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EMPREGADO COMISSIONISTA
É aquele que recebe comissões, geralmente sobre vendas. O empregado pode
ser remunerado exclusivamente por comissões, assim como pode ter o salário
misto (fixo + comissões). Para o TST, o comissionista não tem direito ao
pagamento da “hora extra cheia” (hora trabalhada + adicional), mas apenas ao
adicional de horas extras (as horas extras já se encontram remuneradas pelas
comissões recebidas, restando apenas o direito ao adicional).
A base jurídica se encontra na Súmula 340 do TST e na OJ 235 da SDI-1 (que,
recentemente, excluiu da restrição o cortador de cana).
INTERVALO INTERJORNADAS
O intervalo interjornadas é aquele compreendido entre duas jornadas, devendo
ser de, no mínimo, 11 horas (art. 66 da CLT). Ele provoca a suspensão
contratual. Caso o intervalo não seja respeitado, o empregado fará jus a
receber o pagamento de uma indenização do período suprimido, com
acréscimo de 50%, calculada sobre o valor da remuneração da hora
normal de trabalho. Observem que a OJ 355 da SDI-1 prevê o pagamento de
“horas extras”, inclusive com adicional. Mas a base analógica utilizada pela
referida OJ é o § 4º do art. 71 da CLT, que foi alterado pela Lei 13.467/2017,
deixando de estipular o pagamento de horas extras e fixando, como reparação
para a não concessão do intervalo intrajornada (refeição e descanso), o
pagamento de uma indenização acrescida de 50%, verba esta desprovida
de natureza remuneratória.
INTERVALO INTRAJORNADA
Conhecido como intervalo para repouso e alimentação, devendo ser de 15
minutos para quem cumpre jornada de mais de 4 horas até 6 horas e de, no
mínimo, 1 hora e, no máximo, 2 horas, para quem cumpre jornada de mais de 6
horas. Os empregados que cumprem jornada de até 4 horas não têm direito ao
repouso intrajornada. O intervalo suspende o contrato de trabalho (não é
remunerado) – § 2º do art. 71 da CLT.
A Lei 13.467/2017, responsável pela Reforma Trabalhista, trouxe algumas
novidades.
A primeira se encontra no inciso III do art. 611-A da CLT. O intervalo mínimo de
uma hora, para os que laboram mais de seis horas por dia, pode ser reduzido
para até trinta minutos, mediante acordo coletivo ou convenção coletiva de
trabalho. Ocorreu, por conseguinte, a derrogação tácita do § 3º do art. 71 da
CLT, na parte em que o legislador dizia que apenas o Ministério do Trabalho
poderia autorizar a redução do intervalo, além do tácito cancelamento do item II
da Súmula 437 do TST.
A segunda se encontra no caput do art. 59-A da CLT, quando o legislador,
copiando previsão que já constava da LC 150/2015 (doméstico), permite
a supressão do intervalo intrajornada dos empregados que cumprem escala
do tipo 12h por 36h, o qual será substituído por uma indenização acrescida de
50%, a ser calculada nos moldes do § 4º do art. 71 da CLT, desde que exista
previsão em acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva de
trabalho.
A terceira se encontra na nova redação do § 4º do art. 71 da CLT. A alteração
cancelou tacitamente os itens I e III da Súmula 437 do TST. Antes da Reforma
Trabalhista, o intervalo intrajornada não concedido ou concedido parcialmente
gerava o direito de o empregado receber o valor total, com natureza de horas
extras, com adicional e repercussões. Isso mudou. A partir de 11/11/2017, o
intervalo intrajornada não concedido será indenizado, ou seja, a verba deixou
de ter natureza remuneratória, e, consequentemente, não mais repercutirá
sobre as demais. O acréscimo de 50% permaneceu. Além disso, a indenização
ficará restrita à proporção do intervalo não concedido, significando dizer que
a fração usufruída pelo empregado não integrará a indenização.
Exemplificando. Digamos que o empregado tenha cumprido jornada de oito
horas com intervalo para refeição e descanso de quarenta minutos. Antes da
Reforma Trabalhista, teria direito ao pagamento de uma hora extra, com
adicional de 50%, e reflexos. Com a Reforma, terá direito ao pagamento de
uma indenização correspondente a vinte minutos, com acréscimo de 50%,
calculada sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
TRABALHO NOTURNO
Para o celetista e o empregado doméstico, o horário noturno vai das 22h às 5h,
sendo de 20% o respectivo adicional. Para o rurícola que labora na lavoura, o
horário noturno vai das 21h às 5h. Para o rurícola que labora na pecuária, o
horário noturno vai das 20h às 4h. O adicional noturno do trabalhador rural é
de 25%. O advogado tem como horário noturno aquele compreendido entre
20h e 5h, com adicional de 25%
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO
As gorjetas, apesar de não possuírem natureza salarial, integram a
remuneração. Por terem natureza remuneratória, as gorjetas repercutem sobre
algumas verbas. Segundo a Súmula 354 do TST, “as gorjetas integram a
remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas
do aviso prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal
remunerado”. De outra banda, as gorjetas integram a base de cálculo do
FGTS, do INSS, das férias + 1/3 e do 13º salário.
ADICIONAIS (SALÁRIO-CONDIÇÃO)