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b.) Quais são as principais ideias apontadas pelos referenciais teóricos desse texto? Qual
é a concepção de Educação CTSA e de Letramento Científico? Quais os referenciais
utilizados?
O primeiro texto discute os motivos dos currículos penderem para o tema. Dentre
eles, foram citados dois principais: um remete à “salvação da humanidade”, a ideia
contemporânea de que o tema Ciência e Tecnologia. À propósito, são tratados como
indissolúveis, são os únicos capazes de resolverem os problemas atuais. O outro é
classificado como “neutralidade científica”. Ambos são combatidos sob os argumentos
de que, no primeiro, há na verdade a ideia de dominação, onde, ao invés das
necessidades da humanidade serem supridas pela conquista de tecnologias, ocorre a
criação de “falsas necessidades” que são supridas sob a forma de bens de consumo.
Estando este fato, interligado ao segundo, pois essa neutralidade ausente é percebida
pelo fato de que o ensino é direcionado para a preparação da mão de obra que estará
envolvida na fabricação de produtos, cuja pesquisas não se preocuparam com outro
valor, senão o do lucro.
A alfabetização científica seria para alguns autores o que o artigo defende como
letramento científico. E classifica, portanto, como alfabetização, na verdade o que
entendemos como analfabetismo funcional, uma vez que estes objetivos, o domínio dos
conhecimentos científicos e tecnológicos necessários o cidadão desenvolver-se na vida
diária não foram alcançados. Estes conceitos de Alfabetização científica começaram a
ser discutidos no século XVI e com mais ênfase no século XIX, em publicações de
literatura inglesa, sendo estes os referenciais.
No Brasil, este assunto tomou monta somente no século XX, apesar das tentativas
anteriores de personalidades como o Imperador D. Pedro II de mudar os rumos de nossa
educação clássica, imposta pelos Jesuítas e que prevaleceu. Passou a ser incorporada
nos anos de 1930, com acentuação na década de 50, com um perceptível incremento
nos anos 60, principalmente pelo regime de exceção, quando começaram a circular
traduções e foram inaugurados centros de ensino. Porém, nos anos 70 e 80 é que
realmente o conceito se consolidou, com a produção de materiais e início das pesquisas
científicas, iniciando-se um processo que foi se ampliando nas décadas seguinte, com
razoável sucesso, estatisticamente comprovado, pelo menos, para a classe acadêmica.
Os conceitos diversos e seus atores descritos por estes autores, com seus
argumentos de interesse mostram as várias faces deste amplo entendimento. Por
exemplo, comunicadores de ciência, que realizam divulgação científica se sistemas não
formais como revistas, economistas que visam o crescimento econômico através do
consumo de bens tecnológicos são exemplos que sem coordenação, pode ocorrer como
vemos, um resultado divergente do projetado, coincidindo com a massificação de temas
mundiais como a conquista espacial, problemas ambientais, ajudaram a fomentar a
criação de currículos CTS, nos Estados Unidos, União Soviética e Europa. Onde o
enfoque em Ciências da natureza e sociais, e posteriormente com ênfase ambientalista
e crítica do modelo de desenvolvimento (CTSA). Estes currículos como citam
Norris/Philips destacam alguns pontos como o conhecimento do conteúdo e distinção
do que ou não ciência, assim como sua compreensão e aplicações, independência no
aprendizado e aplicação na solução de problemas e questões inter-relacionistas.
c.) O que é realizado nas pesquisas apresentadas? Quais atividades são propostas e
analisadas pelos autores? O que se conclui nessas pesquisas apresentadas? Que
propostas de abordagem são feitas em cada uma delas?
Para mudar este panorama, o texto 2.1 discute a elaboração de novos modelos, que
proporcionariam uma autonomia à Ciência, a partir de um currículo CTS, onde um aluno
com alfabetização científica, saberia tomar decisões inteligentes, formando assim
cidadãos críticos, preocupados com uma sociedade ética com ideais sustentáveis, para
tal, seria necessário um professor que desenvolvesse e se comprometesse com a inter-
relação dos temas. Seriam geradas demandas científicas para o desenvolvimento da
sociedade e deste cidadão, visando aspectos mais amplos e sofisticados de sucesso,
como o controle e a convivência harmonizada com o meio ambiente e uma sociedade
mais preocupada com problemas sociais.
São citados como valores para estes alunos: auto estima, comunicação escrita e
oral, pensamento lógico e racional, tomada de decisão, aprendizado
colaborativo/cooperativo, responsabilidade social, cidadania e preocupação com as
questões sociais. Como resultado prático, podemos imaginar um cidadão mais
consciente em suas atitudes diárias, quanto aos conceitos adquiridos e implementando
estas capacidades no cotidiano. Como a contestação de impostos, planejamento
familiar, orçamento doméstico, consumo equilibrado e responsável, preocupando-se por
exemplo com a origem dos produtos e com os juros embutidos no parcelamento.
Já o texto 5.2, ensino CTS e LCT, embora os conceitos tenham surgido por motivos
diferentes, concordam em alguns aspectos como a função social do ensino de ciências.
Os currículos CTS apresentam contribuição significativa para o Letramento Científico.
O resultado, porém, não é satisfatório. O que se percebe é uma limitação por parte do
professor a associar simplesmente ciência ao cotidiano, muito aquém da proposta
fundamentalmente CTS. Duas visões discutem este fato a reducionista, mais associada
a alfabetização científica, desvinculada da ampla abordagem classificada como
ampliada, mais próxima ao letramento científico, defendida por quem combates os mitos
dos salvacionismo e neutralidades científicos.
No Brasil. A conclusão é de que existem duas escolas, a privada, que prepara para
o melhor ensino superior (em geral, público) e a escola pública, que quando forma, e o
aluno consegue custear, prepara para o ensino superior (médio ou ruim, em geral,
privado). É bem verdade que se tenta mudar este panorama com cotas ou bolsas, para
cada um dos casos, porém esta é uma medida paliativa de uma realidade que é no
mínimo controversa, para não dizer perversa.
De qualquer forma, avalio, que este que seria o melhor modelo, básica privada e
superior pública, não é sinônimo de sucesso, pois, via de regra, seleciona, a partir de
avaliações conteudistas, alunos que se preparam para colocar nestas instituições seus
alunos, educando-os da forma descrita como alfabetização científica, superficial e
descontextualizada, não educando cidadãos. Claro que esta é a maioria e não o todo,
mas o resultado está bem claro.
Isto deve refletir no cotidiano e nos meios de produção, não como hoje, onde
funcionalidades supérfluas movem a indústria de equipamentos, e redes sociais que
conectam sem propósitos na maioria dos casos. Ao contrário disto, as necessidades da
humanidade serão atendidas pelo desenvolvimento de tecnologias que ajudem o
homem a dominar o meio ambiente em que vive, sem agredi-lo e terá a tecnologia e a
ciência aproximando pessoas e conectando conhecimento em prol das grandes
questões e problemas mundiais como a fome, as doenças, o fim das guerras e da
opressão.
Para o terceiro texto, a abordagem escolhida foi na forma de “minicurso”, onde a
professora pesquisadora, em conjunto com a professora de Física de um curso de
ensino médio (segundo ano), introduziu uma entrevista classificada como
semiestruturada, gravada em vídeo, após a explanação dos fatos mencionados no item
“b”, através de exposições multimídia. O tema foi inserido de forma a interagir os
conhecimentos da discussão com curriculares que estavam sendo trabalhados.
Após a problematização, que foi realizada demonstrando vários pontos de vista, indo
ao encontro da ideia de expor a ciência do ponto de vista controverso, permitindo um
questionamento, tanto por parte do material de estudo, quanto do professor, ali
representado pelas duas professoras. Oito alunos foram selecionados para
participarem. Após a análise do material, vária são as conclusões por parte dos
pesquisadores. Ficou evidenciado que a compreensão do assunto é maior por parte da
professora de Física da turma. O posicionamento foi classificado como determinante
para a assimilação e interesse dos alunos.
Portanto, fica claro que é um processo que impõe dificuldades, mas que se
analisado e pensado, pode trazer resultados, pois, as dificuldades de execução,
principalmente quando registradas, publicadas e esmiuçadas, permitem a evolução do
processo. Até porque, o resultado esperado, uma mudança na sociedade, passa pela
mudança na formação de professores, na implementação desta sistemática.
Após a leituras dos três textos, com ênfase neste último que descreve um caso real.
É quase uma necessidade expressar a opinião. Há muitos argumentos que, pelo menos
a princípio, parecem teóricos demais, pois não me parece possível, que todo o conteúdo
seja discutido entre professor e aluno. Em um método puramente construtivista.
Do mesmo modo que penso ser necessária uma ampla discussão, por especialistas,
quanto ao que é realmente pertinente e deve constar em um currículo cada vez mais
inchado e superficial, além da profundidade necessária a alguns temas.
Vivemos em uma sociedade que não possui argumentos e ferramentas para mudar
uma realidade com a qual não concorda. No caso específico de Ciências, uma
abordagem com ênfase no conhecimento científico de forma democrática, a produzir
soluções para pequenas comunidades, como vemos de forma bem pulverizada,
raramente no noticiário. Ao contrário, poderia ser uma constante. O conhecimento aliado
a atividades interessantes ao público alvo, também ajudam.
Iniciativas como cooperativas e soluções para coleta seletiva, até mesmo campanha
divulgando os cuidados evitar a proliferação da dengue, através do combate ao
mosquito e seus criadouros, mostram que quando há mobilização e interesse do poder
público, os resultados podem ser obtidos. Desta forma, preparando o professor,
inclusive, porque os desafios são muitos, como citados no texto, de reprimenda da
direção ao medo de perder o controle sobre a situação, ou tocar em assuntos polêmicos,
e até desagradar interesses constituídos, é que o professor deve fazê-lo por convicção,
pois é um passo nesta caminhada.
c.) Faça uma lista de Temas Específicos de Física que podem ser tratados a partir de uma
abordagem CTSA e qual o tema controverso seria o melhor para o tratamento de cada
tema. Siga o EXEMPLO da tabela abaixo. Complete a tabela apresentando uma ideia de
abordagem controversa para um tema de Mecânica, um tema de Termodinâmica e um tema
de Óptica.