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EAJ – Escritório de Assistência Judiciária

UNIVALE – Universidade Vale do Rio Doce


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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA


DE GOVERNADOR VALADARES:

GERALDA MARTINS FERREIRA, brasileira, viúva, pensionista, portadora da


identidade MG 10.216.619, CPF nº 055.279.186-57, representada pelo seu filho MOACIR
FERREIRA, brasileiro, divorciado, vendedor autônomo, inscrito no CPF sob nº
385.803.146-15, identidade nº MG 2.166.399, residentes e domiciliados na Avenida
Vertente, nº 681 A, Bairro Altinópolis, CEP 35053-740, nesta cidade, por seus Advogados
e estagiários constituídos nos termos do incluso instrumento de procuração, vem perante
Vossa Excelência para propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA
DE DÉBITO COM PEDIDO DE LIMINAR em face de CEMIG DISTRIBUIÇÃO S/A, CNPJ
06.961.180/0001-16 localizada na Rua Sete de Setembro, nº 3018, CEP 35.010-173,
Governador Valadares-MG, pelos fatos e fundamentos seguintes:
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I - DOS FATOS

A autora é proprietária de uma casa residencial localizada na Avenida Vertente, nº


681 B, Bairro Altinópolis, CEP.: 35053-740, Governador Valadares/MG, há mais de 40
anos, a qual aluga a mais de 5 (cinco) anos sem contrato de locação.

Em 25.02.2013, a autora recebeu uma notificação da Cemig, cobrando-lhe a


importância de R$ 2.022,92 (dois mil e vinte e dois reais e noventa e dois centavos),
segundo afirma o documento, em decorrência de irregularidades encontradas no medidor,
considerando-o inutilizável, conforme Termo de Ocorrência de Irregularidade – TOI
074227/11 (cópia anexa) – em que a requerida atesta ter havido a violação do medidor de
energia provocado pela autora, concedendo-lhe prazo para manifestar sua discordância
da cobrança, o que fora feito em tempo oportuno, cuja cópia segue em anexo.

Tal irregularidade alegada pela ré é o que comumente se chama de “gato”, ou seja,


segundo a empresa “após a avaliação em laboratório do equipamento de medição de
energia elétrica da instalação PR/ME 23250/2011 foram encontradas as seguintes
irregularidades: medidor sem os dois selos de calibração; mancal superior e
inferior com marcas; disco do elemento parafuso de fixação do mancal inferior e
superior com marcas; disco do elemento móvel apresenta rachaduras; primeira
engrenagem do registrador desacoplada da rosca sem fim do eixo do elemento
móvel; elemento móvel desacoplado do mancal superior” (documento anexo).

Em março de 2013 a autora apresentou reclamação de nº 001081791249 e após


análise da reclamação apresentada pela autora, lhe foi enviada uma correspondência:
“Carta-recurso – Esclarecemos que o relatório confirma que houve intervenções de
terceiros não autorizados pela concessionária no medidos. Estas intervenções
impediam que o medidor registrasse corretamente as grandezas a serem faturadas”
Diante disso, foi mantido o valor de R$ 2.022,92 (dois mil e vinte e dois reais e noventa e
dois centavos) para acerto de faturamento não havendo manifestação num prazo de 30
dias.

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Entretanto, Exª, tais atitudes da ré configuram práticas abusivas que merecem ser
rechaçadas. Veja-se:

a) Da impossibilidade de imputação de irregularidade à autora:

A imputação de responsabilidade por suposta irregularidade no medidor de energia


elétrica à autora é abusiva sob vários aspectos, principalmente quando acompanhada de
ameaça de interrupção do fornecimento de energia elétrica.

O primeiro aspecto é o da falta de manutenção, por parte da ré, dos equipamentos


e da rede de distribuição de energia elétrica. É de responsabilidade da ré tal manutenção,
como conseqüência lógica e jurídica da atividade empresarial que desenvolve.

Ora, se a CEMIG S/A faz medições de consumo de energia mensalmente, por meio
de seus prepostos, como pode levar tanto tempo para detectar suposta irregularidade no
medidor de energia elétrica?

Não pode a ré, para compensar seu comportamento moroso com a manutenção de
seus equipamentos, imputar, pura e simplesmente, de forma unilateral, a suposta
irregularidade à autora.

Além disso, essa suposta irregularidade pode ter derivado justamente do desgaste
dos equipamentos da rede de distribuição de energia, de falha interna do medidor, de
condições ambientais dos medidores não previstas pela ré, ou mesmo ação de terceiros,
desconhecida pela autora.

Desse modo, em razão do seu dever de manutenção, como ônus e risco da própria
atividade empresarial que explora, a responsabilidade por irregularidades nos
equipamentos de prestação de serviço de energia elétrica é da própria CEMIG S/A até
prova em contrário.

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Em razão disso, não se pode, com base num mero ato administrativo (uma
resolução da ANEEL), e sob a ameaça de interrupção no fornecimento de energia, de
forma unilateral e abusiva (por meio do mencionado TOI), atribuir ao consumidor
responsabilidade pela existência de irregularidade nos aparelhos medidores de energia
elétrica.

Portanto, manifestamente incabível o artigo 105 da Resolução nº 456/00, pois, se a


CEMIG S/A é proprietária do equipamento e responsável pela sua verificação periódica,
não se pode transferir o ônus da obrigação de manutenção e guarda ao consumidor, eis
que as condições gerais do contrato de prestação de serviço de energia elétrica devem
estar em consonância com a lei de concessões (Lei nº 8.987/95) a qual estabelece os
direitos e deveres do usuário, que não faz qualquer referência à obrigação de depositário
fiel em desfavor do consumidor.

Nesse contexto, o poder regulamentar da ANEEL extrapolou o princípio da


legalidade, por estar em desacordo com o artigo 51, inciso I, do CDC.

O segundo aspecto que demonstra a prática abusiva da ré é imputar


unilateralmente e de plano à autora, a responsabilidade por suposta irregularidade nos
medidores de energia elétrica, em flagrante desrespeito ao princípio constitucional do
devido processo legal, ao princípio da boa-fé objetiva e às regras básicas de ônus da
prova.

O consumo de energia é mensurado em Governador Valadares, a suposta


irregularidade teria ocorrido em Governador Valadares e quando houve a necessidade de
disponibilizar para o consumidor a oportunidade de verificar o ocorrido, a ré manda o
medidor para outra cidade, dificultando assim a presença da interessada no momento da
avaliação.

Percebe-se claramente que em todo o procedimento não foi oportunizado à autora


realizar sua defesa, ferindo também o princípio do contraditório.

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De outro lado, é regra basilar no direito, que o ônus da prova incumbe a quem
alega. Não basta a ré, unilateralmente, no documento denominado TOI, imputar a
responsabilidade pela existência da suposta irregularidade à autora. Deveria, antes de
qualquer providência comprovar a existência e a autoria das irregularidades para,
somente depois, fazer as exigências cabíveis.

Tal comportamento fere o Código de Defesa do Consumidor, principalmente em


seus artigos 51, IV e VI e 42.

Nesse sentido, a jurisprudência do Egrégio TJMG:

“PROVA – Ação declaratória de inexistência de débito – Fornecimento de energia


elétrica – Dívida apontada pela concessionária ré com fundamento em suposta
fraude do relógio medidor de consumo instalado no imóvel do autor – Perícia –
Inversão do ônus da prova que constitui regra de julgamento - Aplicação do art. 6º,
VII, do CDC – Impossibilidade de produção da perícia em razão da substituição pela
própria Companhia de força e luz, do aparelho supostamente adulterado – Ré que
deve arcar com as conseqüências processuais decorrentes da não realização das
provas tidas como necessárias para o julgamento da questão controvertida nos
autos principais – Fraude não comprovada – Inexigibilidade do débito apontado pela
ré com fundamento em exame realizado de maneira unilateral, sem o crivo do
contraditório – Ação julgada parcialmente procedente em 1ª instância – Recurso
provido, para decretar a total procedência da ação, condenando-se a ré no
pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios” (TJ/SP, Apelação
com Revisão n. 915.171-0/4 – Birigui – 32ª Câmara de Direito Privado – Relator: Ruy
Coppola – 19.01.06 – V.U. – Voto n. 10.770).

Desse modo, pelos motivos acima expostos, é abusivo o comportamento da


empresa-ré de imputar unilateralmente e de plano, fora do devido processo legal e
ofendendo o princípio da boa-fé objetiva, irregularidade no medidor de energia elétrica da
autora, devendo tal comportamento ser coibido pelo Poder Judiciário, conforme os
pedidos abaixo.

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b) Do cálculo virtual, hipotético do valor do suposto débito:

A ré, para calcular a quantidade de energia que ela entende que o usuário teria
consumido durante o período da suposta irregularidade, toma como critério o maior valor
de consumo de energia elétrica e/ou potências ativas e reativas excedentes, ocorridos em
até 12 (doze) ciclos completos de medição normal imediatamente anteriores ao início da
irregularidade (Resolução 456 de 29/11/2000, da Agência Nacional de Energia Elétrica –
ANEEL, artigo 72, inciso I e alíneas, e inciso IV, alínea b).

Ora, Exª, tal procedimento é calcado em um ato administrativo (Resolução da


ANEEL) que não encontra arrimo em nenhuma determinação legal, ou seja, é
completamente ilegal, uma vez que não cabe a uma agência reguladora legislar, ainda
mais sobre direito do consumidor.

Além de não encontrar fundamento na lei, essa resolução contraria o Código de


Defesa do Consumidor, porque atribui aos usuários um consumo de energia hipotético,
virtual, estimativo, não real, totalmente divorciado da quantidade de energia efetivamente
consumida pelo usuário.

Destarte, caso a ré constatasse, de acordo com o devido processo legal,


irregularidade no medidor de energia elétrica da autora, durante o período mencionado,
deveria ela apurar o valor devido de acordo com um método real, que mensurasse a
quantidade exata do suposto consumo irregular de energia elétrica.

Caso contrário, haverá enriquecimento ilícito e desvantagem exagerada para o


consumidor, contrariando as normas do CDC, visto que o usuário só poderá ser cobrado
pela energia que, de fato, consumiu.

Desse modo, é ilegal a estimativa de cálculo feita pela ré segundo critérios


exclusivos desta, com base em resolução da ANEEL, visto que tal resolução, além de não
integrar o sistema de proteção ao consumidor, fere o CDC.

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c) Da impossibilidade de interrupção do fornecimento de energia elétrica:

Em todos os documentos enviados à autora pela ré, constata-se que foi atribuído a
ela a dívida de R$ 2.022,92 (Dois mil e vinte e dois reais e noventa e dois centavos), que
deverá ser negociado (parcelado) ou pago integralmente junto à empresa ré.

É do conhecimento de todos que, caso a autora não negocie a dívida ou deixe de


quitar a fatura emitida para sua residência, haverá a interrupção no fornecimento da
energia elétrica.

Entretanto, tal prática é abusiva, não só porque afronta dispositivos do CDC, mas
também porque abala fundamento da Constituição Federal, qual seja, a dignidade da
pessoa humana.

A energia elétrica é um serviço essencial, sem o qual não se pode falar em


dignidade da pessoa, do cidadão. Sem energia elétrica comprometem-se a saúde, a
alimentação, o bem-estar, a segurança e o entretenimento da pessoa.

Sem tal serviço, não se poderá tomar banho quente, ter luz à noite, conservar
alimentos, ver televisão, escutar rádio, realizar atividades básicas de qualquer pessoa
dentro de uma residência.

O artigo 22 do CDC determina a continuidade dos serviços essenciais:

“Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou por suas empresas, concessionárias,


permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a
fornecer serviços adequados, eficientes, seguros, e, quanto aos essenciais,
contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações
referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a
reparar os danos causados, na forma prevista neste código”.

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A jurisprudência também corrobora, em casos semelhantes ao da autora, a


impossibilidade de interrupção do fornecimento de energia elétrica:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO – Prestação de serviços – Fornecimento de energia


elétrica – Irregularidade no registro de consumo – Constatação unilateral –
Interrupção do fornecimento – Impossibilidade – Recurso improvido – Cuidando-se
de dívida cuja legalidade é questionada em juízo, não é possível a interrupção do
fornecimento de energia elétrica – Tratando-se de constatação unilateral da empresa
prestadora do serviço, há necessidade de respeito aos princípios do contraditório e
da ampla defesa” (TJ/SP, Agravo de Instrumento n. 894233-0/2 – São Paulo – 27ª
Câmara de Direito Privado – Relator: Jesus Lofrano – 24.05.05 – V.U.)

Desse modo, abusiva a ameaça de interrupção do fornecimento de energia elétrica


na residência da autora como forma de coação para recebimento de um suposto débito
com origem em uma suposta irregularidade constatada unilateralmente pela empresa-ré,
devendo tal atitude ser coibida pelo Poder Judiciário, pois, não pode a ré acusar, julgar,
condenar e fazer justiça com as próprias mãos.

d) Da não responsabilidade da autora:

Partindo-se do pressuposto de que a imputação de fraude ou adulteração é


verdadeira, não se tem como determinar em que momento esta efetivamente ocorreu. Já
se vislumbra nesse aspecto a subjetividade e a arbitrariedade na eleição de critérios pela
CEMIG S/A para estimar o possível valor da energia desviada do registro.

e) Dos requisitos da liminar:

Diante dos fatos expostos, não resta dúvida que a plausibilidade do direito
invocado está mais do que evidente.

Primeiro porque houve a imputação unilateral de suposta irregularidade no medidor


de energia instalado no imóvel da autora. Segundo, porque foi imputado débito à

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requerente, calculado de forma absurda e hipotética como conseqüência da mencionada


irregularidade. Além disso, é do conhecimento de todos que o não pagamento da fatura
ou a não negociação da dívida desembocará no corte de energia elétrica da residência da
autora.

Tais práticas são abusivas e ferem os princípios constitucionais da dignidade da


pessoa humana, do contraditório e da ampla defesa, do devido processo legal. Atingem
princípio fundamental da ordem econômica, qual seja, a proteção e a defesa do
consumidor.

Por essas razões, está presente o fumus boni iuris, requisito essencial para a
concessão da medida liminar.

Presente também o requisito da urgência da medida, periculum in mora, para o


deferimento da liminar pleiteada, mormente quanto à conduta da ré em ameaçar o corte
de energia, caso não haja negociação da dívida ou o seu pagamento imediato.

A perda da qualidade de vida que a autora e sua família se submeterão até o final
do processo se configurará como perda irreparável e não terá como ser resgatada.

Prescrição: vê-se da memória de cálculo constante do Termo de Ocorrência e


Inspeção, que a ré está cobrando pretensas diferenças de consumo a partir do mês de
outubro de 2004 até a presente data. De acordo com o inciso I, do § 5º do art. 206 do C.
Civil, a prescrição de dívidas dessa natureza ocorre em 5 anos. Assim, caso seja julgada
improcedente a pretensão da autora, requer sejam declaradas prescritas as eventuais
diferenças de consumo ocorridas anteriormente ao mês de março de 2007.

Dos pedidos

Diante do exposto, requer a liminar para:

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a) seja imposta à ré obrigação de não fazer, consistente na não interrupção do


fornecimento de energia elétrica na residência da autora enquanto pendente discussão
acerca da materialidade da irregularidade e de sua autoria, ou de envio de seu nome para
os órgãos de negativação de crédito, como SPC, SERASA, etc, bem como da existência
do débito decorrente de consumo irregular, cabendo o ônus da prova à ré;

b) seja declarada, desde já, a inexistência dos débitos imputados à autora, enquanto não
exista prova inequívoca da materialidade e da autoria da irregularidade no medidor de
energia elétrica, do período em que efetivamente se deu a irregularidade e do consumo
real (não estimativo) de energia durante o período mencionado. Caso V.Exª entende de
modo diverso, seja declarada a prescrição de qualquer dívida anterior a março de 2007.

Requer mais,

a) os benefícios da gratuidade judiciária por ser a requerente pobre no sentido legal,


conforme Lei nº 1060/50;

b) citação da ré, por meio de seu representante legal para, querendo, contestar o
presente pedido, sob pena de revelia;

c) a procedência dos pedidos para:

c.1) que seja declarada inexistente a dívida imputada à autora por não estar provada a
materialidade e a autoria da suposta irregularidade existente no medidor de energia
instalado em sua residência e por ter sido utilizado método estimativo, não real, para
cálculo dessa dívida;

c.2) seja a ré condenada ao cumprimento da obrigação de não fazer, consistente na não


interrupção do fornecimento de energia elétrica, enquanto pendente discussão acerca da
materialidade e da autoria da irregularidade;

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c.3) seja fixada multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais) caso a ré deixe de cumprir as
determinações desse juízo, em caráter provisório ou definitivo;

d) a produção de prova por todos os meios em direito admitidos, tais como oitiva de
testemunha, depoimento pessoal do representante da ré, perícia e juntada de
documentos, invertendo-se desde logo, o ônus da prova, por hipossuficiência da autora;

e) a condenação da ré no pagamento de honorários e custas processuais.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em


especial pela prova pericial, documentos, que ora seguem anexos, oitiva do representante
da parte requerida e de testemunhas, cujo rol virá a tempo e modo, sem prejuízos das
demais provas admitidas.

Dá-se à causa o valor de R$ 2.022,92 (Dois mil e vinte e dois reais e noventa e
dois centavos.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Governador Valadares, 2 de julho de 2013.

SAINT CLAIR CAMPANHA DE SOUZA CAROLINA APARECIDA LOBO CAMPOS


OAB/MG 21642
OAB/MG 121.112

MARIA REJANE PIMENTEL BRUNO RODRIGUES DE OLIVEIRA


ACADÊMICA DE DIREITO ACADÊMICO DE DIREITO

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