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Diretrizes SBD 2014-2015

Medicamentos orais no tratamento do diabetes


mellitus: como selecioná-los de acordo com as
características clínicas dos pacientes
da especialidade, a Sociedade Brasileira efeito incretínico é mediado pelos hormô-
INTRODUÇÃO
de Diabetes (SBD) recomenda que a meta nios GLP-1 (glucagon-like peptide-1) e GIP
Quando o paciente recebe o diagnóstico para a hemoglobina glicada (HbA1c) seja (Gastric Inibitory Polypeptide) considerados
de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) junto < 7%. Ressalte-se, ainda, que a SBD man- peptídios insulinotrópicos dependentes
com as medidas que orientam modifi- tém a recomendação de que os níveis de de glicose. Assim, são capazes de aumen-
cações adequadas no seu estilo de vida HbA1c sejam mantidos nos valores mais tar a secreção de insulina apenas quando a
(educação em saúde, alimentação e ativi- baixos possíveis, sem aumentar desne- glicemia se eleva. Por outro lado, controlam
dade física), o médico em geral prescreve cessariamente o risco de hipoglicemias, o incremento inadequado do glucagon
um agente antidiabético oral (B).1 Na indi- sobretudo em paciente com doença car- observado nos diabéticos. O efeito incre-
cação da medicação oral, os mecanismos diovascular e em uso de insulina.9 Nesse tínico é o responsável pela maior redução
de resistência à insulina (RI), a falência caminho, os agentes antidiabéticos na glicemia verificada após ingestão oral
progressiva da célula beta, os múltiplos devem ser indicados quando os valores de glicose, em comparação com a mesma
transtornos metabólicos (disglicemia, glicêmicos encontrados em jejum e/ou quantidade injetada via venosa em pes-
dislipidemia e inflamação vascular) e as pós-prandiais estiverem acima dos reque-
soas não diabéticas. Pertencem a esta famí-
repercussões micro e macrovasculares ridos para o diagnóstico do DM.10,11
lia medicamentos com ação parecida com
que acompanham a história natural do
a do GLP-1 (miméticos [exenatida] e análo-
DM2 também devem ser objetivos lem-
AGENTES gos [liraglutida]) e, ainda, os inibidores da
brados. Estudos epidemiológicos sus-
ANTIDIABÉTICOS ORAIS enzima dipeptidilpeptidase 4 (DPP-4). O
tentam a hipótese de uma relação direta
bloqueio da enzima DPP-4 reduz a degra-
e independente entre os níveis sanguí- São substâncias que, quando ingeridas,
dação do GLP-1, aumentando assim a sua
neos de glicose e a doença cardiovascu- têm a finalidade de baixar a glicemia e
vida média, com promoção das principais
lar (DCV) (A).2-7 Nesse sentido, a ausência mantê-la normal (jejum < 100 mg/dl
ações, como liberação de insulina, redução
de um limiar glicêmico em indivíduos e pós-prandial < 140 mg/ dl).10,11 Sob esse
na velocidade do esvaziamento gástrico e
diabéticos e a persistência dessa relação conceito amplo, de acordo com o meca-
inibição da secreção de glucagon.12-15
em não diabéticos sugerem que a gli- nismo de ação principal, os antidiabéticos
cemia é uma variável contínua de risco, orais podem ser separados em: aqueles A segunda classe de substância lan-
da mesma forma que outros fatores de que incrementam a secreção pancreática çada recentemente compreende os inibi-
risco cardiovascular (A).2-7 Assim, o trata- de insulina (sulfonilureias e glinidas); os dores do contratransporte sódio glicose 2
mento tem como meta a normoglicemia, que reduzem a velocidade de absorção de nos túbulos proximais dos rins.16 Esta nova
devendo dispor de boas estratégias para glicídios (inibidores das alfaglicosidases); classe de drogas reduz a glicemia via inibi-
a sua manutenção a longo prazo. Em ver- os que diminuem a produção hepática de ção da recaptação de glicose nos rins, pro-
dade, um dos objetivos essenciais no tra- glicose (biguanidas); e/ou os que aumen- movendo glicosúria. Desta forma, pode
tamento do DM2 deve ser a obtenção de tam a utilização periférica de glicose (gli- controlar a glicemia independente da secre-
níveis glicêmicos tão próximos da norma- tazonas) (Quadro 1). A esses antidiabéticos ção e ação da insulina, com consequente
lidade quanto é possível alcançar na prá- orais foram adicionadas outras duas clas- menor risco de hipoglicemia, podendo
tica clínica.8 Em concordância com a ten- ses de substâncias. A primeira cuja ação favorecer a perda de peso.17 Esta classe é
dência mais atual das sociedades médicas está baseada no efeito das incretinas. O conhecida como inibidor de SGLT2.

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QUADRO 1 Tratamento do DM2


Redução
Medicamentos Redução
Mecanismo da glicemia Efeitos Outros efeitos
(posologia mínima de HbA1c Contraindicação
de ação de jejum colaterais benéficos
e máxima em mg) (%)
(mg/dl)

Sulfonilureias

Clorpropamida 125 a 500 Hipoglicemia e


Glibenclamida 2,5 a 20 ganho
ponderal
Glipizida 2,5 a 20 Aumento da Gravidez, (clorpropamida
Gliclazida 40 a 320 secreção de 60-70 1,5-2 insuficiência renal favorece o
Gliclazida MR 30 a 120 insulina ou hepática aumento de
peso e não
Glimepirida 1 a 8 protege contra
Uma a duas tomadas/dia retinopatia)

Metiglinidas

Redução do
Repaglinida 0,5 a 16 Hipoglicemia e
Aumento da espessamento
ganho
Nateglinida 120 a 360 secreção de 20-30 1-1,5 Gravidez médio intimal
ponderal
Três tomadas/dia insulina carotídeo
discreto
(repaglinida)

Biguanidas

Diminuição
Reduz a de eventos
produção Gravidez, cardiovasculares
hepática de insuficiências Prevenção
Metformina 1.000 a 2.550 Desconforto
glicose com renal, hepática, de DM2
60-70 1,5-2 abdominal,
Duas a três tomadas/dia menor ação cardíaca,
diarreia Melhora do
sensibilizadora pulmonar e
da ação acidose grave perfil lipídico
insulínica Diminuição
do peso

Inibidores da alfaglicosidase

Diminuição de
eventos
cardiovasculares
Prevenção
Retardo da Meteorismo, de DM2
Acarbose 50 a 300
absorção de 20-30 0,5-0,8 Gravidez flatulência e Redução do
Três tomadas/dia carboidratos diarreia espessamento
médio intimal
carotídeo
Melhora do
perfil lipídico

(continua)

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QUADRO 1 Tratamento do DM2 (continuação)


Redução
Medicamentos Redução
Mecanismo da glicemia Efeitos Outros efeitos
(posologia mínima de HbA1c Contraindicação
de ação de jejum colaterais benéficos
e máxima em mg) (%)
(mg/dl)
Glitazonas
Prevenção
de DM2
Aumento da
Insuficiência Retenção Redução do
sensibilidade à
cardíaca classes hídrica, espessamento
insulina em
Pioglitazona 15 a 45 III e IV anemia, ganho médio intimal
músculo,
35-65* 0,5-1,4* ponderal, carotídeo
Uma tomada/dia adipócito e Insuficiência insuficiência
hepatócito hepática Melhora do
cardíaca e
(sensibilizadores Gravidez perfil lipídico
fraturas
da insulina)
Redução da
gordura hepática

(Inibidores da DPP-IV) Gliptinas

Sitagliptina 50 ou 100 Os eventos


Aumento do adversos mais Aumento
Uma ou duas tomadas/dia
nível de GLP-1, comuns da massa de
Vildagliptina 50 células beta em
com aumento verificados nos
Duas tomadas/dia Hipersensibilidade modelos animais
da síntese e ensaios clínicos
20* 0,6-0,8 aos componentes
Saxagliptina 2,5 ou 5 secreção de foram faringite, Segurança e
do medicamento
insulina, além infecção tolerabilidade
Uma tomada/dia
da redução de urinária, Efeito neutro
Linagliptina 5 glucagon náusea e no peso corporal
Uma tomada/dia cefaleia

Mimético e Análogo do GLP-1

Exenatida 5 e 10 mcg
Uma injeção antes do Hipoglicemia Aumento da
desjejum e outra antes do Efeitos acima principalmente massa de células
jantar pela via SC relatados em quando beta em
Hipersensibilidade associado a modelos animais
Liraglutida 0,6, 1,2 e 1,8 resposta a dose
30* 0,8-1,2 aos componentes secretagogos
Uma injeção ao dia sempre farmacológica Redução de peso
do medicamento
no mesmo horário SC do análogo do Náusea, Redução da
GLP-1 com ação vômitos e pressão arterial
Uma vez ao dia,
diarreia sistólica
independente do horário
da refeição

(continua)

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QUADRO 1 Tratamento do DM2 (continuação)


Redução
Medicamentos Redução
Mecanismo da glicemia Efeitos Outros efeitos
(posologia mínima de HbA1c Contraindicação
de ação de jejum colaterais benéficos
e máxima em mg) (%)
(mg/dl)
INIBIDORES DA SGLT2
Não deve ser
usado em
pacientes com
disfunção renal
Dapagliflozina 5 a 10 moderada a grave
10 uma vez ao dia, em qualquer (com taxa de
filtração Infecção
horário
Inibidor glomerular genital
Empagliflozina 10 a 25 estimada
de SGLT2 Infecção Perda de peso
10 a 25, uma vez ao dia, em 30* 0,5-1 persistentemente urinária
Em túbulo Redução de PAS
qualquer horário inferior a 45 ml/
proximal renal Poliúria
Canagliflozina 100 a 300 min/1,73 m2 -
MDRD ou
100 a 300, uma vez ao dia, em depuração de
qualquer horário creatinina
persistentemente
menor ou igual a
60 ml/min -
Cockcroft-Gault)
* Reduções médias da glicemia de jejum e da HbA1c para monoterapia. No caso de terapia combinada, pode ocorrer efeito sinérgico, com potencialização
da redução dos níveis glicêmicos.
Adaptada de: Nahan DM, Buse JB, Davidson MR et al. Medical Management of Hyperglycemia in Type 2 Diabetes: A Consesus Algorithm for the Initiation
and Adjustment of Therapy. Diabetes Care. 2008; 31:1-11.

Com finalidade prática, os antidia- prolongada durante todo o dia (clor- •• Acarbose (inibidor da alfaglicosi-
béticos serão classificados em quatro propamida, glibenclamida, gliclazida, dase).
categorias: glipizida e glimepirida) e promovem •• Metformina (biguanida).
1. Os que aumentam a secreção de queda de 1,5 a 2% na HbA1c; e as meti- •• Pioglitazona (tiazolidinediona ou
insulina (hipoglicemiantes). glinidas ou glinidas, com menor tempo glitazona).
2. Os que não a aumentam (anti-hi- de ação, cobrindo principalmente o A acarbose reduz a velocidade de
perglicemiantes). período pós-prandial, com redução de absorção intestinal de glicose, agindo, por-
3. Os que aumentam a secreção de 1% da HbA1c com a nateglinida e de tanto, em uma fase mais precoce, ainda no
insulina de forma dependente 1,5 a 2% com a repaglinida. Favorecem tubo digestivo, predominantemente na
de glicose, além de promover a o ganho de peso e o desenvolvimento glicemia pós-prandial (e, posteriormente,
supressão do glucagon. de hipoglicemia.1,10,11,18 também na glicemia de jejum), com redu-
4. Os que promovem glicosúria ção de 0,5 a 1% na HbA1c. Pode promover
(sem relação com a secreção de AGENTES QUE NÃO AUMENTAM A intolerância gastrintestinal.1,10,11,18-22
insulina). SECREÇÃO DE INSULINA A metformina tem sua maior ação
anti-hiperglicemiante diminuindo a pro-
AGENTES QUE AUMENTAM A Esses medicamentos, quando usados dução hepática de glicose, acompanhada
em monoterapia, em geral estão relacio- de ação sensibilizadora periférica mais
SECREÇÃO DE INSULINA
nados com um risco bem reduzido de discreta. Em média, a metformina reduz a
São os secretagogos de insulina e com- hipoglicemia, portanto podem ser utili- HbA1c em 1,5 a 2%, mas pode promover
preendem as sulfonilureias, que desen- zados sob esse ângulo, desde o início da intolerância gastrintestinal e é contraindi-
volvem uma ação hipoglicemiante mais enfermidade. Fazem parte desse grupo: cada na insuficiência renal.1,10,11,18,23,24
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As glitazonas atuam predominante- extremamente curta por ser inativado AGENTES QUE
mente na resistência à insulina periférica pela enzima DPP-IV, e, com uso de inibi- PROMOVEM GLICOSÚRIA
em nível de músculo, adipócito e hepató- dores dessa enzima, os níveis de GLP-1
cito, sensibilizando a ação da insulina pro- Representam uma nova opção tera-
ativo aumentam em duas a três vezes.
duzida pelo próprio paciente. Em teoria, pêutica oral por impedirem a reabsor-
A utilização das gliptinas em monote-
como melhoram a performance da insulina ção de glicose via inibição das proteínas
rapia pode promover redução da HbA1c
endógena, sem necessariamente aumen- SGLT2, nos túbulos proximais dos rins.
em 0,6 a 0,8%, mas, na dependência da
tar sua secreção, as glitazonas teriam o Com baixo risco para hipoglicemia. Perda
população estudada e dos valores iniciais
potencial de preservar a célula beta e de de peso de 2 a 3 kg e redução da pressão
de HbA1c (> 9%), as reduções observadas
postergar a deterioração cardiovascular arterial sistólica de 4 a 6 mmHg. Pode ser
podem ser maiores. São neutras quanto
(embora tais evidências ainda careçam combinada com todos agentes orais e
de comprovação em humanos). As glita- a efeitos no peso. Esses medicamentos insulina. Por outro lado, apresenta risco
zonas reduzem a HbA1c em 1% a 1,4%, podem ser usados associados a metfor- aumentado para infecções genitais e trato
em média.1,10,11,18,25-27 Promovem retenção mina, glitazonas, sulfonilureias e, mais urinário. Apresenta ação diurética (glicosú-
hídrica e ganho de peso, aumentando recentemente, surgiram estudos com ria) e pode levar a depleção de volume (no
o risco de insuficiência cardíaca, além insulina, e agora, em 2012, as Sociedades caso do paciente específico com risco de
de aumentarem o risco de fraturas. Um europeia e americana de diabetes mani- depleção de volume, reduzir dose ou não
estudo de revisão sistemática evidenciou festaram-se favoráveis a combinação usar). Esta classe não deve ser indicada na
risco aumentado para DCV com a rosigli- gliptina com insulina, em um posiciona-- insuficiência renal moderada ou grave.37,38
tazona, gerando muitos questionamen- mento.12-15,31,32,33
tos e discussões que culminaram com a Outros agentes dessa classe são a
retirada do medicamento do mercado na ESCOLHA DO AGENTE
exenatida e a liraglutida. A primeira, um ANTIDIABÉTICO ORAL
Europa e no Brasil e a restrição extrema
mimético do GLP-1, e a segunda, um
na sua indicação nos Estados Unidos.28-30 A escolha do medicamento deve levar
análogo do GLP-1. São indicadas como
terapia adjunta para melhorar o controle em conta:
AGENTES QUE AUMENTAM •• O estado geral do paciente e as
da glicose em pacientes com DM2 que
A SECREÇÃO DE INSULINA comorbidades presentes (compli-
estão em tratamento com metformina,
DEPENDENTE DE GLICOSE cações do diabetes ou outras com-
uma sulfonilureia, ou na combinação
E QUE DIMINUEM A SECREÇÃO plicações).
com estes dois medicamentos, quando
DE GLUCAGON •• Os valores das glicemias de jejum e
não obtiveram resultados satisfatórios.
pós-prandial e da HbA1c.
Os inibidores da DPP-IV (gliptinas), sita- O diabético obeso em monoterapia
•• O peso e a idade do paciente.
gliptina, vildagliptina, saxagliptina e lina- ou combinação de agentes orais com
•• As possíveis interações com outros
gliptina constituem uma nova classe de HbA1c > 7% é o melhor candidato, em
antidiabéticos orais, cujo mecanismo de medicamentos, reações adversas e
razão da possibilidade de obter melhor
ação é essencialmente a estabilização do contraindicações.
controle com menor risco de hipogli-
GLP-1 endógeno pela inibição da enzima cemia acompanhado da perda de peso
que o degrada, a DPP-IV. O glucagon, hor- RECOMENDAÇÕES GERAIS
e possível redução no risco cardiovas-
mônio produzido pela célula alfa pancreá- BASEADAS NOS OBJETIVOS
cular. Ambos promovem intolerância
tica, tem como função manter a glicemia DE CONTROLE GLICÊMICO
gastrintestinal, portanto no início do tra-
no período de jejum, devendo ter seus
tamento deve-se utilizar a menor dosa- Para pacientes com diagnóstico recente,
níveis reduzidos no pós-prandial. Pacien-
tes com DM2 apresentam diminuição dos gem. A exenatida deve ser aplicada por as diretrizes das sociedades americana,
níveis de GLP-1 no estado pós-prandial, via subcutânea (SC) antes do desjejum e europeia e brasileira de diabetes são coin-
contribuindo para a redução do estímulo do jantar. Já a liraglutida, por via SC uma cidentes nas recomendações iniciais de
fisiológico da secreção de insulina e não vez ao dia, sempre no mesmo horário.34,36 modificações do estilo de vida associadas
permitindo a supressão do glucagon. A liraglutida é a única da classe aprovada ao uso de metformina (A) 1,34,35
Ocorre que o GLP-1 tem uma vida média para uso em monoterapia. Paciente com manifestações leves:

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•• Quando a glicemia for inferior


a 200 mg/dl, com sintomas Progressão da secreção de insulina na evolução do
leves ou ausentes (sem a pre-
sença de outras doenças agu-
das concomitantes), estão

FUNÇÃO DA CÉLULA
indicados os medicamentos
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4
que não promovam aumento
na secreção de insulina, prin-
cipalmente se o paciente for
obeso (D).1,36,39 No caso de
Metformina Combinações ou Combinação com Insulinização plena
intolerância à metformina, as Pioglitazona monoterapia com
Sulfonilureias
insulina noturna opcional: manter
Acarbose sensibilizador de insulina
Repaglinida
preparações de ação prolon- Sitagliptina Nateglinida
Vildagliptina Sitagliptina
gada podem ser úteis. Saxagliptina Vildagliptina
Linagliptina Saxagliptina
Persistindo o problema, um Linagliptina
Exenatida
dos demais agentes hipogli- Liraglutida
Dapagliflozina
cemiantes pode ser escolhido. Empagliflozina
Canagliflozina
•• Paciente com manifestações FIGURA 1 Algoritmo terapêutico para o manejo de acordo com a progressão da doença.
moderadas.
•• Quando a glicemia de jejum
for superior a 200 mg/dl, mas cetonúria), iniciar insulinote- do controle e na perda de
inferior a 300 mg/dl na ausên- rapia imediatamente. peso (D).34,35,39
cia de critérios para manifes- •• A associação entre hiperglice-
tações graves, iniciar com mia e perda de peso sinaliza a
modificações de estilo de vida RECOMENDAÇÕES GERAIS
deficiência de insulina e, em
e com a metformina asso- BASEADAS NO QUADRO CLÍNICO
geral, um estágio mais avan-
ciada a outro agente hipogli- çado ou mais descompen-
•• Na maioria dos casos de DM2,
cemiante. A indicação do sado da doença. Nessa cir-
o fenótipo clínico se caracte-
segundo agente dependerá cunstância, os medicamentos
riza, desde logo, pela pre-
do predomínio de resistência secretagogos costumam ser
sença de obesidade, hipertri-
à insulina ou de deficiência de os mais indicados (sulfonilu-
gliceridemia, baixo colesterol
insulina/falência da célula reias ou glinidas), em mono-
da lipoproteína de alta densi-
beta (D).10,11,18 Dessa maneira, terapia ou em terapia combi-
dade (HDL-C), hipertensão
o inibidor da DPP-4, a acar- nada (D).1,10,11,18,36,39
arterial, entre outros estig-
bose, os análogos do GLP-1 a •• Para aqueles pacientes com
mas típicos da resistência à
glitazona e os inibidores de glicemia de jejum normal ou
insulina. Nesse caso, são mais
SGLT2 poderiam ser a próxima do normal, mas
apropriados os medicamen-
segunda ou a terceira medica- com HbA1c acima do nor-
tos anti-hiperglicemiantes,
ção. No paciente com perda mal, está indicado o uso de
que melhorarão a atuação da
ponderal, uma sulfonilureia medicamentos anti-hipergli-
insulina endógena, com
ou glinidas poderiam ser cemiantes (metformina ou
melhor controle metabólico,
combinadas. glitazona), gliptinas, aqueles
evitando ganho ponderal
Pacientes com manifestações que atuem mais na glicemia
excessivo (D).1,10,11,18,36,39 Outra
graves: pós-prandial (acarbose ou
opção são as gliptinas (D).
•• Para os demais pacientes com glinidas) ou aqueles que
Para paciente obeso com
valores glicêmicos superiores promovem glicosúria (inibi-
controle inadequado em
a 300 mg/dl e manifestações dores de SGLT2: dapagliflo-
monoterapia ou combinação
graves (perda significante de zina, empagliflozina e cana-
oral, a associação de exena-
peso, sintomas graves e/ou gliflozina) (D).1,10,11,18, 40, 41, 42
tida pode ajudar na melhora

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QUADRO 2 Recomendações e conclusões finais de dormir (D).1,36,39 Essa postura tera-


grau de pêutica de estímulo à insulinoterapia
Recomendação ou Conclusão oportuna e de prevenção da inércia clí-
recomendação
Para pacientes com diagnóstico recente, modificações nica por parte do médico é adotada e
no estilo de vida associadas ao uso da metformina é a A recomendada pela SBD.1
principal indicação
Quando a glicemia for inferior a 200 mg/dl, estão RECOMENDAÇÕES GERAIS PRÁTICAS
indicados os medicamentos que não promovam
D
aumento na secreção de insulina (principalmente no
Na prática, um paciente pode comparecer
obeso)
à primeira consulta no início da evolução
Quando a glicemia de jejum for superior a 200 mg/dl,
mas inferior a 300 mg/dl o tratamento oral vai
do DM2, quando predomina a resistên-
D cia à insulina, ou, então, com muitos anos
depender do predomínio da insulinorresistência ou de
insulinodeficiência/falência da célula beta de evolução da enfermidade, quando a
No paciente obeso são mais apropriados os agentes principal característica é a insulinopenia. A
anti-hiperglicemiantes e as gliptinas (não favorecem o D melhor terapia dependerá muito da capa-
ganho de peso ou são neutros)
cidade secretória do seu pâncreas (Figura
Ainda entre os obesos que não perdem peso ou não
respondem a monoterapia ou combinação oral, a
1). Para a fase 1, período inicial do DM2
D caracterizado por hiperglicemia discreta,
associação de análogo ou mimético do GLP-1 injetável
pode ajudar na melhora do controle e na perda de peso obesidade e insulinorresistência, a melhor
A associação entre hiperglicemia e perda de peso indicação são os medicamentos que não
indicam o uso de secretagogos em monoterapia ou D aumentam a secreção de insulina nem o
terapia combinada (sulfonilureias ou glinidas)
ganho de peso, e a metformina é a droga
Pacientes com glicemia de jejum normal ou próximo de escolha (A). No caso de intolerância à
do normal, mas com A1c elevada está indicado o
metformina, outra opção para a monotera-
uso de um medicamento anti-hiperglicemiante
D pia inicial são as gliptinas ou mimético/aná-
(metformina ou glitazonas), as gliptinas os que
atuem mais na glicemia pós-prandial (acarbose ou logo do GLP-1 (D). Na fase 2, com diminui-
glinidas) ou inibidores de SGLT2. ção da secreção de insulina, é correta a indi-
Com os anos de evolução do DM2 ocorre redução na cação de um secretagogo, possivelmente
secreção de insulina com falha na monoterapia e/ou em combinação com sensibilizadores
A
combinação de agentes orais com mecanismo de ação insulínicos (D). Ainda nesta fase a insulina
diferentes
basal pode ser outra opção (D). Na fase 3,
Quando houver necessidade de combinação terapêutica
a insulina basal noturna é uma opção eficaz associada a B com a progressão da perda de secreção da
um ou mais agentes orais insulina, em geral após uma década de evo-
(A) Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência; (B) Estudos experimentais e
lução da doença, e já com perda de peso e/
observacionais de menor consistência; (C) Relatos de casos – estudos não controlados; (D) Opinião ou comorbidades presentes, é necessário
desprovida de avaliação crítica, baseada em consenso, estudos fisiológicos ou modelos animais. associar aos agentes orais uma injeção de
insulina de depósito antes de o paciente
dormir (insulinização oportuna) (B).44-46 Na
•• Com o tempo de evolução do vezes, há que se acrescentar um ter- fase 4, enfim, quando predomina clara insu-
DM2 ocorre progressiva redu- ceiro medicamento oral (D).8,39,40 No que linopenia, o paciente deve receber uma ou
ção da capacidade secretória duas aplicações de insulina de depósito
tange à escolha de um segundo agente
de insulina pela célula beta, e neutral protamine Hagedorn (NPH) ou aná-
em pacientes com sintomas secun-
a monoterapia pode falhar na logos de ação prolongada, acompanhadas
dários à hiperglicemia, o tratamento por insulina prandial R (rápida) ou ultrar-
manutenção do bom controle
insulínico já pode ser recomendado, rápida (análogos) antes das refeições (B).
metabólico (A).39,40
devendo ser iniciado com insulina basal Nessa fase 4, um agente oral sensibilizador
Assim, há necessidade de combinar
medicamentos (idealmente, com meca- de ação intermediária ou prolongada, combinado à insulinização costuma redu-
nismos de ação diferentes) e, algumas aplicada por via SC antes do jantar ou zir as doses de insulina e auxiliar na melhora

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do controle metabólico (D).47 Devem ser 6. Stratton IM, Adler AL, Neil HA et al. Asso- sulin-dependent diabetes. Diabetes
observados o controle dos níveis glicêmi- ciation of glycaemia with macrovascu- 2005; 54:3427-34.
cos e a titulação dos diferentes fármacos a lar and microvascular complications of 17. Abdul-ghani MA, DeFronzo RA. Inhibi-
cada dois ou três meses durante o ajuste type 2 diabetes (UKPDS 35): prospec- tor of renal glucose comtrol in type 2
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