Mas antes da teoria gramatical, um pouco da história deste idioma falado por mais de 100
milhões de pessoas em várias partes do mundo, principalmente na Nigéria. O Brasil é o
segundo país que mais utiliza o yorubá em razão das religiões afro-brasileiras.
Segundo a tradição oral foi *Odùdúwà*, filho de Olódùmarè, o fundador da língua Yorubá
como ela é, bem como da dinastia do povo de mesmo nome.
*História*
O idioma Yorubá (Èdè Yorubá), vem evoluindo há mais de quatro mil anos, mas passou a
ter uma estrutura específica, diferenciando-se de suas línguas “parentes”, há dois ou três
mil anos. Ela pertence à subfamília “Kwa”, da família Níger-Congo e foi absolutamente oral
até que Samuel Ajayí Crowter, pastor Anglicano nigeriano, transcreveu-lhe e a publicou em
seu dicionário Yorubá-Inglês em 1843. Já a ortografia yorubá surgiu por volta de 1850,
embora tenha sofrido inúmeras mudanças desde então.
Os fonemas latinos foram utilizados para dar forma escrita aos sons das palavras ouvidas.
Trata-se de um idioma subsaariano (parte da África ao sul do Saara), e é a língua nativa do
povo homônimo, falado em países como Nigéria, Benin, Togo e Serra Leoa. Por conta da
migração e da diáspora yorubá, este idioma também é falado nos EUA, Cuba, Brasil dentre
outros países. A área linguística do Yorubá é conhecida com a definição geral de
*Yorubalândia*, e compreende hoje os estados federais Nigerianos de Ọ̀yọ́, Ògún, Ọ̀ṣun,
Ondo, Kwara, Lagos e a parte ocidental do estado de Kogi. Pelo ponto de vista geográfico
se encontra no planalto, delimitado a norte e a leste do rio Níger.
O contínuo dialetal Yorubá consiste de mais de quinze variedades, que podem ser
reagrupadas em três idiomas principais: Yorubá norte-ocidental, central e sul-oriental.
Obviamente não é possível traçar uma linha de divisa definida, exceto nos territórios de
divisa de isoglossa dialetal, os quais podem apresentar semelhanças com os dialetos
confinantes:
*Yorubá standard*
O Yorubá standard é uma variedade autônoma do grupo dialetal: é a forma escrita da língua
apreendida como variante standard, utilizada também na mídia. O Yorubá standard tem as
suas origens em cerca de 1850, quando Samuel Ajayí Crowter, primeiro bispo africano de
etnia Yorubá, publicou uma gramática do idioma e iniciou uma tradução da bíblia. Mesmo
que o Yorubá standard se baseie em boa parte nos dialetos Ọ̀yọ e Ibadan, este apresenta
também muitas características típicas de outros dialetos.
O uso do Yorubá standard não é o resultado de uma política linguística consciente, e por
causa disso tem algumas controvérsias que fazem tornar esta língua não autêntica.
A opinião de vários autores é de que o dialeto Ọ̀yọ representa a forma pura da língua. No
entanto, o Yorubá standard ensinado na escola e utilizado pela mídia tornou-se um fator
estabilizante e eficaz na construção de uma identidade comum dos Yorubá.
*Sistema de escritura*
No curso do tempo, a ortografia foi submetida à revisões para permitir, entre outros motivos,
a possibilidade de transcrever os tons. Em 1875 a CMS organizou uma conferência sobre a
ortografia Yorubá. O “standard” estabelecido constitui a base da ortografia da corrente
religiosa da literatura dos seguintes anos.
*Estrutura linguística*
Exemplos de línguas com ordem SVO são o inglês, finlandês, chinês, malaio, quiché,
guarani, entre muitas outras. As línguas românicas também seguem a ordem SVO, exceto
em construções nas quais um pronome funciona como o objeto.
O Yorubá é um idioma tonal, isto é, a frequência sonora na pronúncia das vogais serve de
parâmetro para diferenciar dois fonemas. O sistema tonal se caracteriza pela utilização de
acentos acima e abaixo das vogais ou consoantes com a função de diferenciar o significado
das palavras pelo tom. Nesta perspectiva, significado e significante ficam absolutamente
subordinados à forma da pronúncia.
As palavras em Yorubá têm vários tipos de acentuação e cada uma delas define a
pronúncia correta, e faz grande diferença quando uma palavra não é acentuada, pois isto
modifica o seu sentido.
Outro exemplo:
*Dicionários*