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Escatologia – Curso

“A questão não é somente estudar o fim dos tempos, os cristãos devem considerar o fim dos
tempos”.

A escatologia tem sua base na revelação divina

A Bíblia é a revelação da vontade de Deus à humanidade. Inicialmente, Deus escolheu a


semente de Abraão, ou seja, o povo de Israel, para revelar a sua vontade. Mais tarde, Deus
ampliou o campo da sua revelação e formou um novo povo, a Igreja, constituída de judeus e
gentios (Ef 2.11-19). A partir de então, a Igreja é o alvo da revelação divina. Toda a revelação
aponta para o futuro e a Igreja caminha neste mundo com uma esperança, pois é identificada
como “peregrina e forasteira”, 1 Pe 2.11. Ela existe por causa da esperança (Rm 5.2; 8.24; Ef
4.4; 1 Ts 4.13). A esperança indica uma meta; traça planos para um futuro. O mundo pagão se
fecha dentro de um fatalismo histórico, sem expectativas, sem futuro, mas a Bíblia revela o
futuro.

Significado do termo:

Do grego antigo

*Escathos – “ultimas coisas”*

*Logos ou Logia – “Estudo”*

Escatologia significa "Doutrina ou Estudo das Últimas Coisas" e, portanto, tem como escopo o
estudo das profecias concernentes ao fim desta era e a volta de Cristo.

A escatologia pertence ao campo da profecia. A preocupação principal do estudo da


escatologia é interpretar os textos proféticos das Escrituras. As verdades proféticas se tornam
claras e definidas quando se tem o cuidado de interpretá-las seguindo os princípios de
interpretação, observando o seu contexto histórico e doutrinário. O apóstolo Pedro teve o
cuidado de explicar essa questão quando escreveu: “E temos mui firme, a palavra dos profetas,
à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia
esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração”, 2 Pe 1.19. Na verdade, o apóstolo
procura contrastar as idéias humanas com a palavra da profecia escrita na Bíblia. Ele fortalece
a origem divina das Escrituras e da sua profecia. Não podemos duvidar nem admitir falha na
Palavra de Deus. Ela é inspirada pelo Espírito Santo (2 Tm 3.16). A inerrância das Escrituras tem
sua base na infalibilidade da Palavra de Deus. Outrossim, o mesmo autor declara que
“nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi
produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados
pelo Espírito Santo”, 2 Pe 1.20,21.
Por que estudar Escatologia?

A Igreja de Cristo de que ela está no meio de uma batalha espiritual e luta não contra homens
frágeis, mas contra a hoste supramundana inumerável de espíritos malignos: o diabo mesmo e
todos os demônios sob seu controle, portanto, a discussão em torno da escatologia está
relacionada com o pensamento cristão de que a Igreja está nesta batalha e almeja a vinda de
Cristo para que esse embate termine. Quando isso ocorrer, a Igreja deixará de ser militante
para ser triunfante.

Enquanto estiver na condição de Igreja militante, em plena batalha, ela sofrerá grandes
investidas de Satanás, o que resultará em profundas lutas e angústias experimentadas em
todos os tempos pelos mais diversos cristãos das mais diferentes épocas. Por isso lembramos
que, em meio a tal cenário de batalha, a Igreja de Cristo deve se revestir das armas
disponibilizadas por Deus e permanecer convicta de que essas provações, lutas e angústias não
se comparam à herança eterna que está por vir, conforme afirma o apóstolo Pedro: I Pedro
1.3-7.

Nessas palavras percebemos que uma das preocupações de Pedro era lembrar aos cristãos
dispersos no Ponto, na Galácia, na Capadocia, na província da Àsia e na Bitínia — os quais
viviam sob diversas provações — que sua fé deveria estar firmada na herança guardada nos
céus, herança essa que eles haveriam de receber após o curto, mas necessário, momento de
sofrimento. Em função disso, com renovada esperança no que haveriam de usufruir na glória
eterna, deveriam bendizer a Deus, mesmo em situações adversas. Infere-se daí que uma das
formas para se superar as angústias e os sofrimentos causados pela batalha em que está a
Igreja militante é conhecer o que nos aguarda no futuro.

Portanto, quando estudamos a respeito dos conteúdos da escatologia não procuramos apenas
conhecimento teórico ou pressupostos teológicos. Em vez disso, buscamos consolo em meio a
nossas provações e somos fortalecidos em nossa fé, que se manifesta numa viva esperança, da
qual é “companheira inseparável”. Ou seja, a escatologia não deve ser tratada como um rol de
conjecturas ou hipóteses humanas, mas como uma temática que — antes de se preocupar
com questões que envolvem as principais variações milenaristas, como o pré-milenarismo
histórico, o pré-milenarismo dispensacionalista, o pós-inilenarismo e o amilenarismo — tem
como princípio oferecer consolo e esperança aos cristãos de todas as épocas.

Dito isso, é bom lembrarmos que o conteúdo debatido nos estudos escatológicos costuma ser
dividido em escatologia individual, que tem como foco os seres humanos e como temas
correlatos a morte física, a imortalidade da alma, o estado intermediário e a ressurreição do
corpo, e escatologia geral, que engloba acontecimentos a irromperem sobre o mundo, a
história e a humanidade no fim dos tempos. Entre esses acontecimentos estão a segunda
vinda de Cristo em glória, o juízo final e o estado último de todas as coisas.

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