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AGITAÇÃO E MISTURA
2 - Agitação de Líquidos:
Os líquidos são agitados com vários propósitos, dentre os principais têm-se:
- suspensão de partículas sólidas;
- mistura de líquidos miscíveis (água e álcool metílico);
- dispersão de um gás através de um líquido na forma de pequenas bolhas;
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- dispersão de um líquido em um outro imiscível, para a formação de emulsão
ou suspensão de gotículas muito finas;
- transferência de calor entre líquido e superfície aquecida, tal como
serpentina, camisa de aquecimento, etc.
3 - Equipamento de Agitação:
• Características:
- Tanques cilíndricos verticais, abertos ou fechados para o ar;
- Base do tanque arredondada, para evitar regiões mortas ou cantos;
- Altura do líquido = diâmetro do tanque;
- Agitador na parte superior;
- Caixa de engrenagem para redução de velocidade (nem sempre
necessária).
• Acessórios:
- Local para termômetro;
- Entrada/saída;
- Serpentina ou camisa de aquecimento ou resfriamento;
- Agitadores fazem o líquido circular através do vaso;
- Chicanas são usadas para reduzir o movimento tangencial.
• Agitadores:
São dividido em duas classes: fluxo axial e fluxo radial.
- Fluxo axial: correntes paralelas ao eixo do agitador;
- Fluxo radial: correntes tangenciais ou na direção perpendicular ao eixo
do agitador.
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Os três principais tipos de agitadores para líquidos de viscosidade baixa a
moderada são: propulsores, pás e turbinas. Para líquidos muito viscosos, os mais
usados são os propulsores tipo hélice e os agitadores âncora.
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• Agitadores tipo Turbinas (Figura 2-b,c,d):
- Parecem algumas vezes agitadores de pás com lâminas curtas;
- As lâminas podem ser: retas, curvadas, inclinadas ou verticais;
- São eficazes para amplo intervalo de viscosidade;
- Velocidades elevadas;
- Produzem fluxos radiais e verticais;
- Bons para mistura de líquidos com aproximadamente a mesma
densidade relativa.
- Impulsionam o fluido radialmente contra as paredes e ali a corrente se
divide em duas, uma para baixo e outra para cima, e ambas retornam
para o centro
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- Em altas velocidades o vórtice pode ser tão grande que o agitador fica
descoberto, introduzindo ar (bolhas) no líquido;
- Oscilação de massa flutuante.
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- Quando há a necessidade de melhorar o fluxo vertical e, quando a
direção e a velocidade do escoamento para a sucção do propulsor precisam
ser controlados, são usados “draft” tubos
Figura 7 – Tanque com chicanas e “draft” tubos: (a) turbina, (b) propulsor
(McCabe, 2001)
em que:
J – largura do defletor;
n – velocidade de rotação;
Dt – diâmetro do tanque;
Da – diâmetro do agitador;
H – nível do líquido;
L – comprimento da lâmina;
W – altura da lâmina;
E – distância da lâmina ao fundo.
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Da 1 H J 1 E W 1 L 1
= =1 = =1 = =
Dt 3 Dt Dt 12 Da Da 5 Da 4
Número de defletores: 4
Número de lâminas: 4 – 16, o mais usual é de 6 – 8
• Fatores de forma:
P = ψ (n, Da, µ, ρ, g)
P n.Da2 .ρ n 2 .Da
= ψ
µ , , S , S , S , S , S , S (2)
n 3 .Da5 .ρ
1 2 3 4 5 6
g
P
sendo o número de potência igual a: NP = (2.A)
n 3 .Da5 .ρ
n 2 .Da
Número de Froude: Fr =
g
n. Da2 .ρ
Número de Reynolds: Re =
µ
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Assim, a equação (2) fica:
N P = ψ ( N Re , N Fr , S1 , S 2 , S 3 , S 4 , S 5 , S 6 ) (3)
Re =
n. Da2 .ρ
=
(nDa )Da ρ ∝
ve Da ρ
(5)
µ µ µ
Este grupo é proporcional ao Número de Reynolds calculado para o diâmetro
e a velocidade na extremidade do agitador. Para baixos números de Reynolds (Re
<10), escoamento viscoso prevalece no vaso, e para Re > 104 o escoamento é
turbulento.
O Número de Froude é uma medida da razão da força inercial pela força
gravitacional por unidade de área agindo no fluido.
O Número de Potência (NP) é análogo ao coeficiente de arraste ou fator de
fricção. NP é proporcional a razão da força de arraste agindo sobre unidade de área
do impulsor e a tensão tangencial.
Utilizam-se os números adimensionais porque suas magnitudes são mais
significantes para todo o sistema e produzem correlações empíricas mais simples
que as do tipo da equação (1).
N P = ψ (Re, Fr , S1 , S 2 , S 3 , S 4 , S 5 , S 6 ) (6)
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Figura 9 - Número de potência (NP) vs NRe para turbinas de 6 pás. Na porção em
m
vermelho da curva D, o valor de NP lido na figura deve ser multiplicado por N Fr
Curvas (Lâminas): A (Verticais); B (Verticais); C (Inclinadas 45º);D (Verticais –
sem chicanas) (McCabe, 1985).
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chicanas é idêntico. Já para valores de Reynolds mais altos, as curvas divergem.
Neste caso, para tanques sem chicanas, ocorre a formação do vórtice e o número
de Froude tem efeito e deve-se utilizar a seguinte relação:
NP
m
= ψ (Re, S1 , S 2 , S 3 , S 4 , S 5 , S 6 ) (7)
N Fr
Para baixos número de Reynolds (Re < 10), as linhas NP vs NRe são
coincidentes para tanques com ou sem chicanas .
Sob estas condições, o escoamento é laminar e a densidade deixa de ser
significativa, e então:
Pg c
N P N Re = = K L = ψ L (S1 , S 2 ,..., S 6 ) (9)
n Da3 µ
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n 3 Da5 ρ
P = KT (12)
gc
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Tabela 2 – Valores para as constantes KL e KT
Tipo de Impulsor KL KT
Hélice, passo quadrado, 3 lâminas 41,0 0,32
Hélice, passo 2, 3 lâminas 43,5 1,00
Turbina, 6 lâminas planas 71,0 6,30
Turbina, 6 lâminas curvas 70,0 4,80
Ventilador turbina, 6 lâminas 70,0 1,65
Pás planas, 2 lâminas, W/Da=1/5 36,5 1,70
Turbina, 6 lâminas curvas 97,5 1,08
Turbina com estator e sem chicanas 172,5 1,12
Fonte: McCabe, 1985.
du
= 11n , onde n é velocidade
dy
assim:
n 2− n ' .Da2 .ρ
Re = (15)
11n ' −1.K '
Fluidos pseudoplásticos (ou não-newtonianos) consomem menos potência
que os Newtonianos (10<Re<100).
Para turbinas com seis lâminas tem-se a Figura 11 que apresenta as curvas
para fluidos não-Newtonianos.
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Figura 11 – Correlação de potência para uma turbina de 6 lâminas em líquidos não-
Newtonianos. (McCabe, 1985)
N P = K (Re) n ⋅ ( Fr ) m (16)
N P = K (Re) n (17)
O melhor agitador é aquele no qual a mistura ocorre num dado tempo com a
menor potência, ou aquele que mistura mais rápido a uma dada potência.
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• Procedimento para ampliação de escala
6 - Mistura:
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Resultados de estudos de mistura são difíceis de reproduzir e dependem
muitas vezes de como é definida a mistura pelo experimentador.
Com muita freqüência o critério é visual, porém outros métodos são
utilizados com objetivos específicos.
Exemplos: pela mudança de cor em uma reação ácido-base com indicador,
pode-se medir o tempo de mistura; em misturas sólido-líquido a uniformidade da
suspensão é observada visualmente.
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Figura 13 – Correlação para tempos de mistura para líquidos miscíveis em um vaso
agitado com turbina e com chicanas (McCabe, 2001).
• Aplicaçao 1 (Geankoplis)
• Aplicação 2 (Earle).
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Determine a potência requerida para o motor que irá movimentar o impulsor.
Resolução :
Considerando que o tanque é três vezes maior que o modelo temos (ver tópico
relativo a ampliação de escala):
Dg = 3 * Dp = 3 * 0,67 = 2,01m
Hg = 3 * Hp = 3 * 0,75 = 2,25m
Diâmetro do impulsor:
Dg = 3 * Dp = 3 * 0,33 = 0,99 m
Assumindo K= 41 e n = -1
NP = (P/D5n3ρ) = 41 * Re-1
• Aplicação 3 (Geankoplis)
Utilizando os dados do problema descrito na aplicação 1, determine o tempo de
mistura.
Solução:
Do exemplo temos:
H = Dt = 1,83 m, Da = 0,61m, n = 90/60 = 1,5 rps, ρ=929 kg/m3, µ=0,01 Pa.s,
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Re= 5,185 x 10
Logo a partir da figura 13 temos que para Re =5,185 x 104 , ft = 4
tT = 17,3 s
Referências consultadas
Earle, R. L. e Earle, M. D. Unit operations in food processing
Gomide, R. Operações unitárias
Geankoplis, C. J. Transport Processes and Separation Process Principles
Mc Cabe. Unit operations, 1985.
Mc Cabe. Unit operations, 2001.
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