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2. Recepção de textos:
4. Pronomes de Tratamento
4.1. Concordância com os Pronomes de Tratamento
4.2. Emprego dos Pronomes de Tratamento
4.3. Fechos para Comunicações
4.4. Identificação do Signatário
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1. COMUNICAÇÃO: NOÇÃO DE LÍNGUA, LINGUAGEM, LEITURA E TEXTO
Explicamos que todas essas concepções estão ainda em vigor. O surgimento de outra
noção de língua, não elimina a anterior. Todavia, os estudos mais recentes tendem a se basear
na terceira concepção e é nesta que situamos nosso trabalho, já que a língua só tem
existência em situações concretas de interação. Estudá-la é então detectar os compromissos
criados através da fala/escrita e as condições a serem preenchidas por um falante/escritor
numa dada situação de comunicação.
Vale salientar que a língua não é absolutamente explícita (ambiguidade, polissemia,
ironias). Assim, a inferência assume papel central na compreensão de texto. Observe o
exemplo: Renew, a marca que apaga todas as outras. (Avon)
Noções de leitura
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Podemos dizer que um texto é, pois, um todo organizado de sentido, delimitado e
produzido por um sujeito num dado espaço e tempo. As conclusões que podemos tirar dessa
noção são:
a) uma leitura não pode basear-se em fragmentos isolados do texto; já que o significado das
partes é determinado pelo todo em que estão encaixadas;
b) uma leitura, por um lado, não pode levar em conta o que não está no interior do texto e, de
outro, deve levar em consideração a relação, assinalada, de uma forma ou de outra, por marcas
textuais, que um texto estabelece com outros.
Noção de texto
Um amigo meu veio para o Brasil, para aqui abrir um negócio. O país foi descoberto
por Pedro Álvares Cabral. Ele apresenta uma enorme desigualdade social. Também o
Peru apresenta desigualdades geográficas.
(In: PLATÃO e FIORIN, 1996:383)
Estamos diante de um texto? ______________________________________________
_____________________________________________________________________
É importante deixarmos claro que nos comunicamos por meio de textos (gêneros: carta,
telefonema, e-mail, música, ofício, solicitação) e não por meio de frases soltas, como se
verifica no caso acima.
Ao assumir o estudo da linguagem em funcionamento, estar-se obrigado a tomar uma
posição quanto às variedades linguísticas no ensino de língua materna. Isso porque a
democratização (preferimos chamar de expansão) da escola trouxe um outro público à sala de
aula e esse trouxe consigo diferentes formas de usar a língua.
emissor / remetente /locutor – elemento que emite, codifica a mensagem, aquele que
diz algo a alguém;
receptor / destinatário /interlocutor- recebe, decodifica a mensagem, com quem o
locutor se comunica;
mensagem (texto)- conteúdo que perpassa entre emissor e receptor;
código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem. Ex: língua
portuguesa.
Referente (assunto) – o assunto da mensagem, a situação que envolve o emissor e o
receptor e o contexto lingüístico;
canal (ou contato)– meio físico pelo qual circula a mensagem e a conexão
psicológica. Ex: TV, rádio, carta, palestra, cordas vocais, etc.
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Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência
sobre a comunicação.
Funções da Linguagem
FUNÇÕES DA LINGUAGEM:
O sujeito está jantando e a comida é tão ruim que ele não aguenta:
─ Por favor, garçom, eu não consigo engolir esta comida. Chama o gerente.
─ Não adianta. Ele também não vai conseguir.
(Ziraldo, Anedotinhas do Bichinho da Maçã. São Paulo: Melhoramentos, 1988. p. 20)
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• RESPONDA:
ATIVIDADES
RESPONDA:
A) Os dois enunciados transmitem um pedido da moça? Justifique sua resposta.
B) Qual dos enunciados você considera mais educado ou menos agressivo? Por quê?
Tipos de Linguagem - Quando nos comunicamos com alguém, utilizamos dois tipos de
linguagem: a verbal e a não verbal. Quando há a junção das duas, temos uma linguagem mista
(multimodal).
• Verbal - Ocorre quando nos comunicamos por meio da palavra, ou seja, da linguagem
oral ou escrita. O código utilizado é a palavra e está presente quando falamos com
alguém, quando lemos, quando escrevemos. Forma de comunicação mais presente no
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nosso cotidiano. Com a palavra escrita ou falada, expomos aos outros nossas ideias,
nossos pensamentos, desejos...
É uma das modalidades de uso da língua, não devendo ser entendida como violação da
escrita, ou como superior a esta por ter surgido primeiro.
Mantém uma profunda vinculação com as situações em que é usada. A comunicação
oral, normalmente, se desenvolve em situações em que o contato entre os interlocutores é
direto: na maioria dos casos eles estão em presença um do outro.
É mais alusiva, apresenta gêneros textuais menos formais, traços gramaticais
específicos (frases onomatopéicas e exclamativas, formas contraídas e frases cortadas,
comparações e expressões populares), recursos expressivos (acentuação, entonação, pausas),
significados não-verbais (expressão fisionômica, gestos, postura corporal).
Língua Escrita
A modalidade escrita da língua também não deve ser vista como representação gráfica
da fala, ou como superior a esta por ser “correta”.
Contudo, cada modalidade de uso da língua apresenta suas particularidades, embora
não devam ser estudadas de forma oposta.
A elaboração do texto escrito requer uma linguagem mais precisa, uma vez que os
interlocutores não estão face-a-face.
A língua escrita demanda um esforço maior de precisão: devem-se indicar datas,
descrever lugares e objetos, bem como identificar claramente os interlocutores no caso de
representação de diálogos.
É menos econômica, evidentemente, que nos gêneros de texto mais formais. Logo,
também apresenta traços gramaticais próprios (frases perifrásticas e assertivas, formas e frases
inteiras). Um recurso importante é a pontuação.
É preciso que fique claro que a língua não é uniforme, ou seja, não apresenta uma
única forma (observe-se o padrão e não padrão); não é homogênea, isto é, suas diferentes
formas não se unem integralmente de maneira a deixá-la com aparência de apenas uma. Na
verdade, buscou-se durante muito tempo, e alguns ainda buscam essa homogeneidade, mas
isso é impossível se entendermos que a língua também não é invariável, ou seja, muda,
apresenta diferentes registros de acordo com o tempo, o espaço e o contexto em que se realize
a comunicação.
A língua, na realidade, é formada por diferentes modalidades linguísticas que a tornam
diversificada. Nessas modalidades, devemos atentar para os aspectos verbais e não verbais,
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bem como para os graus de formalismo1 que aqui também só apresentamos três, que são
suficientes para o entendimento dessa dimensão/modalidade da língua.
"É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala
nordestina é retratada nas novelas de televisão, principalmente da Rede Globo. Todo
personagem de origem nordestina é, sem exceção, um tipo grotesco, rústico, atrasado, criado
para provocar o riso, o escárnio e o deboche dos demais personagens e do espectador. No
plano lingüístico, atores não-nordestinos expressam-se num arremedo de língua que não é
falada em lugar nenhum no Brasil, muito menos no Nordeste. Costumo dizer que aquela deve
ser a língua do Nordeste de Marte! Mas nós sabemos muito bem que essa atitude representa
uma forma de marginalização e exclusão." (BAGNO, p. 44)
Variedade histórica (temporal) — a língua muda com o passar do tempo. Pense: você
não utiliza a mesma linguagem que o seu avô utilizava quando ele era jovem, por
exemplo.
Variedade geográfica (regional ou espacial) — a língua varia de acordo com a região. O
nordestino apresenta, em determinados casos, um vocabulário distinto de um sulista, ainda
que ambos estejam falando Português.
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Adaptado de Luiz Carlos Travaglia. Gramática e interação. São Paulo: Cortez, 1996, p. 55.
2
Essa metáfora foi utilizada por Marcos Bagno no livro “Preconceito lingüístico: o que é e como se faz”. São
Paulo: Edições Loyola, 1999.
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Variedade sócio-cultural — a linguagem varia de acordo com o nível econômico e com
o grau de escolaridade do falante/escritor. Vejamos os usos de Cráudia, chicrete, mio,
mulé...
Variedade etária — essa variedade coincide com a histórica (temporal). A linguagem de
um jovem tende a ser diferente da utilizada por uma pessoa mais velha.
Variedade contextual — o contexto envolve todo o entorno em que determinado texto
foi produzido. Para falar com um amigo, não se utiliza a mesma linguagem que usa para
se dirigir ao chefe, por exemplo.
Nessas discussões iniciais, esperamos deixar claro que aqui não cabe a ideia de
erro, quando não se utiliza a norma padrão, mas de adequação ou não à variedade
pedida. Contudo, não se pode perder de vista a certeza de que, aqui, o nosso trabalho vai
privilegiar a norma culta da língua porque essa é a variedade, como já dissemos, de
maior prestígio social, e como tal, a variedade predominante na cultura escrita de nossa
sociedade, particularmente, em documentos oficiais.
2. RECEPÇÃO DE TEXTOS
A linguagem que utilizamos não transmite apenas nossas ideias, mas também um
conjunto de informações sobre nós mesmos. Certas palavras e construções que empregamos
acabam denunciando quem somos socialmente: por exemplo, em que região do país
nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, às vezes, até nossos valores,
círculo de amizades e hobbies.
O uso da língua também pode informar sobre nossa timidez, nossa capacidade de nos
adaptarmos a situações novas, nossa insegurança etc. Assim, a língua é um poderoso
instrumento de ação social. Ela pode tanto facilitar quanto dificultar o nosso relacionamento
com as pessoas e com a sociedade em geral. Nesse processo, é imprescindível observarmos as
condições de produção do texto: o sujeito (escritor/leitor/ouvinte — quem produz? Para
quem? Por quê?), o contexto (imediato/histórico) e o sentido (processado na interação). A
seguir, elencamos algumas dessas condições.
Frase é todo enunciado linguístico capaz de transmitir uma ideia. A frase é uma palavra
ou conjunto de palavras que constitui um enunciado de sentido completo. A frase não vem
necessariamente acompanhada por um sujeito, verbo ou predicado. Por exemplo: «Cuidado!»
é uma frase, pois transmite uma ideia - a ideia de ter cuidado ou ficar atento - mas não há
verbo, sujeito ou predicado.
O período é uma frase que possui uma ou mais orações, podendo ser: Simples: Quando
constituído de uma só oração. Ex.: João ofereceu um livro a Joana. Ou Composto: Quando é
constituído de duas ou mais orações. Ex.: O povo anseia que haja uma eleição justa, pois a
última obviamente não o foi.
Parágrafo
Do ponto de vista linguístico o parágrafo deve conter uma ideia central (chamada de
tópico frasal), as quais se agregam outras, secundárias, ligadas entre si e relacionadas à ideia
central:
=> Vida é dor, e acordo com dor de dentes. O dia é belíssimo, um sol de verão invade o
barraco; quanto a mim, choro de dor.
=> A vida é combate. De nada adianta ficar deitado. Levanto-me e começo a fazer
ginástica. (Moacir Scliar)
A Estrutura do Parágrafo
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a) A Introdução é constituída de um ou dois períodos, quase sempre breves, que
encerram a ideia central ou a ideia-núcleo, definindo o seu objetivo. A essa ideia-núcleo dá-se
o nome de tópico frasal, que pode, não raro, ele mesmo representar sozinho todo o parágrafo.
b) O Desenvolvimento consiste na explanação da ideia-núcleo, ou seja, no
desenvolvimento de ideias secundárias que fundamentam ou no esclarecimento do tópico
frasal.
Fatores de textualidade - Faz-se necessário, primeiro, saber o que vem a ser textualidade.
Alguns autores entendem a textualidade como o conjunto de características que fazem com
que um texto seja considerado um texto e não, uma sequência de frases. Vejamos o quadro
que segue:
Fatores de textualidade
Formal Coesão
Linguísticos
Semântico Coerência
Intencionalidade
Usuários
Aceitabilidade
Pragmáticos
Situacionalidade
Situação Informatividade
Intertextualidade
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4. Aceitabilidade - Já esse fator de textualidade centra-se no receptor do texto, na
expectativa dele em que o conjunto de ocorrências com que se defronta seja um texto
coerente, coeso, útil e relevante.
A Progressão textual - Concerne aos “procedimentos linguísticos por meio dos quais se
estabelecem, entre segmentos do texto (enunciados, partes de enunciados, parágrafos),
diversos tipos de relações semânticas e pragmático-discursivas, à medida que se faz o texto
progredir.”
Essa é uma breve exposição dos fatores de textualidade. Vale salientar,
teórico.
porém, que tais aspectos não são princípios de boa-formação textual. É
importante, muito mais, observá-los como critérios de acesso ao sentido
1. PRODUÇÃO DE TEXTO: AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
do texto. Para uma melhor compreensão faz-se necessário um
aprofundamento
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que
dela se faça. Os textos oficiais por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com
o máximo de clareza e concisão, requerem o uso do padrão culto da língua. Pode-se concluir,
então, que não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do
padrão culto nos atos e comunicações oficiais.
É a comunicação que se estabelece oficialmente entre EXPEDIDOR e RECEPTOR
que representem, ou pelo menos um deles, algum órgão da Administração Pública.
A Correspondência Oficial obedece a normas regedoras das comunicações escritas,
internas ou externas, das repartições públicas; sua redação é, portanto, padronizada, alterando-
se apenas, naturalmente, o conteúdo específico de cada comunicação.
Em uma frase, pode-se dizer que a redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público
redige atos normativos e comunicações.
Quanto ao seu trânsito a Correspondência Oficial pode ser Interna – a que se estabelece
entre si, diversas autoridades, bem como seus respectivos subordinados no âmbito de
determinado órgão da administração pública, sobre qualquer assunto de serviço - externa, ou
seja, a correspondência que efetua entre a autoridade geral e outra autoridade da
administração local e as demais autoridades, fora do âmbito de sua atuação, bem como a
particular.
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Dos Princípios Constitucionais - A escrita das comunicações oficiais e atos normativos deve
atender a dois princípios constitucionais aplicáveis às atividades da Administração Pública: a
Impessoalidade e a Publicidade.
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Quem comunica Com quem se comunica
Serviço Público
Serviço Público
Comunidade
Quanto aos tipos de documentos existentes eles podem ser, no contexto comercial,
utilizados com o objetivo empresarial e oficial, sendo os seguintes: Ata, Circular, Contrato,
Memorando ou Comunicação Interna – CI, Procuração, Recibo, Texto de Registro, Relatório,
Currículo, Ofício, entre outros.
Mas ao escrever um documento oficial, sempre se estará se reportando a uma
autoridade. E, para tal, é necessário saber usar os pronomes de tratamento adequados. Para
padronizar àquele, a Polícia Militar do Distrito Federal criou um manual de procedimentos a
serem adotados na confecção de documentos oficiais, sendo a portaria.
A linguagem dos atos e comunicações oficiais, portanto, deve zelar pelo uso do padrão
culto da língua, pelo emprego da simplicidade na estrutura da frase e no vocabulário, pela
objetividade, pela concisão pela clareza, características essenciais a um texto inteligível.
CARACTERÍSTICAS:
CONCISÃO – é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o
texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras.
Contudo, não se sacrificam as ideias importantes nem se eliminam as considerações
pertinentes, destaca-se o essencial e o necessário.
CLAREZA - deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, portanto, pode-se definir como
claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não
é algo que se atinja por si só: depende estritamente das demais características da redação
oficial.
PRECISÃO - se, na linguagem literária, há certa liberdade quanto ao uso de sinônimos, isso
não se dá na mesma medida, na redação técnica, onde as palavras têm, geralmente, opções
inconfundíveis e diferenciadoras, com a finalidade de não permitir duplicidade de
interpretação.
Correção - Consiste em falar e escrever bem uma língua para usá-la com “asseio gramatical”,
sem os famosos “vícios de linguagem”: barbarismos, solecismos:
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Solecismo – É o erro de sintaxe (que abrange a concordância, a regência, a colocação
e a má estruturação dos termos da oração). Observe-se: Eu lhe abracei (por o), A gente vamos
(por vai), Aluga-se casas (por alugam-se).
Expressões de Tratamento - Pronome ou locução de que se serve uma pessoa para falar ou
escrever a outra.
CONSIDERAÇÕES ORTOGRÁFICAS
Datas - As datas devem ser escritas, sem que o algarismo referente ao dia do mês seja
precedido de zero. Ex.: 2 de junho de 2006. / O primeiro dia do mês será indicado pelo
algarismo 1 seguido de símbolo de número ordinal º. / Ex.: 1º de junho de 2006.
Remissão a Texto Legal - Quando for necessária a remissão a texto legal, a primeira
referência deve indicar o número da norma, seguido da data, sem abreviação de mês e ano.
Exemplo: Lei 4.860, de 26 de novembro de 1965. Nas subsequentes indicar apenas o número
e o ano. Exemplo: Lei 4.860, de 1965; ou Lei nº 4.860/65.
Numerais - Os numerais devem ser escritos por extenso quando constituírem uma única
palavra. Exemplo: quinze, trezentos, mil. Quando constituírem mais de uma deverão ser
grafados em algarismo. Exemplo: 142, 25, 56.
Repetir palavras;
Usar palavras cognatas (“designação” e “designado”, “compete” e
“competente”);
Utilizar expressão ou palavra de duplo sentido ou expressões locais ou
regionais;
Utilizar palavra ou expressão de língua estrangeira, exceto quando
indispensável. Nesse caso, deve ser grafada em itálico ou entre aspas. Ex.: Ad
referendum, ou “ ad referendum”
Evite-se dividir as palavras. Caso seja inevitável a divisão silábica,
seguir as recomendações de:
1. Nunca dividir grupos vocálicos: ai, ui, ão, etc.;
2. Não deixar letra isolada em uma linha, o que é esteticamente
desastroso e dificulta a legibilidade;
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3. Não deixar sílabas às quais se possa atribuir outro sentido;
4. Nos casos de palavras compostas, não repetir o hífen na linha
seguinte;
5. Evitar a separação de hiatos e nomes próprios;
6. Evitar a separação de palavras de língua estrangeira;
7. Números não devem ser separados;
8. No caso de cifras, pode-se colocar o cifrão numa linha e o
número da cifra em outra.
O tipo e o número de expediente devem ser seguidos da sigla do órgão que o expede
Exemplo:
EM nº 141/DGP
Aviso nº 106/ SG
Ofício nº 142/MEFP
Local e Data
O local e data em que o expediente foi assinado devem ser grafados por extenso, com
alinhamento à direita do texto.
Vocativo
Exemplo:
Texto - Nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente
deve apresentar em sua estrutura: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.
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Fecho - O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade de marcar o final do
texto, a de saudar o destinatário. São elas: Respeitosamente ou Atenciosamente, para todas
as modalidades de Comunicação Oficial.
Estrutura:
Estrutura
• OFÍCIO
• Número do expediente e sigla do órgão expedidor
• Local e data
• Assunto
• Destinatário e endereço
• Vocativo
• O texto (Exposição do assunto)
• Fecho.
• Assinatura e identificação do signatário
Importante!
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3.3. MEMORANDO
Estrutura
Estrutura:
3.5. FAX
• Destinatário e Fax
• Data
• Número de páginas
• Telefone para contato
• Mensagem
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3.6. CORREIO ELETRÔNICO (e-mail)
Valor documental - Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio
eletrônico tenha valor documental, e, para que possa ser aceita como documento original, é
necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma
estabelecida em lei.
2. PRONOMES DE TRATAMENTO
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Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são
sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa...
Vosso...”).
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir
com o sexo da pessoa a que se refere. Exemplo: “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se
for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”
IMPORTANTE!
Vossa Excelência – Sua Excelência – é a forma de tratamento mais elevada, aplica-se
às altas autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Aos três Chefes dos respectivos Poderes (Presidente da República, Presidente do
Congresso Nacional e Presidente do Supremo Tribunal Federal) não se deve usar as
abreviaturas V.Exa. e S. Exa).
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As expressões de tratamento são, teoricamente, da segunda pessoa gramatical – a
pessoa com quem se fala – porém a Os títulos Dr. (Doutor) e Professor são sempre pessoais e,
por isso, não podem referir-se a um cargo ou a uma função determinados.
“Doutor” não é forma de tratamento e sim título acadêmico, não devendo ser utilizado
indiscriminadamente.
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3. BREVE REVISÃO DE QUESTÕES DE GRAMÁTICA
A Reforma Ortográfica
5.1 Ortografia
Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas
(palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba). Ex.: alcalóide/
alcalóide, alcatéia/ alcateia.
Atenção
Essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, oxítonas terminadas em éis, éu,
éus, ói, óis.
Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem
depois de um ditongo. Ex.: baiúca/ baiuca, bocaiúva/ bocaiuva.
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Atenção!
Se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento
permanece.
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s). Ex.: Abençôo/
abençoo, crêem (verbo crer)/ creem.
Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/ pela(s),
pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Atenção!
Atenção!
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3.3 Uso de sinais de pontuação
Aspas - Quando a pausa coincide com o final da expressão ou sentença que se acha entre
aspas, coloca-se o competente final de pontuação depois delas, se encerram apenas uma parte
da proposição; quando, porém, as aspas abrangem todo o período, sentença, frase ou
expressão, a respectiva notação fica abrangida por elas: “Aí temos a lei”, dizia o Florentino.
“Mas quem as há de segurar? Ninguém.” (Rui Barbosa)
Travessão – Emprega-se o travessão para ligar palavras ou grupo de palavras que formam
uma cadeia na frase:
Ponto Final – Quando o período, oração ou frase termina por abreviatura, não se coloca o
ponto final adiante do ponto abreviativo, pois este, quando coincide com aquele, tem dupla
serventia.
Vírgula - indica uma pausa de curta duração, que não marca o fim do enunciado. Ela é
empregada nos seguintes casos: a) para separar termos da mesma função sintática. Ex.: A sala
era enorme, vazia, escura. b) para isolar o aposto, o vocativo e o adjunto adverbial deslocado
(neste caso a vírgula não é obrigatória, mas aconselhável). Exs.: João, filho de Luís, era
estudioso. Maria, por que não vens? Durante a peça teatral, não se ouviu um ruído. c) para
marcar a supressão do verbo. Ex.: Eu fui de ônibus e ela, de avião. Nós tivemos alegrias; eles,
só tristezas.
Abreviaturas e siglas
Abreviaturas
As abreviaturas são formas reduzidas de apresentação de palavras. Ao contrário
do que muitos pensam, o uso de abreviaturas segue a uma organização que merece ser
observada. Na maior parte das vezes, as abreviaturas são apresentadas com letras maiúsculas,
mas isso não ocorre sempre.
Os acentos e hífens são mantidos quando são usadas as sílabas em que estão na
abreviatura:
Exemplo: Clín. (Clínica)
m.-q.-perf.(Mais-que-perfeito)
Importante!
Em documentos oficiais, não se abrevia quando se dirige ao Presidente da República.
Os nomes geográficos de estados e países não vêm acompanhados por ponto e trazem todas as
letras maiúsculas.
Os nomes dos meses são abreviados com as três letras iniciais, à exceção de maio que não é
abreviado.
Para saber mais consulte:
Veja em:
http://www.revisoeserevisoes.pro.br/lng/pt/gramatica_abreviaturas.php
Siglas
Sigla é a abreviatura formada de iniciais ou primeiras sílabas de expressões que representam
instituição, órgão, departamento, setor, associações, etc.
Muitas siglas são tão usadas no cotidiano que substituem de fato o próprio nome da
instituição que representam:
Exemplos:
STF (Supremo Tribunal Federal)
OIT (Organização Internacional do Trabalho)
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial)
Exemplos:
APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais): APAES (plural)
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CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito): CPIzinha (diminutivo pejorativo)
PT (Partido dos trabalhadores): petista (palavra derivada).
Importante!
Em geral, ao utilizar uma sigla em um texto qualquer, inclusive no gênero epistolar, como a
redação oficial que você estudou aqui, escreve-se inicialmente a expressão por inteiro e, entre
parênteses, apresentamos a sigla. A partir da apresentação desta ao leitor do texto, pode-se
utilizar, neste mesmo texto, apenas a sigla.
Com todas as letras maiúsculas, siglas que têm até quatro letras:
Exemplos:
CES (Conselho Estadual de Saúde)
MJ (Ministério da Justiça)
UCB (Universidade Católica de Brasília)
Com apenas a letra inicial maiúscula, siglas com cinco ou mais letras:
Exemplos: Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária)
Unicamp (Universidade de Campinas)
Dirigi-me ao CNPq para declarar meu apoio ao candidato que o Ibope indicou como possível
vencedor na disputa proposta pela Unesco e que definiria o responsável por pesquisas em
educação no Brasil.
Se não souber, não se preocupe! Há inúmeros dicionários disponíveis para pesquisa de Siglas,
tamanha é sua utilidade na comunicação atual.
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Alfabeto
• Nova Regra: O alfabeto agora é formado por 26 letras
Regra Antiga: O 'k', 'w' e 'y' não eram consideradas letras do nosso alfabeto.
Trema
• Nova Regra: Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes
próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano
Como Será: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência,
eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça.
Acentuação
• Nova Regra: Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas
Como Será: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia,
paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico
Observações:
• nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói,
papéis.
• o acento no ditongo aberto 'eu' continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.
• Nova Regra: O hiato 'oo' não é mais acentuado
Como Será: enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo
Observação:
• o acento diferencial ainda permanece no verbo 'poder' (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do
Indicativo - 'pôde') e no verbo 'pôr' para diferenciar da preposição 'por'
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• Nova Regra: Não se acentua mais a letra 'u' nas formas verbais rizotônicas, quando
precedido de 'g' ou 'q' e antes de 'e' ou 'i' (gue, que, gui, qui)
Como Será: argui, apazigue,averigue, enxague, ensaguemos, oblique
• Nova Regra: Não se acentua mais 'i' e 'u' tônicos em paroxítonas quando precedidos de
ditongo
Como Será: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume
Hífen
• Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos
prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por 'r' ou 's', sendo que essas devem ser
dobradas
Como Será: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, contrassenha,
ultrassonografia, suprarrenal.
Observação:
• em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela
mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial,
• Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos
prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal
Como Será: autoafirmação, autoajuda, autoescola, contraindicação, infraestrutura,
Observações:
• esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo,
antiamericano, socioeconômico etc.
• esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por 'h': anti-herói, anti-higiênico
• Nova Regra: Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso
prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.
Como Será: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, micro-ondas,
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• Nova Regra: Não usamos mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de
composição
Como Será: mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, parachoque,
paravento
Observação:
• o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e
constitui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas
que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-
gotas, guarda-chuva, erva-doce.
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Exemplo de Ofício
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34
Exemplo de Memorando
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FARACCO & MOURA. Gramática. 18ª Edição, São Paulo, Ed. Ática. 1999.
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