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Eutanásia e suicídio assistido em países ocidentais:

revisão sistemática
Mariana Parreiras Reis de Castro 1, Guilherme Cafure Antunes 2, Lívia Maria Pacelli Marcon 3, Lucas Silva Andrade 4, Sarah Rückl 5,
Vera Lúcia Ângelo Andrade 6

Resumo
Em 2015 a temática da morte assistida foi amplamente divulgada pela mídia após o primeiro caso legal de
eutanásia ter sido realizado na Colômbia. Além disso, no mesmo ano, o suicídio assistido foi legalizado no
Canadá e no estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Atualmente, a morte assistida é permitida em quatro
países da Europa Ocidental: Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Suíça; em dois países norte-americanos: Canadá
e Estados Unidos, nos estados de Oregon, Washington, Montana, Vermont e Califórnia; e na Colômbia, único
representante da América do Sul. A partir de revisão sistemática da literatura, objetivou-se estabelecer a
prevalência e os critérios adotados para a prática da eutanásia e do suicídio assistido em países ocidentais
e discutir a posição de países onde essa prática não é reconhecida. Uma melhor compreensão do assunto
mostra-se fundamental para a formação de opiniões e fomento de futuros debates.
Palavras-chave: Morte assistida. Eutanásia. Suicídio assistido. Cuidado paliativo.

Resumen
Eutanasia y suicidio asistido en países occidentales: una revisión sistemática
En 2015, el tema de la muerte asistida fue ampliamente difundida por los medios del mundo después de que
el primer caso de la eutanasia legal haya sido realizado en Colombia. También, ese año el suicidio asistido
fue legalizado en Canadá y en el estado de California en Estados Unidos. Actualmente, el suicidio asistido
está permitido en cuatro países de Europa occidental: Países Bajos, Bélgica, Luxemburgo y Suiza; dos países
de América del Norte: Canadá y Estados Unidos, en el estado de Oregon, Washington, Montana, Vermont
y California; y Colombia, único representante de América del Sur. A partir de una revisión sistemática de la
literatura, se planteo como objetivo determinar la prevalencia y los criterios adoptados para la práctica de la
eutanasia y el suicidio asistido en los países occidentales y discutir la posición de países similares donde no se
reconoce esta práctica. Una mejor comprensión de la materia parece ser crítica para la formación de opinio-
nes y el fomento de las futuras discusiones.
Palabras clave: Muerte asistida. Eutanasia. Suicidio asistido. Cuidado paliativo.

Abstract
Euthanasia and assisted suicide in western countries: a systematic review
In 2015 the issue of assisted death was widely publicized by the international media after the first legal eu-
thanasia case was held in Colombia. Also in this same year, assisted suicide was legalized in Canada and in the
state of California in the United States. Currently, assisted death is allowed in four Western European coun-

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tries: Netherlands, Belgium, Luxembourg and Switzerland; two North American countries: Canada and the
US, in the states of Oregon, Washington, Montana, Vermont and California; and Colombia, the sole represen-
tative in South America. From a systematic literature review, this work aims to establish the prevalence and
the criteria adopted for the practice of euthanasia and assisted suicide in western countries and to discuss
the position of similar countries where this practice is not recognized. A better understanding of the subject
appears to be critical to the formation of opinions and the encouragement of further discussions.
Keywords: Assisted death. Euthanasia. Assisted suicide. Palliative care.

1. Graduanda marianaprc@hotmail.com – Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), Belo Horizonte/MG 2. Graduando
gc_antunes@hotmail.com – (Unifenas), Belo Horizonte/MG 3. Graduanda liviampacellim@gmail.com – (Unifenas), Belo Horizonte/MG
4. Graduando lucassilva92@hotmail.com – (Unifenas), Belo Horizonte/MG 5. Doutora sarahruckl@gmail.com – Universidade de Heidelberg,
Heidelberg, Alemanha 6. Doutora vera.angelo@unifenas.br – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte/MG, Brasil.

Correspondência
Lívia Maria Pacelli Marcon – Rua Aimorés, 2165, apt. 301 Bairro Lourdes CEP 30140-072. Belo Horizonte/MG, Brasil.

Declaram não haver conflitos de interesse.

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Historicamente, a palavra “eutanásia” sig- de debate ainda bastante controverso e – indepen-


nifica “boa morte“, ou seja, morte sem dor, sem dentemente de vertentes políticas, religiosas ou
sofrimento. No século XX, por ocasião do Terceiro morais – é fundamentalmente uma questão huma-
Reich, ganhou conotação negativa, quando foi inde- na 2. Assim, o objetivo deste trabalho é estabelecer
vidamente usada em políticas nazistas que visavam a prevalência e os critérios adotados para a prática
eliminar vidas que não valiam a pena ser vividas 1. da eutanásia e do suicídio assistido em países oci-
Posteriormente, após a desmistificação da palavra, dentais e discutir a posição de outros países onde a
discussões acerca do tema voltaram à tona, e, atual- prática não é reconhecida.
mente, a prática da eutanásia, no sentido clássico, é
permitida em alguns países. Em definição mais con-
temporânea, eutanásia pode ser entendida como Método
emprego ou abstenção de procedimentos que per-
mitem apressar ou provocar o óbito de um doente
Este trabalho consiste em revisão sistemá-
incurável, a fim de livrá-lo dos extremos sofrimentos
tica da literatura. Os descritores utilizados para
que o assaltam 1.
a pesquisa foram, em inglês e português: “euta-
Quanto ao consentimento do enfermo, eu- násia”, “suicídio assistido”, “Holanda”, “Bélgica”,
tanásia pode ser classificada em não voluntária e “Luxemburgo”, “Suíça”, “Reino Unido”, “Brasil”,
voluntária – a primeira acontece sem que se conhe- “Colômbia”, “Canadá” e “Estados Unidos”. Para
ça a vontade do paciente, e a segunda em resposta identificar as publicações que compuseram este
à vontade expressa do doente 1. A última difere-se estudo, realizou-se busca online nos bancos de
do suicídio assistido, uma vez que é executada por
dados Scientific Electronic Library Online (SciELO),
médico, enquanto no suicídio assistido o paciente
National Center for Biotechnology Information
executa a ação final.
(PubMed) e Google Acadêmico. Para auxiliar a
Tanto do ponto de vista médico quanto do busca e a categorização dos artigos, foi utilizada a
legal, existe grande diferença entre “matar” e “dei- ferramenta MeSH.
xar morrer” 2. Portanto, quanto ao ato, a eutanásia
divide-se em ativa e passiva, sendo que a primeira A pesquisa baseou-se em 19 publicações
denota o ato deliberado de provocar a morte sem pertinentes ao tema investigado, apresentadas ao
sofrimento do paciente (utilizando, por exemplo, final no Anexo 1. Foram considerados os seguintes
injeção letal), e a segunda refere-se à morte por critérios de inclusão, previamente estabelecidos:
omissão proposital em se iniciar ação médica que trabalhos originais ou de revisão, disponíveis na
garantiria o prolongamento da sobrevida. Vale res- íntegra, publicados entre 2005 e 2015. Os artigos
saltar a imprecisão da distinção entre eutanásia que não se encaixaram nos critérios de inclusão fo-
passiva e ortotanásia, que se refere à “morte no ram retirados da amostra. Quanto aos critérios de
tempo certo”, uma vez que não existe limite real en- exclusão, levamos em consideração artigos em du-
tre “não intervir e deixar de fato morrer” e “deixar plicidade, publicações anteriores a 2005 e aqueles
morrer no momento aparentemente correto” 1. que, apesar de apresentarem os descritores sele-
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O termo “morte assistida” engloba tanto o con- cionados, não abordavam diretamente a temática
ceito de eutanásia quanto o de suicídio assistido 2, proposta. Além disso, reportagens recentes, sites
ambos temas de constantes debates na sociedade e relatórios oficiais dos países mencionados foram
atual. Quatro países europeus, um sul-americano e consultados para atualização de dados, e alguns ar-
dois norte-americanos legalizaram a eutanásia e/ou tigos foram sugeridos por especialistas.
o suicídio assistido, porém a lei desses países difere
consideravelmente a respeito das práticas 3.
Método e resultados
Em julho de 2015 o tema foi amplamente di-
vulgado pela mídia após o primeiro caso legal de
eutanásia realizado na Colômbia 4. No mesmo ano, o A seleção dos artigos para revisão sistemática
suicídio assistido foi legalizado no Canadá e no esta- foi feita de acordo com o fluxograma (Figura 1). Ba-
do da Califórnia, nos Estados Unidos (EUA)  4. Diante seada nessas publicações, o Quadro 1 descreve de
das divergências e do grande interesse da comuni- forma resumida informações sobre revista, autor,
dade sobre o assunto, conhecer a experiência e os ano de publicação, título do artigo, tipo de estudo
pontos de vista de variados países sobre o tema é realizado, objetivo e limitações apresentadas pelas
fundamental para a formação de opiniões 3. Trata-se publicações estudadas.

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Figura 1. Seleção dos estudos

Bancos de dados
Pubmed, SciELO,
Google Acadêmico

Descritores
Eutanásia, suicídio assistido,
Brasil, Colômbia, Canadá, Estados Critérios de inclusão
• Artigos disponíveis na íntegra
Unidos, Bélgica, Luxemburgo,
• Publicados entre 2005 e 2015
Suíça e Reino Unido
• Originais ou de revisão

Critérios de exclusão
• Artigos em duplicidade

*Outras fontes Artigos selecionados: 422 • Publicações anteriores a 2005


• Sites oficiais dos países • Não abordavam diretamente a

pesquisados temática proposta: exclusão pelo


• Relatórios, documentos e
Artigos selecionados: 15 título e pelo resumo
bancos de dados oficiais
• Notícias recentes de jornais

Artigos indicados por


especialistas: 4
Artigos utilizados: 19

Total de referências: 49

Discussão descriminalizada em 1997 pelo Tribunal Constitu-


cional, somente em abril de 2015 o Ministério da
Saúde definiu como poderia ocorrer. Até essa data
A morte assistida é permitida em quatro países
da Europa Ocidental: Holanda, Bélgica, Luxemburgo era classificada como “homicídio por piedade” de
e Suíça; em dois países norte-americanos: Canadá e acordo com o artigo 326 do Código Penal, e a falta
Estados Unidos, nos estados do Oregon, Washing- de critérios bem estabelecidos para sua realização,
ton, Montana e Vermont; e, na América do Sul, na somados à legislação controversa, gerava ambigui-
Colômbia 4. As leis e critérios adotados para a rea- dade, conflitos de interpretação e incertezas sobre

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lização dessa prática diferem entre si em cada um o assunto 4,5.
desses países. Explicitar a forma como a morte assis- Atualmente, a prática está regulamentada
tida ocorre nesses locais e comparar sua legislação pela Resolução 12.116/2015 do Ministério da Saú-
à de outros países semelhantes em aspectos socio- de e Proteção Social, que estabelece critérios e
econômico-culturais, permite compreender melhor procedimentos para garantir o direito à morte com
o assunto, e serve de base para futuros debates 2. dignidade 6,7. Drogas intravenosas podem ser admi-
A situação do Brasil e do Reino Unido foi abordada nistradas por médicos, em hospitais, em pacientes
ao final do trabalho com o objetivo de contrastar a adultos com doenças terminais que provocam dor
posição dos demais países e enriquecer a discussão. intensa e sofrimento que não possam ser aliviados. O
Para facilitar a compreensão, a linha do tempo com paciente deve, conscientemente, requisitar a morte
os principais marcos da morte assistida no mundo é assistida, que deve ser autorizada e supervisionada
apresentada no Anexo 2. por um médico especialista, um advogado e um psi-
quiatra ou psicólogo. Além disso, a legislação atual
Colômbia não proíbe a assistência a pacientes estrangeiros 4.
A Colômbia é o único país da América Latina Apenas um caso de eutanásia foi relatado até o
onde a eutanásia é permitida. Embora tenha sido momento no país, em 3 de julho de 2015. Tratava-se

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de Ovídio Gonzáles, de 79 anos, acometido por um Em março de 2009, o estado de Washington


câncer raro no rosto, que, apesar de não apresen- aprovou seu “Ato de morte com dignidade”, quase
tar metástases, sofria com intensas dores crônicas 4. idêntico ao do Oregon, mediante o qual adultos
Portanto, tendo em vista a recente legalização, é competentes, residentes na área, com expectativa
necessário investir na capacitação de médicos e pro- de vida de seis meses ou menos, podem reque-
fissionais de saúde para lidar com os dilemas éticos rer a autoadministração de uma medicação letal
do fim da vida 5,8. prescrita por um médico 3,4,13. De 2009 a 2014, 724
pessoas receberam prescrição de medicação letal,
das quais 712 morreram após autoadministração.
Estados Unidos A situação dos pacientes que receberam a pres-
O suicídio assistido é legalizado em cinco dos crição e não a utilizaram é desconhecida 13. Assim
cinquenta estados dos Estados Unidos: Oregon, como em Oregon, as estatísticas apontam, entre as
Washington, Montana, Vermont e Califórnia 4,9. O mortes, maior incidência de homens, entre 65 e 74
Novo México aprovou legislação condizente com a anos, com alta escolaridade. A doença de base pre-
prática em 2014, mas a decisão foi revertida em se- dominante também era câncer, seguido de doenças
gunda instância, em agosto de 2015 4. Já a eutanásia neurodegenerativas 13.
é proibida em todos os estados 2.
No estado de Montana, a Suprema Corte de-
O primeiro estado a legalizar o suicídio assis- cretou, em 31 de dezembro de 2009, que o suicídio
tido foi Oregon, em 27 de outubro de 1997, com assistido não era ilegal, depois do caso do paciente
a aprovação do “Ato de morte com dignidade” Robert Baxter, um caminhoneiro aposentado de 76
(Death with Dignity Act) 10, que permite que adultos anos, portador de uma forma terminal de leucemia
(maiores de 18 anos) competentes (capazes de ex- linfocítica 14. Ao contrário de outros estados, a legis-
pressar conscientemente sua vontade), residentes lação de Montana não é tão bem regulamentada
do Oregon, com doenças terminais e expectativa de sobre o assunto. De acordo com a Suprema Corte,
vida menor que seis meses, recebam medicações os pacientes devem ser adultos, mentalmente com-
em doses letais, por meio de autoadministração petentes e portadores de doenças terminais para
voluntária, expressamente prescrita por um médico solicitar medicação letal. O ato é assegurado pelos
para essa finalidade. De acordo com o Ato, a auto- direitos de privacidade e dignidade estabelecidos
administração desses medicamentos letais não é pela constituição, e os médicos que o auxiliam tam-
considerada suicídio, mas morte com dignidade 3,11. bém são protegidos por lei 3,14,15.
Vale ressaltar que muitos hospitais católicos opta-
Em Vermont o suicídio assistido foi legalizado
ram por não aderir à prática 4.
em 20 de maio de 2013 pelo Ato 39 – relaciona-
Desde a aprovação da lei em 1997 até o final do a “Escolhas do paciente e controle no final da
de 2014, 1.327 pessoas receberam a prescrição da vida”. O Departamento de Saúde estadual sugeriu
medicação letal e, destas, 859 morreram após au- que, até 2016, médicos e pacientes fossem grada-
toadministração. Seis pessoas acordaram após o tivamente aderindo às propostas do Ato, uma vez
procedimento, e a maioria faleceu nos dias subse- que muitos hospitais negaram a adesão, declarando
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quentes. Alguns pacientes para os quais foi prescrita não estarem prontos para implantá-lo. De qualquer
a medicação morreram antes da administração, ou- forma, o direito à morte assistida é reservado a
tros aguardavam recebê-la, e alguns casos não pacientes adultos residentes de Vermont, com ex-
foram devidamente notificados 12. pectativa de vida menor que seis meses, capazes de
Das 859 pessoas que receberam medicação solicitar voluntariamente e autoadministrar a dose
letal, 52,7% eram homens, na faixa etária predo- da medicação 4,16.
minante entre 65 e 74 anos, com ensino superior No dia 5 de outubro de 2015, Jerry Brown,
completo ou pós-graduação (45,9%). Em 78% dos in- governador da Califórnia, assinou o Projeto de Lei
divíduos, a doença era câncer, seguida por esclerose 15, também chamado de “Ato de opção do fim da
lateral amiotrófica (ELA) em 8,3%. A maioria dos pa- vida” (End of Life Option Act), permitindo o suicídio
cientes morreu em casa (94,6%) e recebia cuidados assistido para adultos competentes, residentes no
paliativos. As preocupações mais frequentes desses estado, com doenças terminais e expectativa de vida
pacientes eram perda de autonomia, mencionada menor que seis meses 17. A lei, que entrou em vigor
por 91,5% deles, perda da capacidade de participar em 2016, foi baseada no Ato do Oregon, de 1997.
de atividades que tornam a vida agradável (88,7%) e Sua aprovação retomou antigas discussões acerca
perda de dignidade (79,3%) 12. da morte assistida 18,19. Na ocasião da aprovação da

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lei, o governador declarou que, no final, foi levado Em janeiro de 2016, o Colégio de Médicos e
a refletir sobre como agiria diante da própria mor- Cirurgiões de Ontário publicou as “Diretrizes pro-
te; relatou que não saberia o que fazer se estivesse visórias sobre morte assistida” (Interim Guidance
morrendo com dores prolongadas e excruciantes. on Physician-Assisted Death), regulamentando a
Além disso, apontou ser reconfortante poder con- eutanásia e o suicídio assistido, com critérios se-
siderar opções oferecidas pelo Ato do Oregon e que melhantes aos adotados por Quebec 22. No mesmo
não negaria esse direito para os outros 19. mês, em artigo de imprensa 29, um advogado do
Departamento de Justiça do Canadá expressou sua
preocupação sobre as novas mudanças. Segundo
Canadá
ele, o país enfrentará um grande desafio no manejo
Em fevereiro de 2015, após seis anos de deba-
das questões da morte assistida, já que as políticas
tes na Suprema Corte, com os casos das pacientes
de saúde do país são reguladas por leis provinciais,
Kay Carter e Gloria Taylor, o Canadá suspendeu a
enquanto as leis criminais estão sob jurisdição
proibição da eutanásia e do suicídio assistido 4,20-22. Foi
nacional. Para evitar problemas, autoridades sugeri-
estabelecido período de carência de um ano, duran-
ram diretrizes nacionais unificadas, apesar do curto
te o qual o governo federal e provincial do Canadá,
prazo para regulamentação 29.
assim como profissionais de saúde, deveriam se pre-
parar para implantar a nova lei. Em janeiro de 2016, o
prazo foi estendido por quatro meses, prorrogando- Holanda
-se para o dia seis de junho a legalização oficial da Em abril de 2002, tanto a eutanásia quanto o
morte assistida, e a data limite para que os governos suicídio assistido foram regulamentados e deixaram
provinciais estabelecessem suas diretrizes. Caso isso de ser puníveis na Holanda, depois de mais de trinta
não ocorra, a atividade será legal no país, porém não anos de debate. Antes da legalização, essas práticas
regulamentada em determinadas províncias, o que foram toleradas por algumas décadas, tendo sido
dará ao médico liberdade para delinear suas próprias relatadas por médicos holandeses desde 1991 3,4,30.
condutas. Além disso, até essa data, nos territórios
ainda não regulamentados, o auxílio à morte assistida O processo da morte assistida deve se enqua-
pode ser obtido por meio de concessões judiciais 22-24. drar em diversos critérios, muito semelhantes aos
realizados na Bélgica e em Luxemburgo. Nos três
Quebec foi a primeira província a regulamen- países, o paciente deve ser competente, realizar o
tar a morte assistida, através do “Ato sobre cuidados pedido voluntariamente e ser portador de condi-
no fim da vida” (Act Respecting End-of-Life Care), ções crônicas que causam intenso sofrimento físico
que entrou em vigor em dezembro de 2015. Apro- ou psicológico. O médico deve informar o paciente
vado no ano anterior, e baseado nas leis do Oregon, sobre seu estado de saúde e expectativa de vida,
o Ato abrange adultos capazes, diagnosticados com para, juntos, concluírem que não existe alternativa
doenças graves e incuráveis, declínio avançado e
razoável. Além disso, outro médico deve ser consul-
irreversível de suas capacidades, além de intenso
tado a respeito do caso, e todos os procedimentos
sofrimento físico e psicológico. Contudo, não exi-
devem ser reportados às autoridades 3,4,30.
ge expectativa de vida máxima de seis meses 4,24,25.

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De acordo com o Ato, “auxílio médico para a mor- Pessoas com demência também são elegíveis,
te” consiste na administração, por um médico, de assim como crianças, entre 12 e 17 anos, com ca-
substância letal, após solicitação do paciente 25. Essa pacidade mental comprovada. Pais ou responsáveis
prática caracteriza eutanásia voluntária ativa, ape- também devem concordar com o ato no caso de
sar de o termo não ser usado explicitamente no pacientes entre 12 e 15 anos, e participar das dis-
documento. A imprensa canadense anunciou, em cussões no caso de pacientes entre 16 e 17 anos.
janeiro de 2016, que o primeiro caso de morte assis- Em algumas circunstâncias específicas, a morte as-
tida foi confirmado pelas autoridades de saúde de sistida pode aplicar-se também a recém-nascidos,
Quebec, que não forneceram informações sobre o de acordo com a regulamentação do “Protocolo de
procedimento e o perfil do paciente 26,27. Groningen”, de 2005 4,31.
Os demais territórios canadenses também se Entre setembro de 2002 e dezembro de 2007
mobilizaram para a regulamentação da morte assis- foram notificados 10.319 casos. Destes, 54% eram
tida. Em novembro de 2015, um grupo criado pelos do sexo masculino, 53% tinham entre 60 e 79 anos
governos provinciais publicou um relatório de acon- e 87% foram diagnosticados com câncer 30. Em 2013
selhamento para as províncias, visando elaborar foram relatados 4.829 casos, e 78,5% destes ocorre-
diretrizes próprias 28. ram em casa. Nos últimos anos, cinco médicos (0,1%

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dos casos) foram julgados por não terem cumprido ocorrem nos hospitais, 43% em casa, e 11% em
os critérios estabelecidos na legislação 4,30. asilos 4,30-33.

Bélgica Luxemburgo
Desde setembro de 2002, a eutanásia voluntá- Em 16 de março de 2009, eutanásia e suicí-
ria é permitida na Bélgica para pessoas mentalmente dio assistido foram legalizados em Luxemburgo, e
competentes, portadoras de condições incuráveis, atualmente são regulados pela Comissão Nacio-
incluindo doenças mentais, que causem sofrimento nal de Controle e Avaliação. A lei abrange adultos
físico ou psicológico insuportáveis. O suicídio assisti- competentes, portadores de doenças incuráveis e
do não é explicitamente regulado pela lei, mas casos terminais que causam sofrimento físico ou psicoló-
reportados à Comissão Federal de Controle e Avalia- gico constante e insuportável, sem possibilidade de
ção de Eutanásia são tratados da mesma forma que alívio 4,34.
a eutanásia 3,4. O paciente deve solicitar o procedimento
A legislação belga é semelhante à holandesa, por meio de suas “Disposições de fim da vida”, do­
porém, se o paciente não é terminal, o médico deve cumento escrito que é obrigatoriamente registrado
consultar um terceiro especialista independente, e e analisado pela Comissão Nacional de Controle e
pelo menos um mês deve se passar entre o requeri- Avaliação. O documento permite ainda que o pa-
mento do paciente e o ato da eutanásia 3,30. ciente registre as circunstâncias em que gostaria
de se submeter à morte assistida, que é realizada
Em 13 de fevereiro de 2014, a Bélgica removeu
por médico de confiança do requerente. A solici-
a restrição de idade para eutanásia, apesar de for-
tação pode ser revogada pelo paciente a qualquer
te oposição de religiosos e de alguns integrantes da
momento, e nesse caso será removida do registro
classe médica. Antes dessa alteração, a legislação da
médico 34. Antes do procedimento, o médico deve
eutanásia já se aplicava a adolescentes com mais de
consultar outro especialista independente, a equipe
15 anos, legalmente emancipados por decreto jurí-
de saúde do paciente, e uma “pessoa de confiança”
dico. De qualquer maneira, nos últimos doze anos,
apontada por ele; após sua realização, o óbito deve
a Comissão Federal reportou apenas quatro casos
ser comunicado à Comissão em até oito dias 4,34.
envolvendo pacientes com menos de 20 anos, e ne-
nhum deles era criança 32. De acordo com o último relatório da Comissão,
entre 2009 e 2014, foram registrados 34 casos de
Com a nova legislação, crianças de qualquer
morte assistida. Destes, 21 eram do sexo feminino,
idade poderão requerer a eutanásia, contanto que
com idade predominante entre 60 e 79 anos; 27
sejam capazes de entender as consequências de
tiveram câncer e 22 realizaram o procedimento no
suas decisões, conforme certificado por um psicó-
hospital 35.
logo ou psiquiatra infantil. A criança deverá estar
em condição terminal, com constante e insuportá-
vel sofrimento físico, que não possa ser aliviado. A Suíça
decisão da criança deve ser apoiada pelos pais ou O suicídio assistido é permitido na Suíça, e, de
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guardiões legais, que têm direito de veto 31. Embo- acordo com o artigo 115 do Código Penal de 1918,
ra a restrição da idade não seja imposta pela lei, a a prática só é passível de pena quando realizada por
criança deve mostrar capacidade de discernimento motivos “não altruístas” 3,4. Ao contrário de outros
e estar consciente no momento de fazer o pedido. países, como Holanda, e de alguns estados dos EUA,
Esses pré-requisitos limitam a gama de crianças o suicídio assistido não é regulamentado de maneira
que poderiam se qualificar, e a previsão é que as clara, e não existem leis específicas que determi-
mudanças, embora de grande importância, não nam sob quais condições uma pessoa pode solicitar
apresentem impacto tão significativo 33. assistência 36.
De acordo com a Comissão Federal, entre Embora o artigo 115 não tenha sido original-
2010 e 2014, os casos notificados quase duplicaram, mente desenvolvido para a regulamentação dessa
passando de 953 para 1.807. A predominância con- prática, a partir da década de 1980 muitas institui-
tinua sendo de homens, com idades entre 60 e 79 ções de apoio à morte assistida o usaram como base
anos, com câncer; entretanto, estudo recente mos- para justificar sua atuação. Atualmente, seis insti-
trou aumento das requisições feitas por pacientes tuições em atividade são responsáveis pela maioria
maiores de 80 anos e com outras doenças. Além dis- dos casos de suicídio assistido no país, com diferen-
so, estima-se que 44% dos casos de morte assistida tes critérios de seleção de candidatos 3,36.

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Apenas três instituições restringem a assistên- todos os cuidados paliativos disponíveis sem empre-
cia a pacientes terminais, e estrangeiros também ender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou
podem ser atendidos em quatro delas. Estima-se obstinadas 39,40.
que, entre 2008 e 2012, 611 estrangeiros, incluindo Vale ressaltar que, conforme afirmam Felix
um brasileiro, receberam a medicação letal, sen- e colaboradores, a ortotanásia (por vezes utiliza-
do 268 da Alemanha e 126 do Reino Unido. Nesse da como sinônimo de “eutanásia passiva”) é bem
período, os estrangeiros representaram quase dois assegurada pela Constituição, pois visa garan-
terços do total de casos 4,36. O serviço tem atraído tir morte digna ao paciente terminal, que tem
número considerável de pacientes para o país, cha- autonomia para recusar tratamentos desumanos e
mados de “turistas do suicídio”. No Reino Unido, por degradantes 37.
exemplo, o termo “going to Switzerland” (em portu-
guês, “ir para a Suíça”) tornou-se eufemismo para O Conselho Federal de Medicina também se
suicídio assistido 36. posiciona sobre o assunto. A Resolução 1.805/2006
permite ao médico limitar ou suspender procedi-
O atendimento a pessoas com doenças men- mentos e tratamentos que prolonguem a vida do
tais também é permitido, mas a Suprema Corte doente em fase terminal, respeitada a vontade da
exige relatório psiquiátrico declarando que o de- pessoa ou de seu representante legal. Garante ainda
sejo de suicídio do paciente foi autodeterminado e que o doente continue a receber todos os cuidados
bem considerado, e não faz parte de sua desordem necessários para alívio do sofrimento, asseguran-
mental 3. do-lhe conforto, assistência integral e direito de
Os médicos que prescrevem o medicamento alta hospitalar 40,41. Já a Resolução 1.995/2012, va-
são responsáveis pelo processo, devendo sempre lorizando o princípio da autonomia do paciente,
informar o paciente sobre sua condição e possíveis dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade,
alternativas. Porém uma relação médico-paciente assegurando sua prevalência sobre qualquer outro
bem estabelecida não é pré-requisito para a prática, parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos
e geralmente esses médicos não estão presentes no familiares. As diretivas são definidas pela resolução
momento da morte 3. como o conjunto de desejos, prévia e expressamente
Todos os países, exceto a Suíça e o estado de manifestados pelo paciente, sobre cuidados e trata-
Montana (EUA), exigem notificação dos casos de mentos que quer, ou não, receber no momento em
suicídio assistido e divulgação regular de relatórios que estiver incapacitado de expressar, livre e auto-
públicos 3. No entanto, estudos recentes demons- nomamente, sua vontade 40,42.
tram que o perfil de usuários difere de outros
países: a assistência predomina em mulheres, e o Reino Unido
percen­tual de pacientes com câncer é menor 3,35. A O Reino Unido não permite oficialmente a mor-
eutanásia é proibida na Suíça de acordo com o arti- te assistida, embora, nos últimos anos, discussões
go 114 do Código Penal 3. sobre o tema tenham sido muito frequentes 43. Pes-
quisas recentes revelam que a maioria da população,

Artigos de pesquisa
Brasil incluindo grande parte da classe médica, é a favor do
Apesar de ainda não regulamentada, a ques- suicídio assistido 43; porém, na última década, o Par-
tão no Brasil vem sendo amplamente discutida entre lamento britânico rejeitou diversas propostas para
médicos, filósofos, religiosos e profissionais do di- sua regulamentação 2. A última delas, o “Projeto de
reito, que buscam a melhor forma de inseri-la em lei da morte assistida” (Assisted Dying Bill), elabora-
nosso ordenamento jurídico 37. A eutanásia é con- do por Lord Falconer, foi rejeitado pela Câmara Baixa
siderada crime de homicídio, segundo o artigo 121 em setembro de 2015 44. O documento, baseado na
do Código Penal, e, dependendo das circunstâncias, legislação de Oregon, propunha a legalização do sui-
a conduta do agente também pode configurar-se cídio assistido (mas não da eutanásia) para pacientes
como crime de induzimento, instigação ou auxílio competentes, com mais de 18 anos, com expectativa
ao suicídio, como consta no artigo 122 38. Além dis- de vida menor que seis meses 43,45.
so, de acordo com o artigo 41 do sexto Código de A eutanásia ativa é considerada crime de homi-
Ética Médica, é vedado ao médico abreviar a vida do cídio, e, de acordo com a sessão 2 do Ato de Suicídio
paciente, ainda que a pedido deste ou de seu repre- de 1961, auxiliá-lo é punível com até 14 anos de
sentante legal; também destaca que, em casos de prisão 2,46. No entanto, em fevereiro de 2010, o Mi-
doença incurável e terminal, o médico deve oferecer nistério Público introduziu novas diretrizes sobre

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Eutanásia e suicídio assistido em países ocidentais: revisão sistemática

auxílio ao suicídio, após o caso de Debbie Purdy. Ela na assistência do paciente terminal são imperativas,
foi diagnosticada com esclerose múltipla em 1994, independentemente do debate em questão.
e queria saber se seu marido seria acusado caso a O Reino Unido também criminaliza a morte as-
acompanhasse até a Suíça para receber medicação sistida, porém, nos últimos anos, discussões sobre
letal. As novas diretrizes afirmam que o auxílio ao o tema têm se tornado cada vez mais frequentes.
suicídio pode, em alguns casos, ser despenaliza- O Parlamento britânico negou diversas propostas
do, por exemplo, se a ajuda for por compaixão, e a
de legalização, apesar de pesquisas indicarem que a
decisão da morte for voluntária, consciente, bem
maioria da população é a favor da mudança. Ainda
pensada e comunicada às autoridades 2,47. Mesmo
assim, ao contrário do Brasil, o Reino Unido lidera
depois dessa resolução, conflitos legais continuam
o ranking dos países mais desenvolvidos no cuida-
ocorrendo. Em 2013, por exemplo, a esposa e o filho
do com o paciente no fim de vida e é considerado
de um homem foram presos por tentar levá-lo para
referência mundial em cuidados paliativos 48,49.
uma clínica de morte assistida na Suíça 42.
Durante a redação deste trabalho, sucedeu o
primeiro caso de eutanásia na Colômbia, o suicídio
Considerações finais assistido foi reconhecido no Canadá e no estado da
Califórnia nos Estados Unidos, e o estado do Novo
Com o aumento da expectativa de vida da México revogou a decisão da legalização. Posto isso,
população, crescem também os casos de doenças sugerimos que trabalhos de atualização sejam feitos
crônicas e incapacitantes. Somado a isso, o maior com periodicidade.
enfoque da medicina humanizada e dos cuidados A questão da morte assistida é ampla e mul-
paliativos incitou debates sobre qualidade de morte tifacetada; por isso, a análise dos dados dos países
em diversos países. Nesse cenário, a morte assistida apresentados deve considerar o contexto em que
é tema atual e ainda muito controverso. estão inseridos, valorizando aspectos históricos,
No Ocidente, eutanásia e/ou suicídio assisti- religiosos, socioeconômicos e culturais próprios.
do são legais em alguns países. Embora os critérios Ademais, a discussão aumenta a consciência sobre a
adotados para essas práticas sejam diferentes em finitude humana, abrindo espaço para o desenvolvi-
cada localidade, o perfil dos pacientes que recorrem mento oportuno e favorável de serviços de cuidados
ao auxílio é quase invariavelmente o mesmo. paliativos, e estimulando a reflexão de importan-
tes questões bioéticas, como o direito de morte e
No Brasil, morte assistida não é legalizada, mas
a autonomia do paciente; a sacralidade da vida; a
o debate é oportuno, entre outros motivos, pela
relação médico-paciente; os princípios da benefi-
perspectiva do crescimento da população idosa nos
próximos anos, o que aumentará também o número cência e não maleficência; e as questões relativas à
de doenças crônicas e incapacitantes. Estima-se que regulamentação da prática propriamente dita.
em 2020 o país seja o sexto em número de idosos 48. Por fim, esperamos que esta revisão repre-
Esses dados são preocupantes, já que a qualidade de sente uma fonte atualizada do cenário de morte
morte no Brasil é considerada precária e pouco desen- assistida no Ocidente, permitindo visão mais ampla
Artigos de pesquisa

volvida 48,49. Sendo assim, consideramos que melhorias e crítica sobre o assunto.

Agradecimentos ao CNPQ, pelo suporte financeiro e concessão de bolsa de pós-doutorado à coautora Sarah Rückl.

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Eutanásia e suicídio assistido em países ocidentais: revisão sistemática

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Eutanásia e suicídio assistido em países ocidentais: revisão sistemática

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para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral,
respeitada a vontade do paciente ou de seu representante legal. Brasília: CFM; 2006 [acesso 4 jun
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as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes. [Internet]. Brasília: CFM; 2012 [acesso 04 jun
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49. Economist Intelligence Unit. Quality of death Ranking end-of-life care across the world. Lien
Recebido: 14.1.2016
Foundation: 2010.
Revisado: 31.5.2016

Participação dos autores Aprovado: 13.6.2016


Todos os autores contribuíram com a pesquisa do tema, escrita e revisão do artigo.
Artigos de pesquisa

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Eutanásia e suicídio assistido em países ocidentais: revisão sistemática

Anexo

Quadro 1. Características dos artigos selecionados


Revista; autor(es); ano; Título Tipo de Objetivo Limitações
país Estudo
Cadernos de Saúde Pública; Conversações sobre Revisão Discutir sobre a moralidade Não informado
Siqueira-Batista R, Schramm a “boa morte”: o da eutanásia, demarcando
FR; 2005; Brasil debate bioético adequadamente os conceitos
acerca da eutanásia e ressaltando argumentos
favoráveis e contrários a sua
realização
Singapore Medical Journal; Euthanasia: a Revisão Discorrer sobre a aceleração O autor é
Menon S; 2013; Cingapura matter of life or da morte e as práticas de tendencioso
death? suicídio assistido e eutanásia em sua posição
voluntária contrária à
eutanásia
Medical Care; Steck N, Egger Euthanasia and Revisão Examinar números, Não informado
M, Maessen M, Reisch T, assisted suicide in sistemática características e tendências
Zwahlen M; 2013; Estados selected European ao longo do tempo na morte
Unidos countries and US assistida em regiões onde
States a prática é legal: Bélgica,
Luxemburgo, Holanda,
Suíça, Oregon, Washington e
Montana
British Medical Journal; Dyer Assisted dying: Revisão Revisar a prática e as leis da Não informado
O, White C, Rada AG; 2015; law and practice eutanásia na Europa Ocidental
Inglaterra around the world e na América
Ciência e Saúde Coletiva; Eutanásia, dista- Revisão Caracterizar a produção Não informado
Felix ZC, Costa SFG, Alves násia e orto- científica, no âmbito
AMPM, Andrade CG, Duarte tanásia: revisão nacional, acerca de eutanásia,
MCS, Brito FM; 2013; Brasil integrativa da distanásia e ortotanásia
literatura
Revista Bioética; Santos Reflexões bioéticas Revisão Analisar aspectos envolvidos Não informado
DA, Almeida ERP, Silva FF, sobre a eutanásia reflexiva no processo de morrer:
Andrade LHC, Azevêdo LA, a partir de caso eutanásia e ortotanásia e
Neves NMBC; 2014; Brasil paradigmático sua relação com o princípio
bioético da autonomia
Revista Latino Americana de Ley, jurisprudencia Análise Analisar as leis e a história da Dados
Bioética; Guerra YM; 2013; y eutanasia: comparativa eutanásia na Colômbia para desatualizados:

Artigos de pesquisa
Colômbia introducción al esclarecer questões legais e legislação mudou
estudio de la bioéticas sobre o tema após a publicação
normatividad do artigo
comparada a
la luz del caso
colombiano
Colombia Médica; Torres The right to die Revisão Avaliar o direito da morte Não informado
JHR; 2015; Colômbia with dignity and para o paciente segundo a
conscientious Constituição
objection
Revista de Salud Pública; Problemas y Estudo Descrever preferências nas Dados
Sarmiento-Medina MI et al.; decisiones al descritivo decisões no final de vida desatualizados:
2012; Colômbia final de la vida exploratório de pacientes e familiares, e a legislação
en pacientes con razões subjacentes que os colombiana mudou
enfermedad en levam a procurar apoio após a publicação
etapa terminal do artigo

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Eutanásia e suicídio assistido em países ocidentais: revisão sistemática

Revista; autor(es); ano; Título Tipo de Objetivo Limitações


país Estudo
The New England Journal of Implementing a Revisão Descrever a implantação do Não informado
Medicine; Loggers ET; 2013; Death with Dignity “Programa de Morte com
Estados Unidos Program at a Dignidade” no Seattle Cancer
comprehensive Care Alliance
cancer center
International Journal of Law Physician assisted Revisão Criticar argumentos e Não informado
and Psychiatry; Schafer A; suicide: the descrever contornos do
2013; Holanda great Canadian atual debate canadense.
euthanasia debate Questões éticas e jurídicas são
suscitadas, com relação ao
suicídio assistido médico
The New England Journal of Unanimity on Revisão Discutir sobre moralidade Não informado
Medicine; Attaran A, Phil D; death with dignity e legalização do suicídio
2015; Estados Unidos – Legalizing assistido, segundo a
physician-assisted constituição do Canadá
dying in Canada
Palliative medicine; Rurup The first five years Estudo Descrever e comparar os Apenas casos
ML, Smets T, Cohen J, Bilsen of euthanasia descritivo e casos de eutanásia relatados e relatados foram
J, Onwuteaka-Philipsen BD, legislation in comparativo suicídio assistido por médicos analisados. Na
Deliens L; 2012; Inglaterra Belgium and the nos primeiros cinco anos de Holanda, a maioria
Netherlands: legislação é relatada (cerca
description and de 80%), enquanto
comparison of na Bélgica apenas
cases cerca de 53%
Jama Internal Medicine; Comparison of the Estudo Comparar prevalência e Não informado
Dierickx S, Deliens L, Cohen J, expression and transversal concessão de solicitações de
Chambaere K; 2015; Estados granting eutanásia na Bélgica em 2007
Unidos of requests for e 2013
euthanasia in
Belgium in 2007 vs
2013
Seminars in Fetal & Neonatal Neonatal Revisão Discutir sobre a eutanásia Não informado
Medicine; Vizcarrondo FE; euthanasia: The neonatal
2014; Estados Unidos Groningen Protocol

Diversity and Equality in Children and Revisão Analisar as leis e a história Não informado
Health and Care; Samanta J; euthanasia: da eutanásia em crianças
2015; Inglaterra Belgium’s no mundo, com enfoque na
controversial new Bélgica
Artigos de pesquisa

law
Journal of Medical Ethics; Suicide tourism: a Revisão Detalhar suicídio assistido, Não informado
Gauthier S et al.; 2015; pilot study on the descobrir a origem dos
Inglaterra Swiss phenomenon turistas suicidas e comparar
os resultados com os de
estudos anteriores em
Zurique
Philosophy, Ethics, and Should assisted Revisão Descrever o impacto do Não informado
Humanities in Medicine; dying be legalized? suicídio assistido no paciente,
Frost TDG, Sinha D, Gilbert no médico e na sociedade e
BJ; 2014; Inglaterra a potencial necessidade para
a prática dentro da estrutura
médico-legal vigente
Medicine, Science and Euthanasia: a Revisão Analisar a lei na Inglaterra Não informado
the Law; Simillis C; 2008; summary of the e no País de Gales sobre
Inglaterra law in England and diferentes categorias de
Wales eutanásia

Rev. bioét. (Impr.). 2016; 24 (2): 355-67 http://dx.doi.org/10.1590/1983-80422016242136


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Eutanásia e suicídio assistido em países ocidentais: revisão sistemática

Figura 2. Linha do tempo

Abril 2002 Janeiro 2016


Holanda: Legalização da Canadá (Quebed):
eutanásia e do suicídio Ocorre o primeiro caso
assisdo (prácas já eram de morte assisda
toleradas há algumas décadas)
Fevereiro 2014
Setembro 2002 Bélgica: Remoção da Junho 2016
Bélgica: Legalização da restrição de idade Canadá: Data limite
eutanásia para práca de para regulamentação
eutanásia da morte assisda
A parr da década de 1980 nas províncias
Suíça: Surgimento das Maio 2013
primeiras instuições de EUA (Vermont):
apoio à morte assisda Legalização do suicídio
assisdo

1980 1990 2000 2010 2015

1997 Fevereiro 2015


Colômbia: Descriminalização Canadá: Legalização
da eutanásia (considerada do suicídio assisdo
“homicídio por piedade) da eutanásia voluntária
ava
Outubro 1997
EUA - Oregon: Legalização do
Abril 2015
suicídio assisdo (Aprovação do
Colômbia: Legalização
“Ato de morte com dignidade”)
da eutanásia

Março 2009 Julho 2015


Luxemburgo: Legalização da Colômbia: Ocorre a
eutanásia assisda e do suicídio primeira eutanásia
assisdo

Setembro 2015
Março 2009
Reino Unido: Rejeição
EUA (Washington): Legalização do
do “Projeto de lei da

Artigos de pesquisa
suicídio assisdo (”Ato de Morte com
morte assisda” que
Dignidade”)
propunha a legalização

Dezembro 2009
Outubro 2015
EUA (Montana): Descriminalização
EUA (Califórnia):
do suicídio assisdo
Legalização do suicídio
assisdo (”Ato de
Dezembro 2009 opção do fim da vida”)
Canadá (Quebec):
Regulamentação da morte
assisda (”Ato sobre cuidados
no fim da vida”)

http://dx.doi.org/10.1590/1983-80422016242136 Rev. bioét. (Impr.). 2016; 24 (2): 355-67


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Você também pode gostar