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Padrões de Desempenho Estudantil

Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado

Os Padrões de Desempenho são categorias definidas a partir de


Além disso, as competências e
cortes numéricos que agrupam os níveis da Escala de Proficiência,
habilidades agrupadas nos Padrões
com base nas metas educacionais estabelecidas pelo SAEGO. Esses
não esgotam tudo aquilo que os
cortes dão origem a quatro Padrões de Desempenho, os quais
estudantes desenvolveram e são
apresentam o perfil de desempenho dos estudantes:
capazes de fazer, uma vez que as

 Abaixo do Básico habilidades avaliadas são aquelas


consideradas essenciais em cada
 Básico etapa de escolarização e possíveis
de serem avaliadas em um teste
 Proficiente
de múltipla escolha. Cabe aos
docentes, através de instrumentos
 Avançado
de observação e registros
Desta forma, estudantes que se encontram em um Padrão de utilizados em sua prática cotidiana,
Desempenho abaixo do esperado para sua etapa de escolaridade identificarem outras características
precisam ser foco de ações pedagógicas mais especializadas, de apresentadas por seus estudantes
modo a garantir o desenvolvimento das habilidades necessárias ao e que não são contempladas nos
sucesso escolar, evitando, assim, a repetência e a evasão. Padrões. Isso porque, a despeito
dos traços comuns a estudantes
Por outro lado, estar no Padrão mais elevado indica o caminho que se encontram em um mesmo
para o êxito e a qualidade da aprendizagem dos estudantes. intervalo de proficiência, existem
Contudo, é preciso salientar que mesmo os estudantes diferenças individuais que
posicionados no Padrão mais elevado precisam de atenção, pois é precisam ser consideradas para a
necessário estimulá-los para que progridam cada vez mais. reorientação da prática pedagógica.

São apresentados, a seguir, exemplos de itens* característicos de cada Padrão.

*O percentual de respostas em branco e nulas


não foi contemplado na análise.
Língua Portuguesa - 3ª série do Ensino Médio | SAEGO 2013

Abaixo do Básico
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

até 225 pontos

Analisando-se as habilidades presentes neste Padrão de Desempenho, constata-se que os estudantes


cuja média de proficiência os posiciona neste padrão ainda estão em processo de desenvolvimento de
habilidades mais sofisticadas envolvidas na compreensão de textos.

Com relação às operações inferenciais, esses estudantes depreendem informações implícitas, o sentido de
palavras ou expressões, o efeito do uso de pontuação e de situações de humor.

No que diz respeito ao tratamento das informações globais, eles identificam o assunto e interpretam textos
que conjugam linguagem verbal e não verbal, cuja temática se relaciona ao seu cotidiano.

Neste padrão, os estudantes evidenciam indícios da apropriação de elementos que estruturam o texto,
expressa pela retomada de informações por meio de pronomes pessoais retos, por substituição lexical.
Além disso, reconhecem relações lógico-discursivas, indicadas por advérbios e locuções adverbiais e por
marcadores de causa e consequência.

Constata-se, também, que, em relação às informações da base textual, eles identificam elementos da
estrutura narrativa e distinguem fato de opinião.

No campo da variação linguística, identificam interlocutores por meio das marcas linguísticas.

Percebe-se, ainda, que esses estudantes estão em contato mais intenso com eventos de letramento, pois
conseguem identificar a finalidade de alguns textos que circulam em uma sociedade letrada.

A habilidade mais complexa demonstrada pelos estudantes neste padrão é a capacidade de construir
relações de intertextualidade, comparando textos que tratam do mesmo tema.

Após doze anos de escolaridade, os estudantes que apresentam este padrão de desenvolvimento de
habilidades estão muito aquém da competência leitora esperada.
Leia o texto abaixo.

Ziraldo. Alô BCP. São Paulo, jul. 2001, ano 3. n. 34. (P120093A8_SUP)

(P120093A8) A leitura do último quadro permite afirmar que o rapaz


A) está sem planos de casar.
B) está bastante apaixonado.
C) quer mudar o toque do celular.
D) queria ficar mais um pouco.
E) quer um compromisso sério.

73
Este item avalia a habilidade de interpretar textos que articulam
73,3% de acerto
elementos verbais e não verbais, o que deve ser realizado a partir
da leitura global do suporte, buscando, por meio dessa análise,
conjugar as imagens ao texto verbal. Além disso, os estudantes
devem acompanhar a sequência narrativa da tirinha, observando
as características que vão se alterando durante a apresentação dos
fatos e que, encadeadas e atreladas às falas, são responsáveis pelos
sentidos propostos pelo suporte.
A B C D E
73,3% 3,2% 14% 3,3% 2,9%
A escolha da alternativa A, o gabarito, revela que os estudantes
conseguem fazer as associações necessárias à compreensão de um
texto que mescla texto verbal e não verbal, na busca de sua unidade
semântica. Esses estudantes, além de compreenderem a proposta do
comando e de fazerem uma leitura cuidadosa do suporte, conseguem,
ainda, entender os sentidos textuais propostos pela sequência
narrativa presente na tirinha, percebendo, portanto, que o rapaz
está sem planos de se casar com a moça. É importante ressaltar que,
para chegar à resposta, é necessário que os estudantes mobilizem
seu conhecimento extratextual, alcançando a relação entre a marcha
nupcial e o casamento.

Quanto aos distratores, nota-se que os estudantes não conseguiram


associar o texto verbal ao não verbal, priorizando ora a informação
presente neste, ora naquele. Assim, os respondentes que assinalaram
a opção B, provavelmente, basearam-se no primeiro quadrinho do
suporte, no qual a relação de carinho entre o casal está explícita.
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Os educandos que marcaram a alternativa C fizeram uma inferência


equivocada acerca dos sentidos propostos pela tirinha. Eles se
prenderam às informações acerca dos toques dos aparelhos,
fundamentais para a interpretação desse texto, mas não conseguiram
associá-las ao desfecho da história.

Por fim, os respondentes que escolheram as opções D e E não


conseguiram compreender a tarefa proposta no comando do item em
questão, e por isso, fizeram inferências equivocadas a respeito dos
sentidos globais do texto em abordagem.

Leia o texto abaixo.


O retrato
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azul, camisa xadrez e jaqueta de
couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que
o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para um mecânico que comia uma
coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia
e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os
lábios, segurando-se para não chorar; a cara contraiu-se como uma máscara de teatro mágico.
O rapaz serviu o suco e perguntou ao homem o que ele queria. O homem disse “nada não,
obrigado”, guardou a foto, saiu do botequim e desapareceu.
ÂNGELO, Ivan. O comprador de aventuras e outras crônicas. São Paulo: Ática, p. 13. (P120353B1_SUP)

(P120354B1) Infere-se desse texto que o homem de barba grisalha, depois de olhar a foto, ficou
A) agitado.
B) apressado.
C) desconfiado.
D) emocionado.
E) nervoso.

78
Este item avalia a habilidade de os estudantes realizarem inferência de
78,3% de acerto
uma informação implícita em um texto. Essa habilidade exige que os
estudantes extraiam informações que não são apresentadas explícita
e diretamente no texto. Para tanto, o respondente precisa recorrer a
noções que já possui, associando-as ao contexto apresentado.

O texto que dá suporte ao item é uma narrativa em terceira pessoa,


na qual há vários trechos descritivos e, apesar de curta, apresenta
estrutura e linguagem que exigem do leitor vários processos A B C D E
3,3% 4,9% 4,8% 78,3% 6,1%
inferenciais para a compreensão de seu sentido global.
Para a resolução do item, é necessário que os estudantes, inicialmente,
identifiquem o momento da narrativa em que se encontra a
informação solicitada pelo comando, sem desconsiderar que o
processo inferencial é construído no entendimento de todo o texto. Os
estudantes que escolheram a alternativa D conseguiram perceber, por
meio das pistas textuais, que o fato de olhar a foto deixou o homem
extremamente comovido, conforme explicitado no texto em: “seus
olhos ficaram vermelhos” e “segurando-se para não chorar”. Assim, esses
estudantes inferiram corretamente que ele ficara emocionado.

Ao considerar os demais aspectos do texto, realizando associações


equivocadas, os respondentes podem ter considerado que o homem
ficou agitado e/ou apressado – alternativas A e B –, devido a sua saída
repentina do bar. Além disso, poderiam ter entendido que o fato de o
atendente demorar demais para atendê-lo deixou o homem nervoso
– alternativa E –, poderiam, ainda, inferir que a recusa em ser atendido
pelo rapaz no botequim – “nada não, obrigado” – demonstraria que o
homem ficara desconfiado das intenções do atendente. Todas essas
possibilidades demonstram que os estudantes não conseguiram extrair
a informação solicitada pelo comando de forma adequada, atendo-
se a aspectos do texto que não seriam os principais para atender à
tarefa solicitada pelo item ou prendendo-se de forma prioritária ao
conhecimento exterior ao texto em detrimento deste.
Língua Portuguesa - 3ª série do Ensino Médio | SAEGO 2013

Leia o texto abaixo.

Altamente confidencial

Quem observa o trabalho de um hacker hoje pode ter a impressão de que a arte de
inventar e quebrar códigos secretos é algo extremamente moderno... Ledo engano! O jogo
das mensagens cifradas já desafiava a imaginação pelo menos desde a Idade Média.
Nessa época, a troca de mensagens era assunto delicado, como mostra o bispo Gregório
5 de Tours, que no século VI escreveu uma história do reino dos francos. Segundo ele, em
pleno alvorecer da Idade Média, dois mensageiros de um certo Godovaldo, que reivindicava
o trono, foram presos e torturados por homens do rei Gontrão ao tentarem transmitir uma
mensagem secreta.
O caso mostra que nesse período a escrita era uma forma muito vulnerável de
10 comunicação. Uma carta podia parar com facilidade em mãos inimigas e, por isso, os
emissários não apenas levavam consigo documentos oficiais manuscritos, mas também
decoravam mensagens que transmitiam oralmente aos destinatários. Os poucos registros
deixados pela diplomacia medieval não facilitaram em nada o trabalho dos historiadores,
e por isso é preciso ter cuidado quando se fala das técnicas de codificação utilizadas na
15 Europa medieval.
No século XVI, o abade alemão Johannes Trithemius, autor de uma das primeiras
grandes obras de criptografia do Ocidente, afirmou que reis francos como Faramundo
e Carlos Magno já utilizavam alfabetos secretos em suas correspondências. Por mais
fascinantes que sejam esses códigos, porém, eles parecem ter saído da imaginação do
20 próprio Trithemius. Carlos Magno mal sabia ler e escrever, e é pouco provável que tenha
inventado novos alfabetos. [...]
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/altamente_confidencial.html>. Acesso em: 15 jun. 2010. Fragmento. (P100140CE_SUP)

(P100141CE)No trecho “... esses códigos, porém, eles parecem...” (ℓ. 19), o termo “porém” pode ser
substituído, sem alteração de sentido, por
A) conquanto.
B) mas também.
C) no entanto.
D) por conseguinte.
E) porquanto.

72
Veja outro item representativo deste padrão. Esse item avalia a
72,9% de acerto
habilidade de os estudantes estabelecerem relações lógico-discursivas
presentes no texto, marcadas pelo uso de elementos linguísticos.

A B C D E
4,5% 11% 72,9% 4,3% 4,7%
Leia o texto abaixo.

SOUSA, Maurício de. Cascão. Rio de Janeiro: Panini Comics, nov. 2010, n. 47. (P120977ES_SUP)

(P121207ES) O efeito de humor nesse texto está


A) na aversão à água sentida pelo menino.
B) na expressão do menino no primeiro quadrinho.
C) na felicidade dos meninos nadando na piscina.
D) no espanto do menino ao encontrar o outro agasalhado.
E) no sofrimento do menino pela característica especial.


Este item também se encontra no padrão de desempenho abaixo do
75,2% de acerto
básico e avalia a habilidade de identificar efeitos de ironia ou humor
em textos variados.

A B C D E
5,3% 3,1% 4,5% 75,2% 9,1%
Língua Portuguesa - 3ª série do Ensino Médio | SAEGO 2013

Básico
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

de 225 a 275 pontos

Neste Padrão de Desempenho encontram-se habilidades mais complexas, que exigem dos estudantes
uma maior autonomia de leitura em face das atividades cognitivas que lhes são exigidas e dos textos
com os quais irão interagir. Esses estudantes já interagem com textos expositivos e argumentativos com
temáticas conhecidas e são capazes de identificar informações parafraseadas e distinguir a informação
principal das secundárias.

Eles demonstram conhecimento acerca das relações estabelecidas por conjunções, preposições,
pronomes e advérbios, que constroem um texto coeso e coerente, e geram os efeitos de sentido
pretendidos pelo autor. Além disso, esses estudantes recuperam informações em textos por meio de
referência pronominal (além dos pronomes pessoais e dos indefinidos, acrescentem-se os pronomes
demonstrativos e os possessivos). Recuperam, ainda, informações referenciais baseadas na omissão de
uma palavra, de um sintagma ou de uma frase.

Quanto à variação linguística, esses estudantes identificam expressões próprias de linguagem técnica e
científica.

No que se refere à intertextualidade, fazem a leitura comparativa de textos que tratam do mesmo tema,
revelando um avanço no tratamento das informações apresentadas.

O processo inferencial, durante a leitura, é feito por esses estudantes pelo reconhecimento do tema
do texto; do sentido de expressões complexas; do efeito de sentido decorrente do uso de notações
em textos que conjugam mais de uma linguagem; do efeito de sentido decorrente do uso de recursos
morfossintáticos. Observa-se, assim, uma ampliação das ações inferenciais realizadas pelos estudantes que
apresentam um desempenho que os posiciona neste Padrão.

Com relação à leitura global de textos, os estudantes, conseguem identificar a tese e os argumentos que a
sustentam; reconhecem a função social de textos fabulares e de outros com temática científica.

Percebe-se, portanto, que os estudantes localizados neste Padrão de Desempenho já desenvolveram


habilidades próprias de uma leitura autônoma.
Leia o texto abaixo.

BROWNE, Dik. Hagar, o horrível. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2005. p. 61. (P120413ES_SUP)

(P120413ES) O humor desse texto revela-se


A) na associação feita pelo homem entre o crescimento das plantas e do menino.
B) na quantidade excessiva de água que a mulher deposita nas plantas.
C) na resposta equivocada da mulher ao ser questionada pelo homem.
D) no fato de o menino permanecer sem reação ao ser molhado pelo homem.
E) no olhar do menino ao observar a execução de uma tarefa doméstica.


Por meio deste item, pode-se avaliar a habilidade de os estudantes
77,9% de acerto
identificarem efeitos de ironia ou humor em textos variados. Essa
habilidade requer que o estudante identifique a passagem que vai
na contramão da perspectiva do leitor, do fluxo da leitura e que, por
consequência, estabelece o humor da história. O texto que serve de
suporte para esse item é uma tirinha, gênero bastante explorado no
ambiente escolar e, portanto, possivelmente, familiar aos estudantes
desse período de escolarização.
A B C D E
77,9% 3,9% 4,3% 8,5% 3%
O item solicita aos estudantes a identificação do fato que provoca o
humor na tirinha. Para isso, os estudantes deveriam fazer uma leitura
conjugada de imagem e texto verbal, para, então, realizar a tarefa
solicitada no comando.

Os estudantes que marcaram a opção A conseguiram perceber que


o texto é engraçado porque o homem entende, equivocadamente,
que, assim como as plantas crescem ao serem regadas, o menino
– de estatura diminuta – também deveria crescer, por isso despeja
grande quantidade de água na criança. Esse fato inesperado quebra a
expectativa do leitor e confere humor ao texto, demonstrando, dessa
forma, que os estudantes que fizeram essa escolha já desenvolveram
a habilidade aferida.

Os estudantes que marcaram as outras opções fizeram uma


interpretação limitada da tirinha, prendendo-se à imagem ou à
linguagem verbal, não realizando a conjugação dos elementos do
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texto, ou, ainda, apoiando-se em informações já que não conseguiram estabelecer relação com a
secundárias e/ou em seu conhecimento de mundo, pergunta do homem.
e não no contexto como um todo.
Os estudantes que escolheram as alternativas D e E
Os que marcaram a opção B, provavelmente, percorreram caminhos cognitivos semelhantes, uma
prenderam-se à imagem da mulher que despeja vez que privilegiaram a imagem do menino para
água nas plantas no primeiro e no segundo identificar o fato responsável por gerar o humor.
quadrinho, acreditando que o excesso de água seria Porém, esses estudantes, ao desconsiderarem os
cômico. demais elementos da tirinha, demonstraram não
ter conseguido interpretar todas as informações do
Os que optaram pela alternativa C interpretaram texto para executar a tarefa solicitada.
apenas a fala da mulher no primeiro quadrinho,
desconsiderando os demais elementos do texto,

Leia o texto abaixo.

BROWNE, Dik. Hagar, o horrível. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2005. p. 61. (P120413ES_SUP)

(P121247ES) No último quadrinho desse texto, infere-se que a mulher está


A) aborrecida.
B) constrangida.
C) desconfiada.
D) satisfeita.
E) surpresa.


Este item avalia a habilidade de os estudantes interpretarem um texto
67,5% de acerto
com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos,
foto etc.). Nesse caso, o texto utilizado como suporte para o item
foi uma tirinha, gênero bastante comum no ambiente escolar e no
cotidiano dos educandos. Na leitura desse gênero textual, é essencial
atentar para os recursos visuais e gráficos, além de fazer uma leitura
cuidadosa do texto verbal, porque somente na associação dessas
duas linguagens é possível que o leitor consiga realizar uma leitura
A B C D E
profícua e atender à tarefa solicitada pelo comando para, enfim, 9,5% 11,4% 5,1% 3,8% 67,5%
chegar à resposta.
Para escolher a opção correta, os estudantes deveriam acompanhar
a sequência dos quadrinhos, nos quais a mulher aparece jogando
água nas plantas; associar a pergunta do homem à resposta dada
pela mulher; perceber a presença do menino, que também observa
a cena; e, finalmente, compreender a intenção do homem que, no
último quadrinho, joga água no menino, concluindo, dessa forma,
que a mulher surpreendeu-se com essa atitude do homem. Portanto,
a opção pela alternativa E revela que os estudantes conseguiram
perceber o encadeamento dos fatos na tirinha, associando os
aspectos imagéticos e verbais do texto, inferindo adequadamente que
a mulher ficara surpresa com o ato súbito do homem.

Os estudantes que escolheram a alternativa A podem ter se apoiado


mais em aspectos extratextuais do que propriamente na tirinha,
já que é possível, em outro contexto, que a mulher tenha ficado
aborrecida pelo fato de o homem “regar” o menino.

De forma semelhante aos que escolheram a alternativa A, aqueles


respondentes que marcaram a alternativa C consideraram a
expressão da mulher na última cena, sem construir o sentido global
para o texto.

A opção pela alternativa B parece apontar que os estudantes


equivocaram-se ao assinalar um possível estado emocional do
menino, que pode ter ficado constrangido por ter sido molhado, não
respondendo de forma adequada ao comando.

Ao escolher a alternativa D, os estudantes inferiram equivocadamente


que a mulher teria uma visão positiva sobre a atitude do homem de
jogar água no menino, possivelmente pelo fato de acreditarem que a
associação entre o crescimento da planta e do menino estaria correta.
Língua Portuguesa - 3ª série do Ensino Médio | SAEGO 2013

Leia o texto abaixo.

Altamente confidencial

Quem observa o trabalho de um hacker hoje pode ter a impressão de que a arte de
inventar e quebrar códigos secretos é algo extremamente moderno... Ledo engano! O jogo
das mensagens cifradas já desafiava a imaginação pelo menos desde a Idade Média.
Nessa época, a troca de mensagens era assunto delicado, como mostra o bispo Gregório
5 de Tours, que no século VI escreveu uma história do reino dos francos. Segundo ele, em
pleno alvorecer da Idade Média, dois mensageiros de um certo Godovaldo, que reivindicava
o trono, foram presos e torturados por homens do rei Gontrão ao tentarem transmitir uma
mensagem secreta.
O caso mostra que nesse período a escrita era uma forma muito vulnerável de
10 comunicação. Uma carta podia parar com facilidade em mãos inimigas e, por isso, os
emissários não apenas levavam consigo documentos oficiais manuscritos, mas também
decoravam mensagens que transmitiam oralmente aos destinatários. Os poucos registros
deixados pela diplomacia medieval não facilitaram em nada o trabalho dos historiadores,
e por isso é preciso ter cuidado quando se fala das técnicas de codificação utilizadas na
15 Europa medieval.
No século XVI, o abade alemão Johannes Trithemius, autor de uma das primeiras
grandes obras de criptografia do Ocidente, afirmou que reis francos como Faramundo
e Carlos Magno já utilizavam alfabetos secretos em suas correspondências. Por mais
fascinantes que sejam esses códigos, porém, eles parecem ter saído da imaginação do
20 próprio Trithemius. Carlos Magno mal sabia ler e escrever, e é pouco provável que tenha
inventado novos alfabetos. [...]
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/altamente_confidencial.html>. Acesso em: 15 jun. 2010. Fragmento. (P100140CE_SUP)

(P100142CE) De acordo com esse texto, quem escreveu uma história do reino dos francos?
A) Carlos Magno.
B) Godovaldo.
C) Gontrão.
D) Gregório de Tours.
E) Johannes Trithemius.

Este item avalia a habilidade de o estudante localizar uma informação

56
explícita no corpo textual, habilidade que demanda a identificação
de uma informação específica que se encontra expressa na 56,3% de acerto
superfície textual. O texto utilizado como suporte é um fragmento
de reportagem que relata um breve histórico da arte de inventar e
quebrar códigos secretos. Nem o vocabulário, nem a linguagem desse
texto apresentam grandes dificuldades para os estudantes dessa
etapa de escolarização, apesar da considerável extensão textual.

O comando do item direciona o estudante a localizar, no corpo do A B C D E


texto, a informação solicitada: “Quem escreveu uma história do 12,2% 3,9% 3,7% 56,3% 21,1%

reino dos francos?”. Portanto, cabe ao estudante voltar ao texto e


localizar essa informação em particular, que se encontra no segundo
parágrafo. Dessa forma, os estudantes que marcaram a alternativa
D como resposta conseguiram localizar a informação solicitada pelo
comando desse item.

Aqueles estudantes que selecionaram as demais alternativas,


possivelmente, não compreenderam os dados expressos no texto
ou não compreenderam a solicitação do comando, corpo do texto, nem se ater ao que foi solicitado
revelando, dessa maneira, que não desenvolveram pelo comando.
operações básicas de leitura.
Os que assinalaram a alternativa E, provavelmente,
Os estudantes que marcaram a alternativa A podem não compreenderam a solicitação feita pelo
ter confundido uma informação presente no texto, comando do item, pois marcaram uma alternativa
pois Carlos Magno foi um rei franco, e não quem que apresenta o nome de outro escritor (Johannes
escreveu a história do reino dos francos. Trithemius), que foi o autor de uma das primeiras
grandes obras de criptografia do Ocidente, e não
O mesmo pode ter ocorrido com os estudantes que aquele que escreveu a história do reino dos francos.
marcaram as alternativas B ou C. Esses estudantes
conseguiram localizar o parágrafo em que está
localizada a resposta correta; entretanto, não
souberam relacionar as informações presentes no

Leia o texto abaixo.


O Peixe

Tendo por berço o lago cristalino


Folga o peixe a nadar todo inocente
Medo ou receio do porvir não sente
Pois vive incauto do fatal destino
5 Se na ponta de um fio longo e fino

A isca avista, ferra-o, inconsciente


Ficando o pobre peixe, de repente
Preso ao anzol do pescador ladino
O camponês também do nosso estado
10 Daquele peixe tem a mesma sorte
Antes do pleito festa, riso e gosto
Depois do pleito, imposto e mais imposto
Pobre matuto do sertão do norte
Disponível em: <http://www.revista.agulha.nom.br/anton07.html>. Acesso em: 25 nov. 2009. (P110094CE_SUP)

(P110175CE) No verso “Se na ponta de um fio longo e fino” (v. 5), a expressão destacada refere-se à palavra
A) lago.
B) peixe.
C) isca.
D) anzol.
E) pescador.

58
58,9% de acerto
Observe um exemplo de item alocado no padrão de desempenho
básico. Esse item avalia a habilidade de reconhecer relações
entre partes de um texto, identificando os recursos coesivos que
contribuem para sua continuidade (substituições e repetições).

A B C D E
4,4% 10,5% 19,5% 58,9% 4%
Língua Portuguesa - 3ª série do Ensino Médio | SAEGO 2013

Proficiente
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

de 275 a 325 pontos

As habilidades características deste Padrão de Desempenho revelam um avanço no desenvolvimento


da competência leitora, pois os estudantes demonstram ser capazes de realizar inferência de sentido
de palavras ou expressões em textos literários, em prosa e verso; interpretar textos de linguagem mista;
reconhecer o efeito de sentido do uso de recursos estilísticos e de ironia e identificar o valor semântico de
expressões adverbiais pouco usuais.

No campo da variação linguística, reconhecem expressões de linguagem informal e marcas de


regionalismo. Além de reconhecerem a gíria como traço de informalidade.

Quanto ao tratamento das informações globais do texto, distinguem a informação principal das
secundárias e identificam gêneros textuais diversos.

No que concerne à construção do texto, reconhecem relações lógico-discursivas expressas por advérbios,
locuções adverbiais e conjunções. Na realização de atividades de retomada por meio do uso de pronomes,
esses estudantes conseguem recuperar informações por meio do uso de pronomes relativos.

Eles demonstram, ainda, a capacidade de localizar informações em textos expositivos e argumentativos,


além de identificar a tese de um artigo de opinião e reconhecer a adequação vocabular como estratégia
argumentativa.

Neste Padrão, os estudantes demonstram, portanto, uma maior familiaridade com textos de diferentes
gêneros e tipologias.
Leia o texto abaixo.

Longe de pendurar a chuteira

Quem solta a voz para anunciar que “o Maraca é nosso” sabe o que está dizendo. Sentado
do lado oficial do Vasco (esquerdo) ou do Flamengo (direito), o torcedor que aguarda uma
semana ou mais para vibrar pelo time do coração se sente em casa no Estádio Jornalista
Mário Filho, popularmente conhecido como Maracanã (nome de um pássaro). Essa íntima
5 relação provocada pelos quase 200 mil metros quadrados de complexo de lazer começou
há 59 anos, quando o jornalista Mário Filho iniciou sua batalha em prol da construção de
um mega estádio para a Copa do Mundo de 1.950. Assim como a linha da história, que, por
vezes, parece repetir, o Maracanã, inaugurado em estado inacabado para a partida entre
jogadores de São Paulo e do Rio (3 a 1 para os paulistas), está prestes a respirar novos ares
10 e entrar, novamente, para a história em 2.014, quando o Brasil abrigará a Copa do Mundo. [...]
CALIXTO, Bruno. Caderno 2. Tribuna de Minas. Quarta-feira, 22 jul. 2009. p. 6. (P100184A9_SUP)

(P100186A9) No trecho “‘O Maraca é nosso’”, o uso da palavra destacada sugere


A) aceitação.
B) intimidade.
C) obstinação.
D) propriedade.
E) respeito.

44
Observe um exemplo de item alocado no padrão de desempenho 44,2% de acerto
adequado. Esse item avalia a habilidade de os estudantes reconhecerem
o efeito de sentido decorrente da escolha de palavras, frases ou
expressões.

A B C D E
% 44,2% 5,6% 30,7% 10,7%
Língua Portuguesa - 3ª série do Ensino Médio | SAEGO 2013

Leia o texto abaixo.

Sobre o milho

No Brasil, a venda do vegetal tem força principalmente no caso dos enlatados, que são
utilizados, sobretudo, em saladas ou pizzas (cuidado com o sódio, inimigo do coração). Além
disso, no entanto, as grandes empresas de distribuição oferecem o alimento na espiga, que
é destinado à produção de curau ou pamonha, segundo o Centro Nacional de Pesquisa de
5 Milho e Sorgo da Embrapa, órgão ligado ao Governo Federal.
Do ponto de vista nutricional, o milho é riquíssimo em cálcio, entre outros minerais. No
contato com o fogo (pipoca), parte dos nutrientes são perdidos.
Outra função importante do milho à alimentação diária: dele, os produtores conseguem
extrair a farinha de milho e fubá, utilizados para o preparo de pratos típicos brasileiros.
10 Ambos são ricos em amido e polissacarídeo que ajuda a fortalecer o sistema imunológico.
O ideal é que as substâncias encontradas no milho façam parte do cardápio, mesmo que
seja de forma indireta, como na polenta ou na pamonha caseira.
Vida Natural e equilíbrio. Escala, n. 19. p. 25. (P120064A9_SUP)

(P120065A9) Uma opinião do autor quanto ao consumo de milho está presente em:
A) “... a venda do vegetal tem força principalmente no caso dos enlatados,...”. ( . 1)
B) “Do ponto de vista nutricional, o milho é riquíssimo em cálcio,...”. ( . 6)
C) “No contato com o fogo (pipoca), parte dos nutrientes são perdidos.”. ( . 6-7)
D) “... polissacarídeo que ajuda a fortalecer o sistema imunológico.”. ( . 10)
E) “O ideal é que as substâncias encontradas no milho façam parte do cardápio,...”. ( . 11)

O item acima avalia a habilidade de os estudantes das qualidades nutricionais do milho, o que, de
distinguirem um fato da opinião relativa a esse algum modo, pode ter soado para esses estudantes
fato. Em outras palavras, a estratégia para a como um discurso pessoalizado.
resolução desse item é organizar, em torno de um
fato levantado, a possível opinião colocada pelo Finalmente, os estudantes que assinalaram
autor do texto a respeito da constatação referida. a alternativa E (o gabarito) evidenciaram ter
Para a elaboração do item, como suporte, tem-se desenvolvido a habilidade em questão, além
uma curta reportagem discorrendo a respeito das de terem feito uma leitura eficiente do texto.
propriedades nutritivas e da comercialização do Isso se deve ao fato de eles terem apreendido
milho no Brasil, além de falar sobre a necessidade o posicionamento do autor dessa reportagem,
de o milho participar das refeições dos brasileiros. ao organizar os dados levantados referentes às
propriedades nutritivas do milho e ao seu mercado
Os estudantes que escolheram as alternativas A, consumidor no Brasil, no sentido de concluir e
C e D demonstraram ter lido de forma superficial posicionar-se em relação à necessidade de o milho
o texto e, provavelmente, não ter compreendido a fazer parte da alimentação cotidiana, o que, na
proposta avaliativa do item, porque as alternativas escrita disposta na alternativa “E”, soa como um
escolhidas podem ser consideradas fatos, visto conselho, demonstrando uma opinião dele sobre
que são escritas a partir de dados e pesquisas. como a alimentação deve ser processada.

54
Acrescenta-se ainda a possibilidade de o estudante 54,1% de acerto
não conseguir identificar marcas que indicam
subjetividade, que refletem um posicionamento do
autor.

No caso dos estudantes que julgaram a alternativa


B como correta, é possível supor que eles
tenham se deixado levar pelo uso do superlativo
“riquíssimo” ao refletir sobre as pesquisas a respeito A B C D E
12,1% 17,1% 7,4% 6,8% 54,1%
Leia o texto abaixo.

Sobre o milho

No Brasil, a venda do vegetal tem força principalmente no caso dos enlatados, que são
utilizados, sobretudo, em saladas ou pizzas (cuidado com o sódio, inimigo do coração). Além
disso, no entanto, as grandes empresas de distribuição oferecem o alimento na espiga, que
é destinado à produção de curau ou pamonha, segundo o Centro Nacional de Pesquisa de
5 Milho e Sorgo da Embrapa, órgão ligado ao Governo Federal.
Do ponto de vista nutricional, o milho é riquíssimo em cálcio, entre outros minerais. No
contato com o fogo (pipoca), parte dos nutrientes são perdidos.
Outra função importante do milho à alimentação diária: dele, os produtores conseguem
extrair a farinha de milho e fubá, utilizados para o preparo de pratos típicos brasileiros.
10 Ambos são ricos em amido e polissacarídeo que ajuda a fortalecer o sistema imunológico.
O ideal é que as substâncias encontradas no milho façam parte do cardápio, mesmo que
seja de forma indireta, como na polenta ou na pamonha caseira.
Vida Natural e equilíbrio. Escala, n. 19. p. 25. (P120064A9_SUP)

(P120066A9)No fragmento “Do ponto de vista nutricional, o milho é riquíssimo em cálcio, entre outros
minerais.” ( . 6), o uso da palavra destacada
A) acrescenta dados sobre o real valor nutricional do milho.
B) enfatiza a opinião do autor em relação à ingestão do milho.
C) evidencia exagero quanto ao valor nutricional do milho.
D) reforça a ideia do elevado valor nutricional do milho.
E) sugere a indispensabilidade do milho nas refeições diárias.

9
O item acima, referente ao padrão de desempenho proficiente,
9,6% de acerto
avalia a habilidade de os estudantes reconhecerem o efeito de
sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou
morfossintáticos.

A B C D E
21,1% 8,4% 10,5% 48% 9,6%
Língua Portuguesa - 3ª série do Ensino Médio | SAEGO 2013

Leia os textos abaixo.

Texto 1 Texto 2
Graduação Onde trabalhar

Para ingressar no mercado, o perito O perito tem quatro possibilidades de emprego:


forense computacional (não se assuste, é • ser contratado por uma empresa de consultoria,
assim que um caçador de hackers é chamado que é chamada quando pinta um problema em
oficialmente) precisa ter algum curso superior outra empresa;
completo. Mas, como a profissão é nova, ainda • ser perito da Polícia Federal ou Estadual, que
não existem faculdades específicas. Ou seja, mantém seu próprio corpo de especialistas;
vale formação superior em qualquer curso. • ser autônomo e ser convocado pelo juiz de
Mas, claro, algumas formações podem lhe dar um tribunal ou por alguma pessoa ou empresa
conhecimentos mais adequados. Engenharia para trabalhar num caso específico;
eletrônica e ciências da computação garantem • trabalhar em uma empresa para fazer
boas ferramentas técnicas e direito ajuda muito segurança virtual preventiva. Ou seja, proteger
na hora de produzir laudos que, em seguida, os sistemas antes de serem atacados por
são analisados por juízes e advogados. hackers.
Mundo Estranho. São Paulo: Abril, 48. ed., fev. 2006, p. 22. (P120101A9_SUP)

(P120101A9) Comparando-se esses textos, pode-se afirmar que os dois


A) divulgam as possibilidades de uma nova profissão.
B) fazem referência à garantia de emprego no mercado.
C) foram escritos com finalidades bem diferenciadas.
D) mostram que a Polícia Federal precisa dos peritos.
E) usam linguagem predominante computacional.

50
Observe um exemplo de item alocado no padrão de desempenho
50,6% de acerto
proficiente. Esse item avalia a habilidade de os estudantes
reconhecerem diferentes formas de tratar uma informação, na
comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das
condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.

A B C D E
50,6% 23,4% 9,2% 5,1% 9%
Avançado
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

acima de 325 pontos

Analisando as habilidades posicionadas neste Padrão, pode-se concluir que os estudantes que nele se
encontram conseguem interagir com textos de alta complexidade estrutural, temática e lexical.

No campo dos efeitos de sentidos, eles demonstram ser capazes de reconhecer os efeitos do uso de
recursos morfossintáticos diversos, de notações, de repetições e de escolha lexical, em gêneros de várias
naturezas e temáticas, revelando maior conhecimento linguístico associado aos aspectos discursivos dos
textos.

Eles realizam operações de retomada com alta complexidade, como as realizadas por meio de pronomes
demonstrativos e indefinidos, retos, incluindo também elipses.

São capazes de analisar, com maior profundidade, uma maior gama de textos argumentativos, narrativos,
expositivos, instrucionais e de relato, observando diversas categorias ainda não atingidas anteriormente,
tanto no interior do texto quanto na comparação entre eles. Na intertextualidade, inferem diferentes
posicionamentos em relação ao mesmo assunto em textos de tipologias diferentes.

Analisam gêneros textuais híbridos, considerando as condições de produção e os efeitos de sentido


pretendidos.

Em textos literários complexos, inferem o significado da metáfora e o efeito de sentido pretendido com seu
uso.

Portanto, os estudantes que se posicionam acima desse ponto na Escala de Proficiência podem ser
considerados leitores proficientes, ou seja, leitores capazes de selecionar informações, levantar hipóteses,
realizar inferências e autorregular sua leitura, corrigindo sua trajetória interpretativa quando suas
hipóteses não são confirmadas pelo texto.
Língua Portuguesa - 3ª série do Ensino Médio | SAEGO 2013

Leia o texto abaixo.


Jogging descalço é mais saudável
Quem corre descalço, corre mais saudavelmente. É o que afirmam pesquisadores americanos
da Universidade da Virginia. Eles descobriram que os calçados desportivos podem ser mais
prejudiciais para as articulações do que o jogging sem calçados.
Os cientistas testaram 68 atletas em uma esteira: com e sem calçados. E constataram um
esforço maior nas articulações dos quadris, joelhos, e pés nos voluntários que fizeram o exercício
calçados. De acordo com os dados, a sobrecarga às articulações foi inclusive maior do que o
estresse provocado por sapatos de salto alto. Em média, o quadril dos desportistas calçados foi
54% mais sobrecarregado que o dos descalços, enquanto a pressão sobre o joelho ficou entre
36% e 38%.
Geo. n. 15, p. 19. (P120349ES_SUP)

(P120350ES) Um argumento em defesa da tese de que correr descalço é mais saudável encontra-se em:
A) “É o que afirmam pesquisadores americanos da Universidade da Virginia.”.
B) “Os cientistas testaram 68 atletas em uma esteira: com e sem calçados.”.
C) “... um esforço maior nas articulações dos quadris, joelhos, e pés nos voluntários...”.
D) “... a sobrecarga às articulações foi inclusive maior do que o estresse provocado por sapatos de salto alto.”.
E) “Em média, o quadril dos desportistas calçados foi 54% mais sobrecarregado que o dos descalços,...”.

30
Este item avalia a habilidade de estabelecer a relação entre a tese e os
30,9% de acerto
argumentos oferecidos para sustentá-la. O suporte usado apresenta
uma linguagem de fácil entendimento, o que facilita a compreensão
do texto. No entanto, a habilidade aferida é complexa, exigindo um
maior amadurecimento e proficiência da capacidade de leitura.

A tarefa solicitada no comando requer que os estudantes reconheçam


que o texto em questão pertence ao tipo argumentativo, ou seja, nele,
A B C D E
defende-se uma opinião (tese) a partir da exposição de argumentos.
25,4% 16,5% 14,1% 10,5% 30,9%
No comando do item, é apresentada aos estudantes a tese sustentada
no texto e lhes é solicitado que identifiquem, dentre as alternativas
apresentadas, um dos argumentos usados para a defesa do ponto de
vista defendido.

Para resolver o item, o estudante deve ser capaz de, após localizar
a tese, reconhecer os argumentos que a corroboram, distinguindo-
os de outros fatos apresentados no texto que se apresentam como
informações pontuais no texto.

Dessa forma, aqueles que assinalaram a alternativa E, o gabarito


demonstra ter desenvolvido a habilidade avaliada, reconhecendo
que o dado estatístico apresentado comprova a tese de que praticar
jogging descalço é mais saudável.

Os estudantes que escolheram a alternativa A, possivelmente,


entenderam que o fato de os pesquisadores americanos terem feito
as afirmações é uma comprovação da tese defendida. No entanto,
retomando o texto, torna-se claro que a asserção está relacionada à
tese anunciada previamente, complementando-a.

A opção pelas alternativas B, C e D também revela um


desconhecimento relativo às noções de tese e argumento. Os
estudantes que assinalaram esses distratores não compreenderam
que esses fragmentos apenas fornecem informações sobre a pesquisa
realizada, não se configurando como fundamentos que sustentam a
opinião defendida.

A habilidade de argumentar é essencial à formação de cidadãos


conscientes, reflexivos e atuantes na sociedade, visto que a todo
o momento necessitamos defender, rebater e sustentar ideias.
Portanto, torna-se fundamental que, ao final do terceiro ano do
Ensino Médio, os estudantes já estejam familiarizados com textos
argumentativos, sendo capazes de identificar opiniões e argumentos.
Língua Portuguesa - 3ª série do Ensino Médio | SAEGO 2013

Leia o texto abaixo.

O mestre da faxina
Subitamente, minha faxineira desapareceu. Deixou chinelos, um avental [...]. Três
semanas depois, resolvi:
– Eu mesmo vou limpar o apartamento!
Peguei um saco de lixo grande, botei dois coadores de café usados, a casca de uma
5 mexerica e algumas torradas secas. No processo, um pedaço de torrada caiu no chão.
Esmigalhei-o com o pé, sem querer. Observei horrorizado os pedacinhos se espalharem
pelo piso.
– Não tem importância, depois vou lavar o chão.
Joguei o lixo. Voltei. Abri a geladeira. Duas cenouras mumificadas me observavam. Retornei ao
10 lixo. Foram dez idas e vindas. Sempre esquecia alguma coisinha! Finalmente, encarei a cerâmica
da cozinha. Originalmente, é branca. A alvura ocultava-se sob manchas marrons, vermelhas e
cinzentas. Passei a vassoura. As manchas continuavam lá. Tocou o telefone.
– Estou às voltas com a vassoura – expliquei, sorridente.
– Vai voar? – perguntou meu interlocutor.
15 Desliguei e voltei à cozinha. Tinha espalhado as migalhas de torrada por todo o trajeto. Achei
melhor me concentrar e pensar na sala mais tarde. Cautelosamente, espalhei o líquido limpador
multiuso no chão. Puxei a sujeira com o rodinho. As manchas desapareciam magicamente!
– Venci as faxineiras – comemorei.
Só então descobri estar do lado oposto à porta. Ao voltar sobre a área limpa e molhada,
20 na ponta dos pés, minhas botas espalharam marcas pretas, bem redondinhas. Dava a
impressão de que uma cabra havia passado por lá. Suspirei. Tirei os sapatos, as meias
e arregacei as calças. Joguei limpador de novo. Puxei o rodinho, dessa vez ao contrário.
Trouxe uma horrível borra cinza até a porta da sala. Quando ia atingir meu tapete persa,
corri até a pia, peguei um pano e ajoelhei-me para eliminar a borra. O pano estava imundo,
25 emporcalhei tudo mais ainda. Pior: meus joelhos também se sujaram e minhas próprias
calças passaram a criar manchas. Não tive dúvida: tirei a roupa toda. [...]
Retornei à pia, tentei lavar o pano. A pia entupiu. Corri ao banheiro, acrescentando mais
marcas no chão. Molhei e torci o trapo. Mais limpador. Notei que as casquinhas da torrada,
apesar de todo o meu empenho, pareciam ter colado na cerâmica. Agachei-me e, com a
30 ponta das unhas, fui tirando uma por uma. Até quase enlouquecer. Quis chorar. Pus a mão
nos cabelos, e o líquido de limpeza começou a escorrer pelo meu rosto. Espirrei. Joguei
água por tudo, espalhei sapólio e passei o rodinho. Meus pés arderam. Ao puxar os detritos,
eles voaram no tapete persa. Deitei-me sobre o tapete para caçar os pontinhos de sujeira.
Nesse instante, o rodinho escorregou e caiu em direção ao ralo. Na batida, uma poça d’água
35 explodiu. Com fúria, agarrei o pano e passei em cada milímetro do piso. Desmaiei no tapete,
exausto. Olhei a cozinha.
Surpresa! O piso estava limpo! Suspirei, quis tomar um café. Duas gotas negras caíram
da xícara. Desesperado, quase lambi o chão. Limpei com meu próprio lenço. Respirei
profundamente, senti minha franja grudada nos cílios. Uma mancha de sapólio se instalara
40 na minha barriga! Corri para a ducha. Adormeci pensando como seria fascinante limpar a
sala, no dia seguinte.
De manhã bem cedo, a faxineira reapareceu, com uma história complicadíssíma. Quase
beijei seus pés. Sempre desdenhei os trabalhos domésticos. Quando ouvia alguém falar em
dona de casa, torcia o nariz. Já me arrependi. Francamente! Que vida!
CARRASCO, Walcyr. Pequenos delitos e outras crônicas. Rio de Janeiro: Best Seller, 2006. p. 64-65. (P120074B1_SUP)

(P120074B1) Um dos trechos que identifica o personagem como um homem é:

A) “– Eu mesmo vou limpar o apartamento!”. (ℓ. 3)


B) “– Não tem importância, depois vou lavar o chão.”. (ℓ. 8)
C) “– Estou às voltas com a vassoura...”. (ℓ. 13)
D) “– Venci as faxineiras...”. (ℓ. 18)
E) “Quis chorar.”. (ℓ. 30)
41
Este item exemplifica a habilidade de identificar as marcas linguísticas
41,6% de acerto
que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. Para isso,
foi utilizada como suporte uma crônica, que por apresentar uma
linguagem simples e ser um gênero muito comum à realidade escolar,
pode contribuir para a resolução do item. A dificuldade em proceder
à leitura desse texto, no entanto, deve-se à sua extensão, que exige
atenção dos leitores para os detalhes apresentados pelo autor e para
as inferências necessárias ao seu completo entendimento.
A B C D E
41,6% 9,2% 6,5% 34,8% 4,9%
O comando exige que os estudantes identifiquem nos fragmentos
apresentados pistas textuais que caracterizem o narrador-
personagem da história como um homem. Assim, aqueles que
optaram pela alternativa A, o gabarito, desenvolveram a habilidade
aferida, reconhecendo a desinência de gênero masculino (-o) em
“mesmo”.

As outras alternativas, embora expressem o discurso do narrador-


personagem, que é um homem, não apresentam pistas que permitam
essa identificação. Portanto, os estudantes que escolheram esses
distratores, possivelmente, basearam-se na leitura do texto como um
todo e não se concentraram nos fragmentos apresentados, levando-
os ao equívoco.

Os estudantes que marcaram as alternativas B, C e D relacionaram os


termos flexionados no fragmento presente nessas alternativas com
o trecho “olhei horrorizado”, identificando corretamente tratar-se de
um narrador masculino; porém, não associaram corretamente os
marcadores presentes nas alternativas.

Já aqueles que escolheram a alternativa E podem ter relacionado a


falta de destreza do narrador com a limpeza da cozinha ao universo
masculino, considerando, principalmente, o último parágrafo do texto,
em que o narrador assume desprezar as tarefas domésticas.
Língua Portuguesa - 3ª série do Ensino Médio | SAEGO 2013

Leia o texto abaixo.

De onde vieram os tomates?

A história do tomate é cheia de rumores, boatos e especulações, mas uma coisa é certa:
essa fruta vermelha favorita de muita gente (sim, o tomate é uma fruta) não tem sua origem
na Itália. Apesar do fato de ser um ingrediente essencial para massas, pizzas e saladas, o
tomate é originário do México e da América Central.
5 O tomate em sua forma original, no entanto, não tinha nada a ver com esse globo
vermelho que nós conhecemos e adoramos hoje em dia. Tratava-se de uma pequena
fruta perfumada (imagine algo como o tomate cereja) que os grupos nativos americanos
combinavam com “ahi”, um tipo de pimenta para fazer um molho bem temperado. Embora
os nativos americanos o tenham consumido por séculos, os tomates rapidamente ganharam
10 uma má reputação nas Américas. Os colonizadores acreditavam que o tomate era venenoso
e nenhum ascendente europeu se atreveu a comer a fruta até o início do século 19 – com
medo de morrer.
Na verdade, credita-se à Fundação Americana Padre Thomas Jefferson o início do cultivo
de tomate para consumo nos Estados Unidos. Os registros de Jefferson contam que ele
15 plantava a fruta todos os anos em seu “Garden Kalendar” que manteve de 1.809 a 1.824.
Talvez essa seja a primeira referência escrita do cultivo de tomate pelos colonizadores do
Novo Mundo e que foi publicada nas “Notas sobre o Estado da Virgínia”, em 1.787. Seus
registros meticulosos indicavam que ele frequentemente vendia seus tomates em mercados
de Washington, além de apresentar diferentes usos para o mesmo em sua coleção pessoal
20 de receitas.
Disponível em: <http://lazer.hsw.uol.com.br/origem-tomates.htm>. Acesso em: 13 jan. 2011. Fragmento. (P120603ES_SUP)

(P120603ES) No trecho “(sim, o tomate é uma fruta)” (ℓ. 2), os parênteses indicam
A) explicação de um termo.
B) especificação de um fato.
C) conceito de um especialista.
D) comentário irônico.
E) comentário do autor.

17
Este item, pertencente ao padrão de desempenho avançado, avalia a
17,6% de acerto
habilidade de reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de
pontuação e de outras notações, nesse caso, dos parênteses.

A B C D E
35% 27,1% 6% 12% 17,6%
Leia o texto abaixo.

Saltos, piruetas e palavras revelam histórias de balés clássicos em livro

Por que será que os balés clássicos encantam crianças e adultos há centenas de anos?
Uma das possíveis respostas está no livro “Outros Contos do Balé”, de Inês Bogéa. [...]
Este é o terceiro livro que ela escreve para crianças e jovens – os outros são “Contos do
Balé” (2.007) e “O Livro da Dança” (2.002).
5 Desta vez, Bogéa conta a história de cinco balés clássicos: “A Sílfide”, “O Corsário”, “La
Bayadère”, “O Quebra-Nozes” e “O Pássaro de Fogo”.
São contos que reúnem magia, romance e aventura, ao lado de figurinos, músicas e
cenários deslumbrantes. Isso tudo ajuda a explicar o fato de a dança clássica encantar as
pessoas ao longo dos tempos.
10 No livro, a autora também reúne um pequeno glossário com alguns passos e posições
do balé, além de apresentar as profissões envolvidas na criação de um espetáculo e ainda
um breve perfil das principais companhias de dança do mundo.
Entre saltos e piruetas, você passeia por mais de 70 imagens enquanto conhece histórias
que se tornaram verdadeiras joias do mundo da dança.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/1116243-saltos-piruetas-e-palavras-revelam-historias-de-bales-classicos-em-livro.shtml>.
Acesso em: 11 jul. 2012. Fragmento. (P090017E4_SUP)

(P090018E4) Qual é o assunto desse texto?


A) A influência do balé clássico entre crianças e adultos.
B) As profissões envolvidas nos espetáculos de balé.
C) O lançamento do livro sobre balé clássico.
D) Os diversos passos e posições do balé.

46
Observe outro exemplo de item do padrão de desempenho
46,7% de acerto
avançado. Nele, avalia-se a habilidade de identificar o tema de um
texto.

A B C D
38,1% 6% 46,7% 6,2%

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