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Estudo de Casos Clínicos - Gasometria

CASO 1.
Paciente de 30 anos chega ao Setor de Emergência em estado de coma, apenas respondendo aos estímulos dolorosos.
Sua respiração é superficial e com frequência normal. Familiares encontraram próximo a ela diversas caixas de
tranquilizantes vazias. Gasometria arterial: pH= 7,20; PaCO2= 80mmHg; BR= 23 mM/L; BE= -1,2.

a) Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s)?

b) Causa mais provável?

c) Exames a serem solicitados e tratamento?

Respostas: Como o pH está menor que 7,35 trata-se de uma acidose. A PaCO2 maior que 45 mmHg mostra que existe
um importante componente respiratório. O BR normal mostra que não há compensação metabólica. Portanto o distúrbio
ácido-básico é acidose respiratória aguda. O mecanismo do distúrbio nesta paciente é a diminuição da eliminação de CO2
por redução da ventilação alveolar; insuficiência respiratória aguda, tipo hipoventilação. A causa provável, em função da
história, é depressão do centro respiratório por excesso de tranquilizantes. Dois outros exames a serem solicitados são: 1 -
radiografia de tórax a fim de verificar se não há outras causas para o distúrbio ou a complicação mais frequente em
intoxicações deste tipo - pneumonia por aspiração de conteudo gástrico; 2 - Análise toxicológica no sangue para confirmar
o tipo de medicamento ingerido e orientar o tratamento definitivo. Neste caso o tratamento inicial é o suporte da vida:
estabelecer vias aéreas permeáveis através de intubação traqueal e normalizar a ventilação alveolar com uso de
ventiladores mecânicos. Só então indica-se a lavagem gástrica para retirada de resíduos de medicamentos. Dependendo
do(s) agente(s) ingerido(s) o tratamento definitivo pode se dirigir para o uso de antagonistas específicos, para retirada do
agente do organismo através de hemofiltração ou diálise ou simplesmente aguardar a metabolização, mantendo o suporte
ventilatório.

CASO 2.

Após 24 horas de tratamento no CTI, a paciente do caso 1 ainda se encontra torporosa e submetida à ventilação artificial.
Gasometria arterial: pH= 7,52; PaCO2= 26 mmHg; BR= 25,6 mM/L; BE= +1,2.

a) Qual (is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s)?

b) Causa provável e o tratamento?

Resposta: Como o pH está maior que 7,45, trata-se de uma alcalose. A PaCO2 está menor que 35 mmHg, sugerindo um
componente respiratório. O BR normal mostra não haver componente metabólico, nem tentativa de compensação. Em
função disto o distúrbio acidobásico é alcalose respiratória aguda. O mecanismo mais provável neste caso é ventilação
alveolar excessiva, que aumenta a eliminação de CO2, embora a diminuição da produção de CO2 pelo organismo também
tenha que ser considerada, com uso de tranquilizantes potentes. A causa mais provável é a regulagem inadequada do
ventilador mecânico, gerando ventilação alveolar muito elevada. O tratamento se baseia no ajuste do ventilador, usando
volume corrente em torno de 7 - 8 mL/kg e frequência respiratória entre 8 e 12 por minuto. Caso ainda persista a alcalose,
pode-se adicionar espaço morto entre o ventilador e a via aérea da paciente.

CASO 3.

Paciente de 50 anos chega ao Setor de Emergência torporoso, desidratado, com respiração profunda, pausa inspiratória e
aumento da frequência respiratória. Ao exame clínico nota-se hálito cetônico. Gasometria arterial: pH= 7,10; PaCO2= 20
mmHg; BR= 5 mM/L; BE= -18.

a) Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s)?

b) Causa, outros exames a serem solicitados e tratamento?

Resposta: A análise do pH muito menor que 7,35 sugere acidose importante. A PaCO2 menor que 35 mmHg exclui causa
respiratória, sugerindo ao contrário, ser uma compensação. O BR muito baixo confirma ser de origem metabólica. O
distúrbio é uma acidose metabólica com tentativa de compensação respiratória. Este padrão gasométrico e o exame clínico
são típicos de pacientes diabéticos descompensados com cetoacidose. Nestes casos há uma grande produção de ácidos
fixos - cetoácidos - responsáveis pelo enorme consumo de bicarbonato e pelo hálito cetônico. A acidose é primariamente
metabólica e ativa o centro respirátorio bulbar que, tentando normalizar o pH, aumenta a ventilação alveolar eliminando
CO2 em excesso, mas sem conseguir compensar o distúrbio. Se não houvesse a participação respiratória, o pH estaria
muito mais baixo.Outros exames importantes neste caso são: glicemia, glicosúria, cetonúria e dosagem de eletrólitos no
sangue, principalmente potássio e fosfato.O tratamento visa a correção da causa, ou seja, reduzir a produção de
cetoácidos através da utilização da glicose pelo metabolismo, fornecendo-se insulina ao paciente. Esta deve ser feita
inicialmente por via venosa começando com 0,15 U/kg em bolo e mantendo-se infusão contínua de 0,1 U/kg/h com controle
glicêmico frequente. Paralelamente e igualmente importante é a reidratação do paciente com volumes generosos de soro
fisiológico com potássio e fosfato. Este é um dos casos de acidose metabólica em que o bicarbonato de sódio somente é
necessário quando o baixo nível de pH coloca a vida do paciente em risco (abaixo de 7,00).

CASO 4.
Atleta de 20 anos está sendo submetido à avaliação funcional respiratória em repouso. Após ser colhida amostra de
sangue arterial, verifica-se que o analisador de gases sanguíneos está com defeito e leva-se a amostra a outro laboratório.
Gasometria arterial: pH= 7,30; PaCO2= 50 mmHg; BR= 19 mM/L; BE= -3,5.

a) Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s)?

b) Causa provável e conduta?

Resposta: O pH menor que 7,35 indica acidose. A PaCO2 maior que 45 mmHg sugere componente respiratório. O BR
menor que 22 aponta para causa metabólica. O distúrbio ácido-básico é acidose mista (respiratória e metabólica). Por se
tratar e pessoa assintomática, com bom preparo físico e em repouso não se espera nenhuma alteração ácido-básica. A
história sugere demora no processamento da amostra, o que pode ter permitido a produção de CO2 e de ácidos fixos pelas
células do sangue, principalmente pelos leucócitos, alterando o resultado do exame. Nos casos em que a amostra não
puder ser rapidamente analizada, sugere-se guardá-la e transportá-la em recipiente térmico com gelo, para reduzir a
atividade metabólica do sangue.

CASO 5.

Paciente jovem chega ao Centro Cirúrgico com história de traumatismo abdominal há duas horas. No local do acidente foi
encontrado lúcido, hipocorado e com sinais de choque hipovolêmico. Foi reposto rapidamente com solução fisiológica,
albumina humana e bicarbonato de sódio. Chegou à Emergência estável e equilibrado, o que permitiu avaliação adequada
e pronta indicação cirúrgica. Gasometria arterial: pH= 7,55; PaCO2= 35 mmHg; BR= 32 mM/L; BE= +5,8.

a) Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s)?

Resposta: O pH está maior que 7,45 configurando alcalose. A PaCO2 está normal, mostrando não haver componente
respiratório. O BR está aumentado, indicando componente metabólico. O distúrbio acidobásico é alcalose metabólica pura.
Nos casos de choque hipovolêmico a alteração acidobásica esperada é acidose metabólica com compensação respiratória
devida à hipoperfusão sistêmica levando a metabolismo celular anaeróbico. Quando se restaura a perfusão com reposição
volêmica adequada, ocorre rápida normalização acidobásica. Neste caso houve desnecessária administração de
bicarbonato de sódio, o que acarretou excesso de bicarbonato circulante que, enquanto não for eliminado pelos rins leva à
alcalose metabólica. Neste distúrbio normalmente não há compensação respiratória. Não há necessidade de nenhuma
conduta terapêutica, a não ser manter perfusão renal adequada para permitir a eliminação do excesso de base.

CASO 6.

Paciente de 23 anos está no CTI com quadro de choque sético consequente a peritonite e insuficiência respiratória grave,
tipo síndrome de angústia respiratória aguda (SARA) em fase avançada. Suporte circulatório com aminas vasoativas,
reposição de volume e suporte respiratório com ventilador mecânico estão sendo empregados. Gasometria arterial: pH=
7,21; PaCO2= 54 mmHg; BR= 19 mM/L; BE= -6,5.

a. Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s), mecanismos e conduta?

Resposta: O pH menor que 7,35 indica acidose. A PaCO2 maior que 45 mmHg sugere componente respiratório. O BR
menor que 22 mM/L sugere componente metabólico. O distúrbio acidobásico é acidose mista (respiratória e metabólica).
Nos casos de choque circulatório, as células do organismo não recebem a quantidade de oxigênio necessária ao seu
metabolismo, transformando-o em anaeróbico, o que causa acúmulo de ácido láctico (ácido fixo). Este é o mecanismo do
componente metabólico desta acidose. Na SARA só costuma ser observada retenção de CO2, responsável pelo
componente respiratório nas fases mais avançadas, quando a complacência pulmonar está muito diminuída ou quando se
usa a técnica de hipercapnia permissiva. Esta é uma técnica ventilatória em que se empregam pequenos volumes
correntes (3-5 mL/kg) para evitar lesão pulmonar pelo ventilador, comum nesta síndrome.A conduta quanto à parte
metabólica é melhorar ao máximo a perfusão para normalizar o metabolismo, utilizando o tipo de suporte já empregado e
lançando mão do bicarbonato de sódio apenas em níveis muito baixos de pH (menor que 7,20) ou quando a acidose estiver
impedindo o funcionamento das aminas. Quanto à parte respiratória, se for necessário normalizar a PaCO2, será preciso
aumentar a ventilação alveolar.

CASO 7.

Paciente de 70 anos em pós-operatório de cirurgia abdominal queixa-se de câimbras e prostração. Ao exame clínico
minucioso observam-se abalos musculares e drenagem elevada pela sonda nasogástrica (2.000mL/24 h). Gasometria
arterial: pH= 7,62; PaCO2= 40 mmHg; BR= 36 mM/L; BE= +8,0.

A. Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s)?

B. outros exames importantes e conduta?

Resposta: O pH maior que 7,45 indica alcalose. A PaCO2 normal exclui componente respiratório. O BR aumentado sugere
componente metabólico como o responsável. O distúrbio é alcalose metabólica pura. Quando ocorre drenagem alta pela
sonda gástrica ocorre grande perda de ácido, potássio e cloreto, componentes do suco gástrico. Ocorre alcalose
metabólica por perda de ácido fixo, elevação do bicarbonato secundária à perda de cloreto (para manter a
eletroneutralidade) e perda de potássio causando dor muscular. Alcalose reduz os níveis de cálcio ionizado, ocasionando
contraturas musculares.

CASO 8.

Criança de 7 anos chega ao hospital com história de redução do volume urinário e edema de membros inferiores. Há
história prévia de vários episódios de amigdalite. Gasometria arterial: pH= 7,30; PaCO2= 28 mmHg; BR= 18 mM/L; BE= -
6,5.

A. Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s)?

B. Causa e conduta?

Resposta: O pH menor que 7,35 indica acidose. A PaCO2 menor que 35 mmHg, sugere que a causa da acidose não seja
respiratória e que haja tentativa de compensação. O BR diminuido sugere que a causa seja metabólica. O distúrbio é
acidose metabólica com compensação respiratória parcial. Neste caso há dificuldade de eliminação pelos rins de ácidos
fixos produzidos pelo metabolismo. A redução de pH estimula o centro respiratório, aumenta a ventilação alveolar e reduz a
PaCO2, tentando normalizar o pH. A causa da alteração nesta criança é insuficiência renal aguda, secundária a provável
glomerulonefrite aguda de etiologia estreptocócica.

CASO 9.

Paciente de 80 anos com septicemia secundária a pneumonia de aspiração está sendo ventilada artificialmente. Ocorre
queda súbita do nível de consciência sugestiva de acidente vascular cerebral. Gasometria arterial: pH= 7,42; PaCO2= 36
mmHg; BR= 27,6 mM/L; BE= +1,3.

A. Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s)?

B. Qual a melhor conduta?

Resposta: O pH é normal, bem como a PaCO2 e o BR. Não há distúrbio acidobásico. O exame é normal. Embora seja uma
paciente muito grave e instável, seu quadro acidobásico está sendo mantido normal pelo suporte oferecido. O exame em
nada contribuiu para a avaliação do episódio agudo.

CASO 10.

Paciente de 65 anos, fumante, procura o ambulatório queixando-se de dispnéia, cansaço e tosse acompanhada por
secreção clara. O exame clínico revela aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax, baqueteamento digital e alguns
sibilos esparsos. Gasometria arterial: pH= 7,40; PaCO2= 58 mmHg; BR= 34 mM/L; BE= +7,2.

A. Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s)?

B. Possível causa e conduta?

Resposta: O pH é normal. A PaCO2 está elevada indicando acidose respiratória. O BR também está elevado indicando
alcalose metabólica. Em função da história e do exame físico o diagnóstico é acidose respiratória com compensação
metabólica completa. Neste caso o distúrbio inicial foi a retenção de CO2 pela doença pulmonar. Face à sua cronicidade,
os rins baixaram seu limiar de reabsorção de bicarbonato a fim de normalizar o pH, conseguindo com uma alteração
secundária compensar totalmente a primária. A causa dos distúrbios é a doença pulmonar obstrutiva crônica que inclui
enfisema e bronquite crônica, levando a alterações de trocas gasosas pelos pulmões que ativam alterações renais,
hematológicas, cardíacas, ósseas etc. A conduta, neste caso, é dirigida à causa e não ao distúrbio acidobásico.

CASO 11.

O paciente anterior (caso 10) apresentou, após dois meses, quadro de tosse produtiva, secreção amarelada e febre. A
dispnéia piorou, fazendo com que fosse levado à Emergência. Gasometria arterial: pH= 7,20; PaCO2= 75 mmHg; BR= 30
mM/L; BE= +5,0.

A. Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s)?

B. Causa e conduta?

Resposta: O pH muito reduzido indica acidose. A elevada PaCO2 evidencia componente respiratório. O BR, embora
elevado, não é mais suficiente para compensar completamente o desequilíbrio primário. O distúrbio é acidose respiratória
com tentativa de compensação metabólica. Neste caso aumentou muito a dificuldade de eliminação de CO2, acumulando
ácido carbônico e reduzindo muito o pH. A retenção renal de bicarbonato já não é suficiente para normalizar o pH. A causa
provável é pneumonia, descompensando a insuficiência respiratória crônica deste paciente, levando-o à agudização.

CASO 12.

Paciente em pós-operatório de cirurgia de aneurisma de aorta abdominal desenvolveu insuficiência renal aguda. Embora
estável do ponto de vista hemodinâmico e respiratório, está dependente de hemodiálise em dias alternados. Avaliações
acidobásicas diárias mostram acidose metabólica compensada. A última gasometria arterial foi: pH= 7,14; PaCO2= 30
mmHg; BR= 19 mM/L; BE= -2,5.

A. Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s)?

B. Possível conduta?

Resposta: O pH está extremamente baixo, sugerindo acidose metabólica grave. A PaCO2 está levemente diminuida,
sugerindo tentativa de compensação respiratória. O BR está levemente diminuido, revelando pequeno déficit de
bicarbonato. Os dados do exame são incompatíveis entre si, sugerindo erro na sua realização. A gasometria deve ser
repetida.

CASO 13.

Paciente de 55 anos com infarto agudo do miocárdio está na Unidade Coronariana em choque cardiogênico. Apesar de
suporte farmacológico com dobutamina, dopamina e adrenalina, a perfusão é inadequada, apresentando extremidades
frias, cianose periférica, anúria e sonolência. Gasometria arterial: pH= 7,10; PaCO2= 35 mmHg; BR= 12 mM/L; BE= -15.

A. Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s)?

B. Causa e conduta?

Resposta: O pH baixo sugere acidose grave. A PaCO2 está normal não havendo alteração respiratória. O BR está baixo
indicando distúrbio metabólico. O distúrbio é acidose metabólica sem tentativa de compensação. O mecanismo da acidose
metabólica é o mesmo dos outros tipos de choque; metabolismo celular anaeróbico com acúmulo de ácido láctico e
dificuldade de eliminação de ácidos fixos em decorrência da hipoperfusão renal.

CASO 14.

Paciente de 17 anos chega à Emergência sem falar, apresentando batimento palpebral e frequência respiratória de 50
incursões por minuto. Gasometria arterial: pH= 7,63; PaCO2= 18 mmHg; BR= 26 mM/L; BE= -5,9.

A. Qual(is) o(s) distúrbio(s) acidobásico(s) apresentado(s)?

B. Causa e conduta?

Resposta: O grande aumento do pH indica alcalose. A PaCO2 reduzida sugere componente respiratório. O BR é normal,
não indicando alteração metabólica. O distúrbio é alcalose respiratória pura. O mecanismo é hiperventilação de origem
central aumentando muito a eliminação de CO2, reduzindo a paCO2 e aumentando o pH.

CASO 15.
Paciente com Leptospirose, 76 anos, evolui para insuficiência renal. Possui uma gasometria com pH=7,16; pCO2= 31
mmHg; HCO3= 14 mEq/L.
A. Qual o distúrbio acidobásico apresenta?
B. Possível tratamento?
Resposta: Acidose Metabólica devido a insuficiencia Renal na reabsorção de HCO3. Tentativa de compensação por
hiperventilação ou alcalose respiratória, ↓pCO2. Tratamento: reposição de bicarbonato reduz taquipnéia.

CASO 16.
Paciente de 48 anos, miocardiopatia chagásica, queixa de falta de ar, dispnéia, ausculta pulmonar com estertores
creptantes que começam na base até terço médio. Possui a seguinte gasometria: pH= 7,36; pCO2= 33 mmHg; HCO3= 22
mEq/L.
A. Qual o tipo de alteração gasométrica?
B. Causa?
C. O que fazer para reduzir o problema?
Resposta: Baixa pO2 (hipoxemia) e pCO2 (hipocapnia). Edema agudo do pulmão devido à miocardiopatia que provoca
insuficiência cardíaca, com acúmulo de sangue nas veias pulmonares, vênulas e capilares, provocando aumento de
pressão nestes vasos e saída de líquido para o alvéolo. As trocas gasosas estão comprometidas e o paciente entra em
taquipnéia devido a baixa pO2 (que estimula quimiorreceptores do arco aórtico), ocorrendo maior liberação de CO2.
Administrar diurético, nitrato (vasodilatador).
CASO 17.
Paciente DPOC, enfisematoso,pneumonia. Apresentando gasometria de ph= 7,41; pCO2= 80 mmHg; HCO3= 39 mEq/L.

A. Qual o possível disturbio acidobasico?


B. Qual o tratamento?

Resposta: Acidose respiratória compensada por excesso de bicarbonato pelo rim (alcalose metabólica). O tratamento é
hiperventilação mecânica.

Após ventilação mecânica o paciente DPOC apresentou a seguinte gasometria: pH = 7,5; pCO2= 29 mmHg; HCO3 = 31
mEq/L
A. Qual o possível disturbio acidobasico?
B. Qual o tratamento?

Resposta: Hipocapnia, provoca alcalose respiratória. Alto bicarbonato provoca alcalose metabólica. Portanto o paciente
está em alcalose mista. Tratamento: diurético e ventilação.

CASO 17.

Paciente com 26 anos, tentaiva de suicídio por intoxicação de tricíclicos (anti-depressivo), familia leva o paciente até o
hospital onde é encaminhado imediatamente a emergencia. Após realizar a gasometria o paciente apresenta seguintes
valores: pH = 7,1; pCO2 = 61 mmHg; HCO3 = 24 mEq/L.

A. Qual o disturbio apresentado por este paciente?


B. Qual o tratamento?

Resposta: Acidose respiratória devido ao alto pCO2, pois os tricíclico são depressores respiratório. Tratamento:
hiperventilação

CASO 18

Paciente de pós-operatório de cirurgia abdominal, ainda fazendo uso de sonda nasogastrica, possui a seguinte gasometria:
pH = 7,44; pCO2 = 51 mmHg; HCO3 = 28 mEq/L.

A. Qual o disturbio apresentado por este paciente?


B. Qual o tratamento?

Resposta: Alcalose metabólica compensada por acidose respiratória. Perdeu H+ pela sonda. Tratamento: pró-cinético
aumenta motilidade do trato digestório.

CASO 19

Em um recém-nascido prematuro (com menos de sete meses de gestação) com indícios de colabamento dos alvéolos
encontrou-se os seguintes dados de laboratório: pH= 7,12; pCO2= 60 mmHg; HCO3= 35 mEq/L.

A. Que disturbio acidobásico acomete esta criança?


B. Qual a provável patologia?

Resposta: Acidose respiratória, sua provável patologia é Membrana Hialina.

CASO 20

Paciente apresentando a seguinte gasometria: pH= 7,50; pCO2= 20 mmHg; HCO3= 16 mEq/L.

A. Qual o disturbio apresentado por este paciente?

Resposta: Alcalose Respiratória parcialmente compensada.

O distúrbio ácido-básico que se caracteriza pelo aumento da concentração de pCO₂ e que é compensado pelo aumento da
concentração de bicarbonato e diminuição de cloretos é denominado:
a) Alcalose respiratória
b) Acidose metabólica
c) Alcalose metabólica
d) Acidose respiratória

UNIFAP – Pref. Laranjal do Jari/AP – Biomédico – 2005. Os rins realizam um intenso trabalho de filtração do sangue e
regulação da pressão arterial. Sobre esta confirmação, coloque F, para as afirmativas Falsas e V para as Verdadeiras.
( ) O processo de filtração é principalmente mecânico, através da retenção de grandes proteínas e células pelo filtro
glomerular.
( ) A presença de albumina em grandes quantidades na urina indica lesão glomerular.
( ) O ADH age nos túbulos renais diminuindo sua permeabilidade.
( ) A renina liberada por células da arteríola aferente é um potente vasodilatador.
( ) A aldosterona provoca aumento da reabsorção de sódio nos túbulos renais e consequente aumento da volemia.
Assinale a alternativa correta:
a) F, V, V, F, V
b) V, V, F, F, V
c) V, F, V, F, F
d) F, F, V, V, F
e) V, V, F, V, F

UNIFAP – Pref. Laranjal do Jari/AP – Biomédico – 2005. As soluções químicas são denominadas de ácidas ou básicas,
segundo a determinação de seu pH. Analise as afirmativas abaixo.
I - Substâncias ácidas possuem um baixo pH pois possuem menor concentração de íons H+.
II - As soluções tampões são utilizadas quando queremos elevar ou diminuir o pH rapidamente.
III - Uma diminuição de pH no sangue está relacionada ao aumento nas concentrações plasmáticas de H+ e leva a um
quadro de acidose.
IV - Substâncias alcalinas possuem a capacidade de se ligar à prótons, enquanto substâncias ácidas são potenciais
doadoras de prótons.
V - O valor numérico do pH é diretamente proporcional à quantidade de íons H+.
Sobre estas afirmativas a alternativa correta é:
a) Apenas I, II e IV
b) Apenas I, III e V
c) Apenas I, IV e V
d) Apenas II, IV e V
e) Apenas III e IV

UFENET/IAUPE – Pref. Cabo de Santo Agostinho/PE – Biomédico – 2006. Um exame de um paciente diabético com
glicemia de 250 mg/dL, pH= 7,2, bicarbonato de 15 mEq/L e BE de –10 indica:
a) acidose respiratória.
b) alcalose metabólica.
c) alcalose respiratória.
d) acidose metabólica.
e) acidose metabólica compensada.

MOURA MELO – Pref. Ribeirão Pires/SP – Biomédico – 2006. A alcalose pode ser dividida em metabólica e respiratória.
Na alcalose metabólica existem três situações comuns que são:
a) Administração de álcalis, alcalose por perda de ácido e eliminação de Dióxido de Carbono.
b) Administração de álcalis, e excesso de H2CO3.
c) Administração de álcalis, alcalose por perda de ácido e alcalose hipocalêmica.
d) Somente administração de álcalis.

SISMETA – Pref. Belém do São Francisco/PE – Biomédico – 2007. O hormônio que apresenta uma ação importante no
metabolismo hidroeletrolítico é:
a) Progesterona;
b) Estrona;
c) Testostesrona;
d) Aldosterona;
e) Androsterona.

MOURA MELO – Pref. Itu/SP – Biomédico – 2007. A velocidade de filtração renal pode ser estimada através da dosagem
da:
a) Creatinina sérica.
b) Proteínas totais na urina.
c) Cristais na urina.
d) Sódio na urina.

UPENET/IAUPE – Pref. Camaragibe/PE – Biomédico – 2008. O ânion extracelular preponderante, que está diminuído na
alcalose metabólica, é o:
a) bicarbonato.
b) cloreto.
c) bifosfato.
d) Proteinato.
e) Potássio.

UPENET/IAUPE – Pref. Olinda/PE – Biomédico – 2008. Paciente em coma diabético com pH= 7,15; PCO2= 13mmHg;
teor de O2= 5mEq/L; bicarbonato standard= 8mEq/L; HCO3 real = 5mEq/L; excesso de base= -22,3 mEq/l. Qual o provável
distúrbio metabólico?
a) Acidose metabólica com alcalose respiratória.
b) Alcalose respiratória.
c) Acidose metabólica.
d) Acidose metabólica e respiratória.
e) Alcalose metabólica.

ASPERHS – Pref. São João do Tigre/PB – Biomédico – 2009. Sobre Acidose Metabólica é INCORRETO afirmar:
a) Caracterização: aumento do pH do plasma, da concentração de HCO₃⁻ e aumento compensativo na pCO₂.
b) Causas mais comuns: diabetes melito descontrolado, com a ocorrência de cetose, falha renal, envenenamento de
substâncias ácidas, diarreia grave com perda de HCO₃⁻, acidose láctica e desidratação severa.
c) Funcionamento: Tampões não controlam o pH, o excesso de CO₂ produzido estimula o centro respiratório do cérebro para
remover mais rápido o CO₂ do sangue.
d) A hiperventilação continua até que o CO₂ esteja em quantidades pequenas para o centro respiratório.
e) Os rins respondem pela excreção de H⁺, principalmente na forma de NH₄⁺.

FUNCAB – HRC/SESAU/RO – Biomédico – 2010. Durante escaladas em grandes altitudes, o corpo de um alpinista está
sujeito a variações fisiológicas imediatas. Algumas respostas comumente apresentadas neste caso são as variações: da
pressão parcial de oxigênio (PaO ), da pressão parcial de gás carbônico (PaCO ) e do pH. Quanto às variações
mencionadas, podemos afirmar que:
a. PaO aumenta, PaCO aumenta, pH aumenta.
b. PaO aumenta, PaCO aumenta, pH diminui.
c. PaO aumenta, PaCO diminui, pH aumenta.
d. PaO diminui, PaCO diminui, pH diminui.

e. PaO diminui, PaCO diminui, pH aumenta.

Resumo Patologia
 Mecanismos de adaptação da célula antes da via de morte (apoptose/necrose)

Hipertrofia Hiperplasia Atrofia Metaplasia Displasia


Surgimento de
↑ do tamanho ↑ do número de ↓ do tamanho Substituição
anomalias durante o
das células células (propicio e número de por outro tipo
desenvolvimento de
que já existem para neoplasia) células. de célula.
um órgão/tecido

 Acúmulos intracelulares

Lipídeos Proteínas Ferro Degeneração Glicogênio Carbono


hialina
Esteatose (acumulo Poeira
Lesões
de gordura no Hemocromatose Precipitações Diabéticos do
fígado)
glomerulares
carvão
Reversível desde que o agente agressor possa ser removido.
Período de Incubação: não há manifestações clinicas
Período de Prodrômico: há sinais e sintomas inespecíficos (não caracteriza a doença)
Período de Estado da Doença: há sinais e sintomas característicos
Evolução: (óbito, complicação, cronificação ou cura)

 Mecanismo de lesão celular


Placa de arteriosclerose no coração gera obstrução do vaso (↓luz do vaso – fluxo sanguíneo muda), então o tecido começa
a entrar em situação de isquemia, como consequência, ↓ da oxigenação e nutrição tecidual. A mitocôndria (respiração
celular) presente nas células cardíacas, ↓ a fosforilação oxidativa (produção de energia ATP a partir dos nutrientes). Assim,
varias organelas sentem a queda de energia celular. A bomba de Na⁺/K⁺ presente na membrana celular das células utiliza
ATP para realizar o controle do equilíbrio eletrolítico. Como a mitocôndria não esta produzindo ATP da mesma forma a
bomba começa a entrar em falência. Assim ocorre o ↑ do influxo de Ca²⁺, Na⁺ e H20 intracelular e saída de K⁺. Proveniente
deste desequilíbrio intracelular as células começam apresentar alterações morfológicas como a tumefação (alterações
morfológica) do reticulo endoplasmático, tumefação celular, perda da especialização da membrana e presença de bolhas
no citoplasma. Com a ↓ de ATP as células começaram a fazer glicólise anaeróbica, tentando obter energia por outras
fontes, assim ↓ as reservas de glicogênio, que tem como produto final a produção de ácido lático. A resposta do organismo
para esse ↑ de ácido lático é a ↓ do pH intracelular, que leva ao inicio de lesões nucleares (cromatina). Outra consequência
da ↓ do ATP é o destacamento dos ribossomos (responsáveis pela síntese proteica) do reticulo endoplasmático rugoso, ↓
da síntese proteica intracelular e como mecanismo de adaptação o organismo recruta lipídeos da membrana celular para
preencher a estrutura morfológica da célula, tudo isto ocorre antes da célula optar por uma via de morte celular. O fato de
ter o ↑ Ca²⁺ ativa outras enzimas intracelulares, ATPase (acelerar a consumo do ATP), Fosfolipases (enzimas que
degradam a membrana celular), Proteases (degradam principalmente as proteínas do citoesqueleto) e Endonucleases
(fragmentação do DNA e cromatina).

- Tumefação Macroscópica = Aumento do órgão, pesado, perde coloração característica.


- Tumefação Microscópica = Vacualização do citoplasma (relacionado com a inclusão de lipídeos).

 Características da mitocôndria relacionada com a lesão celular


Com a falência de bomba, altera o potencial elétrico da célula faz com que a membrana da mitocôndria forme os poros de
transição de permeabilidade mitocondrial (são canais) vai os íons alterando o potencial de membrana da célula e vão
contribuir mais ainda para incapacidade da célula de produzir ATP, assim à célula tende a evoluir para necrose celular. Em
relação a apoptose celular relacionando também com a membrana da mitocôndria existem duas proteínas de membrana
BCL-2 e Apaf-1. Essas duas proteínas estão agregadas (impedindo que a membrana perca duas substâncias importantes o
citocromo – c (proteína pré-apoptotica) e caspases) e quando a célula começa a sofrer lesões celulares elas se separam e
abrem canais na membrana que permite a saída do citocromo-c e das caspases para o meio extracelular e assim ativa vias
apoptoticas.

 Radicais livres
Em uma lesão celular que vai evolui para uma necrose ou apoptose a lesão em si faz com q a célula perca os mecanismos
de controle na produção de radicais livres (ERO’S – espécies reativas de oxigênio), com a redução incompleta do oxigênio
causa a perda da conversão de H2O2 em duas moléculas de H20 e da glutationa peroxidase que como resposta
bioquimicamente aumenta a formação e concentração de radicais livres intracelular. Essas ERO’s reagem com ácidos
graxos da membrana celular oxidando peroxidases lipídicas que contribuem para o rompimento das organelas, oxidando
proteínas tendo perda da sua atividade enzimática e oxidação do DNA causando mutações no material genético.

Lesão Reversível Lesão Irreversível


- Tempo da agressão - Grave vacuolização da mitocôndria
- Agente agressor - Extenso dano à membrana celular
- Gravidade da lesão - Tumefação dos lisossomos
- Capacidade de adaptação - Extravasamento de proteínas celulares
- Incapacidade de reverter a lesão
mitocondrial

Detecta por dosagem em sangue se existe a lesão com marcadores que deveriam estar intracelular e não estão mais, isto
mostra que a lesão já esta irreversível (TGO,TGP,Gama-GT)

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