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BRENDA GABRIELE MARINHO DE SOUSA

1174920

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO

Trabalho apresentado ao Claretiano Centro


Universitário para a disciplina de História e
Crítica musical: Do Classicismo à Música
Contemporânea, como requisito parcial para
aprovação na disciplina.

TAGUATINGA
2017
A música do século 19 é marcada pelo estilo romântico, chamado de Romantismo.
Enquanto o Clássico (Classicismo) sugere uma obra acabada e perfeita, o Romântico
(Romantismo) remete a algo distante, legendário e fantástico, fictício, um mundo imaginário e
ideal, distante da realidade cotidiana. O termo romântico deriva de Romance, sendo
originalmente da narrativa ou poema medieval sobre as aventuras de figuras heróicas, como o
Rei Arthur e seus cavaleiros, episódios escritos em uma das línguas românticas. Após as
revoluções e algumas mudanças da sociedade, os músicos deviam ganhar a vida como agentes
livres realizando apresentações públicas, ministrando aulas, compondo por encomenda ou
criando músicas para publicação, passando a competir com o mercado livre. Com o
crescimento da classe média e a invenção da técnica de litografia, em 1796, que barateava a
reprodução de peças, foi proporcionado o crescimento na demanda por músicas publicadas
direcionadas para amadores tocarem em suas casas em momentos de lazer. Tais peças
dispunham de progressões harmônicas conhecidas, acompanhamentos interessantes, linhas
melodiosas, títulos evocativos, associações extra musicais e formas simples. Com o passar do
tempo, os compositores passaram a inserir elementos nacionais em suas composições, como
canções, operas e peças instrumentais.

“Se o romantismo busca o ilimitado e a distância, a música poderia ser entendida


como a mais romântica das manifestações artísticas, uma vez que o material com a
qual trabalha – sons e ritmos sujeitos a uma determinada ordem, está quase por
completo afastado do mundo concreto dos objetos, e esta característica confere à
música especial capacidade de evocar o fluxo das impressões, dos pensamentos e
das emoções que é domínio próprio da arte romântica. Partindo desta premissa, a
música instrumental seria tida como a arte romântica ideal, uma vez que seu mistério
e poder de sugestão – atuando diretamente sobre o espírito sem mediação de
palavras – fizeram dela a arte dominante, a mais representativa das formas artísticas
do século 19” (GROUT; PALISCA, 2007, p. 573)

Beethoven era um compositor muito respeitado nas casas das famílias nobres de Viena
e possuía grande amizade, apoio e financiamento dos aristocratas. Nunca foi obrigado a
compor por encomenda e raramente precisou cumprir prazos, dando-se ao luxo de refletir
sobre sua obra e aperfeiçoá-la de acordo com seu gosto e satisfação. Num determinado
período, sua audição começa a se deteriorar, chegando a cair em crise pessoal ao perceber que
a sua surdez era progressiva e irreversível; pensando até mesmo em suicídio. No entanto,
prosseguiu compondo e, assim, suas obras foram concebidas como narrativas de seus dramas
pessoais. Esse aspecto, então, tornou-se referencia importante a todo compositor romântico.

Em 1803 foi composta uma das obras mais importantes de Beethoven, a intitulada
Sinfonia Eróica, obra que se ergueu com o ideal da grandeza heróica. Esta, foi criada com a
intenção de ser uma homenagem à Napoleão Bonaparte, que Beethoven acreditava ser o herói
que conduziria a humanidade a uma nova era de liberdade, igualdade e fraternidade. Porém,
ao saber que seu ídolo era, na verdade, um ambicioso governante, rasgou a folha de rosto em
que teria colocado a dedicatória. Entretanto, a Sinfonia Eróica, foi uma obra revolucionária,
que trazia para a música proporções e complexidades que dificultaram a compreensão do
público e também esse ideal romântico de heroísmo e de superação das adversidades. Na
Sinfonia Eróica,, vemos que a interpretação do primeiro movimento, em forma-sonata, remete
à história do herói e seus desafios, tendo a execução de dois acordes introdutórios e o tema
principal simples sobre as tríades de Mi Bemol Maior, seguida de um inesperado Dó
Sustenido e intermináveis variações e desenvolvimentos ao longo do andamento, fazendo
alusão ao primeiro conflito enfrentado pelo herói, o qual volta a se erguer com a repetição do
tema em dinâmica forte. Esse processo se repete diversas vezes, levando o tema a sofrer
diversos tratamentos, levando à sensação de que o herói enfrenta dificuldades, mas sempre
triunfa.
Dessa forma, podemos considerar que Beethoven é incorporado como modelo ideal pelos
romancistas pelo fato de ter incorporado em suas obras os ideais heróicos e a superação das
adversidades, remetendo às sensações de movimentos de superação e triunfo.

Hector Berlioz e Franz Liszt são considerados compositores radicais do século 19. São
associados à tal grupo por que, em suas composições, fazem analogia ao desenvolvimento
motívico encontrado nas obras de Beethoven, remetendo ao contexto heróico, retratando a
situação ou as emoções descritas no programa, sendo assim chamado o tema utilizado de ideia
fixa. Esse recurso musical vai ser caro aos compositores do século 19. E, também, a utlizaçao
de movimento para a orquestra, solistas e coro.

Felix Mendelssohn e Johannes Brahms são considerados compositores conservadores


do século 19. Ambos, apesar de contribuírem com muitas obras, baseavam-se nas obras de
compositores do Barroco e do Classicismo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

UNIDADE 2 – MÚSICA NO SÉCULO 19: O PERÍODO ROMÂNTICO  


7. BURNEY, C. A general history of music. 2. ed. Nova Iorque: Harcourt, Brace and Company, 1789.
GROUT, D.; PALISCA, C. História da Música Ocidental Trad. Ana Luísa Faria, 5. ed. Lisboa:
Gradiva, 2007.
HANNING, B. Concise History of Western Music. 2. ed. New York: W. W. Norton & Company, 2010.

HORTON, J. Brahms – Música Orquestral. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1984.
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Perspectiva. 1985, p. 209-237.
MASSIN, J.; MASSIN, B. História da música ocidental. Trad. Angela Ramalho Viana. Carlos
Sussekind. Maria Teresa Resende Costa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1997.
RAYNOR, H. História social da música: da Idade Média a Beethoven. Trad. Nathanael C. Caixeiro.
Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1981. ROSEN, C. A Geração romântica. São Paulo: EDUSP, 2000.

SADIE, S. (org.). Dicionário Grove de Música (edição concisa). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
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