PROCESSAMENTO SENSORIAL
EM PESSOAS QUE APRESENTAM
TEA
O autismo é definido com um transtorno de desenvolvimento,
caracterizado por déficits na interação social, comunicação verbal e não
verbal, comportamentos repetitivos e interesses restritos e no
processamento sensorial.
Este último, só recentemente, vem sendo analisado, mas tem sido
evidenciado como importante, tanto para avaliação, quanto para
proposição de intervenções.
• Sabemos que as manifestações sintomas do TEA variam em função no nível de
desenvolvimento e da idade cronológica do sujeito, considerando também o entorno, as
intervenções e terapias com que conta ao longo de sua vida.
• Em que pese não podermos referir a um nível de desenvolvimento considerado padrão,
temos que atentar para alguns marcos e indicadores que nos permitem acompanhar o
desenvolvimento da criança a fim antecipar ações e propostas de intervenção o mais
precoces possíveis.
• Em muitos casos, a criança TEA apresenta um deficit cognitivo, que dificulta a
aprendizagem e a socialização, embora possam variar muito em dimensão e nível de
dificuldade.
• Muitas vezes, o seu perfil cognitivo é heterogêneo, apresentando competências
superiores ou inferiores a média de sua idade, mas via de regra, apresentam
características comuns dentro do funcionamento cognitivo.
• Segundo Kuschener (2007), as crianças com TEA apresentam competências perceptivas,
espaciais e de processamento, mais fortes e abstração e formação de conceitos como
menos fortes, onde analisa-se as áreas da atenção, pensamento, memória, funções
executivas.
• Os estudos têm se destacado nestes campos (atenção, pensamento, memória, funções
executivas) mas precisam também avançar na compreensão das competências
perceptivas, espaciais e de processamento, pois tem-se evidenciado suas influências na
forma com que pessoas com TEA percebem o mundo e reagem a ele.
ATENÇÃO
• Refere-se à tendência das crianças com TEA em selecionar e focar em demasia numa ou
mais características específicas do objeto ou pessoa, ao invés de perceberem o todo,
fazendo com que percam o significado do contexto e distraiam-se mais com estímulos
internos do que externos, o que é explicado pela TEORIA DA COERÊNCIA
CENTRAL.
• Outras teorias também buscam explicar este hiperfoco na criança com TEA, salienta-se
entretanto, ser importante analisar o que esta preferência indica, principalmente em se
tratando de objetos, situações, pessoas e contextos com os quais reage ou consegue se
organizar, acalmar-se.
DICAS
• Pensamento literal, concreto, são característicos das pessoas com TEA. Difícil
compreensão de metáforas,de situações e conceitos abstratos. Estas características são
explicadas através da TEORIA DA MENTE, entendida como a dificuldade em
perceber e aceitar o pensamento dos outros, antecipar as ações, prever comportamentos
e analisá-los como diferentes dos seus.
DICAS
• Propor situações, personagens, histórias para compreensão das ações, por exemplo,
utilizar episódios, personagens, desenhos...novelas, filmes, para que compreendam as
situações.
• Elaborar roteiros das ações em fichas, por exemplo, processo de levantar, lavar o rosto,
pentear o cabelo...
MEMÓRIA
• Os estudos indicam que não existem deficits generalizados na memória das pessoas com
TEA, mas sim com a forma como a informação é processada, pois existem competências
extremamente positivas nesta área, possibilitando que o uso da memória se torne um
importante caminho, uma via de acesso as demais áreas.
• Entretanto,embora muitas pessoas com TEA apresentem uma memória privilegiada,
principalmente imediata, visual e de longa duração, em sua maioria, apresentam
dificuldades na memória de trabalho e na memória compreensiva. Assim, memorizam
fatos, dígitos, objetos, assuntos, mas nem sempre os relacionam com o contexto, com
situações.
DICAS