Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bons estudos!
Att
Profª Ms Maria Nadurce da Silva
Coordenadora do Curso de Pedagogia UAB/Unimontes
Liliane Campos Machado
2011
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
Ministro da Educação Chefe do Departamento de Ciências Biológicas
Fernando Haddad Guilherme Victor Nippes Pereira
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes Coordenadora do Curso a Distância de Artes Visuais
João dos Reis Canela Maria Elvira Curty Romero Christoff
Diretora do Centro de Ciências Biológicas da Saúde - CCBS Coordenadora do Curso a Distância de Letras/Português
Maria das Mercês Borem Correa Machado Ana Cristina Santos Peixoto
Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA Coordenadora do Curso a Distância de Pedagogia
Paulo Cesar Mendes Barbosa Maria Narduce da Silva
UNIDADE 1
Gestão da educação: aproximação as origens e fundamentos da gestão e dos processos
formativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
UNIDADE 2
Os profissionais da educação e os processos formativos: como são formados? Quem e
como irão formar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
2.3 A formação dos profissionais da educação à luz da legislação vigente (LDB e DCN)21
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
UNIDADE 3
Organização do trabalho pedagógico e a responsabilidade pela formação para a
cidadania . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
UNIDADE 4
A sala de aula como processo de gestão formativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Atividades de Aprendizagem – AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Anexo I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
Apresentação
Mire veja: o mais importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não es-
tão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mu-
dando. Afinam, desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso me
alegra, montão.
(Guimarães Rosa)
Ementa:
Gestão e organização do trabalho pedagógico escolar na Educação Básica.
Objetivos Específicos
• Formar profissionais especialistas da educação por meio do desenvolvimento de conheci-
mentos, métodos, atitudes e valores pertinentes à atividade da docência;
• Contribuir para a implementação democrática, participativa e socialmente responsável de
programas e projetos educacionais, bem como identificar na gestão democrática ferramen-
tas que possibilitem o desenvolvimento de estratégias, controle e organização da Educação
Básica;
9
UAB/Unimontes - 6º Período
10
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
UNIDADE 1
Gestão da educação:
aproximação as origens e
fundamentos da gestão e dos
processos formativos
Nessa unidade conversaremos sobre a gestão da educação procuramos trabalhar alguns
conceitos/definições que nos auxiliarão a compreender o processo de gestão da educação bem
como os processos formativos.
Vejamos a seguir alguns conceitos.
11
UAB/Unimontes - 6º Período
O termo gestão vem do latim (gestione) significa ato de gerir, gerência, administração (FER-
REIRA, 1999, p. 985). Podemos então entender que a gestão está relacionada à atuação que objeti-
va promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e huma-
nas necessárias para garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de
ensino, órgãos do Sistema de Ensino além de orientar para a promoção efetiva da aprendizagem
pelos alunos bem como a promoção da Educação como um todo (MENEZES, 2002).
Libâneo concebe a gestão como sendo
12
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação no Escolar (também denominado Plano Para Refletir
Nacional (Lei nº. 9.394/96), ao abordar a forma Político Pedagógico de Gestão Escolar, ou Pense na sua condição
de organização da unidade escolar, toca na Projeto Pedagógico), no Regimento. Es- de aluno na educação
questão da autonomia ao explicitar, no art. 12, cola e no Plano de Desenvolvimento da básica (ou como era
II, que os estabelecimentos de ensino terão a Escola (PDE). definido na legislação
incumbência de administrar seu pessoal e seus Não discutiremos a gestão financeira por- anterior 1º e 2º graus)
e tente rememorar se
recursos materiais e financeiros. Assim com o que essa já foi abordada no material de Gestão no contexto da sua for-
objetivo de melhor compreender o contexto do 5º período. mação você consegue
da gestão escolar, alguns autores da área já ci- Após apresentar as três áreas em que a ges- identificar momentos
tados anteriormente geralmente a classificam tão está classificada, e por ser o nosso foco nesse em que você tenha
em três áreas. No entanto, é bom que fique material os processos formativos, sentimos a ne- vivenciado os três ou
algum dos tipos de
claro que apesar dessa classificação elas só cessidade de fazermos uma breve discussão so- gestão.
funcionam se interligadas. São elas: bre a gestão de currículo, mas é preciso que fique
• Gestão Pedagógica: essa cuida de gerir claro para você, acadêmico, que esse tópico é um
a área educativa, da educação escolar no desdobramento da gestão pedagógica.
que se refere aos objetivos gerais e espe- Então vamos lá, o que é gestão de currículo?
cíficos para o ensino; as linhas de atuação, O conceito de gestão curricular, ou o de fle-
em função dos objetivos e do perfil da xibilização, traz em si a ideia de que o currículo
comunidade e dos alunos; as metas a se- prescrito a nível nacional (PCN) tem mais proba-
rem atingidas. Ela ainda preocupa-se com bilidades de se adequar às especificidades de
Glossário
os conteúdos curriculares; acompanha e situações diversas vivenciadas pela população
avalia o rendimento das propostas peda- escolar se nele (no currículo) intervierem os ato- Currículo prescrito:
é um conjunto de
gógicas, dos objetivos e o cumprimento res educativos locais (professores, especialistas, decisões normativas
de metas; avalia o desempenho dos alu- gestores, alunos e família). No entanto, a flexibili- que são produzidas nos
nos, do corpo docente e da equipe esco- zação do currículo enquanto conceito não é, por gabinetes das secreta-
lar como um todo. Suas especificidades vezes, completamente clara, tanto no que ela sig- rias federais, estaduais
devem estar enunciadas no Regimento nifica como no que implica. e municipais de edu-
cação. Ou seja, é tudo
Escolar e no Projeto Pedagógico (também Concordamos com Roldão (2000) quando aquilo que é imposto
denominado Proposta Pedagógica) da es- ela afirma que Flexibilizar o currículo signi- pelo sistema de ensino,
cola e como parte integrante desse temos fica “deslocar e diversificar os centros de de- como as LDB, PCN,
o Plano Curricular. Tem-se uma expectati- cisão curricular, e por isso viabilizar níveis de Proposta pedagógicas.
va que o Diretor seja o grande articulador gestão que até aqui tinham pouca relevância (SACRISTAN, 2000)
Currículos discipli-
da Gestão Pedagógica e o primeiro res- neste campo” (Roldão, M. do Céu, 2000: 86). nares: busca garantir
ponsável pelo seu sucesso sempre auxi- Em síntese flexibilizar o currículo significa, a especificidade do
liado nessa tarefa pela Equipe Pedagógi- compreender o currículo prescrito a nível na- conhecimento, a partir
ca (Supervisor, Orientador). cional como uma proposta que tem de ganhar de cada disciplina, com
• Gestão de Recursos Humanos: essa se sentido nos processos de ação e de interação o cuidado em trabalhá-
-lo em suas múltiplas
encarrega de cuidar dos alunos, equipe que ocorrem nas escolas. Ou seja, precisamos determinações e
escolar, comunidade, constitui a parte ter clareza e reconhecermos que cabe às esco- relações que são histó-
mais sensível de toda a gestão, pois lidar las e aos professores tomarem as decisões, po- ricas, sociais, culturais
com pessoas, mantê-las trabalhando sa- dendo, assim, conceber e desenvolver um currí- e políticas. O currículo
tisfeitas, rendendo o máximo em suas culo rigoroso (por que não?). O reconhecimento disciplinar naturaliza os
interesses sociais mais
atividades, contornar problemas e ques- das escolas e dos professores como os sujeitos amplos os quais deter-
tões de relacionamento humano fazem responsáveis pelas decisões tem como inten- minam as relações que
da gestão de recursos humanos a grande ção conceber e desenvolver um currículo mais conferem estabilidade
responsável pelo fracasso ou sucesso - de rigoroso (no sentido de ter rigor, mesmo sendo ao sistema. Assim, não
todos os processos da escola. Ela tem que construído na e a partir da realidade aonde irá se questiona a seleção
de certos conteúdos
se preocupar e manter a consecução na se inserir), mais reflexivo e relacional. a despeito de outros
escola de direitos, deveres, atribuições - Diante do que já expusemos podemos nem a hierarquia das
de professores, corpo técnico, pessoal ad- afirmar que a gestão de currículo pressu- disciplinas, a hierar-
ministrativo, alunos, pais e comunidades, põe a administração, a tomada de decisão, quia das disciplinas
e tudo isso deve estar previstos no Regi- a organização do conhecimento escolar, das são determinadas por
princípios de poder
mento Escolar. habilidades, das atitudes e dos valores que e controle construí-
• Gestão Administrativa: essa cuida da orientam a prática pedagógica de todos os dos socialmente, os
parte física (o prédio e os equipamentos sujeitos envolvidos no processo educati- quais naturalizam e
materiais que a escola possui) e da parte vo. Essa objetiva estabelecer relações mais garantem uma certa
institucional (a legislação escolar, direitos amplas com o conhecimento escolar para estabilidade ao sistema
escolar.
e deveres, atividades de secretaria). Suas superar a rigidez e hierarquização dos currí- (LOPES e MACEDO,
especificidades estão enunciadas no Pla- culos disciplinares. 2002)
13
UAB/Unimontes - 6º Período
Figura 1: Fluxo do ►
Sistema de Educação à
Gestão do Currículo
Fonte: a autora (2011)
Em relação à gestão de currículo po- pedagógicos, de tal forma que possa tornar
demos concluir que é um espaço onde válidas e úteis as sugestões e as críticas so-
se pode disponibilizar as informações e o bre o trabalho dos professores e funcioná-
apoio às necessidades dos professores no rios (LÜCK, et al., 2000).
planejamento curricular, nas inovações e Como você já pode observar nesse mate-
no desenvolvimento. Mais ainda, onde se rial, o nosso foco volta-se mais para a gestão
trabalha para garantir o bom ajuste entre de recursos humanos e para a gestão pedagó-
os objetivos curriculares e os testes de re- gica, porque essas duas são essenciais para a
alizações. Onde se busca aumentar o co- gestão como processo formativo.
nhecimento e o da equipe sobre métodos
14
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
Precisamos entender os processos formativos como algo que se desenvolve na vida familiar,
na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos so-
ciais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais, como dispõe o artigo 1º da
Lei nº 9.394, de 20.dez.96, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), disciplinadora
da educação escolar.
A educação, de acordo com a Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional [LDB
1996], abrange processos formativos desenvolvidos na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da so-
ciedade civil e nas manifestações culturais. Por se tratar de um processo de aquisição e aprimo-
ramento contínuo da soma de conhecimentos que foram adquiridos de forma cumulativa pela
humanidade, a educação deve formar pessoas com autonomia de pensamento, capacidade de
reflexão, construção de críticas e interação com indivíduos que apresentam outros valores, com-
portamentos e culturas distintas, ou seja, na construção de cidadãos que possam contribuir para
o desenvolvimento da sociedade.
Como a educação deve formar pessoas, e essa educação no contexto escolar se consolida
nas 03 (três) áreas da gestão podemos dizer a gestão pedagógica e de recursos humanos são
as responsáveis pelos processos formativos, seja de alunos, professores, funcionários, gestores,
equipe pedagógica e comunidade.
Portanto, optar por uma gestão colegiada e participativa irá criar laços de responsabilização
entre todos os envolvidos quer sejam professores, alunos, familiares, funcionários, uma vez que
uma gestão centralizadora não é favorável a uma formação para a autonomia e para a cidadania.
Assim concordando com Bolzan (2010, p. 5) quando ela afirma que existe uma necessária re-
lação de interdependência nos processos formativos, entendida como um movimento de cons-
trução compartilhada de conhecimento, no qual o intercâmbio de ideias e concepções são as ba-
ses desse processo. O contrato didático estabelecido entre ensinantes e aprendentes pressupõe
trocas e apoio para os avanços de cada sujeito no processo de conhecer.
Bem, agora que já fizemos um passeio pelos conceitos e definições básicas para a discussão
da Gestão como Processo Formativo na Educação Básica conversaremos a seguir na Unidade II
sobre os profissionais da educação e o seu processo formativo.
Referências
BOLZAN Dóris Pires Vargas. Processos Formativos e Docência: tecendo redes de formação na
educação superior. ANAIS DO XV ENDIPE – ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE
ENSINO: Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente: políticas e prá-
ticas educacionais, Belo Horizonte, 2010.
15
UAB/Unimontes - 6º Período
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 9. ed.. Rio de Janeiro; Paz e Terra. 1983
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI: o minidicionário da língua por-
tuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001
LIBÂNEO, José Carlos. O sistema de organização e de gestão da escola: teoria e prática. Goiâ-
nia: Alternativa, 2001.
LUCK, H.(et al) A escola participativa: o trabalho do gestor escolar: 4.ed. Rio de Janeiro: DP&A,
2000.
GESTÃO Escolar: introdução. Conteúdo Escola – o Portal do Educador. 21 de julho de 2004. Dis-
ponível em http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/42/45/. Acesso em 02/01/2011
GIMENO SACRISTÁN, J O currículo:uma reflexão sobre a prática 3.ed. Porto Alegre: Artemed,
2000.
MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos.”Gestão escolar” (verbete). Dicioná-
rio Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix, 2002. Disponível em:
<http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=37>. Acesso em 14/3/2011.
16
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
UNIDADE 2
Os profissionais da educação e
os processos formativos: como
são formados? Quem e como irão GLOSSÁRIO
Método Mútuo: é con-
17
UAB/Unimontes - 6º Período
DICA ensaios, como a de São Paulo que se fundou, com um só professor, em 1846, de-
sapareceu em 1867, para ressurgir novamente em 77 e restabelecer-se afinal em
Ilustra isso a posição de 1880, e só então com um curso mais completo. (AZEVEDO,1996, p. 570)
Couto Ferraz que con-
siderava as escolas nor-
mais muito onerosas, Segundo os historiadores da educação márias, sendo assim elas priorizavam uma for-
ineficientes qualitativa- esse caminho de criação das escolas normais mação específica, o que se pressupunha que
mente e insignificantes foi seguido pela maioria das províncias, ainda os professores deveriam ter o domínio daque-
quantitativamente, no século XIX, na seguinte ordem: Bahia, 1936; les conteúdos que lhes caberiam transmitir às
pois muito pequeno
Mato Grosso, 1842; São Paulo, 1846; Piauí, crianças excluindo-se, ou pelo menos secun-
era o número de alunos
formados. Por isso 1864; Rio Grande do Sul, 1869; Paraná e Sergi- darizando, o preparo didático-pedagógico sob
Couto Ferraz, quando pe, 1870; Espírito Santo e Rio Grande do Norte, forma intencional e sistemática.
presidente da provín- 1873; Paraíba, 1879; Rio de Janeiro (DF) e Santa Esse modelo de escola normal, embora
cia do Rio de Janeiro, Catarina, 1880; Goiás, 1884; Ceará, 1885; Mara- adotado em 1835, só adquiriu alguma estabi-
fechou a Escola Normal
nhão, 1890. Essas escolas, entretanto, tiveram lidade após 1870. Algumas escolas adotavam
de Niterói em 1949,
substituindo-a pelos existência intermitente sendo fechadas e rea- o modelo de Internatos. E, em 1890, o Estado
professores adjuntos, bertas periodicamente. de São Paulo fixa uma reforma para a “instru-
regime que adotou no O objetivo dessas escolas era a prepara- ção” pública no estado (SÃO PAULO, DECRETO,
Regulamento de 1854, ção de professores para atuar nas escolas pri- 1890). Para os reformadores:
ao exercer o cargo de
ministro do Império. Os
adjuntos atuariam nas a) A instrução pública bem dirigida é o mais forte e eficaz elemento do progresso;
escolas como ajudantes b) De todos os fatores da instrução popular, o mais vital, poderoso e indispensá-
do regente de classe, vel é a instrução primária, largamente difundida e convenientemente ensinada;
aperfeiçoando-se nas c) Sem professores bem preparados, praticamente instruídos nos modernos pro-
matérias e práticas do cessos pedagógicos e com cabedal científico adequado às necessidades da vida
ensino. Por esse meio atual, o ensino não pode ser regenerador e eficaz. (REIS FILHO apud SAVIANI,
seriam preparados 2004, p. 24)
os novos professores,
dispensando-se a Vale aqui registrar a preocupação dos cacional pelo Decreto 3.810 de 19 de março
instalação de escolas
reformadores ainda no século XIX com a de 1932. A partir desse Decreto, Anísio Tei-
normais. Mas esse
caminho não prospe- questão da qualidade para a formação dos xeira propôs transformar as escolas normais
rou. Os cursos normais professores, tendo em vista a formação dos em Escola de Professores, cujo currículo in-
continuaram a ser educandos. cluía, já no primeiro ano, as seguintes disci-
instalados e a pioneira Essa reforma da escola normal da capi- plinas:
escola de Niterói foi
tal paulista se estendeu para as principais • Biologia educacional;
reaberta em 1859.
cidades do interior do estado e se tornou • Sociologia educacional;
referência para outros estados do país que • Psicologia educacional;
enviavam seus educadores para observar • História da educação;
GLOSSÁRIO
e estagiar em São Paulo ou recebiam “mis-
Modelo pedagógico- sões” de professores paulistas. Dessa forma, Introdução ao ensino, contemplando três
-didático: este modelo o padrão da escola normal centrado no mo- aspectos:
considera que a forma-
ção propriamente dita delo pedagógico-didático de formação do- a. princípios e técnicas;
dos professores só se cente tendeu a se firmar e se expandir por b. matérias de ensino abrangendo cálcu-
completa com o efetivo todo o país. lo, leitura e linguagem, literatura infan-
preparo pedagógico- Passamos ao período republicano e til, estudos sociais e ciências naturais;
-didático. Considera- ainda eram mantidas as escolas normais. c. prática de ensino, realizada mediante a
-se que a formação
pedagógico-didática No início da década de 1930 começa- observação, a experimentação e a par-
virá em decorrência do ram as discussões em torno da criação dos ticipação.
domínio dos conteú- Institutos de Educação. Esses foram pensa-
dos do conhecimento dos como espaços de cultivo da educação Essa escola ainda contava com uma estru-
logicamente organiza- encarada não apenas como objeto do ensi- tura de apoio que envolvia:
do, sendo adquirida na
própria prática docente no, mas também da pesquisa. Nesse âmbito, a. Jardim de Infância, Escola Primária e
ou mediante mecanis- as duas principais iniciativas foram o Insti- Escola Secundária, que funcionavam
mos do tipo “treina- tuto de Educação do Distrito Federal conce- como campo de experimentação, de-
mento em serviço” bido, estruturado e implantado por Anísio monstração e prática de ensino;
(SAVIANI, 2006, p.2) Teixeira, em 1932, e dirigido por Lourenço b. Instituto de Pesquisas Educacionais;
Filho; e o Instituto de Educação de São Pau- c. Biblioteca Central de Educação;
lo implantado, em 1933, por Fernando de d. Bibliotecas escolares;
Azevedo. Ambos sob a inspiração do ideário e. Filmoteca;
da Escola Nova. f. Museus Escolares;
Em 1932 foi proposta uma reforma edu- g. Radiodifusão.
18
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
19
UAB/Unimontes - 6º Período
GLOSSÁRIO O Ministério da Educação, com o objetivo de atender as demandas sociais e de órgãos sin-
CNTE: Confederação dical e atento aos problemas das escolas, construiu em conjunto com funcionários e sindicatos
Nacional dos Trabalha- filiados a CNTE uma proposta de trabalho para oferecer formação aos funcionários das escolas.
dores em Educação
A proposta é em um primeiro momento oferecer aos próprios funcionários em exercício nas
escolas públicas, e, depois, a toda a demanda social – cursos de profissionalização em nível médio.
Essa tarefa, à semelhança da formação dos professores, pela legislação atual se limitada ao
ensino médio profissional, compete aos Estados e ao Distrito Federal, embora possa ser também
assumida pela rede de educação profissional da União.
Esse programa de formação oferecido pelo MEC recebe o nome de “Profuncionário”. E pro-
DICA põe oferecer o projeto pedagógico e os materiais de ensino para que um maior número possível
Conheça a adesão ao de funcionários, com escolaridade mínima de ensino fundamental, possa, ao fim de no mínimo
Profuncionário através quinze meses, se habilitar profissionalmente.
do Módulo PAR – no São cursos com duração de 1.100 a 1.400 horas, semipresenciais, com certificação dada por
SITE MEC
escolas federais, estaduais ou municipais de nível médio. Seus diplomas, como técnicos, depen-
derão, entretanto, da conclusão concomitante ou posterior, à conclusão do ensino médio (em
cursos ou exames).
Para o Ministério da Educação, embora os cursos sejam formatados e dirigidos para os fun-
cionários em exercício em escolas ou órgãos dos sistemas de ensino federal, estaduais e muni-
cipais, com o ensino fundamental completo, poder-se-á admitir a inscrição de adolescentes e
20
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
jovens destinados a acessar essas carreiras, principalmente em processos articulados com con-
cursos públicos.
Agora que contextualizamos historicamente a formação dos profissionais da educação não
podemos deixar de lembrar a você que tudo isso que você está estudando do contexto histórico
e legal é para que seja parte integrante da discussão sobre a gestão dos processos formativos.
21
UAB/Unimontes - 6º Período
Quando se discute a formação docente em todos os níveis de ensino, não se deve dei-
xar de questionar o que significa ser professor em tempos marcados pela transitoriedade dos
discursos e pela desconstrução de uma imagem social de escola, sobretudo, a partir do momen-
to em que se deslegitima a educação como um direito sócio-cultural. Não podemos esquecer
que no contexto de competição, a escola passa a ser uma alavanca para entrar numa economia
do conhecimento competitiva e dinâmica, tornando o magistério uma profissão que requer
maior controle técnico.
De acordo com Gatti (2000, p. 1),
Embora em nosso país já exista Fundo para o Desenvolvimento da Educação Básica – FUN-
DEB (Lei 11.194 de 20/06/2007), Lei de Piso Salarial Nacional (Lei 11.738 de 16/07/2008) para os
professores, e observando ainda, que as Diretrizes apontam como desafio tornar a formação de
professores uma formação de alto nível, quando busca proporcionar “atendimento as demandas
de um exercício profissional específico que não seja uma formação apenas acadêmica, devendo
DICAS possuir mais que conhecimentos sobre seu trabalho” (DCN, 2001, p. 28), ou seja, deve dominar
- FUNDEB competências.
acesse: www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_
ato2007.../L11494.htm
22
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
A formação continuada pode ser enten- bilitar não só o contato com a realidade esco-
dida também como um processo de aprendi- lar e a aquisição de habilidades, mas a reflexão
zagem e de reflexão, ela é importante para se sobre as práticas desenvolvidas, em articula-
construir e manter uma educação de qualidade. ção com as concepções teóricas, discutidas
Considerando as transformações constan- nos cursos de formação de professores.
tes da sociedade contemporânea, a formação Considerando a escola como um espa-
continuada adquiriu maior importância, uma ço educativo e na medida em que desenvol-
vez que a escola e os seus profissionais não ve uma gestão democrática e participativa,
podem ficar aquém a essas transformações. compromissada com um processo educativo
A formação continuada pode ser vivi- volta-se para a emancipação do ser humano.
da através de cursos de atualização ou de Não podemos desconsiderar a importância da
capacitação, estes são importantes para a participação de toda a comunidade escolar no
formação do professor, embora o docente planejamento das atividades, a relação com a
e a escola não possam restringir a formação comunidade externa, na construção do proje-
continuada a tais cursos ou à participação em to pedagógico da escola, oportunizando um
eventos da área, porque precisamos enten- constante aprendizado e o compromisso com
der que essa formação significa um processo o trabalho como um todo, indo além da do-
contínuo, onde os profissionais da educação cência em sala de aula e participando da cons-
devem encontrar-se em formação no e fora trução de um espaço que propicia a reflexão, a
do seu espaço de trabalho, e isso é parte investigação e a construção de uma escola de-
inerente das práticas escolares, propiciando mocrática, assim reafirmando a lógica de uma
ações reflexivas e críticas. gestão participativa, tão necessária à gestão
Não podemos compreender a formação dos processos formativos.
continuada desvinculada da formação inicial, tan- Na escola, é recomendável que o proces-
to no que se refere à formação para a docência so de formação continuada seja desenvolvido
como para a gestão. E em ambas o docente pre- envolvendo todos os profissionais, inseridos
cisa da atitude reflexiva para se formar. no mesmo contexto escolar, possibilitando a
Assim sendo, a prática desenvolvida no execução na prática do que foi refletido e es-
decorrer do processo de formação deve possi- tudado teoricamente.
A reflexão crítica sobre a prática docente, tão importante para a escola, leva os
professores a se envolverem num processo de aperfeiçoamento coletivo para
uma atuação docente também coletiva, capaz de contribuir com o desenvol-
vimento e a transformação da escola e da sociedade. A reflexão que se dá no
processo de formação continuada dos profissionais da educação promove
o desenvolvimento de conhecimentos que se integram no contexto escolar,
oportunizando a construção de novos saberes e competências essenciais para
o desenvolvimento da prática docente. Em virtude das conexões estabelecidas
entre formação e atuação profissional,apresenta-se a necessidade de elevar o
nível e a sintonia entre educação,trabalho e cidadania em um processo de for-
mação que se estende por toda a vida, ou seja, de educação continuada capaz
de viabilizar a construção coletiva e progressiva de uma sociedade mais huma-
na, mais justa e igualitária, ou seja, mais democrática, mais inclusiva e mais éti-
ca. (GISI E EYNG, 2006 p. 42-43)
Para Nóvoa (1995, p. 28), o “desenvolvimento profissional dos professores tem de estar arti-
culado com as escolas e seus projetos”. Entendemos com isso que a formação continuada, con-
cebida como protagonista das transformações nesse espaço educativo, precisa interagir cons-
tantemente com as mudanças dos processos pedagógicos em que o projeto da escola precisa
expressar as necessidades do contexto no qual está inserido.
Em suma a formação continuada deve ter em vista:
• Promover a atualização e aperfeiçoamento da atividade profissional;
• A investigação aplicada e a divulgação da inovação educacional;
• Adquirir novas competências, como a especialização nos diferentes domínios que o sistema
educativo prevê;
• Desenvolver a autoaprendizagem.
Finalizando esse tópico de discussão percebemos que a formação continuada no interior
das instituições ainda é uma conquista para alternativas cada vez mais qualificadas do trabalho
do professor. A constituição desses espaços demonstra a complexidade desse processo e a im-
portância que tem no crescimento profissional dos professores em que as políticas de formação
continuada devem cada vez mais incentivar e qualificar essas experiências.
23
UAB/Unimontes - 6º Período
Referências
AZEVEDO, J. M. L. A educação como política pública. 2. ed. Campinas: Autores Associados,
1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CP/CNE 02/2002b. Institui a duração e a carga ho-
rária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação
Básica em nível superior. Brasília. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>.
BRASIL. Lei n. 5.692/71, de 11 de agosto de 1971. Brasília, Diário Oficial de 12/08/1971. 1971
GISI, Maria Lourdes ; EYNG ,Ana Maria. Formação Inicial e Continuada de Professores: diretrizes,
políticas e práticas. Revista CONTEXTO e EDUCAÇÃO. Editora Unijuí, Ano 21 nº 75 Jan./Jun.
2006. P.29-44
MONARCHA, Carlos. Escola normal da praça: o lado noturno das luzes. Campinas: Editora da
UNICAMP. 1999.
NÓVOA, Antonio et al. Os professores e a sua formação. 2. ed. Lisboa: Dom Quixote, 1995.
p.158.
SÃO PAULO (1890), “Decreto n. 27, de 12/03/1890”. In: Coleção das Leis e Decretos do Estado de
São Paulo. São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, Tomo I – 1889-1891.
SAVIANI, Dermeval. O Legado Educacional do Século XX no Brasil. São Paulo: Autores Associa-
dos Ltda., 2004.
SAVIANI, Dermeval. et al. O legado educacional do Século XIX. Campinas, SP: Autores Associa-
dos, 2006. (Coleção Educação Contemporânea).
TANURI, Leonor Maria (2000), “História da formação de professores”. Revista Brasileira de Educa-
ção, n. 14, mai/jun/jul/ago de 2000 (Número Especial – 500 anos de educação escolar), p. 61-88.
24
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
UNIDADE 3
Organização do trabalho
pedagógico e a responsabilidade
pela formação para a cidadania
Nessa unidade nos propomos a conversar com você sobre os perfis profissionais, papéis e
atribuições dos diversos segmentos que compõem a unidade escolar, bem como o compromisso
do coletivo da escola com a formação para a cidadania.
de prática. De acordo com Miguel Russo (2004), criarem seus processos administrativos pedagó-
gicos, considerando seus próprios processos pedagógicos e remetendo assim a uma escola refle-
xiva que transforma sua prática em práxis através da criação e da reflexão. Essa práxis contribui
para configurar uma visão de sociedade, de educação, de formação e de políticas educacionais.
26
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
Área Administrativa
• Visão de conjunto e estratégia
• Conhecimento da política e da legislação educacional
• Competência Administrativa e pedagógica
• Habilidade de planejamento
• Habilidade de manejo e controle de orçamento
• Habilidade de organização
• Habilidade de acompanhamento e monitoramento
• Habilidade de avaliação
• Habilidade de usar uma grande variedade de técnicas de solução de problemas
• Habilidade de tomar decisões eficazmente
• Habilidade de resolver problemas criativamente.
27
UAB/Unimontes - 6º Período
O gestor escolar deve ter consciência de Quanto maior for a escola e mais com-
que sua equipe não se limita a alunos, profes- plexo for o seu ambiente, mais árdua se torna
sores e demais funcionários internos da insti- a tarefa do diretor. Assim é que se promove
tuição. A equipe escolar é composta também em escolas de tamanho médio e grandes a
pelos pais dos alunos e por toda a comunida- subdivisão das funções inerentes à posição
de de forma geral, que deve ser mobilizada do diretor e a possibilidade de o mesmo de-
para que juntos possam promover o principal legar a execução de várias delas a outras pes-
objetivo de toda equipe escolar: a aprendiza- soas, notadamente ao vice-diretor e a equipe
gem dos alunos. pedagógica...”(Luck, 1985).
28
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
3.2.3 Orientador
Com as determinações desta lei, a Orientação Educacional passa a desenvolver a sua prática
nas escolas, baseada no autoconhecimento, nas relações pessoais, sondagem de aptidões e inte-
29
UAB/Unimontes - 6º Período
Em toda a ação do Orientador Educacional, é necessária uma reflexão contínua sobre a rea-
lidade que o cerca, possibilitando-lhe um posicionamento profissional mais adequado. Ter sem-
pre presente em suas atividades os princípios que servem de suporte ao processo de orientação,
levando-o a uma ação mais consistente e coerente (KROTH, 2008).
Orientadores Educacionais são, antes de tudo, educadores, e a finalidade de toda e qual-
quer ação orientadora é educativa.
Se a escola é uma instituição que tem por finalidade ensinar bem à totalidade dos alunos
que a procuram, Orientador Educacional tem por função fundamental mobilizar os diferentes sa-
beres dos profissionais que atuam na escola para que a escola cumpra a sua função: os alunos
aprendam visando à inclusão de todos.
Partindo da condição comum de educadores, cada um desempenha tarefas específicas, ca-
pacitado pela habilitação específica, cujo sentido é dado pelos fins comuns.
Segundo Heloísa Lück (1991):
30
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
No cumprimento da atribuição que lhe foi conferida pelo § 3º do retro citado artigo 16,
da LDB, o Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais baixou a Resolução nº. 43/66, de
18/05/1966, que esclareceu que o Ensino Primário passou a contar, segundo as disposições da Lei
nº. 2.610/62 (Código do Ensino Primário), com Inspetores Seccionais, Inspetores Municipais e Au-
xiliares de Inspeção, em 1965, surge também a figura do Inspetor Sindicante (Portaria Secretaria
Estadual de Ensino - SEE, nº68/65) para atuar junto às Delegacias Regionais de Ensino, as atuais
Superintendências Regional de Ensino.
Seguindo a Portaria Ministerial nº. 713, de 30/11/1967 e o Aviso MEC, nº. 652 GB, de
14/12/1967, a Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais baixou a Portaria nº. 91/68 de
27/04/1968, estabelecendo normas para a inspeção permanente dos estabelecimentos de ensino
médio do Sistema Estadual de Ensino.
Na publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 5.692/71, ficou estabeleci-
da a organização do ensino de 1º grau (quatro séries do primário, mais quatro séries do ginásio)
e 2º Grau alterando toda a legislação anterior do ensino primário e médio. Com a promulgação
dessa lei, a formação para o profissional do Inspetor Escolar foram as seguintes: formação em
curso superior de graduação, com duração curta ou plena ou de pós-graduação, admissão na
carreira de Inspetor Escolar por concurso público de provas e títulos, remuneração conforme es-
tatuto de carreira do magistério.
Com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº. 9394/96, a forma-
ção profissional do Inspetor Escolar foi mantida. Contudo em seu artigo 64 estabelece que a for-
mação do Inspetor Escolar se dê em cursos de pós-graduação:
Atualmente o Inspetor Escolar possui uma jornada de trabalho de 40 horas semanais e está
sujeito ao regime de dedicação exclusiva (Lei nº. 9.347/86 e Decreto nº. 26.250/86).
Podemos entender que a Inspeção Escolar é uma atividade de correição, auditoria, orien-
tação e assistência técnica. Esses profissionais são os “olhos” e os “ouvidos” do Poder Público na
escola. O perfil desse profissional deve ser:
• Função Verificadora: deve possuir domínio da legislação, ser pesquisador e observador;
• Função Avaliadora: Educador
• Função Orientadora: ter boa; comunicação oral e escrita. Conciliador;
• Função Corretiva: segurança e postura pedagógica;
• Função realimentadora: criatividade.
31
UAB/Unimontes - 6º Período
PARA REFLETIR A Lei Estadual nº 15.293/2004 que institui as carreiras dos profissionais da educação básica
Antes da Reforma do Estado de Minas Gerais transforma o Inspetor Escolar em Analista Educacional/Inspetor Esco-
Universitária de 1968, lar, cujas atribuições foram condensadas em cinco itens.
Lei nº. 5.540 de 28/11/ a. orientação, assistência e controle do processo administrativo das escolas e, na forma do
1968, a inspeção era regulamento, do seu processo pedagógico;
feita por elementos b. orientação da organização dos processos de criação, autorização de funcionamento, reco-
sem habilitação espe-
cífica. Diante disso, a nhecimento e registro de escolas, no âmbito de sua área de atuação;
inspeção poderia ser c. garantia de regularidade do funcionamento das escolas, em todos os aspectos;
exercida no Estado, por d. responsabilidade pelo fluxo correto e regular de informações entre as escolas, os órgãos
professores de ensino regionais e o órgão central da SEE;
médio e até por por- e. exercer outras atividades compatíveis com a natureza do cargo, previstas na regulamenta-
tadores de diploma de
curso superior, muitas ção aplicável e de acordo com a política pública educacional.
vezes sem nenhuma
ligação direta com os Além das atribuições constantes da Lei nº. 7.109/77 (art. 13, inciso IV), da Resolução CEE no
problemas educacio- 305/83 e da Resolução SEE nº. 7.149/93, compete igualmente ao Inspetor Escolar:
nais. E ainda houve 1. Homologar o Regimento e o Calendário Escolar, inclusive o Calendário Escolar Especial
época em que a inspe-
ção dos estabelecimen- (Resolução SEE nº. 7.149/95 – art. 2º, § 2º, artigo 6º e Orientação SEE nº. 02/95);
tos do antigo ensino 2. Visar comprovantes de conclusão da 4ª série do ensino fundamental de candidatos maio-
secundário era feito res de 14 (quatorze) anos, segundo o disposto na Instrução SDE nº. 01/95;
por elementos a quem 3. Orientar e acompanhar o cumprimento das disposições da Portaria SD nº. 004/95, bem
competia tão somente como os dispostos nos artigos 58 e 59 da Resolução SEE nº. 7.762/95;
fiscalizar provas exa-
mes e assinar papéis 4. Assinalar juntamente com o Secretário e o Diretor da Escola a relação nominal dos con-
que não tinham nenhu- cluintes dos cursos de ensino médio, candidatos à obtenção de diplomas ou certificados
ma finalidade prática de habilitações profissionais, conforme o disposto no at. 6º da Portaria SAE nº. 639/95;
e efetiva para a escola. 5. Visar processo de autorização para lecionar, secretariar e dirigir estabelecimento de ensi-
Isso acontece ainda no fundamental e médio;
hoje em determinados
setores burocráticos do 6. Convocar a atenção de diretores de estabelecimentos de ensino, sob sua orientação, para
serviço público. o disposto no art. 6º das Medidas Provisórias, mensalmente reeditadas, a saber: “Art.6º -
São proibidas a suspensão de provas escolares, a retenção de documentos escolares, in-
clusive os de transferências, ou a aplicação de quaisquer outras penalidades pedagógicas,
por motivos de inadimplemento”;
7. E ainda: verificar, permanentemente, no que se refere à legislação do ensino, a situação le-
gal e funcional do pessoal administrativo, técnico e docente, encaminhando relatório es-
pecífico ao Órgão Regional de Ensino (SRE), de acordo com o disposto no artigo 19 º, §4º,
da Resolução CEE nº. 397/94.
De acordo Finoto e Cária (2011) com relação à conquista da autonomia da escola, são atribui-
ções do Inspetor Escolar:
A – Integrar-se na elaboração do Plano de Desenvolvimento da Escola:
• Sensibilizar a comunidade escolar para a importância do Plano de Desenvolvimento da Es-
cola;
• Participar das discussões dos usuários e profissionais da escola sob seu Plano de Desenvolvi-
mento, esclarecendo as funções da comunidade escolar;
• Auxiliar professores e especialistas a definir os componentes do Plano de Desenvolvimento
da Escola, orientando-os sobre sua elaboração.
32
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
C – Orientar a escola para a realização e a utilização de estudos e pesquisas que visem à me-
lhoria da qualidade do ensino:
• Encaminhar à escola os resultados da avaliação externa, orientando-a para a análise dos
mesmos;
• Subsidiar a escola na elaboração de estudos e projetos de pesquisa que visem à melhoria de
ensino e à inovação pedagógica;
• Promover o intercâmbio entre escolas e outras instituições para troca de experiências peda-
gógicas.
O Inspetor Escolar tem ainda como atribuição a orientação da Escola pública na capacitação
e aplicação de recursos financeiros. Dessa forma cabe ao Inspetor Escolar:
33
UAB/Unimontes - 6º Período
Em uma escola que assume a gestão de- Existe a flexibilidade da lei, porém, as in-
mocrática, o inspetor escolar pode assumir terpretações equivocadas fazem com que ne-
uma função relevante e significativa ao exercer cessitemos de uma maior presença do Inspetor
com competência e responsabilidade as fun- Escolar nas escolas para que ocorra um entendi-
ções de acompanhamento, apoio, supervisão, mento claro dos princípios básicos e fundamen-
controle e avaliação das instituições escolares tais emanados pela Constituição de 1988 e isso
na implementação das políticas estabelecidas. passa a ser um desafio para esse profissional.
Sob essa ótica, serviço de Inspeção Esco- Esse profissional atual deve procurar uma
lar é o elo entre a escola e a Superintendência bibliografia atualizada que possa auxiliar a de-
Regional de Ensino – SER, devendo funcionar finir as principais linhas de opções coerentes
de forma que ajude a escola no esforço de as- como o novo paradigma da educação, subs-
segurar ao aluno o acesso, a permanência e tituindo o autoritarismo e diretividade por
uma educação de qualidade. posturas que contribuam para o crescimento
Santos (2010) afirma que a Inspeção Esco- profissional do professor, para a efetiva apren-
lar passa a ser fortalecida pela integração dos dizagem dos alunos e para a melhoria de qua-
profissionais na contribuição efetiva à organi- lidade do trabalho da escola em geral. Enfim,
zação e funcionamento das escolas, exercendo espera-se, da atuação do Inspetor Escolar a
competências técnicas e políticas a serviço dos partir de novos paradigmas educacionais, que
amplos objetivos da escola dentro uma socie- tenha vontade política, compromisso, compe-
dade democrática. tência, segurança e sabedoria (SANTOS, 2010).
3.2.5 Docente
A legislação nº. 11.301/2006 destaca que o exercício do magistério consiste também em ati-
vidades não docentes exercidas por professores em estabelecimento de ensino em todo país.
Vale ressaltar que a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que contempla
as atribuições do professor é a Lei 9394/96 em seu artigo 13.
De acordo com Resolução SEE Nº 1.773, de 22 de dezembro de 2010, as atribuições dos pro-
fessores da educação básica são:
• Exercer a docência na educação básica, em unidade escolar, responsabilizando-se pela re-
gência de turmas ou por aulas, pela orientação de aprendizagem na educação de jovens e
adultos, pela substituição eventual de docente, pelo ensino do uso da biblioteca, pela do-
cência em laboratório de ensino, em sala de recursos didáticos e em oficina pedagógica, por
atividades artísticas de conjunto e acompanhamento musical nos conservatórios estaduais
de música e pela recuperação de aluno com deficiência de aprendizagem;
34
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
Como acreditamos em uma gestão escolar reflexiva, essa irá requerer também a existência
de professores igualmente reflexivos, que pensem a atividade da prática para então executar
ações, visando à práxis reflexiva, à qualidade de ensino e à aprendizagem. Deseja-se, assim, um
professor autor de ideias e pensamentos, que busque respostas para as suas indagações e não
seja um mero reprodutor de práticas.
Para não ser um mero reprodutor de práticas, esse professor precisa desenvolver algumas
habilidades que garantirão o ser um profissional competente. Veja no quadro a seguir como
Lück, et. al (2000) traça o perfil do professor competente.
Área do Currículo
• Conhecimento do conteúdo
• Familiaridade com o escopo e sequencia das disciplinas
• Visão global do currículo e dos princípios de sua organização
• Visão integrada e dinâmica do currículo, em relação à realidade
• Perspectiva interdisciplinar
Área Pedagógica
• Habilidade de realizar planejamento pedagógico
• Habilidade de usar uma variedade de estratégias pedagógicas
• Habilidade de combinar técnicas pedagógicas com o estilo de aprendizagem do aluno
• Habilidade de utilizar uma variedade de técnicas de avaliação dos alunos
Área Escolar
• Habilidade de trabalhar em equipes
• Habilidade de perceber a relação entre o trabalho de sua turma com o contexto da escola
• Habilidade de escutar e compreender o ponto de vista de colegas e pais
(Adaptado de: LÜCK, H. (et.al). A Escola Participativa: o trabalho do gestor escolar. 4.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p.92)
35
UAB/Unimontes - 6º Período
Ao dar “voz” aos professores, a escola vincula-se a um paradigma reflexivo, de ação e prática
formativa, considerando as peculiaridades locais e, consequentemente, a própria cultura escolar.
3.2.6 Funcionários
Observação: grifamos com negrito as funções que são desenvolvidas nas escolas.
Esses profissionais dos serviços administrativos são parceiro e responsáveis também pela
gestão democrática e participativa da escola.
36
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
(...) mais do que o cumprimento de uma determinação legal, a busca pelo for-
talecimento dessa parceria colaborativa se apresenta, no atual contexto social,
como um dos poucos caminhos viáveis para que escolas e famílias consigam
superar as dificuldades que vêm enfrentando na educação de seus filhos/alu-
nos (p.3-4).
Acreditamos também ser este o caminho para que possamos atender as necessidades de de-
mocratização da sociedade, para entender diferentes perspectivas sociais e modos de vida e para
prevenirmos o envolvimento da juventude com situações de risco e/ou alta vulnerabilidade social.
Ressaltamos que a gestão escolar é uma dimensão de atuação, um meio e não um fim em si
mesmo, uma vez que o objetivo da gestão é a aprendizagem efetiva dos alunos, fazendo-os pen-
sar criticamente, ser capazes de resolver problemas e tomar decisões fundamentadas, resolver
conflitos e muitas outras competências que são necessárias para a prática da cidadania.
O Conselho Escolar é um órgão deliberativo da escola, nele deve ter representação de todos
os segmentos da escola e da comunidade escolar.
A comunidade deve participar de forma efetiva para possibilitar uma avaliação significativa
dos serviços oferecidos, além de ser uma oportunidade, para que a comunidade tenha conheci-
mentos dos processos formativos e dos serviços administrativos e pedagógicos da escola.
A participação da comunidade influi na democratização da gestão e na melhoria da quali-
dade de ensino. (GADOTTI e ROMÃO, 1997, p. 16).
Segundo Romão e Padilha (1997), a eficácia da escola é garantida por um trabalho coletivo
coordenado pelo diretor, contando com o corpo administrativo, funcionários, professores, estu-
dantes, pais, voluntários da escola e a comunidade em torno de um objetivo comum. Para que
o trabalho desse grupo funcione, faz-se necessário um clima harmônico em que todos os mem-
bros tenham o direito de falar e que saiba ouvir. Como afirma os autores, a gestão escolar demo-
crática se constrói não só com a participação na gestão, mas com a gestão da participação.
Assim sendo, o conselho escolar é uma instância importante para que a escola possa con-
tribuir com a construção da democracia e da cidadania. O conselho escolar atua de forma a con-
tribuir cada vez mais para que a escola cumpra sua função tanto de educar quanto de construir
a democracia e a cidadania através da participação respeitando e valorizando a cultura do estu-
dante e da comunidade. (LIMA1996)
Os poderes e atribuições do conselho escolar precisam basear-se em questões definidas na
legislação estadual. Os conselhos são fundamentais para a autonomia dos sistemas de ensino.
Legalmente, os conselhos escolares encontram respaldo em diversas legislações, como a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96, no seu artigo 14, afirma que:
37
UAB/Unimontes - 6º Período
38
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
não pode ser avaliado/medido apenas por estatísticas e índices oficiais (BRA-
SIL, PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DOS CONSELHOS ESCOLA-
RES, 2004, P. 48).
Referências
BRASIL. Decreto – Lei nº. 21.241 de 04/05/1932 – artigos 63 a 86.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional – Lei nº. 4.024 de 20/12/1961.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional - Lei nº. 5.692 de 1971.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional - Lei nº. 9.394 de 1996.Brasília.
BRASIL. Atribuições dos Conselheiros. Portal do MEC. Brasília, 2004. Disponível em <http://por-
tal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ pr_lond_sttt.pdf>. Acesso, 03/05/2011.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI: o minidicionário da língua por-
tuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001
39
UAB/Unimontes - 6º Período
FINOTO, Denise e CÁRIA, Neide Pena O trabalho do inspetor escolar em Minas Gerais. Revista:
Gestão Universitária. Edição 269, 30 mar.2011. Disponível em <http://www.gestaouniversitaria.
com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=24974:o-trabalho-do-inspetor-esco-
lar-em-minas-gerais&catid=260:266&Itemid=21 >
FUNÇÕES do Diretor Escolar. Revista Pedagogia Escolar – Administração. Curitiba, Paraná, Bra-
sil. sexta-feira, 13 de novembro de 2009. Disponível em <http://pedagogiaescolaradm.blogspot.
com /2009/11/funcoes-do-diretor-escolar.html>.. Acesso 03/05/2011.
GADOTTI, Moacir; Romão, José E. Autonomia da escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez, 1997.
LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização/José Carlos Libâneo,
João Ferreira de Oliveira, Mirza Seabra Toschi – 7 ed. – São Paulo: Cortez, 2009.
LIMA, Licínio C. Construindo modelos de gestão escolar. Cadernos de organização e gestão es-
colar. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, 1996.
LUCK, Heloisa e LIMA, Myrian Del Vecchio. Escola, Comunidade e Família no Brasil, da Revista
Gestão em Rede de agosto/2006. Disponível em < http://www.cedhap.com.br/publico/ar_esco-
la_ comunidade_familia.pdf>. Acesso em 03/05/2011
MINAS GERAIS. LEI Nº 15.293, DE 5 DE AGOSTO DE 2004 Institui as carreiras dos Profissionais
de Educação Básica do Estado.Belo Horizonte - Minas Gerais, 2004.
ROMÃO & PADILHA. Diretrizes escolares e gestão democrática da escola. São Paulo: Cortez, 1997.
RUSSO, Miguel Henrique. Escola e paradigmas de Gestão. ECCOS - Revista Científica. Centro Uni-
versitário Nove de Julho. v. 6, n. 1, p. 25-42, jun. 2004.
SANTOS, Mara Leonor Barros. As Mudanças na Inspeção Escolar no Estado de Minas Gerais:
Algumas considerações , 2010. Disponível em <http://www.webartigos.com/articles/41079/1/AS-
-MUDANCAS-NA-INSPECAO-ESCOLAR-NO-ESTADO-DE-MINAS-GERAIS-Algumas-consideracoes/
pagina1.html#ixzz1Kkbnpfrh>. Acesso em 20/03/2011
SILVA JÚNIOR, C.; RANGEL, M. Nove olhares sobre supervisão. 7. ed. São Paulo: Papirus, 1997.
40
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
UNIDADE 4
A sala de aula como processo de
gestão formativa
Nessa unidade, a última do nosso material, Acreditamos que a partir da gestão da
onde nosso objetivo é discutir a sala de aula sala de aula podemos estimular competências,
também como espaço de gestão dos processos atitudes e valores nos alunos, encorajando-
formativos. Precisamos evidenciar que esta- -os a realizações acadêmicas, garantindo uma
mos pensando a gestão da sala de aula em uma aprendizagem significativa para a vida cidadã.
perspectiva democrática que objetiva em pri- E para finalizar o nosso trabalho, ainda va-
meiro lugar garantir a formação do sujeito au- mos discutir de forma sucinta a avaliação dos
tônomo, ativo, crítico, participativo e pensante. processos de gestão.
As escolas, por sua vez, estão assumindo novas formas de gestão, elaboração
coletiva de projetos pedagógicos, ciclos de escolarização, currículos interdisci-
plinares, interculturalismo, avaliação formativa, interligação entre escola e co-
munidade, etc., que exigem preparo dos professores, tanto no que diz respeito
à aquisição de novos conhecimentos quanto à capacidade para analisar, de for-
ma crítica, esse novo trabalho. (LIBÂNEO, 2001, p. 189-190),
41
UAB/Unimontes - 6º Período
As habilidades e competências na gestão da sala de aula têm sido consideradas como ele-
mentos importantes para a solução dos problemas desse espaço, garantindo melhor desempe-
nho acadêmico.
Aninger (2005) identifica as habilidades em gestão de sala de aula quando:
Se a aula passa a ser interessante e estimulante para o aluno, essa se apresenta como uma
possibilidade de atender aos interesses de pesquisa dos alunos. Assim sendo, podemos afirmar
que ela resolve grande parte dos problemas em relação à disciplina, à relação professor-aluno,
aluno-funcionário, dentre outros.
Pode-se dizer também que o pedagógico é a base e, se este estiver organizado e for apri-
morado, os demais setores da escola o serão e assim os problemas de gestão de conteúdos e de
conflitos também, pois a gestão do conteúdo refere-se ao gerenciamento do espaço, materiais,
equipamentos e recursos utilizados.
A gestão de conflitos refere-se ao gerenciamento dos problemas disciplinares, dentro e fora
da sala de aula, tanto por parte do aluno como do professor e funcionários, suas posturas com-
portamentais e suas relações inter e intrapessoais (ANINGER, 2005).
Uma escola que fomenta redes de aprendizagem, entre professores das mes-
mas áreas, e, principalmente, entre alunos; que aprendem com os pares. O alu-
no aprende com o colega, o mais experiente ajuda ao que tem mais dificulda-
des. (MORAN, 2007, p.26)
Se na escola e na sala de aula os alunos aprendem com os pares e fazem isso de forma res-
peitosa, onde um auxilia o outro em suas dificuldades, podemos dizer que nesse contexto esta-
mos lidando com algumas regras éticas para o desenvolvimento do trabalho pedagógico. Essas
regras são facilitadores e permitem a realização de um trabalho sincronizado com tarefas especí-
ficas e essas devem ser desenvolvidas com harmonia entre os pares.
• (...) o professor tem que entender que os estudantes na classe vêm de dife-
rentes esferas da vida.
• Seus problemas são diferentes em relação a cada um, stress e conflitos são
proeminentes na vida dos alunos também, e embora eles venham à esco-
la para aprender, eles têm uma lista de atividades em sua mente que, se-
gundo eles, são muito mais emocionantes do que sentar-se por um perí-
odo de cinqüenta e cinco minutos na classe. É importante que o professor
faça destes minutos o mais agradável possível, para que os alunos possam
aprender e, ao mesmo tempo se divertir.
• Faça o interesse da classe.
42
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
Barboza (2011) apresenta também uma lista de dicas para a gestão de sala de aula:
43
UAB/Unimontes - 6º Período
Salientamos que, apesar de ser uma tarefa horas-atividades tem um resultado fabuloso
difícil, as estratégias de gestão contribuem para se bem organizadas, com o compromisso de
tornar eficaz o controle dos problemas em sala todos participarem, inclusive convidando re-
de aula, permitindo assim o desenvolvimento presentantes de alunos com este interesse,
de seu trabalho de forma relativamente sim- seus pais, entre outras pessoas da comunida-
ples, ou seja, o seu ofício de mestre, e conse- de. Poderiam ser organizados grupos peque-
quentemente um vida mais fácil e menos can- nos, mais eficientes, com temas diferentes
sativa para os professores (BARBOZA,2011). entre os grupos.
Sabemos que o comportamento do aluno A participação de um grupo de estudos/
em sala de aula pode variar de pessoa para pes- discussões seria uma ótima opção além de
soa, e em alguns casos pode não necessitar de proporcionar momentos de reflexão aos pro-
qualquer intervenção, enquanto outros podem fessores, pais e alunos nos valores da relação
exigir medidas disciplinares e pedagógicas. professor-aluno e responsáveis pelos educan-
A escola deveria sempre promover reu- dos ou sobre a postura pedagógica no conjun-
niões, discutindo alternativas para problemas to da instituição.
que vão surgindo no seu cotidiano, oferecendo Em suma, podemos concluir que tanto
um espaço para construção coletiva de alter- a escola como a sala de aula são espaços da
nativas positivas e viáveis que deram certo em diversidade. Cabe aos educadores gerenciar
outras instituições, socializando com todos e esta riqueza de ideias, de modos de ver e viver
acordando atitudes comuns dentro da institui- no mundo. A escola será de qualidade quan-
ção. Desta forma, estaria formando um senso do proporcionar ao aluno a formação cidadã,
comum de formas de agir diante das ocorrên- quando trabalhar em rede e incorporar os va-
cias comuns na escola, assumindo uma postura lores da democracia, da liberdade, do respeito
ética e empreendedora no trabalho, que se de- ao outro e à natureza, afinal precisamos for-
senvolverá de forma cooperativa e possibilitan- mar cidadãos para o mundo com poderes de
do atitudes de mudança na prática social. argumentação, de equilíbrio emocional, com
Outra boa estratégia é a formação de visão de trabalho cooperativo para um mundo
grupos de estudos, no interior da escola, nas ecologicamente correto.
44
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
dispõe para enfrentar essa nova estruturação processo constitutivo da cidadania do educan-
do mundo. Dela depende a continuidade do do, seja ele criança, jovem ou adulto.
atual processo de desenvolvimento econômi- Pensar a avaliação da gestão nos proces-
co e social. Este processo nos leva a pensar em sos formativos é entender que tanto o pro-
formar homens para uma sociedade globali- fessor como o gestor precisam desenvolver
zada que terá por obrigação estudar durante competências e habilidades para o exercício
técnico-profissional com o intuito de garan-
toda a vida para se manter atualizado e mem-
tir uma aprendizagem significativa do que vai
bro da sociedade do conhecimento, ou seja,
ensinar ou do que vai mediar. Não bastam mu-
estar em processo contínuo de formação. danças de titularidade dos professores, precisa-
Assim sendo, gestores e professores estão mos mudar a estrutura do ensino. Está sobran-
obrigados a enfrentarem uma verdadeira cor- do diploma, mas a produção de conhecimento
rida contra o tempo, ou seja, vêm sendo res- ainda deixa a desejar, pois faltam alguns fato-
ponsabilizados em grande parte pela queda res estruturais, como a criação de uma nova
de qualidade no ensino brasileiro. Um exem- ética para a escola além de mudanças na estru-
plo básico é a exigência do MEC de que todos tura de formação desses profissionais, come-
os docentes do ensino fundamental ao médio çando pelas instituições que os formam.
deveriam portar um diploma de licenciatura Continuando a nossa discussão, não basta
para continuar a exercer suas funções até o fi- apenas pensarmos a formação inicial e continu-
nal da década da educação (ou seja, até 2007). ada, porque pensar a avaliação nesse contexto
E para tentar ser menos responsabilizado requer uma reflexão sobre o perfil dos gestores.
e garantir a qualidade da educação, os órgãos Antes o trabalho do gestor se pautava um
oficiais (executivo, legislativo e secretarias de estilo autoritário, hoje devemos ter gestores
educação) têm criado estratégias múltiplas educacionais com perfis diferenciados, ou seja,
que exigem que os docentes tenham uma for- líderes participativos que saibam valorizar a
mação inicial e continuada para que esse seja prática do feedback, a flexibilidade, a intuição
bem avaliado e possa ser contemplado com as e o saber trabalhar em equipe, competências
progressões na carreira. indispensáveis para o gestor no momento do
Essa situação pode ser comprovada a conhecimento atual. Assim, falar sobre o novo
partir da demanda de um conjunto crescente perfil do gestor em um momento em que o
de professores por cursos de especialização, compartilhamento do conhecimento passou a
mestrado e doutorado detectada nos mais di- ser visto como um dos diferenciais para se man-
versos segmentos institucionais, que vem tra- ter competitivo torna-se indispensável.
zendo à tona uma política de capacitação para Mesmo que a legislação e as discussões
esses profissionais. atuais sinalizem para um gestor competente
Percebemos que o professore têm pro- e flexível ainda existem gestores que não con-
curado se qualificar, por outro lado existem seguem lidar de forma positiva com essas mu-
alguns entraves.Acredito cada vez mais que a danças. O fato é que na educação, mais do que
melhoria passa por mudanças estruturais que nunca, é necessário possuir um grande poder
compreendem a construção de uma socieda- de adaptação às mudanças.
de mais participativa. A melhoria na gerência e Retomando o material de gestão do 5º pe-
no repasse dos recursos para a educação facili- ríodo que apresenta o novo paradigma da ad-
ta o acesso e a permanência dos alunos nas es- ministração escolar e afirma que ele traz junto
colas e a adoção de uma política voltada para com a autonomia, a ideia e a recomendação de
o ensino de qualidade, ou seja, por mudanças gestão colegiada, com responsabilidades com-
na gestão educacional como um todo. partilhadas pelas comunidades interna e exter-
Embora estejamos precisando de mudan- na da escola. O novo modelo não só abre es-
ças significativas na gestão educacional, isso paço para iniciativa e participação, como cobra
não muda o foco do trabalho de qualificação isso da equipe escolar, alunos e pais.
dos professores, mas isso também não garante Esta participação e consequente cobran-
o desenvolvimento da educação, devendo ser ça, segundo Bozan(2006), devem estar explí-
essa formação um movimento sem limites de citas no plano da escola, plano este que não
formação inicial, mas que também se mantenha deve ser imediatista, deve ser pensado para
como um trabalho de formação continuada. um período mais longo, sendo necessário apa-
Precisa ficar evidente que o professor é rar arestas através de indicadores. Para tanto,
um profissional dotado de capacidades, en- temos a avaliação institucional para reorga-
tre tantas outras, a de produzir conhecimento nizar este planejamento político-pedagógico
sobre seu trabalho, a de tomar decisões em fa- em outros momentos. Veja a seguir as coloca-
vor da qualidade cognitiva das aprendizagens ções de Barbier (apud MACHADO, 2000):
escolares e, fundamentalmente, a de atuar no
45
UAB/Unimontes - 6º Período
(Adaptado de: LÜCK, H. (et.al). A Escola Participativa: o trabalho do gestor escolar. 4.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
p.104)
46
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
Referências
AMARAL, Ana Lúcia. Gestão da sala de aula: o “manejo de classe” com nova roupagem? In: OLI-
VEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro. Gestão educacional: Novos Olhares, Novas abordagens. Pe-
trópolis, RJ: Vozes, 2005. p. 1-13.
ANINGER, Laila. A gestão da sala de aula. In: ABC Educatio. São Paulo, Criarp, abr, 2005, n. 44, p. 20-21
BARBOZA, Júlio A. T. C. Estratégias Docentes Frente a Sala de Aula: Orientações Para Professo-
res, Regras Éticas e Postura Comum a Todos os Professores em uma Unidade Educacional. 2011.
Diponível em <http://cunhabarboza.blogspot.com/2011/01/estrategias-docentes-frente-sala-de.
html>. Acesso em 20/04/2011.
LIBÂNEO, José Carlos. O sistema de organização e de gestão da escola: teoria e prática. Goiâ-
nia: Alternativa, 2001.
47
UAB/Unimontes - 6º Período
LÜCK, Heloísa. A escola participativa O trabalho do gestor escolar. 3, ed. Petrópolis, Vozes,
2005.
MACHADO, Nilson. Educação: Projetos e valores. São Paulo: Escrituras Editora, 2000.
MORAN, José Manuel. Um bom gestor muda a escola. 2007. In: _____ A educação que dese-
jamos: Novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007, p.24-28. Disponível em
<http://www.eca.usp.br/prof/moran/gestor.htm>. Acesso em 06/05/2011
48
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
Resumo
Unidade 1
Nessa unidade iniciamos a nossa conversa sobre a gestão dos processos formativos e foca-
mos na gestão da educação as origens e fundamentos da gestão.
Assim de forma sintética, podemos afirmar que:
• A educação é um processo contínuo de orientação e condução do indivíduo a novas descobertas;
• A gestão significa ato de gerir, administrar;
• A gestão escolar procura promover a organização, mobilização e a articulação de todas as
condições materiais e humanas;
• A gestão escolar classifica-se em três áreas, são elas: gestão pedagógica; gestão de recursos
humanos e gestão administrativa;
• A gestão pedagógica desdobra-se em gestão curricular (flexível) e gestão da sala de aula;
• A gestão do currículo requer tomada de decisões no que se refere à formação do indivíduo
como sujeito autônomo e cidadão, a partir da formação de competências, habilidades, valo-
res e atitudes;
• A gestão da sala de aula é um espaço do aprender a aprender através da mediação, profes-
sor, conhecimento e aluno.
• A gestão dos processos formativos implica o acompanhamento sistemático do desenvolvi-
mento do aluno e do desempenho dos profissionais da escola.
Unidade 2
Na unidade II discutimos a gestão dos processos formativos em função dos profissionais da
educação, quer sejam os considerados em função de magistério e/ou em função de apoio técni-
co e administrativo e operacional.
O nosso objetivo com essa abordagem é qualificar o debate do tema a partir do histórico de
formação dos profissionais da educação ao longo da história do século que se encerrou ao início
do atual.
As políticas públicas de formação sempre influenciaram e/ou influenciarão a formação de
professores, bem como serão responsáveis pela qualidade ou não dos processos formativos para
educandos que pretendemos ou esperamos serem cidadão digno, autônomos, livres compro-
metidos com a sociedade de direitos e deveres para todos.
Com relação a formação inicial dos profissionais do magistério podemos destacar entre outras:
• A formação pessoal, social e cultural;
• A formação científica na especialidade;
• A formação científica no domínio da pedagogia-didática;
• O desenvolvimento de capacidades e atitudes de análise crítica, de investigação e inovação
pedagógica;
• O desenvolvimento de competências no exercício da prática pedagógica.
Unidade 3
Rememorando a nossa proposta nessa Unidade III foi chamar a atenção para os perfis pro-
fissionais, papéis e atribuições dos diversos segmentos que compõem a unidade escolar, bem
como o compromisso do coletivo da escola com a formação para a cidadania.
Esperamos que tenha ficado claro que os profissionais do magistério são aqueles que ofere-
49
UAB/Unimontes - 6º Período
cem suporte pedagógico direto ao exercício da docência, sendo eles: o administrador, o supervi-
sor, o inspetor, o orientador e o professor.
Além dos profissionais do magistério, temos os profissionais que compõem o corpo técnico
e administrativos do quadro de pessoal da escola.
Os dois segmentos de suma importância são os alunos e a suas famílias.
Fechamos o nosso diálogo na III unidade fazendo apontamentos sobre os conselhos escola-
res como uma metodologia de gestão colegiada e controle social, onde procuramos evidenciar a
importância desses conselhos para a manutenção de uma gestão participativa em prol da forma-
ção de uma cidadania.
Unidade 4
Em nossa IV e última unidade procuramos discutir a sala de aula como espaço de gestão,
uma vez que essa é composta de alunos, professores, e ainda conta com o apoio dos pais de
todos os segmentos da escola, como já foi muitas vezes evidenciado neste caderno, são esses
sujeitos os responsáveis pela gestão dos processos formativos no contexto escolar.
Precisamos perceber a sala de aula como espaço de formação em uma perspectiva demo-
crática que objetiva garantir a formação do sujeito autônomo, ativo, crítico, participativo e pen-
sante. Assim podemos compreender esse como um espaço de gestão dos processos formativos.
Por sua vez, todo o processo formativo precisa ser pensado e repensado, e um excelente
instrumento para essa reflexão do processo formativo é a avaliação, quer seja da aprendizagem,
quer seja da instituição ou ainda de desempenho docente. O importante no processo avaliativo
é a possibilidade de ação-reflexão-ação como meio para garantir a gestão eficaz dos processos
formativos e com isso ter a certeza de que a escola está contribuindo com a sociedade formando
sujeitos, autônomos, críticos e participativos, cidadão.
50
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
Referências
Básicas
ALVES, Nilda, GARCIA, Regina L. O fazer e o pensar dos supervisores e orientadores educa-
cionais. São Paulo: Edições Loyola, 1991.
AMARAL, Ana Lúcia. Gestão da sala de aula: o “manejo de classe” com nova roupagem? In: OLI-
VEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro. Gestão educacional: Novos Olhares, Novas abordagens. Pe-
trópolis, RJ: Vozes, 2005. p. 1-13.
ANINGER, Laila. A gestão da sala de aula. In: ABC Educatio. São Paulo, Criarp, abr, 2005, n. 44, p. 20-21
BARBOZA, Júlio A. T. C. Estratégias Docentes Frente a Sala de Aula: Orientações Para Professo-
res, Regras Éticas e Postura Comum a Todos os Professores em uma Unidade Educacional. 2011.
Diponível em <http://cunhabarboza.blogspot.com/2011/01/estrategias-docentes-frente-sala-de.
html>. Acesso em 20/04/2011.
BOLZAN Dóris Pires Vargas. Processos Formativos e Docência: tecendo redes de formação na
educação superior. ANAIS DO XV ENDIPE – ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE
ENSINO: Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente: políticas e prá-
ticas educacionais, Belo Horizonte, 2010.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional - Lei nº. 5.692 de 1971.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional - Lei nº. 9.394 de 1996.Brasília.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional – Lei nº. 4.024 de 20/12/1961.
BRASIL. Lei n. 5.692/71, de 11 de agosto de 1971. Brasília, Diário Oficial de 12/08/1971. 1971
51
UAB/Unimontes - 6º Período
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CP/CNE 02/2002b. Institui a duração e a carga ho-
rária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação
Básica em nível superior. Brasília. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI: o minidicionário da língua portu-
guesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI: o minidicionário da língua por-
tuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001
FINOTO, Denise e CÁRIA, Neide Pena O trabalho do inspetor escolar em Minas Gerais. Revista:
Gestão Universitária. Edição 269, 30 mar.2011. Disponível em <http://www.gestaouniversitaria.
com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=24974:o-trabalho-do-inspetor-esco-
lar-em-minas-gerais&catid=260:266&Itemid=21 >
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 9. ed.. Rio de Janeiro; Paz e Terra. 1983
FUNÇÕES do Diretor Escolar. Revista Pedagogia Escolar – Administração. Curitiba, Paraná, Bra-
sil. sexta-feira, 13 de novembro de 2009. Disponível em <http://pedagogiaescolaradm.blogspot.
com /2009/11/funcoes-do-diretor-escolar.html>.. Acesso 03/05/2011.
GADOTTI, Moacir; Romão, José E. Autonomia da escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez, 1997.
GESTÃO Escolar: introdução. Conteúdo Escola – o Portal do Educador. 21 de julho de 2004. Dis-
ponível em http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/42/45/. Acesso em 02/01/2011
GIMENO SACRISTÁN, J O currículo: uma reflexão sobre a prática 3.ed. Porto Alegre: Artemed, 2000.
GISI, Maria Lourdes ; EYNG ,Ana Maria. Formação Inicial e Continuada de Professores: diretrizes,
políticas e práticas. Revista Contexto e Educação. Editora Unijuí, Ano 21 nº 75 Jan./Jun. 2006.
P.29-44
52
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização/José Carlos Libâneo,
João Ferreira de Oliveira, Mirza Seabra Toschi – 7 ed. – São Paulo: Cortez, 2009.
LUCK, H.(et al) A escola participativa: o trabalho do gestor escolar: 4.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
LUCK, Heloisa e LIMA, Myrian Del Vecchio. Escola, Comunidade e Família no Brasil, da Revista
Gestão em Rede de agosto/2006. Disponível em < http://www.cedhap.com.br/publico/ar_esco-
la_ comunidade_familia.pdf>. Acesso em 03/05/2011
MACHADO, Nilson. Educação: Projetos e valores. São Paulo: Escrituras Editora, 2000.
MENESES, João Gualberto de Carvalho. Princípios e Métodos de Inspeção Escolar . São Paulo:
Saraiva-1977.
MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos.”Gestão escolar” (verbete). Dicionário
Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix, 2002. Disponível em: <http://
www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=37>. Acesso em 14/3/2011.
MINAS GERAIS. LEI Nº 15.293, DE 5 DE AGOSTO DE 2004 Institui as carreiras dos Profissio-
nais de Educação Básica do Estado.Belo Horizonte - Minas Gerais, 2004.
MONARCHA, Carlos. Escola normal da praça: o lado noturno das luzes. Campinas: Editora da
UNICAMP. 1999.
MORAN, José Manuel. Um bom gestor muda a escola. 2007. In: _____ A educação que
desejamos: Novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007, p.24-28. Disponível em
<http://www.eca.usp.br/prof/moran/gestor.htm>. Acesso em 06/05/2011
NÓVOA, Antonio et al. Os professores e a sua formação. 2. ed. Lisboa: Dom Quixote, 1995. p.158.
53
UAB/Unimontes - 6º Período
ROMÃO & PADILHA. Diretrizes escolares e gestão democrática da escola. São Paulo: Cortez, 1997.
RUSSO, Miguel Henrique. Escola e paradigmas de Gestão. ECCOS - Revista Científica. Centro
Universitário Nove de Julho. v. 6, n. 1, p. 25-42, jun. 2004.
SANTOS, Mara Leonor Barros. As Mudanças Na Inspeção Escolar No Estado De Minas Gerais:
Algumas considerações , 2010. Disponível em <http://www.webartigos.com/articles/41079/1/AS-
-MUDANCAS-NA-INSPECAO-ESCOLAR-NO-ESTADO-DE-MINAS-GERAIS-Algumas-consideracoes/
pagina1.html#ixzz1Kkbnpfrh>. Acesso em 20/03/2011
SÃO PAULO (1890), “Decreto n. 27, de 12/03/1890”. In: Coleção das Leis e Decretos do Estado de
São Paulo. São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, Tomo I – 1889-1891.
SAVIANI, Dermeval. et al. O legado educacional do Século XIX. Campinas, SP: Autores Associa-
dos, 2006. (Coleção Educação Contemporânea).
SAVIANI, Dermeval. O Legado Educacional do Século XX no Brasil. São Paulo: Autores Associa-
dos Ltda., 2004.
SILVA JÚNIOR, C.; RANGEL, M. Nove olhares sobre supervisão. 7. ed. São Paulo: Papirus, 1997.
TANURI, Leonor Maria (2000), “História da formação de professores”. Revista Brasileira de Educa-
ção, n. 14, mai/jun/jul/ago de 2000 (Número Especial – 500 anos de educação escolar), p. 61-88.
Complementares
ALARCÃO, Isabel (org.) Escola Reflexiva e Nova Racionalidade. Porto Alegre: Artmed, 2001. 144 p.
______. Professores Reflexivos numa Escola Reflexiva. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2004. 102p.
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. O sucesso da coordenação
pedagógica no Projeto de Classes de Aceleração In: ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; PLACCO,
Vera Maria Nigro de Souza (org). O Coordenador Pedagógico e o Espaço da Mudança. 3. ed.
São Paulo: Loyola, 2003. p. 07-15.
ALVES, Nilda, GARCIA, Regina L. O fazer e o pensar dos supervisores e orientadores educa-
cionais. São Paulo: Edições Loyola, 1991.
BARROSO, João. Gestão local da educação: entre o estado e o mercado, a responsabilização cole-
tiva. In: MACHADO, Lourdes Marcelino; FERREIRA, Naura Syria Carapeto (orgs.). Política e Gestão
da Educação: Dois Olhares. Rio de Janeiro: DP&A. 2002. p. 173-197.
CASTILLO, Gerardo. Educar para a amizade um manual para pais e professores. São Paulo:
Quadrante, 1999.
CHIAPPIN, Achylles. Formação da personalidade. 2. ed. Porto Alegre: Escola Superior de Teolo-
gia. Sulina, 1976.
COSTA, Jorge Adelino. Imagens Organizacionais da Escola. Lisboa: Edições ASA, 1996. 160p.
ERIKSON, Erik. O ciclo de vida completo. Porto Alegre : Artes Médicas, 1998.
FADEL, Beatriz M. e outros. Orientação educacional em questão. 2. ed. Porto Alegre : Movi-
mento, 1986.
______. O trabalho e a formação dos professores da educação: priorizando finalidades com au-
todeterminação. In: FERREIRA, Naura Syria Carapeto, AGUIAR, Márcia Ângela da Silva (org). Para
onde vão a orientação e a supervisão educacional? 2. ed. São Paulo: Papirus, 2003. p. 15-47.
FULLAN, M. & HARGREAVES, A. A escola como organização aprendente. Porto Alegre; Artmed, 2000;
ISAIA, S. Ciclos de vida profissional de professores do ensino superior: um estudo sobre as tra-
jetórias docentes. Relatório Parcial do Projeto de pesquisa interinstitucional e integrado,
CNPq/PPGE/CE/UFSM, 2008a.
ISAIA, S.. Aprendizagem docente: Sua compreensão a partir das narrativas de professores. In:
TRAVERSINI; EGGERT; PERES; BONINI. (org.). Trajetórias e processos de ensinar e aprender:
práticas e didáticas. Porto Alegre: ediPUCRS, 2008b, v. 2, p. 618-635.
ISAIA, S.; BOLZAN, D. P. V. Formação do Ensino Superior: um processo que se aprende? Revista
do Centro de Educação/UFSM, Santa Maria, v.29, n.2, p.121-133, 2004.
LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização/José Carlos Libâneo,
João Ferreira de Oliveira, Mirza Seabra Toschi – 7 ed. – São Paulo: Cortez, 2009.
LÜCK, Heloísa. A escola participativa O trabalho do gestor escolar. 3, ed. Petrópolis, Vozes, 2005.
55
UAB/Unimontes - 6º Período
LÜCK, H., Concepções e Processos Democráticos de Gestão Educacional. São Paulo: Vozes, 2008
MAIA, Eny M., GARCIA, Regina L. Uma orientação educacional nova para uma nova escola. 5
ed. São Paulo : Loyola, 1984.
OLIVEIRA, Dalila Andrade. Da Administração escolar à Gestão Educacional no Brasil: Uma falsa
polêmica entre a técnica e a política. In: Revista do fórum Português de Administração Edu-
cacional. n. 4. p. 66-77. 2004
OLIVEIRA, Noely. Práticas pedagógicas do Inspetor Escolar: Guia de Estudo - Módulo II. Belo
Horizonte: Prominas, S.d.
PIMENTA, Selma Garrido. Formação de Professores: identidade e saberes da docência In: PIMEN-
TA, Selma Garrido (org). Saberes pedagógicos e atividade docente. 3. ed. São Paulo: Cortez,
2002. p. 15-34.
PIMENTA, Selma Garrido. Professor reflexivo: construindo uma crítica. In: PIMENTA, Selma Garri-
do; GHEDIN, Evandro (org.) Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. 3 ed.
São Paulo: Cortez, 2005. p. 17-52
PROSPECTIVA: Revista de Orientação Educacional. AOERGS, Porto Alegre, n. 25, dez. 1999.
REDIN, Euclides; MORAES, Salete Campos. Políticas Nacionais de Educação Básica. Educação Uni-
sinos. São Leopoldo, v. 5, n 8. p. 29-47,semestral. 2001.
SANDER, Benno. O estudo da administração da educação na virada do século In: TARDIF, Maurice.
Saberes Docentes e Formação Profissional. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2005. 325p.
SAVIANI, Dermeval. Educação: do sendo comum à consciência filosófica. São Paulo : Cortez, 1980.
VÁSQUEZ, Adolfo Sanches. Filosofia da Práxis. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1977.454p
VEIGA, Ilma Passo Alencastro. Projeto Político Pedagógico da escola, uma construção possí-
vel. 19 ed. Campinas SP, Papirus, 1995.
56
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
Atividades de
Aprendizagem – AA
1) Considerando o discutido na Unidade I, Cite as ideias relevantes expressas no texto de acordo
com a sua interpretação.
2) Na unidade I apresentamos vários conceitos, após a leitura desses, elabore o seu conceito para
“Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica”.
3) Pesquise na Lei 9394/96 (LDB) os artigos 12, 13 e 14, examine-os e explique, com suas palavras,
o que eles determinam e como ou em que podem ser associados à organização do trabalho pe-
dagógico na escola.
6) Liste pelo menos 5 (cinco) atribuições para os profissionais da educação citados a seguir:
a) Diretor /gestor:
b) Supervisor Escolar:
c) Docente:
d) Inspetor:
57
Pedagogia - Gestão dos Processos Formativos na Educação Básica
Anexo I
CHECKLIST PARA AVALIAÇÃO DE PROFESSORES
1.1Instrução de planos
1.1.1 Identifica necessidades de aprendizagem
1.1.2 Organiza currículo
1.1.3 Desenvolve planos
1.2 Implementa os objetivos planejados
1.2.1 Fornece instruções claras para o aluno
1.2.2 Auxilia no desenvolvimento de hábitos de trabalho e habilidades de estudo
59