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CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA

PORTARIA Nº 2.861 DO DIA 13/09/2004

MATERIAL DIDÁTICO

GEOGRAFIA ECONÔMICA

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 3
UNIDADE 2 – GEOGRAFIA ECONÔMICA E SUAS CONCEPÇÕES TEÓRICAS ................................... 6
2.1 SUBDIVISÕES DA GEOGRAFIA ECONÔMICA ................................................................................................ 6
2.2 OS PROCESSOS ECONÔMICOS DA GEOGRAFIA ECONÔMICA ...................................................................... 7
2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS SETORES DA ECONOMIA ........................................................................................... 9
2.4 OS SISTEMAS ECONÔMICOS DE PRODUÇÃO.............................................................................................. 14
2.5 O PROBLEMA DO DESENVOLVIMENTO: PAÍSES DESENVOLVIDOS E SUBDESENVOLVIDOS ...................... 15
2.6 O PROBLEMA ECONÔMICO FUNDAMENTAL. A LEI DA ESCASSEZ:.......................................................... 20
2.7 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA GEOGRAFIA ECONÔMICA ..................................................................... 23
UNIDADE 3 - GEOPOLÍTICA MUNDIAL ..................................................................................................... 26
3.1 O PROCESSO DE MUNDIALIZAÇÃO DO CAPITAL ........................................................................................ 27
3.2 A “NOVA DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO” .............................................................................. 29
3.3 A EXPANSÃO GLOBAL DAS TRANSNACIONAIS E AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS...................................... 31
3.4 A FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS ............................................................................................... 34
3.5 METRÓPOLES E MEGALÓPOLES E AS TRANSFORMAÇÕES ESPACIAIS NO MUNDO ................................... 36
UNIDADE 4 – GEOGRAFIA ECONÔMICA DO BRASIL............................................................................ 39
4.1 O ESPAÇO AGRÁRIO BRASILEIRO.............................................................................................................. 43
4.2 O ESPAÇO URBANO BRASILEIRO............................................................................................................... 48
4.3 INDICADORES ECONÔMICOS DO BRASIL ................................................................................................... 54
4.4 PRINCIPAIS POLÍTICAS EXTERNAS DO BRASIL.......................................................................................... 60
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 62

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INTRODUÇÃO

Conceituar, distinguir ou mesmo definir um ramo qualquer do conhecimento


científico é, sem dúvida, uma tarefa bem difícil. Esta dificuldade se torna mais
evidente quando nos propomos a definir conceitos das ciências sociais, em
comparação aos das ciências naturais. E mais difícil ainda é definir a Geografia, por
ser uma ciência que perpassa dois ramos importantes do conhecimento científico: o
social e o natural.
Ainda assim há, historicamente, inúmeros pesquisadores que se debruçaram
em buscar uma definição que compreendesse a complexidade da Geografia.
Emanuel de Martone afirmava que “a Geografia é a ciência que estuda a distribuição
dos fenômenos físicos, biológicos e humanos pela superfície da Terra, as causas
dessa distribuição e as relações locais destes fenômenos”, enquanto Sauer
assegurava que a Geografia “é a ciência da diferenciação das áreas”, Cholley
afirmava que o objeto da Geografia é “conhecer a Terra em seu caráter total, não
levando em conta categorias isoladas, mas combinações produzidas entre as várias
categorias – físicas, biológicas e humanas”. Já Hartshorne considerava que a
Geografia “tem por objetivo proporcionar a descrição e a interpretação, de maneira
precisa, ordenada e racional, do caráter variável da superfície da Terra”, já Andrade
afirmava que a Geografia “é a ciência que estuda a organização do espaço terrestre,
organização que é o resultado tanto da ação de fatores naturais como humanos
agindo conjuntamente1”.
Após definir e compreender o conceito de ciência geográfica, nos deparamos
com a subdivisão da Geografia em dois ramos: a Geografia Física, que analisa e
interpreta a ação dos fatores físicos, e a Geografia Humana, que analisa e interpreta
a ação dos fatores humanos.
Como já foi dito anteriormente, a Geografia é uma ciência que perpassa
diversas outras ciências e na Geografia Humana não seria diferente, pois ela se
agrupa a outros ramos das ciências sociais buscando aprimorar o conhecimento da
sua própria ciência.

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Todas as conceituações sobre a Geografia acima citadas podem ser encontradas na obra
“Geografia Econômica” (1974) de Manuel Correia de Andrade entre as páginas 18 e 19.

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Assim surge a Geografia Econômica: da convergência entre a Geografia e a


Economia (SOBREIRA, 2011). Essa união possibilitou à Geografia uma nova
categoria de análise espacial, provocando uma reação nos objetivos da Geografia e
conferindo, portanto, uma nova organização espacial, agora também fundamentada
no desenvolvimento econômico.
Diferente do estudo da economia de um país, que se utiliza muitas vezes de
cálculos matemáticos para entender a dinâmica e as transformações do mercado, a
Geografia Econômica dedica-se ao estudo da situação econômica do espaço
geográfico. Segundo Chorincas (2001), o foco da Geografia Econômica é a indústria,
em razão da produção, da distribuição e da organização espacial das atividades
econômicas na Terra.
Andrade (1974, p.20) relata que a Geografia Econômica se preocupa com “as
influências da produção, da circulação e do consumo dos produtos na organização
do espaço”. Ainda, de acordo com Ayllon Torres (2004), a Geografia Econômica é o
estudo das relações do meio e das atividades econômicas.
Notamos aqui que, para esses autores, as características econômicas são
determinantes para atribuir diversos conceitos à Geografia Econômica, mas sempre
com o mesmo foco – o estudo da estrutura econômica e espacial.
Desse modo, segundo Chorincas (2001, p.117), os geógrafos começaram a
centralizar a sua atenção com o meio em que se encontram.

no estudo dos sistemas econômicos a diversas escalas de análise.


Procuravam distinguir a sua dimensão e estrutura interna, analisar a
localização das atividades econômicas e a especialização dos territórios,
encontrar os principais fatores explicativos do comportamento espacial dos
vários agentes econômicos (consumidores, produtores, agentes públicos e
empresariais).

Em vista disso, esta apostila tem por objetivo: analisar o estudo dos sistemas
econômicos capitalismo e socialismo, e suas características, tema que será
abordado no capítulo 2; analisar as diversas representações da geografia econômica
no cenário mundial, foco do capítulo 3; e, compreender melhor a geografia
econômica no contexto brasileiro, tema discutido no capítulo 4.
Esta apostila é, portanto, uma coletânea de estudos e obras de inúmeros
autores, no qual apresentamos os materiais que compreendemos ser de mais valia

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para introduzir o estudo da Geografia Econômica. Desde já, assinalamos que podem
haver eventuais lacunas, uma vez que o tema é amplo e o espaço para discussão é
limitado. Assim, para aqueles que tiverem interesse em aprofundar os estudos na
área, ao final da apostila, estão diversas referências utilizadas e consultadas na
confecção deste material, que poderão contribuir para maior esclarecimento em
caso de dúvidas.

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UNIDADE 2 – GEOGRAFIA ECONÔMICA E SUAS


CONCEPÇÕES TEÓRICAS

Como já exposto previamente, a Geografia Econômica se destaca pelo


estudo das relações entre o espaço delineado e suas atividades econômicas, como
também se debruça sobre o estudo das atividades e etapas dos processos
econômicos em sua totalidade. Assim, o quadro 1 tem por objetivo apresentar as
etapas e campos de estudo que a Geografia Econômica aborda.
O quadro 1 nos possibilita visualizar todas as etapas que os estudos de
geografia econômica perpassam, tais como: as características do meio, como clima
e solo que influenciam diretamente a produtividade da agricultura; a necessidade de
mão de obra para cada setor da economia; as atividades produtivas em si, com
todas as suas peculiaridade, e mesmo etapas que aparecem após o processo
produtivo e que são de interesse da geografia econômica, como as formas de
transporte e o mercado consumidor ao qual se destinam os produtos, e claro, a
variação nos preços e valores dos produtos no tempo e espaço.

Quadro 1: Campo de estudo da Geografia Econômica

Fonte: Adaptado de Ayllon Torres (2004).

2.1 Subdivisões da Geografia Econômica


A Geografia Econômica, por ser uma convergência entre Geografia e
Economia, tem se tornado uma disciplina com alto grau de especialização, sendo
necessária, portanto, a sua subdivisão em algumas categorias, tais como:
 Geografia Agrícola;
 Geografia da Pesca;
 Geografia da Mineração;
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 Geografia Comercial;
 Geografia dos Recursos Naturais;
 Geografia Pecuária;
 Geografia Florestal;
 Geografia Industrial;
 Geografia dos Transportes;
 Geografia do Turismo, entre outras.

2.2 Os processos econômicos da Geografia Econômica


Os processos de produção, distribuição e consumo estão no foco da Ciência
Econômica, pois durante esses processos é que as decisões mais importantes são
tomadas. Como por exemplo: produtores decidem como ajustar os fatores de
produção (quanto de cada um dos fatores pode ser utilizado ou não); consumidores
definem que bem irão adquirir e sua quantidade ou que serviço irão contratar (dentro
de sua possibilidades econômicas, claro). Usar mais de um determinado fator (por
exemplo, trabalho) tem por consequência usar menos de outro (por exemplo,
máquinas). Comprar mais de um bem ou serviço tem por resultado diminuir ou
anular as compras de outro(s). Portanto, cada escolha significa uma abdicação de
um uso alternativo desses recursos.
Assim, a Economia se preocupa em analisar as leis que regem a produção,
distribuição e consumo dos bens e serviços na sociedade, ao longo das diversas
fases do desenvolvimento. Vamos descrever cada uma das fases:
a) Produção: o conceito de produção é de grande importância no estudo da
economia. É a etapa inicial dos processos, e está associada à ação do Homem
sobre a natureza, ou seja, é a transformação de recursos naturais em bens. Formas
simples de conceituar produção podem ser apresentadas como a “conversão dos
fatores adquiridos pela empresa, em produtos para a venda no mercado”, como
também “a transformação de bens e serviços em outros bens e serviços” (JOSEPH,
2012). Para que se realize o processo de produção, há a necessidade de
transformar insumos, mais comumente denominados de recursos econômicos em
outros produtos.

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Assim, os recursos econômicos (também nomeados de fatores de produção


ou inputs), são os meios utilizados pela sociedade para a produção de bens e
serviços que irão satisfazer as necessidades humanas, e podem ser classificados
em:
Recursos naturais: formado por todos os bens econômicos usados na produção
e que são extraídos diretamente da natureza como: os solos, os minérios, água para
as hidroelétricas, a floresta entre outros.
Trabalho: inclui toda a atividade humana (esforço físico e ou mental) usada na
produção de bens e serviços, como: os serviços técnicos dos engenheiros de
computação, médicos, agrônomos, entre outros.
Capital: consiste em todos os bens materiais produzidos pelo homem e que são
usados na produção. O capital pode ser subdividido em:
i) Capital fixo ou físico: estoque de máquinas, equipamentos e
construções acumulados no tempo;
ii) Capital humano: estoque de conhecimentos e habilidades dos
indivíduos acumulados no tempo. Podemos definir diversos indicadores de capital
humano e fazer comparações entre países:
 número de engenheiros;
 número de cientistas;
 número de profissionais com mestrado e/ou doutorado;
 percentagem da população com curso superior;
 número médio de anos de escolaridade da população.
iii) Capital financeiro: estoque de recursos monetários da economia.
No entanto, apenas capital fixo e capital humano podem ser considerados
fatores de produção, sendo o capital financeiro uma espécie de instrumento que
facilita as transações econômicas, não estando diretamente ligado à produção de
bens ou serviços.
Distribuição: distribuição em economia se refere à maneira como a produção
ou a renda total é distribuída entre indivíduos de uma sociedade ou entre os fatores
de produção (trabalho, terra, e capital). A distribuição decorre, portanto, do próprio
processo produtivo e é por meio dela que os bens chegam aos consumidores,

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aproximando, assim, os inúmeros produtores separados pela divisão social do


trabalho.
A forma de distribuição mais evidente é a distribuição física dos produtos,
fenômeno que se desenvolve nas relações de troca, isto é, na esfera da
comercialização dos produtos. Há também a distribuição funcional, que recebeu
atenção especial nas análises dos economistas clássicos e que se refere à
repartição do produto global entre os vários agrupamentos sociais. Tal repartição,
segundo esses economistas, relaciona-se diretamente à participação de cada grupo
ou classe social no processo produtivo e também à propriedade dos fatores de
produção apresentando-se sob a forma de juros, lucros, rendas e salários
(SANDRONI, 1999).
Consumo: é a etapa final do processo econômico e se realiza quando a
mercadoria produzida chega ao consumidor. Para que se cumpra adequadamente
todas as etapas desse processo, é preciso que se tenha uma infraestrutura
constituída por um conjunto de elementos fundamentais, tais como: meios de
comunicação e transporte, sistemas elétricos, de irrigação e de urbanização e
serviços públicos em geral (AYLLON TORRES, 2004).

2.3 Classificação dos Setores da Economia


As atividades econômicas produtivas de um país podem ser divididas em
setores (primário, secundário e terciário) de acordo com os recursos naturais, com
as mercadorias produzidas, os modos de produção e nível de desenvolvimento
tecnológico empregados. Estes setores econômicos são importantes para
determinar o nível de desenvolvimento econômico de um país ou região.
Setor Primário: o setor primário tem sua produção relacionada à exploração dos
recursos naturais, como por exemplo: agricultura, pesca e mineração. É o setor que
oferece matéria-prima para a indústria e que apresenta grande vulnerabilidade, pois
depende muito de fenômenos naturais, como o clima, solo e relevo. A produção e
exportação de matéria-prima não gera muita riqueza para os países ou regiões com
economias baseadas no setor primário, pois, os produtos assim gerados possuem
pouco valor agregado, diferente do que ocorre no setor secundário.

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Setor Secundário: o setor secundário transforma a matéria-prima produzida pelo


setor primário (tais como madeira, algodão, minério de ferro) em produtos
industrializados (máquinas, roupas, carros, casas, produtos eletrônicos, entre
outros), ou seja, agregam valor (trabalho) ao produto. Por haver conhecimento
tecnológico específico empregado nos produtos do setor secundário, o lucro obtido
na comercialização é bem expressivo. Assim, os países que tem sua economia
baseada no setor secundário são considerados em alto grau de desenvolvimento,
pois a exportação desses produtos é altamente lucrativa.
Setor Terciário: o setor terciário está relacionado à prestação de serviços. Os
serviços são produtos não materiais que pessoas ou empresas prestam a terceiros
para satisfazer necessidades específicas. De tais serviços podemos destacar:
saúde, educação, comércio (final), transportes, turismo, serviços de seguro, limpeza,
alimentação, administrativos e bancários, entre outros. Os países com alto grau de
desenvolvimento econômico, geralmente apresentam o setor terciário bastante
representativo. Com o processo de globalização atual, o setor terciário é o que mais
tem se ampliado.
Atualmente, um quarto setor tem incitado uma discussão. É o setor
quaternário, que compreende as atividades relacionadas à alta tecnologia, como:
informática, biotecnologia, exploração espacial, entre outras.

Quadro 2: As atividades econômicas por setor da economia


Setores da Economia Atividades Econômicas:
coleta;
caça e pesca de pequeno porte;
Setor Primário (Primitivo) pecuária de pequeno porte;
agricultura de pequeno porte;
mineração rudimentar.
caça e pesca desportiva;
pesca de grande porte;
Setor Primário (Avançado) pecuária de grande porte;
agricultura de grande porte;
mineração moderna;

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exploração florestal.
Setor Secundário indústria.
serviços em geral;
meios de comunicação e transporte;
Setor Terciário
comércio;
turismo.

Fonte: Adaptado de Ayllon Torres (2004).

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Os bens de consumo e serviços


De modo geral, bens e serviços são produtos do trabalho humano que
buscam atender às diversas necessidades humanas. Porém, os bens são, em geral,
produtos materiais (físicos), portanto são tangíveis (podemos vê-los, senti-los ou
tocá-los). Eles têm forma, cor, textura, enfim, características físicas, enquanto os
serviços são representados por produtos abstratos, nos quais pessoas que detêm o
domínio de conhecimento/técnicas específicas ofertam seus trabalhos a fim de
satisfazer as necessidades de outros (UVB, 2007).
Os bens subdividem-se em quatro grupos:
a) Bens de consumo não duráveis: são produtos que devem ser renovados
frequentemente, esgotam-se ou desgastam-se em um curto período de tempo.
Exemplos: alimentos e bebidas, materiais de higiene e limpeza, vestuário e
calçados.
b) Bens de consumo duráveis: são produtos que podem ser consumidos
durante um período de tempo maior e não precisam ser renovados com muita
frequência. Exemplos: automóveis, eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos são
típicos deste grupo.
c) Bens intermediários: são produtos que resultam de um primeiro
processamento industrial, mas não são direcionados para o consumo, esses
produtos voltam ao processo produtivo para dar origem a bens finais. Exemplos:
aço, celulose, metais processados, petróleo, produtos químicos.
d) Bens de capital: são bens finais, mas não se destinam ao consumo das
necessidades individuais da sociedade e sim das empresas. São “bens que
produzem outros bens”. Exemplos: máquinas e equipamentos em geral representam
este grupo.
Já os serviços não têm existência física. Exemplo: um ônibus é físico
(portanto é um bem), mas o transporte que ele realiza (deslocamento de pessoas
entre locais distintos) não é algo físico, não pode ser tocado, sentido ou visto em
termos de forma ou cor, ou seja, é um serviço. Outro exemplo: um corte de cabelo
utiliza bens físicos – tesoura, aparelho elétrico – mas não é, em si mesmo, físico.
Vemos seu resultado na pessoa e o barbeiro/cabeleireiro agindo, mas o corte em si
mesmo não existe fisicamente, é a prestação de um serviço (UVB, 2007).

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2.4 Os Sistemas Econômicos de Produção


Um sistema econômico pode ser caracterizado pelo conjunto de regras e
normas que regem a economia de algum local. Apesar de receber o nome de
sistema econômico, este sistema interfere não apenas na economia, mas também
na política, na sociedade e até na cultura de um povo. O sistema econômico
predominante em nosso mundo contemporâneo é o sistema capitalista de produção,
embora o sistema socialista seja também vigente em alguns países.

Sistema Capitalista
O sistema capitalista moderno aparece pela primeira vez na Inglaterra,
substituindo o sistema de produção feudal. Esse sistema pode ser caracterizado
pela apropriação privada dos meios de produção, predominando a livre concorrência
e a iniciativa privada individual no setor econômico. Contudo, percebe-se que, ao
longo do tempo, a livre concorrência vem sendo substituída pela concentração de
riqueza nas mãos de poucos, e a iniciativa privada individual vem sendo suplantada
pela ação dos grandes grupos econômicos organizados. Nesse cenário, há a
formação de um mercado em que os países industrializados se tornaram ricos e
desenvolvidos, enquanto os países agrícolas e produtores de minérios tornam-se
pobres e subdesenvolvidos. A intervenção do Estado nas atividades econômicas, a
princípio censurada pelos economistas liberais, vem sendo cada vez mais
intensificada, havendo uma grande diversificação no grau desta intervenção estatal
entre os países capitalistas (ANDRADE, 1974, pp.53 e 54).

Sistema Socialista
O sistema socialista se caracteriza pela apropriação dos meios de produção e
planificação absoluta do setor econômico pelo Estado em nome da sociedade, a fim
de que haja equilíbrio entre produção e consumo. No sistema socialista há uma
preocupação maior com o abastecimento e manutenção do próprio país, do que com
a especialização/tecnificação em função da intensificação do comércio internacional.

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Quadro 3: Principais diferenças entre os sistemas Capitalista e Socialista


Sistema Capitalista Sistema Socialista
1. Propriedade privada dos meios de 1. Abolição da propriedade privada dos
produção. meios de produção.
2. Controle da força de trabalho 2. Trabalho pago em função da
mediante o pagamento do salário. quantidade e qualidade dos mesmos.
Lema: “A cada um segundo suas Lema: “A cada um segundo suas
capacidades”. necessidades”.
3. Predomínio da liberdade da empresa 3. Domínio centralizado da economia
e do planejamento econômico. pelo Estado.
4. Há a livre concorrência dos preços, 4. Não há livre concorrência e os
que são reguladas pela lei da oferta e preços são controlados pelo Estado.
demanda.
5. Sua estrutura sociopolítica permite a 5. Só existe um partido político.
existência de diversos partidos
políticos.
6. A desigualdade na distribuição da 6. Só existe uma classe social, a
riqueza gera várias classes sociais. trabalhadora. Há uma ditadura do
proletariado, que é controlada pelo
Estado.
7. A produção se realiza com a 7. A produção se realiza com a
finalidade de valor de troca, ou seja, o finalidade de valor de uso.
lucro.
8. Há a organização dos proletários em 8. Não existe direito de greve e nem
sindicatos que, por meio de greve, sindicatos independentes. Não há luta
lutam pelos direitos dos trabalhadores. de classes.

Fonte: Adaptado de Ayllon Torres (2004).

2.5 O problema do desenvolvimento: Países Desenvolvidos e


Subdesenvolvidos
Com a ascensão do sistema capitalista de produção, as disparidades sociais
econômicas entre os países foram se acentuando. Com a finalidade de diferenciar
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os países ricos dos países pobres, foram elaboradas análises e nomenclaturas para
classificar e expressar as diferenças entre eles. Dentre os termos elaborados, temos
o de países desenvolvidos e o de países subdesenvolvidos. O termo
subdesenvolvimento passou a ser amplamente utilizado a partir da Segunda Guerra
Mundial, sugerindo o “atraso” de alguns países em relação aos ditos países
“avançados”.
É historicamente notório que sempre houve diferenças entre os países, assim
como também houve ascensão e decadência econômica e social de um mesmo país
em tempos históricos diferentes, como por exemplo: Grécia e o Império Romano
(Mundo Antigo), Portugal e Espanha (capitalismo comercial); Inglaterra (primeira
Revolução Industrial). Desse modo, sempre houve países ricos e dominadores, e
países pobres e explorados. A exploração de um país por outro é a característica
dominante da história econômica dos países em geral, e é considerável sua
importância nas diversas etapas do sistema capitalista de produção.
Desde o capitalismo industrial, fica evidente a relação de exploração de um
país pelo outro, sem considerar sua cultura, natureza e povo. Nesse período,
tínhamos a metrópole (país dominador), país produtor de materiais manufaturados,
que recebia da colônia (país dominado) as matérias primas necessárias à sua
produção. Tal matéria-prima era produzida em larga escala, a preços irrisórios, com
a única finalidade de abastecer as necessidades da metrópole. A colônia, por sua
vez, tinha ainda por obrigação comprar apenas os produtos manufaturados pela
metrópole, o que caracterizava uma relação exploratória, na qual só havia um
beneficiado, a metrópole.
Em uma fase posterior, no início do século XX, os países desenvolvidos (ex-
metrópoles) expressavam seu poder de dominação de maneira diferente.
Emprestavam capital e vendiam equipamentos de infraestrutura moderna (que
exigiam o emprego de técnicas específicas) para os países subdesenvolvidos
(geralmente ex-colônias) que não possuíam tais produtos.Tal procedimento acabava
intensificando a dependência econômica desses países, que eram então submetidos
a outra forma de exploração, e assim eram forçados a aumentar suas exportações
de produtos primários, a fim de tentar quitar suas dívidas de importação.

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Após a Segunda Guerra Mundial, e com o advento da globalização, os países


desenvolvidos ganharam um novo impulso tecnológico (em muitos casos
proporcionado pela própria Guerra), tornaram-se os senhores do sistema capitalista
contemporâneo e passaram a vender tecnologia, bens de produção e empréstimos e
refinanciamentos de dívidas anteriores aos países subdesenvolvidos. Na ocasião, os
países subdesenvolvidos tinham que exportar cada vez mais produtos do setor
primário, principalmente, a fim de tentar minimizar as dívidas e seus
refinanciamentos. Alguns países subdesenvolvidos conseguiam vender também
produtos industrializados que empregavam pouca tecnologia para os países mais
periféricos, ainda sem industrialização expressiva. O mapa 1 retrata a linha que
divide os países considerados desenvolvidos (os países do Norte, representados
pela cor amarela), e os países considerados subdesenvolvidos (os países do Sul,
em verde).

Mapa 1: Divisão Econômico-Social do mundo atual

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Fonte: PAULI, W. M. Mapa Mundi Divisão Socioeconômica. Disponível em:


http://www.geoensino.net/2011/10/blog-post.html. 2015.

Países Desenvolvidos ou Centrais


Os países desenvolvidos de hoje tiveram processos de desenvolvimento
iniciados nos séculos XVIII, XIX e início do XX, que propiciaram sua ascensão na
denominada Revolução Industrial. Atualmente, esses países já atingiram um alto
nível de industrialização e conseguiram substituir grande parte da energia humana
ou animal, necessária antigamente, pela força das máquinas a vapor, gás,
eletricidade, petróleo ou mesmo energia nuclear.
As sociedades desses países são extremamente consumistas devido ao
poder aquisitivo elevado e à grande quantidade de produtos com tecnologia
avançada, disponíveis a preços acessíveis, e que são lançados a todo momento
superando as versões anteriores. Se todos os países do mundo tivessem o mesmo
poder aquisitivo dos países desenvolvidos para consumir, o mundo entraria em
colapso, pois não existiria matéria-prima suficiente para prover a todos.
A desigualdade social nesses países é menor, especialmente no que diz
respeito à distribuição de renda, não existindo disparidades exorbitantes entre uma
classe social e outra (como ocorre no Brasil). A população também é mais
participativa e vive em busca de melhores condições de vida, exigindo do governo
posturas mais populistas.

Países Subdesenvolvidos ou Periféricos


Os países subdesenvolvidos não tiveram uma trajetória independente, tendo
seu processo de desenvolvimento determinado pelos interesses dos países
desenvolvidos (ex-metrópoles).
Esses países apresentam, geralmente, dependência econômica dos países
desenvolvidos, como uma nova forma de colonialismo. Fica evidente que existe uma
relação comercial desfavorável já que os países subdesenvolvidos exportam para os
países desenvolvidos produtos da atividade primária, tais como: soja, café, açúcar,
cacau, algodão, minério de ferro, entre outras, e importam desses países artigos
manufaturados, ou seja, produtos que passaram por um processo tecnológico,
agregando valor ao produto, tais como: celulares, computadores, aviões, máquinas

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automatizadas, entre outros. O que se percebe nessa relação é que os produtos


importados têm preços bem mais elevados que os produtos exportados, portanto,
essa relação é desfavorável e desigual.
Entre os países subdesenvolvidos, há aqueles que apresentam um setor
industrial forte2, como Brasil, Argentina, México, entre outros. Contudo, a
industrialização desses países é sustentada pelos países desenvolvidos, que os
utilizam para expandir seus parques industriais e garantir lucros maiores. Um
exemplo típico desse caso são os chamados “Tigres Asiáticos” que, a partir da
década de 1980, tiveram alta na produção do setor industrial por meio do capital e
tecnologia japonesa. Os fatores que usualmente atraem esses investimentos
estrangeiros são: mão de obra barata e abundante, doações de terrenos e isenção
de impostos por parte dos governos e legislação flexível. Deve-se considerar que as
características dos países subdesenvolvidos são frutos da desigualdade intrínseca
que o sistema capitalista produz, que por meio da exploração de um país pelo outro,
leva ao acúmulo de capital e riqueza em alguns países em detrimento de outros.
A fim de esclarecer melhor as características dos países desenvolvidos e dos
países subdesenvolvidos, foi elaborado um quadro com maiores especificações.

Quadro 4: Características dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos


Países Desenvolvidos Países Subdesenvolvidos
Dominação econômica. Passaram por um grande processo de
exploração durante o período colonial.
Colônia de Exploração.
Apresentam estrutura industrial Baixo nível de industrialização, com
completa, produzem todos os tipos exceção de alguns países como Brasil
de bens. e México.
Agropecuária moderna e intensiva, Dependência econômica, política e
emprego de máquinas e mão de obra cultural em relação às nações
especializada. desenvolvidas.

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Os países denominados subdesenvolvidos, mas que apresentam uma industrialização mais forte,
também podem ser denominados de países emergentes.

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Desenvolvimento científico e Deficiência tecnológica e baixo nível de


tecnológico elevado. conhecimento científico.
Modernos e eficientes meios de Rede de transporte e meios de
transporte e comunicação. comunicação deficientes.
População Ativa empregada População Ativa empregada nos
principalmente nos setores setores primários ou no setor terciário
secundário e terciário. Exemplo: em atividades marginais (camelôs,
Estados Unidos, Reino Unido, trabalhadores sem carteira assinada,
Alemanha. entre outras). Exemplo: Brasil, Etiópia,
Uruguai.
Pequeno número de analfabetos Baixa produtividade na agricultura que
geralmente emprega numerosa mão de
obra.
Elevado índice de qualidade de vida Baixo índice de qualidade de vida da
da população. maioria da população.
Boas condições de alimentação, Cidades com crescimento muito rápido
habitação e saneamento básico. e cercadas por bairros pobres e
miseráveis.
Reduzido crescimento populacional. Crescimento populacional elevado.
Baixa taxa de natalidade e Elevada taxa de natalidade e
mortalidade infantil. mortalidade infantil.
Elevada expectativa de vida. Expectativa de vida baixa.
Fonte: Menezes (2004).

2.6 O Problema Econômico Fundamental. A Lei da Escassez:


Cada ciência apresenta no seu bojo questões que lhe são peculiares, e que
estruturam o seu pensamento e metodologia. Sendo assim, o problema econômico
fundamental, tem por prerrogativa o fato de que os recursos disponíveis ao homem
para produzir bens e serviços são limitados, ou seja, são escassos. Aliada à
escassez, temos a necessidade ou desejo destes bens e serviços, que se
apresentam de forma variada e insaturável espacialmente. Para certos bens, como o
“ar” por exemplo, cuja quantidade existente é maior que as necessidades, não há

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uma organização econômica para o seu uso, uma vez que todos os desejos são
satisfeitos sem uma necessidade de regulação. Contudo, atualmente, a maioria dos
recursos é escassa quando comparados à sua demanda, ou seja, eles não existem
em quantidades suficientes para atender a todas as necessidades humanas.
Historicamente, o conflito da escassez tem ocorrido, em grande parte, devido
às transformações no modo de produção dos bens, no consumo cada vez mais
frenético e na maneira de se viver em sociedade continuamente inovadora, que
altera várias vezes os valores e a percepção que as pessoas têm do mundo, dos
bens, e das necessidades ao longo de uma vida. A chave desse processo de
transformação, de criação de novas necessidades e redescoberta constante da
escassez é o processo de trabalho. Desde as comunidades primitivas até a
sociedade moderna, o trabalho tem sido o motor do modo de produção capitalista. E
essa produção é a maneira coletiva encontrada para tentar superar o problema da
escassez.
Segundo a UVB (2007), como consequência do problema da escassez
apresenta-se tal situação:
a) Nenhuma sociedade consegue produzir todos os bens econômicos para
todos os seus membros.
b) Nenhum indivíduo pode gastar mais do que a sua renda.
Assim, todas as sociedades, qualquer que seja seu tipo de organização
econômica ou regime político ou mesmo nível de desenvolvimento, são obrigadas a
fazer escolhas entre alternativas possíveis, uma vez que os recursos são, em geral,
limitados. A escassez dos recursos e as necessidades ilimitadas do homem levam
ao problema da escolha, ou seja, chega-se ao problema da alocação dos
recursos. As necessidades do homem sendo ilimitadas e os recursos (bens)
disponíveis senso escassos, chegamos a alguns problemas econômicos básicos
(RODRIGUES, 2011):
a) O que e quanto produzir: o que produzir deve ser decidido pelos votos,
desejos dos consumidores (também chamado de “soberania do consumidor”), como
num exemplo clássico: quer produzir mais canhões ou mais manteiga? Já o quanto
produzir é determinado pela relação da oferta e demanda de mercado.

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b) Como produzir: é resolvido no âmbito das empresas, ou seja, trata-se de


uma questão de “eficiência produtiva” – Serão utilizados métodos de produção
intensivos em capital? Ou intensivos em mão de obra? Ou intensivos em terra? Isso
depende da disponibilidade de recursos de cada país ou região.
c) Para quem produzir: é decidido no mercado de fatores de produção (pelo
encontro da demanda e oferta de serviços dos fatores de produção). Para quem
produzir é uma questão distributiva, ou seja, quem ou quais setores serão
beneficiados pelos resultados da atividade produtiva, exemplo: Trabalhadores,
capitalistas ou proprietários da terra? Agricultura ou indústria? Mercado interno ou
mercado externo? Região Sul ou Norte? Ou seja, trata-se de decidir como serão
distribuídos os produtos gerados pela atividade econômica (JOSEPH, 2012). Isso se
torna possível mediante o chamado mecanismo de preços que resolve os
problemas econômicos fundamentais e promove o equilíbrio no vários mercados da
seguinte forma:
i) se houver excesso de oferta (ou escassez de demanda) formar-se-ão
estoques nas empresas, indústrias e mercados que serão obrigados a diminuir seus
preços para escoar a produção, até que se atinja um preço no qual os estoques
estejam satisfatórios. Existirá concorrência entre empresas, indústrias e mercados
para vender seus produtos aos poucos consumidores;
ii) se houver excesso de demanda (ou escassez de oferta) formar-se-ão
filas nas empresas e mercados, com concorrência entre consumidores pelos
escassos produtos disponíveis. O preço tende a aumentar, até que se atinja um
nível de desequilíbrio em que as filas não mais existirão.
Percebe-se que com o passar do tempo, muitas respostas tentaram
equilibrar esse impasse da oferta e demanda, e das questões econômicas em geral.
Cada resposta (ou melhor, cada conjunto de respostas) implica num determinado
sistema econômico: um conjunto de leis, instituições, regras e atitudes sociais que
envolvem toda a atividade produtiva.
Atualmente, a grande maioria dos países segue o que se chama de
economia de mercado (mais conhecida como sistema de produção capitalista) como
maneira de tentar responder a essas questões. Antigamente, as economias
socialistas tentaram ser alternativa a esse sistema, mas hoje, poucos países ainda

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seguem esse sistema, tais como: Cuba e Coréia do Norte. Há muitos economistas,
pesquisadores das ciências sociais, líderes políticos e empresários que consideram
as respostas do capitalismo como as mais adequadas. Contudo, existem outros que
discordam e que vêm buscando alternativas viáveis desde a decadência do
socialismo.

2.7 Conceitos Fundamentais da Geografia Econômica


Consideramos importante destacar alguns termos e conceitos utilizados
frequentemente no âmbito da geografia econômica, mas que não estão no cotidiano
das pessoas que não trabalham ou pesquisam sobre o tema. Por isso, esses
conceitos são apresentados aqui de maneira mais didática. A maioria dos conceitos
tratados nesse tópico pode ser encontrada ou melhor fundamentada no Novíssimo
Dicionário de Economia3 (SANDRONI, 2004).
Acumulação Fictícia: valorização de títulos representativos de propriedade
(sobretudo ações, mas também outros ativos financeiros) de forma descolada e
independente dos ativos que representa, isto é, da produção efetiva de riqueza real.
Resulta de processos especulativos, sobretudo nas bolsas de valores, e/ou de uma
associação privilegiada com o fundo público via mercado financeiro ou órgãos
governamentais.
Bolsa De Valores: mercado em que se negociam valores mobiliários, isto é, títulos
e ações, à vista ou através de contratos futuros. Confere liquidez às ações lançadas
por empresas de capital aberto que dessa forma podem ampliar sua alavancagem,
atraindo o capital de outros sócios, ou através de títulos de crédito.
Capital: riqueza utilizada, em suas diversas formas, com o objetivo de gerar mais
riqueza para seus detentores. Para as empresas, representa o chamado capital
social, isto é, o capital inicial que foi subscrito e integralizado por seus sócios quando
do surgimento da empresa, acrescido ao longo do tempo pela incorporação dos
lucros líquidos.
Conceito de firma ou empresa: de maneira mais ampla, pode-se definir uma
empresa ou firma como sendo “qualquer unidade produtora independente,
3
Há termos e conceitos que não são apresentados neste tópico, pois foram tratados de maneira mais
detalhada em outra parte do texto.

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controlada por um ou mais empresários, e que oferece bens ou serviços para a


venda no mercado”. Esse tipo de conceito, além de atividades industriais e
agrícolas, engloba também atividades profissionais, técnicas e de serviços, que
operem de forma independente.
Consumo: é atividade exercida pelos indivíduos para satisfazer suas necessidades
por meio da utilização de bens e serviços. Dessa forma, o consumo constitui-se em
atividade básica para qualquer empreendimento econômico.
Economia de mercado: sistema econômico que obedece aos fluxos de oferta e
procura, para se estabelecerem os preços dos produtos.
Estado: conjunto de poderes políticos de uma nação. Organismo político
administrativo que, como nação soberana ou divisão territorial, ocupa um
determinado território e é dirigido por um governo próprio.
Fatores de Produção: fatores de produção é o conjunto de recursos disponíveis no
sistema econômico e que podem ser mobilizados para a produção de bens e
serviços. Os fatores de produção de uma economia constituem a sua infraestrutura,
ou seja, sua base material e econômica.
Fundamentos Econômicos: um conjunto de variáveis apresentadas pelas diversas
economias que podem caracterizar, do ponto de vista do mercado, uma situação
econômica favorável ou desfavorável em termos do risco do investimento.
Preço: em sentido amplo, o conceito expressa a relação de troca de um bem por
outro. Em sentido mais usual e restrito, representa a proporção de dinheiro que se
dá em troca de determinada mercadoria, constituindo, portanto, a expressão
monetária do valor de um bem ou serviço.
Produtividade: é uma medida da capacidade que os fatores de produção capital e
trabalho têm de produzir bens e serviços em determinado período de tempo. Essa
produção pode ser medida em quantidades ou em valor. Portanto, existem dois tipos
de produtividade: produtividade do trabalho e produtividade do capital. A
produtividade de uma economia é um dos mais importantes elementos da
competitividade internacional. Podemos afirmar que quanto maior for a
produtividade, maior será o grau de competitividade internacional.
Renda: é a remuneração que o proprietário do fator de produção recebe pela sua
utilização no processo produtivo.

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Riqueza: é o valor total dos bens que constituem o patrimônio de alguém.


Tecnologia: tecnologia são os conhecimentos produzidos, adquiridos e acumulados
pelas empresas e pelos centros de pesquisa ao longo do tempo. A pesquisa
científica se subdivide em pesquisa básica (quando não diretamente voltada para
atividades comerciais) e pesquisa aplicada (quando diretamente voltada para fins
comerciais e lucrativos).
Transnacionais: grandes grupos econômicos com sede geralmente em países
desenvolvidos, que não pertencem a uma nação, mas a várias nações e que atuam
além das fronteiras dos países onde está a sua sede. Geralmente, operam em
países periféricos visando explorar subsídios e insumos da produção a preços
reduzidos.

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UNIDADE 3 - GEOPOLÍTICA MUNDIAL

A Geopolítica é uma das subáreas da Geografia que mais se aproxima das


Relações Internacionais. O termo geopolítica tem sido usado com diversos
significados, o que revela seu caráter extremamente multifacetado, pois a
geopolítica perpassa diversas áreas do conhecimento, desde aspectos econômicos,
sociais, étnicos, territoriais, aspectos relativos a recursos naturais, preocupa-se com
os conflitos internos e internacionais, entre outros temas.
Devido ao seu caráter multifacetado, muitos pesquisadores fazem uma
distinção entre geografia política e geopolítica, na qual, entende-se que a geografia
política, apresenta características estáticas e estuda os aspectos geográficos de um
determinado território, interessando-se mais com a descrição do que com a análise
dos processos, como por exemplo, a descrição dos relevos e áreas fronteiriças.
Logo, a geografia política trata do estudo do meio ambiente no que tange os
interesses do Estado. Já a geopolítica, apresenta características dinâmicas, pois,
preocupa-se com a análise dos processos, ultrapassando a mera descrição
geográfica do espaço. A geopolítica se utiliza da descrição das características
geográficas para formulação de políticas com intuito estratégico. Logo, a geopolítica
é voltada para o estudo das relações de poder e os seus possíveis desdobramentos.
Nas palavras de Magnoli:

A Geopolítica é um saber estratégico a serviço dos Estados, mas também é


ferramenta para a compreensão mais profunda e refinada das relações
entre a política e a Geografia. A investigação geopolítica do espaço
geográfico descortina formas inusitadas de enxergar o mundo (MAGNOLI,
2004).

Assim, o valor do território não se limita somente aos seus recursos naturais e
ao seu posicionamento geográfico. As características do espaço tornam o território
lugar privilegiado das condições de reprodução social, ou seja, espaço de poder. Por
isso, o Estado é essencial para proteger as condições da reprodução social e o
território.
O território é um espaço submetido a um poder político, poder que é
representado pelos Estados Nacionais, e que, por sua vez, é limitado pelas
fronteiras políticas que delineiam seu território. É nesse contexto que está a
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importância do Estado, uma vez que os territórios não são imutáveis e que podem
ser modificados através da expansão, pela conquista de novos territórios, e em
consequência, pela redução em decorrência da perda de território. Portanto, o
território é fonte de poder, domínio e dominação e cabe ao Estado Nacional proteger
tal bem.
Assim, a geopolítica é a área do conhecimento que irá promover o
entendimento entre as relações do Estado e seu território, entre as relações políticas
e econômicas que imperam no mundo, como guerras, conflitos, integração de blocos
econômicos, por fim, toda forma de arranjo do espaço geográfico.

3.1 O processo de mundialização do capital


O modo de produção capitalista, desde o seu início, com a Revolução
Industrial, até os dias atuais, mantêm em sua essência a preocupação com a
valorização do capital, e para manter essa valorização, o sistema capitalista tem
apresentado características distintas em suas diversas fases e que possibilitam sua
contínua reprodução no tempo e no espaço.
Muitos autores têm denominado a fase atual do modo de produção capitalista
de “Globalização”, desencadeada no início da década de 1970, fase que se
aproximou das diretrizes apontadas por Marx e Engels em O Manifesto Comunista, a
saber:
a necessidade de um mercado em expansão constante para seus produtos
persegue a burguesia por toda a superfície do globo. Precisa instalar-se em
todas os lugares, acomodar-se em todos os lugares, estabelecer conexões
em todos os lugares (MARX; ENGELS, 1996, p. 14).

Concordamos com o argumento de que o período atual apresenta alguns


elementos que diferenciam o modo de produção capitalista de suas formas
precedentes e que o seu maior diferencial está na sua escala de produção, o global.
Contudo, preferimos abordar nesse texto os apontamentos dados por Chesnais
(1995 e 1996) sobre o modo de produção atual, no qual é mais apropriado tratar as
últimas décadas, marcadas pelo que o autor denomina “mundialização do capital”.
Chesnais (1995) esclarece:

Em vez de usar o termo ‘globalização’ e, portanto, de fazer referência


à ‘economia’ de modo vago e impreciso, parece então desde já
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preferível falar em ‘globalização do capital’, sob a forma tanto do


capital produtivo aplicado na indústria e nos serviços quanto do
capital concentrado que se valoriza conservando a forma dinheiro.
Pode-se então dar mais um passo, aquele que consiste em falar de
‘mundialização’ em vez de ‘globalização’. [...] O fato de colar o termo
‘mundialização’ ao conceito de capital consiste em registrar o fato de
que parte dos segmentos mais decisivos dos mercados financeiros é
hoje em dia mundializado com modalidades e instrumentos variados.
Além disso, significa que o campo no qual se desenvolve o capital
industrial concentrado [...] é aquele das relações constitutivas do
oligopólio mundial, o qual domina os mercados [...]. A mundialização
do capital apresenta-se como uma fase específica de um processo
muito mais longo de constituição do mercado mundial em primeiro
lugar, e depois, de internacionalização do capital, primeiro sob sua
forma financeira e, em seguida, sob sua forma de produção no
exterior (CHESNAIS, 1995, p. 05-6).

De acordo com Chesnais (1995), podemos ressaltar que a mundialização é


um processo que se iniciou no período pós-guerra com avanços e recuos, mas
tendencialmente crescente após 1970, manifestando-se de forma desigual nas
diversas regiões do mundo.
Chesnais (1996) considera, portanto, mais adequado o uso do termo
mundialização do capital, pois ele representa o próprio regime de acumulação do
capital. Ele afirma que, primeiramente, a globalização ocorre não pela mundialização
das trocas, mas pela mundialização das operações do capital, em suas diversas
formas, como a industrial e a financeira. Em segundo lugar, nas primeiras etapas da
acumulação, o capital coloca em circulação um grande número de mercadorias e
que, contraditoriamente, com o tempo, esse mesmo capital procura se desvencilhar
da forma mercadoria por meio do incentivo a mecanismos financeiros que permitam
a acumulação ampliada do capital via especulação financeira.
O autor declara ainda que a mundialização do capital, a partir do final de
1980, principalmente após as intervenções de Margaret Thatcher na Inglaterra e
Ronald Reagan nos Estados Unidos, podem ser caracterizadas pelo
desmantelamento das instituições e estatutos que consolidavam a sociedade, até
então denominada de keynesiana, para implantar incentivos às políticas de
liberação, desregulamentação e privatização por meio de leis e regulamentações
que passam a determinar, controlar e coibir as relações sociais. Tais políticas

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surgiram como uma nova face do capital com o intuito de reconquistar e ampliar a
reprodução do capital.
Como consequência desse movimento, os problemas que pareciam ter se
dissolvido no pós-guerra, ressurgem com mais força: desemprego em massa,
miséria, precarização do trabalho e das leis trabalhistas. Esta nova etapa do modo
de produção capitalista, a mundialização do capital, deve ter sua gênese entendida
como:
[...] resultado de dois movimentos conjuntos, mas distintos. O
primeiro pode ser caracterizado como a mais longa fase de
acumulação ininterrupta do capital que o capitalismo conheceu desde
1914. O segundo diz respeito às políticas de liberalização, de
privatização, de desregulamentação e de desmantelamento de
conquistas sociais e democráticas, que foram aplicadas desde o
início da década de 1980, sob impulso dos governos Thatcher e
Reagan (CHESNAIS, 1996, p. 24).

De acordo com Chesnais, pode-se afirmar que as mudanças na organização


da produção, bem como a facilidade do capital circular livremente em escala
mundial, é mais que um nova maneira de organizar o sistema de produção
capitalista, representa uma nova forma de configuração da sociedade, embora tal
configuração não deixe de preservar o status quo da sociedade.

3.2 A “Nova Divisão Internacional do Trabalho”


Como já foi mencionado anteriormente, a "mundialização do capital" é
distinguida não pela mundialização das trocas, como trocas de mercadorias e
serviços, mas pela mundialização das operações do capital, em sua forma industrial
ou financeira, principalmente financeira (ALVES, 1999). Assim, são tais operações
mundializadas que vão constituir o conteúdo real da denominada "mundialização do
capital" comandada pelo capital financeiro.
Assim, com a consolidação do capital financeiro como forma predominante do
sistema de produção e o que ficou conhecido como Revolução Técnico-Científica-
Informacional, tem-se a expansão das grandes empresas transnacionais pelo
mundo. Isso ocasionou uma transformação na Divisão Internacional do Trabalho
(DIT), que passou a ser conhecida também por nova DIT.

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A nova DIT corresponde a uma especialização das atividades econômicas em


caráter de produção, comercialização, exportação e importação entre vários países
do mundo. Essa divisão se acentuou após a Segunda Guerra Mundial, quando
várias empresas, sobretudo inglesas e norte americanas, começaram a instalar filiais
em diversos outros países. Esse processo foi se intensificando a partir da era
Thatcher e Reagan, e transformou muitos países subdesenvolvidos, conhecidos
como produtores primários até aquele momento, em países exportadores de
produtos industrializados, alterando as relações comerciais que predominavam até
então.
A Divisão Internacional do Trabalho funciona direcionando a produção global
de acordo com os interesses capitalistas. Assim, cada país fica encarregado de
produzir determinado produto ou partes do mesmo ou fornecer determinada
mercadoria, dependendo dos incentivos oferecidos em cada país.
Os principais motivos que levaram à instalação de filiais nos países
subdesenvolvidos foram a economia frágil e passível de crise econômica, esses
países ainda ofereciam diversos benefícios e incentivos para a instalação de
indústrias que iam desde a isenção parcial ou total de impostos, terrenos para a
implantação da indústria, mão de obra barata e abundante, entre outros. Por causa
de tantos benefícios, as transnacionais distribuíram o seu processo produtivo por
todo o globo terrestre.
Com isso, surgiu o que se convencionou chamar de “indústria maquiladora”,
formada por empresas que não produzem nenhum material e são responsáveis
apenas pelo processo de montagem de peças de produzidas em diversos lugares do
mundo. Percebe-se, portanto, que a DIT configurou novas formas organizacionais e
novos sistemas de gestão, que estão fundamentados em uma nova base produtiva,
aliada ao domínio da tecnologia. Esses fatores são imprescindíveis num contexto em
que a competitividade e a produtividade são a base do sistema produtivo.
É importante ressaltar que a produção industrial continua sendo realizada
majoritariamente pelos países desenvolvidos, ou com o capital oriundo desses
países. A única que coisa que se alterou, foi o local de produção. É por isso que
apesar de ter ocorrido um processo de industrialização em países da América Latina
e Ásia, eles ainda ocupam um papel de destaque na produção de produtos primários

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por causa da maneira como ocorreu o seu processo de industrialização, no qual a


maioria das indústrias existentes em países subdesenvolvidos pertence aos países
desenvolvidos. Assim, os lucros oriundos dessas indústrias não permanecem no
território no qual a empresa se encontra, e sim, migram para o país de origem da
empresa. Em outras palavras, as empresas transnacionais sempre buscam os
interesses próprios sem considerar as causas sociais, econômicas e ambientais de
onde suas empresas estão instaladas.
Fica evidente que o capital produtivo desta fase da mundialização do capital
tem procurado alcançar os seus objetivos de acumulação através de dois caminhos:
primeiramente crescendo externamente (via aquisições e fusões), o que permite
adquirir rapidamente fatias de mercados internos antes nacionalizados e
regulamentados, como também rompendo as relações fordistas de trabalho com os
assalariados (SILVA, 2011, p. 71).
Assim, o capital industrial corporativo trilhou um caminho próprio e
diferenciado de evolução e recuperação dos seus níveis de lucratividade, quando
comparado ao capital financeiro. Como já foi dito, houve uma série de
transformações na base produtiva utilizadas pelo capital industrial para garantir a
sua reprodução continuada e acumulação.
Tais transformações não se detiveram apenas nas mudanças organizacionais
internas da cadeia produtiva e ao desenvolvimento tecnológico. As maiores
alterações ocorreram devido à concentração do capital produtivo promovendo os
oligopólios e a transnacionalização, agora em escala global.

3.3 A expansão global das transnacionais e as instituições financeiras


As empresas transnacionais são aquelas que possuem a matriz em seu país
de origem e operam em outros países através da instalação de filiais. O conceito de
transnacional superou o termo multinacional, pois o último pode ser interpretado
como se a mesma empresa pudesse pertencer a vários países, enquanto que o
transnacional representa o fato de a empresa ultrapassar os limites territoriais de
sua nação para atuar no mercado exterior.
Avalia-se que as empresas transnacionais (empresas que atuam além das
fronteiras dos países onde está a sua sede) e suas matrizes, filiais ou demandantes

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em contratos de subcontratação transfronteiras, respondem por dois terços do


intercâmbio internacional de "bens e serviços". Aproximadamente 40% do comércio
mundial pertence à categoria (CHESNAIS,1995, p.4). Tal informação mostra a
importância que esse tipo de empresa representa no comércio mundial.
Como já apontado anteriormente, nas últimas décadas, a mundialização do
capital vem derrubando as barreiras comerciais entre os países, promovendo a
entrada de indústrias de países desenvolvidos e subdesenvolvidos na competição
pelo mercado global. Segundo Stal e Campanário (2010), podem-se estabelecer três
fases da internacionalização do capital após a Segunda Guerra Mundial: a primeira
foi “dominada pela Europa e pelos Estados Unidos, até a década de 1970; a
segunda foi liderada pelo Japão e pelos “tigres asiáticos”, e se estendeu até o final
dos anos 1980. E a terceira onda é representada pelos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e
China) e outros países emergentes” (STAL e CAMPANÁRIO, 2010).
O principal objetivo de uma empresa é obter máxima lucratividade. A fim de
alcançar esse intuito, as transnacionais têm instalado filiais em outros países, para
assim ampliar seus lucros por meio da isenção de impostos, amplo mercado
consumidor, matéria-prima em abundância, energia e mão de obra barata. Em
concordância, os países que vão receber essas empresas têm contribuído nesse
processo de instalação através de benefícios governamentais (doação de terreno e
isenção parcial ou total de impostos). Nos locais onde ocorre a instalação de uma
filial há geração de empregos e desenvolvimento industrial. No entanto, os lucros
obtidos por essas empresas são destinados à construção de novas filiais em outros
locais, e uma parte vai para a matriz localizada no país de origem.
Outro motivo para a instalação de filiais no exterior era aproveitar as
inovações tecnológicas desenvolvidas no país de origem, ampliando o ciclo de
produção para além de suas próprias indústrias. De acordo com Silva (2011), a
proliferação das empresas transnacionais impulsionou uma situação na qual
qualquer nova indústria incorporada em qualquer lugar do mundo, passasse a seguir
os métodos organizacionais e tecnológicos estipulados pela matriz. É nesse
movimento que espalham por todo o mundo as recém-criadas práticas de
desvinculação do trabalho. O seu objetivo é

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racionalizar a produção da filial e conseguem alcançar tal intento graças às


políticas de liberalização, desregulamentação e privatização já em voga,
mesmo forçosamente, nos países das fábricas recém-incorporadas. Podem,
definitivamente, reorganizá-las e implantar novas técnicas de confecção dos
mesmos produtos (SILVA, 2011).

A integração dos países em desenvolvimento nas redes de produção


provindas de empresas transnacionais teve papel relevante no aumento das
exportações desses países e no seu aprendizado tecnológico.
As empresas transnacionais também passaram por um processo de
incorporação de empresas menores do mercado a começar a implantação de uma
nova fábrica. Assim,

três quartos das operações tinham por objeto a aquisição e a fusão de


empresas já existentes, ou seja, tratava-se de uma mudança de
propriedade do capital e não de uma criação de novos meios de produção
(CHESNAIS, 1995, p.9).

Devido a essa compra excessiva de pequenas e médias empresas pelas


grandes corporações (visando a conquista de sua fatia no mercado) seguiu-se a
oligopolização completa da economia global.
São essas empresas que detêm o controle sobre os “ativos estratégicos”, tais
como: canais de comercialização, patentes, marcas capacitações em pesquisa e
desenvolvimento de produtos, design, marketing. “Estas últimas, segundo se deduz
da análise de muitos autores, constituem o cerne do poder estratégico das grandes
empresas que comandam redes corporativas” (SILVA, 2011).
As empresas transnacionais ultrapassaram fronteiras e se fixaram em todo o
globo, e o mesmo aconteceu com o capital financeiro por meio, principalmente, das
instituições financeiras. Como já relatado anteriormente, com a liberalização e a
desregulamentação financeira, nos anos 1970, as instituições financeiras
começaram a ascender e ganhar maior liberdade para gerir o próprio negócio e
assim, como empresas não financeiras, buscar novos mercados visando aumentar
seus lucros.
De acordo com Costa (2014), o resultado da proliferação de instituições
financeiras pelo globo foi elevar o poder de mercado e/ou aumentar a eficiência do
sistema de pagamentos e instituições, maior competição e ampliar o leque de

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serviços e inovações financeiras. Segundo Dages et al. (apud COSTA 2014),


acompanhada da liberalização, ocorreu a abertura dos mercados nacionais
justificada pela facilidade de acesso a fundos estrangeiros, capacidade de atração
de capitais, estabilidade macroeconômica, competição e eficiência das instituições e
do sistema como um todo. Adicionalmente, a operação de bancos estrangeiros no
mercado local funciona como garantia de estabilidade devido à facilidade em
recorrer a recursos das matrizes para evitar a falta de liquidez.
Assim, percebe-se que a hegemonia do capital financeiro foi propiciada
devido às novas formas de centralização do capital-dinheiro (fundos de pensão e de
investimentos) que sucederam a partir de 1970 e que ainda perseveram nos
cenários econômicos nacionais e internacionais, por meio de instituições que lidam
com massas financeiras gigantescas, procurando se valorizar por meio de formas e
critérios puramente financeiros. “Essas massas buscam maior rentabilidade e,
também, máxima mobilidade e flexibilidade, sem ter nenhuma obrigação a não ser
crescer / valorizar-se.” (CHESNAIS, 1995, p.19).

3.4 A Formação dos Blocos Econômicos


Em virtude do processo de mundialização da economia, os países se viram
com uma necessidade maior de integração, principalmente nas relações econômicas
entre seus maiores parceiros com o objetivo de facilitar o comércio entre os
mesmos. Essa prática integrada, envolvendo países e seus interesses, recebe o
nome de Blocos Econômicos, que se caracteriza como uma associação de países
que estabelecem entre si relações econômicas privilegiadas e que muitas vezes
concordam em abrir mão de parte de sua soberania nacional em proveito dessa
associação.
Para a associação em blocos com interesses econômicos, geralmente esses
países adotam a redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias4
buscando soluções comuns para problemas comerciais. Na realidade, deixar de

4
Taxas alfandegárias são tributos cobrados pelos governos de todos os países sobre produtos
importados e exportados. A alfândega é uma repartição pública em que mercadorias exportadas e
importadas são registradas. Os tributos cobrados são disciplinados por leis, decretos, instruções
normativas, entre outros.

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participar de um bloco econômico, atualmente, pode custar bem caro para um país,
uma vez que unidos de acordo com esses mesmos interesses, esses países se
tornam mais fortes quando o assunto é a defesa de determinadas situações
econômicas em nível internacional ou quando as questões entram em âmbito de
fóruns de julgamento internacional como a OMC (Organização Mundial do
Comércio). Não participar desse processo é isolar-se ou enfraquecer-se por
completo em um sistema muito característico de uma economia mundializada, onde
tais situações são mais formadas por países vizinhos ou que possuam afinidades
culturais ou comerciais.
Todo esse processo surge, pois, no período da Guerra Fria quando o mundo
fica dividido em duas grandes potências: Estados Unidos (capitalista) e URSS
(socialista), neste período tínhamos um mundo dividido em duas nações com
sistemas econômicos diferentes era um período conhecido como Bipolar.
Com o fim da URSS, os Estados Unidos lideram soberanos a maior parte das
principais relações comerciais entre os países, e como forma de fortalecer suas
economias os países se associam em verdadeiros blocos econômicos com
interesses em comum, tornando o mundo, de certa forma, em um mundo Multipolar,
com várias lideranças regionais divididas em blocos. Podemos citar alguns blocos
que existem atualmente no cenário internacional, como pode ser visualizado no
mapa 2.
Dentre esses blocos mostrados a seguir, existem outros blocos espalhados e
outros que ainda agregam países, ou países que migram para outros blocos de
acordo com seus interesses econômicos. O interesse principal desse item é
apresentar de uma maneira mais abrangente o que configura um Bloco Econômico
na atual conjuntura e o papel deles nas relações internacionais dos Blocos
Econômicos citados acima. Merecem destaque pelo volume de comércio
internacional ou peso político o NAFTA, UE e o MERCOSUL (Bloco Econômico
liderado pelo Brasil). Outros blocos crescem pelo mundo ocupando cada vez mais
papel de destaque.

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Mapa 2: Blocos Econômicos Mundiais

Fonte: SIMÕES, F. Blocos Econômicos Mundiais. Disponível em:


http://professorfaustosimoes.blogspot.com.br/2013/03/blocos-economicos-mundiais.html . 2013.

3.5 Metrópoles e Megalópoles e as transformações espaciais no mundo


Diante do cenário acima descrito, de globalização ou mesmo de
mundialização da economia, é necessário enfatizar que esse processo promove no
espaço geográfico mudanças profundas tanto em aspectos positivos quanto
negativos.
É sabido que o sistema capitalista não consegue promover um
desenvolvimento igual e que após a Revolução Industrial, o mundo enfrentou uma
das maiores modificações espaciais já verificadas. O êxodo rural se caracteriza pela
migração das pessoas do campo para as cidades em virtude, sobretudo, da
ascensão do processo produtivo industrial que vai se concentrar nas cidades.
No entanto, algumas cidades tornam-se verdadeiras ilhas de atração
populacional e merecem destaque pela capacidade de atração de empresas e
pessoas em nível nacional e muitas vezes internacional.
Uma vez que o desenvolvimento no espaço geográfico não é igual, algumas
regiões se destacam pela sua importância econômica, funcionando como
verdadeiras ilhas econômicas que merecem um destaque especial. Essas cidades
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são conhecidas como metrópoles5. Com a difusão cada vez maior do capitalismo de
mercado, o número de metrópoles se espalha pelo mundo proporcionando que
muitas delas fiquem próximas umas das outras num processo de crescimento
contínuo de junção. Quando duas metrópoles crescem a ponto de sofrerem um
processo de conurbação, temos aí o surgimento de verdadeiros complexos urbanos
industriais caracterizados pelos estudiosos como megalópoles. Essas em sua
maioria ocorrem em menor quantidade pelos países, mas em virtude de sua
complexidade merecem um estudo à parte.
Megalópoles, metrópoles mundiais ou cidades globais são, portanto, os
principais centros de poder no mundo. Nelas é determinada toda a estrutura
econômica mundial, transformando essas grandes cidades em centros de difusão de
ordens econômicas, políticas e até culturais. Sua importância está em sediar
instituições importantes, como bolsas de valores e as sedes das maiores empresas
estatais e privadas do mundo.
Alguns autores costumam diferenciar megalópoles de cidades globais, apesar
de esses termos serem, na maioria das vezes, colocados como sinônimos. A
distinção estaria no fato de as cidades globais serem cidades específicas, enquanto
as megalópoles são centros ou eixos populacionais ou comerciais integrados por
várias metrópoles, a exemplo do eixo Rio de Janeiro / São Paulo (PENA, 2014).

Mapa 3: As cidades globais

5
Metrópole é um termo que pode designar a cidade principal ou capital de um determinado país ou
província, ou ainda, alguma cidade que, por algum motivo, exerce influência (cultural, social,
econômica) sobre as demais cidades da região metropolitana. Pode designar, também, de forma
oficial, a cidade principal de um conjunto de cidades que se encontram unidas geograficamente. A
esse processo de junção das cidades devido ao crescimento horizontal das mesmas, dá-se o nome
de “conurbação”. E à região onde ocorre a conurbação, chama-se “região metropolitana”.

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Fonte: PENA, R. F. A. Hierarquia urbana mundial. [2014?]. Disponível em:


http://www.brasilescola.com/geografia/hierarquia-urbana-mundial.htm.

A principal tendência observada é quanto ao aumento dessas megacidades


pelo mundo, a quantidade de cidades globais no início do século era bem menor que
as megacidades encontradas atualmente, e estudos indicam que esse crescimento
será ainda maior em número, fenômeno este verificado principalmente em países
emergentes ou subdesenvolvidos que apresentam tendência em concentrar cidades
com população acima de 10 milhões de habitantes.

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UNIDADE 4 – GEOGRAFIA ECONÔMICA DO BRASIL

Quando analisamos o desempenho econômico do Brasil, é necessário levar


em consideração principalmente a extensão territorial do país, que o coloca entre os
maiores países do mundo, atualmente ocupando a 5º posição entre os países com
maior população e tamanho do seu território.
Esses fatores tornam a economia brasileira expressiva no cenário
internacional e possibilita que o país tenha uma economia baseada na diversificação
dos setores primário, secundário e terciário da economia, com vocações e
características definidas em nível internacional, mas também apresentando
diversidade no seu mercado interno e regionalmente.
Atualmente, o Brasil é um grande exportador de vários produtos, mas tem nas
6
“commodities” sua maior notoriedade no âmbito das exportações. Os produtos
mais exportados são: minério de ferro, aço, soja e derivados (farelo e resíduos
originados da extração do óleo da soja), açúcar, automóveis, aviões, carne bovina,
café e carne de frango, sendo os chineses, parte dos maiores compradores de
grande parte dos nossos produtos.
Em contrapartida, os produtos mais importados são: petróleo bruto, produtos
eletrônicos, peças para veículos, medicamentos, automóveis, óleos combustíveis,
gás natural e motores para a aviação, dos quais os Estados Unidos são os maiores
exportadores para o Brasil, seguidos dos Chineses. Atualmente, o Brasil está entre
as 10 maiores economias do mundo, ocupando o 7º lugar do ranking mundial.
As regiões brasileiras apresentam algumas diferenciações no campo
econômico. Por isso, é importante apresentar quais as principais características de
cada região brasileira e analisar espacialmente o papel de cada região do IBGE, na
formação do cenário econômico brasileiro.

Região Norte
Tem nas particularidades da Floresta Amazônica um dos principais eixos de
desenvolvimento econômico como o extrativismo vegetal de produtos como madeira,
látex, açaí e castanha. Por ser considerada a região com o maior volume hídrico do

6 Commodities: palavra em inglês, plural de commodity, que significa mercadoria. Essa palavra é usada para
descrever produtos de baixo valor agregado ligados principalmente ao setor primário.
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Brasil, uma camada expressiva dessa população conhecida como ribeirinha, vive às
margens desses rios em locais conhecidos como casas de palafitas (casas
suspensas de madeira às margens dos rios amazônicos). Em virtude dessa
característica, tem na agricultura, pesca e criação de gado em espaços suspensos,
a verdadeira base econômica de subsistência, além do extrativismo de produtos
ligados à floresta equatorial. Em geral são populações carentes de sistema de
esgoto, energia, saúde e educação.
O solo da região apresenta grande variedade de minerais tornando a região
uma importante referência na exploração de minérios como ferro, cobre e ouro.
Como tentativa de industrializar a região Norte, no governo militar de Castelo
Branco, foi criada a Zona Franca de Manaus, localizada no estado do Amazonas
próxima à capital Manaus. A Zona Franca apresenta isenções fiscais para a
instalação de indústrias, o que atraiu aproximadamente 508 empresas
correspondendo por mais de 50% do PIB do estado do Amazonas. (FARIA, 2013).
Muitos países líderes econômicos no cenário internacional, manifestaram
interesses econômicos nas características da região Norte brasileira, principalmente
pelo seu valor de biodiversidade animal e vegetal, por suas riquezas ligadas ao solo
e pelo montante de água doce presente em um lugar onde se encontra a menor
parcela da população brasileira, merecendo com isso uma atenção especial por
parte do Brasil.

Região Nordeste
A região Nordeste tem no turismo uma importante arrecadação e geração de
empregos mesmo sendo uma região de economia diversificada, também com
presença de indústrias, agronegócio e exploração de petróleo. A cana-de-açúcar é
um produto agrícola que prevalece desde o Brasil colônia, mas que cede espaço
pelo gradual crescimento da atividade industrial.
Mesmo com a diversificação econômica cada vez mais presente nesta região,
a seca proveniente de um clima semiárido é algo que merece algum destaque
quando analisamos o Nordeste. Esse tipo de clima, ao contrário do que se pensa,
não atinge toda a região e se concentra basicamente no interior em um espaço
conhecido como o polígono da seca, cuja área envolve parte de oito estados

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nordestinos (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do


Norte, Sergipe). Tem como principal característica um baixo regime de chuvas que
torna essas regiões locais de difícil manutenção de pecuária e agricultura,
provocando um cenário de fome e miséria e levando boa parcela da população a
migrar para as cidades litorâneas onde o clima é mais ameno, ou para outros
estados brasileiros em busca de oportunidade e melhorias na qualidade de vida.
Atualmente, em virtude destas características físicas, as cidades no litoral
nordestino são os locais onde a população mais se concentra e onde temos a maior
parte do PIB produzido na região.

Região Centro-Oeste
Essa região se configura como a segunda em extensão territorial do Brasil,
contudo, apresenta uma baixa densidade demográfica. A região Centro-Oeste vem
ganhando importância com o passar do tempo, principalmente com a transferência
da Capital do Brasil, que antes se situava no Rio de janeiro, para Brasília em 1960,
ano de sua inauguração. A cidade é responsável pelo maior peso econômico da
região, seguida do estado de Goiás que fica em segundo lugar. O garimpo de ouro e
diamante forma a base histórica da economia da região, sendo substituída com o
passar do tempo pela pecuária que, juntamente com a agroindústria, torna-se o
setor mais expressivo da região atualmente. Verifica-se na região, a presença de
setores da agroindústria ligados à produção de adubos, fertilizantes e rações, além
de frigoríficos e abatedouros. Na agricultura, é expressiva a produção de soja (a
maior do país), algodão em pluma, girassol, milho e uma das maiores criações de
gado do mundo, concentradas principalmente no estado do Mato Grosso do Sul.

Região Sudeste
Quando falamos em economia no Brasil, nenhuma outra região se aproxima
do peso econômico que a região Sudeste exerce na balança comercial brasileira.
Essa região apresenta a maior concentração industrial do país, apresenta empresas
ligadas à maioria dos setores industriais existentes como: montadoras, siderurgia,
tecnológicas, além de dispor de um sofisticado e diversificado parque industrial. O

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setor de serviços é um dos mais completos, sendo um polo de consumo e comércio


importante não só no país, mas em toda a América do Sul.
No quesito agricultura, as plantações de cana-de-açúcar (produção de álcool
e açúcar), café, algodão, milho e laranja são altamente modernas e mecanizadas, o
que confere alta produtividade nas regiões interioranas, principalmente dos estados
de São Paulo e Minas Gerais. A exploração mineral é outro quesito bem
desenvolvido na região, com destaques para a Bacia de Campos no Rio de Janeiro
produzindo o petróleo, assim como a indústria petroquímica. Já em Minas Gerais, há
grande exploração de minério de ferro e manganês. O turismo também é expressivo
na região: o Rio de Janeiro está voltado para o turismo de lazer e São Paulo, para o
turismo de negócio.
A concentração industrial da Região Sudeste (55,4% do PIB nacional em
2011) mostra o grau de importância econômica da região. Contudo, existem estudos
que mostram que essa concentração tem diminuído.

Região Sul
Em relação a sua economia, a região é a segunda mais industrializada do
país e se dedica aos mais diversos ramos da agricultura e produção industrial,
sendo responsável pelo segundo maior valor do PIB interno nacional.
Grande parte da geração de riqueza da região Sul se concentra no setor de
serviços, mas a indústria exerce valor expressivo também na metalurgia, têxtil,
produção de automóveis, autopeças e a indústria alimentícia. No setor primário, a
agricultura altamente mecanizada investe em milho, soja, trigo, tabaco, arroz,
cebola, maçã e alho. A pecuária bovina também é importante nessa região, uma vez
que o tipo de vegetação (pampas) favorece naturalmente o investimento nessa
atividade. Quanto às atividades extrativistas, a mata das Araucárias fornece
madeiras (cedro, imbuia e pinheiro do Paraná), abastecendo a indústria de celulose.
O cultivo da erva mate merece destaque, configurando-se como uma característica
da região. A principal usina hidrelétrica do país está instalada na região, a Usina de
Itaipu, no extremo oeste do Paraná, considerada uma das maiores hidrelétricas do
mundo.

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4.1 O Espaço Agrário brasileiro


Para se entender a economia agrária no Brasil, é necessário fazer uma ponte
com a história e verificar a origem de alguns fenômenos importantes que configuram
as principais características da movimentação econômica ligada ao campo.
A terra no Brasil, desde o início da sua formação, sempre foi tratada como
uma espécie de moeda de troca. No início da formação territorial do Brasil, a coroa
portuguesa detinha toda a posse das terras do Brasil e as doava ou cedia de acordo
com a conveniência, objetivando a ocupação do território e a exploração de
atividades agrícolas. Esse tipo de controle da terra perdurou no Brasil por mais de
300 anos. No início, essa prática ficou conhecida como Capitanias Hereditárias e
Sesmarias. O resultado desse tipo de prática por tantos anos consecutivos tornou a
terra algo indisponível para a maior parte da população, portanto, a principal
característica da propriedade rural no Brasil desde sua formação histórica/territorial e
que permanece até hoje é uma terra concentrada nas mãos de uma minoria, em
grandes latifúndios monocultores7, com uma produção voltada quase que
exclusivamente para atender às necessidades do mercado externo.
Para dificultar ainda mais o acesso à posse da terra, a mão de obra no campo
era quase que exclusivamente escrava, deixando uma grande parcela de pessoas
sem poder adquiri-las e mais tarde, com a chegada dos imigrantes, o país criou leis
que impossibilitavam a aquisição de terras pelos estrangeiros, dificultando ainda
mais o acesso a elas, que eram comercializadas em leilões só para quem realmente
tinha dinheiro.
Esse episódio faz parte de uma das primeiras manifestações por parte do
governo brasileiro para assegurar a propriedade rural no Brasil nos moldes da
estrutura vigente anteriormente, ficando conhecida como Lei de Terras. A lei, de nº
601 de 18 de setembro de 1850, é considerada oficialmente como a primeira
iniciativa de organizar a propriedade privada no Brasil, pois até este momento ainda
não existiam documentos que a regulamentassem. Essa lei surge em um contexto
histórico em que se proibia o tráfico negreiro sinalizando o fim da escravidão,
tendência essa já seguida há tempos por outros países.

7
Grandes propriedades de terra com apenas um tipo de agricultura sendo cultivada.

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Com a chegada dos primeiros imigrantes ao Brasil, é despertado o receio por


parte dos grandes latifundiários da perda de terras para essa nova mão de obra
assalariada. A lei estabelecia que a partir daquela data só se poderia ter posse da
terra por meio da compra, venda ou doação por parte do estado e não haveria mais
a posse desta terra por meio do usucapião8, recebendo o documento de posse da
terra somente aqueles que já a tinham, com a exigência de morar e produzir na
localidade.
No início da década de 30, a economia mundial entra em crise e o Brasil, com
a base de sua economia agroexportadora, também atravessa uma significativa crise.
Nesse momento, a região Sudeste acaba sendo muito atingida, pois tinha na
exportação do café o pilar de maior rendimento da sua economia. A única região que
menos se afeta nesse momento com a crise é a região Sul que tinha uma agricultura
mais voltada para abastecer o mercado interno. Como essa crise foi em nível
mundial, é nesse momento que o Brasil, como alternativa de investimento em virtude
da falta de retorno na agricultura do café, começa a se industrializar. Verifica-se aí
que o país passa por um processo de industrialização tardia em relação a outros
países, o que só acontece, sobretudo, devido à crise da maior atividade econômica
da época que era a agricultura do café.
É importante enfatizar que a terra no Brasil é classificada em algumas
categorias, que vigoram no país desde 1964, época do regime militar (FREITAS,
2013):
Minifúndio: pequenas propriedades de terra, geralmente são os grandes
responsáveis pelo abastecimento do mercado interno de consumo, já que sua
produção é individualmente e em menor escala, inviabilizando sua venda para o
mercado externo.
Latifúndio por dimensão: são as grandes propriedades agroindustriais, com
sua produção voltada quase que exclusivamente para o mercado externo.
Latifúndios por exploração: grande propriedade rural, onde o dono da terra
não tem a intenção de produzir nada. São centros rurais improdutivos, voltados

8
É um direito que o cidadão adquire em relação à posse de um bem móvel ou imóvel em decorrência
do uso deste por um determinado tempo. Usucapião é um termo original do latim e significa adquirir
pelo uso.

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quase que exclusivamente à especulação imobiliária, tendo o intuito de assegurar


sua valorização, vendê-la e ganhar muito dinheiro sem trabalhar.
Resumindo a questão agrícola, no Brasil, em sua estrutura, verifica-se que a
maior parte das terras atualmente está nas mãos de poucos proprietários, enquanto
que os reais produtores rurais detêm uma parcela muito pequena da área agrícola
disponível no país. Cerca de 32% da área agrícola nacional é classificada por
latifúndios de exploração, ou seja, de terras paradas, improdutivas, à mercê da
especulação imobiliária.

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Quadro 5: PIB do Agronegócio brasileiro

*Valores a preços correntes.


** Dados publicados em novembro de 2012, referentes a agosto de 2012.
Fonte: Cepea-USP. Disponível em: http://www.agrolink.com.br/noticias/premio-produz-brasil-2012-
sera-realizado-pela-primeira-vez-em-sp_159870.html. Acesso em: 20/01/2015.

Mesmo com esse cenário descrito acima, o maior peso da balança comercial
brasileira está diretamente ligado à exportação de produtos agrícolas, pecuária e à
agroindústria, e essas “commodities”, atualmente, são responsáveis pelo saldo
muitas vezes positivo na balança comercial.

Quadro 6: Posição do Brasil no Ranking Mundial da produção e exportação agrícola


em 2011
Principais Produção Exportação Números de Principal
Produtos Mercados Comprador
Açúcar 1º 1º 126 China
Café 1º 1º 133 EUA
Suco de 1º 1º 68 Bélgica
laranja
Complexo 2º 2º 95 China
soja
Carne bovina 2º 3º 135 Rússia
Álcool 2º 1º 34 EUA
Carne de 3º 1º 145 Japão
frango
Milho 4º 4º 48 Irã
Carne Suína 4º 4º 74 Rússia

Fonte: Plano Agrícola e Pecuária 2012 / 2013. Disponível em:


http://www.adital.com.br/arquivos/2012/09/20120905_sergio.jpg. Acesso em: 20/1/2015.
Ao analisar os dados do gráfico e tabela acima, a expressividade econômica
deste setor na economia fica mais evidente, uma vez que, tanto no gráfico referente
ao PIB do agronegócio nacional ou na tabela do ranking dos principais produtos

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agrícolas exportados pelo Brasil, verifica-se a evolução e competitividade da


agropecuária no Brasil atualmente.
Mesmo com tamanha riqueza demonstrada na descrição e dados acima, o
fato de a posse da terra permanecer nas mãos de poucos, faz com que a riqueza
gerada desse setor não seja distribuída de maneira a contribuir para a redução das
desigualdades verificadas no país, pois a riqueza gerada também faz parte de um
processo concentrador, existindo cada vez mais grupos de militantes e
pesquisadores do assunto que queiram promover leis e ideias que garantam a
promoção de uma Reforma Agrária no Brasil.
Reforma Agrária: a reforma agrária tem por objetivo proporcionar a
redistribuição das propriedades rurais, ou seja, efetuar a distribuição da terra para a
realização de sua função social. Esse processo é realizado pelo Estado, que compra
ou desapropria terras de grandes latifundiários (proprietários de latifúndios, cuja
maior parte aproveitável não é utilizada) e distribui lotes de terras para famílias
camponesas (FRANCISCO, 2015).
No entanto, todo esse processo se torna desgastante e lento, uma vez que os
minilatifundiários ou pequenos produtores acabam não conseguindo a justa
distribuição das terras pelas burocracias encontradas e pelo próprio poder político e
econômico que os latifundiários exercem na área rural do Brasil como um todo.
Com isso, movimentos sociais ligados à Reforma Agrária crescem em todo o
território, tendo como reivindicação a posse da terra. O mais famoso deles é o MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em atuação desde a década de
70 no Brasil, que se configura como um movimento político e social que luta pela
posse de terras improdutivas por meio de uma justa reforma agrária.
O que se nota, contudo, é um sistema complexo e burocrático que durante
toda a história nunca priorizou a questão agrária de fato, criando brechas na lei para
permanecer estável e concentrador desde as primeiras legislações, configurando
poucas modificações significativas até hoje.

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48

4.2 O Espaço Urbano Brasileiro


O processo de urbanização do território brasileiro acontece a partir do final do
século XIX, com atraso, se comparado a outros países. Mas é efetivamente em
1930, com a industrialização do país em virtude da crise mundial que afetava a
agricultura no Brasil, que o país passaria por um intenso processo de êxodo rural
(saída dos trabalhadores rurais do campo para ocuparem o meio urbano). Este
fenômeno, ocasionado pela crise de 1929, se fortalece muito com a mecanização
das atividades produtivas no meio rural, que gerou desemprego e um intenso fluxo
em direção às principais cidades brasileiras.
Gráfico 01 – Evolução das populações rural e urbana no Brasil (em %)

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísca (IBGE). Dados referentes ao ano de 2010
projetados. Disponível em:
http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?ID_OBJETO=119541&tipo=ob&cp=4E6127&cb
=&n1=&n2=M%EF%BF%BDdulos%20Did%EF%BF%BDticos&n3=Ensino%20M%EF%BF%BDdio&n4
=Sociologia&b=s. Acesso em: 03/02/2015.

O gráfico 01 acima, mostra de maneira clara como foi a evolução da


população brasileira em relação ao êxodo rural com o passar dos anos de (1940 –
2010). Percebe-se, portanto, que foi entre as décadas de 60 e 70 o período em que
o Brasil, pela primeira vez, passou a ter uma população predominantemente urbana,
ou seja, a maior parte dos habitantes concentrava-se nas cidades. Atualmente, mais
de 80% dos habitantes do Brasil residem em cidades, a maioria desses em grandes
centros urbanos e capitais, tais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
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49

Porto Alegre e outras. Afinal, além de um acelerado êxodo rural, a urbanização


brasileira contou com um intensivo processo de metropolização — a concentração
das populações nas grandes metrópoles.
Essa desigualdade no tamanho das cidades relacionado ao seu número de
habitantes, níveis econômicos e oferta de infraestrutura no espaço urbano, confere à
região Sudeste as maiores taxas de urbanização com destaques para os estados de
São Paulo e Rio de Janeiro, que contam com mais de 90% de seus habitantes
vivendo em cidades.
A formação das cidades no Brasil segue a lógica de ocupação do território
pelos colonizadores, ou seja, do litoral para o interior do país, portanto, em sua
maior parte, as cidades mais antigas do país estão mais próximas do litoral do que
as cidades situadas mais ao interior, mostrando que o processo de ocupação do
solo aconteceu de forma intensa, porém gradual. O mapa 4, Evolução da Malha
Municipal Brasileira, nos mostra espacialmente como ocorreu essa evolução a partir
de 1940 até o ano de 2010.
Em 1940, o Brasil tinha cerca de 1.574 municípios e em 70 anos o número de
municípios saltou para 5.563, de acordo com o IBGE, revelando um crescimento
acelerado da urbanização como um todo no Brasil nesse período.

Mapa 4: Evolução da Malha Municipal Brasileira

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50

Fonte: SEBRAE. Disponível em: http://slideplayer.com.br/slide/1233533/ . Acesso em: 27/01/2015.

Outro ponto importante a destacar do mapa é que, desde o início do processo


de urbanização, a região Sudeste do Brasil sempre concentrou a maior parte dos
municípios e com o passar dos anos esse quadro não se modificou, aumentando
consideravelmente. Atualmente, a região Sudeste do Brasil é a região que concentra
a maior parte da população sendo a região mais urbanizada do país.
Além de um acelerado êxodo rural, a população brasileira contou com um
intensivo processo de formação de metrópoles9, ou processo de metropolização, e
toda essa densidade populacional hoje elevada na região Sudeste, deve-se a
heranças econômicas e estruturais dos ciclos produtivos do passado, principalmente
no ciclo do café, fato identificado quando estudamos o histórico da economia
brasileira. Por essa razão, é nessa região que se encontram as duas cidades mais
importantes do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, conhecidas além do território
nacional pela importância populacional, econômica, de fluxo de pessoas e

9
Metrópole: da língua grega “metropolis”, é o termo empregado para se designar as cidades centrais
de áreas urbanas formadas por cidades ligadas entre si fisicamente (conurbadas) ou através de
fluxos de pessoas e serviços ou que assumem importante posição (econômica, política, cultural, entre
outras) na rede urbana da qual fazem parte (correspondentes, na classificação do IBGE, às
metrópoles nacionais e regionais).
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mercadorias, que juntas formam a maior aglomeração urbana do hemisfério sul com
seus níveis internacionais de alcance produtivo.
O processo de urbanização e estruturação da Rede Urbana Brasileira 10 pode
ser dividido em 4 momentos para facilitar a compreensão:

Até a década de 1930:


Período em que o país não tem uma rede urbana em nível nacional, mas
somente em caráter regional com as principais cidades até o momento funcionando
como polos regionais de atividades secundárias e terciárias. Com a modernização
da economia, as regiões Sudeste e Sul, num primeiro momento, formam um
mercado único que, posteriormente, incorpora o Nordeste, Norte e o Centro Oeste.

10
A rede urbana é a malha metropolitana de um país, que se constitui basicamente de cidade global,
metrópole nacional, metrópole estadual, metrópole regional, médias e pequenas cidades.
Configurando-se como um sistema integrado de cidades que vai das pequenas ou locais às
metrópoles ou cidades gigantescas.

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52

De 1930 a 1950:
Período marcado pela concentração industrial na região Sudeste, pelo
aumento da infraestrutura de telecomunicações e de transporte, e pela grande
atração populacional aos grandes polos industriais do Sudeste (SP e RJ) que juntas
tornam-se as principais metrópoles nacionais pela capacidade de atração de mão de
obra. Contudo, a infraestrutura não acompanha esta expansão, tornando-as
metrópoles nacionais densas, caóticas e de rápido crescimento das periferias com
intenso processo de favelização.

De 1950 a 1980:
O Sudeste ainda atrai grande população de outras regiões, principalmente da
região Nordeste. Outras capitais se destacam pela atração e competitividade. Há
aumento da urbanização no Brasil pelo processo de êxodo rural e regional. Grandes
problemas de infraestrutura são enfrentados pelas principais capitais do país.

De 1980 até os dias atuais:


Há uma rede urbana fundamentada nas principais capitais, crescente
processo de metropolização, destacando-se o crescimento das cidades médias e o
surgimento de metrópoles regionais com predomínio da migração da população
urbana – urbana. Destacam-se polos regionais de atratividade como: Belém,
Manaus, Goiânia. Também merecem destaque: Campinas, Santos e Ribeirão Preto
no interior de São Paulo, entre outras.
Nesse contexto, formaram-se as Regiões Metropolitanas11 no Brasil que, até
2013, eram cerca de 25 e que compunham 44,4% da população brasileira. A tabela
02, a seguir, mostra quais são as principais regiões metropolitanas/aglomerações
urbanas do país, de acordo com o IBGE/2013, sua população e o percentual
correspondente em relação à população total do Brasil.

11
As regiões metropolitanas são áreas compostas por um conjunto de cidades contíguas e com
integração socioeconômica a um município de grande porte (aquele que apresenta boa infraestrutura,
variedade de serviços, grande mercado de trabalho e elevada população residente).

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Quadro 7: População das Principais Regiões Metropolitanas Brasileiras


Ordem Região Metropolitana População % da população
(Composição vigente até 2014 total
30/06/2013)
1º RM de São Paulo 20.935.204 10,32%
2º RM do Rio de Janeiro 12.116.616 5,98%
3º RM de Belo Horizonte 5.783.773 2,85%
4º RM de Porto Alegre 4.181.836 2,06%
5º RIDE Distrito Federal e entorno 4.118.154 2,03%
6º RM de Salvador 3.919.864 1,93%
7º RM de Recife 3.887.261 1,92%
8º RM de Fortaleza 3.818.380 1,88%
9º RM de Curitiba 3.466.981 1,71%
10º RM de Campinas 3.043.217 1,50%
11º RM do Vale do Paraíba e litoral 2.430.392 1,20%
norte
12º RM de Goiânia 2.384.560 1,18%
13º RM de Belém 2.381.661 1,17%
14º RM de Manaus 2.360.491 1,16%
15º RM da Grande Vitória 1.884.096 0,93%
16º RM da Baixada Santista 1.781.620 0,88%
17º RM de Natal 1.485.505 0,73%
18º RM da Grande São Luís 1.403.111 0,69%
19º Aglomeração Urbana de Piracicaba 1.400.113 0,69%
20º RM do Norte/Nordeste 1.324.173 0,65%
Catarinense
21º RM de Maceió 1.293.473 0,64%
22º RM de João Pessoa 1.238.914 0,61%
23º RIDE da Grande Teresina 1.189.260 0,59%
24º RM de Florianópolis 1.111.702 0,55%
25º RM do Vale do Rio Cuiabá 982.258 0,48%

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54

Total das 25 maiores RM 89.922.615 44,35%


Total Brasil 202.768.562 100%

RM = Região Metropolitana e RIDE = Região Integrada de Desenvolvimento.


Nota: Composição das Regiões Metropolitanas vigente até 30/06/2013.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas - DPE, Coordenação de População e Indicadores Sociais -
COPIS. Disponível em:
http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=2704. Acesso em:
28/01/2015.

Os valores descritos no quadro 7, sobre as regiões metropolitanas, mostram o


quanto a população brasileira permanece concentrada, tanto nas regiões próximas
ao litoral, quanto em regiões consideradas metropolitanas e que atualmente o
crescimento dessas regiões se dá através de um processo migratório entre cidades
de grande para médio porte, justificando assim a formação de regiões
metropolitanas que estão longe de ter as capitais estaduais como a principal
metrópole, como ocorria antes no Brasil.
Em decorrência dos problemas apresentados pelo intenso processo de
urbanização que ocorre no Brasil, a partir de 2001, com a aprovação da Lei 10.257,
que ficou conhecida como Estatuto da Cidade, houve uma regulamentação dos
artigos de políticas urbanas que antes estavam esparsos. Esse estatuto fornece as
principais diretrizes a serem aplicadas nos municípios, por exemplo: regularização
da posse dos terrenos e imóveis, regularização entre cidade e campo, garantia de
recuperação e preservação ambiental. Segundo esse mesmo estatuto, é obrigatório
que determinados municípios elaborem um Plano Diretor, um conjunto de leis que
estabelece as diretrizes para o desenvolvimento econômico e social dos municípios,
regulamentação do uso do solo, entre outros aspectos importantes que devem ser
contemplados para minimizar os efeitos das altas taxas de urbanização enfrentados
por algumas cidades brasileiras.

4.3 Indicadores Econômicos do Brasil


Trabalhar os indicadores sociais no Brasil é fazer uma análise metodológica
dos principais índices que investigam os principais aspectos econômicos do Brasil,
principalmente no cenário internacional.

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55

Existe uma gama muito variada de índices que analisam diversos aspectos
econômicos e sociais de um país, mas existem alguns indicadores que são de uso
padrão entre as nações e ajudam bastante a compreender a situação atual tanto em
âmbito nacional como internacional.
Os indicadores econômicos são de extrema importância tanto para a
compreensão da situação presente e o entendimento dos rumos em curto prazo que
seguem a economia de um país, quanto para servir de subsídio ao processo de
tomada de decisões estratégicas dos agentes públicos (governos) e privados
(empresas e consumidores).
No Brasil isso não é diferente. Abordaremos alguns indicadores que no
campo da macroeconomia realçam de maneira geral a posição/situação econômica
que o país vive naquele momento, servindo de base para estudos posteriores. Mas
vale ressaltar que a utilização e o entendimento desses indicadores só é possível
por existir uma quantidade bem diversificada de indicadores que captam
informações numa escala muito menor, e que ajudam a formar a base dos principais
indicadores da macroeconomia de um país. Esses principais indicadores
macroeconômicos considerados são:
Balança Comercial: para se entender o conceito de balança comercial é
necessário definir o que são exportações e importações. As importações dizem
respeito aos gastos que o governo ou pessoas tem ao comprar produtos, advindos
de outros países (importados). As exportações são os bens e serviços que são
produzidos em cada país e em seguida são vendidos e enviados a clientes situados
em outros países.
Assim sendo, balança comercial é definida como a diferença que há entre o
total das exportações em relação às importações que são realizadas em cada país e
essa diferença gera um saldo. Quando as exportações superam as importações,
dizemos que esse saldo é positivo, ou seja, o país vendeu mais ao exterior do que
comprou, que apresentou um superávit na balança comercial. Porém, se o valor das
importações for maior, ou seja, o país comprou mais que vendeu de outros países,
dizemos que esse país apresenta um déficit na balança comercial.

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56

O gráfico 2 mostra de maneira genérica a evolução da balança comercial


brasileira de 2002 até 2010 e aponta uma queda no saldo da balança comercial nos
últimos 5 anos, conforme verificado nos valores do gráfico.

Gráfico 2: Saldo da balança comercial nacional

Fonte: MARTELO, A. Balança comercial tem o pior resultado em anos. Em <


http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/01/balanca-comercial-tem-pior-resultado-em-oito-
anos.html>. Acesso em 10/02/2015.

Produção Industrial: os dados referentes à produção industrial conseguem


expor de maneira clara o quanto a economia de um país está aquecida ou não.
Dados em ascensão da produção industrial revelam o aquecimento da economia em
suas diversas modalidades, enquanto dados em constante queda revelam que o
país enfrenta dificuldades ou está em recessão.
O gráfico 3, Taxa de crescimento industrial (1999 – 2011), faz uma
demonstração de qual foi a evolução da indústria com o passar do tempo. Verifica-
se que o setor se apresentou bastante instável com os anos, mas a partir de 2011
obteve um ligeiro aumento, mesmo apresentando taxas negativas ainda.

Gráfico 3: Taxa de crescimento industrial (1999 – 2011)

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57

Fonte: MELO, C. Precisamos de uma indústria forte. Disponível em:


https://keynesiando.wordpress.com/2013/05/15/precisamos-de-uma-industria/. Acesso em:
10/02/2015.

Inflação: esse conceito refere-se ao aumento generalizado dos preços que


pode ter vários motivos ligados às questões econômicas. Quando a inflação chega a
zero ou próximo a zero, dizemos que o país passa por uma estabilidade econômica,
porém se ele começa a subir, costuma-se dizer que o país passa por uma
instabilidade econômica e as causas podem ser de vários tipos.

Gráfico 4: Trajetória da Inflação no Brasil

Fonte: ABDALA, V. Inflação oficial fecha ano de 2012 em 5,84%, diz IBGE. Disponível em:
http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-01-10/inflacao-oficial-fecha-ano-de-2012-em-
584-diz-ibge. Acesso em 10/02/2015.

De maneira genérica, ela pode ocorrer pela baixa oferta de determinado


produto e sua procura é muito grande (oferta versus procura), ou com a grande
oferta do produto e uma baixa na produção e, consequentemente, um aumento dos
preços, entre outros fatores.

Desemprego: para se compreender qual o real panorama econômico de um


país, é necessário levar em conta as taxas de desemprego, que de maneira geral
apontam se o país cresce economicamente, está estabilizada ou fecham-se os
postos de trabalhos.
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58

É considerado desempregado, no Brasil, um indivíduo que está na população


economicamente ativa12 e que não consegue se inserir no mercado de trabalho,
portanto, quanto maiores as taxas de desemprego de um país, mais problemas
econômicos ele enfrenta.
Gráfico 5: Taxa de Desemprego

Fonte: MENEZES, D. De qual Brasil desistimos. Disponível em: http://www.opotiguar.com.br/de-


qual-brasil-desistimos/. Acesso em: 10/02/2015.

Produto Interno Bruto (PIB): o Produto Interno Bruto é a soma em valores


monetários de todos os serviços e bens adquiridos em uma determinada região/país
durante determinado tempo. Atualmente, é um dos mais importantes índices
utilizados para analisar a macroeconomia possibilitando avaliar o andamento da
economia, e quando ele está em crescimento significa que a economia está
caminhando bem.

Gráfico 6: Produto Interno Bruto

12
População Economicamente Ativa ou PEA é um conceito elaborado para designar a população que
está inserida no mercado de trabalho ou que, de certa forma, está procurando se inserir nele para
exercer algum tipo de atividade remunerada.

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59

Fonte: PIB do Brasil 2011. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/economia/pib_brasil.htm.


Acesso em: 10/02/2015.

Índice de Desenvolvimento Humano: é um índice criado para medir o nível


de desenvolvimento econômico e qualidade de vida oferecidos para a população. É
calculado com base em indicadores econômicos e sociais e varia de 0 até 1. Quanto
mais próximo de 1 é o valor do IDH, significa que mais desenvolvido é o país.
No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos
médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e Produto
Interno Bruto per capita. No quadro 8, é possível identificar o ranking dos países,
seguindo os critérios do IDH.
Quadro 8: IDH – Índice de Desenvolvimento Humano (2005)

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60

Fonte: ZIMMERMANN, P.; SPITZ, C. IDH sobe pouco e Brasil permanece na 63º posição em ranking
da ONU. Folha de São Paulo. 2005. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u112795.shtml. Acesso em 15/02/2015.

4.4 Principais Políticas externas do Brasil


Após analisarmos os dados referentes aos principais indicadores econômicos
do Brasil, podemos também tecer algumas considerações sobre qual é o papel que
o país assume nos últimos anos perante os outros países do mundo.
Quando analisamos a história das questões econômicas e sociais do Brasil,
podemos constatar claramente que com o passar dos anos, e mais recentemente, o
país passa de mero coadjuvante para uma posição de destaque em relação aos
países pioneiros do mundo. Se antes éramos dependentes economicamente com
dívidas que impossibilitavam nosso crescimento social e econômico, atualmente, o
país assume posição de decisão em alguns pontos cruciais da economia
internacional.
Atualmente, o país tem se destacado na imprensa internacional por ser uma
das 10 maiores economias do planeta, consolidar-se como uma liderança na
América do Sul e ocupar cada vez mais espaços que muitas vezes são contrários
aos interesses das conhecidas grandes potências mundiais. Um exemplo foi a
negativa brasileira diante da ofensiva estadunidense no Iraque em 2003, ou mesmo
enviando tropas do seu exército em missões pacificadoras no Timor Leste ou, mais
atualmente, no Haiti.
É reconhecido também pelo crescente potencial do seu mercado consumidor
que viu aumentar seu poder de compra, e chama a atenção de grandes empresas
espalhadas por outros países devido à quantidade de habitantes, tamanho de
território e riquezas naturais.
Diante das situações apresentadas e dos indicadores apontados, podemos
concluir que o país enfrenta uma sequência de crescimento que o coloca em
situação de melhoria em relação ao seu passado, que houve uma diminuição da
pobreza e, consequentemente, da desigualdade social, que tem muitas dificuldades
e barreiras a serem conquistadas em todos os setores, sendo a corrupção um
grande problema que muitas vezes impede esse crescimento de ser mais efetivo e,
de maneira geral, mais significativo.
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REFERÊNCIAS

ABDALA, V. Inflação oficial fecha ano de 2012 em 5,84%, diz IBGE. (Em
<http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-01-10/inflacao-oficial-fecha-
ano-de-2012-em-584-diz-ibge >). Acesso em 10/02/2015.

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Acesso em 19/01/2015. ®EconomiaBR.

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