0
Legislação Ambiental
Legislação Ambiental
Autor: Rafael Tocantins Maltez
Como citar este documento: MALTEZ, Rafael Tocantins. Legislação Ambiental. Valinhos: 2015.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Teoria geral do direito ambiental 06
Assista a suas aulas 35
Unidade 2: A ordem constitucional do meio ambiente 43
Assista a suas aulas 74
Unidade 3: Competências Constitucionais em Matéria Ambiental 82
Assista a suas aulas 105
Unidade 4: Política e Sistema Nacional de Meio Ambiente 115
Assista a suas aulas 157
2/347
Sumário
Unidade 5: Poder de Polícia Ambiental 172
Assista a suas aulas 209
Unidade 6: Infrações Administrativas 219
Assista a suas aulas 255
Unidade 7: Zoneamento 267
Assista a suas aulas 296
Unidade 8: Responsabilidades Ambientais 306
Assista a suas aulas 339
3/347
Apresentação da Disciplina
5/347
Unidade 1
Teoria geral do direito ambiental
Objetivos
6/347
Introdução
b) Autonomia
O meio ambiente subsiste independentemente da presença do ser humano e é regido por
No biocentrismo, o homem não é superior aos outros seres vivos, mas parte integrante da
natureza, sendo mais um integrante do ecossistema, mantendo todos eles uma relação de
interdependência. O centro das relações não é a humanidade, mas todos os seres vivos.
A natureza pertence a todos e não apenas ao homem. Fauna, flora e biodiversidade são
merecedores de especial proteção e devem ter direitos semelhantes aos dos seres humanos,
possuem valor intrínseco e não meramente instrumental. A vida é considerada um fenômeno
único, o que acarreta uma consideração e respeito também aos seres vivos não humanos.
O Direito Ambiental constitui um ramo do direito que estuda, protege e ordena o uso dos
recursos naturais, artificiais, culturais e do trabalho com a finalidade de manutenção da sadia
qualidade de vida das presentes e futuras gerações por meio da manutenção, preservação
e recuperação do equilíbrio ecológico, vale dizer, é o ramo do direito positivo que regula as
relações entre os indivíduos, os governos e as empresas com o meio ambiente, visando a
Bem ambiental é caracterizado por ser um bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, consistindo no equilíbrio ecológico (macrobem ambiental) e é o objeto
do direito ambiental. O equilíbrio ecológico (macrobem ambiental) é constituído por partes
(microbem ambiental), como a água, o ar, os animais, os vegetais etc., que em relação e
interação permitem a abrigam todas as formas de vida.
Dessa forma, o direito ambiental visa a proteger o equilíbrio da interação de diversos fatores
bióticos e abióticos.
Protegem-se os elementos bióticos e abióticos (microbens ambientais) e sua respectiva
c) Meio ambiente cultural: são bens Possui regulação nos arts. 215, 216
de natureza material ou imaterial, e 225 da Constituição Federal e no
tomados individualmente ou sem Decreto 25/37.
conjunto, que refletem a identidade, d) Meio ambiente do trabalho:
a ação, a formação, a memória, constitui o local onde as pessoas
bens e valores dos diferentes grupos desempenham suas atividades
formadores da sociedade brasileira, laborais. Integra a proteção do
20/347 Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental
homem em seu local de trabalho, de sua saúde, segurança, prevenção de acidentes,
salubridade, condições atmosféricas, ergonomia, higiene, incolumidade físico-psíquica.
Tem previsão de tutela imediata no art. 200, VIII, e 7º, XXII, XXIII e XXXIII, da Constituição
Federal e tutela mediata no art. 225 da Constituição Federal e art. 6º, III e V, da Lei
8.080/90.
Link
O IBAMA é o órgão executivo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA).
Disponível em <http://www.ibama.gov.br/>
- Princípio da prevenção
- Princípio da precaução
32/305
Considerações Finais
33/347
Referências
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo:
Cultrix, 2006.
LOVELOCK, James. Gaia: alerta final. São Paulo: Intrínseca, 2010.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17ª ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: Malheiros, 2009.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013.
SAGAN, Carl. Bilhões e bilhões: reflexões sobre a vida e morte na virada do milênio. São Paulo:
Companhia das Letras, 2008.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito ambiental: introdução, fundamentos e teoria geral. Tiago
Fensterseifer. São Paulo: Saraiva, 2014.
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 10ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
SINGER, Peter. Libertação animal. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental. 4ª ed. Salvador: Juspodium, 2014.
Aula 1 - Tema: Teoria Geral do Direito Aula 1 - Tema: Teoria Geral do Direito
Ambiental – Bloco I Ambiental– Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA-
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/77e-
ac4ff94b3d7959767fd2166c88995792>. d5757659e8540c9a4c496886fae87>.
35/347
Questão 1
1. Podemos classificar o meio ambiente em:
36/347
Questão 2
2. São princípios do Direito Ambiental:
37/347
Questão 3
3. Caracteriza o bem ambiental:
a) A fauna e a flora.
b) O solo, o ar e a água.
c) A biodiversidade.
d) Os recursos ambientais econômicos.
e) Bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida.
38/347
Questão 4
4. O Princípio do Poluidor-Pagador se caracteriza da seguinte forma:
a) É o direto de pagar para poluir.
b) Consiste na internalização das externalidades negativas.
c) Representa o dever de indenizar pelo dano ambiental.
d) É a obrigação de pagar pelo impacto ambienta.
e) É o dever de pagar pelo recurso natural utilizado economicamente.
39/347
Questão 5
5. O princípio da ubiquidade significa:
a) A obrigatoriedade de cooperação em duas esferas, seja no âmbito interno entre os
estados-membros, municípios, Distrito Federal e União, seja no âmbito internacional, entre os
Países.
b) A solidariedade intergeracional, sendo que as gerações presentes deverão suprir suas
necessidades sem comprometer o suprimento das necessidades das futuras gerações.
c) O dever de indenizar por parte do poluidor, pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, pelos danos diretos ou diretos causados ao meio ambiente.
d) Colocar as questões ambientais no epicentro dos direitos humanos, o meio ambiente é
onipresente, de forma que uma agressão ao meio ambiente em determinada localidade é capaz
de trazer reflexos em outras localidades.
e) Aplicar a prevenção e a precaução, ou seja, não deixar de tomar medidas mitigadoras dos
impactos ambientais, sejam eles já conhecidos pela ciência, sejam eles desconhecidos.
40/347
Gabarito
41/347
Gabarito
O Princípio do poluidor-pagador nuclear, que pode ocorrer em um país, mas
caracteriza-se pelos custos desde a seus efeitos serem sentidos em outros.
extração até a venda dos produtos, os
quais não entram nos custos internos da
atividade, como por exemplo, a poluição,
as doenças causadas pela atividade etc.
Pelo princípio, o poluidor deverá arcar
com esses custos, ou seja, internalizar as
externalidades negativas.
5. Resposta: D.
42/347
Unidade 2
A Ordem Constitucional do Meio Ambiente
Objetivos
43/347
Introdução
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Existem na Constituição Federal dois objetos de tutela ambiental: um imediato, que é a
qualidade do meio ambiente, e outro mediato, que é a saúde, o bem-estar e a segurança da
população, que vem sintetizado na expressão da sadia qualidade de vida.
ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO
É o macrobem ambiental, o qual passou a receber tutela jurídica imediata e autônoma, pelo
valor que representa em si mesmo e para todas as formas de vida. É o bem ambiental.
Equilíbrio ecológico é o estado de equilíbrio entre os diversos fatores que formam um
ecossistema ou habitat, suas cadeias tróficas, vegetação, clima, microrganismos, solo, ar, água,
que pode ser desestabilizado pela ação humana, seja por poluição ambiental, por eliminação ou
introdução de espécies animais e vegetais.
É um bem autônomo que não pertence ao domínio público ou privado, sendo insuscetível de
apropriação, cabendo ao Poder Público não a sua propriedade, mas sim o dever fundamental de
gerenciá-los, sendo responsável por sua administração e por zelar pela sua adequada utilização
e preservação, em benefício de toda a sociedade, presente e futura.
O conceito de bem de uso comum do povo não se limita àquele do direito administrativo, mas
sim o amplia.
Ao atribuir a característica de “bem de uso comum do povo” ao meio ambiente, teve o
legislador o intuito de reforçar a ideia de interesse transindividual no meio ambiente saudável,
tendo em vista a titularidade coletiva dos bens naturais.
O constituinte associou o meio ambiente à sadia qualidade de vida. Diz respeito à estrutura
finalística do direito ambiental. Ter uma sadia qualidade de vida é ter um meio ambiente não
51/347 Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente
poluído. O constituinte foi além do direito à vida.
É na somatória desses dois aspectos – bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida – que se estrutura constitucionalmente o bem ambiental.
Para efetivação do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o §1º do art. 225
previu uma série de instrumentos e deveres fundamentais, que são impostos ao Poder Público.
São deveres gerais de proteção ambiental impostos ao Estado. Trata-se de rol exemplificativo.
Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas (art. 225, §1º, I).
Link
Alimentos transgênicos: <http://www.greenpeace.org/brasil/
transgenicos/>. Acesso em 22 JUL. 2015.
Os órgãos ambientais devem exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade (art. 225, §1º, IV).
Regulamentado pelas Resoluções CONAMA ns. 1/86 e 237/97.
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA ou EIA) é uma modalidade de Avaliação de
Impõe-se ao Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
submetam os animais à crueldade (art. 225, §1º, VII).
Dispositivo regulamentado pela Lei 9.605/98 (Lei de crimes ambientais) e pela Lei 11.794/08
(Lei que regula a Utilização de Animais para fins Científicos e Educacionais).
60/347 Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente
A Constituição Federal ressaltou o papel desempenhado pelos animais e plantas na
manutenção do equilíbrio ecológico, bem como o bem-estar dos animais.
Os principais fatores que contribuem para a perda da biodiversidade e alteração dos serviços
ambientais são: alteração e fragmentação nos hábitats, mudanças climáticas, espécies
exóticas invasoras, superexploração, desmatamento e poluição.
O texto constitucional fala em “prática”, o que quer dizer que há atos cruéis que acabam
tornando-se hábitos, muitas vezes chamados erroneamente de manifestações culturais.
Link
A sociedade de risco e o desenvolvimento sustentável: desafios à gestão
ambiental no Brasil: <http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/
revistaceaju/article/view/3063>. Acesso em 22 jul. 2015.
70/305
Considerações Finais
72/347
Referências
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17ª ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: Malheiros, 2009.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito ambiental: introdução, fundamentos e teoria geral. Tiago
Fensterseifer. São Paulo: Saraiva, 2014.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito constitucional ambiental. Constituição, direitos fundamentais e
proteção do ambiente. Tiago Fensterseifer. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 10ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
SINGER, Peter. Libertação animal. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental. 4ª ed. Salvador: Juspodium, 2014.
74/347
Questão 1
1. Assinale a alternativa correta acerca dos fundamentos do Direito
Ambiental.
a) O meio ambiente pode ter um significado de macrobem como um direito fundamental do
homem, transformando-se em bem de interesse difuso, cuja proteção jurídica pertence a toda
coletividade.
b) O meio ambiente pode ter uma concepção de macrobem, relativamente à propriedade e a
outros interesses a esta subjacentes, podendo pertencer ao setor público ou privado, inclusive à
pessoa física ou jurídica.
c) O macrobem, sendo direito fundamental e intercomunitário, é disponível, embora deva
ser preservado para as gerações presentes e futuras, bem como para todos, na forma da
Constituição.
d) O macrobem ambiental é incorpóreo e imaterial e, em consequência, suscetível de
apropriação exclusiva, pois divisível.
e) O uso dos recursos naturais sempre deve ser gratuito. Como se trata de bem indisponível,
nunca podem levar à cobrança do uso dos recursos naturais.
75/347
Questão 2
2. A Constituição Federal/88 assevera que “todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida”. A esse respeito, é correto inferir que a
concepção constitucional sobre meio ambiente é:
a) holística
b) panteísta
c) pragmática
d) antropocêntrica alargado
e) antropocêntrico clássico
76/347
Questão 3
3. Em decorrência de se considerar o direito ambiental como direito
fundamental, goza dos atributos da:
a) indisponibilidade, inalienabilidade, impenhorabilidade, irrenunciabilidade e
prescritibilidade, incidindo o princípio da vedação de retrocesso.
b) disponibilidade, inalienabilidade, impenhorabilidade, irrenunciabilidade e
prescritibilidade, não incidindo o princípio da vedação de retrocesso.
c) indisponibilidade, inalienabilidade, impenhorabilidade, irrenunciabilidade e
imprescritibilidade, incidindo o princípio da vedação de retrocesso.
d) indisponibilidade, inalienabilidade, impenhorabilidade, renunciabilidade e
imprescritibilidade, incidindo o princípio da vedação de retrocesso. ´
e) indisponibilidade, alienabilidade, impenhorabilidade, irrenunciabilidade e
prescritibilidade, incidindo o princípio da vedação de retrocesso.
77/347
Questão 4
4. De acordo com as normas constitucionais e legais vigentes sobre a
matéria, o EPIA apenas é obrigatório
a) se houver possibilidade de significativa degradação ao meio ambiente, caso em que
deverá ser dada publicidade ao Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA).
b) se houver possibilidade de significativa degradação ao meio ambiente, sendo opcional a
publicidade do Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA).
c) nos casos em que as obras e atividades sejam consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras, ainda que a degradação não seja significativa, devendo haver publicidade do
Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA).
d) nos casos em que as obras e atividades sejam consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras, devendo ser público o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA).
e) nos casos em que as obras e atividades sejam consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras, cabendo ao órgão licenciador definir, discricionariamente, se o Estudo de Impacto
Ambiental (EPIA) é público ou não.
78/347
Questão 5
5.Assinale a alternativa correta quanto ao direito constitucional ambiental.
79/347
Gabarito
1. Resposta: A. dos interesses trata da proteção jurídica
dos não humanos como valor intrínseco,
O marcobem ambiental, que corresponde como, por exemplo, no parágrafo 1º, VII,
ao equilíbrio ambiental, o todo, o qual veda a crueldade contra animais
consistindo no bem ambiental é indivisível independentemente de existir interesse
e indisponível. O equilíbrio ecológico humano.
(marcobem ambiental) é composto por
elementos bióticos e abióticos (microbens 3. Resposta: C.
ambientais) em interação. Essas partes
(os microbens ambientais) são divisíveis e Como o direito ao meio ambiente
disponíveis, podendo haver cobrança em ecologicamente equilibrado é direito
sua utilização. fundamental, todos os atributos
deste valem para aquele, vale dizer a
2. Resposta: D. indisponibilidade, inalienabilidade,
impenhorabilidade, irrenunciabilidade e
O art. 225 da CF tem fundamento imprescritibilidade, incidindo o princípio da
antropocêntrico alargado, pois, embora vedação de retrocesso.
colocando o ser humano como o centro
80/347
Gabarito
81/347
Unidade 3
Competências Constitucionais em Matéria Ambiental
Objetivos
82/347
Introdução
Pela literalidade do art. 24, caput, da Constituição Federal, os Municípios não detêm competência
96/347 Unidade 3 • Competências Constitucionais em Matéria Ambiental
legislativa concorrente, conquanto do município no âmbito da competência
possuam também competência para legislativa concorrente, inclusive em
suplementar a legislação federal (art. 30, II, matéria ambiental.
da Constituição Federal). As populações e as autoridades locais
Contudo, analise os seguintes artigos da reúnem amplas condições de bem
Constituição Federal: conhecer os problemas e mazelas
Art. 18, caput. A organização político- ambientais de cada localidade, sendo certo
administrativa da República Federativa do que são as primeiras a localizar e identificar
Brasil compreende a União, os Estados, o problema e capaz de solucioná-los de
o Distrito Federal e os Municípios, todos forma mais eficaz e rápida. É por meio
autônomos, nos termos desta Constituição. dos Municípios que se pode implantar o
princípio ecológico do “agir localmente,
Art. 30. Compete aos Municípios: I - pensar globalmente”.
legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a Contudo, você precisa saber que esse
estadual no que couber. entendimento segundo o qual os
municípios poderiam editar normas gerais
Esses dispositivos constitucionais e agir de forma concorrente no exercício da
permitem que se interprete pela inserção competência legislativa é controvertido.
97/347 Unidade 3 • Competências Constitucionais em Matéria Ambiental
Para saber mais
a jurisprudência predominante tem sido bastante resistente a qualquer postura legislativa mais
proativa dos entes municipais, especialmente no sentido de estabelecerem um padrão normativo
mais protetivo em termos ambientais em relação à norma geral estabelecida pela União ou pelo
Estado. Se para os Estados ainda predomina uma visão restritiva para o exercício da competência
legislativa concorrente, o entendimento predominante nos nossos Tribunais, em relação à
competência legislativa suplementar dos Municípios, é ainda mais limitado (STJ, Resp 29.299-6/RS, 1ª
T., rel. Min. Demócrito Reinaldo, j. 28.09.1994).
Link
Artigo. A repartição das competências constitucionais em matéria ambiental entre as pessoas
políticas - o papel do município. <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_
artigos_leitura&artigo_id=13975>. Acesso em 23 jul. 2015.
101/305
Considerações Finais
103/347
Referências
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17ª ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: Malheiros, 2009.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito ambiental: introdução, fundamentos e teoria geral. Tiago
Fensterseifer. São Paulo: Saraiva, 2014.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito constitucional ambiental. Constituição, direitos fundamentais e
proteção do ambiente. Tiago Fensterseifer. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 10ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental. 4ª ed. Salvador: Juspodium, 2014.
105/347
Questão 1
1. A competência legislativa ambiental constitucional pode ser:
106/347
Questão 2
2. Quanto à competência constitucional ambiental, assinale a alternativa
correta.
a) aos Estados e aos Municípios não cabe estabelecer normas de caráter suplementar.
b) caso a União não edite a norma de caráter geral, não podem os Estados fazê-lo.
c) deve a União limitar-se a estabelecer normas gerais.
d) a superveniência de norma federal revoga a lei estadual.
e) normas municipais serão mais genéricas e abstratas que as normas estaduais, e estas
mais que as federais.
107/347
Questão 3
3. Quanto à competência constitucional ambiental, assinale a alternativa
correta.
a) para exercer o poder de polícia na realização dos atos materiais, todos os entes políticos
possuem abstratamente competência (comum) para atuar.
b) em se tratando de licenciamento ambiental, os outros entes nunca podem adotar seus
próprios procedimentos de licenciamento.
c) não existe a possiblidade de mais de um ente político atuar para tratar do mesmo assunto
em pé de igualdade com os outros.
d) competência legislativa exclusiva é atribuída a um ente com exclusão dos demais, sendo
que esta competência é delegável.
e) competência legislativa privativa é a própria de uma entidade, não sendo passível de
delegação ou suplementação.
108/347
Questão 4
4. Quanto à competência legislativa em matéria ambiental:
109/347
Questão 5
5. Quanto à competência constitucional ambiental, assinale a alternativa
correta.
110/347
Gabarito
1. Resposta: E. da competência legislativa em matéria
ambiental é de natureza concorrente,
A competência legislativa exclusiva vale dizer, todos os entes federativos
está prevista nos arts. 25, §§ 2º e 3º e podem legislar sobre o tema, observadas
30, I, ambos da Constituição Federal; a as diretrizes normativas traçadas pela
competência legislativa privativa está Constituição Federal.
prevista no art. 22 e parágrafo único –
No exercício de competência legislativa
em especial incisos IV, IX, X, XI, XII, XIV,
concorrente, compete à União editar
XXVI, XXVIII, da Constituição Federal –;
as normas gerais (art. 24, § 1º) e aos
a competência legislativa concorrente
Estados-Membros, Distrito Federal e
está prevista no art. 24, VI, VII e VIII, da
Municípios, as normas suplementares
Constituição Federal) e a competência
(art. 24, §2º e 30, II).
legislativa suplementar nos arts. 24, §2º e
30, II, ambos da Constituição Federal. As normas gerais devem estabelecer
princípios fundamentais, dotados de
2. Resposta: C. generalidade e abstração (maiores do
que as leis), que garantam uma proteção
A regra geral a respeito da distribuição mínima ao meio ambiente.
111/347
Gabarito
113/347
5. Resposta: D.
114/347
Unidade 4
Política e Sistema Nacional de Meio Ambiente
Objetivos
115/347
Introdução
III – ÓRGÃO CENTRAL: SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE (art. 6º, III, da Lei 6.938/81)
A Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República tem a finalidade de planejar,
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes
governamentais fixadas para o meio ambiente.
Link
Link do Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental. https://servicos.ibama.gov.br/index.php/cadastro-inscricao-e-
certidoes/cadastro-tecnico-federal-de-atividades-e-instrumentos-de-
defesa-ambiental-ctfaida. Acesso em 23 JUL. 2015.
153/305
Considerações Finais
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17ª ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: Malheiros, 2009.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito ambiental: introdução, fundamentos e teoria geral. Tiago
Fensterseifer. São Paulo: Saraiva, 2014.
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 10ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
Aula 4 - Tema: Sistema Nacional do Aula 4 - Tema: Sistema Nacional do
Meio Ambiente (Sisnama) e Política Nacional Meio Ambiente (Sisnama) e Política Nacional
do Meio Ambiente (PNMA) – Bloco I do Meio Ambiente (PNMA) – Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1c234f3d76ae88e1696e4bb2946702d1>. 1d/1b30ed4f9b988787d6029199a8045813>.
157/347
Questão 1
1. São níveis do SISNAMA:
159/347
Questão 1
e) i) órgão superior: o Conselho de Governo; ii) órgão consultivo e deliberativo: o Conselho
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA; iii) órgão central: Ministério do Meio Ambiente; iv)
órgão executor: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade; v) órgãos seccionais: os
órgãos ou entidades estaduais e distritais responsáveis pela execução de programas, projetos
e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; vi)
órgãos locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização
dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.
160/347
Questão 2
2. O ICMBio tem como finalidades, entre outras:
162/347
Questão 3
3. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo geral:
163/347
Questão 4
4. São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
164/347
Questão 4
b) a compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; a definição de áreas prioritárias de ação
governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; o estabelecimento de
critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos
ambientais; o desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o
uso racional de recursos ambientais; a difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente,
à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública
sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; a
preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício
à vida; a imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os
danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins
econômicos.
c) a ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido,
tendo em vista o uso coletivo; a racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; o
planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; a proteção dos ecossistemas,
165/347
Questão 4
com a preservação de áreas representativas; o controle e zoneamento das atividades potencial
ou efetivamente poluidoras; os incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas
para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; o acompanhamento do estado da
qualidade ambiental; a recuperação de áreas degradadas; a proteção de áreas ameaçadas
de degradação; a educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
d) o assessoramento do Presidente da República na formulação da política nacional e
nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; proposição
de diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e
deliberação sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; execução da política e das diretrizes
governamentais fixadas para o meio ambiente;
e) assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade dos recursos
ambientais, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a utilização racional e
integrada dos recursos ambientais, com vistas ao desenvolvimento sustentável; a prevenção e a
defesa contra eventos ambientais críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado
dos recursos ambientais.
166/347
Questão 5
5. São instrumentos econômicos instituídos pela Lei 6.938/81:
167/347
Gabarito
1. Resposta: D. pela União;
b) executar as políticas relativas ao
Conforme art. 6º da Lei 6.938/81, o
uso sustentável dos recursos naturais
SISNAMA possui seis níveis: i) Órgão
renováveis e ao apoio ao extrativismo e às
Superior; Órgão Consultivo e Deliberativo;
populações tradicionais nas unidades de
Órgão Central; Órgãos Executores; Órgãos
conservação de uso sustentável instituídas
Seccionais; Órgãos Locais.
pela União;
169/347
Gabarito
VI - a criação de reservas e estações compensatórias ao não cumprimento das
ecológicas, áreas de proteção ambiental medidas necessárias à preservação ou
e as de relevante interesse ecológico, correção da degradação ambiental.
pelo Poder Público Federal, Estadual e X - a instituição do Relatório de Qualidade
Municipal; do Meio Ambiente, a ser divulgado
VI - a criação de espaços territoriais anualmente pelo Instituto Brasileiro
especialmente protegidos pelo Poder do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Público federal, estadual e municipal, tais Renováveis - IBAMA;
como áreas de proteção ambiental, de XI - a garantia da prestação de informações
relevante interesse ecológico e reservas relativas ao Meio Ambiente, obrigando-
extrativistas; se o Poder Público a produzi-las, quando
VII - o sistema nacional de informações inexistentes;
sobre o meio ambiente; XII - o Cadastro Técnico Federal de
VIII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou
Atividades e Instrumentos de Defesa utilizadoras dos recursos ambientais.
Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou
170/347
Gabarito
5. Resposta: B.
171/347
Unidade 5
Poder de Polícia Ambiental
Objetivos
172/347
Introdução
Considerando que o meio ambiente é patrimônio público, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, a ser necessariamente assegurado e protegido para as
presentes e futuras gerações, a utilização dos recursos naturais depende de consentimento do
Poder Público, inexistindo direito subjetivo à sua livre utilização.
Uma das formas de se dar o controle da Poder Público em matéria ambiental é pelo poder
de polícia ambiental, o qual consiste em limitações impostas às pessoas por meio de atos
administrativos, objetivando atender ao interesse público.
Nesse sentido, compete aos órgãos ambientais integrantes do SISNAMA (Sistema Nacional
do Meio Ambiente) fiscalizar aqueles que se utilizam dos recursos naturais e aplicar sanções
administrativas naturais aos degradadores do meio ambiente. Por se tratar de competência
material comum, a atribuição é prevista aos órgãos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
Municípios.
Nesse contexto, o consentimento estatal para a utilização de recursos naturais é dado por meio
do procedimento de licenciamento ambiental.
O licenciamento ambiental representa um dos principais e mais importantes instrumentos
da Política Nacional do Meio Ambiente, pois por meio dele o Poder Público exerce o controle
prévio sobre as atividades que podem degradar o meio ambiente. Tem natureza preventiva e
173/347 Unidade 5 • Poder de Polícia Ambiental
objetiva compatibilizar a proteção do meio ambiente com o desenvolvimento econômico e
social, promovendo o desenvolvimento sustentável. Também é meio pelo qual são aplicados os
Princípios da Prevenção e da Precaução.
Assim, o licenciamento ambiental visa a não apenas prevenir impactos ambientais negativos,
mas também mitigá-los por meio da imposição de condicionantes aos empreendedores.
Representa forma de intervenção do Estado na atividade econômica. De fato, o art. 170,
parágrafo único, da Constituição Federal, prevê que somente nos casos previstos em lei, o
Estado poderá exigir autorizações para o exercício da atividade econômica. Nesse sentido,
consiste em prévia condição para o exercício das atividades econômicas poluidoras.
Em suma, o licenciamento ambiental integra a tutela administrativa preventiva do meio
ambiente e decorre do poder de polícia da administração pública, não se submetendo ao crivo
do Poder Legislativo.
Procedimento unifásico
Para saber mais Existe a possibilidade de ser estabelecido
procedimento de licenciamento
O licenciamento ambiental não dispensa
ambiental simplificado, como no caso
o empreendedor de obtenção de outras
do licenciamento de atividades e
autorizações ambientais específicas nos órgãos
empreendimentos de pequeno potencial
competentes.
de impacto ambiental (art. 12, §1º da
Resolução 237/97 do CONAMA) e desde
que aprovado pelo respectivo Conselho
de Meio Ambiente. Dessa forma, poderá
ser admitido um licenciamento ambiental
188/347 Unidade 5 • Poder de Polícia Ambiental
de uma única fase para pequenos ambiental do órgão competente é de seis
empreendimentos ou para aqueles meses. Se for caso de realização de EIA/
integrantes de planos de desenvolvimento RIMA e/ou de audiência pública, o prazo
aprovados, previamente, pelo órgão é de um ano (art. 14, caput, da Resolução
governamental competente, desde CONAMA 237/97).
que definida a responsabilidade legal A contagem desse prazo será suspensa
pelo conjunto de empreendimentos ou durante a elaboração dos estudos
atividades. Portanto, caso a atividade não ambientais complementares ou preparação
traga considerável impacto ambiental, de esclarecimentos pelo empreendedor
poder-se-á dispensar o procedimento (art. 14, §1º, da Resolução CONAMA
trifásico (LP, LI, LO) e adotar-se o 237/97). Os prazos estipulados no caput
licenciamento unifásico. do art. 14 poderão ser alterados, desde
que justificados e com a concordância
2.3. Prazos de análise pelos do empreendedor e do órgão ambiental
órgãos ambientais competente (art. 14, §2º, da Resolução
CONAMA 237/97).
A partir do protocolo do requerimento,
o prazo para decisão de licenciamento O empreendedor deverá atender
à solicitação de esclarecimentos e
189/347 Unidade 5 • Poder de Polícia Ambiental
complementações, formuladas pelo órgão 237/97). Assim, se o órgão estadual
ambiental competente, dentro do prazo não deliberar no prazo, caberá ao órgão
máximo de quatro meses, a contar do federal atuar supletivamente, no caso o
recebimento da respectiva notificação IBAMA e se o empreendedor não cumprir
(art. 15, da Resolução CONAMA 237/97). o prazo para realizar esclarecimentos e
O prazo estipulado no caput poderá ser complementações que lhe competem, o
prorrogado, desde que justificado e com a pedido será arquivado.
concordância do empreendedor e do órgão O arquivamento do processo de
ambiental competente (art. 15, parágrafo licenciamento não impedirá a
único, da Resolução CONAMA 237/97). apresentação de novo requerimento de
O não cumprimento dos prazos licença, que deverá obedecer a todas as
estipulados nos artigos 14 e 15, da etapas previstas para o licenciamento
Resolução CONAMA 237/97, sujeita, estabelecidas no artigo 10, da Resolução
respectivamente, o licenciamento à ação CONAMA 237/97, mediante novo
do órgão que detenha competência para pagamento de custo de análise (art. 17, da
atuar supletivamente e o empreendedor Resolução CONAMA 237/97).
ao arquivamento de seu pedido de
licença (art. 16, da Resolução CONAMA
190/347 Unidade 5 • Poder de Polícia Ambiental
2.4. Competência para o licen- - promover o licenciamento ambiental de
ciamento empreendimentos e atividades:
a) localizados ou desenvolvidos
Os empreendimentos e atividades
conjuntamente no Brasil e em país
são licenciados ou autorizados,
limítrofe;
ambientalmente, por um único ente
federativo (art. 13 da Lei Complementar b) localizados ou desenvolvidos no mar
140/11). territorial, na plataforma continental ou na
zona econômica exclusiva;
Existem quatro esferas de licenciamento
ambiental: a) licenciamento federal, b) c) localizados ou desenvolvidos em terras
licenciamento dos Estados-membros; indígenas;
c) licenciamento municipal; d) d) localizados ou desenvolvidos em
licenciamento distrital. unidades de conservação instituídas
a) licenciamento federal pela União, exceto em Áreas de Proteção
Ambiental (APAs);
Nos termos do Art. 7º, XIV, da Lei
Complementar 140/11, são ações e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois)
administrativas da União: ou mais Estados;
206 /305
Considerações Finais
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 18ª ed. Lumen Juris. Rio de
Janeiro, 2007.
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17ª ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: Malheiros, 2009.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito ambiental: introdução, fundamentos e teoria geral. Tiago
Fensterseifer. São Paulo: Saraiva, 2014.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito constitucional ambiental. Constituição, direitos fundamentais e
proteção do ambiente. Tiago Fensterseifer. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 10ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental. 4ª ed. Salvador: Juspodium, 2014.
Aula 5 - Tema: Poder de Polícia Ambiental – Aula 5 - Tema: Poder de Polícia Ambiental –
Bloco I Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA-
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/90b-
1d/527ec71a5821c1acac8544337bd59a01>. 75376907f6bee3b708afee11361a8>.
209/347
Questão 1
1. São características do poder de polícia ambiental:
a) a delegabilidade e a instrumentalidade.
b) a discricionariedade e a publicidade.
c) a provisoriedade e a indelegabilidade
d) a auto-executoriedade e a coercibilidade
e) a vinculação e a disponibilidade.
210/347
Questão 2
2. O poder de polícia ambiental se manifesta por meio:
211/347
Questão 3
3. Podemos definir licenciamento ambiental da seguinte forma:
212/347
Questão 3
a assegurar a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
empreendimento, bem como possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos
e do prazo de execução.
e) ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização,
instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar significativa degradação ambiental.
213/347
Questão 4
4. São prazos de validade das licenças prévia, de instalação e de opera-
ção, respectivamente:
a) até seis anos, até dez anos, de cinco a dez anos.
b) até quatro anos, até, seis anos, de quatro a seis anos.
c) até seis anos, até cinco anos e de cinco a dez anos.
d) até cinco anos, até seis anos e de cinco a dez anos.
e) até dez anos, até quinze anos e de dez a quinze anos.
214/347
Questão 5
5. Quanto ao licenciamento ambiental, assinale a alternativa correta.
215/347
Gabarito
1. Resposta: D. ou cautelares), decorrendo dele os
consentimentos estatais, como o
Poder de Polícia é a prerrogativa de direito licenciamento ambiental.
público que, calcada na lei, autoriza a
Administração Pública a restringir o uso
e o gozo da liberdade e da propriedade 3. Resposta: C.
em favor do interesse da coletividade
(CARVALHO FILHO, José dos Santos. CONCEITO de licenciamento ambiental:
Manual de Direito Administrativo, 18ª ed. licenciamento ambiental consiste no
Lumen Juris. Rio de Janeiro, 2007, p. 68) e “procedimento administrativo pelo qual
tem como características principais a auto- o órgão ambiental competente licencia
executoriedade e a coercibilidade. a localização, instalação, ampliação
e a operação de empreendimentos
2. Resposta: A. e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, consideradas efetiva ou
O Poder de Polícia Ambiental consiste potencialmente poluidoras ou daquelas
em ações fiscalizadoras, limitadoras e que, sob qualquer forma, possam causar
sancionadoras (podendo ser impostas degradação ambiental” (art. 1º, I, da
medidas administrativas, sancionatórias Resolução 237/97).
216/347
Gabarito
4. Resposta: D. atividade, não podendo ser superior a 6
(seis) anos;
Art. 18 da Resolução 237/97 CONAMA - O
III - O prazo de validade da Licença de
órgão ambiental competente estabelecerá
Operação (LO) deverá considerar os
os prazos de validade de cada tipo de
planos de controle ambiental e será de, no
licença, especificando-os no respectivo
mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10
documento, levando em consideração os
(dez) anos.
seguintes aspectos:
I - O prazo de validade da Licença Prévia 5. Resposta: C.
(LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido
pelo cronograma de elaboração dos Por meio do licenciamento ambiental o
planos, programas e projetos relativos Poder Público exerce o controle prévio
ao empreendimento ou atividade, não sobre as atividades que podem degradar o
podendo ser superior a 5 (cinco) anos; meio ambiente. Tem natureza preventiva
e objetiva compatibilizar a proteção do
II - O prazo de validade da Licença de
meio ambiente com o desenvolvimento
Instalação (LI) deverá ser, no mínimo,
econômico e social, promovendo o
o estabelecido pelo cronograma de
desenvolvimento sustentável. Também é
instalação do empreendimento ou
217/347
Gabarito
meio pelo qual são aplicados os Princípios
da Prevenção e da Precaução.
Por isso, o licenciamento ambiental visa a
não apenas prevenir impactos ambientais
negativos, mas também mitigá-los por
meio da imposição de condicionantes aos
empreendedores.
218/347
Unidade 6
Infrações Administrativas
Objetivos
219/347
Introdução
Primeiramente você deve entender que quem pode cometer a infração administrativa é o
poluidor. Quem define o poluidor é o art. 3º, IV, da Lei 6.938/81, nos seguintes termos:
Entende-se por poluidor a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
Dessa forma, por exemplo, mesmo que ecologicamente os bois, vacas ou carros podem ser
Por fim, quanto às sanções, você deve saber produtos, subprodutos e instrumentos da
que as medidas de apreensão; embargo infração; e demolição tem como objetivo
de obra ou atividade e suas respectivas prevenir a ocorrência de novas infrações,
áreas; suspensão de venda ou fabricação resguardar a recuperação ambiental e
de produto; suspensão parcial ou total de garantir o resultado prático do processo
atividades; destruição ou inutilização dos administrativo (art. 101, parágrafo 1º, do
Link
Artigo “Da prescrição punitiva no processo administrativo ambiental”. Disponível
em http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,da-prescricao-punitiva-
no-processo-administrativo-ambiental,50968.html. Acesso em 25 JUL.
2015.
252/347
Considerações Finais
situação econômica do infrator, no caso de multa;
»» Prescreve em cinco anos a ação da administração objetivando apurar a prática
de infrações contra o meio ambiente, contada da data da prática do ato, ou, no
caso de infração permanente ou continuada, do dia em que esta tiver cessado.
253/347
Referências
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 18ª ed. Lumen Juris. Rio de
Janeiro, 2007.
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17ª ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: Malheiros, 2009.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito ambiental: introdução, fundamentos e teoria geral. Tiago
Fensterseifer. São Paulo: Saraiva, 2014.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito constitucional ambiental. Constituição, direitos fundamentais e
proteção do ambiente. Tiago Fensterseifer. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 10ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental. 4ª ed. Salvador: Juspodium, 2014.
255/347
Questão 1
1. São sanções administrativas ambientais:
a) advertência; prisão simples; multa diária; apreensão dos animais, produtos e subprodutos
da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza
utilizados na infração; destruição ou inutilização do produto; suspensão de venda e fabricação
do produto; embargo de obra ou atividade; demolição de obra; suspensão parcial ou total de
atividades; restritiva de direitos.
b) advertência; multa simples; multa diária; apreensão dos animais, produtos e subprodutos
da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza
utilizados na infração; destruição ou inutilização do produto; suspensão de venda e fabricação
do produto; embargo de obra ou atividade; demolição de obra; suspensão parcial ou total de
atividades; restritiva de direitos.
c) advertência; multa simples; multa diária; apreensão dos animais, produtos e subprodutos
da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza
utilizados na infração; destruição ou inutilização do produto; suspensão de venda e fabricação
do produto; embargo de obra ou atividade; demolição de obra; suspensão parcial ou total de
atividades; extintiva de direitos.
256/347
Questão 1
d) advertência; multa simples; multa diária; apreensão dos animais, produtos e subprodutos
da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza
utilizados na infração; destruição ou inutilização do produto; suspensão de venda e fabricação
do produto; embargo de obra ou atividade; demolição de obra; suspensão parcial ou total dos
direitos políticos do poluidor.
e) admoestação verbal; multa simples; multa diária; apreensão dos animais, produtos e
subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer
natureza utilizados na infração; destruição ou inutilização do produto; suspensão de venda e
fabricação do produto; embargo de obra ou atividade; demolição de obra; suspensão parcial ou
total de atividades; restritiva de direitos.
257/347
Questão 2
2. Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente
observará:
a) a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a
saúde pública e para o meio ambiente; os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da
legislação de interesse ambiental; a situação econômica do infrator, no caso de apreensão dos
produtos da infração.
b) a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para
a economia da região da infração; os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da
legislação de interesse ambiental; a situação econômica do infrator, no caso de multa.
c) a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a
saúde pública e para o meio ambiente; os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da
legislação de interesse ambiental; a situação econômica do infrator, no caso de multa.
d) a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a
saúde pública e para o meio ambiente; os antecedentes do infrator quanto ao cometimento de
crimes ambientais; a situação econômica do infrator, no caso de multa.
258/347
Questão 2
e) a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a
saúde pública e para o meio ambiente; os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da
legislação de interesse ambiental; a situação familiar do infrator, no caso de multa.
259/347
Questão 3
3. O prazo prescricional na responsabilidade ambiental administrativa é
de:
a) 1 ano.
b) 2 anos.
c) 3 anos.
d) 4 anos.
e) 5 anos.
260/347
Questão 4
4. A multa simples pode ser convertida em:
261/347
Questão 5
5. As sanções restritivas de direito no caso de infração administrativa
ambiental são:
a) suspensão de registro, licença ou autorização; cancelamento de registro, licença ou
autorização; perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; perda dos direitos políticos;
proibição de contratar com a administração pública.
b) suspensão de registro, licença ou autorização; cancelamento de registro, licença ou
autorização; perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; perda ou suspensão da
participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; proibição de
contratar com a administração pública.
c) suspensão de registro, licença ou autorização; cancelamento de registro, licença ou
autorização; perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; perda ou suspensão da
participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; proibição de
contratar com empresas privadas.
d) suspensão de registro, licença ou autorização; cancelamento de registro, licença
ou autorização; perda ou restrição da CNH se a infração foi cometida na condução de
veículo automotor; perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito; proibição de contratar com a administração pública.
262/347
Questão 5
e) multa; perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; perda ou suspensão da
participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; proibição de
contratar com a administração pública.
263/347
Gabarito
1. Resposta: B. VII - embargo de obra ou atividade;
VIII - demolição de obra;
As sanções administrativas estão no art. 72
da Lei 9.605/98: IX - suspensão parcial ou total de
atividades;
I - advertência;
X – restritiva de direitos.
II - multa simples;
III - multa diária; 2. Resposta: C.
IV - apreensão dos animais,
Conforme art. 4º do Decreto 6.514/08:
produtos e subprodutos da fauna e flora,
instrumentos, petrechos, equipamentos ou O agente autuante, ao lavrar o auto de
veículos de qualquer natureza utilizados na infração, indicará as sanções estabelecidas
infração; neste Decreto, observando:
V - destruição ou inutilização do I - gravidade dos fatos, tendo em vista os
produto; motivos da infração e suas conseqüências
para a saúde pública e para o meio
VI - suspensão de venda e fabricação
ambiente;
do produto;
264/347
Gabarito
II - antecedentes do infrator, quanto ao 4. Resposta: C.
cumprimento da legislação de interesse
ambiental; A Conversão de multa simples se dá
conforme art. 72, § 4° da Lei 9.605/98:
III - situação econômica do infrator.
a multa simples pode ser convertida
em serviços de preservação, melhoria
3. Resposta: E.
e recuperação da qualidade do meio
Nos termos do art. 21 do Decreto ambiente.
6.514/08, prescreve em cinco anos a ação
da administração objetivando apurar 5. Resposta: B.
a prática de infrações contra o meio
Nos termos do art. 20 do Decreto 6.514/08,
ambiente, contada da data da prática do
as sanções restritivas de direito aplicáveis
ato, ou, no caso de infração permanente
às pessoas físicas ou jurídicas são:
ou continuada, do dia em que esta tiver
cessado. I - suspensão de registro, licença ou
autorização;
II - cancelamento de registro, licença ou
autorização;
265/347
III - perda ou restrição de incentivos e
benefícios fiscais;
IV - perda ou suspensão da participação
em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito;
V - proibição de contratar com a
administração pública;
266/347
Unidade 7
Zoneamento
Objetivos
267/347
Introdução de levantamento geológico e estudos
técnicos, para que se possa fundamentar
As principais disputas ambientais, em as decisões dos agentes quanto aos planos,
essência, dizem respeito aos conflitos de programas, projetos e atividades que,
usos concomitantes do espaço geográfico, direta ou indiretamente, utilizem recursos
seja o solo, o espaço aéreo ou as águas. naturais.
O zoneamento, nesse contexto, é uma
Nesse sentido, ao serem desenvolvidas
medida de ordem pública cujo objetivo
atividades, obras ou empreendimentos,
é arbitrar e definir os usos possíveis,
deve-se levar em conta as características
estabelecendo regras, definindo como e
ambientais de cada região, planejando e
quando serão admitidos determinados
ordenando o uso e a ocupação do solo e a
usos, procurando-se evitar a ocupação
utilização dos recursos naturais de modo
desordenada do solo urbano ou rural.
racional, proporcional e razoável.
Zoneamento é uma forma de intervenção
O mecanismo é de divisão do território,
do Estado no uso e ocupação dos espaços
de acordo com as necessidades de
geográficos e na economia, tendo em
proteção, conservação e recuperação
vista a utilização racional dos recursos
dos recursos naturais, para se viabilizar
ambientais. Tem como objetivo conhecer
o desenvolvimento sustentável, vale
as características ambientais e econômicas
dizer, o desenvolvimento econômico,
de cada área, de cada região, por meio
268/347 Unidade 7 • Zoneamento
a proteção ambiental e o desenvolvimento social. Por isso, na distribuição das atividades
econômicas, deve-se levar em consideração a importância e a função ecológica, as limitações
e as fragilidades dos ecossistemas e a equidade social, com o estabelecimento de vedações,
restrições ou alternativas de uso e exploração do território. Por isso, mesmo tratando-se de
medida drástica, em determinados casos, é possível a realocação de atividades incompatíveis
com as diretrizes gerais do zoneamento ou mesmo sua vedação.
Os critérios a serem utilizados são fixados pela Administração Pública, de forma unilateral ou
por meio de consulta pública dos interessados.
Em suma, o zoneamento busca uma gestão integrada das políticas territoriais, ambientais,
econômicas e sociais em um espaço determinado, vale dizer, objetiva o desenvolvimento
sustentável.
No Brasil, o conceito jurídico de zoneamento vai além do urbanístico, podendo ser utilizado
em diversas situações, como no caso do zoneamento agrícola. É um instrumento da política
nacional do meio ambiente (art. 9º, II, da Lei 6.938/81).
Com a nova ordem constitucional de 1988, os municípios passaram a ter um papel de destaque
na federação, pois foi-lhes atribuído status de ente político, gozando de autonomia política,
tributária, legislativa, administrativa, fiscal, financeira. No que concerne ao zoneamento,
passou a ter tarefa das mais importantes, tendo em vista que a utilização do solo é, em regra
geral, de interesse local.
Inclusive na área rural, a atividade municipal é importante, pois são os planos diretores que irão
determinar as áreas voltadas para a agricultura, delimitando a utilização do solo municipal.
É da competência dos Municípios, promover, no que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
urbano (art. 30, VIII, da Constituição Federal).
294/347
Referências
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17ª ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: Malheiros, 2009.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito ambiental: introdução, fundamentos e teoria geral. Tiago
Fensterseifer. São Paulo: Saraiva, 2014.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito constitucional ambiental. Constituição, direitos fundamentais e
proteção do ambiente. Tiago Fensterseifer. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 10ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental. 4ª ed. Salvador: Juspodium, 2014.
296/347
Questão 1
1. Em relação ao zoneamento, assinale a alternativa correta.
297/347
Questão 2
2. Em relação ao plano diretor, assinale a alternativa correta.
a) O plano diretor somente é exigível para as cidades com mais de 20.000 habitantes.
b) As cidades com menos de 20.000 habitantes não podem instituir o plano diretor.
c) As cidades integrantes de áreas de especial interesse turístico devem obrigatoriamente
instituir o plano diretor.
d) O Municípios incluídos no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à
ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos
ou hidrológicos correlatos, podem instituir o plano diretor.
e) É obrigatório para as cidades com mais de 30.000 habitantes.
298/347
Questão 3
3. São categorias de zoneamento:
299/347
Questão 4
4. O processo de elaboração e implementação do ZEE:
301/347
Questão 5
5. Em relação ao direito adquirido de pré-ocupação e relocalização, assi-
nale a alternativa correta.
302/347
Gabarito
1. Resposta: B. 2. Resposta: C.
303/347
correlatos).. c) zonas de uso diversificado.
3. Resposta: E. 4. Resposta: B.
304/347
conhecimento científico multidisciplinar.
5. Resposta: E.
305/347
Unidade 8
Responsabilidades Ambientais
Objetivos
306/347
Introdução
As sanções penais ambientais relativas à pessoa física podem ser: a) privativa de liberdade; b)
multa; c) restritiva de direitos.
a) privativa de liberdade
São aplicadas dentro dos limites cominados nos respectivos tipos penais dos arts. 29 ao 69-A
da Lei 9.605/98.
As penas privativas de liberdade podem ser de detenção ou reclusão.
b) multa
O valor da multa é calculado conforme regras do Código Penal (art. 17 da Lei 9.605/98 e 49,
caput, e §1º, do Código Penal).
Nos termos do art. 18 da Lei 9.605/98, a multa será calculada segundo os critérios do Código
325/347 Unidade 8 • Responsabilidades Ambientais
Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até
três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.
c) restritivas de direito
Dispõe o art. 7º da Lei 9.605/98 que as penas restritivas de direitos são autônomas e
substituem as privativas de liberdade quando:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro
anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado,
bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente
para efeitos de reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma
duração da pena privativa de liberdade substituída.
A Lei 9.605/98, ao contrário do Código Penal, não exige para a substituição das penas que o
acusado não seja reincidente em crime doloso ou que o crime seja cometido sem violência ou
grave ameaça.
Conforme art. 8º da Lei 9.605/98, as penas restritivas de direito são:
326/347 Unidade 8 • Responsabilidades Ambientais
I - prestação de serviços à comunidade; condenado contratar com o Poder Público,
II - interdição temporária de direitos; de receber incentivos fiscais ou quaisquer
outros benefícios, bem como de participar
III - suspensão parcial ou total de de licitações, pelo prazo de cinco anos, no
atividades; caso de crimes dolosos, e de três anos, no
IV - prestação pecuniária; de crimes culposos.
V - recolhimento domiciliar. A suspensão de atividades será aplicada
quando estas não estiverem obedecendo
O art. 9º da Lei 9.605/98 dispõe que a
às prescrições legais (art. 11 da Lei
prestação de serviços à comunidade
9.605/98).
consiste na atribuição ao condenado de
tarefas gratuitas junto a parques e jardins A prestação pecuniária consiste no
públicos e unidades de conservação, e, no pagamento em dinheiro à vítima ou à
caso de dano da coisa particular, pública ou entidade pública ou privada com fim
tombada, na restauração desta, se possível. social, de importância, fixada pelo juiz,
não inferior a um salário mínimo nem
Por seu turno, o art. 10 da Lei 9.605/98
superior a trezentos e sessenta salários
prescreve que as penas de interdição
mínimos. O valor pago será deduzido do
temporária de direito são a proibição de o
montante de eventual reparação civil a
327/347 Unidade 8 • Responsabilidades Ambientais
que for condenado o infrator (art. 12 da Lei a possibilidade de se responsabilizar
9.605/98). criminalmente a pessoa jurídica.
O recolhimento domiciliar baseia-se na Em 1988, a Constituição Federal trouxe
autodisciplina e senso de responsabilidade expressamente a possibilidade de
do condenado, que deverá, sem vigilância, responsabilização penal das pessoas
trabalhar, frequentar curso ou exercer jurídicas nos crimes ambientais no art.
atividade autorizada, permanecendo 225, §3º. No mesmo sentido, o art. 3º
recolhido nos dias e horários de folga em da Lei 9.605/98. Pese embora precisões
residência ou em qualquer local destinado constitucionais e legais expressas, muitos
a sua moradia habitual, conforme ainda sustentam a impossibilidade dessa
estabelecido na sentença condenatória responsabilização.
(art. 13 da Lei 9.605/98). No que tange aos dispositivos legais
atinentes à matéria, as pessoas jurídicas
2.2. Responsabilidade penal da serão responsabilizadas penalmente, nos
pessoa jurídica casos em que a infração seja cometida
por decisão de seu representante legal ou
Por muito tempo, houve na doutrina e
contratual, ou de seu órgão colegiado, no
na jurisprudência, muita polêmica sobre
interesse ou benefício da sua entidade (art.
328/347 Unidade 8 • Responsabilidades Ambientais
3º, caput, da Lei 9.605/98).
A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou
partícipes do mesmo fato (art. 3º, parágrafo único, da Lei 9.605/98).
Link
Crimes Ambientais Corporativos no Brasil. http://www.greenpeace.org.br/toxicos/
pdf/corporate_crimes_port.pdf. Acesso em 26 JUL. 2015.
336/305
Considerações Finais
337/347
Referências
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17ª ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: Malheiros, 2009.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito ambiental: introdução, fundamentos e teoria geral. Tiago
Fensterseifer. São Paulo: Saraiva, 2014.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito constitucional ambiental. Constituição, direitos fundamentais e
proteção do ambiente. Tiago Fensterseifer. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 10ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental. 4ª ed. Salvador: Juspodium, 2014.
339/347
Questão 1
1. Quanto à reponsabilidade civil ambiental, assinale a alternativa correta.
a) É subjetiva.
b) São requisitos: conduta/fato; nexo de causalidade entre a conduta/fato e dano; dano.
c) É necessária a prova de negligência, imprudência ou imperícia.
d) Vigora sempre a teoria do risco criado.
e) Na Teoria do Risco integral, admitem-se excludentes.
340/347
Questão 2
2. No que concerne à reparação do dano ambiental, assinale a alternativa
correta.
a) A reparação é sempre in natura.
b) A reparação será sempre na forma de indenização.
c) A reparação poder ser in natura ou na forma de indenização, em qualquer ordem.
d) A reparação poder ser in natura ou na forma de indenização, nesta ordem.
e) Nunca poderá haver a cumulação da reparação in natura e indenização.
341/347
Questão 3
3. No que tange à prescrição da reparação pelo dano ambiental, assinale
a alternativa correta.
342/347
Questão 4
4. As penas restritivas de direito da pessoa física são:
a) execução de obras de recuperação de áreas degradadas; interdição temporária de direitos;
suspensão parcial ou total de atividades; prestação pecuniária; recolhimento domiciliar.
b) prestação de serviços à comunidade; manutenção de espaços públicos; suspensão parcial
ou total de atividades; prestação pecuniária; recolhimento domiciliar.
c) prestação de serviços à comunidade; interdição temporária de direitos; proibição de
contratar com o poder público; prestação pecuniária; recolhimento domiciliar.
d) prestação de serviços à comunidade; interdição temporária de direitos; suspensão parcial
ou total de atividades; prestação pecuniária; custeio de programas e projetos ambientais.
e) prestação de serviços à comunidade; interdição temporária de direitos; suspensão parcial
ou total de atividades; prestação pecuniária; recolhimento domiciliar.
343/347
Questão 5
5. Em relação à responsabilidade penal ambiental, assinale a alternativa
correta.
a) as penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade.
b) Não é possível a liquidação forçada da pessoa jurídica.
c) Não é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica.
d) Os crimes são imprescritíveis.
e) A pena restritiva de direitos não permite a prestação pecuniária.
344/347
Gabarito
1. Resposta: B. 3. Resposta: E.
345/347
Gabarito
forma mais benéfica e eficaz bem jurídico 5. Resposta: A.
de titularidade coletiva, indisponível,
fundamental, que antecede todos os Conforme art. 7º da Lei 9.605/98, as penas
demais direitos (pois sem ele não há vida), restritivas de direitos são autônomas e
o último deve prevalecer. substituem as privativas de liberdade
4. Resposta: E.
Conforme art. 8º da Lei 9.605/98, as penas
restritivas de direito são:
I - prestação de serviços à comunidade;
II - interdição temporária de direitos;
III - suspensão parcial ou total de
atividades;
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar.
346/347