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N.

o 77 — 20 de Abril de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3121

ou administrativas destinada aos militares da Guarda Artigo 2.o


Nacional Republicana, aos elementos da Polícia de Entrada em vigor
Segurança Pública com funções policiais e ao pessoal
militarizado da Polícia Marítima. O presente diploma entra em vigor no dia seguinte
Entende o XVI Governo Constitucional que, devido ao da sua publicação.
ao risco conexo com a sua actividade, e em nome de Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 27
um imperativo de justiça comutativa, deve o mesmo de Janeiro de 2005. — Pedro Miguel de Santana
regime jurídico ser alvo de expressa extensão normativa Lopes — Paulo Sacadura Cabral Portas — António José
ao pessoal do Corpo da Guarda Prisional, eliminando-se de Castro Bagão Félix — Daniel Viegas Sanches — José
eventuais dúvidas interpretativas resultantes da equipa- Pedro Aguiar Branco.
ração genérica destes funcionários ao pessoal da Polícia
de Segurança Pública, bem como ao pessoal da carreira Promulgado em 4 de Abril de 2005.
de investigação e fiscalização do Serviço de Estrangeiros Publique-se.
e Fronteiras.
Foram observados os procedimentos previstos na Lei O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
n.o 23/98, de 26 de Maio.
Assim: Referendado em 7 de Abril de 2005.
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
Constituição, o Governo decreta o seguinte: Sousa.

Artigo 1.o
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS
Alteração ao Decreto-Lei n.o 189/2004, de 17 de Agosto E FLORESTAS
São alterados os artigos 1.o, 2.o e 6.o do Decreto-Lei
n.o 189/2004, de 17 de Agosto, que passam a ter a Decreto-Lei n.o 81/2005
seguinte redacção: de 20 de Abril

«Artigo 1.o O regime legal da primeira venda de pescado fresco


tem vindo a ser sucessivamente actualizado, acolhendo
[. . .] as novas realidades que se lhe deparam ao longo dos
tempos.
1 — Os militares da Guarda Nacional Republicana Dezassete anos volvidos sobre a última actualização,
(GNR), os elementos da Polícia de Segurança Pública corporizada pelo Decreto-Lei n.o 304/87, de 4 de Agosto,
(PSP) com funções policiais, o pessoal militarizado da o Governo entende permanecerem actuais os pressu-
Polícia Marítima (PM), o pessoal do Corpo da Guarda postos que estão na base do regime da primeira venda
Prisional (CGP) e o pessoal da carreira de investigação em lota, pelo sistema de leilão, a manter e preservar
como mecanismo regulador de preços neste sector, pela
e fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras
concentração da oferta e da procura, pela transparência
(SEF) têm direito a uma compensação especial pelos na formação de preços e pelo controlo hígio-sanitário
danos directamente decorrentes de acidentes de serviço do pescado.
que não resultem de funções eminentemente burocrá- Verifica-se no entanto a necessidade de ajustar a pri-
ticas ou administrativas. meira venda à realidade e necessidade actuais, tirando
2— ......................................... partido das novas tecnologias, mas salvaguardando
determinadas situações que, dada a sua especificidade,
justificam um tratamento diferente.
Artigo 2.o Nessa medida, alarga-se o universo das entidades que
podem aceder à primeira venda em lota, dá-se a pos-
[. . .]
sibilidade de compra à distância em determinado leilão
e lançam-se as bases para um sistema de leilão pela
1 — A compensação a que se refere o artigo anterior Internet, sem prejuízo de a entrega do pescado se fazer
é concedida nas situações de invalidez permanente resul- em lota.
tantes de acidentes de serviço aos militares da GNR, Por outro lado, em função de determinadas circuns-
aos elementos da PSP com funções policiais, ao pessoal tâncias, podem ser adoptadas medidas específicas rela-
militarizado da PM, ao pessoal do CGP bem como ao tivas à primeira venda.
pessoal da carreira de investigação e fiscalização do SEF. Aproveitou-se a oportunidade para alterar e unifor-
2— ......................................... mizar o regime da retribuição pelos serviços prestados
no âmbito da primeira venda, e outros com ela conexos,
corporizando num único diploma o que se encontrava
Artigo 6.o disperso em legislação avulsa, confusa e desactualizada,
ela própria também objecto de sucessivas alterações.
[. . .] Com efeito, todas as formas de retribuição pelos ser-
viços prestados, bem como os respectivos quantitativos,
As normas necessárias à execução do disposto no pre- passam a ser definidas pela entidade que explorar a
sente diploma são aprovadas por portaria conjunta dos lota, sendo as taxas inerentes ao serviço de primeira
Ministros das Finanças e da Administração Pública, da venda de pescado fixadas em portaria.
Defesa Nacional, da Administração Interna e da Jus- Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das
tiça.» Regiões Autónomas.
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Assim: hotelaria e de restauração ou respectivos mandatários


Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da que exibam cartão de identificação válido têm acesso
Constituição, o Governo decreta o seguinte: à primeira venda e a intervenção no leilão.
2 — O cartão de identificação referido no número
Artigo 1.o anterior é emitido pela entidade que explora a lota,
desde que haja a comprovação, por documento autên-
Primeira venda de pescado
tico, da qualidade invocada do requerente.
1 — A primeira venda de todo o pescado fresco é 3 — Podem ainda aceder à primeira venda outras pes-
obrigatoriamente realizada em lota, pelo sistema de lei- soas singulares ou colectivas, por períodos determina-
lão, sem prejuízo do disposto nos artigos 7.o e 8.o dos, competindo à entidade que explorar a lota conceder
2 — O pescado fresco é obrigatoriamente entregue as respectivas autorizações.
ou leiloado na lota correspondente ao porto de descarga,
sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 8.o e no
artigo 10.o Artigo 4.o
3 — Sempre que se torne necessário efectuar o con- Leilão
trolo específico do esforço de pesca exercido em deter-
minadas zonas, sobre certas espécies ou com a utilização O leilão pode ser presencial ou à distância, incluindo
de artes com características diferentes das generica- através da Internet, em condições a fixar pela entidade
mente impostas, pode o membro do Governo respon- que explorar a lota.
sável pelo sector das pescas, por portaria, circunscrever Artigo 5.o
os desembarques e primeira venda em lota do pescado
proveniente das embarcações que exerçam aquele Ordens de compra
esforço de pesca a determinados portos e lotas do
continente. 1 — As entidades com acesso à primeira venda podem
4 — Sempre que circunstâncias relacionadas com as emitir ordens de compra antecipadas à entidade que
características técnicas das embarcações em determina- explorar a lota, a qual adjudicará a venda pelo respectivo
das comunidades piscatórias, ou relativas ao exercício valor, sempre que o pescado em causa não tenha sido
da pesca sem auxílio de embarcação, acarretem exces- objecto de licitação ou outra ordem de compra de valor
sivas dificuldades na deslocação à lota mais próxima, superior, desde que aquele valor seja superior ao res-
pode o membro do Governo responsável pelo sector pectivo preço de retirada.
das pescas, por portaria, adoptar medidas específicas 2 — Os termos e condições em que são emitidas e
relativas ao regime da primeira venda de pescado. executadas as ordens de compra são estabelecidos pela
entidade que explorar a lota.
Artigo 2.o
Definições Artigo 6.o
Para efeitos de aplicação do presente diploma, enten- Retribuições em espécie
de-se por: 1 — O pescado atribuído a título de retribuição em
a) «Lota» a infra-estrutura em terra implantada espécie aos pescadores, nos termos fixados por regu-
na área de um porto de pesca ou em zona ribei- lamentação colectiva de trabalho ou por acordo entre
rinha na sua influência, devidamente aprovada as partes, é comercializado obrigatoriamente nos termos
e licenciada para a realização das operações de do n.o 1 do artigo 1.o
recepção, leilão e entrega de pescado e outras 2 — O pescado referido no número anterior, quando
operações que lhe são inerentes ou complemen- não se destinar à comercialização, bem como o pescado
tares, compreendendo a descarga, manipulação, destinado à alimentação dos armadores, só pode sair
conservação ou armazenagem; do recinto da lota acompanhado por documento emi-
b) «Pescado fresco» os animais subaquáticos (pei- tido, em triplicado, por um representante da embarcação
xes, crustáceos, moluscos, equinodermes e que o capturou e autorizado pela entidade que explorar
ciclóstomos) que não tenham sofrido desde a a lota, ou emitido por esta última.
sua captura qualquer operação de conservação, 3 — O documento referido no número anterior indi-
excepto refrigeração ou conservação a bordo em
cará obrigatoriamente a quantidade de pescado a movi-
água do mar ou em salmoura;
c) «Organizações de produtores» toda a pessoa mentar por espécie, a embarcação de proveniência e
colectiva constituída por iniciativa dos produ- a que título foi atribuído, bem como a identificação
tores com o objectivo de tomar as medidas apro- do seu beneficiário, destinando-se o triplicado à embar-
priadas para assegurar o exercício racional das cação, o duplicado à entidade que explorar a lota e
actividades da pesca e melhorar as condições o original para acompanhar o pescado.
de venda da sua produção, promovendo, nomea-
damente, a aplicação de planos de captura, con- Artigo 7.o
centração da oferta, estabilização dos preços e
o incentivo de métodos que apoiem a pesca sus- Isenções
tentável, e que seja oficialmente reconhecida
Ficam isentos do regime fixado no n.o 1 do artigo 1.o:
nos termos da legislação comunitária aplicável.
a) O pescado capturado nas águas interiores não
Artigo 3.o marítimas não submetidas à jurisdição das auto-
ridades marítimas;
Acesso à primeira venda e intervenção no leilão
b) O pescado proveniente da exploração de esta-
1 — Os produtores, organizações de produtores, gros- belecimentos de culturas marinhas;
sistas, retalhistas, industriais de pescado, industriais de c) O pescado capturado para fins científicos.
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Artigo 8.o de ali ser leiloado, pode ser autorizada pela entidade
Contratos de abastecimento
que explorar a lota, a solicitação do produtor, quando
devidamente justificada.
1 — Sem prejuízo de a sua transmissão ou entrega 2 — O pescado cuja transferência seja autorizada ao
se processar obrigatoriamente na lota correspondente abrigo do número anterior é acompanhado de uma guia
ao porto de descarga, nomeadamente para efeitos do de transferência, que indica a data e local da descarga,
controlo de quantidade, ficam isentos do regime fixado a identificação do armador e da embarcação, as espécies
no n.o 1 do artigo 1.o: e respectivas quantidades de pescado a transferir e a
lota de destino.
a) O pescado capturado por pessoas singulares ou 3 — A guia de transferência é emitida em triplicado,
colectivas, membros de organizações de produ- sendo uma das cópias entregue na lota de destino, que
tores, que se dediquem simultaneamente à cap- a confirma à lota de origem, após a consumação do
tura e transformação do pescado, desde que essa leilão.
actividade seja enquadrada nas regras de comer- 4 — O acompanhamento de pescado pelas guias de
cialização e produção adoptadas pela respectiva transferência referidas nos números anteriores não dis-
organização de produtores, em conformidade pensa o documento de transporte, nos termos da legis-
com a legislação comunitária aplicável; lação aplicável.
b) O pescado capturado por pessoas singulares ou 5 — Caso se verifique desconformidade não justifi-
colectivas, membros de organizações de produ- cada entre as quantidades transferidas e as entregues
tores, ao abrigo de contratos de abastecimento na lota de destino, a entidade que explorar a lota comu-
celebrados com as organizações de produtores, nica tal facto à DGPA.
com comerciantes ou industriais de produtos da
pesca, desde que os mesmos sejam enquadrados Artigo 11.o
nas regras de comercialização e produção adop-
tadas pela respectiva organização de produtores, Serviços obrigatórios
em conformidade com a legislação comunitária A entidade que explorar a lota deve assegurar:
aplicável.
a) A regulação da descarga do pescado e sua recep-
2 — Perante a solicitação do interessado, o pescado ção, leilão e entrega;
capturado pelas pessoas singulares ou colectivas pre- b) O registo discriminado das vendas do pescado
vistas no n.o 1 pode ser descarregado em instalações objecto de licitação;
portuárias diferentes das de implantação da lota, desde c) O registo discriminado das vendas do pescado
que estas reúnam condições funcionais para tanto e se abrangido pelo n.o 4 do artigo 1.o;
mostrem mais apropriadas para o abastecimento da d) As operações inerentes às vendas por ordem
indústria transformadora a que o pescado se destina, de compra a que se refere o artigo 5.o;
sem prejuízo de a respectiva quantidade e valor, por e) O registo do pescado movimentado ao abrigo
espécie, serem obrigatoriamente comunicados, por do artigo 6.o;
escrito, no prazo de cinco dias, à entidade que explora f) O registo das capturas previstas no artigo 7.o,
a lota mais próxima da unidade fabril. quando transaccionadas em lota;
g) O registo das transmissões ou entregas do pes-
3 — A Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura
cado efectuadas nos termos e ao abrigo do dis-
(DGPA) e a entidade que explorar a lota asseguram,
posto no artigo 8.o, bem como o controlo das
mediante protocolo, um controlo administrativo dos operações ali referidas;
contratos de abastecimento, nomeadamente quanto aos h) A obtenção, garantia e conservação da infor-
preços contratados e quanto às regras de produção e mação estatística referente às operações regis-
comercialização aplicáveis. tadas em lota;
4 — A entidade que explorar a lota reserva-se o i) Elevados padrões de qualidade na recepção,
direito de exercer a preferência na aquisição de pescado conservação e armazenamento do pescado, atra-
objecto de contratos de abastecimento, garantindo ao vés das estruturas necessárias e adequadas;
produtor o valor contratado. j) A observância, por todos os intervenientes, das
disposições do presente diploma, recorrendo, se
Artigo 9.o necessário, às autoridades competentes.
Nota de venda em lota e documento de acompanhamento
Artigo 12.o
1 — É obrigatoriamente emitida, pela entidade que
Serviços complementares
explorar a lota, nota de venda respeitante a todo o pes-
cado fresco vendido em lota, cujos dados devem dar A entidade que explorar a lota pode executar, a título
cumprimento à legislação nacional e comunitária apli- de prestação de serviços, outras operações ou tarefas
cável. prévias, complementares ou relacionadas com a acti-
2 — O pescado transmitido ou entregue nos termos vidade da pesca, nomeadamente:
do n.o 1 do artigo 8.o é acompanhado do respectivo
documento comprovativo do seu trânsito em lota. a) Descarga, transporte, selecção e pesagem do
pescado;
b) Produção e venda de gelo, conservação, con-
Artigo 10.o gelação e armazenagem prioritária de produtos
Transferência de pescado da pesca;
c) Exploração de infra-estruturas em terra, essen-
1 — A transferência do pescado para lota diferente cialmente direccionadas para o sector da pesca
da correspondente ao porto de descarga, para efeitos e da comercialização, em todas as suas vertentes;
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d) Fornecimentos de bens e outros serviços rela- Republicana — Brigada Fiscal, à Inspecção-Geral das
cionados com a pesca e actividades conexas; Actividades Económicas e às demais entidades admi-
e) Prestação de serviços no âmbito da promoção nistrativas e policiais competentes em razão da matéria.
e qualidade do pescado.
Artigo 18.o
o
Artigo 13. Contra-ordenações
Retribuição pelos serviços prestados e pelo uso de instalações
1 — Constitui contra-ordenação punível com coima
1 — A entidade que explorar a lota define as taxas no montante mínimo de E 500 e nos montantes máximos
e preços a pagar pelos serviços prestados no âmbito de E 3740 ou E 44 891, consoante o agente seja pessoa
dos artigos 11.o e 12.o e pelo uso de instalações que singular ou colectiva:
lhes estão afectas e fixa os respectivos quantitativos. a) Transaccionar pescado fresco não isento de pri-
2 — Atendendo à natureza dos serviços e actividades meira venda em lota ou, por qualquer forma,
desenvolvidas, as retribuições referidas no número ante- movimentá-lo fora das lotas antes de ter sido
rior agrupam-se em taxas de primeira venda, outras taxas sujeito à primeira venda em lota, nos termos
e remunerações pelos serviços prestados. do artigo 1.o;
3 — As taxas de primeira venda são determinadas por b) Transportar para fora da lota o pescado referido
uma percentagem sobre o valor do pescado transac- no n.o 2 do artigo 6.o sem se fazerem acom-
cionado em lota, sendo seus sujeitos passivos os pro- panhar pelo documento nele mencionado e
dutores e os compradores de pescado. devidamente autorizado;
4 — As taxas de primeira venda constituem tarifário c) A falta de comunicação ou a comunicação
a aprovar por portaria do membro do Governo res- viciada dos elementos às entidades e locais pre-
ponsável pelo sector das pescas, sob proposta funda- vistos no n.o 3 do artigo 6.o e no artigo 8.o;
mentada da entidade que explorar a lota. d) A movimentação do pescado fresco transmitido,
5 — Em qualquer dos casos referidos no n.o 2, podem entregue ou transaccionado em lota sem se fazer
ser fixadas retribuições diferenciadas em função dos ser- acompanhar dos documentos exigidos no
viços prestados e localização ou moduladas em função artigo 9.o;
de razões de mercado. e) A desconformidade não justificada entre as
6 — As retribuições são liquidadas e cobradas pela quantidades transferidas e as entregues na lota
entidade que explorar a lota e constituem sua receita de destino, ao abrigo do artigo 10.o;
própria. f) Transaccionar ou, por qualquer forma, movi-
7 — As taxas são divulgadas pela entidade que explo- mentar pescado fresco em lota que não seja a
rar a lota através de meios apropriados, incluindo a correspondente ao porto de descarga, quando
Internet, até um mês antes da sua entrada em vigor. para tanto não esteja autorizado ao abrigo do
n.o 1 do artigo 10.o;
Artigo 14.o g) A transferência do pescado para lota diferente
da correspondente ao porto de descarga,
Comissões consultivas quando devidamente autorizada, sem se fazer
Em cada porto de pesca, a entidade que explorar acompanhar da guia de transferência exigida
a lota tem obrigatoriamente como órgão de apoio e pelo n.o 2 do artigo 10.o;
h) O não cumprimento das disposições regulamen-
consulta uma comissão consultiva, que integra repre-
tares, complementares ao regime previsto no
sentantes dos produtores, de compradores e de outras
presente diploma.
entidades, cuja composição e funcionamento constarão
de despacho dos Ministros da Agricultura, Pescas e Flo-
2 — A tentativa e a negligência são puníveis.
restas, das Actividades Económicas e do Trabalho e do
ministro responsável pelo sector portuário e dos trans-
portes marítimos. Artigo 19.o
Artigo 15.o Sanções acessórias
Inspecção e controlo hígio-sanitário do pescado Cumulativamente com a coima, podem ser aplicadas,
nos termos da lei geral, as seguintes sanções acessórias:
As entidades competentes asseguram a inspecção e
controlo hígio-sanitário do pescado entre a descarga e a) Perda, a favor do Estado, do pescado objecto
o acto de entrega, nos termos da legislação aplicável. de transacção ou movimentação ou de outros
objectos pertencentes ao agente;
Artigo 16.o b) Interdição do exercício da pesca;
c) Privação do direito a subsídio ou benefício
Regulamentação outorgado por entidades ou serviços públicos;
d) Privação do direito de participar em feiras ou
O regulamento geral de funcionamento das lotas, con- mercados;
templando, nomeadamente, os procedimentos e meios e) Privação do direito de participar em arrema-
envolvidos no leilão, é estabelecido por portaria do tações ou concursos públicos que tenham por
membro do Governo responsável pelo sector das pescas. objecto o fornecimento de bens e serviços, a
concessão de serviços públicos e a atribuição
Artigo 17.o de licenças ou alvarás;
Fiscalização
f) Encerramento de estabelecimento cujo funcio-
namento esteja sujeito a autorização ou licença
A fiscalização do cumprimento das normas do pre- de autoridade administrativa;
sente diploma compete à DGPA, à Guarda Nacional g) Suspensão de autorizações, licenças e alvarás.
N.o 77 — 20 de Abril de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3125

Artigo 20.o n.o 218/91, de 17 de Junho, e pelo Decreto-Lei


Processos de contra-ordenação
n.o 243/98, de 7 de Agosto;
b) O Decreto-Lei n.o 255/77, de 16 de Junho, com
1 — A instrução dos processos de contra-ordenação as alterações introduzidas pelos Decretos-Leis
compete à entidade que levantar o auto de notícia. n.os 339/77, de 18 de Agosto, 174/79, de 7 de
2 — Compete à DGPA a aplicação das coimas e san- Junho, e 307/79, de 20 de Agosto;
ções acessórias. c) O Decreto-Lei n.o 372/80, de 11 de Setembro;
Artigo 21.o d) A Portaria n.o 541/82, de 29 de Maio;
e) A Portaria n.o 250/84, de 18 de Abril;
Afectação do produto das coimas f) O despacho conjunto n.o 484/2000, de 11 de
O produto das coimas cobradas é aplicado da seguinte Abril, dos Ministros do Equipamento Social, da
forma: Administração Interna, da Economia e da Agri-
cultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas;
a) 10 % para a entidade que levantou o auto; g) As Portarias n.os 391/2000, de 11 de Julho, e
b) 10 % para a entidade que instruiu o processo; 392/2000, de 11 de Julho.
c) 20 % para a entidade que aplicou a coima;
d) 60 % para o Estado.
Artigo 27.o
Entrada em vigor
Artigo 22.o
Registo individual O presente diploma entra em vigor no dia seguinte
ao da sua publicação.
Os tribunais que julguem os recursos das decisões
que apliquem coimas devem remeter à DGPA cópia Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 27
das respectivas decisões, para os efeitos previstos no de Janeiro de 2005. — Pedro Miguel de Santana
artigo 32.o do Decreto-Lei n.o 278/87, de 7 de Julho, Lopes — Álvaro Roque de Pinho Bissaya Barreto — Paulo
na redacção dada pelo Decreto-Lei n.o 383/98, de 27 Sacadura Cabral Portas — Daniel Viegas Sanches — Car-
de Novembro. los Henrique da Costa Neves.
Artigo 23.o Promulgado em 4 de Abril de 2005.
Continuidade dos serviços Publique-se.
Os serviços inerentes à primeira venda continuam a O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
ser prestados pela universalidade de pessoas e bens que
actualmente os assegura. Referendado em 7 de Abril de 2005.
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
Artigo 24.o Sousa.
Regiões Autónomas

A aplicação do disposto no presente diploma às


Regiões Autónomas será feita com as devidas adap-
tações. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, INOVAÇÃO
Artigo 25.o E ENSINO SUPERIOR
Normas transitórias
Decreto-Lei n.o 82/2005
1 — Mantêm-se transitoriamente em vigor as Porta-
rias n.os 9/89, de 4 de Janeiro, e 506/89, de 5 de Julho, de 20 de Abril
com as necessárias adaptações decorrentes do disposto
Na sequência do requerimento apresentado pela
no presente diploma.
COFAC — Cooperativa de Formação e Animação Cul-
2 — A habilitação e as remissões das portarias refe-
tural, C. R. L., no sentido do reconhecimento do inte-
ridas no número anterior respeitantes ao Decreto-Lei
resse público do Instituto Superior Politécnico do Oeste;
n.o 304/87, de 4 de Agosto, consideram-se feitas para
Instruído o processo nos termos da lei;
as normas correspondentes do presente diploma.
Considerando o disposto no Estatuto do Ensino Supe-
3 — Até à entrada em vigor das taxas de primeira
rior Particular e Cooperativo, aprovado pelo Decreto-
venda, a que se refere o artigo 13.o, são devidas as taxas
-Lei n.o 16/94, de 22 de Janeiro, alterado, por ratificação,
previstas na legislação revogada, praticadas à data da
pela Lei n.o 37/94, de 11 de Novembro, e pelo Decre-
entrada em vigor do presente diploma.
to-Lei n.o 94/99, de 23 de Março, e na Lei n.o 1/2003,
de 6 de Janeiro:
Artigo 26.o Assim:
Norma revogatória Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Com a entrada em vigor do presente diploma, são
revogados:
Artigo 1.o
a) O Decreto-Lei n.o 304/87, de 4 de Agosto, com Estabelecimento de ensino
as alterações introduzidas pelos Decretos-Leis
n.os 281/88, de 12 de Agosto, e 237/90, de 24 É reconhecido o interesse público do Instituto Supe-
de Julho, pelo artigo 2.o do Decreto-Lei rior Politécnico do Oeste (ISPO).

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