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1. Partes e Procuradores
a) Capacidade de ser parte e capacidade processual:
Está atrelada a ideia de personalidade civil, jurídica. A ideia de quem nasce com vida tem
personalidade jurídica e pode ser detentor de direitos e obrigações, por isso uma criança pode
ser parte em um processo.
No direito do trabalho: a CF diz que a partir dos 16 a pessoa pode trabalhar e a partir de 14 pode
ser aprendiz. Se o aprendiz não recebeu salário, ele poderá entrar com ação para cobrar, sendo
ele o autor da ação. Entretanto, ele precisa de um capaz para representá-lo no processo.
Portanto, com 14 anos a pessoa possui capacidade de ser parte, entretanto não possui capacidade
processual, a qual será obtida apenas com 18 anos (Art. 402, CLT). A capacidade de ser parte
está atrelada a aquisição de direitos e a processual à pratica de atos processuais. O representante
supre a incapacidade processual.
Art. 793, CLT: trata do ajuizamento de ações por quem é incapaz processualmente. O artigo
diz que os representantes podem suprir essa incapacidade, como pai, mãe, tutor e curador, bem
como o MP, sindicatos.
b) Capacidade postulatória:
Logo lembramos do advogado, por causa do art. 133 da CF que diz que o advogado é
indispensável para a administração da justiça. Portanto, em um primeiro momento, essa
capacidade postulatória é do advogado.
Entretanto, essa capacidade conta com diversos outros aspectos, como o habeas corpus, causas
em juizado especial e na justiça do trabalho, onde o advogado é dispensável.
Assim, como regra geral não precisa de advogado em processo do trabalho, pois o artigo 791
da CLT prevê o jus postulandi.
Mas em situações excepcionais o advogado é indispensável, conforme previsto na súmula 425
do TST, que traz 4 hipóteses onde o advogado é indispensável: 1. Mandado de segurança; 2.
Ação rescisória; 3. Ação cautelar; 4. Recursos para o TST (para o TRT não precisa de
advogado).
Assim, o jus postulandi está restrito ao primeiro grau de jurisdição e até os tribunais regionais.
Quanto ao dissídio coletivo, a assistência de advogado é facultativa.
Honorários advocatícios de sucumbência: com a reforma, esse assunto sofreu uma profunda
transformação no sistema de condenação, portanto não se usa mais a súmula 219 do TST e sim
o artigo 791-A da CLT que tem um regulamento próprio bem parecido com o novo CPC.
Esse sistema é de mera sucumbência, ou seja, a parte perdedora pagará honorários para a parte
vencedora, isso simplesmente por ter perdido. Diferente do sistema anterior, que era a
assistência judicial gratuita, que só quem recebia honorários de sucumbência era o sindicato e
não os advogados particulares.
A reconvenção é uma forma de defesa prevista no art. 343 do NCPC, que é uma espécie de
contra-ataque, é quando o réu aproveita a ação do autor para estabelecer novos pedidos. É como
se o réu ajuíza uma ação dentro da outra, portanto aqui também cabe condenação de pagamento
de honorários.
Se o beneficiário da justiça gratuita for condenado, ele também será condenado ao pagamento
de honorários de sucumbência, entretanto ele faz jus a suspensão de até 2 anos dessa cobrança.
Se o beneficiário da justiça gratuita aparentar que teve uma melhora na condição financeira, o
advogado poderá cobrar dentro desse prazo de 2 anos. Acontece que, se ele não for cobrado por
dois anos, a obrigação será extinta.
Benefício da justiça gratuita x Assistência Judiciária Gratuita (art. 790, §3º da CLT):
Justiça gratuita é concedida para a parte que não tem condições financeiras de arcar com as
custas do processo. Quem recebe até 40% do limite dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social (INSS), sendo o equivalente a, aproximadamente, 2 salários mínimos.
Antes da reforma, a expressão 2 salários mínimos constava expressamente, entretanto, a
reforma modificou para os 40% do limite dos benefícios do RGPS. Na prática não mudou
muito, mas modificou a letra da lei.
O §4º diz que a parte pode receber mais de 40% e ainda assim ter justiça gratuita, como no caso
de uma pessoa que tem 8 filhos, por exemplo. E a parte comprova isso através da declaração e
hipossuficiência. Destaque-se que essa declaração apenas é necessária em caso de pessoa que
recebe mais do que os 40%.
Já a assistência judiciária gratuita é prestada pelo sindicato de acordo com a lei 5584/70.
Atraso das partes em audiência (OJ n.º 245 SDI-1 do TST): quantos minutos a parte pode se
atrasar para a audiência? NENHUM! A parte não pode se atrasar por não ter previsão legal de
atraso. E a OJ diz exatamente isso, que as partes não podem se atrasar.
Atestado médico: as partes justificam a ausência por meio de atestado médico, e esse
instrumento é valido para evitar revelia e arquivamento. Entretanto, não é todo e qualquer
atestado que serve, tem que ser um atestado com informação específica de impossibilidade de
locomoção.
Art. 775 da CLT: A contagem dos prazos processuais foi alterada pela reforma trabalhista.
Antes da reforma, os prazos eram contados em dias corridos, fazendo com que sábados e
domingos fossem contados se estivessem no curso do prazo. Agora não, isso porque a reforma
trabalhista determinou que os prazos apenas serão contados em dias úteis (COM EXPEDIENTE
FORENSE), igual ao previsto no NCPC.
Súmula 262 do TST: ela trata do início da contagem do prazo quando a notificação é recebida
do sábado. Quando a notificação é recebida na sexta, o prazo começa na segunda, pois a sexta
é excluída por ser primeiro dia, pula o sábado e o domingo e começa na segunda se for dia útil.
Mas se for no sábado, será presumido que a notificação ocorreu em dia útil, então presume-se
Súmula 197 do TST: trata da sentença proferida na audiência, o que configura a intimação das
partes no próprio ato de sentenciar. Portanto, o prazo recursal começa a contar no primeiro dia
útil seguinte ao primeiro que é excluído.
Fazenda pública (DL 779/69): NÃO É APLICADO O CPC, isso porque o CPC é uma norma
genérica e esse DL é especifico sobre prerrogativas da fazenda pública no processo do trabalho.
No CPC tem prazo em dobro pra tudo e aqui não, aqui tem prazo em dobro para recorrer e
prazo em quádruplo para defesa.
Em caso de recurso, a parte terá o prazo de 8 dias para interpor Recurso Ordinário, enquanto a
fazenda pública terá 16 dias.
Em caso de defesa, a parte, antes da audiência, tem que ter 5 dias entre a notificação e a
audiência, enquanto a fazenda pública terá 20 dias.
Não aplicação do art. 229 do NCPC (OJ n.º 310 da SDI-1 do TST): o artigo 229 dobra o prazo
para litisconsortes que possuem advogados diferentes. Entretanto, no processo do trabalho o
TST determinou que não será dobrado o prazo, porque um dos princípios do processo do
trabalho é a celeridade.
Art. 218, §3º do NCPC - ausência de estipulação do prazo: em caso de dúvida sobre o prazo
deve ser consultada em lei, em primeiro lugar. Entretanto, o legislador às vezes confere ao juiz
a competência para fixar o prazo, como o de juntada de documento. Se o juiz determinar essa
juntada de documento e não fixar prazo, existe uma ausência de estipulação de prazo e a
resposta está no §3º do artigo 218 que determina que o prazo será automático de 5 dias.
Se o ato não for realizado dentro do prazo automático de 5 dias, existe a preclusão temporal
(por perda de prazo, art. 223 do NPCP).
Exceção: existe a possibilidade de justificar a perda do prazo por justa causa, como um acidente
grave. Nesse caso, se o juiz reconhecer, ele concede um novo prazo para a prática do ato
processual.
Preclusão é a perda da possibilidade de realização de um ato processual.