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Redação Pedagógica
Tito Ricardo de Almeida Tortori
Revisão
Alessandra Muylaert Archer
Fundamentos do direito público e privado : apostila 1DPP /
Projeto Gráfico
coordenação didático-pedagógica: Stella M. Peixoto de Azevedo
Romulo Freitas Pedrosa ; redação pedagógica: Tito Ricardo de Almeida Tortori ;
Diagramação revisão: Alessandra Muylaert Archer ; projeto gráfico: Romulo Freitas
; coordenação de conteudistas: Fernando Velôzo Gomes Pedrosa ;
Luiza Serpa
conteudista: Felipe Alexandre Paiva Dias de Sá ; revisão técnica: Otávio
Coordenação de Conteudistas Bravo ; produção: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Fernando Velôzo Gomes Pedrosa ; realização: EsIE – Escola de Instrução Especializada [do] Exército
Brasileiro. – Rio de Janeiro : PUC-Rio, CCEAD, 2013.
Conteudista
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais – CHQAO.
Felipe Alexandre Paiva Dias de Sá
46 p. : il. (color.) ; 21 cm.
Revisão Técnica Inclui bibliografia.
Otávio Bravo 1. Direito público - Brasil. 2. Direito privado – Brasil. I. Pedrosa,
Stella M. Peixoto de Azevedo. II. Tortori, Tito Ricardo de Almeida. III.
Produção Sá, Felipe Alexandre Paiva Dias de. IV. Linhares, Anvalgleber Souza
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro V. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Coordenação
Central Educação a Distância. VI. Brasil. Exército. Escola de Instrução
Realização Especializada.
EsIE – Escola de Instrução Especializada
CDD: 342
Exército Brasileiro
CHQAO
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Boa leitura!
conteudista
1. Introdução 09
2. Natureza jurídica das Forças Armadas 11
2.1 Direito Constitucional Militar 11
3. Missão constitucional 15
3.1 As Forças Armadas 15
3.2 Missão constitucional das Forças Armadas 16
3.3 Atribuições subsidiárias das Forças Armadas 19
3.3.1 Poder de polícia do Exército 20
3.3.2 Missões de paz 22
4. Serviço militar no Brasil 25
4.1 Base Legal 26
4.2 Alistamento Militar 27
5. Inter-relação entre os militares e o sistema eleitoral 29
6. Direito dos servidores militares 33
7. Sistema previdenciário dos militares 37
8. Bibliografia 41
1 INTRODUÇÃO
A profissão das armas, por si só, pode se tornar uma atividade de risco para
profissionais despreparados que não tenham clareza e consciência de sua im-
portância para a integridade organizacional de uma sociedade livre e sobera-
na, em que a manutenção da lei e da ordem seja primordial para a busca do
bem comum e da democracia.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
2 Natureza jurídica
das Forças Armadas
Objetivo específico
Saiba mais sobre a participa- O Exército Brasileiro é largamente empregado nas operações de garantia da
ção das Forças Armadas na
lei e da ordem (GLO) em grandes e pequenos eventos de repercussão nacio-
ação de pacificação empre-
gada no Rio de Janeiro len- nal, como na ECO-92, em visitas de Papas, na pacificação das favelas do Rio
do o artigo Considerações sobre de Janeiro, entre várias outras situações. Tais ações exigem o aperfeiçoamento
a Força de Pacificação empregada no
Rio de Janeiro, de Carlos Alberto dos militares, principalmente para aqueles que almejam o oficialato. Assim, as
Klinguelfus Mendes, na Re- atribuições constitucionais dos militares devem ser conhecidas, diuturnamente,
vista Military Review de agos-
pelos profissionais das Forças Armadas, pois são o arcabouço que legitima a
to de 2012. Disponível em:
<http://usacac.army.mil/ sua atuação na defesa da pátria e dos poderes constituídos.
CAC2/MilitaryReview/Ar-
chives/Portuguese/Milita-
ryReview_20120831_art-
006POR.pdf>
2.1 Direito Constitucional Militar
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
Com a iminência de invasão Nesse sentido, historicamente, todas as constituições brasileiras trataram sobre
de Portugal por Napoleão,
assuntos militares. A primeira Constituição Federativa promulgada pelo Im-
D. João VI e a família real
embarcam rumo ao Brasil perador D. Pedro I em 1824, por exemplo, abordava aspectos relacionados à
e através do Alvará de 1º de “Força Militar” no Capítulo VIII e determinava:
abril de 1808, cria o Conse-
lho Supremo Militar, que ti- Art. 145. Todos os Brazileiros são obrigados a pegar em
nha funções administrativas
armas, para sustentar a Independencia, e integridade
e judiciárias, atuaria como
primeiro Tribunal do Bra- do Imperio, e defende-lo dos seus inimigos externos, ou
sil e acumulava as funções internos (redação no original).
de Supremo Conselho Mi-
litar. Conheça o texto desse A nossa atual Constituição foi promulgada em 5 de outubro de 1988 e esta-
Decreto imperial lendo o
documento disponível em: belece as normas sobre as Forças Armadas que interessam neste estudo no
<http://www.camara.gov. seu Capítulo II, do Título V, que trata Da Defesa do Estado e Das Instituições
br/Internet/InfDoc/conteu-
do/Colecoes/Legislacao/ Democráticas.
Legimp-A1_4.pdf>
O Direito Constitucional Militar é, portanto, o ramo do Direito que esta-
belece o conjunto de normas constitucionais que tratam sobre a atuação das
tropas militares em nosso país.
Instituições nacionais
São nacionais, ou seja, com atuação em todo o território nacional, por serem
integradas por cidadãos brasileiros de todas as regiões do território pátrio
e por estarem comprometidas com os valores da cultura brasileira e com os
superiores interesses e aspirações da comunidade nacional.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Bonavides, Miranda e Agra (2009) entendem que as Forças Armadas são insti-
tuições nacionais com a função de proibir que os Estados Federados também te-
nham as suas próprias “Forças Armadas”, além de estar a serviço da nação, não
como instrumentos de governo, mas como um instituto de garantia da Pátria.
Instituições permanentes
Instituições regulares
São regulares porque se regem por rígidos regulamentos, sendo a sua atuação
de forma contínua e sem interrupção. Suas atribuições, organização, subordi-
nação e efetivos estão definidos na Constituição Federal ou em leis específicas.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
Você poderá ler sobre cada os subordinados. Cada posição na escala hierárquica corresponde à atribuição
umas das Constituições Fe- de competências para o cumprimento da missão constitucional das Forças, em
derativas acessando o portal
da Presidência da Repúbli- que cada integrante exerce a sua função conforme a sua destinação legal.
ca no link: <http://www4.
planalto.gov.br/legislacao/ A disciplina é a atitude esperada de cada militar, no sentido de se observar e
legislacao-historica/consti-
acatar todas as normas reguladoras da instituição e do país em que ele vive.
tuicoes-anteriores-1>
Espera-se do militar uma atitude modelo de submissão plena ao ordena-
mento normativo vigente, incluindo o cumprimento célere e eficaz de todas as
ordens legais emanadas de seus superiores hierárquicos.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
3 Missão constitucional
Objetivo específico
O Brasil, como Estado federal, delega autonomia administrativa aos seus entes
constitutivos, a saber: a União, os Estados-membros e os Municípios. A refe-
rida autonomia é distribuída através da repartição de competências, tendo a
Constituição Federal como a norma organizadora.
• Da soberania;
• Da lei e da ordem;
• Do patrimônio nacional;
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
apoio à política externa do País; e cumprir as atribuições subsidiárias previstas
em lei, com ênfase naquelas relacionadas à Autoridade Marítima, a fim de con-
tribuir para a salvaguarda dos interesses nacionais.
Este estudo, portanto, visa analisar a missão das Forças Armadas de acordo com
os preceitos vigentes estabelecidos pela Constituição Federal, ao definir que:
I. A defesa da Pátria.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
I. A defesa da Pátria
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
III. A garantia da lei e da ordem
A Lei Complementar nº 97, O Presidente, nestas situações, decidirá sobre o emprego de Força federal, de
de 9 de junho de 1999, de-
uma ou mais instituições armadas, por iniciativa própria ou mediante pro-
fine normas gerais para a
organização, o preparo e o vocação ou solicitação de algum dos poderes constituídos (artigo 15 da Lei
emprego das Forças Armadas Complementar nº 97/99), quer seja em uma situação de normalidade cons-
e pode ser lida acessando o
link <http://www.planalto. titucional (Ex. greve ou indisponibilidade, ou insuficiência de polícia militar
gov.br/ccivil_03/leis/lcp/ ou civil) ou ainda em situações de anormalidades previstas na Constituição
Lcp97.htm>
Federal, como:
O artigo 15 da Lei Complementar 97/99, que trata das normas gerais para a
organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas prevê:
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
3.3 Atribuições subsidiárias das Forças Armadas
Os artigos 16, 16-A, 17, 17-A e 18 da referida lei especificam as ações subsidiárias
gerais e particulares de cada Força, visando a cooperação com órgãos estatais.
b) O Exército, bem como as demais Forças Armadas, atuará Faixa de fronteira é o espaço
em ações preventivas e repressivas na faixa de fronteira interno de 150 km de largu-
ra, delimitado por uma linha
terrestre, no mar e nas águas interiores, contra delitos paralela à linha divisória ter-
transfronteiriços e ambientais, de forma isolada ou em restre do território nacional,
coordenação com outros órgãos do Poder Executivo. Essa considerada fundamental para
ação se efetivará através da realização de patrulhas, revista a defesa do país (artigo 20,
parágrafo 2º da Constituição
de pessoas, veículos terrestres, embarcações e aeronaves e Federal de 1988 e artigo 1º da
de prisões em flagrante delito (artigo 16-A e incisos da Lei Lei nº 6.634/79).
Complementar 97/99, modificada pela Lei Complementar
136/2010). No entanto, nestas atividades está excluída a
execução de ações da competência da polícia judiciária.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
3.3.1 Poder de polícia do Exército
Para saber mais sobre a Ope- No caso específico do Exército, a Portaria 61, de 16 de fevereiro de 2005, do
ração Ágata 7 e o Plano Es-
Comandante do Exército, aprovou a Diretriz Estratégica para Atuação na Faixa
tratégico de Fronteiras do
Ministério da Defesa acesse de Fronteira contra dois tipos fundamentais de delitos:
os documentos e vídeos dis-
poníveis nos links: Delitos transfronteiriços
<http://www.operacoes.
defesa.mil.br/c/document_ A prevenção e a repressão aos delitos transfronteiriços é focada, em princí-
library/get_file?uuid=
pio, sobre os seguintes ilícitos:
d43814ee-2c18-4916-
9f38c4387b96fd83&group
a) A entrada (e/ou a tentativa de saída) ilegal no território
Id=10138>
nacional de armas, munições, explosivos e demais pro-
< h t t p : / / w w w. y o u t u b e .
c o m / w a t c h ? v = IE q c 0 dutos controlados, conforme legislação específica (Lei de
pOiAEI> Segurança Nacional – Lei n° 7.170/83; Estatuto do Desar-
mamento – Lei n° 10.826/03; Regulamento para Fiscaliza-
ção de Produtos Controlados – Decreto n° 3.665/00).
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
b) O tráfico ilícito de entorpecentes e/ou de substâncias
que determinem dependência física ou psíquica, ou ma-
téria-prima destinada à sua preparação (Lei nº 11343/06;
Decreto n° 3.665/00).
Delitos ambientais.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
Em 2004, após a deposição 3.3.2 Missões de paz
do presidente do Haiti, Jean-
-Bertrand Aristide, o Conselho As Forças Armadas brasileiras têm experimentado nestes últimos anos um
de Segurança (CS) da ONU,
aumento gradativo de suas participações em missões de paz. Missões de paz
considerando que a situação
naquele país ainda constituía são missões internacionais, sob a coordenação da Organização das Nações
uma ameaça para a paz inter- Unidas (ONU), na qual tropas de diversos países se reúnem com o objetivo de
nacional e para a segurança
na região, aprovou o envio solucionar um conflito armado localizado que possa representar uma ameaça
de uma Missão das Nações para a paz mundial e reestabelecer a ordem local.
Unidas para a Estabilização no
Haiti (MINUSTAH), colocan- O Exército Brasileiro, diante da grande demanda internacional para a execução
do o General Augusto Heleno
Ribeiro Pereira, do Exército de missões de paz, criou, através da Portaria do Comandante do Exército
Brasileiro, no comando do nº 90/2005, o Centro de Instrução de Operações de Paz, visando a criação de es-
componente militar da mis-
truturas que possibilitem a disseminação dos procedimentos e normas vigentes.
são. Veja a distribuição dos
países que participaram dessa
missão no mapa do link a se- Em 15 de junho de 2010, a Portaria nº 952-MD designa o Centro de Instrução
guir: <http://www.un.org/ de Operações de Paz (CIOpPaz) do Exército Brasileiro para a preparação de
Depts/Cartographic/map/
militares e civis brasileiros e de nações amigas a serem enviados em missões
dpko/minustah.pdf>. Neste
outro link é possível assistir, de paz e altera a sua denominação para Centro Conjunto de Operações de Paz
ainda, a entrevista do Coronel do Brasil (CCOPAB).
Francisco Brito, comandante
do 1º Batalhão de Infantaria da
A preparação para o emprego da Força em missões de paz se reveste de suma
Força de Paz do Brasil no Haiti
<http://www.youtube.com/ importância para a projeção nacional no âmbito mundial. Nesse sentido, o
watch?v=stpbOn_DVR0> Brasil atualmente está participando da Missão das Nações Unidas para a Esta-
bilização no Haiti (MINUSTAH) desde 2004.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
As operações de paz, segundo o Manual de Operações de Paz do Ministério da
Defesa, se classificam em:
Designa as ações diplomáticas posteriores ao início do conflito para levar as A Carta das Nações Unidas
ou Carta de São Francisco é
partes litigantes a suspender as hostilidades e a negociar. As ações de pro-
o acordo, assinado em 1945,
moção da paz baseiam-se nos meios de solução pacífica de controvérsias, após a Segunda Guerra Mun-
previstos no capítulo VI da Carta das Nações Unidas, os quais podem incluir, dial, que gerou a Organização
Internacional que hoje co-
em casos extremos, dependendo do mandato dos mediadores, o isolamento nhecemos como ONU – Or-
diplomático e a imposição de sanções, adentrando então nas ações coercitivas ganização das Nações Unidas.
Conheça os detalhes desse
previstas no capítulo VII da referida Carta. acordo lendo o documen-
to no link < http://www.
Manutenção da paz (peacekeeping): oas.org/dil/port/1945%20
Carta%20das%20
Trata das atividades levadas a cabo no terreno, com o consentimento das par- Na%C3%A7%C3%B5es%20
Unidas.pdf>
tes em conflito, por militares, policiais e civis, para implementar ou monitorar a
execução de arranjos relativos ao controle de conflitos (cessar-fogo, separação
de forças, etc.) e sua solução (acordos de paz abrangentes ou parciais), em
complemento aos esforços políticos realizados para encontrar uma solução
pacífica e duradoura para o conflito. Nos anos 90, essas operações passaram
a ser utilizadas, mormente, em disputas de natureza interna, caracterizadas,
muitas vezes, por uma proliferação de atores ou pela falta de autoridade no
local. Nessas circunstâncias, questiona-se o recurso indiscriminado às OP, visto
que a situação volátil que enfrentam no terreno exige, cada vez mais, que os
integrantes disponham de armas para fazer cumprir o mandato e mesmo para
a legítima defesa.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
Saiba mais sobre todas as Mis- Imposição da paz (peace-enforcement):
sões de Paz da ONU acessando
o documento disponível em: Corresponde às ações adotadas ao abrigo do capítulo VII da Carta, incluindo
<http://www.un.org/en/ o uso de Força Armada para manter ou restaurar a paz e a segurança interna-
peacekeeping/documents/
operationslist.pdf > cionais em situações nas quais o Conselho de Segurança das Nações Unidas
tenha determinado a existência de uma ameaça à paz, ruptura da paz ou ato
de agressão. Nesses casos, o Conselho tem delegado às coalizões de países ou
às organizações regionais e subrregionais a execução, mas não a condução
política, do mandato de intervenção.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
4 Serviço militar no Brasil
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
Em 1916, sob a presidência de Apesar de ser obrigatório, o serviço militar é uma grande oportunidade para
Rui Barbosa e com a participa-
formar o cidadão brasileiro, pois educa o jovem com valores patrióticos que
ção de Olavo Bilac, Pedro Lessa
e Miguel Calmon, foi fundada não são mais tão cultuados nas escolas comuns. Além disso, possibilita a for-
no Rio de Janeiro a Liga de mação de profissionais em diversas áreas e dá, para muitos, a oportunidade do
Defesa Nacional. Este grupo,
favorável ao apoio brasileiro primeiro emprego.
aos Aliados na Primeira Guer-
ra Mundial, acreditava que a Atualmente, a voluntariedade para o serviço militar está quase abrangendo a
guerra ajudaria a popularizar totalidade da necessidade das Forças Armadas, sendo poucos incorporados
a ideia do serviço militar obri-
gatório e evidenciar a impor- obrigatoriamente. Manter a obrigatoriedade é uma necessidade indiscutível para
tância das Forças Armadas. a formação da reserva mobilizável, porém, na prática, é como se nem assim o
fora, pois a maioria dos jovens desejam passar por essa valorosa experiência.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Algumas exceções à obrigatoriedade do serviço militar, porém,
são previstas na própria norma constitucional, como nos casos
decorrentes de crença religiosa, convicção filosófica ou políti-
ca, quando será previsto o Serviço Alternativo.
(...)
O alistamento militar deve ser realizado na Junta de Serviço Militar mais próxi-
ma de seu domicílio nos primeiros seis meses (1º de janeiro ao último dia útil
de junho) do ano em que o brasileiro completar 18 (dezoito) anos de idade.
Após essa data o brasileiro alistado será encaminhado à seleção geral que será
realizada no próximo ano.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
A Junta de Serviço Militar é um órgão alistador pertencente à
estrutura administrativa da Prefeitura Municipal.
O brasileiro que não se alistar no prazo previsto estará em débito com o Servi-
ço Militar e classificado na situação de “FORA DO PRAZO”.
Caso não esteja em dia com as suas obrigações militares, o cidadão não conseguirá:
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
5 Inter-relação entre os
militares e o sistema eleitoral
Objetivo específico
A modalidade de emprego das O emprego das Forças Armadas na realização livre dos pleitos eleitorais é uma
Forças Armadas em operações
importante missão de garantia dos poderes constitucionais. Essas operações de
de garantia da lei e da ordem
foi definida pelas diretrizes do segurança foram, particularmente, designadas ao Exército Brasileiro, em pro-
Decreto nº 3897/01. veito do aprimoramento de nossa democracia, nas situações em que as forças
policiais forem insuficientes, por exemplo.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
A força federal deve permanecer durante a votação a uma distância de pelo
menos 100 metros da seção eleitoral e só entrar nela para cumprir as ordens
legais por determinação do presidente da mesa receptora ou do juiz eleitoral
(artigo 139 ao 141 e 238 do Código Eleitoral - Lei nº 4.737/65). É importante
ressalvar ainda que tal proibição só gera efeitos para o período de votação,
que ocorre das 8 às 17 horas no dia do pleito.
30
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
civis, como, por exemplo, a repressão aos crimes comuns. Essa condição pode, Recomenda-se a leitura da Lei
nº 4.737/65 (Código Eleito-
eventualmente, caracterizar uma situação de abuso de poder ou de autorida-
ral), particularmente dos ar-
de, incorrendo em crime eleitoral. tigos 240, 243 e do Art. 289
ao 354.
Os crimes eleitorais são aqueles descritos entre os artigos 289 e 354 do Código
Eleitoral. Portanto, alguns aspectos devem estar sempre na mente dos militares
em situação de polícia eleitoral:
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
6 Direito dos servidores militares
Objetivo específico
O artigo Especificidades Constitu- A Emenda Constitucional nº 18/98, que tratou do regime constitucional dos
cionais dos Militares, de Maurício
militares, alterou os artigos 42 e 142 da Constituição Federal de 1988, passan-
Vieira, explica as diferencia-
ções em relação aos demais do a tratar os integrantes das Forças Armadas como militares e os policiais e
servidores. Disponível em: bombeiros militares, como militares dos Estados e Distrito Federal, excluindo-
<http://www.jusmilitaris.
com.br/uploads/docs/espe- -os da categoria dos servidores públicos. Vejamos o que dispõe o artigo 3º do
cificmauricio.pdf> Estatuto dos Militares:
33
FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
porém, o remédio constitucional nos casos de ilegalidade no rito proces-
sual. Assim foi decidido no STF: “A legalidade da imposição de punição
constritiva da liberdade, em procedimento administrativo castrense,
RHC: Recurso Ordiná- pode ser discutida por meio de habeas corpus.” Precedentes. ([RHC]
rio em Habeas Corpus 88.543, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3-4-2007, Pri-
meira Turma, DJ de 27-4-2007).
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
A Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980, que instituiu o Estatuto dos Acesse o Estatuto dos Militares.
Lei nº 6.880, de 9 de dezem-
Militares é a lei que regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerro-
bro de 1980 em: <http://
gativas dos membros das Forças Armadas. www2.camara.leg.br/le-
gin/fed/lei/1980-1987/
Esse estatuto define que os militares se encontram em uma das seguintes situ- lei-6880-9-dezembro-1980-
-356681-normaatualizada-pl.
ações: na ativa e na inatividade.
pdf >
Militares na ativa:
Militares na inatividade:
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
7 Sistema previdenciário
dos militares
Objetivo específico
( ...)
( ...)
( ...)
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
Em todos esses diplomas legais e na própria Constituição
Federal, como já foi dito, nunca houve e não há qual-
quer referência a sistema ou a regime previdenci-
ário dos militares federais. Portanto, não há regime
previdenciário dos militares e, logicamente, não há o
que referir a equilíbrio atual do regime previdenciário dos
militares federais, porque ele não existe e por essa razão,
quase que ontológica, porque não existe, não pode ser
predicado e, conseqüentemente, não pode ser contri-
butivo, nem de repartição. A remuneração dos militares
na inatividade, dos reformados e os da reserva, é total e
integralmente custeada pelo Tesouro Nacional.
Percebe-se, pelo texto transcrito, que não existe sistema previdenciário militar,
posto que a remuneração dos militares ativos, inativos e reformados são custe-
ados pelo Tesouro Nacional. O dinheiro recolhido mensalmente dos militares
destina-se à pensão militar dos descendentes do militar após a sua morte,
conforme previsto no artigo 71 do Estatuto dos Militares.
• O aspirante da Marinha;
38
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
A pensão militar é deferida em processo de habilitação, tomando-se por base a
declaração de beneficiários preenchida em vida pelo contribuinte, na ordem de
prioridade e condições a seguir:
39
FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
40
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
8 Bibliografia
Referências bibliográficas
41
FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
__________. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 18, de 5 de fevereiro de
1998. Dispõe sobre o regime constitucional dos militares. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc18.
htm>. Acesso em: 20 jun 2013.
42
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
EXÉRCITO BRASILEIRO. A Pensão Militar. Disponível em: <http://www.exerci-
to.gov.br/web/guest/a-pensao-militar>. Acesso em: 3 jun 2013.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
43
FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u1
CCEAD – Coordenação Central de Educação a Distância
Coordenação Geral
Gilda Helena Bernardino de Campos
Gerente de Projetos
José Ricardo Basílio
Equipe CCEAD
Alessandra Muylaert Archer
Alexander Arturo Mera
Ana Luiza Portes
Angela de Araújo Souza
Camila Welikson
Ciléia Fiorotti
Clara Ishikawa
Eduardo Felipe dos Santos Pereira
Eduardo Quental
Frieda Marti
Gabriel Bezerra Neves
Gleilcelene Neri de Brito
Igor de Oliveira Martins
Joel dos Santos Furtado
Luiza Serpa
Luiz Claudio Galvão de Andrade
Luiz Guilherme Roland
Maria Letícia Correia Meliga
Neide Gutman
Romulo Freitas
Ronnald Machado
Simone Bernardo de Castro
Tito Ricardo de Almeida Tortori
Vivianne Elguezabal