Práticas e modelos A.A.

das
BE: DREN T3- 2010

O Plano da acção da BE

1- A situação actual da BE

“ A biblioteca escolar desempenha um papel central no suporte às

aprendizagens, no desenvolvimento de competências de informação e na formação
de leitores, as bibliotecas instaladas pela RBE têm deixado uma marca de qualidade,
reconhecida na maioria das escolas” (RBE, 2008, p.2).

A biblioteca escolar vê redefinida contextos de trabalho e de prestação de

serviços ganhando um papel importante na formação para as literacias e para o
acompanhamento curricular e das aprendizagens dos alunos. Assim sendo, a BE
possuiu três aspectos fundamentais: o informacional, disponibilizando recursos de
informação contribuindo para o uso das TIC e integração destas nas práticas
lectivas; o transformativo, formam para as literacias contribuindo e articulando com
os docentes o desenvolvimento de competências que suportam as aprendizagens e a
construção do saber; e o formativo, sendo um espaço que disponibiliza recursos para
a construção do conhecimento, para que o processo ensino-aprendizagem dos alunos
seja de grande qualidade.

Relativamente ao Agrupamento de Prado onde exerço funções de professora

bibliotecária desde o ano lectivo de 2006/07 (neste período designado de
Coordenadora de BE) este possui cinco bibliotecas integradas na RBE, uma na
escola sede e quatro no primeiro ciclo. As condições das BE do primeiro ciclo são
da responsabilidade da Câmara de Vila Verde o que provoca alguns
constrangimentos ao nível dos equipamentos (computadores e net) sendo o
Agrupamento a resolver e a apoiar as necessidades verificadas. Este aspecto é
conseguido porque o Director do Agrupamento encontra-se em funções há vinte e
três anos (anteriormente Presidente do Conselho Directivo) e possui um grande
carinho pelo projecto das BE e está sempre disponível para o que é necessário. De
extrema importância é também, do meu ponto de vista, a óptima relação de trabalho
entre as duas professoras bibliotecárias, realizando sempre um trabalho colaborativo
e sistemático. A professora bibliotecária do segundo ciclo integra o conselho
pedagógico e o departamento de línguas e eu faço parte do conselho geral, como

Eduarda Manuela Fernandes Ribeiro Página 1

 Práticas e modelos A.A. das
BE: DREN T3- 2010
secretária deste órgão, e vou às reuniões de departamento do primeiro ciclo e
jardim-de-infância o que permite haver uma articulação curricular entre as BE e os
departamentos. As BE estão ainda devidamente integradas nos documentos
orientadores do Agrupamento (PAA, PE e RI) sendo encarada por todos como uma
mais-valia para as aprendizagens dos alunos.

Um outro aspecto importante é as reuniões interconcelhias que integro onde

existe um trabalho articulado e colaborativo entre todos os professores bibliotecários
e a coordenadora interconcelhia.

2- As problemáticas identificadas das BE

O trabalho nas BE do primeiro ciclo deve assentar em três ideias:

colaboração, liderança e tecnologia.

A colaboração é essencial entre o professor bibliotecário e os docentes na

concretização das planificações, implementação e a avaliação das actividades
relacionadas com a BE; o professor bibliotecário deve ter uma liderança forte
que seja visível na escola demonstrando como a BE é uma estrutura importante
para o processo educativo dos alunos e, por último, o professor bibliotecário
surge como dinamizador e perito da tecnologia proporcionando e aconselhando
novos recursos e estratégias de aprendizagem aos alunos.

Assim sendo, no quadro abaixo exponho as problemáticas identificadas

que verifico no desempenho das minhas funções como professora bibliotecária.

Indicadores Pontos Fortes Pontos Fracos

A.1.1. Cooperação da BE com os Maior visibilidade do trabalho da Dificuldade de promover e
equipa da BE traduzido numa consciencializar a comunidade
órgãos pedagógicos de gestão
crescente receptividade por parte dos docente para uma nova concepção de
intermédia da escola/agrupamento docentes. Biblioteca, que alicerça o seu trabalho
na cooperação com outras estruturas
pedagógicas da escola e se integra no
quotidiano das práticas de trabalho em
contexto de sala de aula;

A.1.5. Colaboração da BE com os Reconhecimento por parte de um Existe ainda alguma dificuldade em
docentes na concretização das número crescente de docentes acerca encontrar tempo disponível com os

Eduarda Manuela Fernandes Ribeiro Página 2


BE: DREN T3- 2010
actividades curriculares
desenvolvidas no seu espaço ou
tendo por base os seus recursos
A.2.1. Organização de actividades
de formação de utilizadores
A.2.2. Promoção do ensino em
contexto de competências
informação.
A.2.3. Promoção das TIC e da
Internet como ferramentas
acesso, produção e comunicação de
informação e como recurso de
aprendizagem
B.2 Trabalho articulado da BE com
departamentos e docentes e com o
exterior, no âmbito da leitura
B.3 Impacto do trabalho da BE nas
atitudes e competências dos alunos,
no âmbito da leitura
literacias.
Eduarda Manuela Fernandes Ribeiro
Práticas e modelos A.A. das
da importância da colaboração com a
BE no desenvolvimento do seu
trabalho;
Variedade da oferta de recursos
disponibilizados pela BE, para serem
utilizados em contexto de sala de
aula.
A BE desenvolve no início do ano
lectivo e sempre que necessário
formação aos alunos para a utilização
da BE dando a conhecer todos seus
recursos e potencialidades, com vista
a sensibilizar sobretudo os alunos de
1ºano.
Forte articulação da BE e o Plano
TIC. Os elementos da equipa da BE
de
participam, em cooperação com os
docentes, nas actividades de ensino
de competências de informação com
turmas/ grupos/ alunos.
Disponibilidade da equipa da
BE para apoio na utilização de
de
recursos electrónicos e multimédia,
de acordo com as suas necessidades;
Forte dinâmica desenvolvida pelos
alunos com a colaboração das
Coordenadoras da BE na
apresentação de trabalhos através do
Blog da BE.
Boa articulação do Plano de
Actividades da Biblioteca com o
Plano Anual de Actividades da
Escola;
Utilização de mecanismos de difusão
da informação das actividades
desenvolvidas na BE, blog da BE.
Aumento do número de utilizadores
da BE e dos documentos consultados
e requisitados;
e das Uma grande parte dos docentes
reconhece os benefícios da BE no
desenvolvimento das literacias dos
alunos.
docentes das diversas áreas
disciplinares e a equipa da BE e
coordenadoras a fim de planear acções
concertadas devido aos horários das
EB1.
Ainda se verifica alguma dificuldade
em abranger todos os alunos em
actividades de formação de
utilizadores e ministrá-la de forma
individualizada junto daqueles que
revelam falhas nas competências de
utilizador eficazmente a biblioteca.
Dificuldade em planificar
antecipadamente, com muitos
professores, os trabalhos de pesquisa a
realizar na BE devido aos horários das
EB1.
Falta de competências nesta área por
parte de vários docentes tendo
dificuldade em fazer o retorno junto
dos alunos das propostas da BE e dar
seguimento articulado às actividades
deste serviço:
Necessidade de uma articulação mais
sistemática da BE com os docentes
com vista a fomentar a utilização
contextualizada das TIC;
Dificuldades da ligação à Internet
visto ser a Câmara que assegura as
instalações das EB1;
Inexistência de acções de formação
sistemática dirigida a alunos e
docentes;
Renovação dos equipamentos
Informáticos da BE.
Desenvolver mecanismos de melhoria
da articulação da BE com a
comunidade educativa, nomeadamente
com os pais e encarregados de
educação
Pouca utilização de instrumentos de
registo e monitorização do trabalho
realizado e sua avaliação;
Pouca rentabilização de materiais e
equipamentos.
Página 3
 Práticas e modelos A.A. das
BE: DREN T3- 2010

3- O planeamento das acções que é necessário implementar

“Teacher-librarians are curriculum development leaders as well as a

collaborative teaching and planning partners for the classroom teacher”
(Scheirer, 2000, s.p.)

Para resolver os pontos fracos que exibi no quadro acima é necessário:

• Desenvolver mecanismos de melhoria da articulação da BE com a
comunidade educativa, nomeadamente com os pais e encarregados de educação;
• Melhorar a articulação do Plano de Actividades da Biblioteca com
o Plano Anual de Actividades do Agrupamento;
• Melhorar os mecanismos de difusão da informação das
actividades desenvolvidas na BE.
• Definir como obrigatórios os procedimentos de trabalho
intrínsecos à natureza do PNL, nomeadamente quanto ao número de obras para
leitura em contexto de sala de aula, quanto a procedimentos de trabalho, de
avaliação e de participação em actividades do Plano;
• Desenvolver instrumentos de divulgação do trabalho do plano de
leitura (Blog, Boletim informativo, semana da leitura);
• Estimular a utilização da BE por parte das famílias e da
comunidade;
• Implementar acções de formaçãoparental nos domínios das
literacias de Informação;
• Melhorar, dentro dos constrangimentos existentes, as condições
de funcionamento da BE;
• Disponibilizar catálogo automático, no contexto de uma política
definida a nível concelhio (catálogo colectivo interconcelhio);
• Alargar e diversificar a colecção, nomeadamente em termos de
recursos digitais;

Eduarda Manuela Fernandes Ribeiro Página 4

 Práticas e modelos A.A. das
BE: DREN T3- 2010
• Melhorar os mecanismos de difusão da Informação;
• Recolha de evidências: questionários a professores, alunos e pais,
relatórios de actividades da BE,…
• Possuir em todas as BE internet.
• Possuir da Câmara Municipal de Vila Verde um trabalho
articulado o que até aqui não tem sido conseguido devido à pouca
disponibilidade dos seus responsáveis;
• Elaboração do relatório final de auto-avaliação da BE, discutido e
aprovado no conselho pedagógico e apresentado ao conselho geral.

Como conclusão devo referir que tento desempenhar as minhas funções da

melhor maneira possível tentando ludibriar alguns obstáculos que surgem pelo caminho.
As BE onde desempenho funções são espaços agradáveis e onde se respira
conhecimento.

Braga, 30 de Novembro de 2010

Bibliografia

Textos da sessão disponibilizados na plataforma:

- A Biblioteca Escolar: desafios e oportunidades no contexto da mudança;
- A aprendizagem na escola da era da informação: oportunidades, resultados e
caminhos possíveis;
- A Biblioteca Escolar 2.0: novas funções para o professor bibliotecário.

Eduarda Manuela Fernandes Ribeiro Página 5