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3 UNIDADE 1 - Introdução
5 UNIDADE 2 - Religião
5 2.1 O que é e porque estudar religião
SUMÁRIO
24 4.1 Budismo
24 4.2 Hinduísmo
25 4.3 Taoísmo
25 4.4 Xintoísmo
26 4.5 Confucionismo
28 5.2 O Judaismo
28 5.3 O Cristianismo
30 5.4 O Islamismo
37 7.2 Zoroastrismo
UNIDADE 1 - Introdução
Sabemos que a religiosidade é uma das aqui, a crença em um “pai” comum e cria-
nossas características peculiares. Até mes- dor, a qual é observada em muitas culturas,
mo aqueles que se consideram ateus e ag- e que na qual o ser humano sempre tem um
nósticos também tem suas justificativas e tratamento especial no momento da cria-
defesas para o serem, portanto, a religião ção, por meio do qual o criador modela o ser
nos lhes passa desapercebida. humano lhe conferindo alma, vida e pensa-
mento.
Dos primeiros símbolos que nos colo-
cavam em contato com o ser supremo até É interessante perceber por meio das
os dias atuais muita coisa mudou e hoje narrativas de diversos povos que as ideias
desenvolvemos uma capacidade mais ra- de justiça e bondade são inerentes ao cria-
cional de analisar, refletir e respeitar as dor sendo ele incorruptível, e desse modo,
diversas crenças que existem ao longo do o mal só poderia surgir das criaturas. O que
Planeta Terra. claramente pode ser visto em nossa socie-
dade de maioria cristã.
Segundo Domezi (2011), as tradições
religiosas antigas estão muito vivas em O xamanismo, vindo dos povos siberia-
nosso quotidiano. Basta que pousemos nos da Ásia Setentrional (portanto, muito
um olhar mais minucioso e analítico sobre antiga) é outra das características mais
a nossa sociedade para que elementos pe- presentes em nossa sociedade. É uma filo-
culiares das religiões possam ser identifi- sofia de vida e visa o reencontro do homem
cados. com os ensinamentos e fluxos da natureza
e com seu próprio mundo interior.
Uma primeira destas características é
facilmente notada no culto aos mortos, Apesar de sermos um país multicultural,
pois o mistério inerente ao fim da vida é habitado praticamente desde a descober-
sem dúvida uma das maiores realidades ta por povos vindos da África, pouco sabe-
que causam até hoje perplexidade nas pes- mos das religiões tribais que são de origem
soas. É em outras palavras o limite intrans- primitiva, nas quais suas tradições são
ponível do ser humano nessa questão que transmitidas de maneira oral por meio de
o impulsiona a encontrar sentido para isso contos, mitos, rituais, festas e fábulas; to-
no “além”. das contendo uma visão de mundo, lingua-
gem e organização próprias. O que tam-
Outra característica é o animismo que
bém pode de certa forma englobar quase
se resume em uma forma antiga de reli-
que todas as outras religiões por estarem
gião que acredita em uma força maior, uma
fundadas sobre o mesmo terreno.
energia sobrenatural que parte de alguém
ou de algo que não o próprio crente. Algo Enfim, são religiões que mantém certos
que extrapola a realidade visível, mas que princípios que norteiam muitas de nos-
está presente em tudo e em todos. sas mais basilares leis como, por exemplo,
o senso de comunidade e solidariedade,
Não se pode também deixar de citar
apreciação dos valores e critérios tradicio-
4
UNIDADE 2 - Religião
existência”, com a profundidade que es- fenômeno tendo em conta suas tensões
capa ao burburinho tranquilo das coisas e polarizações constitutivas. O objetivo
familiares (TEIXEIRA, 2014). proposto é o de observar a conduta dos
sujeitos e das instituições, com particular
Em discussões sobre perspectivas psi-
atenção aos aspectos subjetivos.
cológicas sobre religião, enfrentamento
e cura, Paiva (2007) pontua que o com- Como indicou com acerto Edênio Valle
portamento religioso é variado em sua (1998 apud TEIXEIRA, 2014), ainda que
significação. Em outras palavras, como reconhecendo os inúmeros desacordos
as formas religiosas são históricas, a psi- que dividem os praticantes dessa disci-
cologia só se aplicará com competência a plina, a aproximação psicológica ao fe-
uma modalidade religiosa se apreender nômeno religioso guarda alguns traços
seu sentido. Numa cultura, por exemplo, importantes:
em que saúde e doença são considera-
As definições deixam claro que as
das holisticamente extensões da relação
religiões reais – com seu peso institu-
com a divindade, como na antiguidade
cional e sócio-histórico – e a religiosi-
organizada ao redor da religião (VERGO-
dade, sua face subjetiva, acontecem
TE, 2001), a cura só pode ser religiosa,
no jogo das múltiplas relações que se
pela definição dos termos.
estabelecem entre o sujeito religio-
Por outro lado, numa cultura moderna, so, o grupo religioso ao qual se afilia
em que se reconhece a autonomia dos di- e o universo das crenças e valores
versos segmentos da vida individual e so- vigentes naquela dada sociedade,
cial, a saúde e a doença não têm de passar grupo ou época, considerados, inclu-
pela definição religiosa ou, se o fazem, é sive, seus respectivos modelos civi-
num sentido bastante peculiar. Se tomar- lizatórios e respectivos estágios de
mos o caso do cristianismo, encontrare- desenvolvimento tecnológico-cien-
mos entendimentos diversos dessa rela- tífico e político-organizativo. Neste
ção na antiguidade e na modernidade. O contexto de extraordinária comple-
interessante é que subsistem em geral xidade, o psicólogo tenta chegar à
nas pessoas dimensões antigas e moder- opção vivencial e à realidade psicoló-
nas, de modo que idealmente às vezes gica e humana dos indivíduos, assim
nos comportamos como pré-modernos, como essa aparece em seu compor-
vendo por exemplo na saúde a bênção tamento religioso (VALLE, 1998, p.
de Deus e na doença sua punição, e às 260 apud TEIXEIRA, 2014).
vezes como modernos, vendo na saúde o
O olhar psicológico, aninhado num
resultado de feliz disposição genética, de
ramo específico das ciências da religião,
recursos econômicos e de conhecimento
busca examinar os fenômenos e manifes-
para cuidar da higiene e da alimentação
tações religiosas tendo em vista a polifo-
(PAIVA, 2007).
nia de suas dimensões comportamentais.
Num viés mais metodológico, diz Tei- É, porém, um olhar que se encontra ainda
xeira (2014) que a abordagem psicológi- em estágio de construção, mesmo com
ca da religião busca uma aproximação do uma história que já soma quase cento e
9
cinquenta anos. Esse caminho veio re- Religião, instrumentando-a com novos
centemente traçado por Jacob Belzen, da atributos para conhecer o sujeito religio-
Universidade de Amsterdã, que sintetiza so tanto a partir de fora como de dentro
de forma muito feliz os passos até agora de sua prática religiosa (TEIXEIRA, 2014).
percorridos pela Psicologia da Religião. A
Por fim, no viés antropológico, ao ini-
forma como se concebeu ou se exerceu
ciar estudos sobre a Antropologia da Re-
esse campo temático foi muito diversifi-
ligião, Oliveira (2012) nos apresenta dois
cada: ora se firmou a serviço do religioso,
textos que revelam o quanto as religiões
ou então a serviço da crítica à religião ou
significam para a humanidade.
do conhecimento científico. Perspectivas
que se vinculam a um dos três caminhos Vejamos:
são recorrentes. Mas uma outra perspec-
tiva, sublinhada por Belzen, vem também 1) À primeira vista, pode-se pensar
se firmando, e é bem sugestiva. Trata-se que todos saibam o que significa a pala-
do caminho nomeado como “Parecerista” vra religião e religioso. Talvez tal pressu-
(do alemão Rezensentin). posição esteja certa enquanto se refere
às manifestações mais ostensivas. Mas
Para usar uma metáfora do mundo da quando se trata de precisar a essência
música, esta perspectiva tem como foco da religião logo surgem dificuldades sem
principal a atenção desperta para os que fim. Quem poderá fixar os limites entre o
praticam a música, no caso, os executan- verdadeiramente religioso e o puramen-
tes da religião. E o autor justifica esta te cultural, folclórico ou social? [...]. Se
posição: “Os psicólogos da religião que compararmos o fenômeno religioso com
exercem sua profissão como Pareceris- o fenômeno social ou similar, podemos
tas sobre uma religião ou comportamen- dizer que designamos a estrutura espe-
to religioso não se sentem chamados a cial do homem definida por sistema de
escrever sobre religião em geral, mas sim relações com os outros homens [...]. No
sobre um comportamento religioso con- fundo de toda a situação verdadeiramen-
creto” (BELZEN, 2013, p. 326-7). te religiosa, encontra-se a referência aos
fundamentos últimos do homem: quanto
Esse modo de procedimento é distin-
à origem, quanto ao fim e quanto à pro-
to de certa concepção exteriorista ou
fundidade. O problema religioso toca o
neutra, bem vigente neste campo, que
homem em sua raiz ontológica. Não se
destaca o pesquisador do objeto de seu
trata de fenômeno superficial, mas impli-
estudo em vista de uma maior cientifi-
ca a pessoa como um todo. Pode caracte-
cidade. Ao contrário, os que seguem a
rizar-se o religioso como zona do sentido
nova orientação estão bem cientes da
da pessoa. Em outras palavras, a religião
importância de uma maior aproximação
tem a ver com o sentido último da pessoa,
da religiosidade particular para uma in-
da história e do mundo (ZILLES, 2004, p.
terpretação correta das manifestações
5-6).
subjetivas do exercício da religiosidade.
Esta nova ocular vem assim recuperar a 2) Para entender a condição humana
dimensão hermenêutica da Psicologia da nos seus aspectos mais profundos e mis-
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teriosos, nós certamente devemos levar “enquanto atitude daquele que confere
em conta a religião. Esta ajuda a formar caráter absoluto ao seu ponto e vista”
estruturas imaginativas e elementares (BOFF, 2002) que vem crescendo sobre-
sobre como nos orientamos ou deverí- maneira desde meados do século XX, nos
amos nos orientar no cosmos. A religião faz atentar para a necessidade de buscar
dá forma e ensaia no ritual nossos mais explicações da realidade mais concretas
importantes laços, uns com os outros e e pluralistas e fugir um pouco a esse sen-
com a natureza, e provê a lógica tanto ao timento de saber dominante, caracterís-
porque destes laços serem importantes tico do fundamentalismo.
como ao o que significa estar comprome-
Nesse sentido, a Antropologia da Reli-
tido com eles (NEVILLE, 2005, p. 37).
gião nos ajuda a compreender como o ser
Sendo uma realidade que toca o ser humano foi e continua sendo visto por
humano na essência de seu ser e de sua ele mesmo e por uma das suas mais signi-
existência, ela não pode deixar de ser ficativas e originais manifestações, a re-
analisada no âmbito acadêmico como ligião. Não se trata de fazer uma análise
veremos adiante. Além disso, a religião de cada uma das religiões, mesmo aque-
tem uma relação toda especial com o ser las mais conhecidas. Na Antropologia da
humano, bem diferente de outros fenô- Religião, faz-se uma análise científica do
menos antropológicos. Ela, por exemplo, fenômeno religioso, enquanto experiên-
está na raiz de muitas normas e valores cia antropológica, isto é, do ser humano
da nossa sociedade; influi na compreen- (OLIVEIRA, 2012).
são que os seres humanos têm de si mes-
Na análise das diversas visões antro-
mos e na identidade de muitos povos e
pológicas advindas das diferentes cul-
nações.
turas e religiões há um esforço para se
Para um número muito grande de pes- perceber a riqueza de cada uma delas,
soas, a religião oferece motivação para desfazendo preconceitos, reconstruin-
viver, ajuda a resolver problemas huma- do nosso pensar, mesmo sem renunciar à
nos sérios e dá respostas para muitas necessária crítica.
questões (LEMOS, p. 129-142).
Pode-se, então, dizer que a Antropo-
Somente por essa condição já podería- logia da Religião é uma antropologia da
mos encerrar nossas considerações acer- transcendência, no sentido que produz
ca de suas relações com a Antropologia, significados para além daquilo que se dá
mas vamos caminhar só um pouco mais. no cotidiano. Não é apenas um retorno às
tradições religiosas, mas a interpretação
Concordamos com Silva Junior (2005)
dessas, visando a percepção de novas re-
ao inferir que ter um olhar antropológico
alidades que vão surgindo dentro delas, a
para as relações humanas – dentre elas
partir do seu contato com a modernidade
a religião – é mergulhar nestas relações
e a pós-modernidade. O que se quer com
como elas se dão nas suas diferenças
a Antropologia da Religião não é tan-
culturais, históricas, econômicas, políti-
to conhecer as causas e dar explicações
cas e psicológicas e o fundamentalismo,
para o fenômeno religioso, mas estudar
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(século V-VI), que distingue entre teologia giu a questão dos sentidos da Escritura.
apofática (negativa), catafática (afirmati- E quando pagãos atacam o cristianismo,
va) e mística. os padres saem em sua defesa (apologé-
tica). Defendem sua moralidade e, a par-
Santo Agostinho (354-431) ainda pre-
tir de Justino, teólogo leigo, também sua
fere falar de “doutrina cristã” para refe-
racionalidade passa a ocupar, cada vez
rir-se ao conjunto dos mistérios cristãos,
mais, um lugar central, como já é o caso
pois o uso do termo teologia, no Ocidente,
do Contra Celso, de Orígenes (185-253). À
demorou mais para ser introduzido. Os la-
teologia atribui-se a função de defender a
tinos preferiam outros termos como doc-
coerência e a credibilidade do cristianismo
trina sacra, sacra scriptura, sacra pagina,
perante as razões religiosas e filosóficas
entre outros. A teologia nasce no interior
do paganismo. Para isso, a fé cristã é tra-
da fé. Por sua própria natureza, a fé aspira
duzida para dentro da cultura e linguagem
a ver, a compreender.
filosóficas do helenismo.
No período do século IV ao VII, os pa-
A exegese e a catequese expressam-
dres assumiram as ideias fundamentais
-se em linguagem, elaborando conceitos,
de Platão, do neoplatonismo, do estoicis-
buscando as razões do cristianismo, como
mo e da gnose, enquanto não contradi-
exigências internas da própria fé. Passa
zem a revelação. Assim, desenvolveu-se
a distinguir-se entre fé e conhecimento
a doutrina da graça (Agostinho), da Trin-
(gnosis), entre sabedoria e conhecimento,
dade e da Cristologia. Depois de um longo
para responder às exigências intelectuais
intervalo de silêncio, Anselmo de Cantuá-
do próprio crente. Assim, aos poucos, a
ria (1033-1109), a Escola de São Victor e
teologia se organiza como esforço da in-
Pedro Abelardo (1079-1142) desenvolve-
teligência especulativa. Dependendo das
ram uma teologia crítica da Igreja e da fé.
fontes escriturísticas, tratadas pela exe-
Pedro Lombardo (1100-1160) reuniu seus
gese, surge uma nova organização, uma
resultados no Comentário das Sentenças,
nova armadura intelectual (a teologia),
que se tornou o manual de teologia dog-
em busca de uma autocompreensão es-
mática até a alta escolástica. A teologia
peculativa da fé, forjando uma linguagem
chega a um ponto alto com os francisca-
oficial da Igreja. Desse modo, ao introdu-
nos Boaventura (1217-1274) e J. Duns Sco-
zir termos não bíblicos (consubstancial)
tus (1266-1308) e com o aristotelismo as-
na profissão de fé pública, o Concílio de
sumido pelos dominicanos Alberto Magno
Niceia (325) já provou que o trabalho teo-
(1193-1280) e Tomás de Aquino (1224-
lógico é importante na Igreja.
1274).
Tornou-se clássica a formulação con-
Continuando com as sábias e explicati-
densada de Santo Anselmo de Cantuária
vas palavras de Zilles, na patrística, a ca-
com a qual quis intitular a obra que, mais
tequese em preparação à iniciação cristã
tarde, chamaria Proslogion: fides quae-
exigia que se interpretassem e comentas-
rens intellectum. Anselmo propõe-se a
sem os textos canônicos (como testemu-
tarefa de “crer para compreender” e “com-
nhos normativos) às pessoas ainda não
preender para amar”.
iniciadas na fé cristã. Por isso, cedo sur-
14
razão do crente – credo ut intelligam, pois vez, chamados “cristãos” (cf. At 11, 26). A
o teólogo é um crente que reflete, critica- partir das sinagogas e comunidades judai-
mente, sobre sua fé. cas helenizadas, expandiu-se o cristianis-
mo fora do contexto judaico tradicional.
Enfim, a teologia é o esforço humano
Por fim, o cristianismo expandiu-se até
por compreender melhor a Revelação, que
Roma, alcançando as fronteiras do Impé-
é histórica e é transmitida pela Igreja em
rio Romano, no contexto do mundo gentio
atos históricos. Ela se realiza em sucessão
ou pagão.
histórica, implicando sempre, e essencial-
mente, um momento transcendental. Ela O mundo no qual o cristianismo antigo
compromete o testemunho de seu autor se expandiu, apesar de sinais de decadên-
enquanto se apresenta como apelo e ta- cia, era um mundo vigoroso. No século I da
refa, e não simplesmente como doutrina a era cristã, a civilização romana, herdeira
conhecer (ZILLES, 2013). da civilização helenística, tinha alcançado
sua plena expansão. É o período do império
3.1 O cristianismo na anti- de Augusto (30 a.C.) e Tibério (14-37d.C.).
Roma estende seu domínio civilizador,
guidade com a pax augusta, uma paz militarizada,
De maneira geral, por cristianismo an- aos confins do Oriente. No século II, com
tigo entende-se o cristianismo dos qua- os imperadores Antoninos, ainda temos
tro primeiros séculos da Era Cristã, cujo a ordem, o direito e uma administração
período vai desde o nascimento da Igreja, eficaz, dentro de um Estado relativamen-
no evento Pentecostes (cf. At 2), em que te liberal. Mesmo com a grande crise do
os discípulos de Jesus Cristo receberam o século III, sob Diocleciano (284-305), sua
Espírito Santo para anunciar o seu Evan- história ganha um novo impulso: em seu
gelho (c. 30 d.C.) até a queda do Império governo instaura-se uma monarquia ab-
Romano do Ocidente (476 d.C.). Esse pe- soluta, apoiada em um poderoso aparelho
ríodo de quatro séculos e meio é dividido, administrativo (OSA, 2014).
por sua vez, em duas grandes etapas: da
pregação apostólica (c. 30 d.C.) à “guinada Muitas culturas, muitos povos, muitos
constantiniana” (313 d.C.) ou até o Con- deuses. O Império romano tinha grande
cílio de Niceia (325) e daí até a queda de tolerância pela religião dos povos domina-
Roma (476 d.C.) (OSA, 2014). dos. Tinham até em Roma um “panteão”,
um templo para todas as divindades do
A maioria dos discípulos e discípulas de Império. Os romanos exigiam apenas que
Jesus era constituída de judeus. A primei- se observasse o culto imperial, de caráter
ra expansão do cristianismo deu-se nesse cívico, com suas cerimônias públicas, das
ambiente, a língua, costumes, tradições, quais todos os cidadãos do Império deve-
práticas judaicas foram reinterpretadas à riam participar, para oferecer sacrifícios
luz da mensagem de Jesus. Desde o século e rezar pelo Imperador: dominus ac divus
II a.C., os judeus encontravam-se espalha- (senhor e deus). A religião oficial era a
dos pelo mundo helenizado (diáspora). Em base da unidade imperial. Atentar contra
Antioquia, capital da província da Síria, os ela era crime. Os cristãos, ao afirmarem
seguidores de Cristo foram, pela primeira
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que seu único Senhor era o Cristo, passa- culo I um movimento de caráter sincrético,
ram a ser considerados suspeitos, estra- que amalgamou elementos de muitas tra-
nhos e inimigos do Estado. dições culturais, religiosas e filosóficas.
Era o gnosticismo: através da gnose, um
Num mundo marcado por muitas inse-
conhecimento superior, revelado aos ca-
guranças, miséria, opressão e escravidão,
pazes desse conhecimento, os gnósticos,
proliferavam muitas religiões vindas do
o homem podia conhecer os mistérios do
Oriente e que se tornaram muito popula-
mundo divino e salvar-se. No século II e III
res. Eram os cultos de Hórus, Ísis e Osíris
há uma explosão de seitas e grupos gnós-
(Egito); Mitra (Pérsia); Asclépio e Esculá-
ticos, existentes tanto entre os pagãos,
pio estavam entre os deuses “salvadores”
como entre os judeus e cristãos.
mais populares. Essas religiões tinham um
caráter iniciático: exigiam conversão ou Jesus anunciou e inaugurou a Boa Nova
uma passagem, um novo nascimento, um do Reino num contexto plural. Sua men-
período de iniciação nos “mistérios” e uma sagem difundiu-se num mundo plural. Sua
cerimônia de iniciação. Os “iniciados” in- mensagem e sua pessoa, sua vida foram
gressavam na “fraternidade”, tornavam- transmitidas, primeiramente, numa men-
-se irmãos, associados à divindade, sua talidade semítica, tendo depois de buscar
vida ganhava um novo sentido, era-lhes uma linguagem helenizada para se fazer
prometida a eternidade. O Império tra- compreender e daí, sucessivamente, ger-
tava-as como superstitio, religio nova, e mânica, céltica, entre outras. É natural
considerava-as ilícitas. O cristianismo foi que houvesse diferentes interpretações
classificado como uma dessas religiões. de sua pessoa e sua obra. Já no Novo Tes-
tamento encontramos várias “teologias” e
Os filósofos consideravam o politeísmo
advertências contra os anticristos, falsos
uma “alegoria” das realidades superio-
profetas. Dentre as primeiras “escolhas”
res, que eles tinham superado através do
parciais (“heresias”), que não davam con-
exercício da ascese e da razão, em busca
ta de compreender corretamente Jesus
da verdadeira doutrina ou filosofia. Mui-
Cristo e sua mensagem ou que extrapo-
tos sistemas filosóficos procuravam res-
lavam seu conteúdo, encontramos os do-
ponder às grandes questões das origens e
cetas (Jesus tinha “aparência” de homem,
finalidade do universo, de todas as coisas,
negavam portanto sua “humanidade”) e
dos problemas ligados ao homem e suas
os ebionitas (era o Messias, um homem
relações na polis e com o mundo divino,
vindo de Deus, mas não o Filho de Deus,
do significado da justiça, da felicidade,
negavam sua “divindade”). Em torno des-
da imortalidade. Normalmente postula-
sas duas verdades proclamadas e da ma-
vam a existência de um Deus, princípio
neira de viver e praticar a mensagem de
ou causa transcendente, com um mundo
Jesus, surgiram, nos três primeiros sécu-
superior, imaterial. Não poucas pessoas
los, muitas heresias e dissensões ou cis-
vindas desse universo cultural buscarão a
mas: gnosticismo (vários ramos), monta-
“verdadeira filosofia”, que encontrarão no
nismo, milenarismo, subordinacionismo,
cristianismo.
adocionismo, modalismo, maniqueísmo,
Nesse universo plural, despertou no sé- entre tantas outras (OSA, 2014).
17
deuses gregos e lhes deram nomes roma- mãos”, ele zomba das crenças dos egípcios
nos. Assim, para os romanos, Júpiter era e dos babilônios. Esses povos pagãos não
igual a Zeus, deus do firmamento; Minerva podiam imaginar que o Universo cumpris-
equivalia à Atena como deusa da sabedo- se um plano divino total.
ria: Netuno correspondia a Posêidon como
Os egípcios também associavam seus
deus do mar; e assim por diante. Em outras
deuses a fenômenos da natureza: Shu
palavras, a ideia que se tinha do deus era a
(ar), Rê/Hórus (Sol), Khonsu (Lua), Nut
mesma; apenas o invólucro cultural era di-
(firmamento), e assim por diante. A mes-
ferente. Assim, uma cultura antiga podia
ma tendência aparece na adoração hitita
absorver a religião de outra sem mudar
de Wurusemu (deusa do Sol), Taru (tem-
a marcha nem interromper o passo. Cada
pestade), Telipinu (vegetação), e diversos
cultura não só reivindicava os deuses de
deuses de montanha. Entre os cananeus,
uma civilização anterior, reclamava como
El era o sumo deus do céu, Baal era o deus
seus os mitos da outra, introduzindo ape-
da tempestade, Yam era o deus do mar, e
nas mudanças insignificantes.
Shemesh e Yareah eram os deuses do Sol
Os principais deuses, muitas vezes es- e da Lua respectivamente. Por causa des-
tavam associados a algum fenômeno na- sa desnorteante linha de divindades da
tural. Assim. Utu/Shamash é a um tempo o natureza, o pagão jamais poderia falar de
Sol e o deus do Sol; Enki/Ea é tanto o mar um “universo”. Ele não fazia ideia de uma
como o deus do mar; Nanna/Sin é a Lua e força central que a tudo une, e pela qual
também o deus da Lua. As culturas pagãs todas as coisas existem. O pagão acredi-
não faziam distinção alguma entre um tava viver num “multiverso”.
elemento da natureza e a força por trás
Outro traço comum da religião pagã
desse elemento. O homem antigo lutava
era a iconografia religiosa ou adoração de
contra as forças naturais que ele não po-
imagens (fabricação de imagens ou totens
dia controlar, forças que poderiam ser ou
para adoração). Todas essas religiões ado-
benéficas ou malévolas. Chuva em quanti-
ravam ídolos: só Israel era oficialmente
dade suficiente garantia uma safra abun-
anicônica (isto é, não tinha imagens, não
dante, mas chuva em demasia destruiria
tinha nenhuma representação pictórica
essa colheita. A vida era de todo imprevi-
de Deus). O segundo mandamento proi-
sível, especialmente levando-se em conta
bia imagens de Jeová, como os bezerros
que os deuses eram considerados como
de Arão e de Jeroboão (Êxodo 32: 1 Reis
caprichosos e excêntricos, capazes de fa-
12:26ss.).
zer o bem ou o mal. Os seres humanos e
os deuses participavam do mesmo tipo de Mas religião anicônica nem sempre era
vida; os deuses tinham a mesma sorte de a história toda. Os israelitas adoraram
problemas e frustrações que os seres hu- ídolos pagãos enquanto na escravidão do
manos. Este conceito chama-se marasmo. Egito (Josué 24:14), e muito embora Deus
banisse seus ídolos (Êxodo 20:1-5), os
Desse modo, quando o Salmo 19:1 diz:
moabitas induziram-nos de novo à idola-
“Os céus proclamam a glória de Deus e o
tria (Números 25:1-2). Idolatria foi a mina
armamento anuncia as obras das suas
dos diligentes de Israel em diferentes pe-
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atuando como representante do deus zeram isso. Alguns dos principais deuses
numa refeição ritual, num casamento ou egípcios enquadram-se nesta categoria,
num combate. Essa era a religião oficial. como por exemplo Atum, que expressa o
conceito de universalidade. O nome Amon
Os deuses da religião oficial estavam
significa “escondido” — os egípcios pensa-
por demais afastados do homem local
vam que ele era um deus sem forma, in-
para que tivessem algum valor prático.
visível, que podia estar em qualquer par-
O Egito antigo dividia-se em distritos te e qualquer pessoa podia adorá-lo. Por
chamados nomes. Nos primeiros tempos esse motivo, mais tarde eles enxertaram
do Egito havia 22 destes no Alto Egito (a a ideia de Amon em Rê, e o deus passou a
região Sul) e vinte na área do delta ao Nor- ser Amen-Rê, “o rei da eternidade e guar-
te. Cada nome tinha uma cidade-chave ou da dos mortos”. Os templos mais maciços
capital e um deus local que era cultuado da história egípcia foram construídos em
nesse território. Igualmente na Mesopo- honra de Amen-Rê em Camaque. A deusa
tâmia, cada cidade era consagrada a um Maat era outra ideia que se tornou deus
deus ou deusa. entre os egípcios. Supunha-se que ela
personificava a verdade e a justiça e era
No Oriente Próximo antigo, a religião
a força cósmica da harmonia e da estabi-
oficial era orientada para o estado, en-
lidade.
quanto a religião popular era orientada
para a localidade geográfica. O homem Os cananeus representavam a verdade
antigo não via incompatibilidade entre e a justiça mediante os deuses Sedeque e
crer em deuses “lá do alto” e “cá de bai- Mishor, que deviam estar sob as ordens do
xo” — todos competindo por sua atenção deus She-mesh. Todavia, muito embora os
e sujeição ou prestação de serviços. Este pensadores pagãos pudessem lidar mais
era o reconhecimento parcial do problema facilmente desse modo com essas ideias,
último da imanência e da transcendência. poucos dos deuses estiveram à altura dos
ideais dos pensadores, segundo a lenda. A
Eis que os antigos começaram a afas-
religião dos cananeus deu continuação ao
tar-se da superstição pura e deificaram
antigo desejo de harmonia sexual com a
vários ideais abstratos sob os nomes de
natureza, o que estimulava especialmen-
deuses antigos.
te os rituais obscenos.
Na Mesopotâmia, “Justiça” e “Retidão”
A verdade é que na antiguidade, as re-
aparecem como divindades menores no
ligiões pagãs da Mesopotâmia nunca sa-
cortejo de Utu/Shamash, o deus do Sol;
íram de seu molde politeísta. W. W. Hallo
eram chamadas Nig-gina e Nig-sisa, res-
(1971 apud PACKER, TENNEY e WHITE Jr,
pectivamente. O “chefe” delas era Sha-
2002), estudioso das religiões antigas,
mash, o deus mesopotâmio da lei. Os pen-
fala da “antipatia intransponível com rela-
sadores antigos imaginavam essas ideias
ção a um monoteísmo exclusivo” da parte
abstratas como deuses, de preferência a
dos mesopotâmios. A mesma coisa pode
tratar com as próprias ideias.
se dizer de outros povos da antiguidade:
Os egípcios, mais do que ninguém, fi- persas, cananeus, gregos e romanos.
23
O Egito, também politeísta, foi exce- no Egito, Grécia e Roma Antigas e outras
ção em sua décima oitava dinastia. O fa- civilizações. As principais divindades são
raó Amenotepe (Amenófis) IV (1387-1366 geralmente ligadas às forças da natureza,
a.C.) proscreveu a adoração de todos os são antropomórficas e imortais.
deuses, exceto Aton (o “disco solar”), e
O politeísmo foi deixado de lado com o
depois mudou seu próprio nome para Akh-
avanço do cristianismo, religião monoteís-
naton. Antes de Akhinaton, as divindades
ta (crença em um único deus), e atualmen-
egípcias muitas vezes se haviam fundido
te é encontrado em religiões ou cultos de
ou ligado com um único deus-conceito
origem africana.
(geralmente Rê): isto, porém, não é mono-
teísmo. Mas os egípcios chamavam o deus No entanto, existe uma discussão em
Aton de “único deus, que não tem outro relação ao monoteísmo do cristianismo.
igual”. Isso tinha efeitos políticos de lon- Para alguns estudiosos, o cristianismo é
go alcance e não poderia ter sido realizado politeísta, pois prega a crença na Santís-
sem o apoio do exército e dos sacerdotes. sima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo)
Mas a religião de Akhinaton estava lon- (PACIEVITCH, 2015).
ge de dizer: “Ouve. Israel, o Senhor nosso
Deus é o único Senhor” (Deuteronômio
6:4). A “reforma” de Aklinaton foi, contu-
do, de curta duração, e seus sucessores
purgaram o Egito dessa “heresia”. O anti-
go sacerdócio político voltou ao poder e
deu apoio ao seu próprio faraó.
Guarde...
É chamada de politeísmo, a crença na
existência de diversos deuses, comum
24
UNIDADE 4 - Religiões com Berço no
Oriente Extremo
4.1 Budismo de nascimento e morte é quebrado, por
onde se obtém completa compreensão da
O Budismo originou-se na Índia, mas
vida. Na prática Vajrayana e Zen, reconhe-
ao longo os séculos rapidamente migrou
ce-se que a Iluminação pode ser alcança-
e se expandiu por grande parte do orien-
da nesta vida atual! (AMCBR, 2015).
te extremo, sendo uma das mais antigas
e maiores religiões do mundo. Nasceu de
ensinamentos dados há aproximadamen-
4.2 Hinduísmo
te 2.500 anos atrás por Gautama Buda, “O O hinduísmo é a mais antiga de todas
Despertado” ao norte da Índia. as maiores religiões do mundo. Algumas
tradições do hinduísmo remontam a mais
Um dos fundamentos principais do de 3 mil anos. Ao longo dos séculos, no en-
Budismo foi definido pelo Buda como as tanto, seus seguidores – chamados hindu-
Quatro Verdades Nobres. Isto é, a vida é ístas – vêm aceitando muitas ideias novas
sofrimento. O sofrimento é causado por e acrescentando-as às antigas. Mais de
afeições e aversões, embora haja uma 800 milhões de pessoas praticam o hin-
maneira de escaparmos deste sofrimen- duísmo em todo o mundo. A maioria delas
to. O fim do sofrimento é a Iluminação que vive na Índia, onde essa religião começou.
pode ser alcançada através da prática do
Budismo (AMCBR, 2015; SILVA, 1999). Segundo a Enciclopédia Escolar Bri-
tannica (2015), o hinduísmo não teve um
Desde o tempo de Buda, esta religião fundador e não possui uma organização
cresceu e se desenvolveu em três ramos central. Ninguém criou uma relação de
principais. Os ramos Mahayana e Hinaya- crenças que todos os hinduístas devam
na dão enfoque ao Budismo como reli- seguir. Mas todos os hinduístas respeitam
gião e código moral da mesma maneira os Vedas, um conjunto antigo de textos
que o Cristianismo é adotado no ociden- sagrados.
te. O terceiro ramo principal do Budismo
é o Vajrayana, bastante parecido com o Os hinduístas acreditam num poder es-
Budismo Zen Japonês, conhecido como o piritual chamado brāman. Brāman é a fon-
“caminho curto”. Em Zen e Vajrayana, o te de toda existência e está presente em
Budismo não é visto como religião per se, tudo e em todos os lugares. A alma huma-
mas como um estilo de vida. na, chamada atman, faz parte do brāman
universal. Em geral, os hinduístas acredi-
As práticas gêmeas de meditação e tam que quando alguém morre, a atman
consciência plena são utilizadas para o al- renasce em outro corpo. Para eles, uma
cance da Iluminação com extrema rapidez. alma pode voltar muitas vezes na forma
O praticante usa todos os aspectos de sua humana, animal ou até vegetal. Essa ideia
vida diária como instrumentos para pro- é conhecida como reencarnação. O ciclo
gredir no caminho da Iluminação. A Ilumi- de renascimento continua até que se acei-
nação é um estado através do qual o ciclo te que a atman e o brāman são a mesma
25
coisa. A maioria dos hinduístas acha que na meditação o caminho espiritual por ex-
libertar-se desse ciclo é o objetivo mais celência.
elevado da pessoa.
O Taoísmo é uma tradição espiritual mi-
Os hinduístas devem agir de acordo lenar de origem chinesa. O ensinamento
com o princípio da ahimsa, que quer dizer filosófico e a prática espiritual (medita-
“não violência”. Isso significa que nunca se ção, alquimia e rituais), são praticados na
deve desejar causar dano a alguém ou a Sociedade Taoísta do Brasil, oficialmente
alguma coisa. Eles acham que muitos ani- ligada e reconhecida pela Sociedade Tao-
mais são sagrados, em especial a vaca. Os ísta da China. Fundada em 1990 pelo sa-
hinduístas piedosos são vegetarianos. cerdote Wu Jyh Cherng, que trouxe o puro
conhecimento da tradição, adquirido com
Os hinduístas adoram muitos deuses. O
os mais representativos mestres ilumina-
deus Vishnu é considerado protetor e pre-
dos vivos.
servador da vida. O deus Shiva representa
as forças que a criam e também a destro-
em. A deusa suprema é chamada mais co-
4.4 Xintoísmo
mumente de Shakti. Como Shiva, ela pode Segundo apontamentos de Machado
ser bondosa ou feroz, dependendo da sua (2015), Xintoísmo é a única religião que
forma. Os três principais ramos do hindu- pode ser considerada genuinamente japo-
ísmo moderno distinguem-se pela devo- nesa, tendo origens mesclando-se com a
ção a Vishnu, Shiva e Shakti. (ENCICLOPÉ- do próprio povo japonês. Há dois milênios
DIA ESCOLAR BRITANNICA, 2015). percebe-se sua predominância no misti-
cismo do país. A denominação adaptada
4.3 Taoísmo do chinês xin-tao, que significa “via dos
deuses”, só foi aceita por volta do século
Tao é, ao mesmo tempo, o caminho, o
XI, embora muitos utilizem o termo kami-
caminhante e o ato de caminhar. Filoso-
-no-michi, com a mesma significação.
ficamente, pode ser interpretado como o
Absoluto. Ao contrário do Budismo, de origem in-
diana e influência chinesa, o Xintoísmo é
O Taoísmo é uma tradição espiritual que
dominante apenas no Japão, embora sua
propõe o retorno do homem a um estado
prática não exija o abandono ou recusa de
de consciência e vida plena, ao Tao.
outras formas de manifestação de crença
Os meios para o retorno ao Tao englo- religiosa. Não se trata de uma crença ex-
bam as artes (Su), a lei (Fa) e o caminho clusivista, pois convive pacificamente e
(Tao). As artes procuram restaurar o equi- até complementa-se com outras religiões.
líbrio das energias da pessoa através de
Muitos estudiosos nem consideram o
conhecimentos de saúde, de oráculos, de
Xintoísmo uma religião, devido ao fato de
destino, de leitura da natureza ou do ho-
não terem sido criados códigos de leis ex-
mem. O Fa é o conjunto de métodos mís-
plícitas, filosofia escrita e definida, profe-
ticos que restauram a ordem, a organi-
tas ou um livro sagrado, que contivesse os
zação, a lei interior e exterior através da
dogmas para quem a segue. Entretanto, a
força espiritual. E o Tao, como meio, tem
forma ostensiva com que o xintoísmo co-
26
manda a vida de seus praticantes, é per- conhecido pelos chineses como junchaio
ceptível não só em seus rituais, mas nos (ensinamentos dos sábios) e define a bus-
demais aspectos da vida, o que garante a ca de um caminho superior (Tao) como
posição de uma das grandes religiões do forma de viver bem e em equilíbrio entre
mundo. as vontades da terra e as do céu. Confú-
cio é mais um filósofo do que um prega-
Xinto, ou Kami-no-michi, pode ser tra-
dor religioso. Suas ideias sobre como as
duzido como o Caminho para os Deuses,
pessoas devem comportar-se e conduzir
mas o significado é bem mais amplo. Se-
sua espiritualidade se fundem aos cultos
ria o estudo filosófico do espírito, da es-
religiosos mais antigos da China, que in-
sência e da divindade. No caso, divindade
cluem centenas de imortais, considerados
pode ter uma forma humana, animal ou
deuses, criando um sincretismo religioso.
qualquer elemento da natureza, como
O Confucionismo foi a doutrina oficial na
montanhas, rios, trovões, vento, ondas,
China durante quase 2 mil anos, do século
árvores e pedras. Pode-se dizer que o xin-
II até o início do século XX. Fora da China,
toísmo está bastante ligado à natureza,
a maioria dos confucionistas está na Ásia,
no sentido de que se propaga a proteção
principalmente no Japão, na Coréia do Sul
ao meio ambiente, através do culto aos
e em Cingapura (SILVA, 1999).
elementos da natureza (TEMPLO XINTO-
ÍSTA DO BRASIL). Na doutrina do Confucionismo não
existe um deus criador do mundo, nem
Os textos mais antigos que falam do
uma igreja organizada ou sacerdotes. O
Japão estão nos livros “Kojiki” e “Nihon
alicerce místico de sua doutrina é a busca
Shoki”, escritos nos séculos VII e VIII. Am-
do Tao, conceito herdado de pensadores
bos falam do xintoísmo e de seus deuses,
religiosos anteriores a Confúcio. O Tao é a
explicando a origem do Japão, misturando
fonte de toda a vida, a harmonia do mun-
folclore, lendas e história.
do. No confucionismo, a base da felicidade
Muitas festividades tradicionais japo- dos seres humanos é a família e uma so-
nesas são do xintoísmo. Por exemplo. Ta- ciedade harmônica. A família e a socieda-
nabata Matsuri, Hanami, Seijin Shiki e Shi- de devem ser regidas pelos mesmos prin-
chi-go-san. cípios: os governantes precisam ter amor
e autoridade como os pais; os súditos de-
Calcula-se que haja 119 milhões de pra-
vem cultivar a reverência, a humildade e a
ticantes do xintoísmo no Japão. O número
obediência de filhos.
é elevado porque os japoneses praticam
alguns rituais do budismo em algumas Confúcio, nascido em meados do século
ocasiões (culto aos antepassados, por VI a.C. ensina que o ser humano deve cul-
exemplo), e também praticam determini- tuar seus antepassados mortos, de forma
nados rituais do xintoísmo no seu dia-a- a perpetuar o mesmo respeito e amor que
-dia (HANDA, 2015). tem por seus pais vivos. De acordo com
a doutrina, o ser humano é composto de
4.5 Confucionismo quatro dimensões: o eu, a comunidade, a
O princípio básico do confucionismo é natureza e o céu – fonte da autorrealiza-
27
cia aos direitos do Imperador de Roma, Estado ainda guardam grandes vínculos e
quando separou poderes: respeito entre si. Nos planos internacional
e supranacional, o Papa ainda assume uma
“... a César, o que é de César; a Deus o
figura de grande mediador e conselheiro
que é de Deus.”
de decisões sociais e políticas que envol-
Depois de cerca de três séculos de per- vem sociedades de diversos países (SAN-
seguições, os cristãos têm reconhecida a TOS, 2002).
sua fé, oficialmente, cm 313 d.C, pelo Édito
Discordâncias histórico-religiosas mar-
de Milão.
cam também divergências no comporta-
Concomitantemente à conversão do mento da sociedade, segundo os ensina-
imperador Constantino ao Cristianismo, mentos e as proposições de vida ditadas
segue-se uma era de afirmação filosófica, pelos livros sagrados para os seguidores
territorial, econômica e política. Vejamos: de cada uma das três religiões. As diferen-
ças partem do próprio contexto do Velho
Agostinho, Jerônimo, Tomás de Aqui-
e do Novo Testamentos. A primeira gran-
no afirmam-se pela Idade Média, balizando
de divergência é entre judeus e cristãos.
a doutrina;
O texto do Velho Testamento, em grande
os invasores vindos do Leste são con- parte reconhecido também pelos muçul-
vertidos; manos, está muito presente nos cultos e
nas tradições judaicas. A proposta com-
crescem os espaços reservados à en- portamental básica passa pelo binômio
tidade social Igreja; crime-castigo, preconizado pelo Código
aliam-se forças para combater os de Hamurabi (“Fez, paga”; “olho por olho,
mouros e retomar o Santo Sepulcro; dente por dente”; ao ladrão, corta-se-lhe a
mão”, entre outros).
impõem-se pactos entre o Estado e a
Igreja; Opondo-se a essa proposta, o Novo
Testamento revela as “Boas Novas” trazi-
combatem-se os adversários da Igreja das por Jesus e seus Apóstolos (novidades
como os do Estado, usando-se como su- boas, notícias boas, nova visão da vida, da
porte a Inquisição; existência e das relações do homem com
conquistam-se territórios coloniais, seu semelhante e com Deus). Entre estas
com a espada dos reis e a cruz de Cristo; e, boas novidades está a substituição do cas-
tigo – uma constante no Velho Testamen-
concedem-se indulgências, a troco de to – pelo arrependimento e pelo perdão – a
aumento do poder e do prestígio e do es- tônica do Novo.
paço territorial da Igreja.
Em relação, ainda, ao Velho Testamento,
Até hoje, a influência política do Cristia- os muçulmanos consideram que Moisés é o
nismo pode ser encontrada na introdução “Pai dos Profetas” e admitem que Jesus é
de algumas Constituições de países repu- mais um dos antigos profetas, tanto quan-
blicanos ocidentais. Muito embora corres- to Isaías, Jeremias e Ezequiel, chamados
pondendo a poderes separados, Igreja e “Grandes Profetas”. Mas não o Messias,
30
aquele que seria o enviado de Deus e que 2. Outros elementos da religião muçul-
traria a verdadeira vontade do Todo-Pode- mana são a ressurreição dos mortos, o ju-
roso (SANTOS, 2002). ízo final (sic), a Geena (Inferno) e o Paraíso.
Os espíritos são cultuados, nas casas mais de um santo. Por exemplo: Oxóssi, o
de Candomblé, em uma casa em separado, rei da caça, é associado a São Jorge e a São
sendo homenageados diariamente uma Sebastião. “Essa relação com um ou outro
vez que, como Exu, são considerados pro- santo depende da região do país, variando
tetores da comunidade. de acordo com a popularidade do santo no
local”, diz o sociólogo Reginaldo Prandi, au-
d) Macumba: é um ritual muito anti-
tor do livro Mitologia dos Orixás.
go. Diz Herculano Pires que a Macumba é
um instrumento de sopro, geralmente, de Claro que a associação não é exata: ao
bambu, que é tocado para chamar os espí- contrário dos santos católicos, os orixás
ritos do mato, é o “despacho”, ao contrário são entidades com virtudes e defeitos, e
do que se pensa, não é a oferenda de comi- seus seguidores acreditam que eles co-
das e bebidas que é colocada nas encruzi- nhecem o destino de cada um dos mortais.
lhadas, mas o envio de espíritos inferiores Na Umbanda é diferente. Ela é uma religião
para atacar as pessoas visadas (BRANDI, genuinamente brasileira, surgida na déca-
2010). da de 30 no Rio de Janeiro a partir da com-
binação de elementos do candomblé, do
Curiosidade... catolicismo e do espiritismo. Assim como o
candomblé, a umbanda também cultua os
Segundo a Revista Mundo Estranho
orixás. Mas os umbandistas representam
(nov. 2015, http://mundoestranho.abril.
essas divindades com imagens diferentes,
com.br/materia/qual-a-ligacao-entre-os-
além de cultuarem outros três espíritos, o
-santos-catolicos-e-os-orixas), cada um
preto-velho, o caboclo e a pomba-gira. Ne-
dos 16 orixás – as entidades cultuadas no
nhum deles aparece no candomblé.
candomblé e na umbanda – corresponde a
um ou mais santos católicos. As cinco principais entidades do
candomblé e da umbanda se relacio-
Para quem não conhece o porquê dessa
relação, podemos resumir assim a história:
nam com as católicas assim:
ORIXÁ: Xangô
SANTO CATÓLICO: São Jerônimo e São
João
ORIXÁ: Ogum
SANTO CATÓLICO: Santo Antônio e
São Jorge
ORIXÁ: Oxalá
SANTO CATÓLICO: Jesus
Na umbanda e no candomblé, Oxalá é
a divindade que criou a humanidade, por
isso, ele se equivale a Jesus, uma das ma-
nifestações do Deus triuno do catolicismo
(pai, filho e espírito santo). Além de ter
modelado os primeiros seres humanos,
Oxalá também inventou o pilão para pre-
parar inhame e é considerado o criador da
cultura material.
36
36
Por definição, hierarquia, palavra de ori- 16 - E Judas, irmão de Tiago, e Judas Is-
gem grega (hierárkhios) significa ordem, cariotes, que foi o traidor;
graduação, categoria existente numa cor-
17 - E, descendo com eles, parou num
poração qualquer, nas forças armadas, nas
lugar plano, e também um grande número
classes sociais, entre outras.
de seus discípulos, e grande multidão de
Em se tratando da religião católica, en- povo de toda a Judéia, e de Jerusalém, e da
volve a totalidade do clero e a sua gradu- costa marítima de Tiro e de Sidom; os quais
ação, além de ordenar, classificar os nove tinham vindo para o ouvir e serem curados
coros de anjos. das suas enfermidades;
veio para ser servido, mas para servir, e ii) Cardeais são os conselheiros e os co-
para dar a sua vida em resgate de muitos. laboradores mais íntimos do Papa, sendo
todos eles bispos (alguns só são titulares).
Podemos perceber que a hierarquia na
Aliás, o próprio Papa é eleito, de forma vi-
igreja existe para a organização do culto
talícia (a abdicação é rara, porque já não
e bom serviço do Reino de Deus (BRITO,
acontecia desde a Idade Média) pelo Colé-
2014).
gio dos Cardeais. A cada cardeal é atribuída
Vejamos a hierarquia em algumas das uma igreja ou capela (e daí a classificação
igrejas: em cardeal-bispo, cardeal-presbítero e
cardeal-diácono) em Roma para fazer dele
A) Igreja Católica Apostólica Roma- membro do clero da cidade. Muitos dos car-
na deais servem na Cúria, que assiste o Papa
A Igreja Católica tem uma estrutura al- na administração da Igreja. Todos os car-
tamente hierarquizada, sendo o seu Chefe deais que não são residentes em Roma são
o Papa. A expressão “Santa Sé” significa o bispos diocesanos.
conjunto do Papa e dos dicastérios da Cúria iii) Patriarcas são normalmente títulos
Romana, que o ajudam no governo de toda possuídos por alguns líderes das Igrejas Ca-
a Igreja. tólicas Orientais sui juris. Estes patriarcas
A Igreja tem uma estrutura hierár- orientais, que ao todo são seis, são eleitos
quica de títulos que são em ordem pelos seus respectivos Sínodos e depois
reconhecidos pelo Papa. Mas alguns dos
descendente:
grandes prelados da Igreja Latina, como o
i) Papa, que é o Sumo Pontífice e chefe Patriarca de Lisboa e o Patriarca de Vene-
da Igreja Católica, o guardador da integrida- za, receberam também o título de Patriar-
de e totalidade do depósito da fé, o Vigário ca, apesar de ser apenas honorífico e não
de Cristo na Terra, o Bispo de Roma e o pos- lhes conferirem poderes adicionais.
suidor do Pastoreio de todos os cristãos,
concedido por Jesus Cristo a São Pedro e,
iv) Arcebispos (Metropolita ou Titu-
consequentemente, a todos os Papas. Esta
lar) são bispos que, na maioria dos casos,
estão à frente das arquidioceses. Se a sua
autoridade papal (Jurisdição Universal)
arquidiocese for a sede de uma província
vem da fé de que ele é o sucessor direto do
eclesiástica, eles normalmente têm tam-
Apóstolo São Pedro. Na Igreja latina e em
bém poderes de supervisão e jurisdição
algumas das orientais, só o Papa pode de-
limitada sobre as dioceses (chamadas su-
signar os membros da Hierarquia da Igreja
fragâneas) que fazem parte da respectiva
acima do nível de presbítero. Aos Papas,
província eclesiástica.
atribui-se infalibilidade, desde o Concílio
Vaticano I, em 1870. Por essa prerrogati- v) Bispos (Diocesano, Titular e Emé-
va, as decisões papais em questões de fé rito) são os sucessores diretos dos doze
e costumes (moral) são infalíveis. Todos os Apóstolos. Receberam o todo do sacra-
membros da hierarquia respondem peran- mento da Ordem, o que lhe confere, na
te o Papa e a sua corte papal, chamada de maioria dos casos, jurisdição completa so-
Cúria Romana. bre os fiéis da sua diocese.
40
Para todos os cargos de ministério, au- Além dos ministros previsto em estatu-
xiliares de jovens e menores, músicos ofi- to acima citados, há outros cargos ou fun-
cializados, encarregados de orquestras ções:
e administradores, devem ser batizados iv) Cooperador de Jovens e Menores
conforme a doutrina seguida pela Congre- – responsável de atender as Reuniões de
gação Cristã no Brasil e em todos os outros Jovens e Menores de sua comum congre-
países (por imersão, seguindo a formula: gação.
“Irmão em nome de Jesus Cristo te batizo,
Em nome do Pai, do Filho, e do Espírito San- v) Músico – membro habilitado e depois
to”). de passar por testes musicais é oficializado
para tocar nos cultos e demais serviços.
i) Ancião – responsável pelo atendi-
mento da Obra, realização de batismos, vi) Encarregado de Orquestra – músi-
santas ceias, ordenação de novos obreiros co oficializado, designado para coordenar o
41
i) Aspirantes – pessoas que tem o de- exceto a ordenação, embora possa indicar
sejo expressado voluntariamente para a pessoas para o Curso de Oficiais na Igreja
vida eclesiástica, ou que receberam o cha- Sede de seu Setor.
mado para fazer parte dessa obra. Tem
v) Evangelistas – o evangelista pode
como objetivo aprender as sagradas escri-
assumir congregações com o objetivo
turas, as ordenanças da igreja e sua litur-
de organizá-las e desenvolver projetos
gia. Não é uma nomeação, e sim um estado
evangelísticos adequados a cada região. É
de observação mútua, no qual o aspirante
responsável pelos programas e métodos
pode avaliar seu desejo de ser um obreiro,
evangelísticos da igreja, em conjunto com
e o corpo de obreiros avalia suas compe-
o corpo de obreiros e membros. Pode abrir
tências morais e bíblicas.
novas igrejas, conforme a orientação do
ii) Cooperadores – são ordenados ao Pastor Setorial, e/ou Pastor Presidente.
cooperado, homens e mulheres, que foram Sua meta e a divulgação do Evangelho de
devidamente instruídos, e/ou demonstra- Jesus Cristo.
ram chamado patente diante da Igreja de
vi) Missionários – pessoas chamadas
Cristo. Sua atuação é genérica, auxiliando
por Deus para levar o evangelho além de
irmãos e outros obreiros nas mais diversas
suas fronteiras culturais, não exercem
tarefas.
uma atividade eclesiástica específica, mas
iii) Diáconos – os deveres dos diáconos podem, sendo outorgados, abrir igrejas e
ou diaconisas estão ligados mais a prepa- desenvolver eventos evangelísticos. Atu-
ração de cerimonias e auxílio na condução am preferencialmente fora do país, e/ou
destas, como: batismos, santa ceia, casa- fora do estado.
mentos, cruzadas evangelistas, reuniões
vii) Pastores – o pastorado é o grau
e cultos diversos. Podem, de acordo com
máximo reconhecido pelo ministério, mu-
a necessidade, dirigir congregações, mi-
lheres também podem ser ordenadas, as
nistrar a santa ceia e propagar o ensino
funções do Pastor vão desde a ministração
da Palavra de Deus. Não podendo realizar
de ritos como: batismo, casamento, santa
batismos (exceto em casos de extrema
ceia, ministração da palavra, até a gerência
urgência, ou previamente outorgados) ou
administrativa da igreja, criação de depar-
realizar qualquer tipo de ordenação. Após
tamentos, organização de eventos, entre
o diaconato, pode-se ir ao presbitério ou
outros. O pastor(a) poderá atuar na condu-
evangelismo, de acordo com a vocação
ção de uma ou mais igrejas.
dada pelo Espírito Santo, ou mesmo per-
manecer no diaconato. viii) Pastor Local – conduz uma única
congregação, pode indicar pessoas para a
iv) Presbíteros – são em resumo co-
ordenação na sede do seu setor.
pastores, encarregado de conferir ensi-
namentos à igreja, cuidar dos interesses ix) Pastor Setorial – conduz várias
espirituais e do bem-estar da igreja, entre igrejas de uma determinada região, com o
outras funções conforme a orientação de auxílio dos Pastores Locais, pode realizar
seu pastor. Atuam também como pastores, ordenações até o nível do presbitério.
podendo realizar todas os ritos da igreja
43
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