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SKIDMORE, Thomas

Preto no Branco

Natureza e origem da sociedade multiracial brasileira.

1 a falta de mão de obra branca qualificada exigia a libertação de parte da mão de obra negra
escrava, criando mecanismos de ascensão social do mulato. Em 1872 havia entre os negros,
três vezes mais libertos do que escravos.

2 diferente dos EUA no Brasil a escravidão foi uma instituição nacional, não regional.

Assim a formação de uma sociedade multirracial, diferente do binarismo dos EUA, também
formulou perspectivas racistas de classsificação.

O século XIX viu surgir as teorias racistas camufldas de ciências.


Na Europa surgem três variantes:

1 etnologica-biologica- teoria poligenista, a inferioridade indígena e negra se dava por terem


surgido em diferentes lugares. Baseavam-se na antropologia física para legitimar suas ideias.

2 escola histórica representada por Gobineau, a historia demonstrava o triunfo das raças
criativas. O arianismo advem desta teoria.

3 darwinismo social, descartava-se a tese poligênica, mas chegavam a conclusões similares,


colocando o surgimento de raças humanas como um processo de competição e adaptação das
diferentes raças.

A recepção do racismo cientifico no Brasil

Silvio Romero, baseado em Bucke e gobineau via o embranquecimento do país como inevitável
e o surgimento de uma nova raça mestiça mais adaptada aos trópicos.

Nina Rodrigues- pioneiro no estudo etnológico cientifico no Brasil.

Nina acreditava que a raça influía no comportamento e conduta dos indivíduos, defendendo
inclusive que os negros fossem tutelados pelo Estado, tirando destes a responsabilidade
criminal, assim a raça deveria ser levada em conta na aplicação penal dos juízes.

Em as raças humanas, Nina Rodrigues mostra sua desconfiança com a miscigenação, via o
miscigenado como um degradado e desautoriza Silvio Romero, dizendo não acreditar em uma
nova formação étnica no Brasil.

O Brasil jamais atingiria o grau de civilização alcançado pelos EUA graças a miscigenação e a
colonização portuguesa, uma raça decadente.

Os chauvinistas brasileiros. 153


Afonso Celso, “Porque me ufano de meu país”, embora o termo ufanismo passasse a significar
patriotismo inocente o livro ganhou cinco novas edições e foi lido nas escolas primárias do
país. Um livro que ia contra o pessimismo da geração anterior.

A tentativa de viver com o determinismo:

Capistrano de Abreu publica em 1889 um estudo sobre a colonização, capítulos da história


Colonial, onde substitui o termo raça por cultura, inaugurando a influencia da antropologia dos
EUA no Brasil. 158

Euclides da Cunha, influencia de Darwin, Spencer, Comte e Huxley. Para o autor das lutas de
transição sairia uma povo forte e mais bem definido. O livro dividido em três partes, a terra, o
homem e a luta, mostra as relações entre homem e o meio geoografico, influenciado pelas
teses de Bukle. Condena a mestiçagem extremada, Euclides atribuía a rebelião à instabilidade
emocional dos sertanejos. O perigo estava na mistura racial, mas ao emsmo tempo o autor
elogiava a adaptação do sertanejo ao meio, sem com isso tirar a sua inferioriadade racial e
demonstrava a incopetencia do exército, que revelava a inobservância do Brasil por parte da
elite.

Graça Aranha em Canaã também faz ressalvas ao mestiçamento e traz o debate entre dois
colonos alemães no Espirito Santo, o romance tese alcançou grande sucesso na elite, uma vez
que trazia elementos da ciencia da época sobre as relações entre raça e sociedade e também
retratava a imigração europeia.

A rejeição do quadro de referencias, p 171

Alberto Torres e Manuel Bonfim foram duas figuras de destaque que criticaram e negaram os
determinismo raciais para explicar a sociedade brasileira. Ambos não foram reconhecidos em
sua época, o que demonstra que as elites estavam afinadas com o pensamento racialista.

1903, tese da colonização predatória do continente europeu, região de preguiçosos. O


antirracismo de Manoel torna-se um nacionalista antimperialista. A rejeição ao racismo se da
pela sua falsidade e também porque é um instrumento de dominação. 176

O diagnostico é surpreendente e a frente de seu tempo, mas a solução é ambígua, para o autor
a solução estava na educação.

Alberto Torres buscava explicar a nossa suordinação também ao imperialismo e a exploração


dos países mais pobres. Entretanto esta exploração aparecia mais como sintoma do que causa.
O problema principal para o autor era a alienação da elite em relação a realidade nacional.
Uma nova mentalidade da elite levaria ao desenvolvimento da economia interna.
Conntraditoriamente o autor apoiava a teoria da divisão internacional do trabalho, relegando
para o Brasil a atividade agrícola. Chegou a ser contra a expansão ferroviária que levaria ao
êxodo rural

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