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Artigo 1.o
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS
Alteração ao Decreto-Lei n.o 189/2004, de 17 de Agosto E FLORESTAS
São alterados os artigos 1.o, 2.o e 6.o do Decreto-Lei
n.o 189/2004, de 17 de Agosto, que passam a ter a Decreto-Lei n.o 81/2005
seguinte redacção: de 20 de Abril
Artigo 8.o de ali ser leiloado, pode ser autorizada pela entidade
Contratos de abastecimento
que explorar a lota, a solicitação do produtor, quando
devidamente justificada.
1 — Sem prejuízo de a sua transmissão ou entrega 2 — O pescado cuja transferência seja autorizada ao
se processar obrigatoriamente na lota correspondente abrigo do número anterior é acompanhado de uma guia
ao porto de descarga, nomeadamente para efeitos do de transferência, que indica a data e local da descarga,
controlo de quantidade, ficam isentos do regime fixado a identificação do armador e da embarcação, as espécies
no n.o 1 do artigo 1.o: e respectivas quantidades de pescado a transferir e a
lota de destino.
a) O pescado capturado por pessoas singulares ou 3 — A guia de transferência é emitida em triplicado,
colectivas, membros de organizações de produ- sendo uma das cópias entregue na lota de destino, que
tores, que se dediquem simultaneamente à cap- a confirma à lota de origem, após a consumação do
tura e transformação do pescado, desde que essa leilão.
actividade seja enquadrada nas regras de comer- 4 — O acompanhamento de pescado pelas guias de
cialização e produção adoptadas pela respectiva transferência referidas nos números anteriores não dis-
organização de produtores, em conformidade pensa o documento de transporte, nos termos da legis-
com a legislação comunitária aplicável; lação aplicável.
b) O pescado capturado por pessoas singulares ou 5 — Caso se verifique desconformidade não justifi-
colectivas, membros de organizações de produ- cada entre as quantidades transferidas e as entregues
tores, ao abrigo de contratos de abastecimento na lota de destino, a entidade que explorar a lota comu-
celebrados com as organizações de produtores, nica tal facto à DGPA.
com comerciantes ou industriais de produtos da
pesca, desde que os mesmos sejam enquadrados Artigo 11.o
nas regras de comercialização e produção adop-
tadas pela respectiva organização de produtores, Serviços obrigatórios
em conformidade com a legislação comunitária A entidade que explorar a lota deve assegurar:
aplicável.
a) A regulação da descarga do pescado e sua recep-
2 — Perante a solicitação do interessado, o pescado ção, leilão e entrega;
capturado pelas pessoas singulares ou colectivas pre- b) O registo discriminado das vendas do pescado
vistas no n.o 1 pode ser descarregado em instalações objecto de licitação;
portuárias diferentes das de implantação da lota, desde c) O registo discriminado das vendas do pescado
que estas reúnam condições funcionais para tanto e se abrangido pelo n.o 4 do artigo 1.o;
mostrem mais apropriadas para o abastecimento da d) As operações inerentes às vendas por ordem
indústria transformadora a que o pescado se destina, de compra a que se refere o artigo 5.o;
sem prejuízo de a respectiva quantidade e valor, por e) O registo do pescado movimentado ao abrigo
espécie, serem obrigatoriamente comunicados, por do artigo 6.o;
escrito, no prazo de cinco dias, à entidade que explora f) O registo das capturas previstas no artigo 7.o,
a lota mais próxima da unidade fabril. quando transaccionadas em lota;
g) O registo das transmissões ou entregas do pes-
3 — A Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura
cado efectuadas nos termos e ao abrigo do dis-
(DGPA) e a entidade que explorar a lota asseguram,
posto no artigo 8.o, bem como o controlo das
mediante protocolo, um controlo administrativo dos operações ali referidas;
contratos de abastecimento, nomeadamente quanto aos h) A obtenção, garantia e conservação da infor-
preços contratados e quanto às regras de produção e mação estatística referente às operações regis-
comercialização aplicáveis. tadas em lota;
4 — A entidade que explorar a lota reserva-se o i) Elevados padrões de qualidade na recepção,
direito de exercer a preferência na aquisição de pescado conservação e armazenamento do pescado, atra-
objecto de contratos de abastecimento, garantindo ao vés das estruturas necessárias e adequadas;
produtor o valor contratado. j) A observância, por todos os intervenientes, das
disposições do presente diploma, recorrendo, se
Artigo 9.o necessário, às autoridades competentes.
Nota de venda em lota e documento de acompanhamento
Artigo 12.o
1 — É obrigatoriamente emitida, pela entidade que
Serviços complementares
explorar a lota, nota de venda respeitante a todo o pes-
cado fresco vendido em lota, cujos dados devem dar A entidade que explorar a lota pode executar, a título
cumprimento à legislação nacional e comunitária apli- de prestação de serviços, outras operações ou tarefas
cável. prévias, complementares ou relacionadas com a acti-
2 — O pescado transmitido ou entregue nos termos vidade da pesca, nomeadamente:
do n.o 1 do artigo 8.o é acompanhado do respectivo
documento comprovativo do seu trânsito em lota. a) Descarga, transporte, selecção e pesagem do
pescado;
b) Produção e venda de gelo, conservação, con-
Artigo 10.o gelação e armazenagem prioritária de produtos
Transferência de pescado da pesca;
c) Exploração de infra-estruturas em terra, essen-
1 — A transferência do pescado para lota diferente cialmente direccionadas para o sector da pesca
da correspondente ao porto de descarga, para efeitos e da comercialização, em todas as suas vertentes;
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d) Fornecimentos de bens e outros serviços rela- Republicana — Brigada Fiscal, à Inspecção-Geral das
cionados com a pesca e actividades conexas; Actividades Económicas e às demais entidades admi-
e) Prestação de serviços no âmbito da promoção nistrativas e policiais competentes em razão da matéria.
e qualidade do pescado.
Artigo 18.o
o
Artigo 13. Contra-ordenações
Retribuição pelos serviços prestados e pelo uso de instalações
1 — Constitui contra-ordenação punível com coima
1 — A entidade que explorar a lota define as taxas no montante mínimo de E 500 e nos montantes máximos
e preços a pagar pelos serviços prestados no âmbito de E 3740 ou E 44 891, consoante o agente seja pessoa
dos artigos 11.o e 12.o e pelo uso de instalações que singular ou colectiva:
lhes estão afectas e fixa os respectivos quantitativos. a) Transaccionar pescado fresco não isento de pri-
2 — Atendendo à natureza dos serviços e actividades meira venda em lota ou, por qualquer forma,
desenvolvidas, as retribuições referidas no número ante- movimentá-lo fora das lotas antes de ter sido
rior agrupam-se em taxas de primeira venda, outras taxas sujeito à primeira venda em lota, nos termos
e remunerações pelos serviços prestados. do artigo 1.o;
3 — As taxas de primeira venda são determinadas por b) Transportar para fora da lota o pescado referido
uma percentagem sobre o valor do pescado transac- no n.o 2 do artigo 6.o sem se fazerem acom-
cionado em lota, sendo seus sujeitos passivos os pro- panhar pelo documento nele mencionado e
dutores e os compradores de pescado. devidamente autorizado;
4 — As taxas de primeira venda constituem tarifário c) A falta de comunicação ou a comunicação
a aprovar por portaria do membro do Governo res- viciada dos elementos às entidades e locais pre-
ponsável pelo sector das pescas, sob proposta funda- vistos no n.o 3 do artigo 6.o e no artigo 8.o;
mentada da entidade que explorar a lota. d) A movimentação do pescado fresco transmitido,
5 — Em qualquer dos casos referidos no n.o 2, podem entregue ou transaccionado em lota sem se fazer
ser fixadas retribuições diferenciadas em função dos ser- acompanhar dos documentos exigidos no
viços prestados e localização ou moduladas em função artigo 9.o;
de razões de mercado. e) A desconformidade não justificada entre as
6 — As retribuições são liquidadas e cobradas pela quantidades transferidas e as entregues na lota
entidade que explorar a lota e constituem sua receita de destino, ao abrigo do artigo 10.o;
própria. f) Transaccionar ou, por qualquer forma, movi-
7 — As taxas são divulgadas pela entidade que explo- mentar pescado fresco em lota que não seja a
rar a lota através de meios apropriados, incluindo a correspondente ao porto de descarga, quando
Internet, até um mês antes da sua entrada em vigor. para tanto não esteja autorizado ao abrigo do
n.o 1 do artigo 10.o;
Artigo 14.o g) A transferência do pescado para lota diferente
da correspondente ao porto de descarga,
Comissões consultivas quando devidamente autorizada, sem se fazer
Em cada porto de pesca, a entidade que explorar acompanhar da guia de transferência exigida
a lota tem obrigatoriamente como órgão de apoio e pelo n.o 2 do artigo 10.o;
h) O não cumprimento das disposições regulamen-
consulta uma comissão consultiva, que integra repre-
tares, complementares ao regime previsto no
sentantes dos produtores, de compradores e de outras
presente diploma.
entidades, cuja composição e funcionamento constarão
de despacho dos Ministros da Agricultura, Pescas e Flo-
2 — A tentativa e a negligência são puníveis.
restas, das Actividades Económicas e do Trabalho e do
ministro responsável pelo sector portuário e dos trans-
portes marítimos. Artigo 19.o
Artigo 15.o Sanções acessórias
Inspecção e controlo hígio-sanitário do pescado Cumulativamente com a coima, podem ser aplicadas,
nos termos da lei geral, as seguintes sanções acessórias:
As entidades competentes asseguram a inspecção e
controlo hígio-sanitário do pescado entre a descarga e a) Perda, a favor do Estado, do pescado objecto
o acto de entrega, nos termos da legislação aplicável. de transacção ou movimentação ou de outros
objectos pertencentes ao agente;
Artigo 16.o b) Interdição do exercício da pesca;
c) Privação do direito a subsídio ou benefício
Regulamentação outorgado por entidades ou serviços públicos;
d) Privação do direito de participar em feiras ou
O regulamento geral de funcionamento das lotas, con- mercados;
templando, nomeadamente, os procedimentos e meios e) Privação do direito de participar em arrema-
envolvidos no leilão, é estabelecido por portaria do tações ou concursos públicos que tenham por
membro do Governo responsável pelo sector das pescas. objecto o fornecimento de bens e serviços, a
concessão de serviços públicos e a atribuição
Artigo 17.o de licenças ou alvarás;
Fiscalização
f) Encerramento de estabelecimento cujo funcio-
namento esteja sujeito a autorização ou licença
A fiscalização do cumprimento das normas do pre- de autoridade administrativa;
sente diploma compete à DGPA, à Guarda Nacional g) Suspensão de autorizações, licenças e alvarás.
N.o 77 — 20 de Abril de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3125