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Se tem dias em que o frio

A tristeza vira moda


Queima como gelo é phoda
A sensação do vazio
A saudade interestelar
A dor da separação
Me dissolve o coração
Dos seus olhos o brilhar.

Pode ser que as rimas sejam


Fáceis pobres infantis
Sejam delírios febris
Que só os meus olhos vejam
Mas eu não quero saber
Quero sonhar acordado
Nesse sonho apaixonado
Que só teus olhos quer ver.

E o brilho deles sentir


As centelhas de alegria
Que derramam todo o dia
Por sobre o meu ir e vir
Como uma chuva de estrelas
Que me banha o ser inteiro
Que me faz virar carteiro
Só de senti-las e vê-las.

Cartas de amor infinito


Do meu peito saem escritas
Palavras que sem ser ditas
Consegue’ abafar meu grito
E de doçura formar
No mar que a maré escorreu
Um espelho espelhando o céu
Que é o céu do teu olhar.

Se cartas de amor escrever


Comovesse corações
Eu escreveria canções
Que talvez pudesses ler
Rimava mil emoções
Versos simples de cantar
Entregaria no ar
Repetiria refrões.

Só p’ra que aquele momento


Me parasse de doer
Para que eu pudesse ter
Você no meu pensamento
E no meu pensar e crer

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Nesse suave lamento
Não pudesse o sentimento
Jamais parar de crescer.

Tem um ninho no meu peito


Que é feito à sua medida
Onde a flor da minha vida
Cresce do único jeito
Que pode crescer a flor
Muito querida e cuidada
Sempre muito bem regada
Co’a água de meu amor.

Todos os dias eu rego


Muitos mais quero regar
Quero ver frutificar
Nestas mãos em que te pego
Todos os frutos gostosos
Que dois corpos podem dar
Se entrelaçando no ar
Dos seus ramos ‘splendorosos.

Nunca mais quero sofrer


Por você longe de mim
Essa dor terá um fim
Bom então será viver
Cantarola a fantasia
Que todo o meu ser reclama
Corpo e alma fogo e chama
Desejo e sabedoria.

Franqueza e brasilidade
Todos os teus devaneios
Teu entrecoxas e seios
E a rara sensualidade
Que derrama a tua boca
Quero teus beijos teus ais
Teus delírios sensuais
Que nem de uma deusa louca.

Tudo isso eu quero e mais


Quero coisas que nem sei
Quero ser o teu «meu rei»
E bíblicos esponsais
Casar contigo na mata
Fodermos na contramão
Atar em nós um cordão
Que nem mágico desata.

Ser salomão do teu canto

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Dos cânticos mais sagrados
Dos pensamentos safados
Do teu axé ser o santo
O pai a mãe a avó
Quero ser velho e neném
Mas sobretudo meu bem
De ti jamais ficar só.

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