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Universidade Federal Fluminense

Instituto de Matemática e Estatı́stica


Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Módulo 1


Prezado aluno,

Seja bem-vindo à nossa disciplina. Este texto possui - salvo algumas modificações - o mesmo
conteúdo do material preparado pela professora Rioco para o curso de Cálculo IV do Cederj.

Boa sorte!

Rioco K. Barreto e M. Lucia S. Menezes


Coordenadoras de Cálculo III-A

Aula 1 – Integrais Duplas


Objetivos
• Compreender a noção de integral dupla;
• Estudar algumas de suas propriedades;
• Estudar o Teorema de Fubini para retângulos.

Em Cálculo II-A, você aprendeu as integrais definidas. Agora, em Cálculo III-A, pretendemos que
você compreenda as integrais duplas e triplas de funções de duas ou três variáveis.

Então consideremos uma função f : D ⊂ R2 → R, onde D é um conjunto fechado e limitado


(também conhecido como conjunto compacto). Como D é limitado, então existe um retângulo
R = [a, b] × [c, d], tal que D ⊂ R.

d = yn
R
Rij f
D
yj
∆y
yj−1

(x∗i , yj∗)
y0 = c R
a = x0 xi−1 xi b = xn x
∆x

Vamos dividir o retângulo R em subretângulos Rij da seguinte maneira: dividimos os intervalos [a, b]
e [c, d] em n subintervalos de mesmo comprimento ∆x = b−a n
e ∆y = d−c n
, respectivamente;
Cálculo III-A Módulo 1 2

traçamos retas verticais e horizontais pelas extremidades desses subintervalos. Vamos escolher
xi , yj ∈ Rij , para formarmos a soma
∗ ∗

n X
X n n
X
 
Sn = f x∗i , yj∗ ∆x∆y = f x∗i , yj∗ ∆A
j=1 i=1 i,j=1

 
onde f x∗i , yj∗ = 0 se x∗i , yj∗ ∈/ D.

Esta soma é dita soma de Riemann de f . Se existir o lim Sn = L, dizemos que f é integrável e
n→∞ ZZ ZZ
que o número L é dito integral de f sobre D e é indicado por f (x, y) dxdy ou f (x, y) dA
ZZ D D

ou f dA. Assim,
D
ZZ n
X 
f (x, y) dxdy = lim f x∗i , yj∗ ∆x∆y .
n→∞
D i,j=1

OBS.:

1. Prova-se que se f é contı́nua em D, então f é integrável.

2. Se f (x, y) ≥ 0 é contı́nua em D, então o gráfico de f (Gf ) está


acima do plano xy. Então o volume do sólido W que está abaixo
de Gf e acima de D é dado por
ZZ
V (W ) = f (x, y) dxdy .
D

Logo, para encontrar o volume do sólido W , integramos f (x, y)


(o “teto”) sobre D (o “piso”).

Gf : z = f (x, y) (“teto”)

(“piso”)
x
(x∗i , yj∗) Rij

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Cálculo III-A Módulo 1 3

3. Se f (x, y) = 1 em D então
ZZ ZZ
1 dxdy = dxdy = A(D) = área de D .
D D

4. Propriedades
ZZ ZZ ZZ
(i) (f + g) dA = f dA+ g dA
D D D
ZZ ZZ
(ii) kf dA = k f dA, k ∈ R
D D
ZZ ZZ ZZ
(iii) D = D1 ∪ D2 ⇒ f dA = f dA+ f dA
D D1 D2

D1
D2

Um Método Prático para Calcular Integrais Duplas

Teorema de Fubini: Se f (x, y) é contı́nua no retângulo D = [a, b] × [c, d], então


ZZ Z b Z d  Z d Z b 
f (x, y) dxdy = f (x, y) dy dx = f (x, y) dx dy
a c c a
D

ou ZZ Z bZ Z dZ
d b
f (x, y) dxdy = f (x, y) dydx = f (x, y) dxdy
a c c a
D | {z }
integrais iteradas ou repetidas

Exemplo 1
ZZ
Calcule xy 2 dxdy, sendo D = [0, 1] × [−1, 0].
D

Solução:

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Cálculo III-A Módulo 1 4

Temos ZZ Z 1Z 0
2
xy dxdy = xy 2 dydx .
0 −1
D

Primeiro, calculamos a integral interna. Logo,

ZZ Z 1 h 3 i0 Z 1 Z 1 h 2 i1
2 y 1 1 1 x 1
xy dxdy = x 3
= 3
x[0 − (−1)] dx = 3
x dx = 3 2
= 6
.
0 −1 0 0 0
D

Aula 2 – Cálculo de Integrais Duplas em Regiões mais Gerais

Objetivos
• Estudar uma versão mais geral do Teorema de Fubini;

• Calcular área e volume.

Suponhamos agora, que D seja diferente do retângulo [a, b] × [c, d]. Então vamos definir dois tipos
de região.

Definição 1

Dizemos que D é uma região do tipo I ou uma região simples vertical se D for limitada
à esquerda pela reta vertical x = a, à direita pela reta vertical x = b, inferiormente
pela curva de equação y = g1 (x) e superiormente pela curva y = g2 (x), onde g1 e g2 são
contı́nuas.

As figuras que se seguem ilustram regiões do tipo I.

y = g2 (x) y = g2 (x) y = g2 (x)


y y y
D D

(x, y) (x, y)
D
(x, y)

y = g1 (x) y = g1 (x)
y = g1 (x)
a x b x a x b x a x b x

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Cálculo III-A Módulo 1 5

Logo, D = {(x, y) ∈ R2 ; a ≤ x ≤ b e g1 (x) ≤ y ≤ g2 (x)}. Prova-se que:


ZZ Z bZ g2 (x)
f (x, y) dxdy = f (x, y) dydx .
a g1 (x)
D

Definição 2

Dizemos que D é uma região do tipo II ou uma região simples horizontal, se D for limitada
inferiormente e superiormente pelas retas horizontais y = c e y = d, respectivamente, à
esquerda pela curva x = h1 (y) e à direita pela curva x = h2 (y), onde h1 e h2 são contı́nuas.

As figuras que se seguem ilustram regiões do tipo II:

y y y

d d d
x = h1 (x)
x = h1 (x) D x = h1 (x)
x = h2 (x) D D
x = h2 (x) x = h2 (x)
x x x

c c c
x x x

Logo, D = {(x, y) ∈ R2 ; c ≤ y ≤ d e h1 (y) ≤ x ≤ h2 (y)}. Prova-se que:


ZZ Z dZ h2 (y)
f (x, y) dxdy = f (x, y) dxdy .
c h1 (y)
D

Exemplo 1

Calcule por meio dos dois métodos a integral de f (x, y) = xy sobre a região D limitada pelas curvas
y = x e y = x2 .

Solução:

As curvas se interceptam quando x2 = x ou x(x − 1) = 0. Então x = 0 ou x = 1. Assim, os pontos


de interseção são (0, 0) e (1, 1). Logo, o esboço de D é:

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Cálculo III-A Módulo 1 6

y=x

(x, y)
D y = x2

x 1 x

Método 1

Enquadrando D como tipo I, temos D = {(x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ 1 e x2 ≤ y ≤ x}. Então:


ZZ Z 1Z x Z 1 h ix Z 1 Z 1
y2 1 2 4 1
xy dxdy = xy dydx = x 2 dx = 2 x (x − x ) dx = 2 (x3 − x5 ) dx
0 x2 0 x2 0 0
D
h i1
1 x4 x6
= 2 4
− 6
0
1 1 1

= 6 4
− 6
1
= 24
.

Método 2
y

x=y

y

D x= y

1 x
 √
Enquadrando D como tipo II, temos D = (x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ y ≤ 1 e y ≤ x ≤ y . Então,
ZZ Z 1Z √y Z 1 h i√y Z 1 Z 1
x2 1 2 1
xy dxdy = xy dxdy = y 2 dy = 2 y (y − y ) dy = 2 (y 2 − y 3) dy
0 y 0 y 0 0
D
h i1
1 y3 y4
= 2 3
− 4
0
1 1 1

= 2 3
− 4
1
= 24
.

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Cálculo III-A Módulo 1 7

Exemplo 2

Calcule, por meio de integral dupla, a área da região plana D limitada pelas curvas y = x3 e y = x.

Solução:

O esboço de D é:

y
y = x1/2 y = x3

1 y= x = x1/2

D y = x3

1 x

Podemos descrever D por (


0≤x≤1
D:
x3 ≤ y ≤ x1/2
Então,

ZZ Z 1 Z x1/2 Z 1  h i1
x4
A(D) = dxdy = dydx = x1/2 − x3 dx = 32 x3/2 − 4
= 2
3
− 1
4
= 5
12
u.a.
0 x3 0 0
D

Exemplo 3

Calcule o volume do tetraedo W com faces nos planos coordenados e no plano x + y + z = 3.

Solução:

O plano x + y + z = 3 passa pelos pontos A = (3, 0, 0), B = (0, 3, 0) e C = (0, 0, 3). Assim, o
esboço de W é:

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Cálculo III-A Módulo 1 8

z
C
y
teto de W
3 x+y =3
W y =3−x
D
B
A y 3 x
D (piso) y=0
x

Observemos que o teto de W é a porção do plano x + y + z = 3 ou z = 3 − x − y = f (x, y) e que


o piso de W é o triângulo D. Então,
ZZ
V (W ) = f (x, y) dxdy
D
ZZ
= (3 − x − y) dxdy
D
Z 3 Z 3−x
= (3 − x − y) dydx
0 0
Z 3 h i3−x
y2
= 3y − xy − 2
dx
0 0
Z 3 h i
(3−x)2
= 3(3 − x) − x(3 − x) − 2
dx
0
Z 3
1
= 2
(9 − 6x + x2 ) dx
0
h i3
x3
= 21 9x − 3x2 + 3
0
9
= 2
u.v.

Exercı́cio 1: Calcule as integrais iteradas:


Z 2Z 2 Z 2Z x
xy x2
a) ye dxdy b) dydx
1 1 1 1 y2

Exercı́cio 2: Esboce a região de integração e calcule as integrais:


ZZ
a) xy 3 dxdy, D = {(x, y) ∈ R2 ; 1 ≤ x ≤ 2 , 0 ≤ y ≤ 2x};
D

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Cálculo III-A Módulo 1 9

ZZ
b) f (x, y) dxdy, D = {(x, y) ∈ R2 ; |x| ≤ π/2 , 0 ≤ y ≤ cos x}, f (x, y) = y sen x.
D

Exercı́cio 3: Esboce a região de integração e inverta a ordem das integrais iteradas em:

Z 1Z Z Z √
y 1 1−x2
a) f (x, y) dxdy c) √
f (x, y) dydx
0 0 −1 − 1−x2
Z 1Z √ Z 1Z
y 3x
b) f (x, y) dxdy d) f (x, y) dydx
0 y 0 x

Z 1Z 2
2
Exercı́cio 4: Calcule 4ex dxdy.
0 2y

Z 5Z 5
y
Exercı́cio 5: Calcule dydx .
1 x x ln y

Exercı́cio 6: Use a integral dupla para calcular a área da região D limitada pelas curvas y = 4x − x2
e y = x.

Exercı́cio 7: Encontre o volume do sólido W limitado pelos planos y = 0, z = 0 y = 4 e pelo


cilindro parabólico z = 4 − x2 .

Exercı́cio 8: Encontre o volume do sólido W limitado pelas superfı́cies z = 1 − y 2 , z ≥ 0, x = 0,


z = 0 e x − y = 2.

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Cálculo III-A – Módulo 1 – Tutor


Exercı́cio 1: Calcule as integrais iteradas:
Z 2Z 2 Z 2Z x
xy x2
a) ye dxdy b) dydx
1 1 1 1 y2

Solução:

a) Temos
Z 2Z 2 Z 2 ix=2 Z 2 h ix=2
exy
h
xy
ye dxdy = y dy = exy dy =
1 1 1 y x=1 1 x=1
Z 2 i2
e2y e4 e2 e4 3e2
h    
2y y y 2

= e −e dy = −e = −e − −e = − + e.
1 2 1 2 2 2 2

b) Temos
Z 2Z x Z 2Z x Z 2 h iy=x
x2 2 −1 1
dydx = xy dydx = x2 − dx =
1 1 y2 1 1 1 y y=1
Z 2 Z 2
1
 
2
−x + x2 dx =

= x − + 1 dx =
1 x 1

x3 2
h 2
x 8 1 1 8 1 1 5
i    
= − + = −2 + − − + = −2 + + − = .
2 3 1 3 2 3 3 2 3 6

Exercı́cio 2: Esboce a região de integração e calcule as integrais:


ZZ
a) xy 3 dxdy, D = {(x, y) ∈ R2 ; 1 ≤ x ≤ 2 , 0 ≤ y ≤ 2x};
D
ZZ
b) f (x, y) dxdy, D = {(x, y) ∈ R2 ; |x| ≤ π/2 , 0 ≤ y ≤ cos x}, f (x, y) = y sen x.
D

Solução:

a) O esboço de D está representado na figura que se segue.


Cálculo III-A Módulo 1 – Tutor 2

2
D

1 2 x

Temos Z 2Z
ZZ 2x Z 2 i2x
y4
h
3 3
xy dxdy = xy dydx = x dx =
1 0 1 4 0
D
Z 2 Z 2
16x4
 
= x − 0 dx = 4x5 dx =
1 4 1

6 i2
x 2 2
h
=4 = (26 − 1) = (64 − 1) = 42 .
6 1 3 3

b) O esboço de D está representado na figura que se segue.

−π/2 π/2 x

Temos ZZ ZZ Z π/2 Z cos x


f (x, y) dxdy = y sen x dx = y sen x dydx =
−π/2 0
D D
Z π/2 icos x Z π/2
y2 1
h
= sen x dx = cos2 x sen x dx =
−π/2 2 0 2 −π/2
Z π/2 iπ/2
1 1 cos3 x 1
h
2
= − cos x d(cos x) = − = − (0 − 0) = 0 .
2 −π/2 2 3 −π/2 6

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Cálculo III-A Módulo 1 – Tutor 3

Exercı́cio 3: Esboce a região de integração e inverta a ordem das integrais iteradas em:

Z 1Z y Z 1 Z 1−x2
a) f (x, y) dxdy c) √
f (x, y) dydx
0 0 −1 − 1−x2

Z 1Z y Z 1Z 3x
b) f (x, y) dxdy d) f (x, y) dydx
0 y 0 x

Solução:

a) A região de integração D é dada pelas desigualdades 0 ≤ x ≤ y e 0 ≤ y ≤ 1. Portanto, D é do


tipo II e está limitada à esquerda pela reta x = 0 (eixo y) e à direita pela reta x = y, entre as
retas horizontais y = 0 (eixo x) e y = 1.
y

1
x=y ⇒ y=x
entra em x = 0
D

sai em x = y

1 x

Para inverter a ordem de integração devemos enquadrar D como tipo I. Então imaginemos uma reta
vertical através de D, orientada como o eixo y.
y
sai em y = 1

entra em y = x

1 x

A reta entra em D em y = x e sai de D em y = 1. Logo, x ≤ y ≤ 1. Como a projeção de D sobre


o eixo x é o intervalo [0, 1], temos 0 ≤ x ≤ 1. Assim,
D = (x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ 1 , x ≤ y ≤ 1 .


Logo, Z 1Z 4 Z 1Z 1
f (x, y) dxdy = f (x, y) dydx .
0 0 0 x


b) A região de integração D é dada pelas desigualdades 0 ≤ y ≤ 1 e y ≤ x ≤ y . Portanto, D é

do tipo II e está limitada à esquerda pela reta x = y (ou y = x) e à direita pela curva x = y (ou
y = x2 , com x > 0), entre as retas horizontais y = 0 (eixo x) e y = 1.

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Cálculo III-A Módulo 1 – Tutor 4

1
x=y

entra em x = y

x= y

D √
sai em x = y

1 x

Para inverter a ordem de integração devemos enquadrar D como tipo I. Então imaginemos uma reta
vertical através de D, orientada como o eixo y. Vemos que ela entra em D em y = x2 e sai de D
em y = x. Vemos também que D está compreendida entre as retas x = 0 e x = 1. Então, temos:

D = (x, y) ∈ R2 ; x2 ≤ y ≤ x , 0 ≤ x ≤ 1 .


sai em y = x

1 x
entra em y = x2

Logo, √
Z 1Z y Z 1Z x
f (x, y) dxdy = f (x, y) dydx .
0 y 0 x2

√ √
c) A região de integração D é dada pelas desigualdades −1 ≤ x ≤ 1 e −√ 1 − x2 ≤ y ≤ 1 − x2 .
Portanto, D é do tipo I e está limitada inferiormente
√ pela curva y = − 1 − x2 (ou x2 + y 2 = 1,
com y ≤ 0) e superiormente pela curva y = 1 − x2 (ou x2 + y 2 = 1, com y ≥ 0), entre as retas
x = −1 e x = 1. Assim, o esboço de D está representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Módulo 1 – Tutor 5

y
p
entra em x = − 1 − y 2 p
1 sai em x = 1 − y2

−1 1 x
D

−1

Para inverter a ordem de integração, devemos definir D como tipo II. Então, considerando uma
p reta
horizontal através depD, orientada como o eixo X, vemos que ela entra em D em x = − 1 − y 2
e sai de D em x = 1 − y 2 . Vemos, também, que D está compreendida entre as retas horizontais
y = −1 e y = 1. Então,
n p p o
D = (x, y) ∈ R2 ; −1 ≤ y ≤ 1 , − 1 − y 2 ≤ x ≤ 1 − y 2 .

Logo,
Z 1 Z √
1−x2 Z 1 Z √1−y2

f (x, y) dydx = √ f (x, y) dxdy .
−1 − 1−x2 −1 − 1−y 2

d) A região de integração D é dada pelas desigualdades x ≤ y ≤ 3x e 0 ≤ x ≤ 1. Portanto, D é do


tipo I e está limitada inferiormente pela reta y = x (ou x = y) e superiormente pela reta y = 3x (ou
x = y/3), entre as retas verticais x = 0 (eixo y) e x = 1. Assim, o esboço de D está representado
na figura que se segue.

sai em y = 3x

D entra em y = x
1

1 x

Na figura vemos que D não é do tipo II, pois está limitada à esquerda pelas curvas x = y e x = y/3.
Para inverter a ordem de integração, devemos decompor a região D em duas partes: D1 e D2 , como
representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Módulo 1 – Tutor 6

3
D2
y
entra em x =
3 sai em x = 1
D1

y sai em x = y
entra em x =
3
1

1 x
 
0≤y≤1 1≤y≤3
Temos D1 : e D2 : . Então,
y/3 ≤ x ≤ y y/3 ≤ x ≤ 1
Z 1Z 3x Z 1Z y Z 3Z 1
f (x, y) dydx = f (x, y) dxdy + f (x, y) dxdy .
0 x 0 y/3 1 y/3

Z 1Z 2
2
Exercı́cio 4: Calcule 4ex dxdy.
0 2y
Z
2
Solução: Não podemos integrar nessa ordem, pois ex dx não é uma função elementar, isto é, ela
não pode ser escrita como uma soma finita de funções elementares (funções estudadas em Cálculo
I). Portanto, devemos inverter a ordem de integração. A região de integração D é dada pelas
desigualdades 0 ≤ y ≤ 1 e 2y ≤ x ≤ 2. Assim, D é do tipo II e está limitada à esquerda pela reta
x = 2y (ou y = x/2) e à direita pela reta x = 2, entre as retas horizontais y = 0 (eixo x) e y = 1.

y
x
x = 2y ⇒ y =
2
1

2 x

Descrição de D como tipo I

Imaginemos uma reta vertical através de D, orientada como o eixo y. Ela entra em D em y = 0 e
sai de D em y = x/2. Vemos que D está entre as retas x = 0 (eixo y) e a reta x = 2. Então,

D = (x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ 2 , 0 ≤ y ≤ x/2 .


Assim,
Z 1Z 2 Z 2Z x/2 Z 2 Z x/2 Z 2 Z 2
x2 x2 x2 x2 x 2
4e dxdy = 4e dydx = 4e dydx = 4e dx = ex 2x dx .
0 2y 0 0 0 0 0 2 0

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Cálculo III-A Módulo 1 – Tutor 7

Fazendo u = x2 , temos du = 2x dx. Para x = 0, temos u = 0 e, para x = 2, temos u = 4. Então,


Z 1Z 2 Z 4 h i4
x2
4e dxdy = e du = eu = e4 − 1 .
u
0 2y 0 0

Z 5Z 5
y
Exercı́cio 5: Calcule dydx .
1 x x ln y
Z
y
Solução: Não podemos integrar nessa ordem, pois dy não é uma função elementar.
x ln y

Então vamos inverter a ordem de integração. Para isso devemos esboçar a região de integração D
dada pelas desigualdades 1 ≤ x ≤ 5 e x ≤ y ≤ 5. Logo, a região é do tipo I e está limitada
inferiormente pela reta y = x e superiormente pela reta y = 5 e está compreendida entre as retas
verticais x = 1 e x = 5.

D
entra em x = 1

sai em x = y

1 x

Descrição de D como tipo II

Imaginemos uma reta horizontal, através de D, orientada como o eixo x. Vemos que ela entra em
D em x = 1 e sai de D em x = y. Vemos, também que D está entre as retas horizontais y = 1 e
1≤y≤5
y = 5. Assim, D : . Então,
1≤x≤y
Z 5Z 5 Z 5Z y Z 5 iy
y y y
h
dydx = dxdy = ln x dy =
1 x x ln y 1 1 x ln y 1 ln y 1
Z 5 Z 5 Z 5 i5
y y y2 1
h
52 − 1 = 12 .

= (ln y − ln 1) dy = · ln y dy = y dy = =
1 ln y 1 ln y 1 2 1 2

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Cálculo III-A Módulo 1 – Tutor 8

Exercı́cio 6: Use a integral dupla para calcular a área da região D limitada pelas curvas y = 4x − x2
e y = x.

Solução: De y = 4x − x2 e y = x temos 4x − x2 = x ou x2 − 3x = 0 ou x(x − 3) = 0, portanto


x = 0 ou x = 3. Logo, as interseções são (0, 0) e (3, 3) e o esboço de D está representado na figura
que se segue.

y
sai em y = 4x − x2

D (3, 3)

entra em y = x

x

0≤x≤3
Descrevendo D como uma região do tipo I, temos D : . Como A(D) =
ZZ x ≤ y ≤ 4x − x2
dxdy, temos
D

Z 3Z 4x−x2 Z 3
4x − x2 − x dx =

A(D) = dydx =
0 x 0
3
x3 3
Z h 2
3x
i
3x − x2 dx =

= − =
0 2 3 0

27 9
= −9= u.a.
2 2

Exercı́cio 7: Encontre o volume do sólido W limitado pelos planos y = 0, z = 0 y = 4 e pelo


cilindro parabólico z = 4 − x2 .

Solução:

Esboço do sólido W

Inicialmente traçamos, no plano xz, a parábola z = 4 − x2 . Como esta equação é independente


da variável y, traçamos, por pontos desta parábola, as retas paralelas ao eixo y. Obtemos assim o
cilindro parabólico. Considerando que W está limitado pelos planos y = 0, y = 4 e z = 0, temos o
sólido W representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Módulo 1 – Tutor 9

4 “teto”

−2

D
2
x 4
y
“piso”

Observemos que o “teto” do sólido W é o cilindro parabólico z = 4 − x2 = f (x, y) e que o “piso”


de W é o quadrado D dado pelas desigualdades −2 ≤ x ≤ 2 e 0 ≤ y ≤ 4. Temos, então,
ZZ ZZ
4 − x2 dxdy =

V (W ) = f (x, y) dxdy =
D D
Z 2 Z 4 Z 2 Z 4
2 2
 
= 4−x dydx = 4−x dydx =
−2 0 −2 0

2
x3 2
Z
8 128
h i  
4 − x2 dx = 4 4x −

=4 =4·2 8− = u.v.
−2 3 −2 3 3

Exercı́cio 8: Encontre o volume do sólido W limitado pelas superfı́cies z = 1 − y 2 , z ≥ 0, x = 0,


z = 0 e x − y = 2.

Solução:

Esboço do sólido W

Inicialmente traçamos, no plano yz, a parábola z = 1 − y 2 , com z ≥ 0. Como esta equação é


independente da variável x, traçamos, por pontos desta parábola, retas paralelas ao eixo x, obtendo
assim o cilindro parabólico. Para esboçar o plano x − y = 2, traçamos primeiramente no plano xy
a reta x − y = 2. Como esta equação não depende da variável z, traçamos por pontos desta reta,
retas paralelas ao eixo z. Vemos que os pontos A = (3, 1, 0), B = (2, 0, 1) e C = (1, −1, 0) são
comuns às duas superfı́cies. Ao ligarmos tais pontos, obtemos a curva interseção. Considerando que
W é limitado pelos planos x = 0 e z = 0, temos o sólido W representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Módulo 1 – Tutor 10

z y
x−y =2
“teto” 1
1
D
B
2 x

−1
entra em x = 0 sai em x = 2 + y
W
−2
−1
C 1
D y
2
x A
“piso”

Observemos que o “teto” do sólido W é a superfı́cie z = 1 − y 2 e que o “piso” de W é o trapézio D,


que deve ser olhado como uma região do tipo II. Vemos que a projeção de D no eixo y é o intervalo
[−1, 1]. Logo, −1 ≤ y ≤ 1. Vemos, também que uma horizontal qualquer através de D entra em D
em x = 0 e sai de D na reta x − y = 2, onde x = 2 + y. Logo, 0 ≤ x ≤ 2 + y. Assim, D é definido
−1 ≤ y ≤ 1
pelas desigualdades D : . Temos, então,
0≤x≤2+y
ZZ ZZ
1 − y 2 dxdy =

V (W ) = f (x, y) dxdy =
D D
Z 1 Z 2+y Z 1
2
1 − y 2 (2 + y) dy =
 
= 1−y dxdy =
−1 0 −1
1
y4 1
Z
y2 2y 3
h i
2 3

= 2 + y − 2y − y dy = 2y + − − =
−1 2 3 4 −1

1 2 1 1 2 1 8
   
= 2+ − − − −2 + + − = u.v.
2 3 4 2 3 4 3

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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Lista 1


Exercı́cio 1: Calcule as seguintes integrais duplas:

x
ZZ
a) dxdy, sendo D = [1, 2] × [0, 1].
1 + y2
D
ZZ
b) x dxdy na região D compreendida entre as curvas y = x2 , y = 0 e x = 1.
D

x
ZZ
c) dxdy, onde D é a região limitada pelas retas y = x, y = 2x, x = 1 e x = 2.
y
D

Solução:

a) O esboço de D está representado na figura que se segue.

1 2 x

Como D é um retângulo com os lados paralelos aos eixos coordenados, temos 1 ≤ x ≤ 2 e 0 ≤ y ≤ 1.


Pelo teorema de Fubini, o valor da integral dupla pode ser obtido por meio de qualquer uma das
seguintes integrais iteradas:
Z 1Z 2 Z 2Z 1
x x
2
dxdy ou 2
dydx .
0 1 1+y 1 0 1+y

Usando a primeira delas, temos,


ZZ Z 1Z 2 Z 1 Z 2
x x 1
2
dxdy = dxdy = x dxdy =
1+y 0 1 1 + y2 0 1 + y2 1
D
Z 1 i2 Z 1
1 x2 3 1 3
h 1
= dy = dy = arctg y 0 =
0 1 + y2 2 1 2 0 1 + y2 2

3 3 π 3π
 
= (arctg 1 − arctg 0) = −0 = .
2 2 4 8
Cálculo III-A Lista 1 2

y = x2

1 x

b) O esboço de D está representado na figura que se segue.

Como D é diferente de um retângulo com lados paralelos aos eixos coordenados, devemos enquadrar
D como uma região do tipo I ou do tipo II.

Solução 1:

Vamos descrever D como tipo I. Seja (x, y) ∈ D. Então traçamos uma reta vertical por (x, y).

D
y = x2

(x, y)

1 x
y=0

Vemos que esta reta vertical corta a fronteira inferior de D no eixo x, onde y = 0, e a fronteira superior
de D na parábola y = x2 . Então, 0 ≤ y ≤ x2 . Projetando a região D sobre o eixo x, encontramos
o intervalo fechado [0, 1]. Então, 0 ≤ x ≤ 1. Portanto D = {(x, y); 0 ≤ x ≤ 1 , 0 ≤ y ≤ x2 }.

Temos, então,
ZZ Z 1Z x2 Z 1 Z x2 Z 1  x2
x dxdy = x dydx = x dydx = x y 0 dx =
0 0 0 0 0
D
Z 1 i1
x4 1
h
3
= x dx = = .
0 4 0 4

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Cálculo III-A Lista 1 3

Observação: A integral do lado direito de uma integral dupla é uma integral iterada, cuja primeira
integral definida indicada deverá ter limites de integração constantes, pois o valor da integral dupla
será um número real.

Solução 2

Vamos descrever D como tipo II. Então traçamos uma reta horizontal por (x, y) ∈ D.

y √
y = x2 ⇒ x = y
1

D
√ x=1
x= y

(x, y)
1 x


Vemos que esta reta horizontal corta a fronteira da esquerda na parábola x = y e a fronteira da

direita na reta x = 1. Então, y ≤ x ≤ 1. Projetando D sobre o eixo y, temos o intervalo [0, 1].

Logo, 0 ≤ y ≤ 1. Então, D = {(x, y); 0 ≤ y ≤ 1 , y ≤ x ≤ 1}.

Portanto,
ZZ Z 1Z 1 Z 1 i1 Z 1
x2 1
h
x dxdy = x dxdy = dy = (1 − y) dy =
0

y 0 2 √
y 2 0
D
i1
1 y2 1 1 1
h  
= y− = 1− = .
2 2 0 2 2 4

c) O esboço de D está representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Lista 1 4

y = 2x
D
(x, y)
2

1
y=x

1 2 x

Na figura vemos que a fronteira inferior é a reta y = x e a fronteira superior é a reta y = 2x. Então
x ≤ y ≤ 2x. Como a projeção de D sobre o eixo x é o intervalo fechado [1, 2], temos 1 ≤ x ≤ 2.
Temos, então, D = {(x, y); 1 ≤ x ≤ 2 , x ≤ y ≤ 2x}.

Portanto,
ZZ Z 2Z 2x Z 2 Z 2x Z 2
x x 1  2x
dxdy = dydx = x dydx = x ln y x dx =
y 1 x y 1 x y 1
D
Z 2 Z 2 Z 2 Z x
2x
= x(ln 2x − ln x) dx = x ln dx = x ln 2 dx = ln 2 x dx =
1 1 x 1 1
i2
x2 3
h
= ln 2 = ln 2 .
2 1 2

Observação: Podemos, também, enquadrar D como tipo II. Haverá, no entanto, uma complicação
adicional, se fizermos isso, pois a fronteira direita de D é a reta x = 1 e a fronteira esquerda de D
é constituı́da de duas partes, pela reta y = x abaixo da reta y = 2 e pela reta y = 2x, acima de
y = 2. Então é necessário decompor D em duas partes D1 e D2 : D = D1 ∪ D2 . Logo,
ZZ ZZ ZZ
x x x
dxdy = dxdy + dxdy .
y y y
D D1 D2

Projetando D1 sobre o eixo y, temos 1 ≤ y ≤ 2. A região D1 é limitada à esquerda por x = 1 e


à direita pela reta x = y. Logo, 1 ≤ x ≤ y. Então D1 = {(x, y); 1 ≤ y ≤ 2 , 1 ≤ x ≤ y}. Assim,
ZZ Z 2Z y Z 2 Z y Z 2 h 2 iy
x x 1 1 x
dxdy = dxdy = x dxdy = dy =
y 1 1 y 1 y 1 1 y 2 1
D1
Z 2 Z 2 i2
1 1 1 1 1 y2
  h
2

= y − 1 dy = y− dy = − ln y =
2 1 y 2 1 y 2 2 1

1 1 1 3 3 1
h  i  
= (2 − ln 2) − − ln 1 = − ln 2 = − ln 2 .
2 2 2 2 4 2

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Cálculo III-A Lista 1 5

y y = 2x ⇒ x = y/2
4

x = y/2 x=2
D2

2 y=x⇒x=y
x=1

1
x=y
D1
1 2 x

Projetando D2 sobre o eixo y, temos 2 ≤ y ≤ 4. A região D2 está limitada à esquerda pela reta
x = y/2 e à direita por x = 2. Logo, y/2 ≤ x ≤ 2. Então D2 = {(x, y); 2 ≤ y ≤ 4 , y/2 ≤ x ≤ 2}
e ZZ Z 4Z 2 Z 4 Z 2 Z 4 h i2
x x 1 1 x2
dxdy = dxdy = x dxdy = dy =
y 2 y/2 y 2 y y/2 2 y 2 y/2
D2

4 4
y2 4
Z Z
1 1 y2 1 4 y 1
    h i
= 4− dy = − dy = 4 ln y − =
2 2 y 4 2 2 y 4 2 8 2

1 1 1 3 3
h  i  
= (4 ln 4 − 2) − 4 ln 2 − = 4 ln 2 − = 2 ln 2 − .
2 2 2 2 4
Portanto, ZZ
x 3 1 3 3
dxdy = − ln 2 + 2 ln 2 − = ln 2
D y 4 2 4 2
Obtivemos, assim, o mesmo resultado anterior.

Exercı́cio 2: Esboce a região de integração e troque a ordem de integração em:



Z 1Z x Z 1Z y
a) f (x, y)dydx b) √
f (x, y)dxdy
y
Z 01Z 0
x+1 Z0 1Z−2−2y
c) f (x, y)dydx d) f (x, y)dxdy.
0 2x 0 y−1

Solução:

0≤x≤1
a) A região de integração é dada por D : (tipo I). Logo, D está limitada pelas retas
0≤y≤x
verticais x = 0 (eixo y) e x = 1; limitada inferiormente pela reta y = 0 (eixo x) e superiormente
pela reta y = x. Assim, o esboço da região D está representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Lista 1 6

1 y=x
x=1

1 x
y=0

Para inverter a ordem de integração devemos descrever D como região do tipo II.

y
entra em x = y
1
sai em x = 1

1 x

Vemos que D está compreendida entre as retas horizontais y = 0 e y = 1. Considerando uma reta
horizontal no
 interior de D, vemos que ela entra em D em x = y e sai de D em x = 1. Então,
0≤y≤1
temos D : . Logo,
y≤x≤1
Z 1Z x Z 1Z 1
f (x, y)dydx = f (x, y)dxdy .
0 0 0 y


0≤y≤1
b) A região de integração é dada por D : √ √ (tipo II). Logo, D está limitada pelas
− y≤x≤ y

retas horizontais y = 0 (eixo x) e y = 1. À esquerda D é limitada pela curva x = − y e à direita
√ √
pela curva x = y . De x = ± y, temos y = x2 . Assim, o esboço da região D está representado
na figura que se segue.
y
y=1
1

x = − y ⇒ y = x2 √
x= y ⇒ y = x2
D

−1 1 x

Descrição de D como região do tipo I

Vemos que D está compreendida entre as retas verticais x = −1 e x = 1. Considerando uma reta
vertical, no interior de D, diferente do eixo y, vemos que ela entra em D em y = x2 e sai de D em
y = 1.

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Cálculo III-A Lista 1 7

y
sai em y = 1
1

D entra em y = x2

−1 1 x


−1 ≤ x ≤ 1
Então, temos D : . Logo,
x2 ≤ y ≤ 1
Z 1Z √
y Z 1Z 1


f (x, y)dxdy = f (x, y)dydx .
0 − y −1 x2


0≤x≤1
c) A região de integração D é dada por D : (tipo I). Logo, D está compreendida
2x ≤ y ≤ x + 1
entre as retas verticais x = 0 e x = 1 e está limitada inferiormente pela reta y = 2x (ou x = y/2) e
superiormente pela reta y = x + 1 (ou x = y − 1). Assim, o esboço da região D está representado
pela figura que se segue. Como D está limitada à esquerda pela curva x = 0 e pela reta y = x + 1,

y
y = x+1

1
D
x=0 y = 2x

1 x

concluı́mos que D não é do tipo II. Mas podemos olhar para D como a união de duas regiões do
tipo II, isto é, D = D1 ∪ D2 .

Vemos que D1 está compreendida entre as retas horizontais y = 0 e y = 1 e que toda


 reta horizontal,
0≤y≤1
no interior de D1 , entra em D1 em x = 0 e sai de D1 em x = y/2. Logo, D1 : .
0 ≤ x ≤ y/2
Vemos que D2 está compreendida entre as retas horizontais y = 1 e y = 2 e que qualquer reta
horizontal,
 no interior de D2 , entra em D2 em x = y − 1 e sai de D2 em x = y/2. Logo,
1≤y≤2
D2 : .
y − 1 ≤ x ≤ y/2

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Cálculo III-A Lista 1 8

y entra em x = y − 1
sai em x = y/2
2

D2
1 sai em x = y/2
entra em x = 0
D1

1 x

Assim, Z 1Z x+1 Z 1Z y/2 Z 2Z y/2


f (x, y)dydx = f (x, y)dxdy + f (x, y)dxdy .
0 2x 0 0 1 y−1


0≤y≤1
d) A região de integração é dada por D : (tipo II). Logo, D está compre-
y − 1 ≤ x ≤ 2 − 2y
endida entre as retas horizontais y = 0 (eixo x) e y = 1. De y − 1 ≤ x ≤ 2 − 2y, vemos que D
está limitada à esquerda pela reta x = y − 1 (ou y = x + 1) e à direita pela reta x = 2 − 2y (ou
y = (2 − x)/2). Assim, o esboço da região D está representado na figura que se segue.

1 sai em y = 2−x
2

sai em y = x + 1
D1 D2

−1 2 x

entra em y = 0 entra em y = 0

Como a fronteira superior de D é formada pela retas x = y − 1 e x = 2 − 2y, vemos que D não é
do tipo I. Mas D = D1 ∪ D2 , onde D1 e D2 são do tipo I.

Vemos que D1 está compreendida entre as retas verticais x = −1 e x = 0 e que qualquer


 reta vertical
−1 ≤ x ≤ 0
no interior de D1 entra em D1 em y = 0 e sai de D1 em y = x + 1. Logo D1 : .
0≤y ≤x+1
Vemos que D2 está compreendida entre as retas verticais x = 0 e x = 2 e que qualquer reta
vertical no interior de D2 entra em D2 em y = 0 e sai de D2 em y = (2 − x)/2. Logo, D2 :

0≤x≤2
.
0 ≤ y ≤ (2 − x)/2

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Cálculo III-A Lista 1 9

Assim, Z 1Z 2−2y Z 0Z x+1 Z 2Z (2−x)/2


f (x, y)dxdy = f (x, y)dydx + f (x, y)dydx .
0 y−1 −1 0 0 0

Exercı́cio 3: Invertendo a ordem de integração, calcule:

Z πZ π Z 3Z 1
sen y 3
a) dydx c) √ ey dydx
0 x y 0 x/3

Z 1Z 1 Z 8Z 2
1
b) x2 exy dxdy d) dydx
0 y 0

3
x y4 + 1

Solução:

0≤x≤π
a) A região de integração D é dada por D : (tipo I). De 0 ≤ x ≤ π, vemos que D
x≤y≤π
está compreendida entre as retas verticais x = 0 (eixo y) e x = π. De x ≤ y ≤ π, vemos que D
está limitada inferiormente pela reta y = x e superiormente pela reta y = π. Assim, o esboço de D
está representado na figura que se segue.

y
π

π x

Descrição de D como uma região do tipo II

Vemos que D está compreendida entre as retas horizontais y = 0 (eixo x) e y = π e que qualquer
reta horizontal no interior de D entra em D em x = 0 e sai de D em x = y.

y
π sai em x = y
D
entra em x = 0

π x

0≤y≤π
Logo D : . Assim,
0≤x≤y
Z πZ π Z πZ y Z π
sen y sen y sen y  y
dydx = dxdy = x 0 dy =
0 x y 0 0 y 0 y
Z π Z π
sen y  π
= · y dy = sen y dy = − cos y 0 = 2 .
0 y 0

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Cálculo III-A Lista 1 10


0≤y≤1
b) A região de integração D é dada por D : (tipo II). De 0 ≤ y ≤ 1 vemos que D
y≤x≤1
está compreendida entre as retas horizontais y = 0 (eixo x) e y = 1. De y ≤ x ≤ 1 vemos que D
está limitada à esquerda pela reta x = y e à direita pela reta x = 1. Assim, o esboço de D está
representado na figura que se segue.

y
1

1 x

Descrição de D como uma região do tipo I

Vemos que D está compreendida entre as retas verticais x = 0 (eixo y) e x = 1. Logo 0 ≤ x ≤ 1.


Vemos, também, que D está limitada inferiormente pela reta y = 0 e superiormente pela reta y = x.
Então, 0 ≤ y ≤ x. Assim,
Z 1Z 1 Z 1Z x Z 1 h xy iy=x
2 xy 2 xy e
x e dxdy = x e dydx = x2 dx =
0 y 0 0 0 x y=0

Z 1 Z 1 Z 1
x2 x2
 x2
= e − 1 dx = xe dx − x dx =
0 x 0 0
 2
1 i1
ex x2 e−1 1 e−2
h
= − = − = .
2 2 0 2 2 2
0

(
c) A região de integração D é dada por D : q 0 ≤ x ≤ 3 (tipo I). De 0 ≤ x ≤ 3, vemos que D
x
≤y≤1
3
x
q
está compreendida entre as retas verticais x = 0 (eixo y) e x = 3. De ≤ y ≤ 1, vemos que D
3
x
q
está limitada inferiormente pela curva y = (ou x = 3y 2, com y ≥ 0) e superiormente pela reta
3
y = 1. Assim, o esboço de D está representado na figura que se segue.

1
D

3 x

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Cálculo III-A Lista 1 11

Descrição de D como uma região do tipo II

Vemos que D está compreendida entre as retas horizontais y = 0 (eixo x) e y = 1. Logo, 0 ≤ y ≤ 1.


Considerando uma reta horizontal,
 no interior de D, vemos que ela entra em D em x = 0 e sai de
0 ≤ y ≤1
D em x = 3y 2. Logo, D : . Então,
0 ≤ x ≤ 3y 2
Z 3Z 1 Z 1Z 3y 2 Z 1
y3 y3 3  3y 2
√ e dydx = e dxdy = ey x 0 dy =
0 x/3 0 0 0
Z 1 h 3 i1
3
ey 3y 2 dy = ey

= = e− 1.
0 0


√ 0≤x≤8
d) A região de integração D é dada por D : (tipo I). De 0 ≤ x ≤ 8, vemos que
3
x≤y≤2

D está compreendida entre as retas verticais
√ x = 0 e x = 8. De 3
x ≤ y ≤ 2, vemos que D está
3
limitada inferiormente pela curva y = x (ou x = y ) e superiormente pela reta y = 2. Assim, o
3

esboço de D está representado na figura que se segue.

2
D

8 x

Descrição de D como região do tipo II

Vemos que D está compreendida entre retas horizontais y = 0 e y = 2. Vemos, também, que
qualquer reta horizontal no interior de D entra na região em x = 0 e sai da região em x = y 3 .

2
D
entra em x = 0
8 x
sai em x = y 3

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Cálculo III-A Lista 1 12


0≤y≤2
Logo, D : . Assim,
0 ≤ x ≤ y3
Z 8Z 2 Z 2Z y3 Z 2
1 1 y3
4
dydx = dxdy = dy =
0
√ 3 x y +1 0 0 y4 + 1 0 y4+1
Z 2 i2
1 d(y 4 + 1) 1 1 1
h
4
= = ln(y + 1) = (ln 17 − ln 1) = ln 17 .
4 0 y4 + 1 4 0 4 4

Exercı́cio 4: Em cada caso calcule, por meio de integral dupla, a área da região D do plano xy
delimitada pelas curvas indicadas.
a) y = x3 , x + y = 2 e y = 0.
b) x = y 2 + 1 e x + y = 3.
c) y = x2 , x − y = 1, x = 1 e x = −1.

Solução:

a) De y = x3 e x + y = 2, temos x3 + x − 2 = 0 portanto x = 1. Logo, a interseção ocorre em


(1, 1). O esboço da região D está representado na figura que se segue.

y
y = x3
1 x+y =2

2 x
y=0

Descrição de D como uma região do tipo II

Vemos que D está compreendida entre as retas horizontais y = 0 (eixo x) e y = 1. Considerando


√ 1/3
uma reta horizontal qualquer, no interior
 de D, vemos que ela entra em D em x = y = y e sai
3

0≤y≤1
de D em x = 2 − y. Então temos D : 1/3 .
y ≤x≤2−y
ZZ
Como a área de D é dada por A(D) = dxdy temos,
D
Z 1Z 2−y Z 1
2 − y − y 1/3 dy =

A(D) = dxdy =
0 y 1/3 0

y2 3 4/3 1 1 3 3
h i
= 2y − − y = 2 − − = u.a.
2 4 0 2 4 4

b) De x = y 2 + 1 e x + y = 3, temos y 2 + y − 2 = 0, portanto y = −2 ou y = 1. Logo, as interseções


são (5, −2) e (2, 1). Assim, o esboço da região D está representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Lista 1 13

1 2 5 x
D sai em x = 3 − y

entra em x = y 2 + 1
−2

Descrição de D como uma região do tipo II

Vemos que D está compreendida entre as retas horizontais y = −2 e y = 1. Considerando uma reta
horizontal qualquer no interior de D, diferente do eixo x, vemos que ela entra em D em x = y 2 + 1
−2 ≤ y ≤ 1
e sai de D em x = 3 − y. Então, temos D : 2 . Portanto,
y +1≤x≤3−y
ZZ Z 1 Z 3−y Z 1
3 − y − y 2 − 1 dy =

A(D) = dxdy = dxdy =
−2 y 2 +1 −2
D
Z 1 i1
y2 y3
h
2 − y − y 2 dy = 2y − −

= =
−2 2 3 −2

1 1 8 1 1 8 9
   
= 2− − − −4 − 2 + = 2 − − + 4 + 2 − = u.a.
2 3 3 2 3 3 2

c) O esboço da região D está representado na figura que se segue.


sai em y = x2
y
1

−1 1 x
D

−1

entra em y = x − 1

Descrição de D como uma região do tipo I

Vemos que D está limitada entre as retas verticais x = −1 e x = 1. Vemos, também, que qualquer
reta vertical no interior de D, diferente do eixo y, entra em D em y = x − 1 e sai de D em y = x2 .

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Cálculo III-A Lista 1 14


−1 ≤ x ≤ 1
Assim D : . Então,
x − 1 ≤ y ≤ x2
ZZ Z 1Z x2 Z 1
x2 − x + 1 dx =

A(D) = dxdy = dydx =
−1 x−1 −1
D
i1
x3 x2 1 1 1 1 8
h    
= − +x = − + 1 − − − − 1 = u.a.
3 2 −1 3 2 3 2 3

Exercı́cio 5: Calcule o volume do sólido W , no primeiro octante, limitado pelo cilindro parabólico
z = 4 − x2 e pelos planos x + y = 2, x = 0, y = 0 e z = 0.

Solução: Vamos fazer o esboço, no primeiro octante, da superfı́cie de equação z = 4 − x2 dita


cilindro parabólico.

No plano xz, traçamos o arco de parábola z = 4 − x2 , com x ≥ 0 e z ≥ 0. Como esta equação não
depende da variável y, consideramos, por pontos da parábola, as semirretas paralelas ao eixo y.

z
4

y
2
x

Agora, vamos fazer o esboço, no primeiro octante, da porção do plano de equação x + y = 2.

No plano xy traçamos o segmento de reta x + y = 2 que liga A(2, 0, 0) a B(0, 2, 0). Como esta
equação não depende da variável z, traçamos por pontos do segmento as semirretas paralelas ao eixo
z.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 1 15

2
2 B
A
y
x

Vemos que A(2, 0, 0) e C(0, 2, 4) são pontos comuns às duas superfı́cies. Então, a curva de interseção
é a curva obtida ao ligar esses dois pontos. Considerando que o sólido é limitado pelos planos x = 0,
y = 0 e z = 0, temos o esboço de W representado na figura que se segue.

4
C
“teto”: z = f (x, y) = 4 − x2
W

2
2 B
y
A “piso” D
x
ZZ
Temos V (W ) = f (x, y) dxdy, onde f (x, y) = 4 − x2 , e D está representado na seguinte região
D
triangular.

2
sai em y = 2 − x

x+y = 2
D

2 x
entra em y = 0

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 1 16


0≤x≤2
Descrevendo D como uma região do tipo I, temos D : . Então,
0≤ y ≤ 2−x
ZZ Z 2Z 2−x Z 2
2 2
V (W ) = (4 − x ) dxdy = (4 − x ) dydx = (4 − x2 )(2 − x) dx =
0 0 0
D
Z 2 h 4 i2
x 2x3 20
x3 − 2x2 − 4x + 8 dx = − 2x2 + 8x =

= − u.v.
0 4 3 0 3

Exercı́cio 6: Esboce o sólido, no primeiro octante, limitado pelo cilindro x2 + z 2 = 1 e pelos planos
y = 2x, y = 0 e z = 0, e encontre o seu volume.

Solução: Vamos fazer o esboço, no primeiro octante, da superfı́cie de equação x2 + z 2 = 1 dita


cilindro circular.

No plano xz, traçamos o arco de circunferência x2 + z 2 = 1, com x ≥ 0 e z ≥ 0. Como esta equação


não depende da variável y, consideramos, por pontos do arco as semirretas paralelas ao eixo y.

z
1

y
1

Agora, vamos fazer o esboço, no primeiro octante, da porção do plano y = 2x.

No plano xy, traçamos a semirreta y = 2x, com x ≥ 0. Como esta equação não depende da variável
z, por pontos da semirreta, traçamos semirretas paralelas ao eixo z.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 1 17

z
A
1

2
1 y

x B

Vemos que A(0, 0, 1) e B(1, 2, 0) são pontos comuns às duas superfı́cies. Então, a curva de interseção
é obtida ao ligarmos tais pontos. Considerando que W é limitado pelos planos y = 0 e z = 0, temos
que o esboço de W está representado na figura que se segue.

y
z
2 sai em y = 2x
A 1


“teto”: z = f (x, y) = 1 − x2
W D

1 x
entra em y = 0
2
1 y
x “piso” D
B

Temos ZZ ZZ √
V (W ) = f (x, y) dxdy = 1 − x2 dxdy,
D D

0≤x≤1
onde D, como tipo I, é dado por D : . Então,
0 ≤ y ≤ 2x
Z 1Z 2x √ Z 1 √
V (W ) = 1− x2 dydx = 1 − x2 · 2x dx =
0 0 0
Z 1
2 1 2 2
(1 − x2 )1/2 (−2x) dx = − (1 − x2 )3/2

=− 0
= − (0 − 1) = u.v.
0 3 3 3

Exercı́cio 7: Seja V o volume de um sólido delimitado pelo cilindro parabólico z = 8 − 2y 2 e pelos


planos x = 0, x = 8 e z = 0. Calcule V .

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 1 18

Solução: Inicialmente traçamos, no plano yz, a parábola z = 8 − 2y 2. Como esta equação não
depende da variável x, consideramos, por pontos da parábola, as retas paralelas ao eixo x. Como o
sólido está limitado pelos planos x = 0, x = 8 e z = 0, temos o esboço do sólido W representado
na figura que se segue.

z
8
“teto”: z = f (x, y) = 8 − 2y 2

y
W 2
D

−2
8 x
−2
2
y
8 “piso” D

Portanto,
ZZ ZZ Z 2Z 8
2
V (W ) = f (x, y) dxdy = (8 − 2y ) dxdy = (8 − 2y 2) dxdy =
−2 0
D D
i2
2y 3 16 512
h  
= 8 8y − = 16 16 − = u.v.
3 −2 3 3

Exercı́cio 8: Calcule o volume do sólido W delimitado pelas superfı́cies y = x2 , y = 4, z = 0 e


z = 4.

Solução: No plano xy, esboçamos a parábola y = x2 . Como esta equação não depende da variável
z, traçamos, por pontos da parábola, as retas paralelas ao eixo z. Considerando que o sólido está
limitado pelos planos z = 0, z = 4 e y = 4, temos o esboço de W representado na figura que se
segue.

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Cálculo III-A Lista 1 19

z
“teto”: z = 4
y sai em y = 4
4 4

W D
entra em y = x2

−2
−2 2 x
2
4
y
x “piso” D
Portanto, Z 2Z
ZZ ZZ 4
V (W ) = f (x, y) dxdy = 4 dxdy = 4 dydx =
−2 x2
D D

2
x3 2
Z
32 128
h i  
2
=4 (4 − x ) dx = 4 4x − =4 = u.v.
−2 3 −2 3 3

Exercı́cio 9: Encontre o volume do sólido no primeiro octante, limitado pelos planos coordenados,
pelo plano x = 3 e pelo cilindro parabólico z = 4 − y 2 .

Solução:

Esboço do sólido W no primeiro octante

No plano yz (x = 0), traçamos a parábola z = 4 − y 2 com y ≥ 0 e z ≥ 0. Como esta equação


não depende da variável x, consideramos, por pontos da parábola, as semirretas paralelas ao eixo
x, com x ≥ 0. Obtemos, assim, o cilindro parabólico. Agora, traçamos o plano vertical x = 3
que intercepta o cilindro parabólico segundo uma curva que contém os pontos A = (3, 0, 4) e
B = (3, 2, 0). Considerando que o sólido W está limitado pelos planos coordenados, temos o esboço
de W representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Lista 1 20

z
4

A “teto” de W : z = f (x, y) = 4 − y 2
W

2
y
3
x B
“piso” D : 0 ≤ x ≤ 3 , 0 ≤ y ≤ 2

Por integral dupla, temos


ZZ ZZ Z 3Z 2
2
4 − y 2 dydx =
 
V (W ) = f (x, y) dxdy = 4−y dxdy =
0 0
D D
Z 3 i2 Z 3 Z 3
y3 8 16 16
h  
= 4y − dx = 8− dx = dx = · 3 = 16 u.v.
0 3 0 0 3 3 0 3

Exercı́cio 10: Use uma integral dupla para calcular o volume do sólido W , no primeiro octante,
compreendido pelas superfı́cies y 2 = x, z = 0 e x + z = 1.

Solução: Para esboçar o plano x + z = 1, desenhamos inicialmente, no plano xz, a reta x + z = 1.


Como esta equação não contém a variável y, consideramos, por pontos da reta, as retas paralelas ao
eixo y. Obtemos, assim, o esboço do plano x + z = 1.

S1

1
y
x

Para esboçar a superfı́cie de equação x = y 2 (dita cilindro parabólico, pela ausência da variável z),
desenhamos, inicialmente, a parábola x = y 2 , no plano xy, e, por pontos da parábola, consideramos
as retas paralelas ao eixo z, pois a equação x = y 2 não contém a variável z. Obtemos, assim, o
esboço da superfı́cie de equação x = y 2.

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Cálculo III-A Lista 1 21

S2
−1
1

Observemos que A1 = (1, 1, 0), A2 = (0, 0, 1) e A3 = (1, −1, 0) são pontos comuns às duas
superfı́cies. Portanto, ao ligarmos A1 , A2 e A3 temos a curva interseção das duas superfı́cies.

A2

A3
y
1
A1

Considerando que o sólido W está limitado pelo plano z = 0 (plano xy), temos o esboço de W .
Vemos que o “teto” de W é o gráfico de z = 1 − x e que o “piso” de W é a região D dada por:

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Cálculo III-A Lista 1 22

Entra em x = y 2 Sai em x = 1
D

1 x

−1

D : {(x, y) ∈ R2 ; −1 ≤ y ≤ 1 , y 2 ≤ x ≤ 1}. Logo,


Z 1Z 1 1
x2 1
ZZ Z h i
V (W ) = (1 − x) dxdy = (1 − x) dxdy = x− dy =
−1 y2 −1 2 y2
D
Z 1 Z 1
1 y4 1 y4
h   i  
2
= 1− − y − dy = − y2 + dy =
−1 2 2 −1 2 2
i1
y y3 y5 1 1 1 8
h  
= − + =2 − + = u.v.
2 3 10 −1 2 3 10 15

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Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Módulo 2


Aula 3 – Mudança de Variáveis na Integral Dupla

Objetivo
• Aprender a fazer mudança de variáveis em integrais duplas.

No Cálculo II, você aprendeu a fórmula da mudança de variável para uma função de uma variável:
Z b Z d
f (x) dx = f (g(u)) g ′ (u) du .
a c
Para as integrais duplas, temos uma fórmula análoga.

Uma mudança de variáveis em um subconjunto de R2 é dada por uma transformação


ϕ : Duv ⊂ R2 −→ R2 
(u, v) 7−→ (x, y) = ϕ(u, v) = x(u, v), y(u, v)
de classe C 1 e injetora no interior de Duv .
v y

ϕ f
Duv Dxy = ϕ(Duv )

u x R

Suponhamos que o jacobiano de ϕ, Jϕ(u, v) seja diferente de 0, isto é,



∂x ∂x

∂(x, y) ∂u ∂v
J = Jϕ(u, v) = = 6= 0 .
∂(u, v) ∂y ∂y
∂u ∂v

Prova-se que dxdy = |J| dudv.

Seja Dxy = ϕ (Duv ). Então, se f (x, y) é contı́nua em Dxy , temos:

ZZ ZZ

f (x, y) dxdy = f x(u, v), y(u, v) |J| dudv .
Dxy Duv
Cálculo III-A Módulo 2 2

OBS.: Pelo teorema da função inversa, o jacobiano de ϕ−1 é dado por

∂u ∂u


∂x ∂y 1
= Jϕ(u, v) −1 =
−1

Jϕ (x, y) = .
∂v ∂v
J (ϕ(u, v))
∂x ∂y

Exemplo 1
ZZ
(x+y)6
Calcule, utilizando uma mudança de variáveis conveniente, a integral y−x
dxdy, sendo Dxy a
Dxy
região limitada pelas retas y + x = 3, y + x = 5, y − x = 1 e y − x = 3.

Solução:

O esboço de Dxy é:

3 Dxy

3 5 x

Façamos u = x + y, v = y − x, que nos dá


u−v
(
x=

u + v = 2y 2
ou
u − v = 2x y= u+v
2

Temos,
∂x ∂x 1 1

∂(x, y) ∂u ∂v 2 2 1

J= = = = 6= 0 .
∂(u, v) ∂y ∂y 1
1 2

∂u ∂v 2 2

1
Como dxdy = |J| dudv, temos dxdy = 2 dudv.

A seguir, vamos determinar Duv .

Como Dxy é limitado por y + x = 3, y + x = 5, y − x = 1 e y − x = 3, a região Duv é limitada por


u = 3, u = 5, v = 1 e v = 3.

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Cálculo III-A Módulo 2 3

v
3

Duv
1

3 5 u

Segue da fórmula da mudança de variáveis que


ZZ ZZ ZZ
(x+y)6 u6 1 1 u6
y−x
dxdy = v
· 2 dudv = 2 v
dudv
Dxy Duv Duv
Z 5 Z 3
1 6 1
= 2
u v
dvdu
3 1
Z 5 h i3
1
= 2
u6 ln v du
3 1
Z 5
ln 3
= 2
u6 du
3
h 7 i5
ln 3 u
= 2 7
3

= (57 − 37 ) ln143 .

Aula 4 – Integrais Duplas em Coordenadas Polares

Objetivo
• Estudar uma mudança de variáveis bastante usada: coordenadas polares.

No Cálculo II, você aprendeu coordenadas polares (r, θ), onde r é a distância de um ponto P = (x, y)
à origem e θ o ângulo (em radianos) formado pelo eixo x positivo e pelo raio polar OP .

P (x, y)

r
y
θ
O x x

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Cálculo III-A Módulo 2 4

Da figura, vemos que x = r cos θ, y = r sen θ portanto x2 + y 2 = r 2 .

Então, consideremos a mudança de variáveis dada por



x = r cos θ
ϕ: ,
y = r sen θ

onde r ≥ 0 e θ0 ≤ θ ≤ θ0 + 2π, para algum θ0 ∈ R.

O jacobiano de ϕ é dado por



∂x ∂x

∂(x, y) ∂r ∂θ cos θ −r sen θ
= r cos2 θ + r sen2 θ = r .

J = Jϕ = = =
sen θ
∂(r, θ) ∂y ∂y r cos θ
∂r ∂θ

Então, ZZ ZZ
f (x, y) dxdy = f (r cos θ, r sen θ) r drdθ .
D Drθ

OBS.:

1. O termo dxdy não é substituı́do por drdθ, mas por rdrdθ.

2. A área de D, em coordenadas polares, é dada por


ZZ
A(D) = r drdθ .
Drθ

Exemplo 1
ZZ
2 +y 2 √
Calcule ex dxdy, onde D é a região limitada pela curva y = 1 − x2 e pelo eixo x.
D

Solução:

O esboço de D é:

y
1

r=1
D (r, θ)
θ
−1 1 x
r=0

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 2 5

Passando para coordenadas polares, temos:




 x= r cos θ
y= r sen θ


 dxdy = rdrdθ
 2 2
x +y = r2
Observemos que em D o ângulo θ varia de 0 (no eixo polar = eixo x positivo) a π (no ponto (−1, 0)).
Fixado θ, tal que 0 ≤ θ ≤ π, o raio polar r varia de 0 a 1. Então, Drθ é dado por:

0≤θ≤π
Drθ : .
0≤r≤1
Logo, Z 1Z
ZZ ZZ π Z 1
x2 +y 2 r2 r2 2
e dxdy = e r drdθ = e r dθdr = π er r dr .
0 0 0
D Drθ

Temos d(r 2) = 2r dr, portanto r dr = 21 d(r 2 ). Então,

ZZ Z 1 h i1
x2 +y 2 π 2 π 2
e dxdy = 2
er d(r 2 ) = 2
er = π2 (e − 1) .
0 0
D

Exemplo 2
ZZ
Calcule I = y dxdy, onde D é limitado por x2 + y 2 = 2y.
D

Solução:

Completando o quadrado em x2 +y 2 = 2y, temos x2 +(y −1)2 = 1. Logo, temos uma circunferência
de centro (0, 1) e raio 1. Assim, o esboço de D é:

y
2

1 D

Calcular I, enquadrando D como tipo I ou tipo II, é uma tarefa difı́cil (verifique), então passemos
para coordenadas polares. Temos,


 x = r cos θ
y = r sen θ


 dxdy = rdrdθ
 2
x + y 2 = r2

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Cálculo III-A Módulo 2 6

Passando x2 + y 2 = 2y para coordenadas polares, temos r 2 = 2r sen θ ou r = 2 sen θ. Observemos


que, como o eixo x é tangente à circunferência na origem, θ varia de 0 a π. Fixando θ, tal que
0 ≤ θ ≤ π, o raio polar r varia de 0 a 2 sen θ. Logo, o conjunto Drθ é dado por
(
0≤θ≤π
Drθ :
0 ≤ r ≤ 2 sen θ
Então, ZZ
I = r sen θ · r drdθ
Drθ
ZZ
= r 2 sen θ drdθ
Drθ
Z π Z 2 sen θ
= sen θ r 2 drdθ
0 0
Z π h 3 i2 sen θ
r
= sen θ 3

0 0
Z π
8
= 3
sen4 θ dθ .
0
Vale a pena lembrar que
2 1−cos 2θ 2

4 2
= 14 (1 − 2 cos 2θ + cos2 2θ)

 sen θ = (sen θ) =
 2
Z
cos2 u du = 21 u + sen 2u


 2
+C

Então, Z π
2
I = 3
(1 − 2 cos 2θ + cos2 2θ) dθ
0
Z π
2 1
= 3
· 2
(1 − 2 cos 2θ + cos2 2θ) d(2θ)
0
h  iπ
= 31 2θ − 2 sen 2θ + 1
2
2θ + sen 4θ
2
0
h iπ
= 31 3θ − 2 sen 2θ + sen 4θ
4
0

= π.

x−y
ZZ
Exercı́cio 1: Calcule dA, onde D é a região compreendida pelas retas x−y = 0, x−y = 1,
x+y
D
x + y = 1 e x + y = 3.
ZZ
y
Exercı́cio 2: Use a transformação u = e v = xy para determinar xy 3 dA na região D do
x
D
primeiro quadrante, limitada por y = x, y = 3x, xy = 1 e xy = 4.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 2 7

ZZ
2 +y 2 )
Exercı́cio 3: Calcule a integral dupla e−(x dA, onde D é a região contida na circunferência
D
x2 + y 2 = 1.

ZZ p
Exercı́cio 4: Calcule x2 + y 2 dxdy, onde D é o disco centrado fora da origem, dado pela
D
desigualdade x2 + y 2 ≤ 2y ou x2 + (y − 1)2 ≤ 1.

ZZ
y
Exercı́cio 5: Calcule p dA, onde D é a região no primeiro quadrante fora da circunferência
x + y2
2
D
r = 2 e dentro do cardioide r = 2(1 + cos θ).

Exercı́cio 6: Calcule as integrais, transformando-as em coordenadas polares.

√ √
Z 1 Z 1−x2 Z 3Z 18−x2
2 2 3/2
a) (x + y ) dydx b) sen (x2 + y 2 + 1) dydx
−1 0 0 x

Exercı́cio 7: Determine o volume do sólido W , limitado pelo paraboloide z = 4 − x2 − y 2 e pelo


plano xy.

Exercı́cio 8: Determine o volume do sólido W no interior da esfera x2 + y 2 + z 2 = 4 e do cilindro


x2 + (y − 1)2 = 1 e acima do plano z = 0.

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Cálculo III-A – Módulo 2 – Tutor


x−y
ZZ
Exercı́cio 1: Calcule dA onde D é a região compreendida pelas retas x − y = 0, x − y = 1,
x+y
D
x + y = 1 e x + y = 3.

Solução: Calcular diretamente essa integral seria penoso pela complexidade da região de integração.
Mas a ocorrência das expressões x − y e x + y no integrando e também nas equações da fronteira
u+v u−v
sugere a seguinte transformação: u = x + y e v = x − y donde x = ey= .
2 2
O jacobiano J é dado por

∂x ∂x 1 1

∂(x, y) −1 1 1

∂u ∂v 2 2
J= = = = − =− .

∂(u, v) ∂y ∂y 1 1 4 4 2

∂u ∂v 2 2

Com essa transformação a fronteira de Duv é formada pelas retas v = 0, v = 1, u = 1 e u = 3

v
1

Duv

1 3 u

Assim, pela fórmula da mudança de variáveis temos:


ZZ ZZ ZZ Z 1Z 3
x−y v v −1 1 v
dA = |J| dudv = dudv = dudv =
x+y u u 2 2 0 1 u
D Duv Duv
Z 1 Z 1 Z 1
1  3 1 1 1
= v ln u 1
dv = v(ln 3 − ln 1) dv = ln 3 v dv = ln 3 .
2 0 2 0 2 0 4

y
ZZ
Exercı́cio 2: Use a transformação u = e v = xy para determinar xy 3 dA na região D do
x
D
primeiro quadrante, limitada por y = x, y = 3x, xy = 1 e xy = 4.

Solução: O esboço da região D está representado na figura que se segue.


Cálculo III-A Módulo 2 – Tutor 2

y
v
y = 3x 4
Duv

y=x
D 1
xy = 4

xy = 1 1 3 u
x

Com essa transformação, a região D transforma-se na região Duv limitada pelas retas u = 1, u = 3,
v = 1 e v = 4. Temos:
∂u ∂u −y 1

∂x ∂y
∂(u, v) x2 x y y 2y
J −1 = = = = − x − x = − x = −2u .

∂(x, y) ∂v ∂v y x
∂x ∂y

Logo,
∂(x, y) 1 1 1
= −1 = =− .
∂(u, v) J −2u 2u

De u = y/x e v = xy temos uv = y 2. Portanto, o integrando xy 3 = xy · y 2 transforma-se em


v · uv = uv 2 . Assim, da fórmula da mudança de variáveis temos:
ZZ ZZ ZZ ZZ
3 2 ∂(x, y) 2 1 1
v 2 dudv =

xy dA = uv dudv = uv − dudv =
∂(u, v) 2u 2
D Duv Duv Duv
Z 3Z 4 Z 3 i4 Z 3
1 1 v3 1 63  3 21
h
= v 2 dvdu = du = (64 − 1) du = u 1 = (3 − 1) = 21 .
2 1 1 2 1 3 1 6 1 3 2

ZZ
2 +y 2 )
Exercı́cio 3: Calcule a integral dupla e−(x dA onde D é a região contida na circunferência
D
x2 + y 2 = 1.

Solução: O esboço da região D está representado na figura que se segue.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 2 – Tutor 3

y
1

1 x

Passando para coordenadas polares, vemos que x2 + y 2 = r 2 e dA = r drdθ.

Descrição de D em coordenadas polares

Efetuando uma “varredura” em D no sentido anti-horário a partir do eixo x positivo vemos que
0 ≤ θ ≤ 2π. A equação x2 + y 2 = 1 transforma-se em r 2 = 1 ou r = 1. Assim, para θ fixo, fazemos
r crescer de r = 0 a r = 1. Logo Drθ é dado pelas desigualdades 0 ≤ θ ≤ 2π e 0 ≤ r ≤ 1. Portanto:
ZZ ZZ Z 2π Z 1
−(x2 +y 2 ) −r 2 2
e dA = e r drdθ = e−r r drdθ =
0 0
D Drθ
Z 2π Z 1 Z 2π i1 Z 2π
1 1 1
h
−r 2 −r 2
 
= e (−2r) drdθ = − e dθ = − e
−1
−1 dθ = 1 − e−1 π .
−2 0 0 2 0 0 2 0

ZZ p
Exercı́cio 4: Calcule x2 + y 2 dxdy onde D é o disco centrado fora da origem, dado pela
D
desigualdade x2 + y 2 ≤ 2y ou x2 + (y − 1)2 ≤ 1.

Solução: O esboço de D está representado na figura que se segue.

y
2

D
1

Passando para coordenadas polares temos:




 x = r cos θ
y = r sen θ

.

 dxdy = r drdθ
 2
x + y2 = r2

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 2 – Tutor 4

p √
x2 + y 2 transforma-se em r 2 = r 2/3 .
3
O integrando 3

Descrição de D em coordenadas polares

Efetuando uma “varredura” em D no sentido anti-horário a partir do eixo x positivo vemos que θ
varia de 0 a π. A equação da circunferência x2 + y 2 = 2y transforma-se, em coordenadas polares,
em r 2 = 2r sen θ donde r = 2 sen θ é a equação polar da circunferência.
 Assim, para θ fixo, fazemos
0≤θ≤π
r crescer de r = 0 a r = 2 sen θ. Logo, Drθ é dado por Drθ : .
0 ≤ r ≤ 2 sen θ

π/2

2 r

Então,
ZZ p ZZ √ ZZ Z πZ 2 sen θ
2
x2 + y 2 dxdy = r2 r drdθ = r drdθ = r 2 drdθ =
0 0
D Drθ Drθ
Z π h 3 i2 sen θ Z π
r 8
= dθ = sen3 θ dθ .
0 3 0 3 0

Mas:
sen3 θ = sen2 θ sen θ = 1 − cos2 θ sen θ .


Fazendo u = cos θ temos du = − sen θ dθ. Para θ = 0 temos u = 1 e para θ = π temos u = −1.
Então,
Z π Z 1 Z 1
8 2 8 2 −8
1 − u2 du =
  
I= 1 − cos θ sen θ dθ = 1 − u (−du) =
3 0 3 −1 3 −1
1
u3 1
Z
8 8 8 1 1 8 2 32
h i h   i  
= 1 − u2 )du = u− = 1− − −1 + = 2− = .
3 −1 3 3 −1 3 3 3 3 3 9

OBS.: Você notou que um disco centrado na origem transforma-se em um retângulo no plano rθ e
que um disco centrado fora da origem não se transforma em um retângulo no plano rθ?

y
ZZ
Exercı́cio 5: Calcule p dA onde D é a região no primeiro quadrante fora da circunferência
x + y2
2
D
r = 2 e dentro do cardioide r = 2(1 + cos θ).

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 2 – Tutor 5

Solução: Passando para coordenadas polares temos y = r sen θ, x2 + y 2 = r 2 e dA = r drdθ.

Esboço de D

Seja r = 2(1 + cos θ). Para θ = 0, θ = π/2, θ = π, θ = 3π/2 e θ = 2π temos, respectivamente,


r = 4, r = 2, r = 0 e r = 2.

De r 2 = 4 temos x2 + y 2 = 4. Assim, o esboço da região D está representado na figura que se


segue.

sai em r = 2(1 + cos θ)


2
P

entra em r = 2
D

2 4

−2

Efetuando uma “varredura” em D no sentido anti-horário a partir do eixo x positivo (onde θ = 0)


até o eixo y positivo (onde θ = π/2), vemos que 0 ≤ θ ≤ π/2. Considerando um ponto P no
interior de D, vemos que a semirreta OP entra em D em r = 2 e sai de D em r = 2(1 + cos θ).
0 ≤ θ ≤ π/2
Então, temos Drθ : . Assim:
2 ≤ r ≤ 2(1 + cos θ)
ZZ ZZ ZZ
y r sen θ
p
2 2
dA = √
2
r drdθ = r sen θ drdθ =
x +y r
D Drθ Drθ
Z π/2 Z 2(1+cos θ) Z π/2 h 2 i2(1+cos θ)
r
= sen θ r drdθ = sen θ dθ =
0 2 0 2 2
Z π/2 Z π/2
1  1
sen θ 4(1 + cos θ)2 − 4 = · 4 1 + 2 cos θ + cos2 θ − 1 sen θ dθ =
 
=
2 0 2 0
Z π/2 iπ/2
2 2 cos2 θ cos3 θ
h
2

= 2 cos θ + cos θ (− sen θ) dθ = −2 + =
−1 0 2 3 0

1 8
h  i
= −2 0 − 1 + = .
3 3

Exercı́cio 6: Calcule as integrais, transformando-as em coordenadas polares.


√ √
Z 1 Z 1−x2 Z 3Z 18−x2
2 2 3/2
a) (x + y ) dydx b) sen (x2 + y 2 + 1) dydx
−1 0 0 x

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 2 – Tutor 6

Solução:

a) Temos: √
Z 1 Z 1−x2 ZZ
2 3/2
2
3/2
x2 + y 2

I= x +y dydx = dxdy,
−1 0
D

onde n √ o
2 2
D = (x, y) ∈ R | −1 ≤ x ≤ 1 , 0 ≤ y ≤ 1 − x .

Logo, D está entre as retas x √ = −1 e x = 1 e está limitada inferiormente pela reta y = 0 e


superiormente pela curva y = 1 − x ou x + y 2 = 1 , com y ≥ 0. Assim, o esboço da região D
2 2

está representado na figura que se segue.

−1 1 x

2 2 2
Passando para
 coordenadas polares, temos x + y = r e dA = rdrdθ e Drθ é dado pelas desigual-
0≤θ≤π
dades Drθ : . Então,
0≤r≤1
ZZ ZZ Z 1 Z π Z 1 h 5 i1
2 3/2 4 4 r π
r 4 dr = π

I= r r drdθ = r drdθ = r dθdr = π = .
0 0 0 5 0 5
Drθ Drθ

b) Temos,

Z 3 Z 18−x2 ZZ
2 2
sen x2 + y 2 + 1 dxdy
 
I= sen x + y + 1 dydx =
0 x
D

onde D : (x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ 3 , x ≤ y ≤ 18 − x2 . Logo, D está entre as retas verticais x = 0


e x = 3 e está limitada inferiormente pela reta y = x e superiormente pela curva y = 18 − x2 ou
x2 + y 2 = 18, com y ≥ 0. De y = x e x2 + y 2 = 18, com y ≥ 0 temos x2 = 9. Como x ≥ 0,
temos x = 3 donde y = 3. Logo, o ponto de interseção é o ponto (3, 3). Assim, o esboço de D está
representado na figura que se segue.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 2 – Tutor 7

y √
sai em r = 18

18

P
(3, 3)
D

y=x

π/4

3 x

entra em r = 0

Descrição de D em coordenadas polares

Efetuando uma “varredura” em D no sentido anti-horário a partir da reta y = x (onde θ = π/4)


até o eixo y positivo (onde θ = π/2) vemos que θ varia de π/4 a π/2. Considerando um
√ ponto P
no interior deD vemos que a semirreta OP entra em D em r = 0 e sai de D em r = 18 . Então
π/4 ≤ θ √ ≤ π/2
temos Drθ : . Então,
0 ≤ r ≤ 18
√ √
ZZ Z 18 Z π/2 Z 18
π
sen r 2 + 1 r drdθ = sen r 2 + 1 r sen r 2 + 1 r dr .
  
I= dθdr =
0 π/4 4 0
Drθ

2
Fazendo
√ u = r + 1 temos du = 2r dr donde r dr = −du/2. Para r = 0 temos u = 1 e para
r = 18 temos u = 19. Então,
Z 19 i19
π du π π
  h
I= sen u = − cos u = (cos 1 − cos 19) .
4 1 2 8 1 8

Exercı́cio 7: Determine o volume do sólido W, limitado pelo paraboloide z = 4 − x2 − y 2 e pelo


plano xy.

Solução: O esboço de W está representado na figura que se segue.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 2 – Tutor 8

4 y
2

D
W 2 x

2 y
2
“piso” D : x2 + y 2 ≤ 4
x

Temos: ZZ ZZ
4 − x2 − y 2 dxdy .

V (W ) = f (x, y) dxdy =
D D

Passando para coordenadas polares temos




 x = r cos θ
y = r sen θ


 dxdy = r drdθ
 2
x + y2 = r2

0 ≤ θ ≤ 2π
e Drθ : . Então,
0≤r≤2
ZZ Z 2 Z 2π Z 2
2 3
4r − r 3 dr =
  
V (W ) = 4−r r drdθ = 4r − r dθdr = 2π
0 0 0
Drθ

r4 2
h i
2
= 2π 2r − = 2π(8 − 4) = 8π u.v.
4 0

Exercı́cio 8: Determine o volume do sólido W no interior da esfera x2 + y 2 + z 2 = 4 e do cilindro


x2 + (y − 1)2 = 1 e acima do plano z = 0.

Solução: O esboço de W está representado na figura que se segue.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 2 – Tutor 9

z z

2 2
“teto”

W1
W

D 1
1
x 2 x 2
y y
“piso”

1 D

Por simetria, temos que V (W ) = 2V (W1 ) onde


n p o
3 2 2 2 2
W1 = (x, y, z) ∈ R ; (x, y) ∈ D : x + (y − 1) ≤ 1 , x ≥ 0 e 0 ≤ z ≤ 4 − x − y .
p
Vemos, também, que o “teto” de W1 é a superfı́cie z = 4 − x2 − y 2 = f (x, y) e que o “piso” é
o semidisco D : x2 + (y − 1)2 ≤ 1, com x ≥ 0. Logo:
ZZ ZZ p
V (W ) = 2V (W1 ) = 2 f (x, y) dxdy = 2 4 − x2 − y 2 dxdy .
D D

Passando para coordenadas polares, temos x2 +y 2 = r 2 e dxdy = r drdθ. A equação x2 +(y−1)2 = 1


ou x2 + y 2 = 2y transforma-se em r 2 = 2r sen θ ou r(r − 2 sen θ) = 0 portanto r = 0 ou r = 2 sen θ.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 2 – Tutor 10


0 ≤ θ ≤ π/2
Então, o semidisco D em coordenadas polares é Drθ : . Então,
0 ≤ r ≤ 2 sen θ
ZZ
1/2
V (W ) = 2 4 − r2 r drdθ =
Drθ
Z π/2 Z 2 sen θ
2 1/2
= 4 − r2 (−2r) drdθ =
−2 0 0
Z 2π 3/2 i2 sen θ
2
h
= 4 − r2 dθ =
0 3 0
Z π/2
2
h 3/2 i
= − 4 − 4 sen2 θ − 43/2 dθ =
3 0
Z π/2
2
h 3/2 i
2
= − 4 cos θ − 8 dθ =
3 0
Z π/2 Z π/2
2 2
3/2 16
= − 4 cos θ dθ + dθ .
3 0 3 0

3/2
Como 0 ≤ θ ≤ π/2, temos cos θ ≥ 0, portanto (4 cos2 θ) = (2 cos θ)3 = 8 cos3 θ. Então,
Z π/2 3/2
Z π/2
2
4 cos θ dθ = 8 cos2 θ · cos θ dθ =
0 0
Z π/2 iπ/2
sen3 θ
h
2

=8 1 − sen θ d(sen θ) = 8 sen θ − =
0 3 0

1 16
 
=8 1− = .
3 3

Assim,
2 16 16 π 8
V (W ) = − · + · = (3π − 4) u.v.
3 3 3 2 9

UFF IME - GMA


Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Lista 2


Exercı́cio 1: Use a mudança u = x+y e v = x−y e calcule a integral de f (x, y) = (x+y)2 sen2 (x−y)
sobre a região D : |x| + |y| ≤ π.

Solução: O esboço da região D está representado na figura que se segue.

y
π x+y =π
x − y = −π

D
−π π x

x + y = −π
−π x−y =π

u+v u−v
De u = x + y e v = x − y temos x = ey= . Portanto, o jacobiano da mudança é dado
2 2
por:
∂x ∂x 1 1
∂(x, y) −1 1 1

∂u ∂v 2 2
J= = = = − =− .
∂(u, v) ∂y ∂y 1 1 4 4 2

∂u ∂v 2 2

1
Como dxdy = |J| dudv então dxdy = dudv. A função f (x, y) = (x+y)2 sen2 (x−y) transforma-se
2
em u2 sen2 v.

Como D é limitada pelas retas x + y = π, x + y = −π, x − y = π e x − y = −π, então Duv é


limitada pelas retas u = π, u = −π, v = π e v = −π.
Cálculo III-A Lista 2 24

v
π

Duv
−π π u

−π

Assim, pela fórmula da mudança de variáveis temos:


ZZ ZZ
f (x, y) dxdy = (x + y)2 sen2 (x − y) dxdy =
D D
ZZ Z π Z π
2 2 1 1 2
= (u sen v) dudv = sen v u2 dudv =
2 2 −π −π
Duv
Z π iπ Z π
1 u3 1 2π 3
h
2
= sen v dv = · sen2 v dv =
2 −π 3 −π 2 3 −π

π3 1 sen 2v π π4
h i
= · v− = .
3 2 2 −π 3

ZZ
Exercı́cio 2: Use a mudança de variáveis u = xy e v = y/x, e calcule a integral dupla (x2 +
D
2y 2) dA, sendo D a região do plano xy no primeiro quadrante, delimitada pelas curvas xy = 1,
xy = 2, y = x e y = 2x.
u u
Solução: Se u = xy e v = y/x vemos que uv = y 2 e = x2 . Assim, x2 + 2y 2 = + 2uv. Por
v v
outro lado
∂u ∂u

∂x ∂y y x
1 ∂(u, v) y y 2y
J −1 = = = = 1 = x + x = x = 2v .

J ∂(x, y) ∂v ∂v −y
x2 x

∂u ∂y

1 1
Logo, J = . Como dA = |J| dudv, então dA = dudv .
2v 2v
Como D está limitada por xy = 1, xy = 2, y = x (ou y/x = 1) e y = 2x (ou y/x = 2) então Duv
está limitada por u = 1, u = 2, v = 1 e v = 2.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 2 25

v
2
Duv
1

1 2 u

Logo, pela fórmula de mudança de variáveis, temos:


ZZ ZZ 
u 1

2 2
(x + 2y ) dA = + 2uv dudv =
v 2v
D Duv
ZZ  Z 2Z 2
1 u 1 1
  
= + 2u dudv = + 2 u dudv =
2 v2 2 1 1 v2
Duv
Z 2 i2 Z 2
1 1 u2 3 1
 h  
= +2 dv = + 2 dv =
2 1 v2 2 1 4 1 v2
i2
3 1 3 1 15
h h  i
= − + 2v = − + 4 − (−1 + 2) = .
4 v 1 4 2 8

ZZ
Exercı́cio 3: Calcule xy 3 dA da região D do primeiro quadrante, limitada por y = x, y = 3x,
D
xy = 1 e xy = 4.

Solução: O esboço da região D está representado na figura que se segue.

y
v
y = 3x 4
Duv

y=x
D 1
xy = 4

xy = 1 1 3 u
x

Com a transformação u = y/x, v = xy, a região D transforma-se na região Duv limitada pelas retas

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 2 26

u = 1, u = 3, v = 1 e v = 4. Temos:
∂u ∂u −y

∂x ∂y 1
∂(u, v) x2 x = − y − y = − 2y = −2u .

J −1 = = =

∂(x, y) ∂v ∂v y x x x
x
∂x ∂y

Logo:
∂(x, y) 1 1 1
= −1 = =− .
∂(u, v) J −2u 2u

De u = y/x e v = xy temos que uv = y 2 . Portanto, o integrando xy 3 = xy · y 2 transforma-se em


v · uv = uv 2 . Assim, da fórmula da mudança de variáveis temos:
ZZ ZZ ZZ
1

3 2 ∂(x, y) 2

xy dA = uv dudv = uv − dudv =
∂(u, v) 2u

D Duv Duv
ZZ Z 3Z 4 Z 3 i4
1 1 1 v3
h
2 2
= v dudv = v dvdu = du =
2 2 1 1 2 1 3 1
Duv
Z 3
1 63  3 21
= (64 − 1) du = u 1 = (3 − 1) = 21 .
6 1 3 2

Exercı́cio 4: Use coordenadas polares para calcular as seguintes integrais duplas:

ZZ p
a) x2 + y 2 dxdy, sendo D o disco de centro na origem e raio 2.
D
ZZ 2
b) x2 + y 2 dA, onde D é a região dada por x2 + y 2 ≤ 4, com x ≥ 0.
D

ln(x2 + y 2 )
ZZ
c) dxdy, sendo D : 1 ≤ x2 + y 2 ≤ e2 , com y ≥ 0.
x2 + y 2
D

Z a Z a2 −x2
2 −y 2
d) e−x dydx.
−a 0

1
ZZ
e) p dA, sendo D : 1 ≤ x ≤ 3 e 0 ≤ y ≤ x.
x + y2
2
D
ZZ
f) (x + y) dA, sendo D : x2 + y 2 − 2y ≤ 0.
D

Solução:

a) O esboço da região D está representado na figura que se segue.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 2 27

y sai em r = 2
2

D
2 x

entra em r = 0

p √
Em coordenadas polares temos x2 + y 2 = r 2 = r e dxdy = rdrdθ.

Descrição de D em coordenadas polares

Efetuando uma “varredura” em D, no sentido anti-horário, a partir do eixo x positivo, vemos que
0 ≤ θ ≤ 2π.

Considerando um ponto P qualquer no interior de D, vemos que a semirreta entra em D na origem


onde r = 0 e sai de D em um ponto da circunferênciaonde r = 2. Então, 0 ≤ r ≤ 2. Assim, a
0≤r≤2
região D é transformada na região Drθ dada por Drθ : .
0 ≤ θ ≤ 2π

θ

Drθ

2 r

Logo: Z 2Z
ZZ p ZZ ZZ 2π
2
2 2
x + y dxdy = r · r drdθ = r drdθ = r 2 dθdr =
0 0
D Drθ Drθ
Z 2 h 3 i2
2 r 16π
= 2π r dr = 2π = .
0 3 0 3

Observação: Notem que em coordenadas polares qualquer disco de centro na origem transforma-se
em um retângulo com os lados paralelos aos eixos coordenados.

b) O esboço da região D está representado na figura que se segue.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 2 28

2 x

−2

Descrição de D em coordenadas polares

Efetuando uma “varredura” em D, no sentido anti-horário, a partir do eixo y negativo, onde θ =


−π/2 até o eixo y positivo onde θ = π/2, vemos que −π/2 ≤ θ ≤ π/2.

Considerando um ponto P qualquer no interior de D, vemos que a semirreta OP entra em D na


origem onde r = 0 e sai de D em um ponto da circunferência
 onde r = 2. Logo, 0 ≤ r ≤ 2. Assim,
0≤r≤2
a região D é transformada na região Drθ dada por Drθ : .
−π/2 ≤ θ ≤ π/2

θ
π
2

Drθ

2 r

− π2

Logo: ZZ ZZ ZZ
2 2 2 4
(x + y ) dA = r · r drdθ = r 5 drdθ =
D Drθ Drθ
Z 2 Z π/2 Z 2 h 6 i2
r 32π
= r5 dθdr = π r 5 dr = π = .
0 −π/2 0 6 0 3

c) O esboço da região D está representado na figura que se segue.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 2 29

y
e

sai em r = e
D 1 P

−e −1 1 e x
entra em r = 1

ln(x2 + y 2 ) ln(r2 ) 2 ln r
Em coordenadas polares temos = = 2 e dxdy = r drdθ.
x2 + y 2 r2 r

Descrição de D em coordenadas polares

Efetuando uma “varredura” em D, no sentido anti-horário, vemos que 0 ≤ θ ≤ π.

Considerando um ponto P qualquer no interior de D, vemos que a semirreta OP entra em D em


um ponto da circunferência x2 + y 2 = 1 onde r = 1 e sai de D em um ponto da circunferência
x2 + y 2 =e2 onde r = e. Então, 1 ≤ r ≤ e. Assim, a região D é transformada na região Drθ dada
1≤r≤e
por Drθ : .
0≤θ≤π

θ
π

Drθ

1 e r

Logo: ZZ ZZ ZZ
ln(x2 + y 2 ) 2 ln r ln r
dxdy = · r drdθ = 2 drdθ =
x2 + y 2 r2 r
D Drθ Drθ
Z e Z π Z e
ln r ln r
=2 dθdr = 2π dr .
1 r 0 1 r
1
Fazendo u = ln r temos du = dr. Por outro lado, para r = 1 temos u = ln 1 = 0 e para r = e
r
temos u = ln e = 1. Então:
Z e Z 1 h 2 i1
ln r u 1
dr = u du = = .
0 r 0 2 0 2
Substituindo acima temos:
ZZ
ln(x2 + y 2 ) 1
dxdy = 2π · = π.
x2 + y 2 2
D

d) Temos √
Z a Z a2 −x2 ZZ
−x2 −y 2 2 −y 2
I= e dydx = e−x dxdy
−a 0
D

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 2 30


−a ≤ x ≤
√a
onde D é dada por D : cujo esboço está represen-
0 ≤ y ≤ a2 − x2 ⇒ x2 + y 2 = a2 , y ≥ 0
tado na figura que se segue.

y
a

−a a x

−(x +y ) 2 2 2
Passando para
 coordenadas polares temos e = e−r e dxdy = r drdθ e a região D transforma-
0≤r≤a
se em Drθ : . Logo:
0≤θ≤π
ZZ Z a Z π Z a
−r 2 −r 2 2
I= e r drdθ = e r dθdr = π e−r r dr =
0 0 0
Drθ
Z a h 2 ia
π −r 2 π π 2
= e (−2r)dr = − e−r = 1 − e−a .
−2 0 2 0 2

e) O esboço da região D está representado na figura que se segue.

y
y=x

1 3 x

1 1
Por coordenadas polares temos p dA = √ · r drdθ = drdθ.
x2 + y2 r2

Descrição de D em coordenadas polares

Efetuando uma “varredura” em D, no sentido anti-horário, a partir do eixo x positivo onde θ = 0


até a reta y = x onde θ = π/4, vemos que 0 ≤ θ ≤ π/4.

Considerando um ponto P qualquer no interior de D, vemos que a semirreta OP entra em D na


1
reta vertical x = 1 ou r cos θ = 1 donde r = = sec θ e sai de D na reta vertical x = 3 ou
cos θ
3
r cos θ = 3 donde r = = 3 sec θ. Então, sec θ ≤ r ≤ 3 sec θ. Assim, a região D é transformada
cos θ

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 2 31


sec θ ≤ r ≤ 3 sec θ
na região Drθ dada por Drθ : . Logo:
0 ≤ θ ≤ π/4
ZZ ZZ Z π/4 Z 3 sec θ
1
p dA = drdθ = drdθ =
x2 + y 2 0 sec θ
D Drθ
Z π/4 Z π/4  π/4
= (3 sec θ − sec θ)dθ = 2 sec θ dθ = 3 ln(sec θ + tg θ) 0 =
0 0

π π
h   i
= 3 ln sec + tg − ln(sec 0 + tg 0) =
4 4
 √  √
= 3 ln( 2 + 1) − ln(1 + 0) = 3 ln( 2 + 1) .

f) De x2 + y 2 − 2y = 0 temos x2 + (y − 1)2 = 1. Assim, o esboço da região D está representado


na figura a seguir.

y
2

D
sai em r = 2 sen θ
1
P

entra em r = 0

Temos: ZZ ZZ ZZ
(x + y) dA = x dA + y dA .
D D D

Como f (x, y) = x é uma função ı́mpar na variável x e a região D tem simetria em relação ao eixo
y, então: ZZ ZZ
f (x, y) dA = x dA = 0 .
D D

Assim: ZZ ZZ
(x + y) dA = y dA .
D D

Em coordenadas polares temos ydA = (r sen θ)r drdθ = r 2 sen θ drdθ.

Descrição de D em coordenadas polares

Efetuando uma “varredura” em D, no sentido anti-horário, a partir do eixo x positivo onde θ = 0


até o eixo x negativo onde θ = π, vemos que 0 ≤ θ ≤ π.

Considerando um ponto P qualquer no interior de D, não situado no eixo y, vemos que a semirreta
OP entra em D na origem onde r = 0 e sai de D em um ponto da circunferência x2 + y 2 = 2y

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 2 32

ou r 2 = 2r sen θ donde r = 2 sen θ, para r6= 0. Então, 0 ≤ r ≤ 2 sen θ. Assim, a região D é


0 ≤ r ≤ 2 sen θ
transformada na região Drθ dada por Drθ : . Logo:
0≤θ≤π
ZZ ZZ ZZ
(x + y)dA = y dA = r 2 sen θ drdθ =
D D Drθ
Z π Z 2 sen θ Z π h 3 i2 sen θ
2 r
= sen θ r drdθ = sen θ dθ =
0 0 0 3 0
Z π Z π 2
8 8 1 − cos 2θ

4
= sen θ dθ = dθ =
3 0 3 0 2
Z π
8
1 − 2 cos 2θ + cos2 2θ dθ =

=
12 0
Z π
2 1
1 − 2 cos 2θ + cos2 2θ d(2θ) =

= ·
3 2 0

1 1 sen 4θ π 1
h  i
= 2θ − 2 sen 2θ + 2θ + = (2π + π) = π .
3 2 2 0 3

Exercı́cio 5: Calcule a área da região no primeiro quadrante, fora da circunferência x2 + y 2 = 4 e


dentro da circunferência x2 + y 2 = 4x.

Solução: O esboço da região D está representado na figura que se segue.

y
sai em r = 4 cos θ

2 √
(1, 3) √
3

P θ
D 1

θ
2 4 x
entra em r = 2

Da teoria, temos que: ZZ ZZ


A(D) = dxdy = r drdθ .
D Drθ

Descrição de D em coordenadas polares



De x2 + y 2 = 4 e x2 + y 2 = 4x temos 4x = 4 donde x = 1 e, portanto, y√= 3 . Assim, a interseção
√ 3 √
é o ponto (1, 3). No triângulo retângulo acima, temos que tg θ = = 3 donde θ = π/3.
1

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 2 33

Assim, efetuando uma “varredura” em D, no sentido anti-horário a partir do eixo x positivo, vemos
que 0 ≤ θ ≤ π/3.

Considerando um ponto P qualquer no interior de D vemos que a semirrreta OP entra em D na


circunferência x2 +y 2 = 4 donde r = 2 e sai de D na circunferência x2+y 2 = 4x donde r 2 = 4r cos θ
2 ≤ r ≤ 4 cos θ
ou r = 4 cos θ, se r 6= 0. Assim, 2 ≤ r ≤ 4 cos θ. Logo temos Drθ : . Então:
0 ≤ θ ≤ π/3
Z π/3
Z 4 cos θ Z π/3 h 2 i4 cos θ Z π/3
r 1
A(D) = r drdθ = dθ = (16 cos2 θ − 4) dθ =
0 2 0 2 2 2 0
iπ/3
1 1 sen 2θ 1 π 2π π
h    
= 16 · θ+ − 4θ = 8 · + 4 sen −4· =
2 2 2 0 2 3 3 3
√ 


1 4π 4 3 2π
= + = + 3 u.a.
2 3 2 3

Exercı́cio 6: Seja dada a integral dupla


√Z √
ZZ Z 1Z x Z 2 2−x2
f (x, y) dxdy = f (x, y) dydx + f (x, y) dydx .
0 0 1 0
D

a) Esboce a região D.

b) Expresse a soma das integrais do segundo membro como uma só integral na qual a ordem de
integração esteja invertida.

c) Calcule a integral dupla para a função f (x, y) = ln (1 + x2 + y 2 ).

Solução:
ZZ 
a) Temos I = f (x, y) dxdy com D = D1 ∪ D2 , onde D1 = (x, y); 0 ≤ x ≤ 1 , 0 ≤ y ≤ x e
 D √ √
D2 = (x, y); 1 ≤ x ≤ 2 , 0 ≤ y ≤ 2 − x2 . Os esboços de D1 e D2 são:

y
y
1 (1, 1)
1 (1, 1)
y=x

D1 D2


1 x 1 2 x

Logo, o esboço de D está representado na figura que se segue.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 2 34

y
1 (1, 1)

x=y
p
D x= 2 − y2


1 2 x

0 ≤ y ≤ 1p
b) Enquadrando D como tipo II, temos D : . Então:
y ≤ x ≤ 2 − y2
Z 1Z √2−y2
I= f (x, y) dxdy .
0 y


0≤θ≤√
π/4
c) Expressando D como coordenadas polares, temos D : . Então:
0≤r≤ 2
√Z
ZZ Z 2 π/4
2
ln 1 + r 2 r dθdr =
 
I= ln 1 + r r drdθ =
0 0
Drθ

Z 2
π
ln 1 + r 2 r dr .

=
4 0

dy √
Fazendo y = 1 + r 2 , temos dy = 2r dr, donde r dr = . Para r = 0, temos y = 1 e para r = 2
2
temos y = 3. Então: Z 3 Z 3
π dy π
I= ln y = ln y dy .
4 1 2 8 1
Aplicando integração por partes, temos:
1
u = ln y , dv = dy ⇒ du = dy , v = y .
y
Z Z
Como u dv = uv − v du, então:
" 3 Z #
3  Z 3 
π 1 π
I= y ln y − y· dy = 3 ln 3 − ln 1 − dy =
8 1 y 8 1
1

3 !
π
= 3 ln 3 − y
8
1

ou
π
I= (3 ln 3 − 2) .
8

Exercı́cio 7: Passe para coordenadas polares e calcule:

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 2 35


Z 1Z 1+ 1−y 2
a) I = √ xy dxdy
0 1− 1−y 2

Z aZ a2 −x2 p
b) I = a2 − x2 − y 2 dydx, a > 0
0 0

Solução:

0≤y≤1 p
a) A integral I está definida sobre a região D descrita pelas desigualdades D : . p
1 − 1 − y2 ≤ x ≤ 1 + 1 − y2
Observe que D está descrita como uma região do tipo II. Examinemos a fronteira da esquerda de D:
p p
x = 1 − 1 − y 2 , 0 ≤ y ≤ 1 ⇒ x − 1 = − 1 − y 2 , 0 ≤ y ≤ 1(∴ x ≤ 1) .
Elevando ao quadrado, tem-se:
(x − 1)2 = 1 − y 2, 0 ≤ y ≤ 1 e x ≤ 1
o que implica
(x − 1)2 + y 2 = 1, 0 ≤ y ≤ 1 e x ≤ 1 .
Então a fronteira da esquerda é a parte da circunferência (x − 1)2 + y 2 = 1 com 0 ≤ y ≤ 1 e
x ≤ 1. Examinando a fronteira da direita, temos que consiste da parte da mesma circunferência com
0 ≤ y ≤ 1 e x ≥ 1. Assim, o esboço de D está representado na figura que se segue.
y

r = 2 cos θ

(x, y)

1 2 x
r=0

Portanto D se transforma em:



Drθ = (r, θ); 0 ≤ r ≤ 2 cos θ , 0 ≤ θ ≤ π/2 .
Temos: ZZ ZZ
I= r cos θr sen θr drdθ = r 3 cos θ sen θ drdθ =
Drθ Drθ
Z π/2Z 2 cos θ Z π/2 h 4 i2 cos θ
3 r
= r cos θ sen θ drdθ = cos θ sen θ dθ =
0 0 0 4 0
Z π/2
cos6 θ π/2 2

=4 cos5 θ sen θ dθ = −4 = .
6 0 3

0


0≤x≤√ a
b) A integral I está definida sobre a região D descrita pelas desigualdades D :
0 ≤ y ≤ a2 − x2

que é do tipo I. A fronteira superior de D é a curva y = a2 − x2 com 0 ≤ x ≤ a e y ≥ 0 que
corresponde à parte da circunferência x2 + y 2 = a2 com 0 ≤ x ≤ a e y ≥ 0.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 2 36

A fronteira inferior de D é o segmento de reta y = 0 com 0 ≤ x ≤ a. Assim, o esboço de D está


representado na figura que se segue.
y

a
r=a
D
(x, y)

a x
r=0

O ponto (x, y) = (r cos θ, r sen θ) ∈ D é tal que θ varia segundo 0 ≤ θ ≤ π/2 e r varia segundo
0 ≤ r ≤ a.

Portanto D se transforma em:



Drθ = (r, θ); 0 ≤ r ≤ a , 0 ≤ θ ≤ π/2 .
Então: ZZ √ Z aZ π/2 √
I= a2 − r 2 r drdθ = a2 − r 2 r dθdr =
0 0
Drθ
Z a Z a
π 2 2 1/2 1 π 1/2
a2 − r 2 d a2 − r 2 =
 
= a −r r dr = − ·
2 0 2 2 0
a
3
π 2 2 3/2 = − π 0 − a3 = πa .

= − · a − r2
 
4 3 6 6
0

Exercı́cio 8: A base de um sólido é a região do plano xy delimitada pelo disco x2 + y 2 ≤ a2 , com


a > 0. e a parte superior é a superfı́cie do paraboloide az = x2 + y 2. Calcule o volume do sólido.
x2 + y 2
Solução: Seja D o disco x2 + y 2 ≤ a2 e seja z = f (x, y) = ≥ 0 , que é contı́nua em D.
a
2 2
x +y
Então o volume do sólido W de base D e “teto” z = f (x, y) = é dado por:
a
ZZ ZZ ZZ
x2 + y 2 1
V (W ) = f (x, y) dxdy = dxdy = (x2 + y 2 ) dxdy .
a a
D D D
23 2 2
Passando para coordenadas
 polares, temos (x + y ) dxdy = r r drdθ = r drdθ e o disco D
0≤r≤a
transforma-se em Drθ : . Logo:
0 ≤ θ ≤ 2π/
ZZ Z a Z 2π Z a
1 3 1 3 2π
V (W ) = r drdθ = r dθdr = r 3 dr =
a a 0 0 a 0
Drθ
h 4 ia
2π r a3 π
= = u.v.
a 4 0 2

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Cálculo III-A Lista 2 37

Exercı́cio 9: Achar o volume do sólido limitado superiormente pela esfera x2 + y 2 + z 2 = 4,


inferiormente pelo plano xy e lateralmente pelo cilindro x2 + y 2 = 1.

Solução: O esboço de W está representado na figura que se segue.


z

2 “teto”

1 1
x y
D (“piso”)
Observemos que o “teto” do sólido W é uma porção da esfera x2 + y 2 + z 2 = 4, donde z =
p
4 − x2 − y 2 = f (x, y). O “piso” de W é o disco D : x2 + y 2 ≤ 1. Então
ZZ ZZ p
V (W ) = f (x, y) dxdy = 4 − x2 − y 2 dxdy .
D D

Passando para coordenadas polares, temos




 x= r cos θ
y= r sen θ


 dxdy = rdrdθ
 2
x + y2 = r2
O conjunto Drθ é dado por: 0 ≤ r ≤ 1 e 0 ≤ θ ≤ 2π. Então:
ZZ √ Z 1 Z 2π
2 1/2

V (W ) = 2
4 − r · r drdθ = 4−r r dθdr =
0 0
Drθ
Z 1 1/2
= 2π 4 − r2 r dr .
0
1
Temos d(4 − r 2 ) = −2r dr, donde r dr = − d(4 − r 2 ). Logo:
2
 Z 1
1 1/2
V (W ) = 2π − 4 − r2 d(4 − r 2 ) =
2 0

2
h
3/2
i1
2π  2π √ 
= −π · · (4 − r 2 ) =− 33/2 − 43/2 = 8 − 3 3 u.v.
3 0 3 3

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Cálculo III-A Lista 2 38

Exercı́cio 10: Determine o volume do sólido W limitado pelo paraboloide z = 4 − x2 − y 2 e pelo


plano xy.

Solução: O esboço de W está representado na figura que se segue.

4 y
2

D
W 2 x

2 y
2
“piso” D : x2 + y 2 ≤ 4
x

Temos: ZZ ZZ
4 − x2 − y 2 dxdy .

V (W ) = f (x, y) dxdy =
D D

Passando para coordenadas polares temos




 x = r cos θ
y = r sen θ


 dxdy = r drdθ
 2
x + y2 = r2

0 ≤ θ ≤ 2π
e Drθ : . Então:
0≤r≤2
ZZ Z 2 Z 2π
2 3
 
V (W ) = 4−r r drdθ = 4r − r dθdr =
0 0
Drθ

2
r4 2
Z h i
4r − r 3 dr = 2π 2r 2 −

= 2π = 2π(8 − 4) = 8π u.v.
0 4 0

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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A –Módulo 3


Aula 5 – Aplicações da Integrais Duplas

Objetivo
• Estudar algumas aplicações fı́sicas como massa, centro de massa e momento de inércia.

1. Massa

Seja D ⊂ R2 , uma região compacta, representando uma lâmina plana delgada. Suponhamos que a
função contı́nua e positiva δ : D ⊂ R2 → R representa a densidade superficial de massa (massa por
unidade de área).

Rij
R

(x∗i , yj∗ )

Considerando-se
 n2 subretângulos Rij de algum retângulo R que contém D e uma escolha
x∗i , yj∗ ∈ Rij , observamos que a soma
n X
X n

δ x∗i , yj∗ ∆A
j=1 i=1

 
é uma aproximação da massa M de D, onde δ x∗i , yj∗ = 0 se x∗i , yj∗ ∈/ D. Logo, é razoável definir
a massa M de D com ZZ
M= δ(x, y) dxdy .
D
Cálculo III-A Módulo 3 2

OBS.: Se δ(x, y) for constante e igual a k, então a massa M será igual


a kA(D). Neste caso, dizemos que a lâmina D é homogênea.

2. Centro de Massa

a) Seja um sistema finito de partı́culas P1 = (x1 , y1 ), P2 = (x2 , y2), · · · , Pn = (xn , yn ), com massas
mi , i = 1, · · · , n, respectivamente. Lembrando da Fı́sica que os momentos de massa desse sistema,
em relação aos eixos x e y, são definidos por:
n
X n
X
Mx = mi yi e My = mi xi .
i=1 i=1

n
X
O centro de massa do sistema é o ponto (x, y), que se comporta como se a massa total M = mi
i=1
do sistema estivesse concentrada nesse ponto. Logo,

Mx = My e My = Mx

ou n n
X X
m i xi mi y i
My Mx
x= = i=1n e y= i=1
= n .
M X M X
mi mi
i=1 i=1

b) Se considerarmos no lugar de um sistema finito de partı́culas, uma lâmina plana D, com densidade
superficial de massa dada por uma função contı́nua e positiva δ(x, y), fazemos
 uma partição de algum
retângulo R contendo D, obtendo subretângulos Rij . Escolhemos xi , yj ∈ Rij . Logo, a massa de
∗ ∗
  
Rij pode ser aproximada por δ x∗i , yj∗ ∆A, onde δ x∗i , yj∗ = 0 se δ x∗i , yj∗ ∈ / D. Então
n
X n
X
 
Mx ≃ yj∗ δ x∗i , yj∗ ∆A e My ≃ x∗i δ x∗i , yj∗ ∆A .
i,j=1 i,j=1

Logo, definimos Mx e My por


ZZ ZZ
Mx = yδ (x, y) dA e My = xδ (x, y) dA .
D D

O centro de massa (x, y) da lâmina D é definido por


ZZ ZZ
xδ (x, y) dA yδ (x, y) dA
D D
x= e y= .
M M

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 3 3

OBS.: Se δ(x, y) = k, k constante, o ponto (x, y) é dito centroide e


temos as seguintes fórmulas
ZZ ZZ
x dxdy y dxdy
D D
x= Z Z e y= Z Z .
dxdy dxdy
D D

3. Momento de Inércia

O momento de inércia de uma lâmina D em relação a um eixo E é dado por


ZZ
IE = r 2 (x, y)δ(x, y) dxdy
D

onde r(x, y) é a distância de (x, y) ao eixo E.

Assim, os momentos de inércia de D em relação aos eixos x e y, respectivamente, são dados por
ZZ ZZ
2
Ix = y δ(x, y) dxdy e Iy = x2 δ(x, y) dxdy .
D D

O momento de inércia polar em relação à origem é dado por


ZZ
I0 = (x2 + y 2 ) δ(x, y) dxdy = Ix + Iy .
D

Exemplo 1

Determine o centro de massa e o momento de inércia em relação ao eixo x, da região D, limitada


por x = y 2 e x − y = 2, sendo δ(x, y) = 3.

Solução:

As curvas se interceptam quando y 2 − y − 2 = 0, logo y = −1, y = 2. Assim, o esboço de D é:

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 3 4

2 (4, 2)
x = y2

x=2+y
D

2 4 x
−1 (1, −1)

−2

Descrevemos D como tipo II : D = {(x, y); −1 ≤ y ≤ 2 , y 2 ≤ x ≤ 2 + y}. A massa de D é:


ZZ ZZ Z 2 Z 2+y Z 2
M= δ(x, y) dA = 3 dA = 3 dxdy = 3 (2 + y − y 2) dy
−1 y2 −1
D D
h i2
y2 y3
= 3 2y + 2
− 3
−1
 8
 
= 3 4+2− 3
− −2 + 21 + 1
3
27
= 2
.

O centro de massa (x, y) é dado por


ZZ ZZ
xδ (x, y) dA yδ (x, y) dA
D D
x= , y= .
M M
ZZ
Cálculo de xδ(x, y) dA:
D

ZZ Z 2 Z 2+y Z 2 h i2+y Z 2
x2 3

xδ(x, y) dA = 3 x dxdy = 3 2 y2 dy = 2 4 + 4y + y 2 − y 4 dy
−1 y2 −1 −1
D
h i2
3 y3 y5
= 2 4y + 2y 2 + 3 − 5 −1

3
 8 32
 1 1

= 2 8+8+ 3 − 5 − −4 + 2 − 3 + 5
3 72 108
= 2 × 5 = 5 .

ZZ
Cálculo de yδ(x, y) dA:
D

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 3 5

ZZ Z 2 Z 2+y Z 2 Z 2
 
yδ(x, y) dA = 3 y dxdy = 3 y 2+y− y2 dy = 3 2y + y 2 − y 3 dy
−1 y2 −1 −1
D
h i2
y3 y4
= 3 y2 + 3 − 4 −1
 8
 1 1

= 3 4+ 3 −4 − 1− 3 − 4
27
= 4 .
Logo,
108 27
5 8 4 1
x= 27 = , y= 27 = .
2
5 2
2
8 1

Assim, o centro de massa (x, y) está localizado em ,
5 2
.
O momento de inércia em relação ao eixo x é:
ZZ ZZ Z 2 Z 2+y Z 2 
Ix = y 2 δ(x, y) dA =3 2
y dA = 3 y 2 dxdy = 3 y 2 2 + y − y 2 dy
−1 y2 −1
D D
Z 2 
= 3 2y 2 + y 3 − y 4 dy
−1
h i2
2y 3 y4 y5
= 3 3 + 4 − 5 −1
 16 32
 
= 3 3 +4− 5 − − 23 + 1
4 + 1
5
189
= 20 .

Aula 6 – Simetria em Integral Dupla

Objetivo
• Explorar simetrias em integrais duplas.

Simetria em Integral Dupla

1) Seja D ⊂ R2 , simétricaZ Zem relação ao eixo y e f (x, y) ı́mpar na variável x, isto é,
f (−x, y) = −f (x, y). Então, f (x, y) dxdy = 0. Com efeito, como D tem simetria em relação
D
ao eixo y, observamos que D está limitada à direita pela curva x = x(y) e à esquerda pela curva

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 3 6

y
d

x = −x(y) x = x(y)
c

x = −x(y). Supondo que a projeção de D sobre o eixo y seja o intervalo [c, d], temos o seguinte
esboço para D:

Então, "Z #
ZZ Z d x(y) Z d
f (x, y) dxdy = f (x, y) dx dy = 0 dy = 0 .
c −x(y) c
D | {z }
= 0 (∗)

(∗) Aqui, usamos um fato do Cálculo II:


Z a
g(x) dx = 0 se g(x) é uma função ı́mpar .
−a

2) Analogamente,
ZZ se D tem simetria em relação ao eixo x e f (x, y) é ı́mpar na variável y,
então f (x, y) dxdy = 0. Veja o esboço para D na figura que se segue.
D

y = y(x)
y

a b x

y = −y(x)

Exemplo 1

Calcule ZZ

I= xy 6 + (x4 + y 4 ) sen y + 1 dxdy ,
D

onde D é o disco x2 + y 2 ≤ a2 , (a > 0).

Solução:

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 3 7

Por propriedade da integral dupla, temos que


ZZ ZZ ZZ
6 4 4
I= xy dxdy + (x + y ) sen y dxdy + dxdy .
|D {z } |D {z } |D {z }
I1 I2 I3

• Como f (x, y) = xy 6 é ı́mpar na variável x e D tem simetria em relação ao eixo y, então


I1 = 0.
• Como g(x, y) = (x4 + y 4 ) sen y é ı́mpar na variável y e D tem simetria em relação ao eixo x,
então I2 = 0.
ZZ
• Como dxdy = A(D), então I3 = πa2 . Logo,
D

I = 0 + 0 + πa2 = πa2 .

RECOMENDAÇÃO
Nas integrais duplas, busque as si-
metrias e as funções ı́mpares. Não
calcule cegamente!!!

OBS.:

1. Se a densidade δ(x, y) é uma função par na variável x (isto é,


δ(−x, y) = δ(x, y)), então xδ(x, y) é ı́mpar
Z Zna variável x. Se D
tem simetria em relação ao eixo y, então xδ(x, y) dxdy = 0
D
e, portanto, x = 0.
Analogamente, se δ(x, y) é uma função par na variável y e se D
tem simetria em relação ao eixo x, então y = 0.

2. Se D é uma lâmina homogênea e tem simetria em relação ao


eixo y, então x = 0.
Analogamente, se D é homogênea e tem simetria em relação ao
eixo x, então y = 0.

Exemplo 2

Uma lâmina delgada D ocupa a região x2 + y 2 ≤ 1, y ≥ 0, de modo que a densidade em qualquer


ponto é proporcional à distância do ponto à origem. Determine
a) a massa M de D;
b) o centro de massa.

Solução:

O esboço de D é:

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 3 8

y
1

−1 1 x

p
Como a distância de (x, y) à origem é x2 + y 2 então a densidade é dada por
p
δ(x, y) = k x2 + y 2

onde k é uma constante.


ZZ ZZ p
a) Como M = δ(x, y) dxdy, então M = k x2 + y 2 dxdy. Passando para coordenadas
D D
polares, temos: 

 x= r cos θ

y= r sen θ
.

 dxdy = rdrdθ
 2 2
x +y = r2
Além disso, Drθ é dado por: (
0≤r≤1
Drθ : .
0≤θ≤π
Então,
ZZ ZZ Z 1 Z π Z 1
2 2 kπ
M =k r · r drdθ = k r drdθ = k r dθdr = kπ r 2 dr = u.m.
0 0 0 3
Drθ Drθ

b) Como δ(x, y) é uma função par e D tem simetria em relação ao eixo y, então x = 0. Sabemos
que ZZ
yδ(x, y) dxdy
D
y= ,
M

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Cálculo III-A Módulo 3 9

onde ZZ ZZ p
yδ(x, y) dxdy = k y x2 + y 2 dxdy
D D
ZZ
= k r sen θ · r · r drdθ
Drθ
ZZ
= k r 3 sen θ drdθ
Drθ
Z 1 Z π
3
= k r sen θ dθdr
0 0
Z 1
 π
= k − cos θ 0
r 3 dr
0
 r4 1
= 2k 4 0
k
= 2
.
Logo,
k
32
y= kπ
.=
2π3
3

Portanto, o centro de massa está localizado em 0, 2π .

Exercı́cio 1: Calcule a massa total M, o centro da massa (x, y) de uma lâmina triangular, com
vértices (0, 0), (1, 0) e (0, 2) se a função densidade é δ(x, y) = 1 + 3x + y.

Exercı́cio 2: A densidade em qualquer ponto de uma lâmina semicircular é proporcional à distância


do centro do cı́rculo. Determine o centro de massa da lâmina.

Exercı́cio 3: Determine os momentos de inércia Ix , Iy e I0 do disco homogêneo D, com densidade


δ(x, y) = δ, centro na origem e raio a.

Exercı́cio 4: Uma lâmina delgada tem a forma da região D, que é interior à circunferência
(x − 2)2 + y 2 = 4 e exterior à circunferência x2 + y 2 = 4. Calcule a massa da lâmina se a
densidade é dada por δ(x, y, z) = (x2 + y 2)
−1/2
.

Exercı́cio 5: Uma placa fina está limitada pela circunferência x2 +y 2 = a2 e tem densidade
 δ(x,
 y) =
a2 1 − ln 2
= . Mostre que o seu momento de inércia polar é dado por I0 = Ma2 , onde
a2 + x2 + y 2 ln 2
M é a sua massa.

Exercı́cio 6: Uma lâmina tem a forma semicircular x2 + y 2 ≤ a2 , com y ≥ 0. A densidade é


diretamente proporcional à distância do eixo x. Ache o momento de inércia em relação ao eixo x.

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Cálculo III-A Módulo 3 10

Exercı́cio 7: Uma lâmina tem a forma de um triângulo retângulo isósceles, com lados iguais de
comprimento a. Ache a massa, se a densidade em um ponto P é diretamente proporcional ao
quadrado da distância de P ao vértice oposto à hipotenusa.

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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Módulo 3 – Tutor


Exercı́cio 1: Calcule a massa total M, o centro da massa (x, y) de uma lâmina triangular, com
vértices (0, 0), (1, 0) e (0, 2) se a função densidade é δ(x, y) = 1 + 3x + y.

Solução: O esboço da lâmina D está representado na figura que se segue.

(0, 2)
sai em y = 2 − 2x

D x y
+ = 1 ⇒ y = 2 − 2x
1 2

(1, 0) x

entra em y = 0

Descrição de D como tipo I:



0≤x≤1
Temos que D : . A massa da lâmina é dada por:
0 ≤ y ≤ 2 − 2x
Z 1 Z 2−2x Z 1h
y 2 2−2x
ZZ i
M= δ(x, y) dA = (1 + 3x + y) dydx = y + 3xy + dx =
0 0 0 2 0
D
Z 1 Z 1
(2 − 2x)2 2 − 2x
h i  
= 2 − 2x + 3x(2 − 2x) + dx = (2 − 2x) 1 + 3x + dx =
0 2 0 2
Z 1 Z 1 Z 1
2 
= (1 − x)(2 + 6x + 2 − 2x) dx = (1 − x)(4 + 4x)dx = 4 1 − x2 dx =
2 0 0 0

x3 1 8
h i
=4 x− = .
3 0 3
O centro de massa (x, y) é tal que
ZZ ZZ
Mx = x δ(x, y) dA e My = y δ(x, y) dA .
D D

ZZ
Cálculo de x δ(x, y) dA :
D
Cálculo III-A Módulo 3 – Tutor 2

Temos,
ZZ ZZ ZZ

x δ(x, y) dA = x(1 + 3x + y) dA = x + 3x2 + xy dA =
D D D
Z 1Z 2−2x 1
xy 2 2−2x
Z h i
x + 3x2 + xy dydx = xy + 3x2 y +

= dx =
0 0 0 2 0
Z 1 Z 1
x(2 − 2x)2 x(2 − 2x)
h i  
2 2
= x(2 − 2x) + 3x (2 − 2x) + dx = 2(1 − x) x + 3x + dx =
0 2 0 2
Z 1 Z 1
2 2
(1 − x) 4x + 4x2 dx =
 
= (1 − x) 2x + 6x + 2x − 2x dx =
0 0
Z 1 Z 1 Z 1 i1
x2 x4
h
2 3
 
= 4x(1 − x)(1 + x) dx = 4x 1 − x dx = 4 x−x dx = 4 − =
0 0 0 2 4 0

1 1
 
=4 − = 1.
2 4

ZZ
Cálculo de y δ(x, y) dA :
D

Temos,
ZZ ZZ Z1Z Z 2−2x 
y δ(x, y) dA = y(1 + 3x + y) dA = y + 3xy + y 2 dydx =
0
D D 0
Z 1 i2−2x Z 1
y2 3xy 2 y3 (2 − 2x)2 3x(2 − 2x)2 (2 − 2x)3
h h i
= + + dx = + + dx =
0 2 2 3 0 0 2 2 3
Z 1 Z 1
1 3x 2 − 2x 4
 
2
= (2 − 2x) + + dx = (1 − x)2 (3 + 9x + 4 − 4x) dx =
0 2 2 3 6 0
Z 1 Z 1
2 2
1 − 2x + x2 (7 + 5x) dx = 7 − 9x − 3x2 + 5x3 dx =
 
=
3 0 3 0

2 9x2 5x4 1 2 9 5 11
h i  
= 7x − − x3 + = 7− −1+ = .
3 2 4 0 3 2 4 6

Substituindo acima temos:


8 8 11
x=1 e y=
3 3 6
portanto
3 11
x= e y= .
8 16
Logo, o centro de massa é o ponto (3/8, 11/16).

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Cálculo III-A Módulo 3 – Tutor 3

Exercı́cio 2: A densidade em qualquer ponto de uma lâmina semicircular é proporcional à distância


do centro do cı́rculo. Determine o centro de massa da lâmina.

Solução: Vamos considerar a lâmina como a metade superior do disco x2 + y 2 ≤ a2 .

y
a

−a a x

p
Então, a distância do ponto (x, y) ao centro do disco (origem) é x2 + y 2 . Portanto, a função
densidade é: p
δ(x, y) = k x2 + y 2
onde k > 0 é uma constante. A massa da lâmina é:
ZZ ZZ p ZZ p
M= δ(x, y) dA = k x + y dA = k
2 2 x2 + y 2 dA
D D D

p 0≤r≤a
Passando para coordenadas polares temos x2 + y2 = r, dA = rdrdθ e Drθ : .
0≤θ≤π
Então,
ZZ ZZ Z a Z π Z a h 3 ia
2 2 r kπa3
M =k r · r drdθ = k r drdθ = k r dθdr = kπ r 2 dr = kπ = .
0 0 0 3 0 3
Drθ Drθ

O centro de massa (x, y) é tal que


ZZ ZZ
Mx = x δ(x, y) dA e My = y δ(x, y) dA .
D D

ZZ
Cálculo de x δ(x, y) dA :
D

Temos que ZZ ZZ p
x δ(x, y) dA = k x x2 + y 2 dA = 0
D D
p
pois a função x x2 + y 2 é ı́mpar na variável x e D tem simetria em relação ao eixo y.
Assim, x = 0.
ZZ
Cálculo de y δ(x, y) dA :
D

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Cálculo III-A Módulo 3 – Tutor 4

Temos que
ZZ ZZ p ZZ
y δ(x, y) dA = k y x + y dA = k
2 2 r sen θ · r · r drdθ =
D D Drθ
Z a Z π Z a iπ Z a h 4 ia
r ka4
h
3 3
=k r sen θ dθdr = k r − cos θ dr = 2k r 3 dr = 2k = .
0 0 0 0 0 4 0 2
Assim
kπa3 ka4
y=
3 2
logo
3a
y= .

Portanto, o centro de massa está localizado no ponto (0, 3a/2π).

Exercı́cio 3: Determine os momentos de inércia Ix , Iy e I0 do disco homogêneo D, com densidade


δ(x, y) = δ, centro na origem e raio a.

Solução: O esboço da região D está representado na figura que se segue.


y
a

D
−a a x

O momento de inércia Ix é dado por:


ZZ ZZ
2
Ix = y δ(x, y) dA = δ y 2 dA .
D D

0≤r≤a
Temos x = r cos θ, y = r sen θ, dA = rdrdθ e Drθ : . Então,
0 ≤ θ ≤ 2π
ZZ Z 2π Z a h 4 ia Z 2π
2 2 2 3 r
Ix = δ r sen θ · r drdθ = δ sen θ r drdθ = δ sen2 θ dθ =
0 0 4 0 0
Drθ

δa4 1 sen 2θ 2π δπa4


h i
= · θ− = .
4 2 2 0 4
O momento de inércia Iy é dado por:
ZZ ZZ ZZ
2 2
Iy = x δ(x, y) dA = δ x dA = δ r 2 cos2 θ · r drdθ =
D D Drθ
Z 2π Z a
δa4 1 sen 2θ 2π δπa4
h i
2 3
=δ cos θ r drdθ = · θ+ = .
0 0 4 2 2 0 4

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Cálculo III-A Módulo 3 – Tutor 5

Como I0 = Ix + Iy então:
δπa4
I0 = .
2

Exercı́cio 4: Uma lâmina delgada tem a forma da região D, que é interior à circunferência
(x − 2)2 + y 2 = 4 e exterior à circunferência x2 + y 2 = 4. Calcule a massa da lâmina se a
−1/2
densidade é dada por δ(x, y, z) = (x2 + y 2) .
2 2 2 2 2 2
√ De (x√− 2) + y = 4 ou x + y = 4x e x + y = 4 temos 4x = 4 portanto x = 1. Logo,
Solução:
(1, − 3) e (1, 3) são as interseções. Assim, o esboço da lâmina D está representado na figura
que se segue.

y

y= 3x


3


⇒ tg α = 3 ⇒ α = π/3
α D
1 2 4 x


− 3


y = − 3x

A massa da lâmina D é dada por:


ZZ ZZ
−1/2
M= δ(x, y) dA = x2 + y 2 dA .
D D

Passando para coordenadas polares temos x2 + y 2 = r 2 e dA = r drdθ.

Descrição de D em coordenadas polares:



Efetuando uma “varredura” √ em D, no sentido anti-horário, a partir da reta y = − 3 x, onde
θ = −π/3 até a reta y = 3 x, onde θ = π/3, vemos que θ varia de −π/3 até π/3. Transformando
as equações das circunferências para coordenadas polares temos,

x2 + y 2 = 4 ⇒ r2 = 4 ⇒ r=2
r6=0
x2 + y 2 = 4x ⇒ r 2 = 4r cos θ ⇒ r = 4 cos θ

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Cálculo III-A Módulo 3 – Tutor 6


−π/3 ≤ θ ≤ π/3
Então 2 ≤ r ≤ 4 cos θ, isto é, Drθ é dado por Drθ : . Assim,
2 ≤ r ≤ 4 cos θ
Z π/3 Z 4 cos θ Z π/3 Z 4 cos θ
2 −1/2
 1
M= r r drdθ = · r drdθ =
−π/3 2 −π/3 2 r
Z π/3 h iπ/3
= (4 cos θ − 2) dθ = 4 sen θ − 2θ =
−π/3 −π/3

π 2π π π
      
= 4 sen − − 4 sen − −2 − =
3 3 3 3
 √   √ 
4 3 2π −4 3 2π
= − − + =
2 3 2 3
√ √
4 3 2π 4 3 2π 4 √ 
= − + − = 3 3 − π u.m.
2 3 2 3 3

Exercı́cio 5: Uma placa fina está limitada pela circunferência x2 +y 2 = a2 e tem densidade δ(x,
 y) =
a2 1 − ln 2

= . Mostre que o seu momento de inércia polar é dado por: I0 = Ma2 , onde
a2 + x2 + y 2 ln 2
M é a sua massa.

Solução: O esboço da placa D está representado na figura que se segue.

y
a

a x

A massa M da placa é dada por:


ZZ ZZ
a2
M= δ(x, y) dA = dA .
a2 + x2 + y 2
D D

Passando para coordenadas polares teremos x2 + y 2 = r 2 , dA = r drdθ e Drθ , que é a descrição de

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Cálculo III-A Módulo 3 – Tutor 7


0 ≤ θ ≤ 2π
D nessas coordenadas é Drθ : . Então,
0≤r≤a
ZZ Z a Z 2π
a2 2 r
M= r drdθ = a dθdr =
a + r2
2
0 a2 + r 2 0
Drθ
Z a
2πa2 2r  a
= dr = πa2 ln a2 + r 2 0 =
2 0 a2 + r2
   
= πa2 ln a2 + a2 − ln a2 = πa2 ln 2a2 − ln a2 =

= πa2 (ln 2 + ln a2 − ln a2 ) = πa2 ln 2 u.m.

O momento de inércia polar é dado por:


ZZ ZZ
2 2
 2 x2 + y 2
I0 = x + y δ(x, y) dA = a dA =
a2 + x2 + y 2
D D
ZZ
a2 + x2 + y 2 − a2
= a2 dA =
a2 + x2 + y 2
D
ZZ 
a2 + x2 + y 2 a2

2
=a − dA =
a2 + x2 + y 2 a2 + x2 + y 2
D
ZZ 
a2

2
=a 1− dA =
a2 + x2 + y 2
D
 
ZZ ZZ
2 a2
=a dA − dA = a2 (A(D) − M) =
a2 + x2 + y 2
D D

= a2 (πa2 − πa2 ln 2) = πa4 (1 − ln 2) =


1 − ln 2
 
= πa4 ln 2 =
ln 2
1 − ln 2 1 − ln 2
   
= a2 (πa2 ln 2) = Ma2
ln 2 ln 2

como querı́amos mostrar.

Exercı́cio 6: Uma lâmina tem a forma semicircular x2 + y 2 ≤ a2 , com y ≥ 0. A densidade é


diretamente proporcional à distância do eixo x. Ache o momento de inércia em relação ao eixo x.

Solução: O esboço da lâmina D está representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Módulo 3 – Tutor 8

√ y
y= a2 − x2
a

−a a x

y=0

Por hipótese, temos que a densidade em (x, y) é δ(x, y) = ky. O momento de inércia em relação ao
eixo x é dado por:
ZZ ZZ ZZ
2 2
Ix = y δ(x, y) dxdy = y (ky) dxdy = k y 3 dxdy
D D D

−a ≤ x ≤ a

onde D, como tipo I, é dado pelas desigualdades D : . Então,
0 ≤ y ≤ a2 − x2

Z a Z a2 −x2 Z a i√a2 −x2 Z a
y4 k
h 2
3
Ix = k y dydx = k dx = a2 − x2 dx =
−a 0 −a 4 0 4 −a
Z a ia
k k 2a2 x3 x5 2k 2a5 a5
 h  
= a4 − 2a2 x2 + x4 dx = a4 x − + = a5 − + =
4 −a 4 3 5 −a 4 3 5

k 15a5 − 10a5 + 3a5 4ka5


= · = .
2 15 15

Exercı́cio 7: Uma lâmina tem a forma de um triângulo retângulo isósceles, com lados iguais de
comprimento a. Ache a massa, se a densidade em um ponto P é diretamente proporcional ao
quadrado da distância de P ao vértice oposto à hipotenusa.

Solução: É conveniente considerar o sistema de eixos coordenados, passando pelos catetos com o
vértice na origem.

a
sai em y = a − x

D x y
+ =1 ⇒ x+y =a
a a

a x

entra em y = 0

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Cálculo III-A Módulo 3 – Tutor 9

p 2
Por hipótese, a densidade em (x, y) é δ(x, y) = k x2 + y 2 = k (x2 + y 2) onde k > 0 é uma
ZZ ZZ
constante. Como M = δ(x, y) dA, então M = k (x2 + y 2 ) dA, onde D, como tipo I, é dada
 D D
0≤x≤a
por D : . Logo,
0≤y ≤a−x
Z aZ a−x Z a ia−x Z a
y3 (a − x)3
 h h i
2 2 2
M =k x +y dydx = k x y+ dx = k x2 (a − x) + dx =
0 0 0 3 0 0 3
Z a Z a
a3 − 3a2 x + 3ax2 − x3 k
h i 
=k ax2 − x3 + dx = 6ax2 − 4x3 + a3 − 3a2 x dx =
0 3 3 0
ia
k 3a2 x2 k 3a4 ka4
h  
3 4 3 4 4 4
= 2ax − x + a x − = 2a − a + a − = u.m.
3 2 0 3 2 6

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Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Lista 3


Exercı́cio 1: Calcule as coordenadas (x, y) do centro de massa de uma chapa homogênea D com o
formato de um triângulo isósceles, com base 10 cm e altura 5 cm.

Solução: Consideremos o eixo x passando pela base e o eixo y coincidindo com a mediatriz relativa
à base do triângulo.

y
−x + y = 5 x+y =5
5
x=5−y
x = −(5 − y)

D
−5 5
x

Como D é homogênea e é simétrica em relação ao eixo y, então pela observação 5, segue que x = 0.

Temos ZZ
y dxdy
D
y= ,
A(D)
onde
1
A(D) = × 10 × 5 = 25 u.a.
2
Como D = {(x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ y ≤ 5 , −(5 − y) ≤ x ≤ 5 − y}, então,
ZZ Z 5Z 5−y Z 5 Z 5
 5−y
y dxdy = y dxdy = y x −(5−y) dy = 2 y(5 − y) dy =
0 −(5−y) 0 0
D
Z 5 i5
5y 2 y3 125
h
=2 (5y − y 2) dy = 2 − = .
0 2 3 0 3

Logo,
125
5
y= 3
= .
25 3
5
Assim, o centro de massa situa-se a cm da base, sobre sua mediatriz.
3
Cálculo III-A Lista 3 40

Exercı́cio 2: Calcule a massa total M, o centro da massa (x, y) da lâmina que tem a forma da
região D limitada pela parábola x = y 2 e pela reta x = 4 e que tem densidade δ(x, y) = x.

Solução: O esboço da lâmina D está representado na figura que se segue.

y
entra em x = y 2
2 sai em x = 4

4 x
D

−2

O centro de massa (x, y) é dado por:


ZZ ZZ
Mx = xδ(x, y) dA = x2 dA
D D
ZZ ZZ
My = yδ(x, y) dA = xy dA
D D

Como a região D tem simetria em relação ao eixo x e a função f (x, y) = xy é ı́mpar na variável y
então, ZZ
xy dA = 0 .
D
Logo, y = 0

Cálculo de M

Temos, ZZ ZZ
M= δ(x, y) dA = x dA
D D
2 2
onde D : {(x, y) ∈ R ; −2 ≤ y ≤ 2 , y ≤ x ≤ 4}. Logo,
Z 2Z 4 Z 2 h 2 i4 Z 2
x 1
16 − y 4 dy =

M= x dxdy = dy =
−2 y2 −2 2 y2 2 −2

1 y5 2 1 32 32
h i h   i
= 16y − = 32 − − −32 + =
2 5 −2 2 5 5
1 32 128
 
= · 2 32 − = .
2 5 5
ZZ
Cálculo de x2 dA
D

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Cálculo III-A Lista 3 41

Temos, ZZ Z 2 Z 4 Z 2 i4 Z 2
x3 1
h
2 2
64 − y 6 dy =

x dA = x dxdy = dy =
−2 y2 −2 3 y2 1 −2
D

1 y7 2 1 128 2 6 · 128 4 · 128


h i  
= 64y − = · 2 128 − = · = .
3 7 −2 3 7 3 7 7
Portanto,
128 4 · 128
·x=
5 7
portanto x = 20/7.

Assim, o centro da massa está sobre o eixo x em (20/7, 0).

Exercı́cio 3: Sendo a densidade δ constante, calcule o momento de inércia Ix da lâmina triangular,


limitada pela reta x + y = a e os eixos x = 0 e y = 0.

Solução: O esboço de D está representado na figura que se segue.

y
a

sai em y = a − x

a x
entra em y = 0

O momento de inércia Ix da lâmina é dado por:


ZZ ZZ
2
Ix = y δ(x, y) dA = δ y 2 dA
D D

onde D : {(x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ a , 0 ≤ y ≤ a − x}. Então,


Z aZ a−x Z a h ia−x Z a
2 y3 δ
Ix = δ y dydx = δ dx = (a − x)3 dx .
0 0 0 3 0 3 0

Fazendo u = a − x temos du = −dx. Para x = 0 temos u = a e para x = a temos u = 0. Então,


Z 0 Z 0 Z a
δ −δ δ δ u4 a δa4
h i
3 3
Ix = u (−du) = u du = u3 du = = .
3 a 3 a 3 0 3 4 0 12

Como δ(x, y) = δ, então a massa total é:


1 δa2
M = δA(D) = δ · ·a·a= .
2 2

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Cálculo III-A Lista 3 42

Assim,
δa4 δa2 a2 M a2
Ix = = · = .
12 2 6 6

Exercı́cio 4: Uma lâmina delgada tem a forma da região D que é interior à circunferência x2 + (y −
2)2 = 4 e exterior à circunferência x2 + y 2 = 4. Calcule a massa da lâmina se a densidade é dada
−1/2
por δ(x, y) = (x2 + y 2) .
2 2 2 2 2 2
√ De x + (y − 2) = 4 ou x + y = 4y e x + y√ = 4 temos√que 4y = 4 portanto y = 1 e
Solução:
x = ± 3 . Logo, as circunferências se interceptam em ( 3 , 1) e (− 3 , 1).

4
sai em r = 4 sen θ
D

2 entra em r = 2

√ √
y= −1
√ x (− 3 , 1) ( 3 , 1) y= 1
√ x
3 3

α
x

1 π
⇒ tg α = √ ⇒ α = 300 = rad
3 6

A massa da lâmina D é
ZZ ZZ
−1/2
M= δ(x, y) dA = x2 + y 2 dA .
D D

Passando para coordenadas polares temos




 x = r cos θ
y = r sen θ

.

 dxdy = r drdθ
x2 + y 2 = r 2

A equação x2 + y 2 = 4y transforma-se em r 2 = 4r sen θ portanto r = 4 sen θ.

Descrição de D em coordenadas polares



Efetuando uma “varredura”
√ em D no sentido anti-horário a partir da reta y = 1/ 3 x onde θ = π/6
até a reta y = −1/ 3 x onde θ = π − π/6 = 5π/6 vemos que θ varia de π/6 até 5π/6. Por um

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Cálculo III-A Lista 3 43

ponto P no interior de D consideremos a semirreta OP . Ela entra em D em r = 2 e sai de D em


2 2
um ponto
 da circunferência x + y = 4y onde r = 4 sen θ. Então, r varia de 2 a 4 sen θ. Logo,
π/6 ≤ θ ≤ 5π/6
Drθ : . Assim,
2 ≤ r ≤ 4 sen θ
ZZ Z 5π/6Z 4 sen θ Z 5π/6
2 −1/2

M= r r drdθ = drdθ = (4 sen θ − 2)dθ =
π/6 2 π/6
Drθ
i5π/6 
5π 5π π π
h   
= − 4 cos θ − 2θ = −4 cos − − −4 cos − =
π/6 6 3 6 3

π 5π π π 3 4π √ 4π
= 4 cos − + 4 cos + = 8 − =4 3− u.m.
6 3 6 3 2 3 3

Exercı́cio 5: Uma lâmina tem a forma de um semidisco D de raio a. A densidade superficial no


ponto P é proporcional à distância do ponto ao centro do disco. Determine o valor da constante
de proporcionalidade se a massa do semidisco é igual a πa3 u.m.

Solução: Sem perda de generalidade podemos considerar o semidisco centrado na origem e ocupando
os primeiro e segundo quadrantes. Logo, temos D : x2 + y 2 ≤ a2 , com y ≥ 0.

y sai em r = a
a

D
P

−a a x

entra em r = 0
p
Como
p a distância de (x, y) à origem é igual a x2 + y 2 então a densidade é dada por δ(x, y) =
k x2 + y 2 onde k > 0 é a constante de proporcionalidade. A massa M de D é dada por:
ZZ ZZ p
M= δ(x, y) dA = k x2 + y 2 dA .
D D

Passando para coordenadas polares temos,




 x = r cos θ
y = r sen θ

.

 dxdy = r drdθ
x2 + y 2 = r 2

Descrição de D em coordenadas polares

Efetuando uma “varredura” em D no sentido anti-horário a partir do eixo x positivo onde θ = 0


até o eixo x negativo onde θ = π vemos que θ varia de 0 até π. Por um ponto P no interior de D

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Cálculo III-A Lista 3 44

consideremos a semirreta
 OP . Ela entra em D em r = 0 e sai de D em r = a. Então, r varia de 0
0≤θ≤π
a a. Logo Drθ : . Assim,
0≤r≤a
Z a Z π Z a

ZZ
2
M =k r r drdθ = k r dθdr = kπ r 2 dr =
0 0 0
Drθ
h 3 ia
r kπa3
= kπ =
3 0 3

kπa3
mas M = πa3 u.m. Então = πa3 portanto k = 3.
3

Exercı́cio 6: Calcule o momento de inércia em relação à origem da chapa

D = (x, y) ∈ R2 ; x2 + y 2 ≤ a2


p
se a densidade superficial é δ(x, y) = k x2 + y 2 , com k > 0.

Solução: O esboço da chapa D está representado na figura que se segue.

−a a x

−a

O momento de inércia em relação à origem é dado por:


ZZ ZZ
2 2
p
x2 + y 2

I0 = x + y δ(x, y) dA = k x2 + y 2 dA .
D D

Passando para coordenadas polares temos,


ZZ √ ZZ
2
I0 = k r r 2 r drdθ = k r 4 drdθ
Drθ Drθ

onde Drθ é dado pelas desigualdades 0 ≤ r ≤ a e 0 ≤ θ ≤ 2π. Assim,


Z a Z 2π Z a h 5 ia
4 4 r 2kπa5
I0 = k r dθdr = 2kπ r dr = 2kπ = .
0 0 0 5 0 5

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Cálculo III-A Lista 3 45

Exercı́cio 7: Mostre que o momento de inércia de um disco circular homogêneo de raio a em relação
M a2
a uma reta ao longo de um diâmetro é igual a , onde M é a massa do disco.
4
Solução: Introduzindo um sistema de coordenadas conforme a figura que se segue, o momento de
inércia em relação ao eixo x, que contém um diâmetro, é dado por:
ZZ ZZ
2
Ix = y k dxdy = k y 2 dxdy .
D D

y
a

D
a x

Passando para coordenadas polares, temos



 x = r cos θ
y = r sen θ
dxdy = rdrdθ


0≤r≤a
e Drθ é dado por Drθ : . Então,
0 ≤ θ ≤ 2π
ZZ ZZ
2 2
Ix = k r sen θr drdθ = k r 3 sen2 θ drdθ =
Drθ Drθ
Z aZ 2π Z a
1 sen 2θ 2π
h i
3 2
=k r sen θ dθdr = k r3 · θ− dr =
0 0 0 2 2 0
Z a h 4 ia
r kπa4
= kπ r 3 dr = kπ = .
0 4 0 4

Como D é homogêneo, então M = kA(D). Logo,

M = kπa2 .

Então,
a2 M a2
Ix = kπa2 · = .
4 4

Exercı́cio 8: Calcule o centroide da região limitada pelas curvas y = x2 , x + y = 2 e y = 0.

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Cálculo III-A Lista 3 46

x+y =2

1 x = y 1/2
x=2−y

y = x2
D

2 x

Solução:

Note que D é do tipo II, pois 0 ≤ y ≤ 1 e y 1/2 ≤ x ≤ 2 − y. O centroide (x, y) é dado por:
ZZ
x dxdy
x = Z ZD
dxdy
D
ZZ
y dxdy
y = Z ZD .
dxdy
D

Temos, ZZ Z 1 Z 2−y Z 1
2 − y − y 1/2 dy =

dxdy = dxdy =
D 0 y 1/2 0

y2 2 3/2 1 1 2 12 − 3 − 4 5
h i
= 2y − − y =2− − = = .
2 3 0 2 3 6 6

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Cálculo III-A Lista 3 47

ZZ Z 1Z 2−y Z 1 i2−y
x2
h
x dxdy = x dxdy = dy =
D 0 y 1/2 0 2 y 1/2

Z 1 Z 1
1 2 1
4 − 5y + y 2 dy =
 
= 4 − 4y + y − y dy =
2 0 2 0
i1
1 5y 2 y3 1 5 1 1 24 − 15 + 2 11
h  
= 4y − + = 4− + = · = .
2 2 3 0 2 2 3 2 6 12

ZZ Z 1Z 2−y Z 1
y 2 − y − y 1/2 dy =

y dxdy = y dxdy =
D 0 y 1/2 0
Z 1 i1
y3 2 1 2
h
2y − y 2 − y 3/2 dy = y 2 − − y 5/2 = 1 − − =

=
0 3 5 0 3 5

15 − 5 − 6 4
= = .
15 15
Logo,
11/12 11
x= =
5/6 10
4/15 8
y= =
5/6 25
portanto
11 8
 
(x, y) = , .
10 25

Exercı́cio 9: Seja uma lâmina delgada representada pela região D, determinada por y ≤ x, y ≥ −x,
x2 + y 2 ≥ 2x e x2 + y 2 ≤ 4x. Se a densidade em cada ponto P = (x, y) da lâmina é dada por
1
δp 2 2
, determine:
x +y

a) a massa de D;
b) o momento de inércia polar em relação à origem.

Solução:

a) Completando o quadrado em x2 + y 2 = 2x e x2 + y 2 = 4x, temos (x − 1)2 + y 2 = 1 e


(x − 2)2 + y 2 = 4. Logo, o esboço de D está representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Lista 3 48

y
y=x

B
P = (r, θ)
A
1 2 4 x
D

y = −x

A massa M é dada por: ZZ


1
M= p dxdy .
x + y2
2
D

Vamos usar coordenadas polares para descrever a região D. Temos,




 x = r cos θ
y = r sen θ


 dxdy = rdrdθ
 2
x + y 2 = r2

Logo, x2 +y 2 = 2x e x2 +y 2 = 4x acarretam em r 2 = 2r cos θ e r 2 = 4r cos θ, e para r 6= 0, obtemos


r = 2 cos θ e r = 4 cos θ. Para descrever D, consideramos um ponto P = (x, y) = (r, θ) ∈ D. A
semirreta OP intercepta a fronteira de D em A = (r1 (θ), θ) e B = (r2 (θ), θ), onde r1 (θ) = 2 cos θ
e r2 (θ) = 4 cos θ. Logo, 2 cos θ ≤ r ≤ 4 cos θ.

As retas y = x e y = −x acarretam em r sen θ = r cos θ e r sen θ = −r cos θ ou tg θ = 1 e


tg θ = −1, portanto θ = π/4 e θ = −π/4, respectivamente. Logo, −π/4 ≤ θ ≤ π/4. Assim,

D = (r, θ) ∈ R2 ; −π/4 ≤ θ ≤ π/4 , 2 cos θ ≤ r ≤ 4 cos θ .




Então, ZZ ZZ Z π/4 Z 4 cos θ


1
M= √ · r drdθ = drdθ = drdθ =
r2 −π/4 2 cos θ
Drθ Drθ

π/4 √

Z iπ/4
2
h
= 2 cos θ dθ = 2 sen θ =4· = 2 2 u.m.
−π/4 −π/4 2

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Cálculo III-A Lista 3 49

b) Temos, ZZ ZZ
2 2 (x2 + y 2 )
I0 = (x + y )δ(x, y) dA = p dA =
x2 + y 2
D D
ZZ p ZZ √ Z π/4 Z 4 cos θ
= 2 2
x + y dA = 2
r · r drdθ = r 2 drdθ =
−π/4 2 cos θ
D Drθ
Z π/4 h 3 i4 cos θ Z π/4
r 1
= dθ = (64 cos3 θ − 8 cos3 θ) dθ =
−π/4 3 2 cos θ 3 −π/4
Z π/4 Z π/4
56 3 56
= cos θ dθ = (1 − sen2 θ) cos θ dθ =
3 −π/4 3 −π/4
"√  √ 3 #
56 sen3 θ π/4 56 2 1 2
h i
= sen θ − = ·2 − =
3 3 −π/4 3 2 3 2
√ √  √ √
112 2 2 112 5 2 140 2
= − = · = .
3 2 12 3 12 9

Exercı́cio 10: √Calcule a massa de uma chapa D, limitada pelas curvas x2 + y 2 = 2x, x2 + y 2 = 4x,
3
y =xey = x, sabendo que a densidade de massa em um ponto é inversamente proporcional
3
à distância do ponto a origem.

Solução: Primeiro vamos encontrar as interseções das curvas, isto é, as interseções de y = x com
as circunferências.

y = x
⇔ 2x2 = 2x ⇔ x2 − x = 0 ⇔ x = 0 ou x = 1 .
x2 + y 2 = 2x
Logo, as interseções são (0, 0) e (1, 1).

y = x
⇔ 2x2 − 4x = 0 ⇔ 2x(x − 2) = 0 ⇔ x = 0 ou x = 2 .
x2 + y 2 = 4x
Logo, as interseções são (0, 0) e (2, 2).
 √
 y = 3x
x2
3 ⇔ x2 + = 2x ⇔ 4x2 = 6x ⇔
 2 3
x + y 2 = 2x
3
⇔ 2x(2x − 3) = 0 ⇔ x = 0 ou x = .
2
 √ 
3 3
Logo, as interseções são (0, 0) e , .
2 2
 √
3
 y= x x2
3 ⇔ x2 + = 4x ⇔ 4x2 = 12x ⇔
3
x2 + y 2 = 4x

⇔ 4x(x − 3) = 0 ⇔ x = 0 ou x = 3 .

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Cálculo III-A Lista 3 50

√ 
Logo, as interseções são (0, 0) e 3, 3 .

De x2 + y 2 = 2x e x2 + y 2 = 4x, temos respectivamente, (x − 1)2 + y 2 = 1 e (x − 2)2 + y 2 = 4.


Levando em conta essas informações, esboçamos a região D.

y y=x

3
y= 3 x
D

1 2 3 4 x

p
A distância de (x, y) ∈ D à origem é x2 + y 2 . Como a densidade é inversamente proporcional a
k
distância de (x, y) à origem, então δ(x, y) = p 2 , onde k > 0 é a constante de proporcionali-
ZZ xZ Z+ y 2
1
dade. Como M = δ(x, y) dA, então M = k p
2 2
dA.
x +y
D D

Passando para coordenadas polares, obtemos,




 x = r cos θ
y = r sen θ


 dxdy = rdrdθ
 2
x + y2 = r2

Temos,
r6=0
x2 + y 2 = 2x ⇒ r 2 = 2r cos θ ⇒ r = 2 cos θ
r6=0
x2 + y 2 = 4x ⇒ r 2 = 4r cos θ ⇒ r = 4 cos θ
π
y=x ⇒ θ=
√ 4
3x π
y= ⇒ θ=
3 6

π/6 ≤ θ ≤ π/4
Então o conjunto Drθ é dado por Drθ : . Logo,
2 cos θ ≤ r ≤ 4 cos θ
ZZ ZZ Z π/4Z 4 cos θ
1
M =k √ r drdθ =k drdθ = k drdθ =
r2 π/6 2 cos θ
Drθ Drθ
Z π/4 iπ/4 √  √
2 1
h 
= 2k cos θ dθ = 2k sen θ = 2k − =k 2−1 u.m.
π/6 π/6 2 2

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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A –Módulo 4


Aula 7 – Integrais Triplas

Objetivo
• Compreender a noção de integral tripla.

Na aula 1, você aprendeu a noção de integral dupla. Agora, você verá o conceito de integral tripla.

Seja f : W ⊂ R3 → R, onde W é uma região sólida do R3 (região limitada e fechada de R3 ). Como


W está limitada, então existe um paralelepı́pedo (ou caixa) R = [a, b] × [c, d] × [p, q], contendo W .
Dividimos R em n3 subcaixas Rijk , por planos paralelos
 aos planos coordenados, todas de mesmo
volume ∆V = ∆x∆y∆z, escolhemos x∗i , yj∗, zk∗ ∈ Rijk e formamos a soma
n X
X n X
n

Sn = f x∗i , yj∗, zk∗ ∆V
i=1 j=1 k=1

 
onde f x∗i , yj∗, zk∗ = 0 se x∗i , yj∗, zk∗ ∈/ W , dita soma de Riemann de f .

Se existir lim Sn = L, dizemos que f é integrável e o número L é dito integral tripla de f sobre o
n→∞
sólido W e é indicado por ZZZ
f (x, y, z) dxdydz ou
W
ZZZ
f (x, y, z) dV ou
W
ZZZ
f dV .
W

OBS.:

1) Se f é contı́nua em W então f é integrável.


Cálculo III-A Módulo 4 2

ZZZ
2) Se f (x, y, z) = 1 em W , então dxdydz = V (W ).
W
ZZZ ZZZ ZZZ
3) (f + g) dV = f dV + g dV .
W W W
ZZZ ZZZ
4) kf dV = k f dV , k ∈ R.
W W

5) Se δ(x, y, z) é contı́nua e positiva em W , e representa a den-


sidade volumétrica de massa (massa por unidade de volume),
então a massa M de W é dada por
ZZZ
M= δ(x, y, z) dxdydz .
W

6) O centro de massa (x, y, z) é dado por:


ZZZ
x · δ(x, y, z) dV
W
x= M
ZZZ
y · δ(x, y, z) dV
W
y= M
ZZZ
z · δ(x, y, z) dV
W
z= M
.

7) O momento de inércia em relação a um eixo E é dado por:


ZZZ
IE = r 2 (x, y, z) · δ(x, y, z) dV
W

onde r(x, y, z) = distância de (x, y, z) ao eixo E.


ZZZ
Se eixo E = eixo z, então Iz = (x2 + y 2)δ (x, y, z) dV .
ZWZ Z
Se eixo E = eixo y, então Iy = (x2 + z 2 )δ (x, y, z) dV .
ZWZ Z
Se eixo E = eixo x, então Ix = (y 2 + z 2 )δ (x, y, z) dV .
W

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Cálculo III-A Módulo 4 3

Aula 8 – Redução do Cálculo de uma Integral Tripla a uma Integral


Dupla

Objetivo
• Reduzir o cálculo de uma integral tripla a uma integral dupla.

Observamos que um domı́nio de integração pode ser descrito como uma reunião de regiões dadas
por: 
W1 = (x, y, z); (x, y) ∈ Dxy e z1 (x, y) ≤ z ≤ z2 (x, y)
W1
onde Dxy = projxOy (projeção de W1 sobre o plano xy) e z1 (x, y), z2 (x, y) contı́nuas;

W2 = (x, y, z); (x, z) ∈ Dxz e y1 (x, z) ≤ y ≤ y2 (x, z)
W2
onde Dxz = projxOz e y1 (x, z), y2 (x, z) contı́nuas;

W3 = (x, y, z); (y, z) ∈ Dyz e x1 (y, z) ≤ x ≤ x2 (y, z)
W3
onde Dyz = projyOz e x1 (y, z), x2 (y, z) contı́nuas.

Os esboços de W1 , W2 e W3 são:

z z

z = z2 (x, y)
y = y1 (x, z)
y = y2 (x, z)
W1
Dxz W2
(x, y, z)
(x, z) (x, y, z)

z = z1 (x, y)

y y

Dxy (x, y)

x x

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Cálculo III-A Módulo 4 4

Dyz

(y, z)

W3
(x, y, z)
x = x1 (y, z)
x

x = x2 (y, z)

Prova-se que
ZZZ Z Z "Z z2 (x,y)
#
f (x, y, z) dxdydz = f (x, y, z) dz dxdy
z1 (x,y)
W1 Dxy

ZZZ Z Z "Z y2 (x,z)


#
f (x, y, z) dxdydz = f (x, y, z) dy dxdz
y1 (x,z)
W2 Dxz
ZZZ Z Z "Z x2 (y,z)
#
f (x, y, z) dxdydz = f (x, y, z) dx dydz .
x1 (y,z)
W3 Dyz

Exemplo 1
ZZZ
2
Calcule ex dxdydz onde W é o conjunto 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ x e 0 ≤ z ≤ 1.
W

Solução:

Definimos W por: 
W = (x, y, z); (x, z) ∈ Dxz e 0 ≤ y ≤ x

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Cálculo III-A Módulo 4 5

onde Dxz = [0, 1] × [0, 1]. Logo,


ZZZ Z Z Z x 
x2 x2
e dxdydz = e dy dxdz
0
W Dxz
ZZ
2
= xex dxdz
Dxz
Z 1Z 1
2
= xex dxdz
0 0
h 2
i1 Z 1
ex
= 2
dz
0 0
e−1
= 2
.

Exemplo 2

Calcule o volume do sólido limitado pelos paraboloides z = x2 + y 2 e z = 8 − x2 − y 2 .

Solução:

Inicialmente, calculemos a interseção das superfı́cies:


z = x2 + y 2

2 2 2 2 2 2
= 8 ⇔ x2 + y 2 = 4 .

⇔ x + y = 8 − x − y ⇔ 2 x + y
z = 8 − x2 − y 2
Logo, a interseção dos paraboloides é a circunferência x2 + y 2 = 4, situada no plano z = 4.
z

z = 8 − x2 − y 2
W

4 (x, y, z)

z = x2 + y 2

Dxy
2 y
2
(x, y)

x
Descrevemos W por:
W = (x, y, z); (x, y) ∈ Dxy e x2 + y 2 ≤ z ≤ 8 − x2 − y 2


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Cálculo III-A Módulo 4 6

onde Dxy é o disco x2 + y 2 ≤ 4.


ZZZ
Como V (W ) = dxdydz, então
W

Z Z "Z 8−x2 −y 2
# ZZ
8 − 2(x2 + y 2 ) dxdy .
 
V (W ) = dz dxdy =
x2 +y 2
Dxy Dxy

Passando para coordenadas polares, temos:


Z 2Z 2π
V (W ) = (8 − 2r 2 )r dθdr
0 0
Z 2
8r − 2r 3 dr

= 2π
0
h i2
r4
= 2π 4r 2 − 2
0

= 2π(16 − 8)

= 16π u.v.

Exemplo 3

Calcule a massa do sólido W , no primeiro octante, limitado pelos planos y = 0, z = 0, x + y = 2,


x + 2y = 4 e o cilindro y 2 + z 2 = 4, sendo a densidade igual à distância de (x, y, z) ao plano xz.

Solução:

O esboço de W é:
z

Dyz
(y, z)

W x=2−y

2 2
4 y
x x = 4 − 2y

Podemos definir W por:

W = (x, y, z) ∈ R3 ; (y, z) ∈ Dyz e 2 − y ≤ x ≤ 4 − 2y




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Cálculo III-A Módulo 4 7

z
2

Dyz

2 y

onde Dyz é tal que y 2 + z 2 ≤ 4, y ≥ 0 e z ≥ 0.


ZZZ
Como M = δ(x, y, z) dxdydz, onde δ(x, y, z) = |y| = y, pois y ≥ 0, então:
W
ZZZ
M = y dxdydz
W
Z Z Z 4−2y 
= y dx dydz
2−y
Dyz
ZZ
= y(4 − 2y − 2 + y) dydz
Dyz
ZZ
2y − y 2 dydz .

=
Dyz

Passando para coordenadas polares, temos:



 y = r cos θ
z = r sen θ
dydz = rdrdθ

e Drθ é dado por: 


0≤r≤2
Drθ :
0 ≤ θ ≤ π/2

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Cálculo III-A Módulo 4 8

Então, Z π/2Z 2
M = (2r cos θ − r 2 cos2 θ) r drdθ
0 0
Z π/2Z 2
= (2r 2 cos θ − r 3 cos2 θ) drdθ
0 0
Z π/2 h i2
2r 3 r4 2
= 3
cos θ − 4
cos θ dθ
0 0
Z π/2
16
cos θ − 4 cos2 θ dθ

= 3
0
h
16 4 sen 2θ
 iπ/2
= 3
sen θ − 2
θ+ 2
0
16 π
= 3
(1 − 0) − 2 · 2
16
= 3
− π u.m.

Z 3Z 1Z 1−z 2
Exercı́cio 1: Calcule a integral iterada zey dxdzdy.
0 0 0

ZZZ
2
Exercı́cio 2: Calcule ex dxdydz, onde W é o conjunto 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ x e 0 ≤ z ≤ 1.
W

Exercı́cio 3: Escreva as seis integrais triplas iteradas para o volume do sólido W limitado pelos
planos y + z = 1, y = x, x = 0 e z = 0. Calcule uma das integrais.

Exercı́cio 4: Esboce o sólido W cujo volume é dado pela integral iterada


Z 1Z 1 Z 1−y 2
I= √
dzdydx
0 x 0

e reescreva na ordem dxdydz.

Exercı́cio 5: Use a integral tripla para encontrar o volume do sólido

a) W limitado pelo cilindro x = y 2 e os planos z = 0 e x + z = 1;

b) W limitado pelos planos z + y = 8, z − y = 8, x = 0, x = 4 e z = 0.

Exercı́cio 6: Calcule a massa do sólido W no primeiro octante limitado por y = x2 , y = 9, z = 0,


x = 0 e y + z = 9 se a densidade é dada por δ(x, y, z) = x.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 4 9

Exercı́cio 7: Seja W um sólido limitado pelo cilindro x2 + y 2 = 1, com z ≥ 0 e pelos planos y = z


e z = 0 com função densidade δ(x, y, z) = y. Calcule:

a) A massa de W .

b) O momento de inércia em relação ao eixo z.

Exercı́cio 8: Um sólido tem a forma de um cilindro circular reto de raio de base a e altura h.
Determine o momento de inércia do sólido em relação ao eixo de simetria se a densidade no ponto
P é proporcional à distância de P até a base do sólido.

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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Módulo 4 – Tutor



Z 3Z 1Z 1−z 2
Exercı́cio 1: Calcule a integral iterada zey dxdzdy.
0 0 0

Solução: Temos,

Z 3Z 1Z 1−z 2
y
Z 3Z 1
y
√ Z 3
y
Z 1 1/2
ze dxdzdy = ze 1− z2 dzdy = e 1 − z2 z dzdy =
0 0 0 0 0 0 0
Z 3 Z 1 Z 3 3/2 i1
1 1 2
h
y 2 1/2
ey 1 − z2

= − e 1−z (−2z) dzdy = − dy =
2 0 0 2 0 3 0
Z 3 h i3
1 1 1 3
ey (0 − 1) dy = ey =

= − e −1 .
3 0 3 0 3

ZZZ
2
Exercı́cio 2: Calcule ex dxdydz, onde W é o conjunto 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ x e 0 ≤ z ≤ 1.
W

Solução: Temos
ZZZ ZZ Z 1 ZZ
x2 x2 2
e dxdydz = e dzdxdy = ex dxdy
0
W Dxy Dxy


0≤x≤1
onde Dxy : é a projeção de W sobre o plano xy.
0≤y≤x

y
1

Dxy

1 x
Então, ZZZ Z 1 Z x Z 1 Z 1
x2 x2 x2 1 2
e dxdydz = e dydx = e x dx = ex (2x) dx =
0 0 0 2 0
W
h i1
1 2 1 1
= ex = (e1 − e0 ) = (e − 1) .
2 0 2 2
Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 2

Exercı́cio 3: Escreva as seis integrais triplas iteradas para o volume do sólido W limitado pelos
planos y + z = 1, y = x, x = 0 e z = 0. Calcule uma das integrais.

Solução:

Esboço do sólido W :

Esboçando os planos y + z = 1 e y = x, vemos que A = (0, 0, 1) e B = (1, 1, 0) são comuns aos


dois planos. Então, ligando-os temos a reta interseção. Considerando que W é também limitado
pelos planos x = 0 e z = 0, temos o esboço de W na figura que se segue.

1 A

plano x = 0
plano y = x

plano y + z = 1

1
y

1 plano z = 0

x B

Temos, ZZZ
V (W ) = dxdydz .
W

Limites de integração nas ordens dzdxdy e dzdydx:

Projetando o sólido W sobre o plano xy, encontramos o triângulo Dxy .

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Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 3

y y sai em y = 1
y
y=1

1 1 1
Dxy
x=0 Dxy entra em x = 0
y=x Dxy entra em y = x sai em x = y

x x x

 
0≤x≤1 0≤x≤y
Temos Dxy : (tipo I) ou Dxy : (tipo II).
x≤y≤1 0≤y≤1

A reta que passa por (x, y) ∈ Dxy e é paralela ao eixo z entra em W em z = 0 e sai de W em
z = 1 − y. Então, 0 ≤ z ≤ 1 − y.

sai em z = 1 − y

entra em z = 0
W

1
y
(x, y)
1

Logo, ZZ Z 1−y
V (W ) = dzdxdy .
0
Dxy

Portanto:
Z 1Z 1Z 1−y
a) V (W ) = dzdydx
0 x 0

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Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 4

Z 1Z y Z 1−y
b) V (W ) = dzdxdy
0 0 0

Limites de integração nas ordens dxdydz e dxdzdy:

Projetando o sólido W sobre o plano yz encontramos o triângulo Dyz .

1
Dyz

W
(y, z) entra em x = 0

1 y

1
sai em x = y
x

z z

1 sai em z = 1 − y 1
sai em y = 1 − z

Dyz y+z =1
Dyz
entra em y = 0

1 y 1 y

entra em z = 0

 
0≤y≤1 0≤z≤1
Temos Dyz : (tipo I) ou Dyz : (tipo II).
0≤z ≤1−y 0 ≤y ≤1−z

A reta que passa por (y, z) ∈ Dyz e é paralela ao eixo x entra em W em x = 0 e sai de W em

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 5

x = y. Então, 0 ≤ x ≤ y. Logo,
ZZ Z y
V (W ) = dxdydz .
0
Dyz

Portanto:
Z 1Z 1−y Z y Z 1Z 1−z Z y
c) V (W ) = dxdzdy d) V (W ) = dxdydz
0 0 0 0 0 0

Limites de integração nas ordens dydzdx e dydxdz

Projetando o sólido W sobre o plano xz, temos o triângulo Dxz .

entra em y = x
sai em y = 1 − z
(x, z)

Dxz

W y

z z

1 sai em z = 1 − x 1
sai em x = 1 − z

x+z =1
Dxz
entra em x = 0 Dxz
1 x 1 x

entra em z = 0

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Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 6

 
0≤x≤1 0≤z≤1
Temos Dxz : (tipo I) ou Dxz : (tipo II).
0≤z ≤1−x 0≤x≤1−z

A reta que passa por (x, z) ∈ Dxz e é paralela ao eixo y entra em W em y = x e sai de W em
y = 1 − z. Então, x ≤ y ≤ 1 − z. Logo,
Z Z Z 1−z
V (W ) = dydxdz .
x
Dxz

Portanto:

Z 1Z 1−x Z 1−z Z 1Z 1−z Z 1−z


e) V (W ) = dydzdx f) V (W ) = dydxdz
0 0 x 0 0 x

Usemos o item (a) para calcular o volume de W .


Z 1Z 1Z 1−y Z 1Z 1 1
y2 1
Z h i
V (W ) = dzdydx = (1 − y)dydx = y− dx =
0 x 0 0 x 0 2 x
Z 1 Z 1 i1
1 x2 1 x2 x x2 x3
h   i   h
= 1− − x− dx = −x+ dx = − + =
0 2 2 0 2 2 2 2 6 0

1 1 1 1
= − + = u.v.
2 2 6 6

Exercı́cio 4: Esboce o sólido W cujo volume é dado pela integral iterada


Z 1Z 1 Z 1−y 2
I= √
dzdydx
0 x 0

e reescreva na ordem dxdydz.

Solução: Temos, ZZZ


I= dxdydz
W

3
onde W = {(x, y, z) ∈ R ; (x, y) ∈ Dxy , 0 ≤ z ≤ 1 − y } e Dxy : 2 √0 ≤ x ≤ 1 é a projeção de
x≤y≤1
W sobre o plano xy.

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Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 7

y
y=1

Dxy √
x=0 y= x

1 x

De 0 ≤ z ≤ 1 − y 2 vemos que W é limitado superiormente pelo cilindro parabólico z = 1 − y 2 e


inferiormente pelo plano z = 0. Assim o esboço de W está representado na figura que se segue.

z
1


cilindro y = x
cilindro parabólico z = 1 − y 2

W plano x = 0

1
Dxy y

plano z = 0

Para expressar
 a integral I na ordem dxdydz, devemos projetar W sobre o plano yz. Temos que
0 ≤ z ≤ 1√
Dyz : .
0≤y ≤ 1−z

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Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 8

z
1 entra em x = 0
z

W 1
(y, z) √
2
entra em y = 0 sai em y = 1−z
sai em x = y

Dyz z = 1 − y2
Dyz

1 y
1
y

Além disso, a reta que passa por (y, z) ∈ Dyz e é paralela ao eixo x entra em W em x = 0 e sai de
W em x = y 2. Logo, 0 ≤ x ≤ y 2 . Então,

ZZ Z y2 Z 1Z 1−z Z y2
I= dxdydz = dxdydz .
0 0 0 0
Dyz

Exercı́cio 5: Use a integral tripla para encontrar o volume do sólido

a) W limitado pelo cilindro x = y 2 e os planos z = 0 e x + z = 1;

b) W limitado pelos planos z + y = 8, z − y = 8, x = 0, x = 4 e z = 0.

Solução:

a) Esboçando o cilindro x = y 2 e o plano x + z = 1, vemos que A = (1, −1, 0), B = (0, 0, 1) e


C = (1, 1, 0) são comuns. Ligando-os temos a curva interseção. Considerando que W é também
limitado pelo plano z = 0, temos o esboço de W e sua projeção D sobre o plano xy representados
na figura que se segue.

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Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 9

y
sai em x = 1
z 1

plano x + z = 1 B 1
entra em x = y 2
1 x
sai em z = 1 − x D
cilindro x = y 2 W

−1

y
A (x, y)
1
C
x
entra em z = 0

−1 ≤ y ≤ 1
Temos W = {(x, y, z) ∈ R3 ; (x, y) ∈ D e 0 ≤ z ≤ 1 − x} e Dxy : . Portanto
y2 ≤ x ≤ 1
temos:
ZZZ ZZ Z 1−x ZZ
V (W ) = dV = dzdxdy = (1 − x) dxdy =
0
W Dxy Dxy

1 1 1 1
x2 1
Z Z Z Z
1 y4
h i h   i
2
= (1 − x) dxdy = x− dy = 1− − y − dy =
−1 y2 −1 2 y2 −1 2 2
Z 1 i1
1 y4 1 y3 y5 1 1 1
  h  
2
= −y + dy = y − + =2 − + =
−1 2 2 2 3 10 −1 2 3 10

15 − 10 + 3 8
=2· = u.v.
30 15

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Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 10

b) O esboço do sólido W está representado na figura que se segue.

z
8

plano z − y = 8 8
D

plano z + y = 8
W

−8
4 x

D 8
4 y


0≤x≤4
Projetando W sobre o plano xz temos o retângulo Dxz : . A reta que passa por
0≤z≤8
(x, z) ∈ D e é paralela ao eixo y entra em W em y = z − 8 e sai de W em y = 8 − z. Então
z − 8 ≤ y ≤ 8 − z. Portanto temos:
ZZZ Z Z Z 8−z ZZ
V (W ) = dV = dydxdz = (8 − z − z + 8) dxdz =
z−8
W Dxz Dxz
Z 4Z 8 4
z2 8
ZZ Z h i
=2 (8 − z) dxdz = 2 (8 − z) dzdx = 2 8z − dx =
0 0 0 2 0
Dxz
Z 4 Z 4
=2 (64 − 32) dx = 2 · 32 dx = 64 · 4 = 256 u.v.
0 0

Exercı́cio 6: Calcule a massa do sólido W no primeiro octante limitado por y = x2 , y = 9, z = 0,


x = 0 e y + z = 9 se a densidade é dada por δ(x, y, z) = x.

Solução: Esboçando o cilindro y = x2 e o plano y + z = 9 vemos que A = (3, 9, 0) e B = (0, 0, 9)


são pontos comuns. Ligando-os temos a curva interseção. Considerando que W é limitado pelos
planos x = 0 e z = 0, temos o esboço de W e a sua projeção D sobre o plano xy na figura que se
segue.

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Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 11

z
y sai em y = 9
9 9

cilindro y = x2
D
sai em z = 9 − y
entra em y = x2
W
plano y + z = 9
3 x
3

x
plano z = 0 D 9

entra em z = 0 y

A reta que passa por (x, y) ∈ D e é paralela ao eixo z entra em W em z = 0 e sai de W em


z = 9− y. Então, 0 ≤ z ≤ 9 − y. Logo, W = {(x, y, z) ∈ R3 ; (x, y) ∈ D e 0 ≤ z ≤ 9 − y} onde
0≤x≤3
Dxy : . A massa de W é dada por
x2 ≤ y ≤ 9
ZZZ ZZZ ZZ Z 9−y
M= δ(x, y, z) dV = x dV = x dzdxdy =
0
W W D

3 9 3
y2 9
ZZ Z Z Z h i
= x(9 − y) dxdy = x (9 − y) dydx = x 9y − dx =
0 x2 0 2 x2
D
Z 3 Z 3
81 x4 81 x4
h   i  
2
= x 81 − − 9x − dx = x − 9x2 + dx =
0 2 2 0 2 2
Z 3 i3
81x x5 81x2 9x4 x6
  h
3
= − 9x + dx = − + =
0 2 2 4 4 12 0

81 · 9 9 · 81 36 35 243
= − + = = u.m.
4 4 12 4 4

Exercı́cio 7: Seja W um sólido limitado pelo cilindro x2 + y 2 = 1, com z ≥ 0, e pelos planos y = z


e z = 0 com função densidade δ(x, y, z) = y. Calcule:

a) A massa de W .

b) O momento de inércia em relação ao eixo z.

Solução:

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 12

a) Esboçando o cilindro x2 + y 2 = 1, com z ≥ 0 e o plano y = z vemos que A = (1, 0, 0),


B = (0, 1, 1) e C = (−1, 0, 0) são comuns às superfı́cies. Ligando-os temos a curva interseção.
Considerando que W é limitado pelo plano z = 0, temos o sólido W e a sua projeção D sobre o
plano xy representados na figura que se segue.

1 sai em z = y B

y
1
W
C entra em z = 0
D

−1 1 x
1 y
D (x, y)

A
1

A reta que passa por (x, y) ∈ D e é paralela ao eixo z entra em W em z = 0 e sai de W em z = y.


Logo, 0 ≤ z ≤ y. Assim, W = {(x, y, z) ∈ R3 ; (x, y) ∈ D : x2 + y 2 ≤ 1 , y ≥ 0 e 0 ≤ z ≤ y}.
Então, ZZZ ZZZ ZZ Z y
M= δ(x, y, z) dV = y dV = y dzdxdy =
0
W W D
ZZ ZZ
= y · y dxdy = y 2 dxdy .
D D

0≤r≤1
Passando para coordenadas polares temos y = r sen θ, dxdy = rdrdθ e Drθ : . Então,
0≤θ≤π
ZZ ZZ
2 2
M= r sen θr drdθ = r 3 sen2 θ drdθ =
Drθ Drθ
Z 1 Z π i Z 1
1 sen 2θ π
h
3 2
= r sen θ dθdr = θ− r 3 dr =
0 0 2 2 0 0
h 4 i1
π r π
= = u.m.
2 4 0 8

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Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 13

b) Temos, ZZZ ZZZ


2 2
x2 + y 2 y dV =
 
Iz = x +y δ(x, y, z) dV =
W W
ZZ Z y ZZ
x2 + y 2 y x2 + y 2 y 2 dxdy =
 
= dzdxdy =
0
D D
ZZ ZZ
= r 2 · r 2 sen2 θ · r drdθ = r 5 sen2 θ drdθ =
Drθ Drθ
Z 1 Z π i Z 1 h 6 i1
1 sen 2θ π π r π
h
5 2
= r sen θ dθ = θ− r 5 dr = = .
0 0 2 2 0 0 2 6 0 12

Exercı́cio 8: Um sólido tem a forma de um cilindro circular reto de raio de base a e altura h.
Determine o momento de inércia do sólido em relação ao eixo de simetria, se a densidade no ponto
P é proporcional à distância de P até a base do sólido.

Solução: Vamos escolher os eixos coordenados de tal maneira que o eixo de simetria seja o eixo z e
a base esteja no plano xy. Então a equação da superfı́cie cilı́ndrica sobre o plano xy é x2 + y 2 = a2 ,
com 0 ≤ z ≤ h.

D a y
a

Então W = {(x, y, z) ∈ R3 ; (x, y) ∈ D : x2 + y 2 ≤ a2 e 0 ≤ z ≤ h}. Como a densidade em


P = (x, y, z) é proporcional à distância de P à base do sólido W , a função densidade é
δ(x, y, z) = kz, onde k é a constante de proporcionalidade.

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Cálculo III-A Módulo 4 – Tutor 14

Portanto, o momento de inércia em relação ao eixo z (eixo de simetria) é:


ZZZ ZZZ
2 2
x2 + y 2 z dV =
 
Iz = x + y δ(x, y, z) dV = k
W W
ZZ Z h ZZ Z h
2 2 2 2
 
=k x +y z dzdxdy = k x +y z dzdxdy =
0 0
D D

 h 2 ih
ZZ ZZ
z kh2
x2 + y 2 x2 + y 2 dxdy .

=k =
2 0 2
D D

2 2 2 0≤r≤a
Passando para coordenadas polares, temos x + y = r , dxdy = r drdθ e Drθ : .
0 ≤ θ ≤ 2π
Logo, ZZ ZZ
kh2 2 kh2
Iz = r · r drdθ = r 3 drdθ =
2 2
Drθ Drθ
Z 2π Z a Z 2π h 4 ia
kh2 kh2 r
= r 3 drdθ = dθ =
2 0 0 2 0 4 0
Z 2π
kh2 a4 kπh2 a4
= dθ = .
8 0 4

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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Lista 4


Exercı́cio 1: Seja a integral iterada
Z 1Z 0 Z y2
I= dzdydx .
0 −1 0

a) Esboce o sólido W cujo volume é dado pela integral I.


b) Escreva cinco outras integrais iteradas que sejam iguais à integral I.

Solução:

a) Temos que ZZZ


I= dxdydz
W
com
W = (x, y, z) ∈ R3 ; (x, y) ∈ Dxy e 0 ≤ z ≤ y 2


onde
Dxy = (x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ 1 e − 1 ≤ y ≤ 0 .


O esboço de Dxy , que representa a projeção do sólido W no plano xy está representado na figura
que se segue.

y z

−1
1
x Dxy
y
Dxy
1
−1 x

Consideremos a porção da superfı́cie z = y 2, dita cilindro parabólico, que se projeta em Dxy . Consi-
derando que z varia de 0 a y 2 , obtemos o esboço de W na figura que se segue.
Cálculo III-A Lista 4 52

W
−1

b) Como Dxy é um retângulo então


Z 0 Z 1Z y2
I= dzdxdy .
−1 0 0

Projetando W sobre o plano yz, encontramos Dyz que é esboçado na figura que se segue.

z z

Sai em z = y 2 Entra em y = −1 √
Sai em y = z

Dyz Dyz

−1 y −1 y

Entra em z = 0

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Cálculo III-A Lista 4 53

Temos
Dyz = (y, z); −1 ≤ y ≤ 0 , 0 ≤ z ≤ y 2


ou  √
Dyz = (y, z); 0 ≤ z ≤ 1 , −1 ≤ y ≤ z .
Considerando um ponto P = (x, y, z) no interior de W e uma reta paralela ao eixo x, passando por
P , orientada no sentido do crescimento de x, vemos que ela entra em W em x = 0 e sai de W em
x = 1. Então 0 ≤ x ≤ 1. Assim,

W = (x, y, z) ∈ R3 ; (y, z) ∈ Dyz e 0 ≤ x ≤ 1 .




Logo ZZ Z 1
I= dxdydz .
0
Dyz

portanto
Z 0 Z y2 Z 1
I= dxdzdy
−1 0 0
ou √
Z 1 Z z Z 1
I= dxdydz .
0 −1 0

Finalmente, projetando W sobre o plano xz encontramos o quadrado Dxz na figura que se segue.

Dxz

1 x

Considerando um ponto P = (x, y, z) no interior de W e por P uma reta paralela ao eixo y, orientada

no sentido do crescimento
√ de y, vemos que ela entra em W em y = −1 e sai de W em y = z.
Logo, −1 ≤ y ≤ z . Então,

W = (x, y, z) ∈ R3 ; (x, z) ∈ Dxz e − 1 ≤ y ≤ z .


Logo √
ZZ Z z
I= dydxdz .
−1
Dxz

portanto √
Z 1Z 1Z z
I= dydxdz
0 0 −1

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Cálculo III-A Lista 4 54

ou √
Z 1Z 1Z z
I= dydzdx .
0 0 −1

Exercı́cio 2: Seja o sólido W limitado pelas superfı́cies x2 + y 2 = 1, z + y = 2 e z = 0.

a) Esboce W .
b) Calcule a massa de W , supondo que a densidade em (x, y, z) é dada por δ(x, y, z) = z.

Solução:

a) Inicialmente, traçamos o cilindro x2 +y 2 = 1. Em seguida, traçamos no plano yz, a reta y +z = 2,


que intercepta o cilindro em A e B. Pelo ponto C = (0, 0, 2) da reta, traçamos uma paralela ao eixo
x, que intercepta o cilindro em D e E. Ligando os pontos A, B, D e E, obtemos a curva interseção
do cilindro com o plano. Assim, temos o sólido W .

E
2
z =2−y
C
D

W A
−1

1 1
2 y
x
Dxy
z=0

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Cálculo III-A Lista 4 55

b) Temos 
W = (x, y, z); (x, y) ∈ Dxy , 0 ≤ z ≤ 2 − y
onde Dxy é dado por Dxy : x2 + y 2 ≤ 1. Temos,
ZZZ ZZZ Z Z Z 2−y 
M= δ(x, y, z) dV = z dV = z dz dxdy =
0
W W Dxy
ZZ h i2−y ZZ
z2 1
= dxdy = (4 − 4y + y 2) dy .
2 0 2
Dxy Dxy

Aplicando coordenadas polares, temos,



 x = r cos θ
y = r sen θ
dxdy = rdrdθ


0≤r≤1
e Drθ : . Então,
0 ≤ θ ≤ 2π
ZZ
1
M= (4 − 4r sen θ + r 2 sen2 θ) r drdθ =
2
Drθ
Z 2πZ 1
1
= (4r − 4r 2 sen θ + r 3 sen2 θ) drdθ =
2 0 0
Z 2π i1
1 r3 r4
h
2 2
= 2r −4 sen θ + sen θ dθ =
2 0 3 4 0
Z 2π
1 4 1
h i
= 2− sen θ + sen2 θ dθ =
2 0 3 4

1 4 1 1 sen 2θ 2π
h  i
= 2θ + cos θ + · θ− =
2 3 4 2 2 0

1 π 17π
 
= 4π + = u.m.
2 4 8

Exercı́cio 3: Calcule a massa do sólido W limitado pelos planos x = 0, y = 0, z = 0, y + z = 1 e


x + z = 1, sendo a densidade δ(x, y, z) = z.

Solução:

Esboço do sólido W

Para esboçar o plano y + z = 1, traçamos inicialmente a reta y + z = 1 no plano yz. Como


a equação não depende da variável x então por pontos da reta traçamos retas paralelas ao eixo x.
Analogamente, esboçamos o plano x+z = 1. Observemos que os pontos A = (0, 0, 1) e B = (1, 1, 0)

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 56

são comuns aos dois planos. Ligando-os por uma reta, obtemos a curva interseção. Considerando
que W é limitado pelos planos coordenados, temos assim o esboço na figura que se segue.

z
z
1
1 A
sai em z = 1 − x

sai em y = 1 − z Dxz

entra em y = 0 1 x
entra em z = 0
W

Dxz
1
y
1

x B

Devemos projetar W no plano xz ou no plano yz, pois para projetar W no plano xy devemos dividir
W em duas partes, usando o plano y = x. Então, projetemos W no plano xz. Imaginando através
de W uma reta paralela ao eixo y, orientada como o eixo y, vemos que ela entra em W em y = 0 e
sai de W em y = 1 − z. Portanto:

W : (x, y, z) ∈ R3 ; (x, z) ∈ Dxz e 0 ≤ y ≤ 1 − z





0≤x≤1
com Dxz : . A massa M do sólido W é:
0≤z ≤1−x
ZZZ ZZZ ZZ Z 1−z
M= δ(x, y, z) dV = z dV = z dydxdz =
0
W W Dxz
ZZ ZZ Z 1Z 1−x
2
z − z2
 
= z(1 − z) dxdz = z−z dxdz = dz =
0 0
Dxz Dxz
Z 1 i1−x Z 1
z2 z3 (1 − x)2 (1 − x)3
h h i
= − dx = − dx .
0 2 3 0 0 2 3

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 57

Fazendo u = 1 − x temos dx = −du. Para x = 0 temos u = 1 e para x = 1 temos u = 0. Então,


Z 0 2 Z 0 2 Z 1 2
u u3 u u3 u u3
  
M= − (−du) = − − du = − du =
1 2 3 1 2 3 0 2 3
i1
u3 u4 1 1 1
h
= − = − = u.m.
6 12 0 6 12 12

Exercı́cio 4: Use uma integral tripla para encontrar o volume do sólido no primeiro octante, limitado
pelos gráficos das equações y 2 + z 2 = 4, x + y = 2, z = 0, y = 0 e x = 0.

Solução:

Esboço da superfı́cie y 2 + z 2 = 4 (cilindro circular) com x, y, z ≥ 0

No plano yz traçamos o arco da circunferência y 2 + z 2 = 4 com y ≥ 0 e z ≥ 0. Como esta equação


não depende da variável x, então por pontos do arco tracemos semirretas paralelas ao eixo x, com
x ≥ 0.

2
y

Esboço da superfı́cie x + y = 2 (plano) com x, y, z ≥ 0

No plano xy traçamos a reta x + y = 2 com x ≥ 0 e y ≥ 0. Como esta equação não depende da


variável z, então por pontos dos segmentos da reta tracemos paralelas ao eixo z, com z ≥ 0.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 58

2
y
2

Esboço do sólido W

Observemos que o ponto A = (2, 0, 2) e B = (0, 2, 0) são comuns às duas superfı́cies. Ligando-os
por uma curva temos a interseção. Considerando que o sólido é também limitado pelos planos x = 0,
y = 0 e z = 0, temos o esboço de W na figura que se segue.

2 entra em x = 0

A
W

2
B
y
2
sai em x = 2 − y

Temos que: ZZZ


V (W ) = dV .
W

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 59

Para calcular a integral, vamos projetar o sólido no plano yz.

z
2
y2 + z 2 = 4

Dyz

2 y

Imaginemos uma reta paralela ao eixo x através de W , orientada como o eixo x. Vemos que ela
entra em W em x = 0 e sai de W em x = 2 − y. Então temos:

W : (x, y, z) ∈ R3 ; (y, z) ∈ Dyz e 0 ≤ x ≤ 2 − y .




Assim, ZZ Z 2−y ZZ
V (W ) = dxdydz = (2 − y)dydz .
0
Dyz Dyz

Calculemos a integral utilizando coordenadas polares.




 y = r cos θ
z = r sen θ


 dydz = r drdθ
y 2 + z2 = r2


0≤r≤2
e Drθ : . Então,
0 ≤ θ ≤ π/2
ZZ Z π/2Z 2
2r − r 2 cos θ drdθ =

V (W ) = (2 − r cos θ) r drdθ =
0 0
Drθ
Z π/2 i2 Z π/2
r3 8
h  
2
= r − cos θ dθ = 4− cos θ dθ =
0 3 0 0 3
iπ/2 
8 8
h 
= 4θ − sen θ = 2π − u.v.
3 0 3

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 60

Exercı́cio 5: Calcule o volume do sólido W limitado pelas superfı́cies z = −y, y = x2 − 1 e z = 0.

Solução: Primeiramente, esboçamos o cilindro parabólico y = x2 − 1. Em seguida, desenhamos


o plano bissetor z = −y, destacando alguns pontos comuns: A = (0, −1, 1), B = (1, 0, 0) e
C = (−1, 0, 0). Ligamos esses pontos por uma curva que representa a interseção das duas superfı́cies.
Considerando que o sólido é limitado pelo plano z = 0, temos o sólido W representado na figura que
se segue.
y
z y=0
A −1 1
x
1
Dxy

W
z = −y
C y = x2 − 1 −1
−1 −1

z=0 y
1
B

(
−1 ≤ x ≤ 1
Projetando W sobre o plano xy, encontramos a região Dxy : 2
. Por um ponto
x −1≤y ≤0
(x, y, z) no interior de W , traçamos uma reta paralela ao eixo z. Essa reta intercepta a fronteira
inferior de W no plano xy onde z = 0 e intercepta a fronteira superior no plano z = −y. Logo,
0 ≤ z ≤ −y. Assim,
W = {(x, y, z); (x, y) ∈ Dxy , 0 ≤ z ≤ −y} .
Então,
ZZZ ZZ Z −y ZZ
V (W ) = dV = dzdxdy = (−y) dxdy =
0
W Dxy Dxy
Z 1 Z 0 Z 1 i0 Z 1
y2 1
h 2
=− y dydx = − dx = x2 − 1 dx =
−1 x2 −1 −1 2 x2 −1 2 −1
Z 1 i1
1 1 x5 2x3 1 2 4 8
h  
x4 − 2x2 + 1 dx =

= − +x = − +2 = u.v.
2 −1 2 5 3 −1 2 5 3 15

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 61

ZZZ
Exercı́cio 6: Calcule 24z dxdydz, onde W é o sólido limitado por x + y + z = 2, x = 0, y = 0,
W
z = 0 e z = 1.

Solução: Em primeiro lugar, traçamos o plano x + y + z = 2 e em seguida esboçamos o plano z = 1.


Considerando que W é limitado pelos planos x = 0 e y = 0, temos o esboço de W na figura que se
segue.
z
z
2
2
x+z =2

1
x=0 Dxz x=2−z
1

1 2 x
W y =2−x−z
y=0

2
y
2

(
0≤z≤1
Projetando W sobre o plano xz temos a região Dxz : . Considerando uma paralela
0 ≤x≤2−z
ao eixo y por um ponto (x, y, z) no interior de W , vemos que essa paralela intercepta a fronteira
de W no plano xz onde y = 0 e depois no plano x + y + z = 2 onde y = 2 − x − z. Logo,
0 ≤ y ≤ 2 − x − z. Assim,

W = {(x, y, z); (x, z) ∈ Dxz e 0 ≤ y ≤ 2 − x − z} .

Então, ZZZ ZZ Z 2−x−z ZZ


24z dV = 24 z dydxdz = 24 z(2 − x − z)dxdz =
0
W Dxz Dxz
Z 1 Z 2−z Z 1 i2−z
x2 z
h
2 2

= 24 2z − xz − z dxdz = 24 2zx − −z x dz =
0 0 0 2 0

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 62

Z 1h
(2 − z)2 z
i
= 24 2z(2 − z) − − z 2 (2 − z) dz =
0 2
Z 1
4z − 4z 2 + z 3

= 24 4z − 2z 2 − − 2z 2 + z 3 dz =
0 2
Z 1
8z − 4z 2 − 4z + 4z 2 − z 3 − 4z 2 + 2z 3 dz =

= 12
0
1
z4 1
Z
4z 3
h i
4z − 4z 2 + z 3 dz = 12 2z 2 −

= 12 + =
0 3 4 0

4 1
 
= 12 2 − + = 11 .
3 4

Exercı́cio 7: Encontre a massa e a coordenada z do centro de massa do sólido W limitado pelos


gráficos das equações z = 4 − x, z = 0, y = 0, x = 0 e y = 4 sendo a densidade δ(x, y, z) = kx,
onde k > 0 é uma constante.

Solução:

Esboço do sólido W

No plano xz esboçamos a reta x + z = 4. Como esta equação não depende da variável y, então por
pontos da reta traçamos retas paralelas ao eixo y.

y
4

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 63

Considerando que W é também limitado pelos planos x = 0, y = 0, z = 0 e y = 4 temos o sólido


W na figura que se segue.

4
sai em z = 4 − x

4
4
y
x
entra em z = 0

A massa de W é dada por


ZZZ ZZZ
M= δ(x, y, z) dV = k x dV .
W W

Para calcular a integral, devemos projetar Wsobre algum plano coordenado. Vamos projetar W no
0≤x≤4
plano xy. Encontramos o quadrado Dxy : . Imaginando uma reta paralela ao eixo
0≤y≤4
z, através de W , orientada como o eixo z, vemos que ela entra em W em z = 0 e sai de W em
z = 4 − x. Então,
W : (x, y, z) ∈ R3 ; (x, y) ∈ Dxy e 0 ≤ z ≤ 4 − x .


Assim, ZZ Z 4−x ZZ
M =k x dzdxdy = k x(4 − x) dxdy =
0
Dxy Dxy
Z 4Z 4 Z 4 i4 Z 4
x3 32k
h
2 2

=k 4x − x dxdy = k 2x − dy = dy =
0 0 0 3 0 3 0
128k
= u.m.
3
A componente z é dada por:
ZZZ ZZZ
Mz = z δ(x, y, z) dV = k xz dV .
W W

ZZZ
Cálculo de xz dV
W

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 64

Temos, ZZ Z 4−x ZZ h 2 i4−x ZZ


z 1
x 4 − x2 dxdy =

xz dzdxdy = x dxdy =
0 2 0 2
Dxy Dxy Dxy
Z 4 Z 4 Z 4
1
16x − 8x2 + x3 16x − 8x2 + x3 dx =
 
= dydx = 2
2 0 0 0

8x3 x4 4 8 × 64 128
h i  
= 2 8x2 − + = 2 8 × 16 − + 64 = .
3 4 0 3 3
Logo, substituindo acima, temos
128k 128k
z=
3 3
portanto z = 1.

Exercı́cio 8: Encontre o momento de inércia Iz do sólido no primeiro octante, limitado pelos gráficos
das equações z = y, x2 + y 2 = 1, z = 0 e x = 0 se a densidade é dada por δ(x, y, z) = kz, onde
k > 0 é uma constante.

Solução:

Esboço do sólido W

No primeiro octante esboçamos o cilindro x2 + y 2 = 1. Em seguida, esboçamos o plano z = y,


destacando alguns pontos comuns como A = (1, 0, 0) e B = (0, 1, 1). Ligando-os por uma curva,
temos a curva interseção. Considerando que o sólido é limitado pelos planos z = 0 e x = 0, temos
o esboço de W na figura que se segue.

y
z
sai em z = y 1
B x2 + y 2 = 1

Dxy
W
1 x

1
y
A
1

entra em z = 0
x Dxy

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 65

O momento de inércia Iz é dado por:


ZZZ ZZZ
2 2
x2 + y 2 z dV .
 
Iz = x + y δ(x, y, z) dV = k
W W

Cálculo da integral

Projetando W no plano xy encontramos a região Dxy : x2 + y 2 ≤ 1, x ≥ 0 e y ≥ 0. Imaginando


uma reta paralela ao eixo z através de W , orientada como o eixo z, vemos que ela entra em W em
z = 0 e sai de W em z = y. Então 0 ≤ z ≤ y. Assim,
ZZ Z y
 h z 2 iy
ZZ
2 2
x2 + y 2

Iz = k x + y z dzdxdy = k dxdy =
0 2 0
Dxy Dxy
ZZ
k
x2 + y 2 y 2 dxdy .

=
2
Dxy

Passando para coordenadas polares temos




 x = r cos θ
y = r sen θ


 dxdy = r drdθ
x2 + y 2 = r 2


0≤r≤1
e Drθ : . Então,
0 ≤ θ ≤ π/2
ZZ Z π/2 Z 1
k 2 2 k 2
Iz = r (r sen θ) r drdθ = sen θ r 5 drdθ =
2 2 0 0
Drθ
Z π/2 h 6 i1 Z π/2
k 2 r k
= sen θ dθ = sen2 θ dθ .
2 0 6 0 12 0

1 − cos 2θ
Da trigonometria temos que sen2 θ = . Logo,
2
Z Z
1 − cos 2θ 1 sen 2θ
 
2
sen θ dθ = dθ = θ− +C.
2 2 2

Assim,
k 1 sen 2θ π/2 kπ
h i
Iz = · θ− = .
12 2 2 0 48

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 66

Exercı́cio 9: Seja W um sólido limitado pelas superfı́cies z = y 2, z = 2 − y 2 , x = 0 e x + z = 4.

a) Esboce W .
b) Calcule o volume de W .

Solução:

a) Inicialmente, encontremos os pontos de interseção das duas parábolas:



z = y2
⇔ y 2 = 2 − y 2 ⇔ 2y 2 = 2 ⇔ y = ±1 .
z = 2 − y2

Por pontos das parábolas traçamos paralelas ao eixo x (por exemplo, (0, 0, 2), (0, 0, 0), (0, −1, 1) e
(0, 1, 1)).

No plano xz, traçamos a reta x + z = 4, que intercepta as superfı́cies anteriores em A e B. Por


(0, 0, 1), traçamos uma paralela ao eixo x, que intercepta a reta em C. Por C, traçamos uma paralela
ao eixo y, que intercepta as superfı́cies anteriores em D e E. Ligando A, E, B e D por uma curva
fechada, obtemos o sólido W .

z
4

(0, 0, 2)
x=0
A
W
(0, 0, 1)

D C
E

y
B = (4, 0, 0) x=4−z
x

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 67

b) Projetando W sobre o plano yz encontramos Dyz .


z
2

z = 2 − y2

z = y2

Então descrevemos W por:



W = (x, y, z); (y, z) ∈ Dyz e 0 ≤ x ≤ 4 − z .

Temos,
ZZZ Z Z Z 4−z  ZZ
V (W ) = dxdydz = dx dydz = (4 − z) dydz =
0
W Dyz Dyz

Z 1 Z 2−y 2 Z 1 i2−y2 Z 1h i2−y2


z2 1
h
= (4 − z) dzdy = 4z − dy = 8z − z 2 dy =
−1 y2 −1 2 y2 2 −1 y2

Z 1h
1  i
= 16 − 8y 2 − 4 + 4y 2 − y 4 − 8y 2 − y 4 dy =
2 −1
Z 1 i1
1 1 1
h
= (12 − 12y 2) dy = 12y − 4y 3 = · 2(12 − 4) = 8 u.v.
2 −1 2 −1 2

Exercı́cio 10: Seja W o sólido limitado pelas superfı́cies z + x2 = 4, y + z = 4, y = 0 e z = 0.

a) Esboce W .
b) Calcule, por integral tripla, o volume do sólido W .

Solução:

a) Para esboçar a superfı́cie z + x2 = 4 (dita cilindro parabólico), traçamos no plano y = 0, a


parábola z = 4 − x2 . Como a equação não contém a variável y, então por pontos da parábola (por
exemplo A = (0, 0, 4), (2, 0, 0) e (−2, 0, 0)) traçamos paralelas ao eixo y.

No plano x = 0, traçamos a reta y + z = 4, que intercepta o cilindro em A = (0, 0, 4).

Para esboçar o plano, devemos traçar paralelas ao eixo x, por pontos da reta. Em particular, por
(0, 4, 0). Esta paralela intercepta o cilindro nos pontos B e C. A curva que passa por B, A e C

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 68

A = (0, 0, 4)

W y =4−z

y=0
(−2, 0, 0) C

(2, 0, 0) (0, 4, 0) y
B
x

representa a curva interseção do plano com o cilindro. Considerando os planos y = 0 e z = 0, temos


o esboço de W .
ZZZ
b) Temos V (W ) = dxdydz, onde W pode ser descrito por:
W


W = (x, y, z); (x, z) ∈ Dxz e 0 ≤ y ≤ 4 − z

onde
Dxz = (x, z) ∈ R2 ; −2 ≤ x ≤ 2 , 0 ≤ z ≤ 4 − x2 .


z = 4 − x2

−2 2 x
z=0

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 4 69

Então, Z Z Z 4−z  ZZ
V (W ) = dy dxdz = (4 − z) dxdz =
0
Dxz Dxz

2 4−x2 2 i 2
z 2 4−x
Z Z Z h
= (4 − z) dzdx = 4z − dx =
−2 0 −2 2 0
Z 2 Z 2
1 2
 1 2 4

= 32 − 8x − 16 + 8x − x dx = 16 − x4 dx =
2 −2 2 −2
i2
1 x5 1 32 128
h  
= 16x − = · 2 32 − = u.v.
2 5 −2 2 5 5

UFF IME - GMA


Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Módulo 5


Aula 9 – Mudança de Variáveis na Integral Tripla

Objetivo
• Aprender a fazer mudança de variáveis em integrais triplas.

• Estudar a mudança de variáveis cilı́ndricas.

Aqui temos um resultado similar à mudança de variáveis em integral dupla:


ZZZ ZZZ

f (x, y, z) dxdydz = f x(u, v, w), y(u, v, w), z(u, v, w) |J| dudvdw
W Wuvw

onde

∂x ∂x ∂x


∂u ∂v ∂w

∂(x, y, z)
∂y ∂y ∂y

J= = 6= 0

∂(u, v, w) ∂u ∂v ∂w


∂z ∂z ∂z

∂u ∂v ∂w

é o jacobiano da mudança de variáveis



ϕ(u, v, w) = (x, y, z) = x(u, v, w), y(u, v, w), z(u, v, w)

e Wuvw = ϕ(W ).

Um caso particular de mudança de variáveis

Coordenadas cilı́ndricas
Cálculo III-A Módulo 5 2

z
As coordenadas cilı́ndricas (r, θ, z) são definidas por
 P
 x = r cos θ
y = r sen θ ∴ x2 + y 2 = r 2
z

z=z y
r y
θ
com r ≥ 0, θ0 ≤ θ ≤ θ0 + 2π, para algum θ0 e z ∈ R. x

As coordenadas r e θ são as mesmas que as coordenadas polares e, portanto, as suas variações são
encontradas na projeção de W no plano xy. A variação de z é encontrada diretamente no sólido.
Supondo que z1 (x, y) ≤ z ≤ z2 (x, y), então a variação de z será

z1 (r cos θ, r sen θ) ≤ z ≤ z2 (r cos θ, r sen θ) .

Calculando o jacobiano da transformação cilı́ndrica, encontramos


∂(x, y, z)
J= =r (Verifique!)
∂(r, θ, z)
Logo,

ZZZ ZZZ
f (x, y, z) dxdydz = f (r cos θ, r sen θ, z) r drdθdz
W Wrθz

é a fórmula da integral tripla em coordenadas cilı́ndricas.

Exemplo 1
ZZZ
Calcule (zx2 + zy 2 ) dxdydz, sendo W o sólido limitado pelo cilindro x2 + y 2 ≤ 1, pelo plano
W
z = 0 e pelo paraboloide z = 4 − x2 − y 2.

Solução:

De z = 4 − x2 − y 2 e x2 + y 2 = 1, temos z = 3. Isso significa que as superfı́cies apresentam


interseção no plano z = 3. O esboço de W é:

Passando para coordenadas cilı́ndricas, temos




 x= r cos θ
y= r sen θ



z= z .
dxdydz = r drdθdz




 2
x + y2 = r2

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 5 3

4
z = 4 − x2 − y 2

W
P = (x, y, z)

1 y
1 z=0

Seja P = (x, y, z) ∈ W . Uma reta por P , paralela ao eixo z, intercepta a fronteira de W em z = 0


e z = 4 − x2 − y 2 = 4 − r 2 . Logo, 0 ≤ z ≤ 4 − r 2 . Como a projeção de W no plano xy é o disco
x2 + y 2 ≤ 1, então 0 ≤ r ≤ 1 e 0 ≤ θ ≤ 2π. Logo o conjunto Wrθz é dado por:

0≤r≤1



Wrθz : 0 ≤ θ ≤ 2π .

0 ≤ z ≤ 4 − r2

Temos, ZZZ ZZZ


2 2
 
zx + zy dxdydz = z x2 + y 2 dxdydz
W W
ZZZ
= zr 2 · r drdθdz
Wrθz
ZZZ
= zr 3 drdθdz
Wrθz

Z 1 Z 2π Z 4−r 2
3
= r z dzdθdr
0 0 0
Z 1 h 2 i4−r2 Z 2π
3 z
= r 2
dθdr
0 0 0
Z 1
= π r 3 (4 − r 2 )2 dr
0

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 5 4

Z 1 
= π 16r 3 − 8r 5 + r 7 dr
0
h i1
4r 6 r8
= π 4r 4 − 3
+ 8
0
67π
= 24
.

Aula 10 – Integral Tripla em Coordenadas Esféricas.

Objetivo
• Estudar a mudança de variáveis esféricas.

As coordenadas esféricas (ρ, φ, θ) são definidas por


 P
 x = ρ sen φ cos θ φ
y = ρ sen φ sen θ ∴ x2 + y 2 + z 2 = ρ2 ρ z
z = ρ cos φ y

y
com ρ ≥ 0, 0 ≤ φ ≤ π, θ0 ≤ θ ≤ θ0 + 2π, para algum θ0 . x θ

A coordenada ρ mede a distância do ponto P à origem (portanto ρ ≥ 0). A coordenada θ é a mesma


que a coordenada cilı́ndrica e sua variação é encontrada na projeção de W no plano xy. A coordenada
φ é o ângulo entre o eixo z positivo (onde φ = 0) e a semirreta OP . A variação máxima de φ
é 0 ≤ φ ≤ π.

Calculando o jacobiano da transformação esférica, temos:

∂(x, y, z)
J= = ρ2 sen φ (Verifique!)
∂(ρ, φ, θ)

Logo,

ZZZ ZZZ
f (x, y, z) dV = f (ρ sen φ cos θ, ρ sen φ sen θ, ρ cos φ) ρ2 sen φ dρdφdθ
W Wρφθ

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 5 5

é a fórmula da integral tripla em coordenadas esféricas.

Exemplo 1

Calcule o volume da esfera W : x2 + y 2 + z 2 ≤ a2 , (a > 0).

Solução:

O esboço de W é:

z
a

a y
a

Passando para coordenadas esféricas, temos




 x= ρ sen φ cos θ
y= ρ sen φ sen θ



z= ρ cos φ .
dV = dxdydz = ρ2 sen φ dρdφdθ




2 2 2
x +y +z = ρ2

A equação da esfera x2 + y 2 + z 2 = a2 fica ρ = a. Logo, o conjunto Wρφθ é dado por:

0≤ρ≤a



Wρφθ : 0≤φ≤π .


0 ≤ θ ≤ 2π

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 5 6

ZZZ
Como V (W ) = dxdydz então:
W
ZZZ
V (W ) = ρ2 sen φ dρdφdθ
Wρφθ
Z a Z π Z 2π
2
= ρ sen φ dθdφdρ
0 0 0
Z a Z π
2
= 2π ρ sen φ dφdρ
0 0

 π
Z a
= 2π − cos φ 0
ρ2 dρ
0
h 3 ia
ρ
= 4π 3
0

4πa3
= 3
u.v.

Exemplo 2
x2 y2 z2
Calcule o volume do elipsoide W : a2
+ b2
+ c2
≤ 1, (a, b, c > 0).

Solução:

Façamos a mudança de variáveis 


 x = au
y = bv
z = cw

Temos

∂x ∂x ∂x

∂u ∂v ∂w
a 0 0

∂(x, y, z)
∂y ∂y ∂y
J= = = 0 b 0 = abc 6= 0 .

∂(u, v, w) ∂u ∂v ∂w
0 0 c



∂z ∂z ∂z

∂u ∂v ∂w

Logo,
dxdydz = |J| dudvdw = abc dudvdw .
2 2
z2
O elipsoide
ZZZ
W : xa2 + yb2 + c2
≤ 1 é transformado na esfera Wuvw : u2 + v 2 + w2 ≤ 1. Como
V (W ) = dxdydz, então:
W

4 4
ZZZ ZZZ
V (W ) = |J| dudvdw = abc dudvdw = abc V (Wuvw ) = abc · · π · 13 = πabc .
3 3
Wuvw Wuvw

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 5 7

ZZZ
x2 + y 2

Exercı́cio 1: Calcule dV , onde W é a região interior ao cilindro x2 + y 2 = 1 e
W
à esfera x2 + y 2 + z 2 = 4.
ZZZ p
Exercı́cio 2: Calcule x2 + y 2 dV , onde W é a região limitada por z = x2 + y 2 − 4 e
W
z = 4 − x2 − y 2 .
2 2
Exercı́cio 3: Use a integral
p tripla para calcular o volume do sólido W acima do paraboloide z = x +y
e abaixo do cone z = x2 + y 2 .
ZZZ
x2 + y 2 + z 2 dV , sendo W a região limitada superiormente pela esfera

Exercı́cio 4: Calcule
W p
x2 + y 2 + z 2 = 16 e inferiormente pelo cone z = x2 + y 2 .

sólido W que está dentro da esfera x2 + y 2 + z 2 = 4, acima do


Exercı́cio 5: Calcule o volume do r
x2 + y 2
plano z = 0 e abaixo do cone z = .
3

Exercı́cio 6: Faça o esboço do sólido W cujo volume é dado pela integral


Z π/3Z 2πZ sec φ
ρ2 sen φ dρdθdφ
0 0 0

e calcule essa integral.

Exercı́cio 7: Verificar que o centro de massa de uma esfera de raio 1 coincide com o seu centro,
sabendo-se que a sua distribuição de massa é homogênea.

Exercı́cio 8: Calcule o momento de inércia em relação ao eixo z do sólido limitado por z = 4−x2 −y 2
e z = 0, sabendo que a densidade em um ponto é proporcional à distância de P ao plano xy.

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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Módulo 5 – Tutor


ZZZ
Exercı́cio 1: Calcule (x2 + y 2) dV , onde W é a região interior ao cilindro x2 +y 2 = 1 e à esfera
W
x2 + y 2 + z 2 = 4.

Solução: De x2 + y 2 + z 2 = 4 e x2 + y 2 = 1, temos z 2 = 3, portanto z = ± 3 e x2 + y 2 = 1.
Assim, o esboço de W está representado na figura que se segue.

z
p
sai em z = 4 − x2 − y 2
2

3

1 y
1


− 3

p
entra em z = − 4 − x2 − y 2

Da figura vemos que


n p p o
W = (x, y, z); (x, y) ∈ D : x2 + y 2 ≤ 1 e − 4 − x2 − y 2 ≤ z ≤ 4 − x2 − y 2 .

Passando para coordenadas cilı́ndricas, temos:


 2
x + y 2 = r2
dV = r dr dθ dz
e W é descrito por 
 0 ≤ θ ≤ 2π
Wrθz : 0 ≤ r ≤ 1√
 √
− 4 − r2 ≤ z ≤ 4 − r2
Cálculo III-A Módulo 5 – Tutor 2

Logo, √
ZZZ ZZZ Z 1 Z 4−r 2 Z 2π
2 2
 2 3
x +y dV = r · r drdθdz = r √
dθdzdr =
0 − 4−r 2 0
W Wrθz

Z Z √ Z
1 4−r 2 1 √
3
= 2π r √
dzdr = 2π r 3 · 2 4 − r 2 dr .
0 − 4−r 2 0

Fazendo u = 4 − r 2 , teremos du = −2r dr e r 2 = 4 − u.


 
r=0 u=4
Para teremos . Assim,
r=1 u=3
ZZZ Z 3 Z 3
2 2
 1/2

x +y dV = 2π (4 − u)u (−du) = −2π 4u1/2 − u3/2 du =
4 4
W
Z 4 h i4
1/2 3/2
 2 3/2 2 5/2
= 2π 4u −u du = 2π 4 · u − u =
3 3 5 3
h
8 2
 
8 √ 2 √ i
= 2π ·8− · 32 − ·3 3− ·9 3 =
3 5 3 5
 √ 

64 64 √ 18 √

256 44 3
= 2π − −8 3+ 3 =π − .
3 5 5 15 5

ZZZ p
Exercı́cio 2: Calcule x2 + y 2 dV , onde W é a região limitada por z = x2 + y 2 − 4 e z =
W
4 − x2 − y 2 .

Solução: De z = x2 + y 2 − 4 e z = 4 − x2 − y 2, temos 2x2 + 2y 2 = 8, portanto x2 + y 2 = 4 e


z = 0. O que significa que a interseção ocorre no plano z = 0 segundo a circunferência x2 + y 2 = 4.
Assim, o esboço de W está representado na figura que se segue.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 5 – Tutor 3

sai em z = 4 − x2 − y 2

2 y
2

x entra em z = x2 + y 2 − 4

−4

Da figura, vemos que



W = (x, y, z); (x, y) ∈ D : x2 + y 2 ≤ 4 e x2 + y 2 − 4 ≤ z ≤ 4 − x2 − y 2 .

Vamos calcular a integral usando coordenadas cilı́ndricas. Temos


 p √
x2 + y 2 = r2 = r
dV = r dr dθ dz


0 ≤ θ ≤ 2π 
com (r, θ, z) ∈ Wrθz , onde Wrθz é dado por 0≤r≤2 . Dessa forma,
 2 2
r −4 ≤z ≤ 4−r
ZZZ p ZZZ Z 2 Z 4−r2 Z 2π
x2 + y 2 dV = r · r drdθdz = r2 dθdzdr =
0 r 2 −4 0
W Wrθz

Z 2 Z 4−r 2 Z 2 Z 2
2 2 2 2
 
= 2π r dzdr = 2π r 4 − r − r + 4 dr = 4π 4r 2 − r 4 dr =
0 r 2 −4 0 0
h 5 i2 h i
4r3 r 32 32 256
= 4π − = 4π − = π.
3 5 0 3 5 15

2 2
Exercı́cio 3: Use a integral
p tripla para calcular o volume do sólido W acima do paraboloide z = x +y
e abaixo do cone z = x2 + y 2 .
p 
Solução: De z = x2 + y 2 e z = x2 + y 2 ou z 2 = x2 + y 2 temos z 2 = z ou z 2 − z = 0 ou
z(z − 1) = 0 portanto z = 0 ou z = 1. Logo, as superfı́cies se interceptam em (0, 0, 0) e também
no plano z = 1, segundo a circunferência x2 + y 2 = 1. Com isso, o esboço do sólido W está
representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Módulo 5 – Tutor 4

1
p
sai em z = x2 + y 2
W

entra em z = x2 + y 2

Da figura vemos que


n p o
2 2 2 2
W = (x, y, z); (x, y) ∈ D : x + y ≤ 1 e x + y ≤ z ≤ x + y .
2 2

ZZZ
Temos por integral tripla que V (W ) = dV . Vamos calcular a integral utilizando coordenadas
W
cilı́ndricas. Temos, 

 x = r cos θ

y = r sen θ

 z=z

dxdydz = dV = r dr dθ dz

 0 ≤ θ ≤ 2π
com (r, θ, z) ∈ Wrθz , onde Wrθz é dado por 0 ≤ r ≤ 1 . Logo, o volume será:
 2
r ≤z≤r
ZZZ Z 1 Z rZ 2π Z 1 Z r
V (W ) = r drdθdz = r dθdzdr = 2π r dzdr =
0 r2 0 0 r2
Wrθz
Z 1 Z 1 h 3 i  
2
  r r4 1 1 1 π
= 2π r r−r dr = 2π r 2 − r 3 dr = 2π − = 2π − = u.v.
0 0 3 4 0 3 4 6

ZZZ
Exercı́cio 4: Calcule (x2 + y 2 + z 2 ) dV , sendo W a região limitada superiormente pela esfera
W p
2 2 2
x + y + z = 16 e inferiormente pelo cone z = x2 + y 2 .
p
Solução: De x2 + y 2√
+ z 2 = 16 e z = x2 + y 2 (ou z 2 = x2 + y 2 ), temos 2 (x2 + y 2 ) = √
16 ou
2 2
x + y  = 8 e z = 2 2 . Logo, a interseção é uma circunferência contida no plano z = 2 2 de
√ √
centro 0, 0, 2 2 e raio 2 2 . Assim, o esboço de W está representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Módulo 5 – Tutor 5

sai em ρ = 4


2 2

D
y

2 2

2 2

entra em ρ = 0

Vamos passar para coordenadas esféricas:




 x = ρ sen φ cos θ


 y = ρ sen φ sen θ
z = ρ cos φ .



 dV = ρ2 sen φ dρdφdθ
 2 2 2
x +y +z = ρ2

Descrição de W em coordenadas esféricas:

Como a projeção de W no plano xy é o disco D : x2 + y 2 ≤ 8, então 0 ≤ θ ≤ 2π. Por um ponto


P no interior de W consideramos a semirreta OP . Vemos que ela entra na origem onde ρ = 0 e
sai de W em um ponto da esfera x2 + y 2 + z 2 = 16, onde ρ = 4. Logo, 0 ≤ ρ ≤ 4. Finalmente,
efetuando uma “varredura” no sólido W p a partir do eixo z positivo onde φ = 0, vemos que esta
π π
varredura finaliza na parede do cone z = x2 + y 2 , onde φ = . Assim, 0 ≤ φ ≤ . Portanto, a
4 4
descrição de W em coordenadas esféricas é:


 0 ≤ θ ≤ 2π

Wρφθ = 0≤ρ≤4
 π
 0≤φ≤

4

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Cálculo III-A Módulo 5 – Tutor 6

Assim, ZZZ ZZZ


2 2 2
 
x +y +z dV = ρ2 ρ2 sen φ dρdφdθ =
W Wρφθ

Z π/4 Z 4 Z 2π Z π/4 Z 4
4
= sen φ ρ dθdρdφ = 2π sen φ ρ4 dρdφ =
0 0 0 0 0
h 5 i4 Z π/4 h iπ/4
ρ 2 · 45 π
= 2π sen φ dφ = − cos φ =
5 0 0 5 0
 √ 
2 · 45 π 2 45 π √ 
= 1− = 2− 2 .
5 2 5

sólido W que está dentro da esfera x2 + y 2 + z 2 = 4, acima do


Exercı́cio 5: Calcule o volume do r
x2 + y 2
plano z = 0 e abaixo do cone z = .
3
r  
x2 + y 2 x2 + y 2 x2 + y 2
Solução: De x2 + y 2 + z 2 = 4 e z = ou z 2 = temos x2 + y 2 + = 4 ou
3 3 3
4 (x2 + y 2 ) = 12, portanto x2 + y 2 = 3 e z = 1. Logo, a interseção é a circunferência x2 + y 2 = 3
contida no plano z = 1. Assim, o esboço de W está representado na figura que se segue.

2 y

Descrição de W em coordenadas esféricas:

Como a projeção de W sobre o plano xy é o disco D : x2 + y 2 ≤ 4, então 0 ≤ θ ≤ 2π.

Considerando uma semirreta pela origem, no interior de W , vemos que ela entra em W na origem,
onde ρ = 0 e sai de W em um ponto da esfera x2 + y 2 + z 2 = 4, onde ρ = 2. Logo, 0 ≤ ρ ≤ 2.
Temos

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 5 – Tutor 7

r
x2 + y 2 1 p 2 1 p 2
z= =√ x + y 2 ⇒ ρ cos φ = √ ρ sen2 φ ⇒
3 3 3
1 √ π
⇒ ρ cos φ = √ ρ sen φ ⇒ tg φ = 3 ⇒ φ= .
3 3
Efetuando uma “varredura” em W , ela começa na parede do cone, onde φ = π/3 e termina no plano
z = 0, onde φ = π/2. Logo, π/3 ≤ φ ≤ π/2. Assim, temos

 0 ≤ θ ≤ 2π
Wρφθ 0≤ρ≤2 .

π/3 ≤ φ ≤ π/2

Temos,
ZZZ ZZZ Z 2 Z π/2 Z 2π
2 2
V (W ) = dV = ρ sen φ dρdφdθ = ρ sen φ dθdφdρ =
0 π/3 0
W Wρφθ

Z 2 Z π/2 Z 2  h i2
2 π/2 1 ρ3 8π
= 2π ρ sen φ dφdρ = 2π ρ2 [− cos φ]π/3 dρ = 2π −0 = u.v.
0 π/3 0 2 3 0 3

Exercı́cio 6: Faça o esboço do sólido W cujo volume é dado pela integral


Z π/3Z 2πZ sec φ
ρ2 sen φ dρdθdφ
0 0 0

e calcule essa integral.

Solução: Essa integral iterada é uma integral tripla sobre a região W descrita em coordenadas
esféricas por:
Wρφθ : {(ρ, φ, θ); 0 ≤ φ ≤ π/3 , 0 ≤ θ ≤ 2π , 0 ≤ ρ ≤ sec φ} .
Das coordenadas esféricas temos z = ρ cos φ, x2 + y 2 = ρ2 sen2 φ e dV = ρ2 sen φ dρdφdθ. Logo,
π √ sen φ √ √
φ= ⇒ tg φ = 3 ⇒ = 3 ⇒ sen φ = 3 cos φ ⇒
3 cos φ
√ p √ q
x2 + y 2
⇒ ρ sen φ = 3ρ cos φ ⇒ x2 + y 2 = 3z ⇒ z = (cone)
3

e, também,
1
= 1 ⇒ z = 1 (plano horizontal)
ρ = sec φ ⇒ ρ =
cos φ
q 2 2
Assim, o sólido W é limitado inferiormente pelo cone z = x +3 y e superiormente pelo plano z = 1

e sua projeção no plano xy é o disco D : x2 + y 2 ≤ ( 3)2 .

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 5 – Tutor 8

D √
3 y

3

Temos então que:


Z π/3Z 2πZ sec φ ZZZ ZZZ
2 2
ρ sen φ dρdθdφ = ρ sen φ dρdφdθ = dV =
0 0 0
Wρφθ W

1 1 √
= volume do cone W = (área da base) × altura = π( 3)2 · 1 = π .
3 3

Exercı́cio 7: Verificar que o centro de massa de uma esfera de raio 1 coincide com o seu centro,
sabendo-se que a sua distribuição de massa é homogênea.

Solução: Vamos escolher os eixos coordenados de forma que a origem seja o centro da esfera de
raio 1. Logo, o sólido W é limitado pela superfı́cie x2 + y 2 + z 2 = 1.

1 y
1

Como a distribuição de massa é homogênea, então o centro de massa (x, y, z) é dado por:
ZZZ ZZZ ZZZ
V (W )x = x dV , V (W )y = y dV e V (W )z = z dV
W W W

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Cálculo III-A Módulo 5 – Tutor 9

4 4
onde V (W ) = · π · 13 = π.
3 3
Passando para coordenadas esféricas, temos x = ρ sen φ cos θ, y = ρ sen φ sen θ, z = ρ cos φ,
dV = ρ2 sen φ dρdφdθ e Wρφθ : 0 ≤ ρ ≤ 1 , 0 ≤ φ ≤ π , 0 ≤ θ ≤ 2π. Então

ZZZ ZZZ
x dV = (ρ sen φ cos θ) ρ2 sen φ dρdφdθ =
W Wρφθ
Z π Z 1 Z 2π
2 3
= sen φ ρ cos θ dθ dρdφ = 0
0 0
|0 {z }
=0
ZZZ Z π Z 1 Z 2π
2 3
y dV = sen φ ρ sen θ dθ dρdφ = 0
0 0 0
W | {z }
=0
ZZZ ZZZ Z 1 Z 2π Z π
2 3
z dV = (ρ cos φ) ρ sen φ dρdφdθ = ρ cos φ sen φ dφdθdρ
0 0 0
W Wρφθ
Z 1 Z 2π h iπ
3 sen2 φ
= ρ dθdρ = 0 .
0 0 2 0
| {z }
=0

Então, (x, y, z) = (0, 0, 0), centro da esfera.

Exercı́cio 8: Calcule o momento de inércia em relação ao eixo z do sólido limitado por z = 4−x2 −y 2
e z = 0, sabendo que a densidade em um ponto é proporcional à distância de P ao plano xy.

Solução: O esboço de W está representado na figura que se segue.

z
4

2 y
2

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Cálculo III-A Módulo 5 – Tutor 10

ZZZ

Temos Iz = x2 + y 2 δ(x, y, z) dV , onde δ(x, y, z) = k|z| = kz pois z ≥ 0. Logo,
W
ZZZ

Iz = k x2 + y 2 z dV .
W

Passando para coordenadas cilı́ndricas, temos


ZZZ ZZZ
2

Iz = k r z r drdθdz = k r 3 z drdθdz
Wrθz Wrθz

onde Wrθz é dado por: 


 0≤r≤2
Wrθz : 0 ≤ θ ≤ 2π .

0 ≤ z ≤ 4 − r2
Logo,
Z 2 Z 4−r 2 Z 2π Z 2 h i4−r2
3 3 z2
Iz = k r z dθdzdr = 2kπ r dr =
0 0 0 0 2 0
Z 2 Z 2
3 2 4
 
= kπ r 16 − 8r + r dr = kπ 16r 3 − 8r 5 + r 7 dr =
0 0
h i2  
4r6 r8 4 · 26 28
= kπ 4r 4 − + = kπ 4 · 24 − + =
3 8 0 3 8
 
4 1 6−8+3 32
= 26 kπ 1 − + = 26 kπ = kπ .
3 2 6 3

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Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Lista 5


ZZZ p
Exercı́cio 1: Calcule x2 + y 2 dV onde W é a região contida dentro do cilindro x2 + y 2 = 4
W
e entre os planos z = 1 e z = 4.

Solução: O esboço de W está representado na figura que se segue.

4 y
2

W
Dxy

2 x
1

Dxy
2
2 y
x
p
Como o integrando envolve x2 + y 2 e a região de integração é um cilindro, devemos calcular a
integral utilizando coordenadas cilı́ndricas. Temos,


 x = r cos θ


 y = r sen θ
z = z



 dV = rdrdθdz
 2
x + y 2 = r2
Cálculo III-A Lista 5 87


 0≤r≤2
e a descrição de W é dada pelas seguintes desigualdades Wrθz : 0 ≤ θ ≤ 2π . Então,

1 ≤ z ≤ 4.
ZZZ p ZZZ √ ZZZ
x2 + y 2 dV = r 2 r drdθ = r 2 drdθdz =
W Wrθz Wrθz
Z 2 Z 4Z 2π Z 2 Z 4 Z 2 h i4
2 2
= r dθdzdr = 2π r dzdr = 2π r 2 z dr =
0 1 0 0 1 0 1
Z 2 h 3 i2
2 r
= 6π r dr = 6π = 16π .
0 3 0

ZZZ p
Exercı́cio 2: Calcule x2 + y 2 + z 2 dV , onde W é limitado inferiormente pelo cone z =
q W

3 x + y e superiormente pela esfera x2 + y 2 + z 2 = 4.
2 2

q 
Solução: De x2 + y 2 + z 2 = 4 e z = 3 x2 + y 2 , tem-se x2 + y 2 = 1 que é a projeção, no plano
xy, da curva interseção das duas superfı́cies. A projeção do sólido W é o disco D : x2 + y 2 ≤ 1.

O sólido W e sua projeção D são mostrados a seguir:


z

2 1

1 π
⇒ ⇒ sen φ = ⇒φ=
W φ 2
2 6

D 1 2
1
2
x

Passando para coordenadas esféricas, tem-se:




 x = ρ sen φ cos θ


 y = ρ sen φ sen θ
z = ρ cos φ .
 2


 dxdydz = ρ sen φ dρdφdθ
 2
x + y 2 + z 2 = ρ2
A equação da esfera x2 + y 2 + z 2 = 4 fica em coordenadas esféricas ρ2 = 4 ou ρ = 2. Então,

Wρφθ = (ρ, φ, θ); 0 ≤ ρ ≤ 2 , 0 ≤ φ ≤ π/6 , 0 ≤ θ ≤ 2π .

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Cálculo III-A Lista 5 88

Logo, ZZZ p ZZZ


x2 + y2 + z2 dxdydz = ρ · ρ2 sen φ dρdφdθ =
W Wρφθ

Z π/6Z 2Z 2π Z π/6 Z 2
3
= ρ sen φ dθdρdφ = 2π sen φ ρ3 dρdφ =
0 0 0 0 0
h 4 i2 Z π/6 h iπ/6  
ρ π
= 2π sen φ dφ = 8π − cos φ = 8π 1 − cos =
4 0 0 0 6
 √ 
3 √
= 8π 1 − = 4π(2 − 3) .
2

Exercı́cio 3: Calcule a massa do sólido limitado pelo paraboloide z = x2 + y 2 e pelo plano z = 4,


sendo a densidade em cada ponto do sólido dada por δ(x, y, z) = x2 + y 2)1/2 .

Solução: O esboço de W está representado na figura que se segue.


z

z=4
4

z = x2 + y 2

2 y
2
D
x

A massa de W é dada por:


ZZZ ZZZ
1/2
M= δ(x, y, z) dV = x2 + y 2 dxdydz .
W W

Passando para coordenadas cilı́ndricas, tem-se:




 x = r cos θ


 y = r sen θ
z = z



 dxdydz = r drdθdz
 2
x + y 2 = r2

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 89


  0≤r≤2
(x, y) ∈ D
Como W é dado por W : então Wrθz é dado por Wrθz : 0 ≤ θ ≤ 2π .
x2 + y 2 ≤ z ≤ 4  2
r ≤z≤4
Assim,
ZZZ ZZZ
2

2 1/2
1/2
M= x +y dxdydz = r2 r drdθdz =
W Wrθz
ZZZ Z 2 Z 4Z 2π Z 2 Z 4
2 2 2
= r drdθdz = r dθdzdr = 2π r dzdr =
0 r2 0 0 r2
Wrθz
Z 2 Z 2
r5 2
h 3 i
2 2
  4r 128π
= 2π r 4−r dr = 2π 4r 2 − r 4 dr = 2π − = u.m.
0 0 3 5 0 5

Exercı́cio 4: Determine o volume e o centroide do sólido W limitado pelo paraboloide z = x2 + y 2,


pelo cilindro x2 + y 2 = 4 e pelo plano xy.

Solução: De z = x2 + y 2 e x2 + y 2 = 4, temos z = 4. Isso significa que as duas superfı́cies se


interceptam no plano z = 4, segundo a circunferência x2 + y 2 = 4. Considerando que o sólido W é
limitado também pelo plano xy, de equação z = 0, temos o esboço de W .

y
4 2

W Dxy
2 x

2 y
2

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 90

Como o sólido W é limitado pelo cilindro x2 + y 2 = 4, vamos aplicar a transformação cilı́ndrica:




 x = r cos θ


 y = r sen θ
z = z .



 dV = r drdθdz
 2
x + y 2 = r2

O paraboloide z = x2 + y 2 se converte em z = r 2 e o cilindro x2 + y 2 = 4 se converte em r 2 = 4


ou r = 2. Observemos que a projeção de W sobre o plano xy é o disco Dxy : x2 + y 2 ≤ 4.
Como as variações de r e θ são determinadas na projeção Dxy , então 0 ≤ r ≤ 2 e 0 ≤ θ ≤ 2π.
Considerando um ponto (x, y, z) no interior de W e pelo ponto uma paralela ao eixo z, vemos que a
essa paralela intercepta a fronteira inferior no plano xy, onde z = 0, e intercepta a fronteira superior
no paraboloide z = x2 + y 2 onde z = r 2 . Então 0 ≤ z ≤ r 2 . Assim, a região transformada é:

Wrθz = (r, θ, z); 0 ≤ r ≤ 2 , 0 ≤ θ ≤ 2π , 0 ≤ z ≤ r 2 .
ZZZ
Como V (W ) = dV então:
W

ZZZ Z 2 Z r 2Z 2π Z 2 Z r2
V (W ) = r drdθdz = r dθdzdr = 2π r dzdr =
0 0 0 0 0
Wrθz
Z 2 Z 2 h 4 i2
2 r
= 2π r · r dr = 2π r 3 dr = 2π = 8π u.v.
0 0 4 0

O centro de massa de um sólido homogêneo é dito centroide e como a densidade δ(x, y, z) é constante
ela pode ser cancelada e temos: ZZZ
V (W ) x = x dV
W
ZZZ
V (W ) y = y dV
W
ZZZ
V (W ) z = z dV .
W

ZZZ
Cálculo de x dV
W

Temos,
ZZZ ZZ Z x2 +y 2 ZZ

x dV = x dzdxdy = x x2 + y 2 dxdy = 0
0
W Dxy Dxy

pois a função x (x2 + y 2 ) é ı́mpar na variável x e Dxy tem simetria em relação ao eixo y. Logo,
x = 0.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 91

ZZZ
Cálculo de y dV
W

Temos,
ZZZ ZZ Z x2 +y 2 ZZ

y dV = y dzdxdy = y x2 + y 2 dxdy = 0 ,
0
W Dxy Dxy

pois a função y (x2 + y 2) é ı́mpar na variável y e Dxy tem simetria em relação ao eixo x. Logo,
y = 0.
ZZZ
Cálculo de z dV
W

Temos,
ZZZ ZZZ Z 2 Z r2 Z 2π
z dV = zr drdθdz = r z dθdzdr =
0 0 0
W Wrθz

Z 2 Z r2 Z 2 h ir2 Z 2
z2
= 2π r z dzdr = 2π r dr = π r · r 4 dr =
0 0 0 2 0 0
Z 2 h 6 i2
r 32π
=π r 5 dr = π = .
0 6 0 3
Logo
32π
8πz =
3
portanto
4
z= .
3
Portanto, o centroide localiza-se em (0, 0, 4/3).

Exercı́cio 5: Considere
p o sólido homogêneo, limitado pelo plano z = 0, o cilindro x2 + y 2 = 2y e
pelo cone z = x2 + y 2 . Calcule o momento de inércia em relação ao eixo z.
p
Solução: O esboço do sólido W , limitado superiormente pelo cone z = x2 + y 2, inferiormente
pelo plano z = 0 e lateralmente pelo cilindro x2 + y 2 = 2y ou x2 + (y − 1)2 = 1 está representado
na figura que se segue.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 92

2
p
z= x2 + y 2
W

P = (x, y, z)

1 2 y

z=0

Passando para coordenadas cilı́ndricas, temos:




 x = r cos θ


 y = r sen θ
z= z .



 dV = r drdθdz
 2
x + y 2 = r2

Seja P = (x, y, z)p∈ W . A reta passando por P e paralela ao eixo z intercepta a fronteira de W
em z = 0 e z = x2 + y 2 = r. As variações de r e θ são olhadas na projeção de W no plano
xy : x2 + (y − 1)2 ≤ 1 ou x2 + y 2 ≤ 2y.
y
2

(x, y) r = 2 sen θ
1

x
r=0

2 2 2 0≤θ≤π
De x + y = 2y, temos r = 2r sen θ ou r = 2 sen θ se r 6= 0. Então . Logo
 0 ≤ r ≤ 2 sen θ
 0≤θ≤π
Wrθz : 0 ≤ r ≤ 2 sen θ . O momento de inércia em relação ao eixo z é:

0≤z≤r
ZZZ
Iz = (x2 + y 2 ) · δ(x, y, z) dV
W

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 93

onde δ(x, y, z) = k. Logo,


ZZZ ZZZ
2 2
Iz = k (x + y ) dV = k r 2 · r drdθdz =
W Wrθz
Z πZ 2 sen θ Z r Z πZ 2 sen θ
3
=k r dzdrdθ = k r 4 drdθ =
0 0 0 0 0
Z π h 5 i2 sen θ Z π
r 32k
=k dθ = sen5 θ dθ =
0 5 0 5 0
Z π
32k 2
= (1 − cos2 θ) sen θ dθ =
5 0
Z π
32k
= (1 − 2 cos2 θ + cos4 θ) sen θ dθ =
5 0
h iπ  
−32k 2 cos3 θ cos5 θ 64k 2 1 512
= cos θ − + = 1− + = k.
5 3 5 0 5 3 5 75

Exercı́cio 6: Considere o cilindro homogêneo x2 + (y − a)2 ≤ a2 e 0 ≤ z ≤ h. Calcule o momento


de inércia em relação ao eixo z, em função da massa M do cilindro.

Solução: O esboço do cilindro está representado na figura que se segue.

y
h
2a

W
a

a 2a y x
x

Se a densidade constante for denotada por k, então o momento de inércia em relação ao eixo z é
ZZZ
Iz = k (x2 + y 2 ) dxdydz .
W

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 94

Passando para coordenadas cilı́ndricas, tem-se:




 x = r cos θ


 y = r sen θ
z = z .



 dxdydz = r drdθdz
 2
x + y 2 = r2

 0≤z≤h
O conjunto Wrθz é dado por Wrθz : 0≤θ≤π . Logo,

0 ≤ r ≤ 2a sen θ
ZZZ ZZZ
2
Iz = k r · r drdθdz = k r 3 drdθdz =
Wrθz Wrθz
Z πZ 2a sen θ Z h Z πZ 2a sen θ
3
=k r dzdrdθ = hk r 3 drdθ =
0 0 0 0 0
Z π h 4 i2a sen θ Z π
r 4
= hk dθ = 4a hk sen4 θ dθ .
0 4 0 0

Da trigonometria, tem-se:
 2
1 − cos 2θ 1 
sen4 θ = (sen2 θ)2 = = 1 − 2 cos 2θ + cos2 2θ .
2 4

Então, Z Z
π/4 π
4 1 1 
sen θ dθ = · 1 − 2 cos 2θ + cos2 2θ d(2θ) =
0 2 4 0
h  i
1 1 sen 4θ π 1 3π
= 2θ − 2 sen 2θ + 2θ + = (2π + π) = .
8 2 2 0 8 8
Logo,
3πa4 hk 3
Iz = = Ma2
2 2
pois M = kπa2 h.

ZZZ p
1
Exercı́cio 7: Calcule dV , sendo W a região interior ao cone z = x2 + y 2 , limitada
x2 + y2 + z 2
W
superiormente pela esfera x2 + y 2 + z 2 = 4 e inferiormente pela esfera x2 + y 2 + z 2 = 1.

Solução: O esboço de W está representado na figura que se segue.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 95

ρ=2

1 P

ρ=1
π/4
y

Descrição de W em coordenadas esféricas

Consideremos um ponto P = (x, y, z) qualquer em W ; observemos que o raio OP intercepta a


superfı́cie do sólido (ou a fronteira do sólido) inicialmente em ρ = 1 e depois em ρ = 2. Logo,
1 ≤ ρ ≤ 2. O ângulo φ varia de 0 (eixo z positivo) até π/4 (parede do cone); a variação do ângulo
θ é encontrada na projeção de W no plano xy : 0 ≤ θ ≤ 2π. Logo, Wρφθ é dado por:

 1≤ρ≤2
Wρφθ : 0 ≤ φ ≤ π/4 .

0 ≤ θ ≤ 2π
Como x2 + y 2 + z 2 = ρ2 e dV = ρ2 sen φ dρdφdθ, então:
ZZZ ZZZ
1 1
2 2 2
dV = 2
· ρ2 sen φ dρdφdθ =
x +y +z ρ
W Wρφθ

Z π/4 Z 2 Z 2π  2  π/4
= sen φ dφ dρ dθ = 2π ρ 1 − cos φ 0 =
0 1 0
 √ 
− 2 √ 
= 2π +1 =π 2− 2 .
2

p
Exercı́cio 8: Calcule a massa do sólido W inferior ao cone z = 3(x2 + y 2 ) e limitado pela esfera
x2 + y 2 + (z − 1)2 = 1, sendo a densidade igual ao quadrado da distância de (x, y, z) ao plano z = 0.

Solução: Primeiramente, calculemos a interseção das duas superfı́cies.


( (
x2 + y 2 + (z − 1)2 = 1 x2 + y 2 + z 2 = 2z z2
p ⇒ ⇒ + z 2 = 2z ⇒
z = 3(x2 + y 2 ) z 2 = 3(x2 + y 2 ) 3

3
⇒ 4z 2 − 6z = 0 ⇒ z = 0 ou z = .
2

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 96

Logo, a interseção se dá no plano z = 3/2, e a sua projeção no plano xy é a circunferência


x2 + y 2 = 3/4. Assim, o esboço de W está representado na figura que se segue.

z
2

3/2 √
z= 3y
W
1

π/3



3/2 y
3/2

x
√ p
Como o ângulo da reta z = 3 y (corte do cone z = 3(x2 + y 2) , considerando x = 0) é o
ângulo π/3, então φ varia de 0 (eixo z positivo) a π/2 − π/3 = π/6. Transformando a equação
x2 + y 2 + (z − 1)2 = 1 ou x2 + y 2 + z 2 = 2z para coordenadas esféricas temos ρ2 = 2ρ cos φ logo
ρ = 0 ou ρ = 2 cos φ. Isso significa que ρ varia de 0 a 2 cos φ. A variação de θ é encontrada na
projeção de W no plano xy. Logo, 0 ≤ θ ≤ 2π. Assim, Wρφθ é dado por:

 0 ≤ θ ≤ 2π
Wρφθ : 0 ≤ φ ≤ π/6

1 ≤ ρ ≤ 2 cos φ .
Como a distância de (x, y, z) ao plano z = 0 é |z| então δ(x, y, z) = |z|2 = z 2 . A massa de W é:
ZZZ ZZZ ZZZ
2
M= δ(x, y, z) dV = z dV = (ρ cos φ)2 ρ2 sen φ dρdφdθ =
W W Wρφθ

ZZZ Z 2πZ π/6 Z 2 cos φ


4 2 2
= ρ cos φ sen φ dρdφdθ = cos φ sen φ ρ4 dρdφdθ =
0 0 0
Wρφθ

Z 2πZ π/6 h 5 i2 cos φ Z 2πZ π/6


2 ρ 32
= cos φ sen φ dφdθ = cos7 φ sen φ dφdθ =
0 0 5 0 5 0 0
"  √ 8 #
h iπ/6 Z 2π
32 − cos8 φ 8π 3 8π 28 − 34 35π
= dθ = 1− = · = u.m.
5 8 0 0 5 2 5 28 32

Exercı́cio 9: Expresse a integral


Z 2Z √
4−x2Z 4 p
I= 1 + x2 + y 2 dzdydx
0 0 0

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 97

como uma integral tripla em coordenadas cilı́ndricas, e calcule a integral obtida.



ZZZ p  0≤x≤√ 2
Solução: Temos que I = 2 2
1 + x + y dV , onde W é o sólido dado por W : 0 ≤ y ≤ 4 − x2 .

W 0≤z≤4
Também podemos descrever W por W = = {(x, y,  z); (x, y) ∈ D xy , 0 ≤ z ≤ 4} onde Dxy é a
0≤x≤√ 2
projeção de W sobre o plano xy e é dado por Dxy : .
0 ≤ y ≤ 4 − x2

2
x2 + y 2 = 4

Dxy

2 x

Logo, o esboço de W está representado na figura que se segue.

2
2
y

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 98


 0 ≤ θ ≤ π/2
Descrevendo W em coordenadas cilı́ndricas, temos Wrθz : 0≤r≤2 . Então,

0≤z≤4
ZZZ √ Z π/2Z 2Z 4 1/2
I= 1+ r2r drdθdz = 1 + r2 r dzdrdθ =
0 0 0
Wrθz
Z π/2 h  √  √
4 2  i2
2 3/2 4

π 2

= 1+r dθ = 5 5−1 = 5 5−1 π.
2 0 3 0 3 2 3

Exercı́cio 10: Expresse cada integral como uma integral tripla iterada em coordenadas esféricas e
calcule a integral obtida:
Z 1Z √ √
1−x2Z 1−x2 −y 2
dzdydx
a) .
0 0 0 1 + x2 + y 2 + z 2
Z 3Z √ √
9−x2Z 9−x2 −y 2
b) xz dzdydx .
0 0 0

Solução:

a) Denotando a integral iterada por I, temos,


ZZZ
1
I= dxdydz
1 + x2 + y 2 + z 2
W

onde n √ p o
W = (x, y, z) ∈ R3 ; 0 ≤ x ≤ 1 , 0 ≤ y ≤ 1 − x2 , 0 ≤ z ≤ 1 − x2 − y 2
| {z }
D
ou n p o
W = (x, y, z) ∈ R3 ; (x, y) ∈ D e 0 ≤ z ≤ 1 − x2 − y 2

0≤x≤√ 1
onde D : é a projeção de W no plano xy.
0 ≤ y ≤ 1 − x2

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 99

y z

1 Sai em y = 1 − x2

x2 + y 2 = 1
D
1 y
D
1
1 x
x
Entra em y = 0

p
De 0p≤ z ≤ 1 − x2 − y 2 concluı́mos que o sólido W é limitado superiormente pela superfı́cie
z = 1 − x2 − y 2 ou x2 + y 2 + z 2 = 1, com z ≥ 0, que é a semiesfera superior de raio 1 e centro
(0, 0, 0), e é limitado inferiormente pelo plano xy de equação z = 0. Considerando que a projeção
de W no plano xy é a região D, temos:

z
1

1
1 y
x

Passando para coordenadas esféricas, temos:




 x = ρ sen φ cos θ


 y = ρ sen φ sen θ
z = ρ cos φ .
 2


 dxdydz = ρ sen φ dρdφdθ
 2
x + y2 + z2 = ρ2

Como a projeção de W no plano xy é o conjunto D, vemos que θ varia de 0 a π/2 : 0 ≤ θ ≤ π/2.


Efetuando uma “varredura” em W , a partir do eixo z positivo vemos que φ varia de 0 (no eixo z
positivo) até π/2 (no plano xy): 0 ≤ φ ≤ π/2. Considerando um ponto P no interior de W e a
semirreta OP , vemos que ela entra em W na origem onde ρ = 0 e sai de W em um ponto da esfera
x2 + y 2 + z 2 = 1 onde ρ = 1. Logo, 0 ≤ ρ ≤ 1.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 100

Assim, W transforma-se em: 


 0 ≤ θ ≤ π/2
Wρφθ : 0 ≤ φ ≤ π/2 .

0≤ρ≤1
1 1
Como o integrando transforma-se em então:
1+ x2 + y2 + z 2 1 + ρ2
ZZZ
1
I= · ρ2 sen φ dρdφdθ =
1 + ρ2
Wρφθ

Z 1 Z π/2 Z π/2 Z 1 Z π/2


ρ2 π ρ2
= sen φ dθdφdρ = sen φ dφdρ =
0 1 + ρ2 0 0 2 0 1 + ρ2 0
h iπ/2 Z 1 Z 1
π ρ2 π 1 + ρ2 − 1
= − cos φ dρ = dρ =
2 0 0 1 + ρ2 2 0 1 + ρ2
Z 1   h i1
π 1 π π
= 1− dρ = ρ − arctg ρ = (1 − arctg 1) =
2 0 1 + ρ2 2 0 2
 
π π π
= 1− = (4 − π) .
2 4 8

b) Temos, √
Z 3Z √
9−x2Z 9−x2 −y 2 ZZZ
I= xz dzdydx = xz dxdydz
0 0 0
W

onde n √ p o
W = (x, y, z) ∈ R3 ; 0 ≤ x ≤ 3 , 0 ≤ y ≤ 9 − x2 , 0 ≤ z ≤ 9 − x2 − y 2
| {z }
D
ou n p o
W = (x, y, z) ∈ R3 ; (x, y) ∈ D e 0 ≤ z ≤ 9 − x2 − y 2

0≤x≤√ 3
onde D : é a projeção de D no plano xy.
0 ≤ y ≤ 9 − x2

y z

3 Sai em y = 9 − x2

D
3 y
D
3
3 x
x
Entra em y = 0

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 5 101

Considerando um ponto P pno interior de W e uma reta paralela ao eixo z, passando por P e levando
em contapque 0 ≤ z ≤ 9 − x2 − y 2 , concluı́mos que a reta entra em W em z = 0 e sai de W
em z = 9 − x2 − y 2 ou x2 + y 2 + z 2 = 9, com z ≥ 0. Logo, W é limitado superiormente pela
semiesfera superior e limitado inferiormente pelo plano z = 0.

3
3 y
x

Passando para coordenadas esféricas temos:



 0 ≤ θ ≤ π/2
Wρφθ : 0 ≤ φ ≤ π/2

0≤ρ≤3
e
xz = (ρ sen φ cos θ)(ρ cos φ) = ρ2 sen φ cos φ cos θ .
Então, ZZZ
 
I= ρ2 sen φ cos φ cos θ ρ2 sen φ dρdφdθ =
Wρφθ
ZZZ
= ρ4 sen2 φ cos φ cos θ dρdφdθ =
Wρφθ

Z 3 Z π/2 Z π/2
4 2
= ρ sen φ cos φ cos θ dθdφdρ =
0 0 0
h iπ/2 Z 3 Z π/2 h iπ/2 Z 3
4 2 sen3 φ
= sen θ ρ sen φ cos φ dφdρ = ρ4 dρ =
0 0 0 3 0 0
| {z }
=1
h i3
1 ρ5 81
= = .
3 5 0 5

UFF IME - GMA


Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Módulo 6


Aula 11 – Curvas Parametrizadas

Objetivo
• Parametrizar curvas planas e espaciais.

Parametrização de curvas

Parametrizar uma curva C ⊂ Rn (n = 2 ou 3) consiste em apresentar uma função vetorial


σ : I ⊂ R → Rn (n = 2 ou 3), onde I é um intervalo e σ(I) = C.

σ σ(t)

t C

x
I

Exemplo 1

Sendo A, B ∈ Rn (n = 2 ou 3), parametrize o segmento de reta C de extremidade inicial A e final B.

Solução:
−→ −−→ −→
Se P ∈ C, então OP = OB + tAB , 0 ≤ t ≤ 1 ou P − 0 = B − 0 + t(B − A) , 0 ≤ t ≤ 1 ou
P = B + t(B − A) , 0 ≤ t ≤ 1. Logo, uma parametrização do segmento C é dada por

σ(t) = B + t(B − A) , 0 ≤ t ≤ 1 .
Cálculo III-A Módulo 6 2

Exemplo 2

Seja C ⊂ plano xy, o gráfico de uma função y = f (x) , x ∈ I.

(x, f (x)) C

x x
I

Então, uma parametrização de C é dada por

σ(t) = (t, f (t)) , t ∈ I .

Exemplo 3

Seja C a circunferência x2 + y 2 = a2 , a > 0; P = (x, y) ∈ C e t o ângulo em radianos entre o eixo


positivo x e a semirreta OP .

y
C
a
P
a
t y
x a x

Observe que quando t aumenta de 0 a 2π, o ponto P = (x, y) = (a cos t, a sen t) se move, uma vez
sobre C no sentido anti-horário a partir do ponto (a, 0). Logo, uma parametrização de C é

σ1 (t) = (a cos t, a sen t) , 0 ≤ t ≤ 2π .

Observe que σ2 (t) = (a sen t, a cos t) , 0 ≤ t ≤ 2π é também uma parametrização de C, pois


x2 + y 2 = a2 . Neste caso, quando t aumenta de 0 a 2π, o ponto P se move uma vez ao longo de
C no sentido horário, a partir do ponto (0, a).

Observe que σ3 (t) = (a cos(2π − t), a sen(2π − t)) = (a cos t, −a sen t) , 0 ≤ t ≤ 2π é outra
parametrização de C, e P se move ao longo de C no sentido horário a partir do ponto (a, 0).

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 6 3

Exemplo 4

Seja a circunferência C : (x − x0 )2 + (y − y0 )2 = a2 , de centro (x0 , y0 ) e raio a. Efetuando uma


mudança de variáveis u = x − x0 e v = y − y0 , temos

u2 + v 2 = a2

que é uma circunferência no plano uv, de centro (0, 0) e raio a. Logo,


(
u = a cos t
, 0 ≤ t ≤ 2π .
v = a sen t

Substituindo acima, temos (


x = x0 + a cos t
, 0 ≤ t ≤ 2π .
y = y0 + a sen t
Assim, uma parametrização diferenciável de C é dada por

σ(t) = (x0 + a cos t, y0 + a sen t) , 0 ≤ t ≤ 2π .

Exemplo 5
(x−x0 )2 (y−y0 )2 x−x0 y−y0
Seja uma elipse C : a2
+ b2
= 1. Fazendo u = a
ev= b
, mostramos que

σ(t) = (x0 + a cos t, y0 + b sen t) , 0 ≤ t ≤ 2π

é uma parametrização de C.

Exemplo 6

Seja C uma curva do espaço dada pela interseção do cilindro x2 + y 2 = 1 com o plano x + z = 2.

a) Esboce C.
b) Apresente uma parametrização diferenciável para C. z
Solução:

a) Inicialmente, façamos o esboço do cilindro


x2 + y 2 = 1. Desenhemos, no plano xy, a cir-
cunferência x2 + y 2 = 1. Pelos pontos (1, 0, 0),
(−1, 0, 0), (0, 1, 0) e (0, −1, 0) tracemos para-
lelas ao eixo z. (−1, 0, 0)

(0, −1, 0)
(0, 1, 0) y
(1, 0, 0)

x
UFF IME - GMA
Cálculo III-A Módulo 6 4

Para esboçar o plano x + z = 2, traçamos a reta x + z = 2 no plano xz. Observe que a equação do
plano não contém a variável y. Por isso, por pontos da reta traçamos paralelas ao eixo y.

y
2

Agora, juntemos as duas figuras, procurando destacar alguns pontos de interseção. A reta x + z = 2
intercepta o cilindro nos pontos A1 e A2 . Por outro lado, a reta do plano, paralela ao eixo y, passando
por (0, 0, 2), intercepta o cilindro nos pontos B1 e B2 . A curva C passa por A1 , B1 , A2 e B2 .

z
A2

B1
2 B2

A1

1
1 y
2

b) Seja (x, y, z) ∈ C. Logo, x e y satisfazem x2 +y 2 = 1. Assim, x = cos t , y = sen t , 0 ≤ t ≤ 2π.


Como z = 2 − x, então z = 2 − cos t. Logo,

σ(t) = (cos t, sen t, 2 − cos t) , 0 ≤ t ≤ 2π

é uma parametrização de C.

Exemplo 7

Seja C a curva no espaço representada pela função vetorial σ(t) = (a cos t, a sen t, bt) , 0 ≤ t ≤ 4π ,
a > 0, b > 0. Esboce C, dita hélice circular.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 6 5

Solução:

De x = a cos t , y = a sen t, temos x2 + y 2 = a2 . Isso significa que C está contida no cilindro


x2 + y 2 = a2 . Como z = bt, quando t vai de 0 a 4π, o ponto (x, y, z) percorre a hélice contida no
cilindro.
z
C

(a, 0, 4π)

a y
a
x

Aula 12 – Integral de Linha de Campo Escalar

Objetivo
• Compreender e noção de integral de linha de campo escalar;

• Estudar algumas propriedades.

Nesta aula definiremos uma integral similar a uma integral definida. Sejam dados um campo es-
calar em R3 ou uma função real de três variáveis f : R3 → R e uma curva C em R3 , dada por
σ(t) = (x(t), y(t), z(t)) , t ∈ [a, b], com σ de classe C 1 .
z
a = t0 σ(ti−1 )
σ(ti )
∆t
ti−1 σ σ(ti∗ )
ti

ti∗
C
b = tn y

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Cálculo III-A Módulo 6 6

Dividimos o intervalo [a, b] em n subintervalos Ii , i = 1, · · · , n, de mesmo comprimento


∆t = b−a
n
. Logo, a curva C fica dividida em n subarcos de comprimento ∆s1 , ∆s2 , · · · , ∆sn , onde
∆si ≃ kσ ′ (t∗i )k ∆t para algum t∗i ∈ Ii . Formemos a soma
n
X n
X
f (σ(t∗∗
i )) ∆si = f (σ(t∗∗ ′ ∗
i )) kσ (ti )k ∆t ,
i=1 i=1

Definimos a integral de linha de f sobre C por


Z Z n
X
f ds = f (x, y, z) ds = lim f (σ(t∗∗ ′ ∗
i )) kσ (ti )k ∆t
n→∞
C C i=1

se o limite existir.
OBS.:

1) Se f é uma função contı́nua, então o limite existe e portanto


Z Z b
f (x, y, z) ds = f (σ(t)) kσ ′ (t)k dt = =
a | {z }
C ds
Z b q
f (x(t), y(t), z(t)) (x′ (t))2 + (y ′(t))2 + (z ′ (t))2 dt .
a

2) Se f (x, y) é uma função contı́nua em R2 e C uma curva em R2 ,


dada por σ(t) = (x(t), y(t)) , t ∈ [a, b], com σ de classe C 1 ,
então definimos
Z Z Z b
f ds = f (x, y) ds = f (σ(t)) kσ ′ (t)k dt =
a | {z }
C C ds
Z b q
= f (x(t), y(t)) (x′ (t))2 + (y ′(t))2 dt .
a

3) Se f (x, y) = 1 (ou f (x, y, z) = 1), então


Z
f ds = comprimento de C .
C

C− B

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Cálculo III-A Módulo 6 7

4) A integral de linha de um campo escalar f não depende da pa-


rametrização de C e nem de sua orientação, isto é, denotando
por C − a curva C percorrida em outro sentido, então
Z Z
f ds = f ds .
C− C

5) Se C é uma curva dada por uma parametrização


σ : [a, b] → Rn (n = 2 ou 3), C 1 por partes, isto é, σ é
contı́nua e existe uma partição
a = t0 < t1 < ... < tn = b de
[a, b] de modo que σi = σ [ti−1 , ti ] é de classe C 1 , i = 1, · · · , n,
então Z n Z
X
f ds = f ds
C i=1 C
i

onde Ci = σi ([ti−1 , ti ]).

C1 C3
C2

Exemplo 1

Seja C aZ interseção do cilindro parabólico x = y 2 com a parte do plano z = y, tal que 0 ≤ y ≤ 1.


Calcule y ds.
C

Solução:

Façamos y = t. Logo, x = t2 e z = t. Como 0 ≤ y ≤ 1, então 0 ≤ t ≤ 1. Assim, uma


parametrização de C é dada√ por σ(t) = (t2 , t,
√t) , 0 ≤ t ≤ 1, logo σ (t) = (2t, 1, 1). Como,

ds = kσ (t)k dt, então ds = 4t2 + 1 + 1 dt = 2 + 4t2 dt. Logo,


Z Z 1 √ Z 1
1/2
y ds = 2
t 2 + 4t dt = 2 + 4t2 t dt .
0 0
C

d(2+4t2 )
Observe que d(2 + 4t2 ) = 8t dt, portanto t dt = 8
. Logo,

Z Z 1
1 2 1/2 2 1 2 2 3/2
1
1
 1
√ √ 
y ds = 8
(2 + 4t ) d(2 + 4t ) = 8
· (2 + 4t )
3 = 12
63/2 − 23/2 = 6
3 6− 2 .
0 0
C

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Cálculo III-A Módulo 6 8

Exemplo 2
Z
Calcule x ds, onde C é formado pelo segmento de reta C1 de (0, 2) a (0, 1), seguido do arco C2
C
da parábola y = 1 − x2 de (0, 1) a (1, 0).

Solução:

O esboço de C está representado na figura que se segue.


y
2
C1

1
C2

1 x

Como C = C1 ∪ C2 , temos:
Z Z Z Z Z
x ds = x ds + x ds = x ds + x ds .
C C1 C2 C1− C2
Z
Cálculo de x ds
C1−

Uma parametrização de C1− é dada por σ(t) = (0, t) , 1 ≤ t ≤ 2. Logo, σ ′ (t) = (0, 1), logo
kσ ′ (t)k = 1 e, portanto, ds = kσ ′ (t)k dt = dt.

Assim, Z Z 2
x ds = 0 dt = 0 .
1
C1−
Z
Cálculo de x ds
C2

C2 é dada por σ(t) = (t, 1 − t2 ) , 0 ≤ t ≤ 1, portanto σ ′ (t) = (1, −2t).


Uma parametrização de √
Logo ds = kσ (t)k dt = 1 + 4t2 dt. Então,

Z Z 1 √ Z 1
1/2
x ds = 2
t 1 + 4t dt = 1 + 4t2 dt .
0 0
C2

d(1+4t2 )
Observe que t dt = 8
. Logo,
Z Z 1
1 1/2 1 3/2
1 √ 
· 32 (1 + 4t2 ) 1

x ds = 8
(1 + 4t2 ) d(1 + 4t2 ) = 8 = 12
5 5−1 .
0 0
C2

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Cálculo III-A Módulo 6 9

Portanto, Z
1  √ 
x ds = 5 5−1 .
12
C

Exemplo 3

Seja a curva
Z C obtida como interseção da semiesfera x2 + y 2 + z 2 = 4 , y ≥ 0 com o plano x + z = 2.
Calcule f (x, y, z) ds, onde f (x, y, z) é dada por f (x, y, z) = xy.
C

Solução:

O esboço de C é:

z
2

2 y
2

Seja (x, y, z) ∈ C. Então x2 + y 2 + z 2 = 4 , y ≥ 0 e x + z = 2. Logo, x2 + y 2 + (2 − x)2 = 4 , y ≥ 0


2
ou 2x2 − 4x + y 2 = 0 , y ≥ 0 ou 2(x − 1)2 + y 2 = 2 , y ≥ 0 ou (x − 1)2 + y2 = 1 , y ≥ 0. Logo, a

projeção de C sobre o plano xy é a semi-elipse de centro (1, 0) e semi-eixos 1 e 2 . Então,


 x = 1 + cos t
 √
y = 2 sen t .


 z = 2 − (1 + cos t) = 1 − cos t


Como y ≥ 0, 2 sen t ≥ 0, portanto 0 ≤ t ≤ π. Logo, uma parametrização para C é dada por
 √ 
σ(t) = 1 + cos t, 2 sen t, 1 − cos t , 0 ≤ t ≤ π .

Temos  √ 

σ (t) = − sen t, 2 cos t, sen t
portanto √ √
ds = kσ ′ (t)k dt = sen2 t + 2 cos2 t + sen2 t dt = 2 dt .

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Cálculo III-A Módulo 6 10

Então,
Z Z Z π Z π
√ √
f (x, y, z) ds = xy ds = (1 + cos t) 2 sen t 2 dt = 2 (sen t + sen t cos t) dt
0 0
C C
h iπ
sen2 t
= 2 − cos t + 2
0

= 4.

Exercı́cio 1: Apresente uma parametrização diferenciável para as seguintes curvas planas:

a) C é o segmento de (1, 2) a (−2, 8).

b) C é a parte da parábola y = 3x2 de (−1, 3) a (2, 12).

c) C é o gráfico de y 3 = x de (0, 0) a (1, 1).

d) C é a elipse 3x2 + 8y 2 = 24.

e) C é o gráfico de x2/3 + y 2/3 = 1.

f) C é o arco de circunferência x2 + y 2 = 4, com x ≥ 0.

g) C é a curva 2x2 + 2y 2 − 6x + 4y − 16 = 0.

h) C é a curva 16x2 + 9y 2 + 64x − 18y − 71 = 0.

Exercı́cio 2: Apresente uma parametrização diferenciável para a curva C em R3 , interseção das


superfı́cies dadas por

a) x2 + y 2 = 1 e y + z = 2.

b) x2 + y 2 = 4 e x2 + z 2 = 4, situada no primeiro octante.

c) 4x2 + 9y 2 = 36 e x + z = 1.

d) x2 + y 2 + z 2 = 4 e x + y = 1.
√ 
e) x2 + y 2 = z 2 , z ≥ 0 e x = y 2 do ponto (0, 0, 0) a 1, 1, 2 .

f) z = 1 − y 2 , z ≥ 0 e 2x + 3z = 6 de (3, 1, 0) a (3, −1, 0).

g) z = 3x2 + y 2 e z + 6x = 9.

h) (x − 1)2 + y 2 = 1 e x2 + y 2 + z 2 = 4, com z ≥ 0.

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Cálculo III-A Módulo 6 11

Z

− −
→ →

Exercı́cio 3: Calcule (xy + y + z) ds ao longo da curva →

r (t) = 2t i + t j + (2 − 2t) k ,
C
com 0 ≤ t ≤ 1.

Z √
Exercı́cio 4: Calcule (x + 4y) ds, onde C é o triângulo de vértices (0, 0), (1, 0) e (0, 1).
C

Z

Exercı́cio 5: Calcule a integral x2 + y 2 ds, onde C é a quarta parte da circunferência
C
x2 + y 2 + z 2 = 4, y = x, situada no primeiro octante.

Z √
Exercı́cio 6: Calcule a integral 3xyz ds, onde C é a curva de interseção das superfı́cies
C
x2 + y 2 + z 2 = 16, x2 + y 2 = 4, situada no primeiro octante.

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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Módulo 6 – Tutor


Exercı́cio 1: Apresente uma parametrização diferenciável para as seguintes curvas planas:

a) C é o segmento de (1, 2) a (−2, 8).

b) C é a parte da parábola y = 3x2 de (−1, 3) a (2, 12).

c) C é o gráfico de y 3 = x de (0, 0) a (1, 1).

d) C é a elipse 3x2 + 8y 2 = 24.

e) C é o gráfico de x2/3 + y 2/3 = 1.

f) C é o arco de circunferência x2 + y 2 = 4, com x ≥ 0.

g) C é a curva 2x2 + 2y 2 − 6x + 4y − 16 = 0.

h) C é a curva 16x2 + 9y 2 + 64x − 18y − 71 = 0.

Solução:

a) Uma parametrização do segmento de reta que liga o ponto A ao ponto B é:




r (t) = A + t(B − A) , com 0 ≤ t ≤ 1 .

Considerando A = (1, 2) e B = (−2, 8), temos




r (t) = (1, 2) + t ((−2, 8) − (1, 2)) = (1, 2) + t(−3, 6) = (1 − 3t, 2 + 6t) , com 0 ≤ t ≤ 1 .

b) Se fizermos o parâmetro ser t = x, então temos as equações x = t, y = 3t2 , com −1 ≤ t ≤ 2.


Então, uma parametrização de C é dada por:

−r (t) = t, 3t2 , com − 1 ≤ t ≤ 2 .


c) Se fizermos o parâmetro ser t = y, temos as equações x = t3 e y = t, com 0 ≤ t ≤ 1. Então,


uma parametrização de C é dada por:

−r (t) = t3 , t , com 0 ≤ t ≤ 1 .


x2 y2
d) Temos que 3x2 + 8y 2 = 24, se, e somente se, + = 1 (elipse de centro (0, 0) com semieixos
√ √ 8 3
a = 2 2 e b = 3).
Cálculo III-A Módulo 6 – Tutor 2

x2 y2
Lembrando que uma parametrização da elipse 2 + 2 = 1, no sentido anti-horário é dada por
a b


r (t) = (a cos t , b sen t), com 0 ≤ t ≤ 2π, então uma parametrização de C é dada por:
 √ √



r (t) = 2 2 cos t , 3 sen t , com 0 ≤ t ≤ 2π .

e) Fazendo u = x1/3 e v = y 1/3 e substituindo em x2/3 + y 2/3 = 1 obtemos u2 + v 2 = 1, que


é uma circunferência, no plano uv, de centro (0, 0) e raio 1. Logo, u = cos t e v = sen t, com
0 ≤ t ≤ 2π. Voltando para as variáveis originais, temos x1/3 = cos t, y 1/3 = sen t, 0 ≤ t ≤ 2π,
portanto x = cos3 t, y = sen3 t, com 0 ≤ t ≤ 2π. Assim, uma parametrização diferenciável de C é
dada por:


r (t) = cos3 t , sen3 t , com 0 ≤ t ≤ 2π .


f) O esboço de C está representado na figura que se segue.

C
2

2 x

−2

Temos x = 2 cos t, y = 2 sen t. Como x ≥ 0 então 2 cos t ≥ 0, portanto −π/2 ≤ t ≤ π/2. Logo,
uma parametrização diferenciável de C no sentido anti-horário é dada por:


r (t) = (2 cos t , 2 sen t) , com − π/2 ≤ t ≤ π/2 .

g) Completando quadrados em 2x2 + 2y 2 − 6x + 4y − 16 = 0 temos:

2x2 − 6x + 2y 2 + 4y = 16 ⇔ x2 − 3x + y 2 + 2y = 8 ⇔
9 9
⇔ x2 − 3x + + y 2 + 2y + 1 = 8 + +1 ⇔
4 4
2
3 45

⇔ x− + (y + 1)2 =
2 4

3 3 5
 
que é uma circunferência de centro , −1 e raio .
2 2

Então, uma parametrização diferenciável de C é dada por:


 √ √ 

− 3 3 5 3 5
r (t) = + cos t , −1 + sen t , com 0 ≤ t ≤ 2π .
2 2 2

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Cálculo III-A Módulo 6 – Tutor 3

h) Completando quadrados em 16x2 + 9y 2 + 64x − 18y − 71 = 0, temos

16 (x2 + 4x) + 9 (y 2 − 2y) = 71 ⇔

⇔ 16 (x2 + 4x + 4) + 9 (y 2 − 2y + 1) = 71 + 64 + 9 ⇔
16 9
⇔ 16 (x + 2)2 + 9 (y − 1)2 = 144 ⇔ (x + 2)2 + (y − 1)2 = 1 ⇔
144 144
(x + 2)2 (y − 1)2
⇔ + =1
9 16

que é uma elipse de centro (−2, 1) e semieixos a = 3 e b = 4.

Então, uma parametrização de C é dada por:




r (t) = (−2 + 3 cos t , 1 + 4 sen t) , com 0 ≤ t ≤ 2π .

Exercı́cio 2: Apresente uma parametrização diferenciável para a curva C em R3 , interseção das


superfı́cies dadas por

a) x2 + y 2 = 1 e y + z = 2.

b) x2 + y 2 = 4 e x2 + z 2 = 4, situada no primeiro octante.

c) 4x2 + 9y 2 = 36 e x + z = 1.

d) x2 + y 2 + z 2 = 4 e x + y = 1.
√ 
e) x2 + y 2 = z 2 , z ≥ 0 e x = y 2 do ponto (0, 0, 0) a 1, 1, 2 .

f) z = 1 − y 2 , z ≥ 0 e 2x + 3z = 6 de (3, 1, 0) a (3, −1, 0).

g) z = 3x2 + y 2 e z + 6x = 9.

h) (x − 1)2 + y 2 = 1 e x2 + y 2 + z 2 = 4, com z ≥ 0.

Solução:

a) A curva C é a interseção do cilindro x2 + y 2 = 1 com o plano y + z = 2, cujo esboço está na


figura que se segue:

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Cálculo III-A Módulo 6 – Tutor 4

x
y

Como a projeção de C sobre o plano xy é a circunferência x2 + y 2 = 1, então x = cos t e y = sen t,


com 0 ≤ t ≤ 2π. Como y + z = 2 então z = 2 − y = 2 − sen t. Assim, uma parametrização de C é
dada por:


r (t) = (cos t , sen t , 2 − sen t) , com 0 ≤ t ≤ 2π .
Observe que com esta parametrização C está orientada no sentido anti-horário quando vista de cima.

b) A curva C é a interseção, no primeiro octante, dos cilindros x2 + y 2 = 4 e x2 + z 2 = 4, cujo


esboço está representado na figura que se segue.

z
2

2 2
x
y

A projeção de C sobre o plano xy é o arco da circunferência x2 + y 2 = 4 com x ≥ 0 e y ≥ 0. Logo,


x = 2 cos t e y = 2 sen t. Como x ≥ 0 e y ≥ 0, então 0 ≤ t ≤ π/2. Como x2 + z 2 = 4, com z ≥ 0,
então: √ √ √
z = 4 − x2 = 4 − 4 cos2 t = 4 sen2 t = 2 |sen t| = 2 sen t
pois 0 ≤ t ≤ π/2.

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Cálculo III-A Módulo 6 – Tutor 5

Assim, uma parametrização de C é dada por:




r (t) = (2 cos t , 2 sen t , 2 sen t) , com 0 ≤ t ≤ π/2 .

x2 y2
c) A projeção de C sobre o plano xy é a elipse 4x2 + 9y 2 = 36 ou + = 1, onde a = 3 e b = 2.
9 4
Então, x = 3 cos t e y = 2 sen t, com 0 ≤ t ≤ 2π. Como z = 1 − x então z = 1 − 3 cos t e, assim,
uma parametrização de C é dada por:


r (t) = (3 cos t , 2 sen t , 1 − 3 cos t) , com 0 ≤ t ≤ 2π .

d) Temos,
x2 + y 2 + z 2 = 25 , x + y = 1 ⇔ x2 + (1 − x)2 + z 2 = 25 ⇔

⇔ x2 + 1 − 2x + x2 + z 2 = 25 ⇔ 2x2 − 2x + z 2 = 24 ⇔
1 1
 
⇔ 2 (x2 − x) + z 2 = 24 ⇔ 2 x2 − x + + z 2 = 24 + ⇔
4 2
 2
1
x−
1 2 49 2 z2
 
⇔ 2 x− + z2 = ⇔ 49
+ 49 = 1 .
2 2
4 2
 2
1
x− √
2 z2 7 7 2
Assim, a projeção de C sobre o plano xz é a elipse 49
+ 49 = 1 com a = , b = . Logo,
2 2
√ 4 2
1 7 7 2
x= + cos t e z = sen t, 0 ≤ t ≤ 2π.
2 2 2
1 7 1 7
 
Como x + y = 1 então y = 1 − x = 1 − + cos t = − cos t. Portanto, uma parametrização
2 2 2 2
de C é dada por:
 √ 

− 1 7 1 7 7 2
r (t) = + cos t , − cos t , sen t , com 0 ≤ t ≤ 2π
2 2 2 2 2

e) Se fizermos o parâmetro ser t = y, então temos as equações x = t2 e y = t, com 0 ≤ t ≤ 1.


Como x2 + y 2 = z 2 , com z ≥ 0, então:
p √ p √ √
z = x2 + y 2 = t4 + t2 = t2 (t2 + 1) = |t| t2 + 1 = t t2 + 1

pois 0 ≤ t ≤ 1.

Então, uma parametrização diferenciável de C é dada por:





2
√ 
r (t) = t , t , t t + 1 , com 0 ≤ t ≤ 1 .
2

f) O esboço de C está representado na figura que se segue.

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Cálculo III-A Módulo 6 – Tutor 6

C
−1

1
y

3
x

Se fizermos o parâmetro ser t = −y temos as equações y = −t e z = 1 − t2 , com −1 ≤ t ≤ 1.


6 − 3z 6 − 3 + 3t2 3 + 3t2
Como 2x + 3z = 6, então x = = = . Logo, uma parametrização de C é
2 2 2
dada por:

− 3 + 3t2
 
r (t) = , −t , 1 − t2 , com − 1 ≤ t ≤ 1 .
2

g) Temos,
z = 3x2 + y 2 e z + 6x = 9 ⇔ 3x2 + y 2 = 9 − 6x ⇔

⇔ 3x2 + 6x + y 2 = 9 ⇔ 3 (x2 + 2x) + y 2 = 9 ⇔

⇔ 3 (x2 + 2x + 1) + y 2 = 9 + 3 ⇔ 3(x + 1)2 + y 2 = 12 ⇔


(x + 1)2 y2
⇔ + = 1.
4 12
(x + 1)2 y2 √
Logo, a projeção de C sobre o plano xy é a elipse + = 1 onde a = 2, b = 2 3 e o centro
√ 4 12
é (−1, 0). Logo, x = −1 + 2 cos t e y = 2 3 sen t, com 0 ≤ t ≤ 2π. Como z = 9 − 6x então
z = 9 − 6(−1 + 2 cos t) = 15 − 12 cos t. Assim, uma parametrização de C é dada por:



 √ 
r (t) = −1 + 2 cos t , 2 3 sen t , 15 − 12 cos t , com 0 ≤ t ≤ 2π .

h) A projeção de C sobre o plano xy é a circunferência (x − 1)2 + y 2 = 1 ( ou x2 + y 2 = 2x). Logo,


x = 1 + cos t e y = sen t, com 0 ≤ t ≤ 2π. Como x2 + y 2 + z 2 = 4, com z ≥ 0, então:
p √ p √ √
z = 4 − x2 − y 2 = 4 − 2x = 4 − 2 (1 + cos t) = 4 − 2 − 2 cos t = 2 − 2 cos t =
q q
p t t t t
= 2 (1 − cos t) = 2 · 2 sen2 = 4 sen2 = 2 sen = 2 sen

2 2 2 2

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Cálculo III-A Módulo 6 – Tutor 7

pois 0 ≤ t ≤ 2π portanto 0 ≤ t/2 ≤ π.

Então, uma parametrização de C é dada por:




 
t
r (t) = 1 + cos t , sen t , 2 sen , com 0 ≤ t ≤ 2π .
2


− −
→ →

Z
Exercı́cio 3: Calcule (xy + y + z) ds ao longo da curva →

r (t) = 2t i + t j + (2 − 2t) k ,
C
com 0 ≤ t ≤ 1.

− √ −
→′

Solução: Temos r ′ (t) = (2, 1, −2), portanto k−

r (t)k = 4 + 1 + 4 = 3. Como ds = r (t) dt,
então ds = 3 dt. Então,
Z Z 1 Z 1
2
2t2 − t + 2 dt =
 
(xy + y + z) ds = 2t + t + 2 − 2t 3 dt = 3
0 0
C
i1
2t3 t2 2 1 13
h  
=3 − + 2t = 3 − +2 = .
3 2 0 3 2 2

Z √
Exercı́cio 4: Calcule (x + 4y) ds, onde C é o triângulo de vértices (0, 0), (1, 0) e (0, 1).
C

Solução: O esboço de C está representado na figura que se segue.

y
1
C2
x+y =1

C3

C1 1 x

A curva C é a região das curvas C1 , C2 e C3 . Logo,


√ √ √ √
Z Z Z Z
(x + 4 y) ds = (x + 4 y) ds + (x + 4 y) ds + (x + 4 y) ds .
C C1 C2 C3



Uma parametrização de C1 é −
→ r (t) = (t, 0), com t ∈ [0, 1]. Logo, r ′ (t) = (1, 0), portanto


ds = r ′ (t) dt = dt. Portanto:
Z

Z 1  √  Z 1 h 2 i1
t 1
(x + 4 y) ds = t + 4 0 dt = t dt = = .
0 0 2 0 2
C1

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Cálculo III-A Módulo 6 – Tutor 8


→ →′

Uma parametrização de C 2 é r (t) = (1 − t, t), com 0 ≤ t ≤ 1. Logo, r (t) = (−1, 1), e portanto

→′

ds = r (t) dt = 2 dt. Assim,
1
Z 1 √ √ √


Z
t2 2t3/2
(x + 4 y) ds = 1−t+4 t 2 dt = 2 t − + 4 · =
0 2 3
0
C2

√  1 8

19 2
= 2 1− + = .
2 3 6


Uma parametrização
− de C3 é −

r (t) = (0, 1 − t), com 0 ≤ t ≤ 1. Logo, r ′ (t) = (0, −1), e portanto


ds = r ′ (t) dt = dt. Portanto:

Z Z
2 1
0 + 4(1 − t)1/2 dt = −4 · (1 − t)3/2 0 =

(x + 4 y) ds =
3
C3 C3

8 8
= − (0 − 1) = .
3 3
Logo, √
Z
√ 1 19 2 8 19
 √ 
(x + 4 y) ds = + + = 1+ 2 .
2 6 3 6
C

Z
x2 + y 2 ds, onde C é a quarta parte da circunferência

Exercı́cio 5: Calcule a integral
C
x2 + y 2 + z 2 = 4, y = x, situada no primeiro octante.

Solução: Temos,
x2 + y 2 + z 2 = 4 , e y = x , com x, y, z ≥ 0 ⇔

⇔ 2x2 + z 2 = 4 , com x, z ≥ 0 ⇔
x2 z2
⇔ + = 1 , com x, z ≥ 0 .
2 4
x2 z2 √
Logo, a projeção de C no plano xz é o arco da elipse + = 1 , com x , z ≥ 0. Assim x = 2 cos t
2 4
e z = 2 sen t, com 0 ≤ t ≤ π/2.

Como y = x então y = 2 cos t. Então uma parametrização de C é dada por:
√ √



r (t) = 2 cos t , 2 cos t , 2 sen t , com 0 ≤ t ≤ π/2 .

− √ √ 
Portanto, r ′ (t) = − 2 sen t , − 2 sen t , 2 cos t , portanto
√ √
ds = k− →
r (t)k dt = 2 sen2 t + 2 sen2 t + 4 cos2 t dt = 4 sen2 t + 4 cos2 t dt = 2 dt .
Assim, Z Z π/2 Z π/2
2 2 2 2
cos2 t dt =
 
x +y ds = 2 cos t + 2 sen t 2 dt = 8
0 0
C

1 sen 2t π/2 π
h i
=8· t+ = 4 · = 2π .
2 2 0 2

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Cálculo III-A Módulo 6 – Tutor 9

Z √
Exercı́cio 6: Calcule a integral 3xyz ds, onde C é a curva de interseção das superfı́cies
C
x2 + y 2 + z 2 = 16, x2 + y 2 = 4, situada no primeiro octante.

Solução: A projeção de C sobre o plano xy é a circunferência x2 + y 2 = 4. Logo, x = 2 cos t e


y = 2 sen t. Como C está no primeiro octante, entãopx , y , z ≥ 0. Logo, √ 0 ≤ t ≤ π/2.
√ Como
2 2 2 2 2
x + y + z = 16, z ≥ 0 e x + y = 4, então z = 16 − x − 2
√ y = 16 − 4 = 2 3. Assim,
2

uma parametrização de C é dada por →


−r (t) = 2 cos t, 2 sen t, 2 3 , com 0 ≤ t ≤ π/2. Logo,
→′
− −
→′

r (t) = (−2 sen t, 2 cos t, 0) e ds = r (t) dt = 4 sen2 t + 4 cos2 t dt = 2 dt. Portanto:
Z √ √ Z π/2  √  √ √ Z π/2
3 xyz ds = 3 (2 cos t) (2 sen t) 2 3 2 dt = 8 3 3 cos t sen t dt =
0 0
C
iπ/2
sen2 t
h
= 24 = 12 .
2 0

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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Lista 6


Exercı́cio 1: Apresente uma parametrização diferenciável para as seguintes curvas planas:

a) C = {(x, y) ∈ R2 | x = y 2 , 0 ≤ x ≤ 2}
b) C = {(x, y) ∈ R2 | x2 + y 2 = 4 , y ≥ 1}
c) C = {(x, y) ∈ R2 | x2 + y 2 + x + y = 0}
2
2 x
n o
2
d) C = (x, y) ∈ R | + y = 1,x ≥ 0
4

Solução:

a) O esboço de C está representado na figura que se segue.


2
C

2 x


Fazendo y = t temos que x = t2 . Como 0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ √ t2 ≤ 2 portanto 0 ≤ t ≤ 2. Portanto,
uma parametrização de C é γ(t) = (t2 , t), com 0 ≤ t ≤ 2 .

Esta parametrização
√ é diferenciável pois existe γ ′
(t) = (2t, 1) para todo t em [0, 2]. Observe que
γ1 (t) = t, t com 0 ≤ t ≤ 2 é também uma parametrização de C, mas não é diferenciável pois
não√existe
 γ (0). Observe também que essas parametrizações percorrem C da origem (0, 0) para

2, 2 .
Cálculo III-A Lista 6 87

√ √
b) Se x2 +y 2 = 4 e y ≥ 1 então C é um arco de circunferência de extremidades
 
3,1 e − 3,1 .
Sendo assim, o esboço de C está representado na figura que se segue.

C 2
γ(t) = (x, y)

1
y
t
x x

Adotando o ângulo t (em radianos) como parâmetros, temos que x = 2 cos t e y = 2 sen t.

Variação de t

Temos que t0 ≤ t ≤ t1 .

y y

2 C 2 C

1 1
1 t1
t0

3 x x
1 π π 5π
⇒ tg t0 = √ ⇒ t0 = ⇒ t1 = π − =
3 6 6 6

Logo π/6 ≤ t ≤ 5π/6. Assim, uma parametrização diferenciável de C é γ(t) = (2 cos t, 2 sen t),
com π/6 ≤ t ≤ 5π/6. Observe que essa parametrização percorre C no sentido anti-horário.

c) De x2 + y 2 + x + y = 0 temos:
1 1 2
x2 + x + + y2 + y + =
4 4 4
ou 2
1 21 1
  
x+ + y+ = .
2 2 2
  q √
Logo, C é uma circunferência de centro − 1 , − 1 e raio 1 = 2
.
2 2 2 2

Então, uma parametrização diferenciável de C no sentido anti-horário é


 √ √ 
γ(t) = − 1 + 2 cos t, − 1 + 2 sen t , com 0 ≤ t ≤ 2π.
2 2 2 2

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Cálculo III-A Lista 6 88

d) O esboço da semielipse C está representado na figura que se segue.

1 C

2 x

−1

Uma parametrização de C (no sentido anti-horário) é γ(t) = (2 cos t, sen t), com −π/2 ≤ t ≤ π/2.

Exercı́cio 2: Apresente uma parametrização diferenciável para as seguintes curvas no espaço:


a) C é o segmento de reta que liga o ponto (0, 1, 0) ao ponto (2, 3, 4).
b) C é a interseção do cilindro x2 + y 2 = 1 com o plano z = y − x.
c) C é a interseção do paraboloide z = x2 + y 2 com o plano z = y + 1.

Solução:

a) Sejam A e B pontos do espaço. Seja P = (x, y, z) pertencente ao segmento AB.

O y

x
−→ −→ −→ −→ −→ −→ −→
Então OP = OA + AP . Mas AP é um múltiplo escalar de AB, ou seja, AP = t · AB onde
0 ≤ t ≤ 1. Logo,
−→ −→ −→
γ(t) = OP = OA + tAB = (A − 0) + t(B − A) = A + t(B − A)

com 0 ≤ t ≤ 1, é a equação vetorial do segmento.

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Cálculo III-A Lista 6 89

No nosso caso, temos que A = (0, 1, 0) e B = (2, 3, 4). Portanto, uma parametrização do segmento
AB é:  
γ(t) = (0, 1, 0) + t (2, 3, 4) − (0, 1, 0) = (0, 1, 0) + t(2, 2, 4) =
= (2t, 1 + 2t, 4t)
com 0 ≤ t ≤ 1.

b) Seja P = (x, y, z) pertence à curva C. Logo, x e y satisfazem à equação x2 + y 2 = 1 portanto


x = cos t e y = sen t, com 0 ≤ t ≤ 2π. Como z = y − x, então z = sen t − cos t. Portanto, uma
parametrização de C é γ(t) = (cos t, sen t, sen t − cos t), com 0 ≤ t ≤ 2π.

1 2 5
 
c) De z = x2 + y 2 e z = y + 1 temos x2 + y 2 − y = 1 ou x2 + y − = . Logo, a projeção de
√ 2 4 √
1 2 5 5 1 5
 
2
C no plano xy é a circunferência x + y − = . Assim, x = cos t e y = + sen t, com
2 √ 4 2 2 2
3 5
0 ≤ t ≤ 2π. Como z = y + 1, então y = + sen t. Temos que,
2 2
√ √ √ 
5 1 5 3 5
γ(t) = cos t, + sen t, + sen t
2 2 2 2 2

com 0 ≤ t ≤ 2π.

Z
Exercı́cio 3: Calcule (x + y) ds, onde C consiste no menor arco de circunferência x2 + y 2 = 1 de
C
(1, 0) a (0, 1) e do segmento de reta de (0, 1) a (4, 3).

Solução: O esboço de C = C1 ∪ C2 está representado na figura que se segue.

(4, 3)
C2

(0, 1)
C1

(1, 0) x

Por propriedade da integral temos:


Z Z Z
(x + y) ds = (x + y) ds + (x + y) ds .
C C1 C2

Z
Cálculo de (x + y) ds
C1

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 6 90

Uma parametrização
′ de C1 p
é dada por γ1 (t) = (cos√ t, sen t), com 0 ≤ t ≤ π/2. Logo
′γ (t)

=
2 2 2 2
(− sen t, cos t) e γ1 (t) = (− sen t) + (cos t) = sen t + cos t = 1. Como ds = γ1 (t) dt
então ds = dt. Assim,
Z Z π/2 h iπ/2
(x + y) ds = (cos t + sen t) dt = sen t − cos t =
0 0
C1

= (1 − 0) − (0 − 1) = 2 .

Z
Cálculo de (x + y) ds
C2

Sejam A = (0, 1) e B = (4, 3). Uma parametrização de C2 =  segmento de reta AB é dada por
γ2 (t) = A + t(B − A), com 0 ≤ t ≤ 1 ou γ2 (t) = (0, 1) + t (4, 3) − √
(0, 1) = (0, 1) + t(4, 2) =
√ √
(4t, 1 + 2t), com 0 ≤ t ≤ 1. Logo γ ′
2 (t) = (4, 2) portanto γ2 (t) = 42 + 22 = 20 = 2 5 e


ds = γ2′ (t) dt = 2 5 dt. Então,
Z Z 1 √ √ Z 1
(x + y) ds = (4t + 1 + 2t)2 5 dt = 2 5 (6t + 1) dt =
0 0
C2
√ 1 √
= 2 5 [3t2 + t]0 = 8 5 .

Portanto: Z √
(x + y) ds = 2 + 8 5 .
C

R2
Exercı́cio 4: Seja C parte da curva interseção das superfı́cies x2 + y 2 + z 2 = R2 e x2 + y 2 = ,
Z √4
81 3
com R > 0, situada no primeiro octante. Determine o valor de R de modo que xyz ds = .
C 2

2 2 2 2 2 2 R2 3R2 2 3R
Solução: De x + y +z = R e x +y = temos z = , logo z = pois z ≥ 0. Isso
4 √ 4 2
3R
significa que a curva C está contida no plano horizontal z = .
2

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Cálculo III-A Lista 6 91

R

C
R 3
2 (x, y, z)

R/2

R/2 (x, y, 0) R
y
R

x
R2 R
Seja (x, y, z) ∈ C. Então x e y satisfazem a equação x2 + y 2 = , portanto x = cos t e
√ 4 2
R 3R
y= sen t. Como x ≥ 0 e y ≥ 0 temos 0 ≤ t ≤ π/2. Como z = , uma parametrização de C
2  √  2
R R 3R
é dada por γ(t) = cos t, sen t, , com 0 ≤ t ≤ π/2. Logo,
2 2 2

−R R
 
γ ′ (t) = sen t, cos t, 0
2 2
e r
′ R2 R2 R
γ (t) = sen2 t + cos2 t = .
4 4 2
Assim, R
ds = γ ′ (t) dt = dt .
2
Então, Z Z π/2  √ 
R R 3 R
 
xyz ds = cos t sen t R dt =
C 0 2 2 2 2
√ Z π/2 √ iπ/2 √
R4 3 R4 3 sen2 t R4 3
h
= cos t sen t dt = = .
16 0 16 2 0 32
Z √
81 3
Como xyz ds = então
C 2
√ √
R4 3 81 3
=
32 2
ou
R4 = 16 · 81 = 24 · 34
portanto R = 2 · 3 = 6.

Exercı́cio 5: Mostre que o momento de inércia de um fio homogêneo com a forma de uma circun-
M R2
ferência de raio R em torno de um diâmetro é igual a , onde M é a massa do fio.
2

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 6 92

Solução: Sem perda de generalidade, podemos considerar a circunferência de raio R, centrada em


(0, 0).

y
R C

R x

Então a equação de C é x2 + y 2 = R2 e, portanto, uma parametrização é γ(t) = (R cos t, R sen t),


com 0 ≤ t ≤ 2π.

Como o fio é homogêneo então a densidade é constante, isto é, δ(x, y) = k para todo (x, y) ∈ C.
Assim, da Fı́sica temos M = k× (comprimento de C) = k(2πR) = 2kπR. Considerando um
diâmetro no eixo x temos Z Z
Ix = y k ds = k y 2 ds
2

C C

onde p
ds = γ ′ (t) dt = (−R sen t, R cos t) dt = (−R sen t)2 + (R cos t)2 dt =
√ √
= R2 sen2 t + R2 cos2 t dt = R2 dt = R dt .
Então, Z 2π Z 2π i2π
31 sen 2t
h
2 3 2
Ix = k (R sen t) R dt = kR sen t dt = kR t− =
0 0 2 2 0

R2 M R2
= kπR3 = 2kπR · = .
2 2

Exercı́cio 6: Um arame tem a forma da curva obtida como interseção da semi-esfera x2 +y 2 +z 2 = 4,


y ≥ 0 com o plano x + z = 2. Sabendo-se que a densidade em cada ponto do arame é dada por
f (x, y, z) = xy, calcule a massa total do arame.

Solução:

a) A curva C está ilustrada na figura que se segue.

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Cálculo III-A Lista 6 93

z z

2 2

C C

2 y 2 y
2 2

x x
Seja (x, y, z) ∈ C. Então x2 + y 2 + z 2 = 4, y ≥ 0 e x + z = 2, logo x2 + y 2 + (2 − x)2 = 4, y ≥ 0
2
ou 2x2 − 4x + y 2 = 0, y ≥ 0 ou 2(x − 1)2 + y 2 = 2, y ≥ 0, ou (x − 1)2 + y2 = 1, y ≥ 0. Logo, a
2
projeção de C no plano xy é a semielipse (x − 1)2 + y2 = 1, y ≥ 0. Então

 x=√ 1 + cos t
y = 2 sen t
z = 2 − (1 + cos t) = 1 − cos t .


Como y ≥ 0, então 2 sen t ≥ 0 portanto 0 ≤ t ≤ π. Logo, uma parametrização para C é dada por

σ(t) = (1 + cos t, 2 sen t, 1 − cos t), 0 ≤ t ≤ π .
Temos √
σ ′ (t) = (− sen t, 2 cos t, sen t)
portanto √ √
ds = σ ′ (t) dt = sen2 t + 2 cos2 t + sen2 t dt = 2 dt .
Z Z
Como M = f (x, y, z) ds = xy ds, então
C C
Z π √ √ Z π
M= (1 + cos t) · 2 · sen t · 2 dt = 2 (sen t + sen t cos t) dt =
0 0
sen2 t π
h i
= 2 − cos t + = 4 u.m.
2 0

x2 y2
Exercı́cio 7: Achar a massa da elipse + = 1, situada no primeiro quadrante se a densidade
9 4
em cada ponto é igual ao produto das coordenadas do ponto.

Solução: A densidade δ(x, y) é dada por δ(x, y) = xy. Logo, a massa M é dada por
Z Z
M= δ(x, y) ds = xy ds
C C
onde C é parametrizada por:
γ(t) = (3 cos t , 2 sen t) , 0 ≤ t ≤ π/2

γ ′ (t) = (−3 sen t , 2 cos t)


′ √
γ (t) = 9 sen2 t + 4 cos2 t

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Cálculo III-A Lista 6 94

Então, Z Z π/2 √
M= xy ds = 6 cos t sen t 9 sen2 t + 4 cos2 t dt .
C 0
2 2
Fazendo u = 9 sen t + 4 cos t, tem-se:
du = (18 sen t cos t − 8 cos t sen t) dt = 10 cos t sen t dt .
Se t = 0 e t = π/2, tem-se u = 4 e u = 9, respectivamente. Então,
Z 9 i9
1/2 du 3 2 2
h
3/2
 38
M =6 u = · · u = 33 − 23 = u.m.
4 10 5 3 4 5 5

Exercı́cio 8: Deseja-se construir uma peça de zinco que tem a forma da superfı́cie do cilindro
x2 + y 2 = 4, compreendida entre os planos z = 0 e x + y + z = 2, com z ≥ 0. Se o metro quadrado
do zinco custa M reais, calcule o preço total da peça. Faça um esboço da mesma.

Solução:
z

z = 2 − x − y = f (x, y)

y
2

2
x
C (x, y, 0) 2
2 y C

Seja S a superfı́cie lateral de base C contida no plano xy e altura f (x, y) = 2 − x − y em cada


(x, y) ∈ C. Então Z Z
A(S) = f (x, y) ds = (2 − x − y) ds
C C
onde C é parametrizada por σ(t) = (2 cos t, 2 sen t), π/2 ≤ π ≤ 2π.

Assim, σ ′ (t) = (−2 sen t, 2 cos t) portanto ds = σ ′ (t) dt = 2 dt. Então,
Z 2π h i2π
A(S) = (2 − 2 cos t − 2 sen t)2 dt = 4 t − sen t + cos t =
π/2 π/2

π 3π
h  i  
= 4 (2π − 0 + 1) − −1+0 = 4 + 2 = 6π + 8 u.a.
2 2
Logo, o preço da peça é igual a (6π + 8)M reais.

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Cálculo III-A Lista 6 95

Exercı́cio 9: Calcule a massa de um arame cuja forma é dada pela curva interseção da porção da
esfera x2 + y 2 + z 2 = 2y, situada no primeiro octante com o plano z = y, supondo que a densidade
em um ponto P é proporcional ao quadrado da distância de P à origem.

Solução: De x2 + y 2 + z 2 = 2y e z = y, x ≥ 0, y ≥ 0, z ≥ 0, temos x2 + y 2 − 2y = 0, x ≥ 0 e
y ≥ 0 se, e somente se
2
1


1 2

1 x2 y−
2 2
x +2 y− = ⇔ 1 + 1 =1
2 2
2 4

com x ≥ 0 e y ≥ 0.

Logo, a projeção do arame C no plano xy é um quarto da elipse


1 2
 
x2 y−
2
1
+ 1
= 1,
2 4

2 1 1
com x ≥ 0 e y ≥ 0, cuja parametrização é dada por x(t) = cos t e y = + sen t, com
2 2 2
t ∈ [−π/2, π/2], pois x ≥ 0. Para encontrar uma parametrização de C utilizamos a equação do
plano z = y.

Temos, √ 
2 1 1 1 1
C : γ(t) = cos t, + sen t, + sen t
2 2 2 2 2
com t ∈ [−π/2 , π/2].

Assim,  √ 
′ 2 1 1
γ (t) = − sen t, cos t, cos t
2 2 2
portanto r √
′ 1 1 1 2
γ (t) = sen2 t + cos2 t + cos2 t = .
2 4 4 2

Logo, √
′ 2
ds = γ (t) dt =

dt .
2

A densidade em P = (x, y, z) é dada por


p 2
x2 + y 2 + z 2 = k x2 + y 2 + z 2 ,

δ(x, y, z) = k
Z
onde k > 0. Como M = δ(x, y, z) ds então:
C
Z Z
2 2 2

M =k x +y +z ds = 2k y ds =
C C
Z π/2 √ √ h iπ/2 √
1 1 2 2 2

= 2k + sen t dt = k t − cos t = kπ u.m.
−π/2 2 2 2 2 −π/2 2

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Cálculo III-A Lista 6 96

Exercı́cio 10: Calcule a primeira coordenada do centro de massa de um fio homogêneo que está ao

− √ → t4 −
− →
longo de uma curva γ(t) = t i + 2 2 t5/2 j + k , 0 ≤ t ≤ 2, se a densidade for δ(x, y, z) = 10x.
5 4


 
2 2 5/2 t4
Solução: De γ(t) = t, t , = (1, 2 t3/2 , t3 ), portanto obtemos γ ′ (t) =
temos que γ ′ (t)
5 4
√ q
1 + 2t + t = (1 + t3 )2 = 1 + t3 . Logo, ds = γ ′ (t) dt = 1 + t3 dt. A primeira coordenada

3 6

do centro de massa do fio homogêneo é dada por


Z
x ds
C
x=
L
onde L é o comprimento de C, isto é,
Z b 2
t4 2
Z h i
1 + t3 dt = t +
′ 
L= γ (t) dt =

= 6.
a 0 4 0

Por outro lado,


2 2
t5 2
Z Z Z h 2
t 32 42
i
3
t + t4 dt =
 
x ds = t 1+t dt = + =2+ = .
C 0 0 2 5 0 5 5

Logo,
42
5 7
x= = .
6 5

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Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Módulo 7


Aula 13 – Aplicações da Integral de Linha de Campo Escalar

Objetivo
• Apresentar uma interpretação geométrica.

• Apresentar algumas aplicações à Fı́sica.

Interpretação geométrica no plano

Seja f (x, y) ≥ 0 e contı́nua. Então o gráfico de f , Gf , está acima do plano xy.

(x, y, f (x, y)) Gf

S y
(x, y)
∆s

x
C

A partir daZcurva C ⊂ plano xy, construa a superfı́cie S de base C e “altura” f (x, y) em (x, y) ∈ C.
A integral f (x, y) ds representa a área de um lado da superfı́cie S.
C

Exemplo 1

A base de uma superfı́cie é dada por x2 + y 2 = 2 , x ≥ 0. Se a altura da superfı́cie em (x, y) é


f (x, y) = x, x ≥ 0, obter a área de um lado da superfı́cie.
Cálculo III-A Módulo 7 2

Solução:

O esboço de S é:
z

z = f (x, y) = x
S

√ √
2 2 y
(x, y)
x
Z Z
A área de um lado de S é dada por f (x, y) ds = x ds, onde C é parametrizado por
√ √  C C
σ(t) = 2 cos t, 2 sen t, , −π/2 ≤ t ≤ π/2 (pois x ≥ 0).
√ √  √ √
Se σ ′ (t) = − 2 sen t, 2 cos t , então kσ ′ (t)k = 2 sen2 t + 2 cos2 t = 2 portanto,

ds = kσ ′ (t)k dt = 2 dt .

Então Z Z π/2 √ √ π/2


x ds = 2 cos t 2 dt = 2 sen t = 4 u.a.

−π/2 −π/2
C

Interpretação Fı́sica

2
Se
Z δ(x, y) representa a densidade (massa por unidade de comprimento) de um arame C ⊂ R , então
δ(x, y) ds representa a massa total do arame:
C
Z
M= δ(x, y) ds .
C

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Cálculo III-A Módulo 7 3

OBS.:

1. O centro de massa (x, y) do arame é dado por


Z
Mx = xδ(x, y) ds
C
Z
My = yδ(x, y) ds
C

2. O momento de inércia de C ⊂ R2 em relação a um eixo E é


dado por Z
IE = r 2 (x, y)δ(x, y) ds
C

onde r(x, y) = distância de (x, y) ao eixo E.

3. Seja uma curva C ⊂ R3 , representando um arame de densidade


δ = δ(x, y, z) em (x, y, z) ∈ C. Então, observe as seguintes
fórmulas:
Z
(i) Comprimento do arame: L = ds
C
Z
(ii) Massa do arame: M = δ(x, y, z) ds
C

(iii) Centro de massa do arame (x, y, z), onde


Z
Mx = xδ(x, y, z) ds
C
Z
My = yδ(x, y, z) ds
C
Z
Mz = zδ(x, y, z) ds
C

(iv) Momento de inércia do arame em relação a um eixo E:


Z
IE = r 2 (x, y, z)δ(x, y, z) ds
C

onde r(x, y, z) = distância de (x, y, z) ao eixo E.

Exemplo 2

Um arame fino tem a forma de uma semicircunferência x2 + y 2 = 4, y ≥ 0. Se a densidade linear é

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Cálculo III-A Módulo 7 4

uma constante k, determine a massa e o centro de massa do arame.

Solução:
O esboço de C está representado ao lado. Temos
Z Z
xk ds x ds y
x = CZ = CZ
k ds ds 2

C C
Z C
y ds
y = CZ −2 2 x
ds
C

Z Z Z
1
onde ds = L = 2
· 2πr = 2π, pois r = 2. Como M = kds então M = k ds = 2kπ. Uma
C C C
parametrização de C é dada por

σ(t) = (2 cos t, 2 sen t) , 0 ≤ t ≤ π .



Se σ ′ (t) = (−2 sen t, 2 cos t, ) , então kσ ′ (t)k = 4 sen2 t + 4 cos2 t = 2. Como ds = kσ ′ (t)k dt,
então ds = 2 dt. Temos
Z Z π
 π
x ds = (2 cos t)2 dt = 4 sen t 0 = 0
0
C
Z Z π  π
y ds = (2 sen t)2 dt = 4 − cos t 0 = 8
0
C

Logo,
8 4
x=0 e y= = .
2π π
Portanto, (x, y) = (0, 4/π).

Exemplo 3

Calcule o momento de inércia em relação ao eixo z de um arame C cuja forma é a interseção das
superfı́cies x2 + y 2 + z 2 = 4 e y = x, sabendo que sua densidade é uma constante.

Solução:

Como a interseção de uma esfera com um plano é uma circunferência, segue que C é uma circun-
ferência contida no plano y = x. Para esboçá-la procuremos encontrar pontos de interseção das
suas superfı́cies. Observe que o plano x = y contém o eixo z. Logo, os pontos A1 = (0, 0, 2) e

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Cálculo III-A Módulo 7 5

A1 = (0, 0, 2)
C

B2

B1 2
y
2
x

A2 = (0, 0, −2)

A2 = (0, 0, −2) estão em C. Por outro lado, a reta y = x do plano xy intercepta a esfera em dois
pontos: B1 e B2 . Ligando os pontos A1 , A2 , B1 e B2 , encontramos a curva C.

Para parametrizar C, resolvemos o sistema


 2
x + y2 + z2 = 4
.
y= x

Temos 2x2 + z 2 = 4 ou x2 /2 + z 2 /4 = 1, que representa a projeção de C√no plano xz. Portanto, se


(x, y, z) ∈ C, então x e z satisfazem √a elipse x2 /2 + z 2 /4. Logo, x = 2 cos t e z = 2 sen t, com
0 ≤ t ≤ 2π. Como y = x, então y = 2 cos t. Portanto,
√ √ 
σ(t) = 2 cos t, 2 cos t, 2 sen t , 0 ≤ t ≤ 2π

é uma parametrização de C.
√ √  √
Se σ ′ (t) = − 2 sen t, − 2 sen t, 2 cos t , então kσ ′ (t)k = 2 sen2 t + 2 sen2 t + 4 cos2 t = 2.
Assim, ds = kσ ′ (t)k dt = 2 dt. O momento de inércia em relação ao eixo z é dado por
Z Z Z 2π
2 2 2 2
2 cos2 t + 2 cos2 t 2 dt
  
Iz = x + y δ(x, y) ds = k x + y ds = k
0
C C
Z 2π
= 8k cos2 t dt
0
h i2π
1 sen 2t
= 8k · 2
t+ 2
0

= 8kπ .

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Cálculo III-A Módulo 7 6

Aula 14 – Campos Vetoriais

Objetivo
• Apresentar os campos vetoriais.

• Estudar alguns operadores diferenciais.

Definição de um campo vetorial:

Definição:
Sejam P e Q funções reais de x e y, definidas em D ⊂ R2 . A função


vetorial F : D ⊂ R2 → R2 definida por

→ →
− →

F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)) = P (x, y) i + Q(x, y) j

é chamada de campo vetorial definido em D ⊂ R2 .

y


F (x, y)

D (x, y)



Outra notação: F (x, y) = (P, Q).

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Cálculo III-A Módulo 7 7

Definição:
Sejam P , Q e R funções reais de x, y e z, definidas em D ⊂ R3 . Temos que a função


vetorial F : D ⊂ R3 → R3 definida por

→ →
− →
− →

F (x, y, z) = (P (x, y, z), Q(x, y, z), R(x, y, z)) = P (x, y, z) i +Q(x, y, z) j +R(x, y, z) k

é chamada de campo vetorial definido em D ⊂ R3 .




z F (x, y, z)

(x, y, z)

Os campos vetoriais são úteis para representar os campos de forças, campos de velocidades e campos
elétricos.

− →

Geometricamente, visualizamos um campo vetorial F no plano esboçando vetores F (x, y) com
origem em (x, y).

Exemplo 1

− →
− →

O campo vetorial F (x, y) = (x, y) = x i + y j , (x, y) ∈ R2 está representado por:

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Cálculo III-A Módulo 7 8

Exemplo 2

− →
− →

Faça a representação geométrica do campo vetorial F (x, y) = (−y, x) = −y i + x j , (x, y) ∈ R2 .

Solução:

− p →

Observemos que k F (x, y)k = y 2 + x2 = k(x, y)k, isto é, os vetores F (x, y) e (x, y) têm mesmo

− →

comprimento. Além disso, F (x, y) · (x, y) = (−y, x) · (x, y) = −yx + xy = 0, portanto F (x, y) ⊥
(x, y). Então o esboço do campo é:
y

Definição:


Dizemos que o campo vetorial F é contı́nuo, de classe C k , k ∈ N∗ ou
C ∞ se as funções componentes P e Q (ou P , Q, R) são contı́nuas,
de classe C k ou C ∞ , respectivamente.

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Cálculo III-A Módulo 7 9

Operadores diferenciais



Se F = (P, Q, R) é campo vetorial diferenciável em um conjunto aberto D do R3 , então o divergente


de F é um campo escalar definido por
→ ∂P
− ∂Q ∂R
div F = + + (1)
∂x ∂y ∂z


− →
− ∂P ∂Q
Se F = (P, Q) é de classe C 1 em um aberto D do R2 , então div F = ∂x
+ ∂y
.


O rotacional de F é um campo vetorial definido por
     

− ∂R ∂Q − → ∂P ∂R − → ∂Q ∂P − →
rot F = − i + − j + − k (2)
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y

Vamos expressar (1) e (2) usando a notação de operador. Então, consideremos o operador diferencial
vetorial ∇ (“del”) dado por
 
∂ −→ ∂ − → ∂ −→ ∂ ∂ ∂
∇= i + j + k = , , .
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
O operador ∇ sobre uma função escalar f (ou um campo escalar) produz o gradiente de f :
 
∂f ∂f ∂f
∇f = , , .
∂x ∂y ∂z


Consideremos o “produto vetorial” de ∇ pelo campo vetorial F = (P, Q, R):

→ i


j


k



∇ × F = ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z

P Q R

∂/∂y ∂/∂z
∂/∂x ∂/∂z −

∂/∂x ∂/∂y −

−→ → →
= i − j + k

Q R

P R P Q
 −
→ −
→  ∂Q −

∂R ∂Q ∂R ∂P ∂P
= ∂y
− ∂z
i − ∂x
− ∂z
j + ∂x − ∂y
k
 −
→ −
→  ∂Q −

∂R ∂Q ∂P ∂R ∂P
= ∂y
− ∂z
i + ∂z
− ∂x
j + ∂x − ∂y
k


= rot F .
Logo,

− →

rot F = ∇ × F .


Consideremos o “produto interno” de ∇ pelo campo F :
 

− ∂ ∂ ∂ ∂P ∂Q ∂R −

∇· F = , , · (P, Q, R) = + + = div F .
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z

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Cálculo III-A Módulo 7 10

Assim,

− →

div F = ∇ · F .

Exemplo 1

− →
− →
− →

Calcule o divergente e o rotacional do campo vetorial F (x, y, z) = xy i + yz j + zx k .

Solução:

Temos

− →
− ∂ ∂ ∂
div F = ∇ · F = (xy) + (yz) + (zx) = y + z + x .
∂x ∂y ∂z
e

→ →
− →

i j k

− →
− →
− →
− →
− → −
− → →

rot F = ∇× F = ∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z = (0−y) i +(0−z) j +(0−x) k = −y i −z j −x k .

xy yz zx

A seguir, apresentaremos algumas propriedades para o rotacional e o divergente.




Se f e F são de classe C 2 , então

− →

(i) rot(gradf ) = 0 ou ∇ × (∇f ) = 0
→
− →

(ii) div rot F = 0 ou ∇ · ∇ × F = 0
∂2f 2 2
(iii) div (gradf ) = lap f ou ∇ · (∇f ) = ∇2 f ou △f onde lap f = ∇2 f = △f = ∂x2
+ ∂∂yf2 + ∂∂zf2 é
dito laplaciano de f .
 −
→ →
− →

(iv) ∇ · f F = f ∇ · F + ∇f · F .

As demonstrações de (i) e (ii) seguem das definições e do Teorema de Schwartz. A demonstração




de (iii) segue das definições. Demonstraremos a propriedade (iv). Escrevendo F = (P, Q, R), temos


f F = (f P, f Q, f R). Então,
 −
→ ∂ ∂ ∂ ∂P ∂f ∂Q ∂f ∂R ∂f
∇· fF = (f P ) + (f Q) + (f R) = f + ·P +f + ·Q+f + ·R
∂x ∂y ∂z ∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z
   
∂P ∂Q ∂R ∂f ∂f ∂f
= f + + + , , · (P, Q, R)
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z

− →

= f ∇ · F + ∇f · F

como querı́amos demonstrar.

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Cálculo III-A Módulo 7 11


− →
− →

OBS.: Se F (x, y) = P (x, y) i + Q(x, y) j , então:
→  ∂Q ∂P −
− →
rot F = ∂x − ∂y k .

Exercı́cio 1: Use a integral de linha para encontrar a área da superfı́cie lateral sobre a curva C e
abaixo da superfı́cie z = f (x, y), onde
a) C : x2 + y 2 = 1, com y ≥ 0 de (1, 0) a (0, 1) e f (x, y) = xy

b) C : y = 1 − x2 de (1, 0) a (0, 1) e f (x, y) = x

√ √
Exercı́cio 2: Determine a massa de um fio com a forma da curva y = ln x, com 3≤x≤ 8 , se
a densidade em cada ponto é igual ao quadrado da abscissa do ponto.

Exercı́cio 3: Determine a massa de uma quarta parte da circunferência x2 + y 2 = a2 , situada no


primeiro quadrante se a densidade em cada ponto é igual a ordenada desse ponto.

Exercı́cio 4: Calcule o centro de massa do fio C parametrizado por −



r (t) = (t, t, t), com 0 ≤ t ≤ 1,
com densidade linear δ(x, y, z) = xyz.

Exercı́cio 5: Seja C um fio delgado com a forma da interseção da superfı́cie x2 + y 2 + z 2 = 5,


com z ≥ 0 com o plano x + y = 1. Calcule o momento de inércia de C em relação ao eixo z, se a
densidade em cada ponto é proporcional à sua distância ao plano xy.

Exercı́cio 6: Calcule a massa de um arame fino com o formato da hélice x = 3 cos t, y = 3 sen t e
kx
z = 4t, com 0 ≤ t ≤ π/2, se a densidade for δ(x, y, z) = 2
, com k > 0.
1+y


− →

Exercı́cio 7: Calcule div F e rot F sendo:


a) F (x, y, z) = (2z − 3y , 3x − z , y − 2x)

− →
− →

b) F (x, y, z) = (z + sen y) i − (z − x cos y) j

Exercı́cio 8: Se −
→r = (x, y, z) e →

a é um vetor constante, demonstre que rot (−

a ×−

r ) = 2→

a e

− →

div ( a × r ) = 0.

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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Módulo 7 – Tutor


Exercı́cio 1: Use a integral de linha para encontrar a área da superfı́cie lateral sobre a curva C e
abaixo da superfı́cie z = f (x, y), onde
a) C : x2 + y 2 = 1, com y ≥ 0 de (1, 0) a (0, 1) e f (x, y) = xy

b) C : y = 1 − x2 de (1, 0) a (0, 1) e f (x, y) = x

Solução:

a) Sabemos da teoria que a área da superfı́cie lateral S, sobre a curva


Z C e abaixo do gráfico de
z = f (x, y), onde f (x, y) ≥ 0 e contı́nua em C é dada por A(S) = f (x, y) ds.
C

O esboço de C está representado na figura que se segue.


y
1
C

1 x

Como x Z≥ 0 e y ≥ 0, então f (x, y) = xy ≥ 0 em C. Além disso, f é contı́nua em C. Então,


A(S) = xy ds, onde C é parametrizada por − →r (t) = (cos t, sen t), com 0 ≤ t ≤ π/2. Temos,
C
→′
− →′ √ 2
− −
→′

r (t) = (− sen t, cos t), portanto r (t) = sen t + cos t = 1 e, portanto, ds = r (t) dt = dt.
2

Assim Z π/2 h 2 iπ/2


sen t 1
A(S) = cos t sen t dt = = u.a.
0 2 0 2

b) O esboço de C está representado na figura que se segue.

y
2
C

2 x
Cálculo III-A Módulo 7 – Tutor 2

Se fizermos o parâmetro ser t = −x, então temos as equações x = −t e y = 1−t2 , com −1 ≤ t ≤ 0.




Então, uma parametrização de C é −

r (t) = (−t , 1 − t2 ), com −1 ≤ t ≤ 0. Logo, r ′ (t) = (−1, −2t),
→ √ √

−→

portanto r ′ (t) = 1 + 4t2 e ds = r ′ (t) dt = 1 + 4t2 dt.

Temos
Z Z Z 0 √ Z 0 1/2
A(S) = f (x, y) ds = x ds = (−t) 1 + 4t2 dt = − t 1 + 4t2 dt =
−1 −1
C C
Z 0 3/2 i0
1 1 2
1/2 h
1 + 4t2 d 1 + 4t2 = − · 1 + 4t2

=− =
8 −1 8 3 −1

1 √  1 √ 
=− 1−5 5 = 5 5 − 1 u.a.
12 12

√ √
Exercı́cio 2: Determine a massa de um fio com a forma da curva y = ln x, com 3≤x≤ 8 , se
a densidade em cada ponto é igual ao quadrado da abscissa do ponto.
Z
Solução: Pede-se M = δ(x, y) ds, onde δ(x, y) = x2 . Uma parametrização de C é


− √ C √ →
− 
1
 −


r (t) = (t, ln t), com 3 ≤ t ≤ 8 . Logo, r ′ (t) = 1, , com t > 0 e r ′ (t) =
√ − √ t
→′
q
1 t2 + 1 t2 + 1

= 1+ 2 = . Como ds = r (t) dt, então ds = dt. Assim:
t t t
√ √
Z Z 8 √ Z 8 √
2
2 t +1

2
M= x ds = t dt = t t2 + 1 dt =

3 t √
3
C
Z √ 8

8
1 1 2
1/2 h 3/2 i
2 2 2

= t +1 d t +1 = · t +1 √ =
2 √
3 2 3 3

1  1 19
= 93/2 − 43/2 = (27 − 8) = u.m.
3 3 3

Exercı́cio 3: Determine a massa de uma quarta parte da circunferência x2 + y 2 = a2 , situada no


primeiro quadrante se a densidade em cada ponto é igual a ordenada desse ponto.

Solução: O esboço de C está representado na figura que se segue.

y
a
C

a x

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Cálculo III-A Módulo 7 – Tutor 3

Como a densidade em (x, y) ∈ C é igual à ordenada y, então δ(x, y) = y. Logo, a massa M é dada
por Z Z
M= δ(x, y) ds = y ds
C C

onde →

r (t) = (a cos t , a sen t), com 0 ≤ t ≤ π/2, é uma parametrização de C.
→′
− →′ √ 2

Temos r (t) = (−a sen t , a cos t), portanto r (t) = a sen2 t + a2 cos2 t = a.

→′

Como ds = r (t) dt então ds = a dt. Assim:
Z π/2
M= (a sen t) a dt = a2 [− cos t]π/2
0 = a2 u.m.
0

Exercı́cio 4: Calcule o centro de massa do fio C parametrizado por −



r (t) = (t, t, t) , com 0 ≤ t ≤ 1,
com densidade linear δ(x, y, z) = xyz.

− −

√ √ −


Solução: Temos r ′ (t) = (1, 1, 1), r ′ (t) = 1 + 1 + 1 = 3 e ds = r ′ (t) dt = 3 dt. O
centro de massa (x, y, z) é dado por
Z Z Z
Mx = xδ(x, y, z) ds = x (xyz) ds = x2 yz ds
C C C
Z Z Z
My = yδ(x, y, z) ds = y (xyz) ds = xy 2 z ds
C C C
Z Z Z
Mz = zδ(x, y, z) ds = z (xyz) ds = xyz 2 ds
C C C

Cálculo de M

Temos Z Z Z 1
3
√ √ h t4 i1 √3
M= δ(x, y, z) ds = xyz ds = t 3 dt = 3 = u.m.
0 4 0 4
C C

Z
Cálculo de x2 yz ds :
C

Temos Z
2
Z 1
2
√ √ Z 1
4
√ h t5 i1 √3
x yz ds = t · t · t 3 dt = 3 t dt = 3 = .
0 0 5 0 5
C

Z
Cálculo de xy 2 z ds :
C

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Cálculo III-A Módulo 7 – Tutor 4

Temos Z
2
√ Z 1
4
√ h t5 i1 √3
xy z ds = 3 t dt = 3 = .
0 5 0 5
C

Z
Cálculo de xyz 2 ds :
C

Temos Z √ Z 2
1
4
√ h t5 i1 √3
xyz ds = 3 t dt = 3 = .
0 5 0 5
C

Substituindo acima, vemos que o centro de massa é dado por:


√ √ √  
3/5 3/5 3/5 4 4 4

(x, y, z) = √ ,√ ,√ = , , .
3/4 3/4 3/4 5 5 5

Exercı́cio 5: Seja C um fio delgado com a forma da interseção da superfı́cie x2 + y 2 + z 2 = 5 ,


com z ≥ 0 com o plano x + y = 1. Calcule o momento de inércia de C em relação ao eixo z, se a
densidade em cada ponto é proporcional à sua distância ao plano xy.

Solução: Temos que:

x2 + y 2 + z 2 = 5 , z ≥ 0 e x + y = 1 ⇔ x2 + (1 − x)2 + z 2 = 5 , z ≥ 0 ⇔

⇔ x2 + 1 − 2x + x2 + z 2 = 5 , z ≥ 0 ⇔ 2x2 − 2x + z 2 = 4 , z ≥ 0
1 1
 
⇔ 2 (x2 − x) + z 2 = 4 , z ≥ 0 ⇔ 2 x2 − x + + z2 = 4 + , z ≥ 0 ⇔
4 2
2
1 2 9 (x − 1/2) z2
 
⇔ 2 x− + z2 = , z ≥ 0 ⇔ + = 1,z ≥ 0.
2 2 9/4 9/2
2
(x − 1/2) z2
Assim, a projeção de C sobre o plano xz é a semielipse + = 1, com z ≥ 0 de centro
√ 9/4 9/2 √
1 3 3 2 1 3 3 2
 
, 0 e semieixos a = e b = . Então x = + cos t e z = sen t. Como z ≥ 0
2 √ 2 2 2 2 2
3 2
então sen t ≥ 0 ou sen t ≥ 0 portanto 0 ≤ t ≤ π. Como x + y = 1 então y = 1 − x = 1 −
2
1 3
 
+ cos t =
2 2
1 3
= − cos t. Assim, uma parametrização de C é dada por
2 2
 √ 

→ 1 3 1 3 3 2
r (t) = + cos t , − cos t , cos t , 0 ≤ t ≤ π .
2 2 2 2 2



 
3 3 3 2
Logo, r ′ (t) = − sen t , sen t , cos t e
2 2 2

− r r r √
→′ 9 9 9 9 9 9 3 2
r (t) = sen 2t+ sen 2t+ cos2t = sen 2t+ cos2t = = .
4 4 2 2 2 2 2

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Cálculo III-A Módulo 7 – Tutor 5

− √
→ 3 2

Como ds = r ′ (t) dt então ds = dt. O momento de inércia em relação ao eixo z é dada por
2
Z
x2 + y 2 δ(x, y, z) ds

Iz =
C

onde δ(x, y, z) = k |z| = kz pois z ≥ 0, com k > 0 uma constante. Então,


Z Z π  2  2   √  √
2 2
 1 3 1 3 3 2 3 2
Iz = x + y kz ds = k + cos t + − cos t sen t dt =
0 2 2 2 2 2 2
C
 √ 2 Z π Z π
3 2 1 9 9 2
 
2
1 + 9 cos2 t sen t dt =

= k 2 + cos t sen t dt = · k
2 0 4 4 2 4 0

9 cos3 t π 9
h i
= k − cos t − 9 = k(2 + 6) = 18k .
4 3 0 4

Observe que (a + b)2 + (a − b)2 = 2 (a2 + b2 ).

Exercı́cio 6: Calcule a massa de um arame fino com o formato da hélice x = 3 cos t, y = 3 sen t e
kx
z = 4t, com 0 ≤ t ≤ π/2, se a densidade for δ(x, y, z) = 2
, com k > 0.
1+y


Solução: Seja −

r (t) = (3 cos t, 3 sen t, 4t), com 0 ≤ t ≤ π/2. Logo, r ′ (t) = (−3 sen t, 3 cos t, 4),

→ √ √ √ −

r ′ (t) = 9 sen2 t + 9 cos2 t + 16 = 9 + 16 = 25 = 5. Como ds = r ′ (t) dt então
ds = 5 dt. A massa M é dada por
Z Z Z π/2 Z π/2
x 3 cos t 3 cos t
M = δ(x, y, z) ds = k 2
ds = k 2
5 dt = 5k 2
dt .
1+y 0 1 + 9 sen t 0 1 + (3 sen t)
C C

Fazendo u = 3 sen t, temos du = 3 cos t dt. Para t = 0 e t = π/2 temos u = 0 e u = 3,


respectivamente. Logo,
Z 3 i3
du
h
M = 5k 2
= 5k arctg u = 5k (arctg 3 − arctg 0) = 5k arctg 3 u.m.
0 1+u 0


− →

Exercı́cio 7: Calcule div F e rot F sendo:


a) F (x, y, z) = (2z − 3y, 3x − z, y − 2x)

− →
− →

b) F (x, y, z) = (z + sen y) i − (z − x cos y) j

Solução:


a) Se F (x, y, z) = (2z − 3y, 3x − z, y − 2x) então:

− ∂ ∂ ∂
div F = (2z − 3y) + (3x − z) + (y − 2x) = 0 + 0 + 0 = 0
∂x ∂y ∂z

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Cálculo III-A Módulo 7 – Tutor 6

e →
− →
− →


i j k



− ∂ ∂ ∂
rot F = = (1 − (−1), 2 − (−2), 3 − (−3)) = (2, 4, 6) .
∂x ∂y ∂z


2z − 3y 3x − z y − 2x


− →
− →

b) Se F (x, y, z) = (z + sen y) i − (z − x cos y) j então temos que P = z + sen y,
Q = −(z − x cos y) = −z + x cos y, R = 0. Então,
→ ∂P
− ∂Q ∂R
div F = + + = 0 − x sen y + 0 = −x sen y
∂x ∂y ∂z
e →
− →
− −


i j k


− ∂ ∂ ∂
rot F = = (0 − (−1), 1 − 0, cos y − cos y) = (1, 1, 0) .
∂x ∂y ∂z

z + sen y −z + x cos y 0

Exercı́cio 8: Se −
→r = (x, y, z) e →

a é um vetor constante, demonstre que rot (−

a ×−

r ) = 2→

a e

− →

div( a × r ) = 0.

Solução: Se →

r = (x, y, z) e −→
a = (a1 , a2 , a3 ) então:

→ −→ − →
i j k


− →

a × r = a1 a2 a3 = (a2 z − a3 y, a3x − a1 z, a1 y − a2 x) .



x y z

Assim:
∂ ∂ ∂
div(−

a ×−

r)= (a2 z − a3 y) + (a3 x − a1 z) + (a1 y − a2 x) = 0 + 0 + 0 = 0
∂x ∂y ∂z
e →
− →
− →


i j k


rot(−

a ×−
→ ∂ ∂ ∂
r ) =
∂x ∂y ∂z


a2 z − a3 y a3 x − a1 z a1 y − a2 x

= (a1 − (−a1 ), a2 − (−a2 ), a3 − (−a3 ))


= (2a1 , 2a2 , 2a3 )
= 2(a1 , a2 , a3 )
= 2−
→a .

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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Lista 7


Exercı́cio 1: Dada a integral dupla

ZZ Z 1 Z 1+ 1−x2
I= f (x, y) dxdy = f (x, y) dydx .
−1 1
D

a) Esboce a região D.
b) Inverta a ordem de integração.
1
c) Calcule I para a função f (x, y) = √ .
x2 +y 2

d) Se uma lâmina tem a forma da região D e se a densidade em cada ponto é proporcional


à distância de P = (x, y) à origem, calcule a coordenada x do centro de massa de D.

Solução:


−1 ≤ x ≤ 1 √
a) A região de integração D é dada por D : 2 . Se y = 1 + 1 − x2 então
1≤y ≤1+ 1−x
√ 2 2
2
y − 1 = 1 − x , portanto x + (y − 1) = 1. Considerando que −1 ≤ x ≤ 1 e y ≥ 1, o esboço de
D está representado na figura que se segue.

y
2

D
(−1, 1) (1, 1)
1
y = −x y=x

−1 1 x

p
b) De x2 + (y − 1)2 = 1, temos x2 = 1 − (y − 1)2 , logo x = ± 1 − (y − 1)2 . Portanto, podemos
descrever D por: 
1 ≤ y ≤ 2p
D: p .
− 1 − (y − 1)2 ≤ x ≤ 1 − (y − 1)2
Logo,
ZZ Z 2 Z √1−(y−1)2
f (x, y) dxdy = √ f (x, y) dxdy .
1 − 1−(y−1)2
D
Cálculo III-A Lista 7 98

1
ZZ
c) Calculemos p dxdy. Usando coordenadas polares, temos:
x + y2
2
D



 x= r cos θ
y= r sen θ


 dxdy = rdrdθ
 2
x + y2 = r2

De x2 + (y − 1)2 = 1 ou x2 + y 2 = 2y, temos r 2 = 2r sen θ ou r = 2 sen θ se r 6= 0. De y = 1,


temos r sen θ = 1, portanto r = csc θ. Então o conjunto Drθ é dado por:
π 3π
(
≤θ≤
Drθ : 4 4
csc θ ≤ r ≤ 2 sen θ

r = 2 sen θ

r = csc θ

y=x
y = −x
π/4
x

Logo:
ZZ Z 3π/4 Z 2 sen θ
I= √1 · r drdθ = drdθ =
r2
π/4 csc θ
Drθ
Z 3π/4 h i3π/4
= (2 sen θ − csc θ) dθ = − 2 cos θ − ln |csc θ − cotg θ| =
π/4 π/4
 √   √
√ √

2 2
= 2 − ln( 2 + 1) − −2 − ln( 2 − 1) =
2 2

√ √ √ √ √ 2−1
= 2 − ln( 2 + 1) + 2 + ln( 2 − 1) = 2 2 + ln √ =
2+1

√ ( 2 − 1)2 √ √
= 2 2 + ln √ 2 = 2 2 + 2 ln( 2 − 1) .
( 2) − 1

d) Como a densidade em P = (x, y) é proporcional à distância de P à origem, então


Z Z temos que
p xδ (x, y) dA
2 2
δ(x, y) = k x + y , onde k é uma constante de proporcionalidade. Como x = D
,
ZZ M
p
k x x2 + y 2 dA
então x = D
.
M

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Cálculo III-A Lista 7 99

p p
Observemos que a função f (x, y) = x x2 + y 2 éı́mpar na variável x pois
ZZ fp(−x, y) = −x x2 + y 2 =
−f (x, y). Além disso, D tem simetria em relação ao eixo y. Então x x2 + y 2 dA = 0. Logo,
D
x = 0.

Exercı́cio 2: Seja a integral


Z 1Z √
y Z 4Z 1
x3 3
I= √
e dxdy + √
ex dxdy .
0 y/2 1 y/2

Escreva a integral I como uma única integral iterada na ordem de integração invertida e calcule seu
valor.

Solução: Temos ZZ
3
I= ex dxdy
D

onde D = D1 ∪ D2 com

n
y √ o
D1 = (x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ y ≤ 1 , ≤x≤ y
2
e √
y
n o
2
D2 = (x, y) ∈ R ; 1 ≤ y ≤ 4 , ≤x≤1 .
2
Com as informações dadas acima, podemos ilustrar a nossa região D.

√ x=1
y
x= ⇒ y = 4x2
2

D2
1 √
D1 x= y ⇒ y = x2

1 x

Enquadrando D como tipo I, temos:

D = (x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ 1 , x2 ≤ y ≤ 4x2 .


Então: Z 1Z 4x2 Z 1
x3 3
ex 4x2 − x2

I= e dydx = dx =
0 x2 0
Z 1
1
x3 2 x3

= e 3x dx = e = e − 1 .
0 0

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Cálculo III-A Lista 7 100

Exercı́cio 3: Exprima (sem calcular)


Z π/4Z 2 cos θ
r2
drdθ
0 sec θ 1 + r sen θ

como uma integral iterada em coordenadas retangulares nas duas ordens de integração.

Solução: Separando o jacobiano r, a expressão rdrdθ é transformada em dxdy e o restante do


integrando fica p
r x2 + y 2
= = f (x, y) .
1 + r sen θ 1+y

0 ≤ θ ≤ π/4
Agora, vamos reconhecer a região de integração Drθ : . A fronteira r =
sec θ ≤ r ≤ 2 cos θ
sec θ = 1/ cos θ ou r cos θ = 1 corresponde à reta x = 1. A fronteira r = 2 cos θ ou r 2 = 2r cos θ
corresponde à circunferência x2 + y 2 = 2x ou (x − 1)2 + y 2 = 1.

Como 0 ≤ θ ≤ π/4, então a região de integração D se encontra no primeiro quadrante, entre o eixo
x e a reta y = x, limitada pela reta x = 1 e a circunferência x2 + y 2 = 2x. Assim,
ZZ p
x2 + y 2
dxdy .
1+y
D

y
y=x
x2 + y 2 = 2x

1 2 x

Descrição de D como tipo I

n √ o
D = (x, y) ∈ R2 ; 1 ≤ x ≤ 2 , 0 ≤ y ≤ 2x − x2 .
Então √
Z 2 Z 2x−x2 p
x2 + y 2
I= dydx .
1 0 1+y

Descrição de D como tipo II

x2 + y 2 = 2x ⇒ (x − 1)2 + y 2 = 1 ⇒ x − 1 = ± 1 − y 2 ⇒
p

p
⇒ x = 1 ± 1 − y2 .
p
Como x ≥ 1 então x = 1 + 1 − y 2 . Assim,
n p o
D = (x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ y ≤ 1 , 1 ≤ x ≤ 1 + 1 − y 2 .

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Cálculo III-A Lista 7 101

Então √
Z 1 Z 1+ 1−y 2 p
x2 + y 2
I= dxdy .
0 1 1+y

Exercı́cio 4: Uma placa fina de densidade constante δ tem a forma de um setor circular de raio a e
ângulo central 2α.Mostre que o momento de inércia em relação à bissetriz do ângulo é dada por
1 sen 2α
Ma2 1 − , onde M é a massa da placa.
4 2α

Solução: Consideremos o setor circular D com vértice na origem e a bissetriz coincidindo com o
eixo x.
y

D
α
−α a x

Como a densidade é constante e igual a δ, a massa M é dada por


1
M = δA(D) = δ × × 2α × a2 = δαa2 (1)
2
Como ZZ ZZ
2
Ix = y δ dxdy = δ y 2 dxdy
D D

então por coordenadas polares, temos

Z α Z a Z α Z a
2 2
Ix = δ r sen θr drdθ = δ r 3 sen2 θ drdθ =
−α 0 −α 0
Z α h 4 ia Z α
r δa4 δa4 sen 2θ α
h i
=δ sen2 θ dθ = sen2 θ dθ = θ− =
−α 4 0 4 −α 8 2 −α

δa4 sen 2α
 
= 2α − 2 ,
8 2
isto é,
δa4 sen 2α
 
Ix = α− (2)
4 2
De (1) e (2), temos:
M a2 sen 2α
 
Ix = 1− ,
4 2α
como querı́amos demonstrar.

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Cálculo III-A Lista 7 102

y 2 cos(xy) x2 y2
ZZ
Exercı́cio 5: Calcule dA, onde D é a região limitada pelas parábolas = 1, = 1,
x y x
D
x2 = 4y e y 2 = 4x.

Solução: Escolhemos como mudança de variáveis u = x2 /y e v = y 2/x. Por propriedades dos


jacobianos, temos:
∂(x, y) 1
J= = ∂(u,v)
∂(u, v)
∂(x,y)

onde
∂u ∂u x2

2x
− 2

∂x ∂y y y

∂(u, v) 2 2
= 4xy − x y = 4 − 1 = 3 .
= ∂v ∂v =
2
∂(x, y) − y2 2y x y2
xy 2
∂x ∂y

x x

Logo, J = 1/3.

Como dA = |J| dudv, então dA = 1/3 dudv. A região Duv está limitada pelas retas u = 1, v = 1,
u = 4 e v = 4.
v
4

Duv
1

1 4 u

Observe que u = x2 /y e v = y 2/x nos dão a relação uv = xy. Então, pelo Teorema da Mudança
de Variáveis, temos:
ZZ ZZ Z 4Z 4
y 2 cos(xy) 1 1
dA = v cos(uv) dudv = v cos(uv) dudv =
x 3 3 1 1
D Duv
Z 4 Z 4 Z 4 i4
1 1 v
h
= v cos(uv) dudv = sen(uv) dv =
3 1 1 3 1 v 1
Z 4 i4
1 1 1
h
= (sen 4v − sen v) dv = − cos 4v + cos v =
3 1 3 4 1

1 1 1 1
 
= − cos 16 + cos 4 + cos 4 − cos 1 = (5 cos 4 − 4 cos 1 − cos 16) .
3 4 4 12

Exercı́cio 6: Seja W o sólido limitado superiormente pela superfı́cie z = 4 − x2 − y 2 e inferiormente


pelo plano z = 4 − 2x.

a) Esboce o sólido W b) Calcule, por integral tripla, o volume do sólido W

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Cálculo III-A Lista 7 103

Solução:

a) O esboço de W está representado na figura que se segue.

z z

4 4

W W

2 2
x 2 x 2

y y

b) A projeção D do sólido W no plano xy se encontra combinando as duas superfı́cies:

z = 4 − x2 − y 2

⇔ 4 − x2 − y 2 = 4 − 2x ⇔ x2 + y 2 − 2x = 0 ⇔
z = 4 − 2x

⇒ (x − 1)2 + y 2 = 1.

Então, D é dada por D : (x − 1)2 + y 2 ≤ 1. Devido a simetria, temos que V (W ) = 2V (W1 ), onde
W1 = {(x, y, z); (x, y) ∈ D1 , 4 −2x ≤ z ≤ 4 −x2 −y 2 } onde D1 é dado por D1 : (x−1)2 + y 2 ≤ 1,
com y ≥ 0.

D1

1 2 x

Então,
ZZ Z 4−x2 −y 2 ZZ
2x − x2 − y 2 dxdy .

V (W ) = 2 dzdxdy = 2
4−2x
D1 D1

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Cálculo III-A Lista 7 104

Passando para coordenadas polares, temos:




 x = r cos θ
y = r sen θ

.

 dxdy = r drdθ
 2
x + y2 = r2

De x2 + y 2 = 2x temos r = 2 cos θ. Observe que em D1 o ângulo polar θ varia de 0 (no eixo polar)
a π/2 no ponto (0, 0). Fixado θ, tal que 0 ≤ θ ≤ π/2, o raio vetor r deve variar desde 0 até o valor
OP = 2 cos θ.

P r = 2 cos θ

D
θ
O 2 x
r=0

0 ≤ θ ≤ π/2
Então, D1rθ é dado por D1rθ : . Podemos, pois escrever:
0 ≤ r ≤ 2 cos θ
Z π/2Z 2 cos θ
2r cos θ − r 2 r drdθ =

V (W ) = 2
0 0
Z π/2Z 2 cos θ Z π/2 i2 cos θ
2r3 r4
h
2 3

=2 2r cos θ − r dr dθ = 2 cos θ − dθ =
0 0 0 3 4 0
Z π/2 Z π/2
16 8
 
4 4
=2 cos θ − 4 cos θ dθ = cos4 θ dθ .
0 3 3 0

Temos: 2
1 + cos 2θ 1
2 
4 2
1 + 2 cos 2θ + cos2 2θ .

cos θ = cos θ = =
2 4

Fazendo
du
u = 2θ ⇒ du = 2 dθ ⇒ dθ =
2
θ=0 ⇒ u=0
π
θ= ⇒ u = π,
2
temos: Z π/2 Z π
4 1  du
cos θ dθ = 1 + 2 cos u + cos2 u =
0 4 0 2
1 1 sen 2u π 3π
h  i
= u + 2 sen u + u+ = .
8 2 2 0 16

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 7 105

Logo,
8 3π π
V (W ) = · = u.v.
3 16 2

7: Calcule a massa do sólido limitado pelo plano z = 0, pelo cilindro x2 + y 2 = 2x e pelo


Exercı́ciop
cone z = x2 + y 2 se a densidade é σ(x, y, z) = x2 + y 2 .

Solução: O esboço do sólido W está representado na figura que se segue.

2
y

W D

1 2 x
x 2 1

Sabemos que a massa M é dada por


ZZZ ZZZ
x2 + y 2 dxdydz .

M= σ(x, y, z) dxdydz =
W W

Passando para coordenadas cilı́ndricas (r, θ, z), tem-se:




 x = r cos θ
y = r sen θ


 z = z
Jacobiano = r

As variações de r e θ são encontradas sobre a região D, projeção de W sobre o plano xy. Convertendo
a equação x2 + y 2 = 2x para coordenadas cilı́ndricas, temos r 2 = 2r cos θ o que implica r = 0 ou
r = 2 cos θ portanto 0 ≤ r ≤ 2 cos θ.

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Cálculo III-A Lista 7 106

A variação de θ é obtida
p pela “varredura” em D, no sentido anti-horário, isto é, −π/2 ≤ θ ≤ π/2. A
superfı́cie cônica z = x2 + y 2 se converte em z = r. Logo 0 ≤ z ≤ r. Assim, Wrθz está limitada
por 
 0 ≤ z ≤ r
Wrθz : 0 ≤ r ≤ 2 cos θ .
−π/2 ≤ θ ≤ π/2

Temos então: ZZZ ZZZ


2 2
r 2 · r drdθdz =

M= x +y dxdydz =
W Wrθz
ZZZ Z π/2 Z 2 cos θZ r
3
= r drdθdz = r 3 dzdrdθ =
−π/2 0 0
Wrθz
Z π/2 Z 2 cos θ Z π/2 Z 2 cos θ
3
= r · r drdθ = r 4 drdθ =
−π/2 0 −π/2 0
Z π/2 h 5 i2 cos θ Z π/2
r 32
= dθ = cos5 θ dθ .
−π/2 5 0 5 −π/2

Observe que:
2 2
cos5 θ = cos2 θ cos θ = 1 − sen2 θ cos θ = 1 − 2 sen2 θ + sen4 θ cos θ .


Então: Z π/2
32
1 − 2 sen2 θ + sen4 θ cos θ dθ =

M=
5 −π/2
iπ/2
32 2 1 32 4 2 512
h  
= sen θ − sen3 θ + sen5 θ = 2− + = u.m.
5 3 5 −π/2 5 3 5 75

ZZZ
Exercı́cio 8: Calcule (y − 1) dV , onde W é a região delimitada por x = 0, z = 0, x + z = 2 e
W
z = 1 − y 2.

Solução: O sólido W e sua a projeção D sobre o plano yz acham-se ilustrados nas figuras a seguir.

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Cálculo III-A Lista 7 107

z z
2 2

1 1

−1 −1

1 1 1 1
x 2 x 2
y y

1 z = 1 − y2

−1 1 y

Podemos descrever W como

W = (x, y, z) ∈ R3 ; 0 ≤ x ≤ 2 − z , (y, z) ∈ D


onde
D = (y, z) ∈ R2 ; −1 ≤ y ≤ 1 , 0 ≤ z ≤ 1 − y 2 .


Então: ZZZ Z Z Z 2−z 


(y − 1) dxdydz = (y − 1) dx dydz =
0
W D
ZZ Z 1 Z 1−y 2
= (y − 1)(2 − z) dydz = (y − 1)(2 − z) dzdy =
−1 0
D
1 i 2
z 2 1−y
Z h
= (y − 1) 2z − dy =
−1 2 0
Z 1  2 
2 1 − y2
= (y − 1) 2 − 2y − dy =
−1 2
Z 1
1
(y − 1) 3 − 2y 2 − y 4 dy =

=
2 −1
i1
1 3y 2 y4 y6 2y 3 y5 32
h
= − − − 3y + + =− .
2 2 2 6 3 5 −1 15

9: Calcule a massa do sólido limitado pelo plano z = 0, o cilindro x2 + y 2 = 2x e pelo


Exercı́ciop
cone z = x2 + y 2 , se a densidade é δ(x, y, z) = x2 + y 2 .

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Cálculo III-A Lista 7 108

Solução: O esboço do sólido está representado na figura que se segue.

1
2 y
x

O sólido W é descrito por


 p
W = (x, y, z); 0 ≤ z ≤ x2 + y 2 , (x, y) ∈ D

onde D é o disco (x − 1)2 + y 2 ≤ 1.

A massa de W é dada por:


ZZZ ZZZ
x2 + y 2 dxdydz .

M= δ(x, y, z) dxdydz =
W W

Passando para coordenadas cilı́ndricas, tem-se:




 x = r cos θ
y = r sen θ



z = z
dxdydz = r drdθdz




 2
x + y 2 = r2

As equações do cone e do cilindro em coordenadas cilı́ndricas são, respectivamente z = r e r 2 =


2r cos θ, ou r = 2 cos θ. Então Wrθz é definido por:

 −π/2 ≤ θ ≤ π/2
Wrθz : 0 ≤ r ≤ 2 cos θ
0 ≤ z ≤ r.

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Cálculo III-A Lista 7 109

Logo: ZZZ ZZZ


2 2
r 2 · r drdθdz =

M= x +y dxdydz =
W Wrθz
ZZZ Z π/2 Z 2 cos θ Z r
3 3
= r drdθdz = r dzdrdθ =
−π/2 0 0
Wrθz
Z π/2 Z 2 cos θ Z π/2 h 5 i2 cos θ Z π/2
4 r 32
= r drdθ = dθ = cos5 θ dθ =
−π/2 0 −π/2 5 0 5 −π/2
Z π/2 Z π/2
32 2 32
1 − sen2 θ 1 − sen2 θ + sen4 θ d(sen θ) =

= cos θ dθ =
5 −π/2 5 −π/2
iπ/2
32 2 1 512
h
= sen θ − sen3 θ + sen5 θ = u.m.
5 3 5 −π/2 75

10: Calcule o momento de inércia em relação ao eixo z do sólido limitado inferiormente pelo
Exercı́ciop
cone z = x2 + y 2 e superiormente pelo plano z = 1, sendo a densidade dada por δ(x, y, z) = z 2 .

Solução: O esboço do sólido W está representado na figura que se segue.

Temos ZZZ ZZZ


2 2
x2 + y 2 z 2 dV .
 
Iz = x +y δ(x, y, z) dV =
W W

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Cálculo III-A Lista 7 110

Passando para coordenadas cilı́ndricas, temos:




 x = r cos θ
y = r sen θ



z = z .
dV = r drdθdz




 2
x + y 2 = r2

A descrição de W em coordenadas cilı́ndricas é:



 0≤r≤1
Wrθz : 0 ≤ θ ≤ 2π .
r≤z≤1

Então: ZZZ ZZZ


2 2
r 3 z 2 drdθdz =

Iz = k r ·z r drdθdz =
Wrθz Wrθz
Z 1 Z 1 Z 2π Z 1 Z 1
3 2 3
= r z dθdzdr = 2π r z 2 dzdr =
0 r 0 0 r
Z 1 i1 Z 1 Z 1
z3 2π 2π
h
3 3 3
r 3 − r 6 dr =
 
= 2π r dr = r 1−r dr =
0 3 r 3 0 3 0

7 i1
2π r4 r 2π 1 1 π
h  
= − = − = .
3 4 7 0 3 4 7 14

Exercı́cio 11: Um arame tem a forma da curva obtida como interseção da semi-esfera x2 + y 2 + z 2 =
16, com x ≥ 0 com o plano y + z = 4. Sabendo que a densidade em cada ponto (x, y, z) é dada
32
por δ(x, y, z) = x, mostre que o momento de inércia em relação ao eixo x é igual a M, onde M
3
é a massa do arame.

Solução: De x2 + y 2 + z 2 = 16, com x ≥ 0 e y + z = 4, temos que x2 + y 2 + (4 − y)2 = 16, com


x2 (y − 2)2
x ≥ 0 ou x2 +2y 2 −8y = 0, com x ≥ 0 ou x2 +2 (y 2 − 4y + 4) = 8, com x ≥ 0 ou + = 1,
8 4√
com x ≥ 0 (semi-elipse) que representa a projeção de C sobre o plano xy. Então
√ x = 2 2 cos t,
y = 2 + 2 sen t, e z = 4 − y = 2 − 2 sen t, com −π/2 ≤ t ≤ π/2 pois x = 2 cos t ≥ 0. Assim,
uma parametrização diferenciável de C é dada por:
 √ 
γ(t) = 2 2 cos t, 2 + 2 sen t, 2 − 2 sen t

com −π/2 ≤ t ≤ π/2.

Logo,  √ 
γ ′ (t) = −2 2 sen t, 2 cos t, −2 cos t ,
portanto √ √ √
kγ ′ (t)k = 8 sen2 t + 4 cos2 t + 4 cos2 t = 8 sen2 t + 8 cos2 t = 2 2 .

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 7 111

Assim, √
ds = kγ ′ (t)k dt = 2 2 dt .

Como Z Z
M= δ(x, y, z) ds = x ds
C C
então: Z π/2  √  √ h iπ/2
M= 2 2 cos t 2 2 dt = 8 sen t = 16 u.m.
−π/2 −π/2

Por outro lado, o momento de inércia em relação ao eixo x é dado por:


Z Z
2 2
y 2 + z 2 x ds =
 
Ix = y + z δ(x, y, z) ds =
C C

π/2  √  √
Z
2 2

= (2 + 2 sen t) + (2 − 2 sen t) 2 2 cos t 2 2 dt =
−π/2
Z π/2
4 + 8 sen t + 4 sen2 t + 4 − 8 sen t + 4 sen2 t cos t dt =

=8
−π/2
Z π/2 iπ/2
sen3 t
h
1 + sen2 t cos t dt = 64 sen t +

= 64 =
−π/2 3 −π/2

2 512 32
 
= 64 2 + = = · 16 .
3 3 3

Logo:
32M
Iz = .
3

Exercı́cio 12: Um pintor deseja pintar ambos os lados de uma cerca cuja base está dada pela curva
C : x2/3 + y 2/3 = (20)2/3 , para x ≥ 0 e y ≥ 0. A altura está dada por f (x, y) = y. Se o pintor
cobra R reais por metro quadrado, quanto ele receberá?

Solução: O esboço da cerca S está representada na figura que se segue.

S
f (x, y) = y

20 (x, y) 20
x y
C

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Lista 7 112

Apresentemos uma parametrização para C. Fazendo u = x1/3 , v = y 1/3 e a = 201/3 e substituindo


na equação de C, temos u2 + v 2 = a2 , com u ≥ 0 e v ≥ 0 portanto u = a cos t e v = a sen t, com
0 ≤ t ≤ π/2. Como x = u3 e y = v 3 , então:

x = a3 cos3 t = 20 cos3 t
.
y = a3 sen3 t = 20 sen3 t

Logo γ(t) = (20 cos3 t, 20 sen3 t), com 0 ≤ t ≤ π/2 é uma parametrização para C. Temos que
γ ′ (t) = (−60 cos2 t sen t, 60 sen2 t cos t), então:
′ √
γ (t) = 60 cos4 t sen2 t + sen4 t cos2 t =
p
= 60 cos2 t sen2 t (cos2 t + sen2 t) = 60 |cos t sen t| = 60 cos t sen t

pois 0 ≤ t ≤ π/2. Logo, ds = σ ′ (t) dt = 60 cos t sen t dt.

A área de um lado da superfı́cie é dada por


Z Z Z π/2
A(S) = f (x, y) ds = y ds = (20 sen3 t)60 cos t sen t dt =
C C 0
Z π/2
π/2
4 sen5 t
= 1200 sen t cos t dt = 1200 · = 240 m2 .
0 5
0

Portanto, o pintor receberá 2 × 240 R = 480 R reais.

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