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  • Carta Aos Atores

    Enviado por

    Cláudio Zarco II
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    Carta aos atores Escrevo com os ouvidos. Para atores peumticos, (Os pontos, nos velhos manuscrtos abe, eam assnala- dos porssisrespiratérios... Respir, pulmonciem!Pulmoneat do desloar oar, grat, infla, mas, pelo contro, conse. uma verdadeita economia respratia sar todo o ar que © inspira, gato rado antes dese insprar de now, ir até fin do flego, até a consti da asfixiafnal do ponto, do panto sa fase, da pontada de lado depos de core. Boca, nus. Esfincter. Misculosredondos que fecham ‘nota cubo. A abertura ofecho da palava, Ataqueceeiro (os dences, dos bios, da boca musculosa), inal certir (a cortad). Parada cercrs. Mastiga e comer 0 texto. O espec- tadorcego deve ouvir 1 mordia ea degluigo, se perguntar ‘9 que est sendo cami ai, no paleo. Qué que ees comem? les se comem? Mastigar ou engolt. Mascigacto,sucgo, de- litigio, Pedagos de exco dever ser motdides, maldesamente atacados pelos comedores (libs, dents); outros pesos ddevem sr logo trgidos, deplutides,engolids, apirados, absorvides. Coma, trague, coma, mastigue, pulmoneie de ‘ao 36 erage. Vi, mastigue, tue, canibal! A, ai..Boa parte do texto deve jatar num sopro 6, sem retomada de feego, usundo-o até 0 fim, Gastando tudo. Nada de guardar ums reservinhas, nada de rer medo de perder o féleg, Parece que asim que se consegueachar ritmo, as diversas respiragoe atirando-seem queda livre. Nada de corer tudo, ecortar do cm fcasiligenes, em faciasinteigivs ~ como manda boa digo fancesa de hojeem da, na qual o cabal do ator consiste em recorar seu texto qual salam, aceneuat certs palavras, carregilas de intengées,reproduzinda em sums 0 ‘xeric de segmentago da palava que se prende na cscols: fase recorada em sujeito-verbo-predicido, o jogo consitindo apenas em procurarapalavra chave, em sublinhar um membro da fase pra mostrar que se € urn timo alunointligence enguanto que, enguanto que, enquanco que, a para forma antes alguma coisa pared com tm tubo dea, um cano de ‘afincer, uma coluna com descargas regulars, espasmos, ‘comportss,ondas cords, esapamento, presi ‘Onde fica © coragio dso tudo? Ser que & 0 coragio que bombeia, Fa tudo iso circular... O coragsa de tudo iso ‘sti no fundo clo venre, nos misculos da vente. Slo exes ‘mesmos misculos do vente que, ompritindo a pas ou 0s pulmes,servem para deecar ou acentuar a pelavra. Nio adianea bancaro ineligene, tem que botar os vente 0s dents, as mandibulas pa cabal. No Avelié woader, Boucot = Bercot = Bocado ~ Boca. “Tudo foi logo contaminado por Bocs ¢ vou una doenga: Boca, Bico, Pode, Buceo (burao tli), Bouca-buca, os labios, os dente. Palavas maldosamene consoadas, degti= as. Boucot, grande engoldor de ext, grande comedor de palavas, grande bicho papdo. Mastigar, morder as consoantes ‘maldosas. Viruosidade da boca, virwosidade desss duas atria, carnage Tingusjar. Sua art oratéra(arengas, rapes, cang6es, paren das, series, prowbios), Boucor manipulador: rapide dos és, das perma, exatido, némezo de mgica, pestidigiagio vocal. Boucor durao-covardio, duro-molenga, cacete mole, duro brocha, perdeoflego endure ariculgio so mesmo tempo, dura brocha ao mesmo tempo, Boucot nunca quiet, Boueot no inferno, Boucor-bode-Sacanis, sempre apanhado pela angistia do tempo, dos apitais, do gro que escore, da ampulheta. Ir sempre mais depres, improvisar, encalear ainda mas ripido, lta plo tempo contea 0 seu préprio saco farado. Boucot odor, meste de recrica sem félego mas recoticando cad ver mais depress, procurando seu treo, seu quinto, seu nono sopro, Boucot oradoracabado, se pe a disparatar, Flr soninho: mudangas de ritmo, argumentos sobresaltados, salos, desabamentos,sobresaltos, eudo iso juno, amplificando-x continuamence, med de perder, de temagrocer, de ter escapamentos (BoucotFurado apa seus es ‘xpamentos, Boucor tem escapamentos por toda pare, quer ‘apar tudo com boca). Seu medo enorme do ans ("0 que isso?" porque é por ali que cudo esapa, Boucoe sem ns, Boucot buraco sem fundo, apertando contiauamente seu ‘finer bua, consoande duramente,articulando,aacando ‘coma boca musculosss Boucot continuamenteFurdo, cheio deburacos, querendo eo eter apenas com aboca endurecida que atca maldosamentea palavza. Meo louco da morte rm Boucot, por iso no consegue gorar. Com excego da pla- ‘ra ma que cle derrama no vatio, nos poucos moments de ‘ranguildade que tem, quando todo mundo est dormindo {cena do sondmbulo inal da cena da lingua, cance). Bou cot lo dorme nunca, Boucor ito morse nines. Crudldade de seus movimento de ing, libios, dents, duro trabalho dos mzculs da boca-bousot, movimento dos labios sobre ‘os dente, sem mexer a mandibul, sem agtar 0 corpo. Em alguns momentos, Boucotest nic ecxcusivaente em sua bbca,naaticulagio maldoss, na moda, deplutigao, Boucoe sofre muito. Dentigio labial. Bowcor nunca pensou na mote, nunca pensou no préprio nus, Sio duas cosas das quis tem ‘muito medo. Talverofundo da cosa extjajustamente a. Na ens o- Empress, ream. No én nen medo a ote, 6 dem iso le sem mas Beno que €0 dnt ween ia E aprenden 2 lr com el, camer far com cle. Esti sb o chet do dat

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