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DE xxxxxxxxxxxxxxxxx- xx
Atendendo ao disposto no art. 99 do Novo CPC, desde logo, clama pela concessão dos
benefícios da GRATUIDADE DA JUSTIÇA lato sensu, eis que se trata do primeiro
pronunciamento da parte autora, o qual, vem instruído com a declaração de
hipossuficiência da requerente.
Nesse diapasão, requer a juntada aos autos da inclusa declaração de sua “insuficiência de
recursos” para o deferimento da benesse, cuja afirmação goza de presunção de veracidade
(§ 3º do art. 99, NCPC).
Saliente-se, por oportuno, que o simples fato de a parte estar representada por advogado
particular não constitui condição para o indeferimento do pedido da gratuidade de justiça;
questão sanada pelo § 4º, do Artigo 99, do Novo CPC.
Antes de adentrar no mérito da presente lide, a parte Requerente requer lhe sejam
deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, por não poder arcar com os ônus financeiros da
presente ação, sem que com isso sacrifique o seu próprio sustento e o de sua família,
conforme declaração que segue anexa e fundamentação exarada no tópico presente.
DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS COLACIONADOS À PEÇA PREFACIAL
O advogado que esta subscreve, declara serem autênticas as cópias reprográficas dos
documentos anexos à peça prefacial, nos moldes do artigo 425, inciso IV, do Novo Código
de Processo Civil.
Com isso, requer seja acolhida a declaração de autenticidade dos documentos colacionados
à inicial.
DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
A parte Autora é deficiente físico, conforme relatório médico acostado. Deficiência
permanente sem chances de recuperação com amputação de membro superior
(DESCREVER A DEFICIÊNCIA)
O inciso VII, do art. 9º da Lei nº 13.146/15, determina prioridade a portadores de
deficiência física:
Art. 9º - A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
(...) VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em
todos os atos e diligências. (Destaque)
Assim, com base nos laudos médicos apresentados, requer Vossa Excelência proceda
devida valoração e conceda, sem necessidade de avaliação de médico oficial por não se
tratar de direito de isenção tributária, mas de prioridade de tramitação, conforme autoriza
o precedente do STJ (AgRg no Ag 1.194.807/MG, Rel. Min. Luiz Fux, 1.ª Turma, julgado em
17.06.2010, DJe 01.07.2010; REsp 1.088.379/DF, Rel. Min. Francisco Falcão, DJe
29.10.2008; e REsp 749.100/PE, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ 28.11.2005; REsp
302.742/PR, 5.ª T., Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJ 02.08.2004).
MÉRITO
DOS FATOS
No dia xx de xxxx de xxxx, o Requerente operava a máquina xxxxxxxxxx durante o exercício
profissional na empresa xxxxxxxx, quando, por fato superveniente, (DESCREVER O
ACIDENTE), tendo o Requerente sido atingido em (DESCREVER MEMBRO ATINGIDO),
conforme CAT, boletim de ocorrência e prontuários/relatório médicos em anexo.
Em razão disso sofreu fratura com exposição óssea no XXXXXXXX direito, havendo a
necessidade de amputação de XXXX além de perder completamente os movimentos
XXXXXX.
Considerando que o Requerente é destro, referida intervenção reduziu-lhe,
substancialmente, sua capacidade laborativa, além de lhe dificultar e exigir maior esforço
para execução da sua atividade laboral habitual, bem como para a vida cotidiana.
A evolução do diagnóstico pode ser facilmente verificada pelos relatórios médicos em
anexo, dos quais constas as seguintes CIDs:
CID 10 XXXXXXXXXXXXX
Diante de tal circunstância, houve o recebimento de benefício previdenciário acidentário e,
após sua cessação, o Requerente pleiteou a indenização do auxílio acidente, NB
XX/XXX.XXX.XXX-X, o qual foi indeferido pelo Requerido em XX/XX/XXXX (data da
cessação do auxílio doença acidentário).
Portanto, não houve recuperação total da lesão, ficando sequelas irreversíveis
instaladas em caráter permanente reduzindo a capacidade laborativa que o
Requerente habitualmente exercia.
A atividade de XXXXXXXXX, na qual o Requerente está alocado, exige-lhe o manuseio
(DESCREVER A ATIVIDADE), dentre outras pertinentes a função.
Na execução de seu trabalho, o Requerente, portanto, apresenta limitações para
(DESCREVER AS LIMITAÇÕES)
No cotidiano, sua vida também enfrenta limitações, como todo deficiente físico: há
dificuldade na locomoção pelo transporte público, haja vista que (DESCREVER AS
LIMITAÇÕES DO DIA A DIA), os quais utiliza diariamente.
Assim sendo, por ter contribuído como segurado obrigatório para o Réu, faz jus ao seguro
indenizatório de auxílio acidente no valor de 50% da remuneração que teria se fosse
aposentado por invalidez, a fim de tentar recompor sua renda e perdas sociais que as
sequelas lhe causaram.
DOS DIREITOS
Os relatórios e exames médicos anexos são aptos em demonstrar a sequela na mão direito,
irreversível e insuscetível de recuperação, não havendo dúvidas quanto ao nexo causal,
considerando o Boletim de Ocorrência e Comunicação de Acidente de Trabalho em anexo.
Assim sendo, a negativa do Requerido em conceder o benefício, afronta o princípio
constitucional da dignidade da pessoa humana e fere ainda os Direitos Sociais que estão
elencados dentro dos Direitos e Garantias Fundamentais, quais sejam:
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela União indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamento: (…)
III – a dignidade da pessoa humana; (...)
Art. 6. São direitos sociais a educação , a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” (Destaque)
O § 10º do artigo 201 da Constituição Federal determina que por Lei deva-se disciplinar a cobertura do risco de
acidente do trabalho por meio da Previdência Social, conforme abaixo transcrito:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
(...)
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime
geral de previdência social e pelo setor privado. (Destaque)
Os §§ 1º, 2º e 3ºdo artigoo art. 86, da Lei 8.213/91 disciplinam o seguro de auxílio acidente,
nos seguintes termos:
Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões
decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para
o trabalho que habitualmente exercia. (Destaque)
§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinquenta por cento do salário-de-benefício e será devido,
observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do
segurado.
§ 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença,
independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação
com qualquer aposentadoria.
§ 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, observado o disposto no
§ 5º, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente.
A parte Autora depois do acidente e consolidação das lesões ficou com sequela para exercer
sua profissão, fazendo jus ao auxílio-acidente desde a data da cessão do auxílio doença
acidentário em XX/XX/XXXX.
O STJ, por meio de repetitivo, decidiu que mesmo que seja mínima a lesão definitiva
consolidada, há direito ao auxílio-acidente:
Ementa: PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. AUXÍLIO-ACIDENTE. LESÃO
MÍNIMA. DIREITO AO BENEFÍCIO. 1. Conforme o disposto no art. 86, caput, da Lei 8.213/91, exige-se, para
concessão do auxílio-acidente, a existência de lesão, decorrente de acidente do trabalho, que implique redução da
capacidade para o labor habitualmente exercido. 2. O nível do dano e, em consequência, o grau do maior esforço,
não interferem na concessão do benefício, o qual será devido ainda que mínima a lesão. 3. Recurso especial
provido. (REsp 1109591 / SC RECURSO ESPECIAL 2008/0282429-9, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Rel. Ministro CELSO
LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP). Data do julgamento: 25/08/2010. Publicação: DJe
08/09/2010)
O novo instituto veio trazer segurança jurídica, tornando se uma caminhada em relação ao
direito alemão, berço do IRDR e aproximando-se do Commom law, de forma a consagrar o
“princípio constitucional brasileiro da igualdade”.
Observe-se que nesse caso as alegações de fato são provadas exclusivamente por provas
documentais e há presença de tese firmada pelo STJ em repetitivo. Podendo, segundo o
parágrafo único do art. 311 do NCPC, ser julgado liminarmente, conforme segue:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo, quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso
em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a
que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. Grifo nosso.
DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) O deferimento de tutela provisória de urgência inaudita altera parte, para concessão de
auxílio acidente, oficiando-se ao Instituto Nacional do Seguro Social, comunicando-lhe o
deferimento da medida, e citando-o dos termos da inicial;
c) No caso de descumprimento da tutela provisória de urgência pelo Réu, que seja aplique
multa diária, na forma do art. 497 e 537 do CPC, no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais),
por se tratar de obrigação de fazer;
d) Que após os trâmites, seja a presente demanda julgada procedente, para confirmar a
tutela provisória de urgência e torná-la definitiva;
e) Ao final sejam julgados procedentes os pedidos dessa ação para condenar o INSS a
conceder definitivamente o auxílio acidente, com pagamento das parcelas vencidas
desde a data da cessação do auxílio doença acidentário em XX/XX/XXXX;
g) Que seja o Requerido condenado ao pagamento de todas as parcelas vencidas e
vincendas, desde a data da cessação do auxílio doença acidentário, XX/XX/XXXX,
subsidiariamente, da data da citação;
h) Juros e correções legais;
i) Honorários advocatícios de 20% no final da demanda, por se tratar de trabalhos
que exigem conhecimentos especializados e pela demora de efetivação dos direitos
nesses tipos de ações, em razão das benesses que desfruta a Fazenda Pública em
relação aos prazos processuais e a forma de pagamento (RPV ou precatório
estadual).
Requer, ainda, o deferimento do pedido dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA.
Requer, finalmente, deferida a utilização de todos os meios de prova em direito
admitidos, especialmente perícia técnica e oitiva de testemunhas, juntada dos
documentos que acompanham a inicial, depoimento pessoal e depoimento do
representante legal do Requerido, sob pena de confissão e juntada de documentos novos a
qualquer momento.
A fim de evitar futura arguição de nulidade no processo, requer que todas as publicações
sejam realizadas exclusivamente em nome do patrono XXXXXXXXXXX, inscrito na
OAB/SP sob o nº XXXXX , sob pena de nulidade.
Dá-se a causa o valor de R$ XXXXXXXX
Termos em que pede deferimento.
São Paulo, 28 de março de 2019.
LOCAL E DATA.
_______________________________________
NOME DO ADVOGADO E
NÚMERO DA OAB