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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
DISCIPLINA: TRATAMENTO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO
DOCENTE: LUIZA GIRARD

PROPOSTA DE PROJETO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO SIMPLIFICADA

ALBERTO CASTRO DE MORAIS


ELYS EVELINA SILVA ARAUJO TORRES
RAYSSA GIORDANA DE V. ALENCAR SILVA
SHIRLEY HARUMI MARTINS TANOUE

BELÉM
2017
SUMÁRIO
1. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA SILMPLIFICADA .............................................1
2. ESTIMATIVA POPULACIONAL ...............................................................................................1
2.1. VAZÃO DE PROJETO ...........................................................................................................2
3. AERADOR DE TABULEIRO ......................................................................................................3
3.1. TAXA DE APLICAÇÃO.........................................................................................................4
3.2. ÁREA DO TABULEIRO.........................................................................................................4
3.2.1. Número De Aeradores ......................................................................................................4
3.3. DIÂMETROS ..........................................................................................................................4
3.4. NÚMEROS DE FUROS ..........................................................................................................5
3.5. ESPAÇAMENTOS ..................................................................................................................6
4. FILTRO RÁPIDO DESCENDENTE DE CAMADA SIMPLES ...............................................6
4.1. ÁREA TOTAL DE FILTRO....................................................................................................6
4.2. NÚMEROS DE FILTROS .......................................................................................................7
4.3. ÁREAS DO FILTRO ...............................................................................................................7
4.4. TUBULAÇÃO DE ENTRADA DA ÁGUA............................................................................8
4.5. TUBULAÇÃO DE SAÍDA DA ÁGUA ..................................................................................8
4.6. DIÂMETRO DE ENTRADA NO TANQUE DE DESINFECÇÂO. ......................................9
4.7. TUBULAÇÃO DE LAVAGEM ............................................................................................10
4.8. TUBULAÇÃO DE ESGOTAMENTO E LAVAGEM..........................................................11
4.9. TUBULAÇÃO DE DRENAGEM .........................................................................................13
4.10. FUNDO FALSO ................................................................................................................15
4.11. CALHA DE LAVAGEM ...................................................................................................16
5. DESINFECÇÃO COM CLORO GASOSO ...............................................................................17
5.1 VAZÃO DE DOSAGEM .......................................................................................................17
5.2 TEMPO DE CONTATO ..............................................................................................................17
5.3 DIMENSÕES DO TANQUE .......................................................................................................18
5.4 CHICANAS .................................................................................................................................19
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................20
1. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA SILMPLIFICADA
Estações de tratamento de água simplificadas são escolhidas de acordo com o
tratamento necessário que o corpo hídrico necessita para que se torne potável. Visto que o tipo
de processo escolhido, com aerador, filtro e desinfecção se enquadra para águas do tipo B -
águas subterrâneas ou superficiais, provenientes de bacias não protegidas, com características
básicas definidas, e que possam enquadrar-se nos padrões de potabilidade, mediante processo
de tratamento que não exija coagulação- de acordo com A NBR 12216, este processo é o mais
simples e o mais indicado para o tratamento de águas que contêm ferro. Abaixo segue a
Figura 1, demonstrando o fluxograma da ETA simplificada.
Figura 1: Fluxograma da ETA simplificada.

FLUXOGRAMA DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE

Aerador

Água Bruta Água Tratada

Filtros

Fonte: Autores, 2016.

2. ESTIMATIVA POPULACIONAL
Para o projeto foi necessário estimar uma população para 20 anos de funcionamento
da ETA, para isto é necessário adotar uma taxa de crescimento populacional ao ano. A taxa
adotada foi baseada no crescimento populacional do município de Santa Barbara do Pará que,
de acordo com o IBGE, possuía em 2016 uma população de 20.007 habitantes, valor
aproximado da população inicial deste projeto. Para o cálculo da taxa de crescimento foi
utilizado o método geométrico por meio da fórmula a seguir.

Ano1 −Ano0 P1
q0 = √ (Fórmula 1)
P0

Onde:
q0 = Taxa de crescimento populacional;

1
P1 = População final (hab.);
P0 = População inicial (hab.);
Ano1 = Ano final;
Ano0 = Ano inicial.

Aplicando os valores obtidos no IBGE podemos obter a taxa de crescimento


populacional. Onde a população de Santa Barbara do Pará do ano de 2010 foi de 17.141
habitantes e a estimativa do ano de 2016 é de 20.007 habitantes.

2016−2010 20007 hab


q0 = √
17141 hab

q 0 = 1,03
Uma vez calculada a taxa de crescimento populacional de Santa Barbara do Pará,
podemos aplica-la novamente na fórmula 1 junto as informações do projeto para calcularmos
a população de projeto.

Ano1 −Ano0 P1
q0 = √
P0

P1 = 𝑃0 × (q 0 )Ano1 −Ano0

P2037 = 20000 × (1,03)2037−2016


P2037 = 37219 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
2.1. VAZÃO DE PROJETO
Com o número de habitantes de projeto já calculado iremos precisar do consumo de
água diário por habitante, do coeficiente do dia de maior consumo e a porcentagem de
consumo de água na ETA, referente à lavagem dos dispositivos, sendo em média de 1% a 5%
(Tsutiya, 2006), para obter a vazão.
 Parâmetros de projeto:

Consumo de água diário por habitantes (𝑞) = 180 𝑙⁄ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎

Coeficiente do dia de maior consumo (𝐾1 ) = 1,2


População de Projeto (𝑃2037 ) = 37.219 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
Consumo na ETA (𝐶𝑒𝑡𝑎) = 3%
Para o projeto está sendo considerado que o tempo de funcionamento da bomba de
captação é de 16h/dia, para podermos encontrar a vazão necessária para atender esta
2
população neste tempo de funcionamento. A vazão pode ser obtida por meio da fórmula 2 a
seguir:
𝑄 = 𝑃 × 𝐾1 × 𝑞 × 𝐶𝑒𝑡𝑎 (Fórmula 2)

37.219 × 180 × 1,2 × 1,03


𝑄16ℎ =
16 × 60 × 60

𝑄16ℎ = 143,76 𝑙/𝑠

Para adotarmos a taxa de aplicação superficial, precisamos da vazão em m³/dia, para


verificarmos qual a taxa mais adequada dependendo do porte.

143,76𝑙/𝑠 × 86400𝑠/𝑑𝑖𝑎 3
𝑄16ℎ = = 12421 𝑚 ⁄𝑑𝑖𝑎
1000𝑙/𝑚³
3. AERADOR DE TABULEIRO
São os mais indicados para a adição de oxigênio e oxidação de compostos ferrosos e
manganosos. Segundo Di Bernardo, são constituídos de 3 a 9 tabuleiros iguais e superpostos,
distanciados de 0,3 a 0,75 m, mais o coletor, como ilustra a figura 2 a seguir. O primeiro
tabuleiro tem a função de distribuir uniformemente a água, possuindo perfurações. Os demais
são construídos com uma treliça, sobre a qual são dispostos cascalho, pedra britada, seixo ou
coque, de ½” a 6”. A função dessa camada é aumentar a superfície de contato e acelerar as
reações de oxidação (Di Bernardo, 1993).
Figura 2: Aerador Tipo Tabuleiro

Fonte: www.dec.ufcg.edu.br

3
3.1. TAXA DE APLICAÇÃO
Para dimensionar aeradores que suportem vazões dentro da faixa de 1.000 m³/dia a
10.000 m³/dia, que são de estações de médio porte, podemos adotar taxas de aplicação de 300
m³/m².dia a 1.000 m³/m².dia, segundo ensaios em instalações piloto. Como no projeto não foi
possível realizar os ensaios, assim para o dimensionamento iremos adotar uma taxa de 700
m³/m².dia.
3.2. ÁREA DO TABULEIRO
Com a taxa já escolhida podemos calcular a área dos tabuleiros e suas dimensões, base
e largura, que serão iguais, por meio das seguintes expressões 3 e 4. Nestes casos onde se
escolhe um valor de taxa de aplicação dentro de uma faixa, podemos arredondar alguns
valores sem prejudicar o funcionamento da ETA.
𝑄𝑇 12421
Á𝑟𝑒𝑎 = = = 17,74 𝑚2 (Fórmula 3)
𝑇𝑋 700
3.2.1. Número De Aeradores
Como a área encontrada para o aerador é grande, nos dando um tabuleiro quadrado de
aproximadamente 4,2m de lado, foi decidido utilizar 3 aeradores com a mesma taxa de
aplicação superficial, visto que a vazão de cada aerador ainda estaria dentro da faixa de
1.000m³/dia a 10.000m³/dia, obtendo-se a seguinte área para cada aerador (Af):
𝐴𝑇 17,74𝑚²
𝐴𝑓 = = = 5,91 𝑚2
𝑛º 𝑑𝑒 𝑎𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 3
Assim as dimensões dos tabuleiros quadrados de cada aerador serão calculadas pela
fórmula 4:
𝐴 = 𝑙2 (Fórmula 4)
𝑙 = √5,91 = 2,43 → 𝑙 = 2,5 𝑚
3.3. DIÂMETROS
Para o cálculo das dimensões dos furos nos tabuleiros iremos adotar seixos de 1”, esse
material foi escolhido pois é mais facilmente encontrado e possui menor preço.
𝑆𝑒𝑖𝑥𝑜 → 1" = 2,54 𝑐𝑚
Como o material não pode passar pelos furos o diâmetro escolhido para cada furo é de
2cm. Tendo isto podemos calcular a área de cada furo bem como o número de furos dispostos
no tabuleiro.
π × 𝐷2
𝐴= (Fórmula 5)
4
π × 𝐷𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑓𝑢𝑟𝑜 2
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑟𝑜 =
4

4
π × 0,022
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑟𝑜 = = 3,14 × 10−4 𝑚2
4

Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑟𝑜 = 0,000314 𝑚2


3.4. NÚMEROS DE FUROS
Por meio da fórmula das vazões por orifícios (fórmula 6) podemos encontrar a área de
orifício necessária em cada tabuleiro para mantermos uma determinada altura de lâmina
d’água.
𝑄 = 𝐴 × 𝐶 × √2 × 𝑔 × ℎ (Fórmula 6)

Onde:
Q= vazão (m³/s);
A= Área do orifício (m²);
C= coeficiente de descarga dos orifícios, em média 0,61, segundo Azevedo Netto;
g= aceleração da gravidade;
h= altura da lâmina d’água (m).
Adaptando a fórmula 6 para cada aerador e considerando que a altura da
lâmina d’água adotada para cada tabuleiro seja de 0,05m, temos:
𝑄𝑓 = 𝐴𝑇 × 𝐶 × √2 × 𝑔 × ℎ1

𝑄𝑓 0,048
𝐴𝑇 = =
𝐶√2 × 𝑔 × ℎ1 0,61 × √2 × 9,81 × 0,05

𝐴𝑇 = 0,08 𝑚2
O número de furos é dado a parir da razão da área total de orifício pela área de cada
furo, como indica o calculo a seguir.
𝐴𝑇
𝑁º 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠 = (Fórmula 7)
𝐴𝐹
0,08
𝑁º 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠 = ≅ 255 𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠
0,000314

Visto que a bandeja do aerador possui formato quadrado, podemos determinar o


numero de orifícios por linha e por coluna da seguinte forma:
𝑁º 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑜𝑢 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 = √255 ≅ 16 𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠

5
3.5. ESPAÇAMENTOS
Com posse das dimensões dos lados dos tabuleiros podemos obter o espaçamento
entre furos pela seguinte expressão.
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑙⁄(𝑁º 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑜𝑢 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 + 1) (Fórmula 8)

𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 2,5⁄(16 + 1)
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 0,147 ≅ 0,15 𝑚

3.6. DIÂMETRO DA TUBULAÇÂO DE SAÍDA DO AERADOR


Admitindo que a saída de anteparo do aerador também se comporte como um orifício
e considerando a altura da lâmina d’água igual a 0,13m, podemos calcular a área do orifício a
partir da fórmula 6:
𝑄𝑓 = 𝐴2 × 𝐶 × √2 × 𝑔 × ℎ2
𝑄𝑓 0,048
𝐴2 = =
𝐶√2 × 𝑔 × ℎ2 0,61 × √2 × 9,81 × 0,13
𝐴2 = 0,05 𝑚²

Aplicando a área do orifício de saída na fórmula da área de círculos (fórmula 5),


temos:
π × 𝐷2 2
𝐴2 =
4

𝐴2 × 4 0,05 × 4
𝐷2 = √ =√
π π

𝐷2 = 0,250 𝑚 = 250 𝑚𝑚

4. FILTRO RÁPIDO DESCENDENTE DE CAMADA SIMPLES

Segundo a NBR 12216, a taxa de aplicação para ser adotada deve ser determinada por
meio de filtro-piloto operado com a água a ser filtrada, com camada filtrante igual à dos filtros
a serem construídos, porém caso não seja possível proceder a experiências em um filtro-
piloto, a taxa máxima para filtro de camada simples é de 180 m³/m² x dia.
4.1. ÁREA TOTAL DE FILTRO

Para o dimensionamento dos filtros iremos utilizar a taxa de 180 m³/m² x dia.
Aplicando esta taxa na fórmula 3, obtemos a área total de filtro.

6
𝑄𝑇
Á𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
𝑇𝑋
12421
Á𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = = 69 𝑚2
180

4.2. NÚMEROS DE FILTROS


O número de filtros é dado pela aplicação da seguinte expressão (fórmula 8):
𝑁 = 1,4√𝐶 (Fórmula 9)
Onde:
N = número de filtros;
C = capacidade de produção (106 L/dia).

𝑁 = 1,4√12,421 = 4,93 ≅ 5 𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑜𝑠

𝑁 = 6 𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑜𝑠 (𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜)
Como pode ser observado no calculo acima, mesmo que os cálculos nos dê um
numero aproximado de 5 filtros é mais apropriado adotar um número par de filtros para que
possamos distribui-los de forma simétrica na estação de tratamento.
4.3. ÁREAS DO FILTRO
A área de cada filtro é dada pelo quociente da vazão de água que chegará a cada filtro
pela taxa de aplicação superficial adotada (fórmula 3).
𝑄𝑓
𝐴𝑓 =
𝑇𝑥
Tendo o número de filtros a serem construídos, determina-se a vazão de cada um dos
filtros, pela divisão da vazão total pelo número de filtros.
𝑄𝑡 12421 3
𝑄𝑓 = = = 2070 𝑚 ⁄𝑑𝑖𝑎 (Fórmula 10)
𝑁 6
Aplicando na fórmula 3 temos:
3
2070 𝑚 ⁄𝑑𝑖𝑎
𝐴𝑓 = 3 = 11,5 𝑚²
180 𝑚 ⁄
𝑚² × 𝑑𝑖𝑎
A área de cada filtro teve seu valor aumentado para que os filtros possam ser mais
facilmente construídos, comportando dimensões de 4 m x 3 m, assim tem-se uma área de
12m². Como a taxa já está no limite é mais prudente adotar um valor de área acima do
encontrado.

7
Para calcularmos as dimensões das tubulações precisamos levar em consideração a
velocidade que a água passará por elas de acordo com sua função. A relação do diâmetro com
a velocidade é dada pela seguinte expressão.
𝑄=𝑣 × 𝐴 (Fórmula 11.1)
𝜋 × 𝐷2
𝑄=𝑣 ×
4

𝑄 × 4
𝐷=√ (Fórmula 11.2)
𝑣 × 𝜋

4.4. TUBULAÇÃO DE ENTRADA DA ÁGUA


Para calcular o diâmetro das tubulações de entrada a faixa de velocidade de entrada de
água recomendada é de 0,3m/s a 0,7m/s. Para não corrermos o risco de ficarmos no limite da
faixa recomendada, iremos escolher valores intermediários, para velocidade de entrada será
adotado o valor de 0,5m/s e a vazão de cada filtro no S.I. será de 0,02396m³/s. Aplicando na
fórmula 11.2, temos:

𝑄𝑓 × 4
𝐷𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = √
𝑣𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 × 𝜋

0,02396 × 4
𝐷𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = √ = 0,247 𝑚
0,5 × 𝜋

𝐷𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 250𝑚𝑚(diâmetro comercial)


A borda é distância entre o nível máximo de água no filtro e o topo do filtro, olhar
figura 3, ela deve possuir espessura maior de que o diâmetro de entrada, pois a tubulação não
pode ficar no nível da água, logo adotamos um valor de 0,4 m para a borda.
4.5. TUBULAÇÃO DE SAÍDA DA ÁGUA

No dimensionamento da tubulação de saída segue o mesmo princípio do


dimensionamento de entrada, porém a faixa de velocidade recomendada é de 0,7m/s a 1,3m/s,
assim como foi feito na tubulação de entrada iremos adotar um valor intermediário, 1m/s.
Aplicando na fórmula 11.2, temos:

𝑄𝑓 × 4
𝐷𝑠𝑎í𝑑𝑎 = √
𝑣𝑠𝑎í𝑑𝑎 × 𝜋

0,02396 × 4
𝐷𝑠𝑎í𝑑𝑎 = √ = 0,175 𝑚
1 × 𝜋
8
𝐷𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 200 𝑚𝑚(diâmetro comercial)

4.6. DIÂMETRO DE ENTRADA NO TANQUE DE DESINFECÇÂO.

A água que vem do tubo de saída do filtro vai direto para o tanque de desinfecção,
porém como são seis filtros, ou seja, seis tubulações, e para este projeto só entrará um tubo no
tanque, precisamos calcular o diâmetro da tubulação de entrada no tanque que suporte a vazão
total dos seis filtros, vazão para 16 horas de funcionamento (Q16h=144 m³/s), assim
poderemos unir os tubos de forma que chegue apenas um no tanque.
Figura 3: Esquema das tubulações de saída dos filtros.

Tanque de
desinfecção
Filtro Filtro Filtro

Filtro Filtro Filtro

DSaída4
DSaída3
DSaída2
DSaída

Fonte: Autores, 2017.

Para o calculo do diâmetro de cada tubulação até a entrada da desinfecção será


utilizada a fórmula 11.2, considerando a velocidade de 1m/s, pois estas tubulações são
sequencia da tubulação de saída.
DSaída2 recebe contribuição de dois filtros, logo sua vazão é o dobro de Qf.

𝑄𝑓 × 2 × 4
𝐷𝑠𝑎í𝑑𝑎2 = √
𝑣𝑠𝑎í𝑑𝑎 × 𝜋

0,02396 × 2 × 4
𝐷𝑠𝑎í𝑑𝑎2 = √ = 0,247𝑚
1 × 𝜋

𝐷𝑠𝑎í𝑑𝑎2 = 250 𝑚𝑚(diâmetro comercial)


DSaída3 recebe contribuição de três filtros, logo sua vazão é o triplo de Qf.

𝑄𝑓 × 3 × 4
𝐷𝑠𝑎í𝑑𝑎3 = √
𝑣𝑠𝑎í𝑑𝑎 × 𝜋

9
0,02396 × 3 × 4
𝐷𝑠𝑎í𝑑𝑎3 = √ = 0,303𝑚
1 × 𝜋

𝐷𝑠𝑎í𝑑𝑎3 = 300 𝑚𝑚(diâmetro comercial)


DSaída4 recebe contribuição de todos filtros, logo sua vazão é Q16h.

𝑄16ℎ × 4
𝐷𝑠𝑎í𝑑𝑎4 = √
𝑣𝑠𝑎í𝑑𝑎 × 𝜋

0,144 × 4
𝐷𝑠𝑎í𝑑𝑎4 = √ = 0,428𝑚
1 × 𝜋

𝐷𝑠𝑎í𝑑𝑎4 = 400 𝑚𝑚(diâmetro comercial)

4.7. TUBULAÇÃO DE LAVAGEM

Para dimensionar o diâmetro da tubulação de entrada de lavagem precisamos


determinar primeiro a velocidade ascensional, que pode ser calculada utilizando-se a fórmula
12 a seguir.
3⁄ 9 × 𝑇 + 31
𝑉𝑎 = 30𝑇𝑒 2 (1 + 0,06𝑋) ( ) (Fórmula 12)
400
Onde:
Va = Velocidade ascensional (pol/min);
Te = Tamanho efetivo dos grãos (mm);
X = expansão da camada filtrante no momento da lavagem (%);
T = Temperatura ambiente (°C).
Segundo a NBR 12216, para filtros rápidos de camada simples pode-se utilizar
tamanho efetivo de 0,45 mm a 0,55 mm, coeficiente de uniformidade de 1,4 a 1,6 e que a
vazão de água de lavagem em contracorrente deve promover a expansão do leito filtrante de
20% a 30%.
Para o dimensionamento iremos adotar o tamanho efetivo dos grãos 0,50mm,
coeficiente de uniformidade de 1,5, expansão na camada filtrante 25% e temperatura ambiente
igual a 25°C. Aplicando estes dados na fórmula 12, temos:
3⁄ 9 × 25 + 31
𝑉𝑎 = 30 × 0,5 2 (1 + 0,06 × 25) ( )
400
𝑝𝑜𝑙
𝑉𝑎 = 35,47
𝑚𝑖𝑛
10
𝑉𝑎 = 35,47 × 2,54 = 90,08 𝑐𝑚/𝑚𝑖𝑛
Também segundo a NBR 12216, a velocidade ascensional mínima é de 60 cm/min,
logo a velocidade calculada atende esta exigência:
90,08 × 10−2 𝑚
𝑉𝑎 = = 0,015 𝑚/𝑠
60 𝑠
A determinação do diâmetro de lavagem é realizada utilizando a fórmula 11.2, porém
a vazão empregada é determinada pela equação da continuidade, fórmula 11.1, onde a
velocidade utilizada é a velocidade ascensional:
𝑄𝑙𝑎𝑣 = 𝐴𝑓 × 𝑉𝑎
𝑄𝑙𝑎𝑣 = 12𝑚² × 0,015𝑚/𝑠 = 0,180 𝑚³/𝑠
Após encontrarmos a vazão de lavagem o procedimento para calcularmos o diâmetro
da tubulação de lavagem fica semelhante às tubulações de entrada e saída, sendo a faixa de
velocidades recomendada para esta tubulação de 1,8m/s a 3,6 m/s. Adotando uma velocidade
de 2,5m/s e aplicando na fórmula 11.2, temos:

0,180 × 4
𝐷𝑙𝑎𝑣 = √ = 0,303 𝑚
2,5 × 𝜋

𝐷𝑙𝑎𝑣 = 300 𝑚𝑚(diâmetro comercial)

4.8. TUBULAÇÃO DE ESGOTAMENTO E LAVAGEM


Nos dimensionamentos das tubulações de esgotamento e lavagem devemos calcular o
diâmetro por meio da área da seção transversal do dispositivo de esgotamento da água de
lavagem dos filtros, que por se tratar de bocais devemos aplicar na fórmula 6:
𝑄𝑙𝑎𝑣 = 𝐶𝑑 × 𝐴√2 × 𝑔 × 𝐻
Onde:
H =É a altura da coluna d’água no tanque coletor de água de lavagem, uma altura adotada que
deve ser inferior à altura da base inferior da camada suporte até a base inferior da calha
coletora, como indica o esquema abaixo.

11
Figura 4: Representação do filtro e suas dimensões.

Tubulação de Entrada.

Borda.
N.A.MÁX.

hnivel. Calha de Lavagem


N.A.
P

Cf H

Cs

Tubulação de Esgotamento
hFF
de Lavagem.

Tubulação de Drenagem.
Tubulação de Lavagem.
Tubulação de Saída.
Fonte: Autores, 2017.

Para adotarmos um valor para H precisamos antes calcular a altura da base inferior da
camada suporte até a base inferior da calha coletora, que é dado pela somatória da altura da
camada suporte (Cs), da altura do leito filtrante (Cf) e da distância P, como ilustra o esquema
acima.
Segundo a norma para filtros de camada simples pode-se usar espessura de camada
filtrante de no mínimo 0,45 m e a camada suporte deve ser constituída de seixos rolados, sua
espessura mínima igual ou superior a duas vezes a distância entre os bocais do fundo do filtro,
porém não inferior a 0,25 m.
O valor de P pode ser adotado aplicando a seguinte fórmula:
𝑃 ≥ 2 × 𝑋 × 𝐶𝑓 (Fórmula 13)
Onde:
X = expansão da camada filtrante no momento da lavagem;
Cf = Altura do leito filtrante.
Adotando os valores de 0,6 m para Cf e 0,4 m para Cs, temos:
𝑃 ≥ 2 × 0,25 × 0,6

12
𝑃 ≥ 0,3 𝑚
𝑃 = 0,5 𝑚 (𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜)
Com os valores de Cs, Cf e P podemos adotar um valor para H, pois como foi dito
anteriormente, o valor de H deve ser menor do que o somatório dessas três dimensões:
𝐻 < 𝐶𝑠 + 𝐶𝑓 + 𝑃 (Fórmula 14)
𝐻 < 0,4 + 0,6 + 0,5
𝐻 < 1,5 𝑚
𝐻 = 1 𝑚 (𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜)
Agora com o valor de H já adotado e considerando o valor do coeficiente de bocais
igual a 0,61(Azevedo Netto, 1998), podemos aplicar a fórmula 6 e encontrar o valor da área
da seção transversal da tubulação.
𝑄𝑙𝑎𝑣 = 𝐶𝑑 × 𝐴𝑒𝑙 √2 × 𝑔 × 𝐻
𝑄𝑙𝑎𝑣
𝐴𝑒𝑙 =
𝐶𝑑 √2 × 𝑔 × 𝐻
0,180
𝐴𝑒𝑙 = = 0,067 𝑚²
0,61√2 × 9,81 × 1
Aplicando na fórmula 5 podemos encontrar o diâmetro da tubulação:
𝜋 × 𝐷𝑒𝑙 2
𝐴𝑒𝑙 =
4

𝐴𝑒𝑙 × 4
𝐷𝑒𝑙 = √
𝜋

0,067 × 4
𝐷𝑒𝑙 = √ = 0,292 𝑚
𝜋

𝐷𝑒𝑙 = 300 𝑚𝑚(𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙)

4.9. TUBULAÇÃO DE DRENAGEM

Para dimensionar a tubulação de drenagem, antes devemos adotar uma altura máxima
para o nível d’água, que é recomendado que esteja na faixa de 1,8m a 2,5m da camada
filtrante. Para este dimensionamento iremos adotar uma altura máxima de 2m.

13
Assim como o diâmetro de esgotamento e lavagem, para acharmos o diâmetro de
drenagem iremos primeiramente encontrar a área da seção transversal, que é obtida a partir da
fórmula 6, que trata de bocais.
𝑄𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐶𝑑 × 𝐴𝑑√2 × 𝑔 × ℎ𝑚é𝑑𝑖𝑜
Porém, para aplicarmos esta fórmula precisamos antes encontrar os valores de vazão e
de hmédio. A vazão de drenagem é determinada pelo quociente do volume de escoamento e
pelo tempo determinado para este escoamento, que segundo NBR 12216 não pode ultrapassar
10 min.
𝑉𝑜𝑙𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐴𝑓[ℎ𝑛𝑖𝑣𝑒𝑙 + ℎ𝐹𝐹 + 0,5(𝐶𝑠 + 𝐶𝑓)] (Fórmula 15)

Onde:

Volescoamento = Volume de escoamento (m³);

Af = Área de cada filtro (m²);

hnivel = Altura máxima do nível d’água (m);

Cs = Altura da camada suporte (m);

Cf = Altura do leito filtrante (m);

ℎ𝐹𝐹 = Altura do fundo falso (m).

𝑉𝑜𝑙𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 12[2 + 0,5 + 0,5(0,4 + 0,6)]

𝑉𝑜𝑙𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 36 𝑚³

Adotando o tempo de escoamento igual a 10 min, temos:


𝑉
𝑄= (Fórmula 16)
𝑡
𝑉𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 36
𝑄𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = = 0,06 𝑚³/𝑠
𝑡𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 10 𝑚𝑖𝑛× 60 𝑠/𝑚𝑖𝑛
O hmédio representa a metade da altura do nível de água máximo no filtro, para este
calculo é usada esta altura pois no escoamento o nível de água dentro do filtro varia com o
tempo, provocando uma redução na pressão. Logo, para facilitar os cálculos utilizamos na
formula o hmédio que representa todas as alturas no momento do escoamento, visto que a
pressão no momento em que o nível da água estiver acima do hmédio será compensado quando
o nível da água estiver abaixo dele.

14
𝐶𝑠 + 𝐶𝑓 + ℎ 𝑛í𝑣𝑒𝑙 + ℎ 𝑓𝑓
ℎ 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (Fórmula 17)
2
0,4 + 0,60 + 2 + 0,5
ℎ 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = 1,75 𝑚
2
Com todos os dados necessários para encontramos a área do bocal de drenagem
plicamos a fórmula 6:
𝑄𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐶𝑑 × 𝐴𝑑√2 × 𝑔 × ℎ 𝑚é𝑑𝑖𝑜
𝑄𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝐴𝑑 =
𝐶𝑑√2 × 𝑔 × ℎ 𝑚é𝑑𝑖𝑜
0,06
𝐴𝑑 = = 0,0168 𝑚²
0,61√2 × 9,81 × 1,75
Aplicando a área a fórmula 5 para encontrarmos o diâmetro de drenagem:

0,0168 × 4
𝐷𝑑 = √
𝜋

𝐷𝑑 = 0,146 𝑚
𝐷𝑑 = 150 𝑚𝑚(𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙)

4.10. FUNDO FALSO


Para o fundo falso dos filtros foi escolhido o modelo TCF-06 do fabricante HidroTech,
ilustrado na figura 5 a seguir, que oferece uma distribuição de 25 a 30 bocais/m².
Figura 5: Crepina – Bocal tipo Castelo com flange

Fonte: www.hidrotechsp.com

Como a área de cada filtro é de 12 m², podemos dizer que:


 O valor mínimo de furos é dado por 12m² × 25 bocais/m² ≈ 300 bocais;
 O valor máximo de furos é dado por 12m² × 30 bocais /m² ≈ 360 bocais.
15
Desta forma conseguimos estabelecer uma faixa de limites de bocais que este fundo
falso pode comportar.
Para que possamos obedecer à faixa de bocais por metro quadrado indicado pelo
fabricante, foi escolhido um valor de 0,18 m de espaçamento entre os bocais da mesma linha
ou da mesma coluna. Para garantir que esta distancia entre os bocais está de acordo com o
fabricante, dividisse o comprimento dos lados dos filtros pelo espaçamento adotado entre os
bocais e subtrai de 1, desta forma, conseguimos obter o número de bocais por linhas e por
colunas. E o produto do número de bocais por linha pelo número de bocais por coluna nos da
a quantidade total de bocais em cada fundo falso.
𝑙𝑎𝑑𝑜
𝑁º 𝑑𝑒 bocais = −1 (Fórnula 18)
𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑙
𝑁º 𝑑𝑒 bocais/𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 = −1
𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
3
𝑁º 𝑑𝑒 bocais/𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 = − 1 ≅ 16bocais
0,18
𝑏
𝑁º 𝑑𝑒 bocais/𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 = −1
𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
4
𝑁º 𝑑𝑒 bocais/𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 = − 1 ≅ 21 𝑏𝑜𝑐𝑎𝑖𝑠
0,18
Número total de bocais por fundo falso:

𝑁𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑁º 𝑑𝑒 bocais/𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 × 𝑁º 𝑑𝑒 bocais/𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 (Fórmula 19)


𝑁𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 16 × 21 = 336 𝑏𝑜𝑐𝑎𝑖𝑠

4.11. CALHA DE LAVAGEM


Segundo a NBR 12216 o espaçamento mínimo entre as calhas é de 1 m e o máximo é
de 3 m. A vazão de água de limpeza que passa em cada calha é dada pela seguinte fórmula:
𝑄𝑙𝑎𝑣
𝑞𝑐 = (Fórmula 20)
𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠
No dimensionamento foram utilizadas duas calhas para respeitar os limites de
espaçamento entre as bordas das calhas, adotando 0,3 m de largura da calha, assim temos:
0,180
𝑞𝑐 = = 0,09 𝑚³/𝑠
2
Pode-se então determinar a altura da coluna de água (Hcalha) nas calhas através da
fórmula 21, sendo recomendado que a mesma não seja superior a 0,40 metros, assim:

16
𝑞𝑐 = 1,3 × 𝑏 × 𝐻𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎 3/2 (Fórmula 21)
𝐻𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎 = (𝑞𝑐/1,3 × 𝑏)2/3
𝐻𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎 = (0,09/1,3 × 0,3)2/3
𝐻 = 0,376 ≅ 0,38𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠
5. DESINFECÇÃO COM CLORO GASOSO

A desinfecção é um processo em que se usa um agente químico ou não químico, na


qual se tem por objetivo a inativação de microrganismos patogênicos presentes na água, e
geralmente é a etapa final do tratamento de água. Comumente no Brasil, as Estações de
Tratamento de Água se utilizam do cloro gás na desinfecção, pois apresenta cloro ativo de
100%, tem baixo custo e fácil manuseio. A NBR 12216/92 diz que o consumo de cloro
necessário para desinfecção da água é estimado em 5 mg/L, com o mínimo de 1 mg/L; para
oxidação e preparo de compostos, é estimado de acordo com a necessidade do tratamento.
5.1 VAZÃO DE DOSAGEM
Pelas justificativas já citadas, será utilizado o gás cloro para a desinfecção da água,
assim faz-se necessário obter a dosagem de cloro gás pela fórmula 22:
𝑄𝑒𝑡𝑎 × 𝑝𝑝𝑚
𝑉𝑑 = (Fórmula 22)
11,57
Onde:
Vd= vazão de dosagem (kg/dia);
Qeta=vazão de água a ser
tratada(L/s);
ppm= dosagem do produto (mg/L).
A vazão utilizada foi para as 16 horas de funcionamento da bomba, além disso, foi
adotada umas dosagem de produto de 3ppm(mg/L), respeitando os limites estabelecidos na
NBR 12216/98, para a determinação de vazão de dosagem de cloro gás:
144 × 3
𝑉𝑑 = = 37,34𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎
11,57

5.2 TEMPO DE CONTATO


Para determinar o tempo de contato (Tc) do cloro na água, é utilizada a tabela da
portaria 2914/11 com o tempo de contato mínimo, em minutos, a ser observado para a
desinfecção por meio da cloração, de acordo com a concentração de cloro residual livre, com
a temperatura em °C e o pH da água, ilustrada na figura 6.
Para usarmos a tabela foi adotado a temperatura ambiente da água 25°C, considerando
17
que o pH médio das águas subterrânea da região norte é de 5 a 8, foi adotado 6,5 para o pH e
a dosagem do produto de 3ppm.

Figura 6: Tabela para a determinação do Tc

Obteve-se através da tabela um tempo de contato de 2 minutos, porém para ter uma
margem de segurança multiplica-se por 2:
𝑇𝑐 = 2 × 2 = 4 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
5.3 DIMENSÕES DO TANQUE
Deve-se calcular o volume do tanque, através da fórmula 16, para o dimensionamento
das chicanas para cumprir com o tempo de contato estabelecido anteriormente:
𝑉𝑡 = 𝑄16ℎ × 𝑡
Onde:
𝑉𝑡= volume do tanque (m³)
Q16h= vazão para 16h de funcionamento (m³/s).
18
t = segundos
𝑉𝑡 = 0,144 × 4 × 60 = 34,56𝑚³
Como se recomenda que a altura do tanque é de no máximo 2 metros, foi adotado essa
altura para a determinação da área do tanque e então estabelecer as dimensões do tanque.
𝑉
𝐴= (𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎 23)

34,56𝑚³
𝐴= = 17,28𝑚²
2𝑚
Com o intuito de cobrir esta área foi calculado um tanque de formato retangular com
comprimento de 6 metros e largura de 3 metros, formando uma área de 18m².
𝐴 = 18 𝑚² (𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜)

5.4 CHICANAS
Serão dimensionadas chicanas de fluxo horizontal, e para as dimensões e números de
chicanas recomenta-se:
 Espaçamento entre chicanas = 0,4 ≤ e ≤ 1,0 m
 Espaçamento livre deixado pelas chicanas = 1,5 × e.

Assim foi adotado o espaçamento entre as chicanas de 0,5 m, onde o espaçamento


livre deixado pelas chicanas foi de 0,75 metros, obtendo-se 10 chicanas. Com isto, a água irá
percorrer 10 voltas e uma distância de 33m, pois a água irá percorrer 11 vezes a distância de 3
metros, como mostra o esquema seguinte:

Figura 7: Esquema do tanque de desinfecção.

Saída

Entrada

Fonte: Autores, 2017.

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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12216: Projeto de estação
de tratamento de água para abastecimento público. Rio de Janeiro, 1998.
AZEVEDO NETTO José M. Manual de Hidráulica. São Paulo, SP. 8ª edição. Editora
Edgard Blücher LTDA, 1998. 66 p. -.
DI BERNARDO, L. – Métodos e Técnicas de Tratamento de Água – volume I. Rio de
Janeiro. ABES. 1993.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE. Índices do Censo de Santa Bárbara do
Pará, 2016.
RICHTER, Carlos A; AZEVEDO NETTO José M. Tratamento de água. Tecnologia
atualizada. São Paulo,SP: Editora Edgard Blücher LTDA, 1991.
TSUTIYA, Milton Tomoyuki. Abastecimento de Água. São Paulo: Departamento de
Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2004.
643p. -.

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