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26/11/2018 Violência contra a mulher: quais os impactos psicológicos e sociais?

Violência contra a mulher: quais os


impactos psicológicos e sociais?
O Brasil já deu importantes passos para combater a violência
contra a mulher, mas essas medidas ainda não foram suficientes
para sanar o problema.

Nathan Rodrigues
07/08/2018 às 11h24 - terça-feira | Atualizado em 31/10/2018 às 17h25

O Brasil já deu importantes passos para combater a violência contra a mulher,


como a promulgação da Lei Maria da Penha e aumento do número de Delegacias
da Mulher. Contudo, infelizmente, ainda está longe de sanar esse problema.

De acordo com o Atlas da Violência 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa


Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP),
com base em dados de 2016 do Ministério da Saúde, 4.645 mulheres foram
assassinadas no país, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100
mil brasileiras. Observou-se, em dez anos, um aumento de 6,4%.

Leia o estudo completo.

Não à toa, o país tem uma taxa de feminicídio* de 4,8 homicídios por cada 100 mil
mulheres. Essa é, conforme estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS),
a quinta maior do mundo.

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26/11/2018 Violência contra a mulher: quais os impactos psicológicos e sociais?

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LEIA TAMBÉM:
Antes de prosseguir nesse estudo, temos uma sugestão de leitura a
você. Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, é o grande exemplo sobre
como se deve valorizar as mulheres, bem como todas as pessoas, por serem
criação Divina. Pois ressaltou (e ressalta) em cada Ser o seu valor como Alma
Imortal. Quer compreender como a ação do Cristo trouxe inúmeros benefícios para a
sociedade? Acesse: A VISÃO DE JESUS SOBRE A MULHER

IMPACTOS PROFUNDOS
Voltando ao nosso tema central, a violência contra a mulher é sério e exige que nós,
enquanto cidadãos, não o encaremos com frieza, sem dar a devida atenção que ele
pede. Quer uma prova? Uma pesquisa da Datafolha, encomendada pelo Fórum
Brasileiro de Segurança Público, mostrou que dois em cada três brasileiros dizem
ter presenciado, no ano passado, algum ato de violência física ou verbal contra uma
mulher no bairro em que moram. Conseguem visualizar isso? Segundo o estudo,

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uma mulher ~ que mora perto de você ~ foi vítima de violência e outra pessoa ~ que
também mora próxima à sua casa ~ presenciou isso.

E os impactos dessa ação são muito mais profundos do que se imagina. A violência
contra a mulher traz consequências negativas nos âmbitos físico, psicológico e
até social. "Os impactos são de grandes ordens", ratifica a professora mestra Maria
Fernanda Terra, especialista no tema. "É possível distinguir uma mulher que sofre
violência pelo modo como ela anda na rua", comenta.

A vítima, explica a professora, tem"dificuldade de trabalhar, de ter uma relação de


amizade, não vai sorrir com tanta frequência. Ela vai ter dificuldades em se relacionar
numa sociedade."

As consequências são tão fortes que chegam a afetar toda a família. "As crianças
sofrem violência quando as mães sofrem violência. Elas podem não apanhar, mas
estão vendo as mães sofrerem. Muitas delas voltam a fazer xixi na cama, mesmo
com 5 ou 6 anos, têm dificuldade de se desenvolverem na escola, se tornam
agressivas, querem fugir de casa", destaca.

A lógica não é muito difícil de ser entendida, amigos. Se uma criança cresce num
ambiente hostil, vendo, enquanto cresce, sua mãe ser violentada, assimilará esse
tipo de comportamento e muito provavelmente será um adulto violento. O ciclo não é

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interrompido, pelo contrário, ele continuará existindo. Percebem a gravidade da


questão?

O QUE FAZER?
O passo mais importante é denunciar qualquer tipo de violência contra a mulher. Ela
pode ser feita em qualquer delegacia e ainda há organizações que protegem e
buscam os direitos das vítimas. A já citada Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de
agosto de 2006, garante punições a quem agride uma mulher em âmbito doméstico
ou familiar e mostrou uma evolução significativa nos registros de denúncias, por
intermédio da Central de Atendimento à Mulher, o Disque 180.

Em entrevista exclusiva à Super Rede


Divulgação
Boa Vontade de Comunicação (Rádio,
TV, Internet e publicações), a farmacêutica
bioquímica Maria da Penha Fernandes —
que inspirou a criação da Lei 11.340/06,
após ficar paraplégica pelas agressões do
próprio marido — falou sobre aplicação da
Lei. "(...) Nas grandes e médias capitais [a
Lei] funciona com bastante rigor, mas
precisamos ter um olhar especial para as
pequenas cidades".

Outra medida tão importante quanto a


denúncia é o nosso comportamento em
Maria da Penha Maia Fernandes é
uma biofarmacêutica brasileira que tornou- relação à mulher que sofreu a violência.
se líder de movimentos de defesa dos direitos Não devemos, em hipótese alguma, julgar
das mulheres. Após sofrer violência
doméstica, seu caso favoreceu que em 7 de a pessoa, mas procurar entender como ela
agosto de 2006 fosse sancionada a Lei Maria da se sente, quais são seus anseios e como
Penha, na qual há aumento no rigor das punições
às agressões contra a mulher, quando ocorridas podemos ajudá-la. O julgamento acaba por
no ambiente doméstico ou familiar. afastar a vítima e isso não colabora em
nada com a situação. "Colocar-se à
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disposição é muito importante. A denúncia ajuda a pensar estratégias e suporte para


ela, mas a mulher, muitas vezes, está tão abalada que é bom que alguém esteja ao
seu lado, mesmo no momento da denúncia", afirma Maria Fernanda.

Esse apoio, completa a professora, é tão necessário que, sem o incentivo de um


terceiro, muitas mulheres desistem de denunciar o parceiro ou o agressor por medo
de verem a família se desintegrar, perdendo a guarda do filho, por exemplo, ou por
vergonha da situação.

O jornalista, radialista, escritor, Paiva Netto, também diretor-presidente da Legião


da Boa Vontade, em seu artigo Combate à violência contra mulheres e meninas,
publicado na revista BOA VONTADE Mulher, de março de 2013, faz importantes
apontamentos acerca da valorização da mulher: "O assunto impõe-se como pauta
inadiável nas agendas de governos e do Terceiro Setor. Na Legião da Boa
Vontade, fazemos votos de que o sucesso acompanhe as iniciativas que visam
proteger e valorizar as mulheres e as meninas. No Brasil e no mundo, as ações
que surgirem para dignificá-las não só aplaudiremos, mas estaremos juntos.
Defender as mulheres, as meninas, por consequência os homens, os meninos,
enfim, a Vida desde o útero materno, é atitude em perfeita consonância com os
objetivos de nossa atuação: vivenciar e propagar a eficiência desta mensagem
de Paz trazida ao mundo pelo Ecumênico Jesus".

A violência contra a mulher é um problema de


todos! E aí, #BoraMudar esse quadro?
_________________________
* Feminicídio é o homicídio de mulheres em decorrência de conflitos de gênero,
geralmente cometidos por um homem, parceiro ou ex-parceiro da vítima. Esse tipo
de crime costuma implicar situações de abuso, ameaças, intimidação e violência
sexual.

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