos de Potência:

• Continuidade - energia elétrica sempre disponível ao


consumidor;
• Conformidade - fornecimento de energia deve obedecer a
padrões;
• Flexibilidade - adaptação as mudanças contínuas de topologia;
• Segurança - fornecimento de energia elétrica não deve causar
riscos aos consumidores;
• Manutenção - propriedade de ser devolvido à operação o mais
rápido possível em caso de panes no sistema.
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Sistema Elétrico de Potência

Para que isso seja possível:

• Operação, Controle, Investimentos, Planejamento, etc.

• Ferramentas de Análise - fluxo de potência, cálculo de curto,


otimização, etc.
Sistema Elétrico de Potência
(SEP)

Estrutura organizacional e os agentes do setor elétrico


brasileiro
Função e requisito básicos
Estrutura básica
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Sistema Elétrico de Potência

Estrutura básica do SEP


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Sistema Elétrico de Potência

Diagrama unifilar do SEP


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Sistema Elétrico de Potência

Constituição do SEP em miúdos...

Padronização Brasileira

• Geração: 13,8 kV;


• Transmissão (EAT): 345 kV, 500 kV e 765 kV;
• Subtransmissão (AT): 69 kV, 138 kV e 230 kV;
• Distribuição (média tensão): 13,8 kV e 34,5 kV.
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Sistema Elétrico de Potência

Constituição do SEP - Geração

Responsável pela produção da energia elétrica.


Formado por Centrais Elétricas que convertem
alguma forma de em energia elétrica.

No Brasil, níveis de Tensão nos terminais dos


geradores:
• Usual: 13,8 kV

Os produtores de energia podem ser


classificados de acordo com as seguintes
configurações:

• SIN – fornecimento de 98%


• Sistemas Isolados – fornecimento de 2%
• Autoprodutor Cativo – auto fornecimento
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Sistema Elétrico de Potência

Constituição do SEP - Geração

Fonte: ANEEL 2017


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Sistema Elétrico de Potência

Constituição do SEP - Transmissão

Responsável pelo transporte da energia elétrica


dos centros de geração aos de consumo.
Formado por linhas de transmissão,
Transformadores, etc.

No Brasil:

Transmissão
• Padronizadas: 138; 230; 345; 500 e 750 kV

Subtransmissão:
• Padronizadas: 34,5; 69 e 138 kV
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Sistema Elétrico de Potência

Constituição do SEP - Transmissão


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Sistema Elétrico de Potência

Constituição do SEP - Subtransmissão

O sistema de subtransmissão é o elo que tem a


função de captar a energia em grosso das
subestações de subtransmissão e transferi-las às
SE de distribuição e aos consumidores.

Os consumidores em tensões de subtransmissão


são representados por grandes instalações
industriais, estações de tratamento e
bombeamento de água.
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Sistema Elétrico de Potência

Constituição do SEP - Subtransmissão

Arranjos típicos de rede de subtransmissão


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Sistema Elétrico de Potência

Constituição do SEP - Distribuição

Realiza a distribuição da energia elétrica recebida


do sistema de transmissão aos consumidores
finais.

No Brasil:

Distribuição Primária:
• Padronizadas: 13,8 e 34,5 kV

Distribuição Secundária:
• Padronizadas: 127/220 V e 220/380 V
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Sistema Elétrico de Potência

Constituição do SEP - Distribuição


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Sistema Elétrico de Potência

Constituição do SEP - Distribuição

Barra dupla com dois circuitos de


Suprimento

• Este arranjo é utilizado em regiões com maior


densidade de carga;

• Aumenta-se o número de transformadores o que


torna a SE com maior confiabilidade e maior
flexibilidade operacional.
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Sistema Elétrico de Potência

Constituição do SEP - Distribuição

Barra Dupla com disjuntor de transferência

• Este arranjo é uma evolução do arranjo anterior;

• Distribuição dos circuitos de saída em vários


barramentos;

• Maior flexibilidade na transferência de blocos de


carga entre os transformadores.
Proteção de SEP

Definições Básicas
Estatísticas da Interrupção
Custos da Interrupção
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção
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Proteção de SEP
Definições Básicas

Definições básicas Operação e Supervisão


Informação

Curto-circuito Sistema Elétrico

Função da proteção

Distúrbios de tensão Sobrecarga Falha

Danos Sub e
irreparáveis ao Interrupção de
sobretensão fornecimento de
sistema por energia
descargas
atmosféricas
e manobras Redução da
qualidade do
serviço
prestado
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Proteção de SEP
Definições Básicas

Então, quais são os critérios observados para detecção


de uma falta em um SEP?
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Proteção de SEP
Definições Básicas

Critérios:

• Elevação da corrente;
• Elevação e redução da tensão;
• Inversão do sentido da corrente;
• Alteração da impedância do sistema;
• Comparação de módulo e ângulo de fase na entrada e
na saída do sistema.
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Proteção de SEP
Definições Básicas

Relembrando...

Os curtos-circuitos de um SEP podem ser:


• Monofásicos;
• Bifásicos sem a terra;
• Bifásicos com a terra;
• Trifásicos;
• Abertura de um condutor;
• Abertura de dois condutores.

São de curta duração com corrente extremamente


elevadas e desbalanceamento na rede.
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Proteção de SEP
Definições Básicas

As sobrecargas são.... ... procedimento incorreto de sua operação;


... são prolongadas;
... elevação moderada da corrente.
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Proteção de SEP
Definições Básicas

As concessionárias de energia elétrica, geradores e


distribuidores, acompanham e avaliam rigorosamente
as interrupções de seus sistemas.
Proteção de SEP

Definições Básicas
Estatísticas da Interrupção
Custos da Interrupção
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção
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Proteção de SEP
Estatísticas da Interrupção

Portanto, pode-se calcular os dados médios das


interrupções, como:

Causas das interrupções

Origem das interrupções

Duração das interrupções


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Proteção de SEP
Estatísticas da Interrupção

Causas das interrupções


• Fenômenos naturais 48%;
• Falhas em materiais e equipamentos 12%;
• Falhas humanas 9%;
• Falhas diversas 9%;
• Falhas operacionais 8%;
• Condições ambientais; 6%;
• Falhas na proteção e medição; 4%;
• Objetos estranhos sobre a rede 4%.
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Proteção de SEP
Estatísticas da Interrupção

Origem das interrupções


• Linha de transmissão 68%;
• Rede de distribuição 10%;
• Barramento de subestação 7%;
• Transformador de potência 6%;
• Próprio sistema 4%;
• Consumidor 4%;
• Gerador 1%.
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Proteção de SEP
Estatísticas da Interrupção

Duração das interrupções (T em minutos)


• 1 < T ≤ 3 57%;
• 3 < T ≤ 15 21%;
• T > 120 9%;
• 15 < T ≤ 30 6%;
• 30 < T ≤ 60 4%;
• 60 < T ≤ 120 3%.
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Proteção de SEP
Estatísticas da Interrupção

Quanto ao tipo de curto:

• Curto-circuito trifásico 8%;


• Curto-circuito bifásico 14%;
• Curto-circuito fase e terra: 78%.
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Proteção de SEP
Estatísticas da Interrupção

Um fato curioso.... Existe um tipo de interrupção


bastante característico dos
sistemas de distribuição, urbano
ou rural, denominado defeito
fugitivo. Corresponde à falta
monopolar à terra de curtíssimo
tempo, como, por exemplo, a
palha de uma palmeira tocando
os condutores de uma rede aérea
devido a uma rajada moderada
de vento. As estatísticas mostram
que cerca de 80% do total das
interrupções são classificadas
como fugitivas.
Proteção de SEP

Definições Básicas
Estatísticas da Interrupção
Custos da Interrupção
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção
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Proteção de SEP
Custos da Interrupção

As interrupções geram custos de duas naturezas:

• Custos financeiros - correspondem à perda de faturamento


da concessionária devido à energia não vendida.
• Custo social: (a) custos financeiros do cliente por perda de
faturamento de sua unidade de negócio, no caso de
atividades industriais e comerciais; (b) custos com a
imagem da concessionária junto aos seus clientes.
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Proteção de SEP
Custos da Interrupção

Custo financeiro da concessionária


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Proteção de SEP
Custos da Interrupção

Custo financeiro da concessionária

Estudos realizados indicam que as interrupções que acarretam maior custo no


setor industrial correspondem ao período entre o meio-dia e 16 horas. Já por volta
da meia-noite, o custo das interrupções cai 40%.
Proteção de SEP

Definições Básicas
Estatísticas da Interrupção
Custos da Interrupção
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção
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Proteção de SEP
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP

Um projeto de proteção deve considerar algumas


propriedades fundamentais para se obter um bom
desempenho:

• Seletividade
• Zonas de atuação
• Velocidade
• Sensibilidade
• Confiabilidade
• Automação
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Proteção de SEP
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP

Seletividade

Técnica utilizada no estudo de proteção e coordenação, por


meio da qual somente o elemento de proteção mais
próximo do defeito desconecta a parte defeituosa do
sistema elétrico.
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Proteção de SEP
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP

Zonas de atuação

Durante a ocorrência de um defeito, o elemento de proteção


deve ser capaz de definir se aquela ocorrência é interna
ou externa à zona protegida. Se a ocorrência está nos
limites da zona protegida, o elemento de proteção deve
atuar e acionar a abertura do disjuntor associado, num
intervalo de tempo definido no estudo de proteção. Se a
ocorrência está fora dos limites da zona protegida, o relé
não deve ser sensibilizado pela grandeza elétrica do
defeito ou, se for, deve ter bloqueado o seu sistema
restritor de atuação.
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Proteção de SEP
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP

Velocidade

Desde que seja definido um tempo mínimo de operação para


um elemento de proteção, a velocidade de atuação deve ser
a de menor valor possível, a fim de propiciar as seguintes
condições favoráveis:

• Reduzir ou mesmo eliminar as avarias no sistema


protegido.
• Reduzir o tempo de afundamento da tensão durante as
ocorrências nos sistemas de potência.
• Permitir a ressincronização dos motores.
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Proteção de SEP
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP

Sensibilidade

Consiste na capacidade de o elemento de proteção


reconhecer com precisão a faixa e os valores indicados para a
sua operação e não operação.

Confiabilidade

É a propriedade do elemento de proteção cumprir com


segurança e exatidão as funções que lhe foram confiadas.
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Proteção de SEP
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP

Automação

Consiste na propriedade do elemento de proteção operar


automaticamente quando for solicitado pelas grandezas
elétricas que o sensibilizam e retornar, se for conveniente,
sem auxílio humano à posição de operação depois de cessada
a ocorrência.
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Proteção de SEP
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP

Existem ainda outras propriedades fundamentais para


o bom desempenho dos dispositivos de proteção:

• Os relés não devem ser sensibilizados pelas sobrecargas e


sobretensões momentâneas.
• Os relés não devem ser sensibilizados pelas oscilações de
corrente, tensão e frequência ocorridas naturalmente no
sistema, desde que consideradas normais pelo projeto.
• Os relés devem ser dotados de bobinas e circuitos de
pequeno consumo de energia.
• Os relés devem ter suas características inalteradas para
diferentes configurações do sistema elétrico.
Proteção de SEP

Definições Básicas
Estatísticas da Interrupção
Custos da Interrupção
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

De modo geral, a proteção de um sistema de potência é


projetada tomando como base os fusíveis e os relés
incorporados necessariamente a um disjuntor, que é, na
essência, a parte mecânica responsável pela desconexão do
circuito afetado com a fonte supridora.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

O fusível representa uma gama numerosa de dispositivos que


são capazes de interromper o circuito ao qual estão ligados,
sempre por meio da fusão de seu elemento metálico de
proteção.

São normalmente empregados nos sistemas de distribuição de


média tensão e muito raramente nos sistemas de alta tensão,
devido à sua baixa confiabilidade e à dificuldade de se obter
sistemas seletivos.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Já os relés representam outra gama de dispositivos, com as


mais diferentes formas de construção e funções incorporadas,
para aplicações diversas, dependendo da importância, do
porte e da segurança da instalação considerada.

Os relés sempre devem atuar sobre o equipamento


responsável pela desconexão do circuito elétrico afetado,
normalmente o disjuntor ou o religador.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Algumas definições...

• Corrente nominal: é o valor da corrente secundária


que pode circular permanentemente no relé.
• Corrente de ajuste: é o valor da corrente ajustada no
relé, acima da qual o relé atuará.
• Corrente de acionamento: é o valor da corrente que
provoca a atuação do relé de proteção.
• Corrente máxima admissível: é o valor máximo da
corrente que pode suportar os componentes do relé,
tais como bobinas, contatos, elementos eletrônicos
etc., durante um tempo especificado.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Mais algumas definições...

• Consumo: é o valor da energia solicitada pelo relé aos


equipamentos de medida aos quais está conectado,
durante o seu funcionamento.
• Potência nominal: é o valor da potência que é
requerida pelo relé e fornecida pelos transformadores
de potencial e de corrente.
• Tensão de serviço: é a tensão do sistema ao qual o
relé está conectado.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Ainda mais definições...

• Tensão máxima admissível: é o valor da tensão


máxima a que pode ficar submetido o relé em
operação.
• Temporização: é o valor do tempo, normalmente em
segundos, ajustado no relé, para o qual o mesmo
atuará.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Esquema básico de funcionamento de um relé


Fonte de
tensão
Sistema

auxiliar
Relé

Unidade de
Unidade de Sinal Unidade de Unidade de Unidade de
acionamento
entrada conversão medida saída
do circuito

Unidade de entrada:

Corresponde aos equipamentos que recebem as informações de distúrbios do sistema elétrico, tais como
transformadores de corrente e de potencial, e enviam esses sinais à unidade de conversão do relé de
proteção. As unidades de entrada também oferecem uma isolação elétrica entre o sistema e os dispositivos
de proteção, evitando que tensões e correntes elevadas sejam conduzidas a esses dispositivos.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Esquema básico de funcionamento de um relé


Fonte de
tensão
Sistema

auxiliar
Relé

Unidade de
Unidade de Sinal Unidade de Unidade de Unidade de
acionamento
entrada conversão medida saída
do circuito

Unidade de conversão de sinal:

É o elemento interno aos relés que recebe os sinais dos transformadores de corrente e de potencial e os
transforma em sinais com modulação adequada ao nível de funcionamento dos relés.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Esquema básico de funcionamento de um relé


Fonte de
tensão
Sistema

auxiliar
Relé

Unidade de
Unidade de Sinal Unidade de Unidade de Unidade de
acionamento
entrada conversão medida saída
do circuito

Unidade de medida:

Ao receber os sinais da unidade de conversão, a unidade de medida compara as suas características


(módulos da corrente e tensão, ângulo de fase, frequência etc.) com os valores que foram previamente
armazenados nela e tidos como referência de operação. Caso os sinais de entrada apresentem valores
superiores aos valores previamente ajustados, a unidade de medida envia um sinal à unidade de saída.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Esquema básico de funcionamento de um relé


Fonte de
tensão
Sistema

auxiliar
Relé

Unidade de
Unidade de Sinal Unidade de Unidade de Unidade de
acionamento
entrada conversão medida saída
do circuito

Fonte de tensão auxiliar:


É a unidade que fornece energia às unidades de medida para processar as informações e à unidade de
saída. Também fornece energia à unidade de acionamento, às vezes constituída por uma pequena bobina
que aciona um contato auxiliar. Em geral, a fonte auxiliar é constituída por uma bateria. Em alguns
dispositivos de proteção, a fonte auxiliar pode ser constituída por um circuito interno que converte a
corrente que chega da unidade de entrada numa pequena tensão por meio da queda de tensão propiciada
por um resistor instalado internamente ao dispositivo de proteção.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Esquema básico de funcionamento de um relé


Fonte de
tensão
Sistema

auxiliar
Relé

Unidade de
Unidade de Sinal Unidade de Unidade de Unidade de
acionamento
entrada conversão medida saída
do circuito

Unidade de saída:

Pode ser constituída por uma pequena bobina, acionando um contato auxiliar ou por uma chave
semicondutora.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Esquema básico de funcionamento de um relé


Fonte de
tensão
Sistema

auxiliar
Relé

Unidade de
Unidade de Sinal Unidade de Unidade de Unidade de
acionamento
entrada conversão medida saída
do circuito

Unidade de acionamento:

Normalmente é constituída por uma bobina de grossas espiras montada no corpo do elemento de
desconexão do sistema, que pode ser um disjuntor ou um interruptor.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Visão geral de uma estrutura de proteção

B C
D
A

F S
K

TC – transformador de corrente: equipamento responsável pelo suprimento da corrente ao elemento


de avaliação da corrente (A) que se quer controlar.

TP – transformador de potencial: equipamento responsável pelo fornecimento da tensão ao


elemento de avaliação da tensão (A) que se quer controlar.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Visão geral de uma estrutura de proteção

B C
D
A

F S
K

D – interruptor ou disjuntor responsável pela desconexão do sistema.

F – fonte auxiliar de corrente que supre os diversos elementos envolvidos na proteção. Em


geral, trata-se de uma fonte de corrente contínua.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Visão geral de uma estrutura de proteção

B C
D
A

F S
K

A – elemento de avaliação das medições de corrente e tensão que tem as seguintes funções:
• Gerenciar as condições operacionais do componente elétrico protegido, tais como a linha
de transmissão, o transformador de potência etc.;
• Decidir, a partir dos valores recebidos de corrente e tensão, as condições em que se dará a
operação de desconexão.
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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Visão geral de uma estrutura de proteção

B C
D
A

F S
K

B – elemento lógico da estrutura de proteção; recebe as informações do elemento de avaliação,


procede à comparação com os valores ajustados e, se for o caso, libera o sinal de atuação para o
interruptor ou disjuntor.

C – elemento que modula o sinal de disparo do interruptor ou disjuntor.


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Proteção de SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

Visão geral de uma estrutura de proteção

B C
D
A

F S
K

S – elemento de sinalização ótica ou visual de todas as operações realizadas na estrutura básica de


proteção.

K – elemento responsável pela recepção de sinais de comando originados ou não de outros pontos
distantes da parte do sistema sob proteção; pode ser a própria régua de borne dos condutores dos
circuitos de proteção.
Proteção de SEP

Definições Básicas
Estatísticas da Interrupção
Custos da Interrupção
Requisitos Básicos de Proteção de um SEP
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção
Dispositivos de proteção
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Existem dois dispositivos básicos empregados na proteção de


sistemas elétricos de qualquer natureza: os fusíveis e os
relés.

Os fusíveis são dispositivos que operam pela fusão do seu


elemento metálico construído com características específicas
de tempo × corrente.

Já os relés constituem uma ampla gama de dispositivos que


oferecem proteção aos sistemas elétricos nas mais diversas
formas: sobrecarga, curto-circuito, sobretensão, subtensão
etc.
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Evolução dos relés

Ano 1901 Ano 1908 Ano 1910 Ano 1930 Ano 1980

Relé de sobrecorrente Relé de diferencial de Relé de distância


tipo indução corrente Relé direcionais Relé
(eletrônicos ou
(eletromecânico) (eletromecânico) (eletromecânico) digital**
estáticos*)

Obs.:

* Os relés eletrônicos ou estáticos não alcançaram aceitação imediata no mercado, devido à forte presença
dos relés eletromecânicos e em função das elevadas temperaturas ambiente.
** O mercado nacional não absorveu prontamente a tecnologia de proteção digital devido ao fracasso
tecnológico das proteções eletrônicas, com as sucessivas falhas desses dispositivos. Algumas
concessionárias, receosas com o uso dos relés digitais, chegaram a utilizá-los juntamente com os relés
eletromecânicos como proteção de retaguarda.
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Os relés eletromecânicos de indução são equipamentos que


pela sua construção robusta apresentavam uma vida útil de
20 a 30 anos. Já a vida útil dos relés digitais não é contada
pelo tempo de desgaste de seus componentes eletrônicos,
mas sim pelo tempo de obsolescência da tecnologia da
informação que faz funcionar o relé.
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Um fato curioso...

... o tempo de treinamento de um técnico de nível médio


para ajustar e realizar as manutenções necessárias no relé
eletromecânico se restringia a cerca de 10 horas, com mais 2
ou 3 horas adicionais, para em um relé de outro fabricante.

Agora, o tempo de treinamento de um técnico para um relé


digital de um fabricante pode durar semanas. Se esse mesmo
técnico for chamado para realizar os mesmos serviços num
relé de outro fabricante, mas com funções equivalentes, o
tempo de treinamento é praticamente o mesmo.
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé eletromecânico de indução

✓ São equipamentos dotados de bobinas, disco de indução, molas,


contatos fixos e móveis que lhes emprestam uma grande
robustez;
✓ Sinalização é por meio de uma bandeirola.
✓ Possuem padrões em suas dimensões.
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé eletromecânico de indução


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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé eletromecânico de indução


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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé eletrônico ou estático


✓ São menores do que os relés
eletromecânicos de indução;
✓ São constituídos de circuitos
integrados dedicados a cada
função desempenhada;
✓ Sinalização é por meio de LED;
✓ Baixo consumo;
✓ São mais rápidos que o
eletromecânico;
✓ Maior exatidão.
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé digitais
✓ Seus ajustes são efetuados ou
no frontal do relé por uma
tecla de ou por um computador
conectado utilizando serial RS
232;
✓ Sem padrão nas dimensões;
✓ Melhoramento nas funções de
proteção;
✓ Realizam funções de
comunicação, medidas
elétricas, controle, sinalização
remota, acesso remoto.
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé digitais
Vantagens
✓ Pequeno consumo de energia,
reduzindo a capacidade dos
transformadores de corrente;
✓ Elevada confiabilidade devido
à função de auto supervisão;
✓ Diagnóstico de falha por meio
de armazenamento de dados
de falha;
✓ Possibilidade de se
comunicarem com um sistema
supervisório, por meio de uma
interface serial;
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé digitais
Vantagens
✓ Possibilidade de serem
ajustados à distância;
✓ Durante os procedimentos de
alteração nos ajustes, mantêm
a proteção do sistema elétrico
ao nível dos ajustes
existentes;
✓ Elevada precisão devido à
tecnologia digital;
✓ Amplas faixas de ajuste com
vários degraus; ajuste dos
parâmetros guiado por uma
interface amigável;
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé digitais
Vantagens
✓ Indicação dos valores de
medição e dos dados de falha
por meio de display
alfanumérico;
✓ Segurança operacional com a
possibilidade de estabelecer
um a senha do responsável
pelo seu ajuste.
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé digitais

A tecnologia analógica dos relés digitais pode ser resumida no


fato de que os sinais analógicos de entrada são isolados
eletricamente pelos transformadores de entrada dos relés, após são
filtrados analogicamente e processados pelos conversores
analógicos/digitais.
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé digitais

Os relés digitais são dotados dos seguintes elementos de indicação:

✓ Display alfanumérico
✓ Teclas

Os relés digitais são caracterizados por três tipos de funções:


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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé digitais

Os relés digitais são caracterizados por três tipos de funções:


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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé digitais

Os relés digitais são caracterizados por três tipos de funções:


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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé digitais

Os relés digitais são caracterizados por três tipos de funções:


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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé digitais

Os relés digitais são caracterizados por três tipos de funções:


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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé digitais

Os relés digitais são caracterizados por três tipos de funções:


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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relé digitais

Os relés digitais são caracterizados por três tipos de funções:


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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Relés

Eletromecânico de indução Estático ou eletrônico Digital


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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Funções de Proteção

As funções de proteção e manobra são caracterizadas por um


código numérico que indica o tipo de proteção a que se destina um
relé.

Para padronizar e universalizar os vários tipos de funções foi


elaborada uma tabela pela American National Standards Institute
(ANSI) com a descrição da função de proteção e do código numérico
correspondente.
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Funções de Proteção

Um relé pode ser fabricado para atuar somente na ocorrência


de um determinado tipo de evento como o relé de
sobrecorrente de indução (função 50), ou vários tipos de
eventos, respondendo a esses eventos de duas ou mais
formas, como o relé de sobrecorrente, constituído de uma
unidade instantânea (função 50) e uma unidade temporizada
(função 51),
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Grandezas elétricas
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Temporização
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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Temporização (Temporizada com retardo dependente)


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Proteção de SEP
Dispositivos de proteção

Temporização (Temporizada com retardo independente)

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