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MATERIAL DIDÁTICO
GEOGRAFIA ECONÔMICA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 3
UNIDADE 2 – GEOGRAFIA ECONÔMICA E SUAS CONCEPÇÕES TEÓRICAS ................................... 6
2.1 SUBDIVISÕES DA GEOGRAFIA ECONÔMICA ................................................................................................ 6
2.2 OS PROCESSOS ECONÔMICOS DA GEOGRAFIA ECONÔMICA ...................................................................... 7
2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS SETORES DA ECONOMIA ........................................................................................... 9
2.4 OS SISTEMAS ECONÔMICOS DE PRODUÇÃO.............................................................................................. 14
2.5 O PROBLEMA DO DESENVOLVIMENTO: PAÍSES DESENVOLVIDOS E SUBDESENVOLVIDOS ...................... 15
2.6 O PROBLEMA ECONÔMICO FUNDAMENTAL. A LEI DA ESCASSEZ:.......................................................... 20
2.7 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA GEOGRAFIA ECONÔMICA ..................................................................... 23
UNIDADE 3 - GEOPOLÍTICA MUNDIAL ..................................................................................................... 26
3.1 O PROCESSO DE MUNDIALIZAÇÃO DO CAPITAL ........................................................................................ 27
3.2 A “NOVA DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO” .............................................................................. 29
3.3 A EXPANSÃO GLOBAL DAS TRANSNACIONAIS E AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS...................................... 31
3.4 A FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS ............................................................................................... 34
3.5 METRÓPOLES E MEGALÓPOLES E AS TRANSFORMAÇÕES ESPACIAIS NO MUNDO ................................... 36
UNIDADE 4 – GEOGRAFIA ECONÔMICA DO BRASIL............................................................................ 39
4.1 O ESPAÇO AGRÁRIO BRASILEIRO.............................................................................................................. 43
4.2 O ESPAÇO URBANO BRASILEIRO............................................................................................................... 48
4.3 INDICADORES ECONÔMICOS DO BRASIL ................................................................................................... 54
4.4 PRINCIPAIS POLÍTICAS EXTERNAS DO BRASIL.......................................................................................... 60
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 62
INTRODUÇÃO
1
Todas as conceituações sobre a Geografia acima citadas podem ser encontradas na obra
“Geografia Econômica” (1974) de Manuel Correia de Andrade entre as páginas 18 e 19.
Em vista disso, esta apostila tem por objetivo: analisar o estudo dos sistemas
econômicos capitalismo e socialismo, e suas características, tema que será
abordado no capítulo 2; analisar as diversas representações da geografia econômica
no cenário mundial, foco do capítulo 3; e, compreender melhor a geografia
econômica no contexto brasileiro, tema discutido no capítulo 4.
Esta apostila é, portanto, uma coletânea de estudos e obras de inúmeros
autores, no qual apresentamos os materiais que compreendemos ser de mais valia
para introduzir o estudo da Geografia Econômica. Desde já, assinalamos que podem
haver eventuais lacunas, uma vez que o tema é amplo e o espaço para discussão é
limitado. Assim, para aqueles que tiverem interesse em aprofundar os estudos na
área, ao final da apostila, estão diversas referências utilizadas e consultadas na
confecção deste material, que poderão contribuir para maior esclarecimento em
caso de dúvidas.
Geografia Comercial;
Geografia dos Recursos Naturais;
Geografia Pecuária;
Geografia Florestal;
Geografia Industrial;
Geografia dos Transportes;
Geografia do Turismo, entre outras.
exploração florestal.
Setor Secundário indústria.
serviços em geral;
meios de comunicação e transporte;
Setor Terciário
comércio;
turismo.
Sistema Capitalista
O sistema capitalista moderno aparece pela primeira vez na Inglaterra,
substituindo o sistema de produção feudal. Esse sistema pode ser caracterizado
pela apropriação privada dos meios de produção, predominando a livre concorrência
e a iniciativa privada individual no setor econômico. Contudo, percebe-se que, ao
longo do tempo, a livre concorrência vem sendo substituída pela concentração de
riqueza nas mãos de poucos, e a iniciativa privada individual vem sendo suplantada
pela ação dos grandes grupos econômicos organizados. Nesse cenário, há a
formação de um mercado em que os países industrializados se tornaram ricos e
desenvolvidos, enquanto os países agrícolas e produtores de minérios tornam-se
pobres e subdesenvolvidos. A intervenção do Estado nas atividades econômicas, a
princípio censurada pelos economistas liberais, vem sendo cada vez mais
intensificada, havendo uma grande diversificação no grau desta intervenção estatal
entre os países capitalistas (ANDRADE, 1974, pp.53 e 54).
Sistema Socialista
O sistema socialista se caracteriza pela apropriação dos meios de produção e
planificação absoluta do setor econômico pelo Estado em nome da sociedade, a fim
de que haja equilíbrio entre produção e consumo. No sistema socialista há uma
preocupação maior com o abastecimento e manutenção do próprio país, do que com
a especialização/tecnificação em função da intensificação do comércio internacional.
os países ricos dos países pobres, foram elaboradas análises e nomenclaturas para
classificar e expressar as diferenças entre eles. Dentre os termos elaborados, temos
o de países desenvolvidos e o de países subdesenvolvidos. O termo
subdesenvolvimento passou a ser amplamente utilizado a partir da Segunda Guerra
Mundial, sugerindo o “atraso” de alguns países em relação aos ditos países
“avançados”.
É historicamente notório que sempre houve diferenças entre os países, assim
como também houve ascensão e decadência econômica e social de um mesmo país
em tempos históricos diferentes, como por exemplo: Grécia e o Império Romano
(Mundo Antigo), Portugal e Espanha (capitalismo comercial); Inglaterra (primeira
Revolução Industrial). Desse modo, sempre houve países ricos e dominadores, e
países pobres e explorados. A exploração de um país por outro é a característica
dominante da história econômica dos países em geral, e é considerável sua
importância nas diversas etapas do sistema capitalista de produção.
Desde o capitalismo industrial, fica evidente a relação de exploração de um
país pelo outro, sem considerar sua cultura, natureza e povo. Nesse período,
tínhamos a metrópole (país dominador), país produtor de materiais manufaturados,
que recebia da colônia (país dominado) as matérias primas necessárias à sua
produção. Tal matéria-prima era produzida em larga escala, a preços irrisórios, com
a única finalidade de abastecer as necessidades da metrópole. A colônia, por sua
vez, tinha ainda por obrigação comprar apenas os produtos manufaturados pela
metrópole, o que caracterizava uma relação exploratória, na qual só havia um
beneficiado, a metrópole.
Em uma fase posterior, no início do século XX, os países desenvolvidos (ex-
metrópoles) expressavam seu poder de dominação de maneira diferente.
Emprestavam capital e vendiam equipamentos de infraestrutura moderna (que
exigiam o emprego de técnicas específicas) para os países subdesenvolvidos
(geralmente ex-colônias) que não possuíam tais produtos.Tal procedimento acabava
intensificando a dependência econômica desses países, que eram então submetidos
a outra forma de exploração, e assim eram forçados a aumentar suas exportações
de produtos primários, a fim de tentar quitar suas dívidas de importação.
2
Os países denominados subdesenvolvidos, mas que apresentam uma industrialização mais forte,
também podem ser denominados de países emergentes.
uma organização econômica para o seu uso, uma vez que todos os desejos são
satisfeitos sem uma necessidade de regulação. Contudo, atualmente, a maioria dos
recursos é escassa quando comparados à sua demanda, ou seja, eles não existem
em quantidades suficientes para atender a todas as necessidades humanas.
Historicamente, o conflito da escassez tem ocorrido, em grande parte, devido
às transformações no modo de produção dos bens, no consumo cada vez mais
frenético e na maneira de se viver em sociedade continuamente inovadora, que
altera várias vezes os valores e a percepção que as pessoas têm do mundo, dos
bens, e das necessidades ao longo de uma vida. A chave desse processo de
transformação, de criação de novas necessidades e redescoberta constante da
escassez é o processo de trabalho. Desde as comunidades primitivas até a
sociedade moderna, o trabalho tem sido o motor do modo de produção capitalista. E
essa produção é a maneira coletiva encontrada para tentar superar o problema da
escassez.
Segundo a UVB (2007), como consequência do problema da escassez
apresenta-se tal situação:
a) Nenhuma sociedade consegue produzir todos os bens econômicos para
todos os seus membros.
b) Nenhum indivíduo pode gastar mais do que a sua renda.
Assim, todas as sociedades, qualquer que seja seu tipo de organização
econômica ou regime político ou mesmo nível de desenvolvimento, são obrigadas a
fazer escolhas entre alternativas possíveis, uma vez que os recursos são, em geral,
limitados. A escassez dos recursos e as necessidades ilimitadas do homem levam
ao problema da escolha, ou seja, chega-se ao problema da alocação dos
recursos. As necessidades do homem sendo ilimitadas e os recursos (bens)
disponíveis senso escassos, chegamos a alguns problemas econômicos básicos
(RODRIGUES, 2011):
a) O que e quanto produzir: o que produzir deve ser decidido pelos votos,
desejos dos consumidores (também chamado de “soberania do consumidor”), como
num exemplo clássico: quer produzir mais canhões ou mais manteiga? Já o quanto
produzir é determinado pela relação da oferta e demanda de mercado.
seguem esse sistema, tais como: Cuba e Coréia do Norte. Há muitos economistas,
pesquisadores das ciências sociais, líderes políticos e empresários que consideram
as respostas do capitalismo como as mais adequadas. Contudo, existem outros que
discordam e que vêm buscando alternativas viáveis desde a decadência do
socialismo.
Assim, o valor do território não se limita somente aos seus recursos naturais e
ao seu posicionamento geográfico. As características do espaço tornam o território
lugar privilegiado das condições de reprodução social, ou seja, espaço de poder. Por
isso, o Estado é essencial para proteger as condições da reprodução social e o
território.
O território é um espaço submetido a um poder político, poder que é
representado pelos Estados Nacionais, e que, por sua vez, é limitado pelas
fronteiras políticas que delineiam seu território. É nesse contexto que está a
Todos os direitos reservados ao Instituto Prominas de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Instituto Prominas.
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importância do Estado, uma vez que os territórios não são imutáveis e que podem
ser modificados através da expansão, pela conquista de novos territórios, e em
consequência, pela redução em decorrência da perda de território. Portanto, o
território é fonte de poder, domínio e dominação e cabe ao Estado Nacional proteger
tal bem.
Assim, a geopolítica é a área do conhecimento que irá promover o
entendimento entre as relações do Estado e seu território, entre as relações políticas
e econômicas que imperam no mundo, como guerras, conflitos, integração de blocos
econômicos, por fim, toda forma de arranjo do espaço geográfico.
surgiram como uma nova face do capital com o intuito de reconquistar e ampliar a
reprodução do capital.
Como consequência desse movimento, os problemas que pareciam ter se
dissolvido no pós-guerra, ressurgem com mais força: desemprego em massa,
miséria, precarização do trabalho e das leis trabalhistas. Esta nova etapa do modo
de produção capitalista, a mundialização do capital, deve ter sua gênese entendida
como:
[...] resultado de dois movimentos conjuntos, mas distintos. O
primeiro pode ser caracterizado como a mais longa fase de
acumulação ininterrupta do capital que o capitalismo conheceu desde
1914. O segundo diz respeito às políticas de liberalização, de
privatização, de desregulamentação e de desmantelamento de
conquistas sociais e democráticas, que foram aplicadas desde o
início da década de 1980, sob impulso dos governos Thatcher e
Reagan (CHESNAIS, 1996, p. 24).
4
Taxas alfandegárias são tributos cobrados pelos governos de todos os países sobre produtos
importados e exportados. A alfândega é uma repartição pública em que mercadorias exportadas e
importadas são registradas. Os tributos cobrados são disciplinados por leis, decretos, instruções
normativas, entre outros.
participar de um bloco econômico, atualmente, pode custar bem caro para um país,
uma vez que unidos de acordo com esses mesmos interesses, esses países se
tornam mais fortes quando o assunto é a defesa de determinadas situações
econômicas em nível internacional ou quando as questões entram em âmbito de
fóruns de julgamento internacional como a OMC (Organização Mundial do
Comércio). Não participar desse processo é isolar-se ou enfraquecer-se por
completo em um sistema muito característico de uma economia mundializada, onde
tais situações são mais formadas por países vizinhos ou que possuam afinidades
culturais ou comerciais.
Todo esse processo surge, pois, no período da Guerra Fria quando o mundo
fica dividido em duas grandes potências: Estados Unidos (capitalista) e URSS
(socialista), neste período tínhamos um mundo dividido em duas nações com
sistemas econômicos diferentes era um período conhecido como Bipolar.
Com o fim da URSS, os Estados Unidos lideram soberanos a maior parte das
principais relações comerciais entre os países, e como forma de fortalecer suas
economias os países se associam em verdadeiros blocos econômicos com
interesses em comum, tornando o mundo, de certa forma, em um mundo Multipolar,
com várias lideranças regionais divididas em blocos. Podemos citar alguns blocos
que existem atualmente no cenário internacional, como pode ser visualizado no
mapa 2.
Dentre esses blocos mostrados a seguir, existem outros blocos espalhados e
outros que ainda agregam países, ou países que migram para outros blocos de
acordo com seus interesses econômicos. O interesse principal desse item é
apresentar de uma maneira mais abrangente o que configura um Bloco Econômico
na atual conjuntura e o papel deles nas relações internacionais dos Blocos
Econômicos citados acima. Merecem destaque pelo volume de comércio
internacional ou peso político o NAFTA, UE e o MERCOSUL (Bloco Econômico
liderado pelo Brasil). Outros blocos crescem pelo mundo ocupando cada vez mais
papel de destaque.
são conhecidas como metrópoles5. Com a difusão cada vez maior do capitalismo de
mercado, o número de metrópoles se espalha pelo mundo proporcionando que
muitas delas fiquem próximas umas das outras num processo de crescimento
contínuo de junção. Quando duas metrópoles crescem a ponto de sofrerem um
processo de conurbação, temos aí o surgimento de verdadeiros complexos urbanos
industriais caracterizados pelos estudiosos como megalópoles. Essas em sua
maioria ocorrem em menor quantidade pelos países, mas em virtude de sua
complexidade merecem um estudo à parte.
Megalópoles, metrópoles mundiais ou cidades globais são, portanto, os
principais centros de poder no mundo. Nelas é determinada toda a estrutura
econômica mundial, transformando essas grandes cidades em centros de difusão de
ordens econômicas, políticas e até culturais. Sua importância está em sediar
instituições importantes, como bolsas de valores e as sedes das maiores empresas
estatais e privadas do mundo.
Alguns autores costumam diferenciar megalópoles de cidades globais, apesar
de esses termos serem, na maioria das vezes, colocados como sinônimos. A
distinção estaria no fato de as cidades globais serem cidades específicas, enquanto
as megalópoles são centros ou eixos populacionais ou comerciais integrados por
várias metrópoles, a exemplo do eixo Rio de Janeiro / São Paulo (PENA, 2014).
5
Metrópole é um termo que pode designar a cidade principal ou capital de um determinado país ou
província, ou ainda, alguma cidade que, por algum motivo, exerce influência (cultural, social,
econômica) sobre as demais cidades da região metropolitana. Pode designar, também, de forma
oficial, a cidade principal de um conjunto de cidades que se encontram unidas geograficamente. A
esse processo de junção das cidades devido ao crescimento horizontal das mesmas, dá-se o nome
de “conurbação”. E à região onde ocorre a conurbação, chama-se “região metropolitana”.
Região Norte
Tem nas particularidades da Floresta Amazônica um dos principais eixos de
desenvolvimento econômico como o extrativismo vegetal de produtos como madeira,
látex, açaí e castanha. Por ser considerada a região com o maior volume hídrico do
6 Commodities: palavra em inglês, plural de commodity, que significa mercadoria. Essa palavra é usada para
descrever produtos de baixo valor agregado ligados principalmente ao setor primário.
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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Brasil, uma camada expressiva dessa população conhecida como ribeirinha, vive às
margens desses rios em locais conhecidos como casas de palafitas (casas
suspensas de madeira às margens dos rios amazônicos). Em virtude dessa
característica, tem na agricultura, pesca e criação de gado em espaços suspensos,
a verdadeira base econômica de subsistência, além do extrativismo de produtos
ligados à floresta equatorial. Em geral são populações carentes de sistema de
esgoto, energia, saúde e educação.
O solo da região apresenta grande variedade de minerais tornando a região
uma importante referência na exploração de minérios como ferro, cobre e ouro.
Como tentativa de industrializar a região Norte, no governo militar de Castelo
Branco, foi criada a Zona Franca de Manaus, localizada no estado do Amazonas
próxima à capital Manaus. A Zona Franca apresenta isenções fiscais para a
instalação de indústrias, o que atraiu aproximadamente 508 empresas
correspondendo por mais de 50% do PIB do estado do Amazonas. (FARIA, 2013).
Muitos países líderes econômicos no cenário internacional, manifestaram
interesses econômicos nas características da região Norte brasileira, principalmente
pelo seu valor de biodiversidade animal e vegetal, por suas riquezas ligadas ao solo
e pelo montante de água doce presente em um lugar onde se encontra a menor
parcela da população brasileira, merecendo com isso uma atenção especial por
parte do Brasil.
Região Nordeste
A região Nordeste tem no turismo uma importante arrecadação e geração de
empregos mesmo sendo uma região de economia diversificada, também com
presença de indústrias, agronegócio e exploração de petróleo. A cana-de-açúcar é
um produto agrícola que prevalece desde o Brasil colônia, mas que cede espaço
pelo gradual crescimento da atividade industrial.
Mesmo com a diversificação econômica cada vez mais presente nesta região,
a seca proveniente de um clima semiárido é algo que merece algum destaque
quando analisamos o Nordeste. Esse tipo de clima, ao contrário do que se pensa,
não atinge toda a região e se concentra basicamente no interior em um espaço
conhecido como o polígono da seca, cuja área envolve parte de oito estados
Região Centro-Oeste
Essa região se configura como a segunda em extensão territorial do Brasil,
contudo, apresenta uma baixa densidade demográfica. A região Centro-Oeste vem
ganhando importância com o passar do tempo, principalmente com a transferência
da Capital do Brasil, que antes se situava no Rio de janeiro, para Brasília em 1960,
ano de sua inauguração. A cidade é responsável pelo maior peso econômico da
região, seguida do estado de Goiás que fica em segundo lugar. O garimpo de ouro e
diamante forma a base histórica da economia da região, sendo substituída com o
passar do tempo pela pecuária que, juntamente com a agroindústria, torna-se o
setor mais expressivo da região atualmente. Verifica-se na região, a presença de
setores da agroindústria ligados à produção de adubos, fertilizantes e rações, além
de frigoríficos e abatedouros. Na agricultura, é expressiva a produção de soja (a
maior do país), algodão em pluma, girassol, milho e uma das maiores criações de
gado do mundo, concentradas principalmente no estado do Mato Grosso do Sul.
Região Sudeste
Quando falamos em economia no Brasil, nenhuma outra região se aproxima
do peso econômico que a região Sudeste exerce na balança comercial brasileira.
Essa região apresenta a maior concentração industrial do país, apresenta empresas
ligadas à maioria dos setores industriais existentes como: montadoras, siderurgia,
tecnológicas, além de dispor de um sofisticado e diversificado parque industrial. O
Região Sul
Em relação a sua economia, a região é a segunda mais industrializada do
país e se dedica aos mais diversos ramos da agricultura e produção industrial,
sendo responsável pelo segundo maior valor do PIB interno nacional.
Grande parte da geração de riqueza da região Sul se concentra no setor de
serviços, mas a indústria exerce valor expressivo também na metalurgia, têxtil,
produção de automóveis, autopeças e a indústria alimentícia. No setor primário, a
agricultura altamente mecanizada investe em milho, soja, trigo, tabaco, arroz,
cebola, maçã e alho. A pecuária bovina também é importante nessa região, uma vez
que o tipo de vegetação (pampas) favorece naturalmente o investimento nessa
atividade. Quanto às atividades extrativistas, a mata das Araucárias fornece
madeiras (cedro, imbuia e pinheiro do Paraná), abastecendo a indústria de celulose.
O cultivo da erva mate merece destaque, configurando-se como uma característica
da região. A principal usina hidrelétrica do país está instalada na região, a Usina de
Itaipu, no extremo oeste do Paraná, considerada uma das maiores hidrelétricas do
mundo.
7
Grandes propriedades de terra com apenas um tipo de agricultura sendo cultivada.
8
É um direito que o cidadão adquire em relação à posse de um bem móvel ou imóvel em decorrência
do uso deste por um determinado tempo. Usucapião é um termo original do latim e significa adquirir
pelo uso.
Mesmo com esse cenário descrito acima, o maior peso da balança comercial
brasileira está diretamente ligado à exportação de produtos agrícolas, pecuária e à
agroindústria, e essas “commodities”, atualmente, são responsáveis pelo saldo
muitas vezes positivo na balança comercial.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísca (IBGE). Dados referentes ao ano de 2010
projetados. Disponível em:
http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?ID_OBJETO=119541&tipo=ob&cp=4E6127&cb
=&n1=&n2=M%EF%BF%BDdulos%20Did%EF%BF%BDticos&n3=Ensino%20M%EF%BF%BDdio&n4
=Sociologia&b=s. Acesso em: 03/02/2015.
9
Metrópole: da língua grega “metropolis”, é o termo empregado para se designar as cidades centrais
de áreas urbanas formadas por cidades ligadas entre si fisicamente (conurbadas) ou através de
fluxos de pessoas e serviços ou que assumem importante posição (econômica, política, cultural, entre
outras) na rede urbana da qual fazem parte (correspondentes, na classificação do IBGE, às
metrópoles nacionais e regionais).
Todos os direitos reservados ao Instituto Prominas de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Instituto Prominas.
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mercadorias, que juntas formam a maior aglomeração urbana do hemisfério sul com
seus níveis internacionais de alcance produtivo.
O processo de urbanização e estruturação da Rede Urbana Brasileira 10 pode
ser dividido em 4 momentos para facilitar a compreensão:
10
A rede urbana é a malha metropolitana de um país, que se constitui basicamente de cidade global,
metrópole nacional, metrópole estadual, metrópole regional, médias e pequenas cidades.
Configurando-se como um sistema integrado de cidades que vai das pequenas ou locais às
metrópoles ou cidades gigantescas.
De 1930 a 1950:
Período marcado pela concentração industrial na região Sudeste, pelo
aumento da infraestrutura de telecomunicações e de transporte, e pela grande
atração populacional aos grandes polos industriais do Sudeste (SP e RJ) que juntas
tornam-se as principais metrópoles nacionais pela capacidade de atração de mão de
obra. Contudo, a infraestrutura não acompanha esta expansão, tornando-as
metrópoles nacionais densas, caóticas e de rápido crescimento das periferias com
intenso processo de favelização.
De 1950 a 1980:
O Sudeste ainda atrai grande população de outras regiões, principalmente da
região Nordeste. Outras capitais se destacam pela atração e competitividade. Há
aumento da urbanização no Brasil pelo processo de êxodo rural e regional. Grandes
problemas de infraestrutura são enfrentados pelas principais capitais do país.
11
As regiões metropolitanas são áreas compostas por um conjunto de cidades contíguas e com
integração socioeconômica a um município de grande porte (aquele que apresenta boa infraestrutura,
variedade de serviços, grande mercado de trabalho e elevada população residente).
Existe uma gama muito variada de índices que analisam diversos aspectos
econômicos e sociais de um país, mas existem alguns indicadores que são de uso
padrão entre as nações e ajudam bastante a compreender a situação atual tanto em
âmbito nacional como internacional.
Os indicadores econômicos são de extrema importância tanto para a
compreensão da situação presente e o entendimento dos rumos em curto prazo que
seguem a economia de um país, quanto para servir de subsídio ao processo de
tomada de decisões estratégicas dos agentes públicos (governos) e privados
(empresas e consumidores).
No Brasil isso não é diferente. Abordaremos alguns indicadores que no
campo da macroeconomia realçam de maneira geral a posição/situação econômica
que o país vive naquele momento, servindo de base para estudos posteriores. Mas
vale ressaltar que a utilização e o entendimento desses indicadores só é possível
por existir uma quantidade bem diversificada de indicadores que captam
informações numa escala muito menor, e que ajudam a formar a base dos principais
indicadores da macroeconomia de um país. Esses principais indicadores
macroeconômicos considerados são:
Balança Comercial: para se entender o conceito de balança comercial é
necessário definir o que são exportações e importações. As importações dizem
respeito aos gastos que o governo ou pessoas tem ao comprar produtos, advindos
de outros países (importados). As exportações são os bens e serviços que são
produzidos em cada país e em seguida são vendidos e enviados a clientes situados
em outros países.
Assim sendo, balança comercial é definida como a diferença que há entre o
total das exportações em relação às importações que são realizadas em cada país e
essa diferença gera um saldo. Quando as exportações superam as importações,
dizemos que esse saldo é positivo, ou seja, o país vendeu mais ao exterior do que
comprou, que apresentou um superávit na balança comercial. Porém, se o valor das
importações for maior, ou seja, o país comprou mais que vendeu de outros países,
dizemos que esse país apresenta um déficit na balança comercial.
Fonte: ABDALA, V. Inflação oficial fecha ano de 2012 em 5,84%, diz IBGE. Disponível em:
http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-01-10/inflacao-oficial-fecha-ano-de-2012-em-
584-diz-ibge. Acesso em 10/02/2015.
12
População Economicamente Ativa ou PEA é um conceito elaborado para designar a população que
está inserida no mercado de trabalho ou que, de certa forma, está procurando se inserir nele para
exercer algum tipo de atividade remunerada.
Fonte: ZIMMERMANN, P.; SPITZ, C. IDH sobe pouco e Brasil permanece na 63º posição em ranking
da ONU. Folha de São Paulo. 2005. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u112795.shtml. Acesso em 15/02/2015.
REFERÊNCIAS
ABDALA, V. Inflação oficial fecha ano de 2012 em 5,84%, diz IBGE. (Em
<http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-01-10/inflacao-oficial-fecha-
ano-de-2012-em-584-diz-ibge >). Acesso em 10/02/2015.
MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto comunista. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
ZIMMERMANN, P.; SPITZ, C. IDH sobe pouco e Brasil permanece na 63º posição
em ranking da ONU. Folha de São Paulo. 2005. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u112795.shtml . Acesso em
15/02/2015.