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MECÂNICAS
Análise de Estruturas 2
Mestrado Integrado em Engenharia Civil
&
Mestrado em Engenharia Civil (Reabilitação de Edifícios)
Ano lectivo 2009/2010
Estes apontamentos foram retirados dos textos de apoio da disciplina de Mecânica
Aplicada II, do antigo curso de Licenciatura em Engenharia Civil, da autoria do
Prof. Corneliu Cismaşiu.
i
ii
Conteúdo
1 Vibrações mecânicas 1
1.1 Vibrações não amortecidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.1 Vibrações livres. Movimento harmónico simples . . . . . 2
1.1.2 Vibrações forçadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.2 Vibrações amortecidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.2.1 Vibrações livres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.2.2 Vibrações forçadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.3 Exercícios propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
iii
Capítulo 1
Vibrações mecânicas
O estudo que se segue será limitado a sistemas com apenas um grau de liberdade.
Vibrações:
1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
mola
indeformada δest
equilíbrio Fe
estático Fe
x
P
P
Mas, nesta posição, a força elástica é Fe = kδest , onde δest representa a deforma-
ção estática da mola, resultando
P = kδest
mẍ + kx = 0
ou, dividindo pela massa,
k
ẍ + ω 2 x = 0 com ω 2 ≡ (1.1)
m
O movimento definido pela equação (1.1) e um movimento harmónico simples. A
solução desta equação diferencial homogénea é de tipo eλt ,
p.2 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
λ2 + ω 2 eλt = 0 ∀t ⇒ λ2 + ω 2 = 0 . . . eq. característica
Como solução da equação característica é
λ1,2 = ± iω
onde C1 e C2 são constantes arbitrárias que podem ser obtidas da imposição das
condições iniciais do movimento (deslocamento e velocidade inicial).
Usando a bem conhecida fórmula de Euler, que liga o número irracional e das
funções trigonométricas,
e±ix = cos x ± i sin x
a solução da equação diferencial pode ser escrita,
x(t) = Xm sin(ωt − φ)
p.3 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
ẍ + ω 2 x = 0
XM T
-XM
A velocidade e a aceleração da partícula resulta pela definição,
p.4 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
p.5 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
mg − kx0 = 0
resulta r
2 k
mẍ + kx = 0 ⇒ ẍ + ω x = 0 ω ≡
m
A solução da equação diferencial pose ser escrita
(a) Sabe-se que, quando o cursor perde o contacto com a mola a sua velocidade
é nula e a sua aceleração é a aceleração gravitacional,
ẍ(t1 ) = g ⇒ −ω 2 Xm cos π = ω 2 Xm = g
g k mg
ω2 = = ⇒ k=
Xm m Xm
5 × 9.81
k= = 272.5 N/m
0.18
(b) r
r
g 9.81
ω= = ≃ 7.38 rad/s
Xm 0.18
p.6 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
F2 F3
P P
P = F1 + F2 + F3 = Fe ⇒ (k1 + k2 + k3 ) δ = ke δ
ke = k1 + k2 + k3 = 16 + 8 + 8 = 32 kN/m
ou seja, o movimento do sistema dado é equivalente ao movimento osci-
latório de um bloco de massa m = 35 kg ligado a uma mola de rigidez
ke = 32 kN/m.
(a) r r
ke 32000
ω= = ≃ 30.237 rad/s
m 35
2π 1
T = ≃ 0.208 s ν= ≃ 4.81 Hz
ω T
(b)
ẋmáx = ωXm
x(t) = Xm sin(ωt − φ) ⇒
ẍmáx = ω 2Xm
ẋmáx = 30.237 × 0.045 ≃ 1.36 m/s
p.7 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
(a)
P 3EI 3EI
P = Fe = kδB ⇒ ke = = 3
PL 3 L
(b)
r r
1 ω 1 k 1 kg
ν= = = =
T 2π 2π m 2π P
r
1 102352 × 9.81
ν= ≃ 3.316 Hz
2π 2313
p.8 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
k
A
A barra uniforme AB com 8 kg está articulada em
C e ligada em A a uma mola de constante de rigidez
k = 500 N/m. Se for imposto à extremidade A um pe-
queno deslocamento e se depois for libertada, deter- L G
mine (a) a frequência das pequenas oscilações e (b) o d
menor valor da constante de rigidez para o qual ocorre- C
rão oscilações. Considere L = 250 mm e d = 40 mm.
B
A Fe
(a)
θ X
MG ... IG θ̈ = −Fe (L/2) cos θ − Ct d
G X
mg C Ft ... mat = Ct + mg sin θ − Fe cos θ
Ct
Cn at = θ̈ d sin θ ≃ θ cos θ ≃ 1
Ct = mθ̈d − mgθ + Fe
IG θ̈ = −Fe L/2 − md2 θ̈ + mgdθ − Fe d
Mas,
L L
Fe = k + d sin θ ≃ k +d θ
2 2
e
1
IG = mL2
12
resultando,
k(L/2 + d)2 − mgd
θ̈ + θ=0
mL2 /12 + md2
s
k(L/2 + d)2 − mgd
ω=
mL2 /12 + md2
s
500 × (0.25/2 + 0.04)2 − 8 × 9.81 × 0.04
ω= ≃ 13.87 rad/s
8 × 0.252/12 + 8 × 0.042
1 ω
f= = ≃ 2.21 Hz
T 2π
(b) Não ocorrem oscilações quando o T → ∞ ou ω → 0, ou ainda se a frequên-
cia é um número imaginário,
k(L/2 + d)2 − mgd mgd
ω2 = >0 ⇒ k>
mL2 /12 + md2 (L/2 + d)2
p.9 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
8 × 9.81 × 0.04
kmín > ≃ 115.3 N/m
(0.25/2 + 0.04)2
Exercício
Determine o período das pequenas oscilações da placa rectangular homogénea
representada.
~ X
R MO = IO θ̈
O
G
IO = IG + m OG2
2b θ
G 1
P~ IO = (2b)2 + (2b)2 + mb2
12
2b 5
IO = mb2
3
5 5 2
−P b sin θ = mb2 θ̈ ⇒ −mgb sin θ = mb θ̈
3 3
Mas, como θ << 1, sin θ ≃ θ, resultando,
s
3g 3g 2π 5b
θ̈ + θ=0 ⇒ ω2 = ⇒ T = = 2π
5b 5b ω 3g
T1 + V1 = T2 + V2
p.10 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
Exercício
Utilizando o princípio da conservação da energia, determine o período das pe-
quenas oscilações da placa rectangular homogénea considerada no exercício an-
terior.
θ̇ = 0 θ=0
O
O
2b
θ̇M
G
θM G nível de referência
V =0
P~
P~
2b
p.11 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
Na posição de equilíbrio, NA
X A
Fh = 0 ⇒ NA = 0
Fe
X mg
MB = 0 B
⇓ NB
L mg
mg cos θ − Fe L cos θ = 0 ⇒ δest =
2 2k
• Conservação da energia
y
y A
A dy
G
G dȳ
y
dθ
ȳ θ B x B x
x̄
x dx
(A) (B)
x = L cos θ y = L sin θ
dx = −L sin θ dθ dy = L cos θ dθ
p.12 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
L L
dx̄˙ = − sin θ dθ̇ dȳ˙ = cos θ dθ̇
2 2
(A) - posição de equilíbrio (deformação da mola δest , velocidade máxima)
1 2
V1 = kδest + mg ȳ
2
1 1
T1 = IG (dθ̇)2m + m (dx̄˙ )2m + (dȳ˙ )2m
2 2
" 2 2 #
1 mL2 1 L L
T1 = (dθ̇)2m + m sin θ + cos θ (dθ̇)2m
2 12 2 2 2
1 1 1 1
T1 = + mL2 (dθ̇)2m = mL2 (dθ̇)2m
2 12 4 6
(B) - posição de deslocamento máximo (velocidade zero)
1
V2 = k(δest − dym )2 + mg(ȳ + dȳm )
2
T2 = 0
T1 + V1 = T2 + V2 ⇒
1 1 2 1
mL2 (dθ̇)2m + kδest + mg ȳ = 0 + k(δest − dym )2 + mg(ȳ + dȳm )
6 2 2
1 k
mL2 (dθ̇)2m = (2δest dym + dym
2
) + mgdȳm
6 2
e substituindo a expressão do δest ,
1 k mg dym k 2
mL2 (dθ̇)2m = −2 2
dym + dym + mg = dym
6 2 2k 2 2
1
mL2 (dθ̇)2m = kL2 cos2 θ(dθ)2m
3
p.13 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
rθ̇M A
A
1111111
0000000 111111
000000
G
G θ̇M (L/2 − r)
θ̇M
θM
B
B
(A) (B)
p.14 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
2
IG,AB θ̇m mAB (L/2 − r)2 θ̇m
2 2
IA,disco θ̇m mdisco r 2 θ̇m
2
T1 = + + +
2 2 2 2
0.024 0.8 × (0.3 − 0.25)2 0.0375 1.2 × 0.252 2
T1 = + + + θ̇m
2 2 2 2
1 L
V2 = k(rθm )2 + mAB g (1 − cos θm )
2 2
Mas como,
2 2
2 θm θm θm
1 − cos θm = 2 sin ≃2 =
2 2 2
2
2
1 2 2 L θm kr mAB gL 2
V2 = kr θm + mAB g = + θm
2 2 2 2 4
1200 × 0.252 0.8 × 9.81 × 0.6 2
V2 = + θm
2 4
Tomando em conta que nesta posição a velocidade do sistema é nula,
2
T2 = 0 V2 = 38.6772 θm
p.15 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
Exercício
k k
Determine a frequência das pequenas osci- A
lações do disco homogéneo de massa m re- a O
1111
0000
presentado, assumindo que se encontra em
r
equilíbrio na posição mostrada e que não
escorrega na superfície horizontal.
(1)
0000
1111
(2)
B
θM
A
A
θ̇M
11111
00000 11111
00000
00000
11111 B 00000
11111 B
1 2
T1 = IB θ̇m
2
com
1 3
IB = IO + mr 2 = mr 2 + mr 2 = mr 2
2 2
p.16 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
1 1
V2 = k(r + a)2 θm
2
+ k(r + a)2 θm
2
= k(r + a)2 θm
2
2 2
T2 = 0
3
T1 + V1 = T2 + V2 ⇒ mr 2 ω 2 θm
2
= k(r + a)2 θm
2
4
r
4k(r + a)2
ω= rad/s
3mr 2
Nota: Para que o resultado acima seja correcto, não é necessário que as molas
sejam indeformadas na posição de equilíbrio estático. Apenas é necessário que o
sistema seja em equilíbrio nesta posição. Como neste caso as duas molas tem a
mesma constante de rigidez, para o sistema estar em equilíbrio a deformação nas
duas molas deve ser a mesma. Seja esta deformação inicial x0 (compressão ou
tracção nas duas molas).
3 1 1 3 3
E1 = mr 2 θ̇m
2
+ kx20 + kx20 = mr 2 θ̇m
2
+ kx20 = mr 2 ω 2θm
2
+ kx20
4 2 2 4 4
Na posição de deslocamento máximo,
1 1
E2 = k [x0 + (r + a)θm ]2 + k [x0 − (r + a)θm ]2 = kx20 + k(r + a)2 θm
2
2 2
E igualando a energia mecânica nas duas posições,
r
3 2 2 2 4k(r + a)2
mr ω θm + kx20 = kx20 + k(r + a)2 θm
2
⇒ ω=
4 3mr 2
Exercício
O cilindro de massa m e raio r rola sem escorregar numa superfície de raio R.
Determine a frequência das pequenas oscilações do sistema.
p.17 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
O1 O1
θ
A
O
φ
O
C
A B
(1) (2)
p.18 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
θ̇m = ωθm
resultando
3
m(R − r)2 ω 2 θm
2 2
= mg(R − r) θm
2
s
2g 2g
ω2 = ⇒ ω=
3 (R − r) 3 (R − r)
Exercício
θ̇M
B ≡ C.I.R. θM B
A
G A G
(1) (2)
p.19 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
1 2 1 2 1 1 11 1
T1 = MvG + IG θ̇m + mvA2 = Mr 2 θ̇m
2
+ Mr 2 θ̇m
2
+ m4r 2 θ̇m
2
2 2 2 2 22 2
3
T1 = M + 2m r 2 θ̇m2
4
(2) - posição de deslocamento máxima (θ = θm )
1
V2 = k(∆0 + xG )2 − mgxA − MgxG
2
1
V2 = k(∆0 + rθm )2 − (2m + M)grθm
2
T2 = 0
T1 + V1 = T2 + V2
resulta,
1 2 3 1
k∆0 + M + 2m r 2 θ̇m
2
= k(∆0 + rθm )2 − (2m + M)grθm
2 4 2
3 1
M + 2m r 2 θ̇m
2
= kr 2 θm
2
+ [k∆0 − (2m + M)g] rθm
4 2
Na expressão acima, ∆0 representa a deformação da mola na posição de equilíbrio
estático. Se nesta posição escreve-se somatório de momentos em B, resulta
X
MB = 0 ⇒ mg2r + Mgr − k∆0 r = 0 ⇒ k∆0 − (2m + M)g = 0
p.20 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
Então, estas forças podem ser deixadas fora das seguintes contas e na posição de
deslocamento máximo apenas terão de ser contabilizadas as restantes forças e o
suplemento da força elástica.
Força periódica
Considere-se uma partícula de massa m ligada a uma mola de constante de rigi-
dez k, sujeita a acção de uma força periódica
F = Fm sin ωf t
mola
indeformada xest Fe
equilíbrio
estático Fe
x
P
F P
X
Fx = mẍ ⇒ mẍ = mg − Fe + F = mg − k(xest + x) + F
Tomando em conta que na posição de equilíbrio estático mg = kxest e substi-
tuindo a expressão para a excitação harmónica,
mẍ + kx = Fm sin ωf t
r
2 Fm k
ẍ + ω x = sin ωf t onde ω = (1.2)
m m
p.21 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
Uma equação diferencial que possui o membro direito diferente de zero, diz-se
não homogénea. A sua solução geral obtém-se pela adição da solução particular
da equação dada à solução geral da correspondente equação homogénea,
x = xp + x0
Fm
−ωf2 A sin ωf t − ωf2 B cos ωf t + ω 2 (A sin ωf t + B cos ωf t) = sin ωf t
m
Fm
A(ω 2 − ωf2 ) sin ωf t + B(ω 2 − ωf2 ) cos ωf t = sin ωf t ∀t
m
Fm
A(ω 2 − ωf2 ) = e B=0
m
Fm Fm /k
xp = 2
sin ω f t = sin ωf t
m(ω 2 − ωf ) 1 − (ωf /ω)2
p.22 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
Movimento de base
Considere-se uma partícula de massa m ligada a uma mola de constante de rigi-
dez k, sujeita a um movimento de base harmónico,
yf = xg sin ωf t
11
00 111
000
(a) (b) (c)
11 000 000
00 111 111
000
111
yf
mola
indeformada xest Fe
equilíbrio
estático x
P Fe
X
Fx = ma ⇒ ⇒ m(ẍ + ÿf ) = mg − Fe = mg − k(xest + x)
Tomando em conta que na posição de equilíbrio estático, mg = kxest e substi-
tuindo a expressão para o movimento harmónico de base,
mẍ + kx = mωf2 xg sin ωf t
r
2 k
ẍ + ω x = ωf2 xg sin ωf t onde ω = (1.3)
m
p.23 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
Ω2
A = xg e B=0
1 − Ω2
Ω2
xp = Xm sin ωf t com Xm = xg
1 − Ω2
No caso de movimento de base, interesse relacionar a amplitude das vibrações
estacionárias com o deslocamento máximo da base. A razão entre estes dois des-
locamentos máximos, chama-se factor de transmissibilidade. Para o calcular, no-
ta-se que o deslocamento absoluto da massa em regime estacionário é dado por,
Ω2 1
xt (t) = xp (t) + yf (t) = xg 1 + sin ωf t = xg sin ωf t
1 − Ω2 1 − Ω2
xt,máx 1
Tr = =
xg 1 − Ω2
p.24 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
1
1 − Ω2
1 2 3 4
Ω
A esfera com 1.2 kg forma um pêndulo com comprimento L = 600 mm que está
suspenso a partir de um cursor C com 1.4 kg. O cursor é obrigado a deslocar-se
de acordo com a relação,
xC = Ym sin ωf t
p.25 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
xC = Ym sin ωf t
L
θ T
mg
x
X
Fx ... mẍ = −T sin θ
X
Fy ... mÿ = T cos θ − mg
Admitindo pequenas oscilações,
T = mg
x − xC g g
mẍ = −mg ⇒ ẍ + x = xC
L L L
r
g
ẍ + ω 2 x = ω 2 Ym sin ωf t com ω =
L
Ym
xp = Xm sin ωf t onde Xm =
1 − (ωf /ω)2
p.26 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
(b)
xC
N
C
mg T
x − xc
F = −mc ωf2 xC − mg = −mc ωf2 xC − mω 2 x + mω 2 xC
L
F = (mω 2 − mC ωf2 )Ym − mω 2 Xm sin ωf t
F ≃ −0.44 sin πt N
p.27 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
Rotor Motor
ωf
δest
m Pm sin ωf t Mg
ωf t x
Pm = mωf2 r Fe
Pm sin ωf t
sumFx ...
M ẍ = Mg − Fe + Pm sin ωf t
r
2 Pm k
ẍ + ω x = sin ωf t onde ω =
M M
A vibração em regime estacionário vai ter uma amplitude dada por,
Pm /k mωf2 r/(Mω 2 ) rm/M
Xm = = =
1 − (ωf /ω) 2 1 − (ωf /ω) 2 (ω/ωf )2 − 1
Xm
ωf /ω
−r m 1
M
p.28 – Capítulo 1
1.1. VIBRAÇÕES NÃO AMORTECIDAS
k rm
M′ = 2
−
ωf Xm
Como
ωf = 300 × 2π/60 = 10π rad/s
e
Xm = −60 × 10−6 m (. . . veja o enunciado e a figura)
resulta
147150 0.15 × 0.028
M′ = + ≃ 219.1 kg
100π 2 60 × 10−6
O peso da placa será
x
2Ym
λ
mg ẍ + ω 2 x = −ω 2 Ym sin ωf t
k 2π 2π 2πv
ω2 = ωf = = =
y = Ym sin ωf t m T λ/v λ
p.29 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
x(t) = Xm sin ωf t
r
5 2 × 10000
v= ≃ 7.12 m/s ≃ 25.62 km/h
2π 250
(b)
Ym Ym
Xm = = 2
1 − (ωf /ω)2 2πv m
1−
λ k
125
v = 50 km/h = m/s
9
0.040
Xm = ≃ −0.014 m
4 × π 2 × 1252 250
1−
52 × 92 20000
Fa = −c ẋ
p.30 – Capítulo 1
1.2. VIBRAÇÕES AMORTECIDAS
Fe xest
Fe Fa x
mg
mg
mẍ + cẋ + kx = 0
ou, dividindo pela massa,
c k
ẍ + ẋ + ω 2 x = 0 com ω 2 ≡ (1.4)
m m
O movimento definido pela equação (1.4) representa um movimento oscilatório
amortecido. A solução desta equação diferencial homogénea é de tipo eλt ,
x = eλt ẋ = λeλt ẍ = λ2 eλt
c
λ2 + λ + ω 2 eλt = 0 ∀t
m
Resulta a equação característica
c
λ2 + λ + ω 2 = 0
m
cuja solução é dada por
r
c c 2 k
λ1,2 = − ± −
2m 2m m
p.31 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
Com esta notação, a equação diferencial das vibrações livres amortecidas toma a
seguinte forma,
ẍ + 2ζω ẋ + ω 2 x = 0 (1.5)
p.32 – Capítulo 1
1.2. VIBRAÇÕES AMORTECIDAS
Definindo,
k c 2 k m c 2
ωa2= − = 1−
m 2m m k 2m
!2
c
ωa2 = ω 2 1 − p = ω 2 (1 − ζ 2)
2m k/m
resulta
λ1,2 = −ζω ± iωa
e
x(t) = e−ζωt (C1 sin ωa t + C2 cos ωa t)
O movimento é oscilatório,
p com amplitude decrescente. A frequência de
vibração, ωa = ω 1 − ζ < ω pelo que o período de vibração do sistema
2
Amplitude do movimento
amortecimento crítico
amortecimento supra-crítico
Tempo
amortecimento sub-crítico
p.33 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
p.34 – Capítulo 1
1.2. VIBRAÇÕES AMORTECIDAS
−0.02
x0
−0.01
0.2 0.4 0.6 0.8 1
t
0.01
xM
0.02
0.03
x
p.35 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
F = Fm sin ωf t
(a) (b) (c)
Fe xest
Fe Fa x
mg
F mg
m ẍ + c ẋ + k x = Fm sin ωf t
A solução geral da equação homogénea, que foi obtida no caso das vibrações
livres amortecidas, depende do amortecimento do sistema, mas de qualquer modo
esvanece com o tempo. O intervalo de tempo inicial em que esta solução tem
valores não desprezáveis, chama-se zona transitória.
p.36 – Capítulo 1
1.2. VIBRAÇÕES AMORTECIDAS
xp = A sin ωf t + B cos ωf t
(1 − Ω2 )
A= δ0
(1 − Ω2 )2 + (2ζΩ)2
−2ζΩ
B= δ0
(1 − Ω2 )2 + (2ζΩ)2
Para por em evidência a amplitude do movimento, a solução particular pode ser
escrita sob forma
xp = Xm sin(ωf t − φ)
onde
√ 1
Xm = A2 + B 2 = p δ0
(1 − Ω2 )2 + (2ζΩ)2
e
B 2ζΩ
φ = arctan − = arctan
A 1 − Ω2
A razão entre a amplitude das vibrações em regime estacionário e a deformação
estática provocada pela aplicação da força Fm , designa-se por factor de amplifica-
ção dinâmica,
1
Rd = p
(1 − Ω )2 + (2ζΩ)2
2
p.37 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
Rd
ζ =0
4
ζ = 0.125
3
ζ = 0.250
2
ζ = 0.375
1
ζ = 1.000 Ω
Movimento de base
xf (t) = xg sin ωf t
1111111
0000000 xf
0000000
1111111
Para uma posição qualquer x, a equação de movimento é dada por,
X
F = ma ⇒ ma = −P + Fe − Fa
onde
d2
a= (xf + h + x) = ẍf + ẍ
dt2
Fe = k(δest − x) Fa = cẋ
Resulta,
m(ẍf + ẍ) = −mg + k(δest − x) − cẋ ⇒ mẍ + cẋ + kx = −mẍf
p.38 – Capítulo 1
1.2. VIBRAÇÕES AMORTECIDAS
Fm = mωf2 xg
Fm mωf2 xg
xp = δ0 Rd sin(ωf t − φ) = Rd sin(ωf t − φ) = Rd sin(ωf t − φ)
k mω 2
ω 2
f
xp (t) = xg Rd sin(ωf t − φ)
ω
p.39 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
0.5
ζ = 1.000 Ω
0.5 1 1.5 2 2.5 3
Exercício
Considere o sistema da figura que representa um carro que sobe a rampa de
transição para o tabuleiro de uma ponte.
a) Escreva a equação de movimento do carro, admitindo que mantêm a ve-
locidade horizontal v0 constante e que a rampa tem uma inclinação h/L
constante;
b) Sendo M = 1000 kg, c = 0.05 ccr , v0 = 40 km/h, k = 250 kN/cm, h = 1 m
e L = 100 m, qual é a aceleração máxima de M no trajecto ao longo da
rampa?
M v0
k c
ut
ug h
p.40 – Capítulo 1
1.2. VIBRAÇÕES AMORTECIDAS
x(t) = v0 t
Ma
Fe u
uest Fa
M P
h0
h0 k c
1111111111111111111
0000000000000000000
0000000000000000000
1111111111111111111
ug
Ma = −P + Fe − Fa
onde
d2 d2 v0 h
a = 2 (ug + h0 + u) = 2 t + h0 + u = ü
dt dt L
Fe = k(uest − u) Fa = cu̇
Resulta,
M ü = −Mg + kuest −ku − cu̇
| {z }
0
M ü + cu̇ + ku = 0
ou, dividindo pela massa,
ü + 2ζω u̇ + ω 2u = 0
p.41 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
u(0) = C2 = 0 ⇒ C2 = 0
v0 h v0 h
u̇(0) = C1 ωa − C2 ζω = C1 ωa = ⇒ C1 =
L ωa L
Resulta
v0 h −ζωt
u(t) = e sin(ωa t)
ωa L
v0 h −ζωt
u̇(t) = e [ωa cos(ωa t) − ζω sin(ωa t)]
ωa L
v0 h −ζωt 2 2
ü(t) = e (ζ ω − ωa2 ) sin(ωa t) − 2ζωωa cos(ωa t)
ωa L
u [m]
0.0006
0.0004
0.0002
t [s]
0.05 0.1 0.15 0.2
−0.0002
−0.0004
p.42 – Capítulo 1
1.2. VIBRAÇÕES AMORTECIDAS
r r
k 250 × 105
ω= = ≃ 158.11 rad/s
M 1000
p √
ωa = ω 1 − ζ 2 = 158.11 1 − 0.052 ≃ 157.91 rad/s
ü [m/s2 ]
10
−10
−15
d ü
=0 ⇒ t ≃ 0.009s ⇒ amáx ≃ −16.4 m/s2
dt
p.43 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
ut [m]
0.02
0.015
0.01
0.005
h0
t [s]
0.05 0.1 0.15 0.2
Exercício
O sistema representado na figura consiste numa barra rígida, apoiada num ponto
fixo em O, ligada a uma mola e a um amortecedor. A massa total m1 = 2m do
troço OB está uniformemente distribuída no seu comprimento. Os troços AO e
BC não possuem massa estando uma placa circular de massa m2 = m ligada
rigidamente ao ponto C. Sabendo que m = 2kg, L = 3m, k = 800N/m e
c = 200Ns/m, determine:
R = L/8
C
L/4
A O θ B
c k
p.44 – Capítulo 1
1.3. EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2 " 2 #
1 L 1 L
I0 = m1 L2 + m1 + m2 R2 + m2 L2 +
12 2 2 4
1 L2 1 L2 17 667
IO = 2mL2 + 2m + m + mL2 = mL2
12 4 2 64 16 384
Resulta:
667 2 L2 9L2 L
mL θ̈ + c θ̇ + k − mg θ = 0
384 4 16 4
ou,
O factor de amortecimento,
c̄ c̄ 450
ζ= = ≈ ≈ 0.633 (sub-crítico)
c̄cr 2m̄ωn 2 × 31.27 × 11.36
p.45 – Capítulo 1
CAPÍTULO 1. VIBRAÇÕES MECÂNICAS
Exercício
A massa m1 é suportada pela mola k estando em
equilíbrio estático. Uma segunda massa m2 cai de
uma altura h e choca com a massa m1 , ficando as k
massas, a partir do instante do choque, ligadas uma m2
à outra. Determine o subsequente movimento u(t) h
medido a partir da posição de equilíbrio estático da
m1
massa m1 antes do choque.
• a velocidade da massa m2 no instante do choque calcula-se aplicando o
princípio da conservação da energia:
1 p
m2 gH = mv02 ⇒ v0 = 2gh
2
• A velocidade das duas massas imediatamente após o choque calcula-se apli-
cando o princípio da conservação da quantidade de movimento:
m2 p
(m1 + m2 )v = m2 v0 ⇒ v = 2gh
m1 + m2
p.46 – Capítulo 1
1.3. EXERCÍCIOS PROPOSTOS
u̇0
u(t) = sin ωt + u0 cos ωt
ω
r r ! r !
2gh m2 k m2 g k
u(t) = − √ sin t + cos t
k m1 + m2 m1 + m2 k m1 + m2
uM
choque u0
u̇0
u0
t
posição
equilíbrio
−u0
−uM
ū = u − u0
p.47 – Capítulo 1