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Sistema de Gestão de QAS

Instrução de Projecto

LIGAÇÕES TENDIDAS

ÍNDICE

1 - SECÇÃO DE CONDUTORES

1.1 - CÁLCULO DA SECÇÃO MÍNIMA

1.2 - EFEITO DE COROA

2 - ESFORÇOS E FLECHAS - FÓRMULAS

2.1 - CARGAS SOBRE OS CONDUTORES

2.2 - EQUAÇÃO DE MUDANÇA DE ESTADO

2.3 - VÃO CRÍTICO

2.4 - FLECHA DOS CONDUTORES

2.5 - CONDIÇÕES DE MONTAGEM

3 - EXEMPLOS

3.1 - EXEMPLO 1 - TENSÕES E FLECHAS DE REGULAÇÃO

3.2 - EXEMPLO 2 - EFEITO DE COROA

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1 - SECÇÃO DOS CONDUTORES

1.1 - CÁLCULO DA SECÇÃO MÍNIMA

Para o cálculo da secção mínima dos condutores, em função da intensidade nominal,consultar as


tabelas da Instrução de Projecto I.P.31-02-303-00.

1.2 - EFEITO DE COROA

1.2.1 - Tensão crítica disruptiva

Se os condutores de uma linha eléctrica atingem um potencial suficientemente grande que passe a

correspondente rigidez dieléctrica do ar, produzem-se perdas de energia devido à corrente que se forma

no meio ; tudo se passa como se o ar fosse condutor, dando lugar a uma corrente de fuga similar à

produzida pela condutância do isolador.

Nos condutores aéreos o efeito é visível na escuridão da noite, podendo ver-se envolvidos num arco

luminoso azulado, de secção transversal circular em forma de coroa, pelo que o fenómeno tem o nome

de "efeito de coroa". A tensão para a qual começam as perdas através do ar chama-se " tensão crítica

disruptiva " e para ela o fenómeno ainda não é visível.

Os efeitos tornam-se luminosos quando se alcança a tensão crítica visível, superior à tensão disruptiva.

As perdas por efeito de coroa começam a produzir-se desde o momento em que a tensão crítica

disruptiva seja menor que a tensão da linha; convém, portanto, escolher uma secção do condutor que

conduza a uma tensão crítica disruptiva superior à tensão mais elevada da rede.

A fórmula de Peek que nos dá o valor da tensão crítica disruptiva é a seguinte:

29, 8 D
Uc = ⋅ 3 ⋅ mc ⋅ δ ⋅ mt ⋅ r ⋅n ⋅ln kV
2 r′

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e, com logaritmos decimais :

D
Uc = 84⋅ mc ⋅ δ ⋅ mt ⋅ r ⋅n ⋅log kV
r′

O significado da notação é o seguinte:


Uc = tensão composta crítica eficaz, em kilovolts, para que comece o efeito de coroa, ou seja, a
tensão crítica disruptiva;
29,8 = valor, em kilovolts por centímetro, da rigidez diélectrica do ar à temperatura 25° C e à pressão
barométrica de 76 cm da coluna de mercúrio; para operar com valores eficazes é preciso dividi-
lo por 2
mc = coeficiente de rugosidade do condutor; os seus valores são
mc = 1 para fios de superfície lisa
mc = de 0,93 a 0,98 para fios oxidados e rugosos
mc = de 0,83 a 0,87 para cabos.
δ = factor de correcção de densidade do ar, função directa da pressão barométrica e inversa da
temperatura absoluta do meio ambiente:

273 + 26 h 3, 926 ⋅ h
δ= =
76 273 + θ 273 + θ

h = pressão barométrica em centímetros de coluna de mercúrio.


θ = temperatura média em graus centígrados, correspondente à altitude do ponto que se considera.

Frequentemente desconhece-se o valor de h, que depende da atitude y em metros sobre o nível do mar;
determina-se pela fórmula de Halley :

y
log h = log 76 −
18336

que dá os resultados na tabela:

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Resultados da fórmula de HALLEY

Altitude em metros Pressão atmosférica Altitude em metros Pressão atmosférica


sobre o nível do em centímetros da sobre o nível do em centímetros da
mar coluna de mercúrio mar coluna de mercúrio

y h y h

0 76 1500 63,5
100 75,1 1600 62,3
200 74,2 1800 60,8
300 73,3 2000 59,8
400 72,4 2200 58
500 71,6 2400 56
600 70,7 2500 55,4
700 69,9 2600 55
800 69 2800 54
900 68,2 3000 53
1000 67,4 3500 49,1
1200 65,8 4000 47
1400 63,9 5000 41,7

mt = coeficiente que mede o efeito da chuva


mt - = 1 com tempo sêco
mt - = 0,8 com tempo chuvoso

r = raio condutor, em centímetros

n - = números de condutores de cada fase:


n= 1 com fases simples de um só condutor
n= 2 com fases duplas
n= 3 com fases triplas
n= 4 com fases quádruplas.

D = distância entre os centros da fase, em centímetros


r ´ = raio fictício, em centímetros, definido pela expressão:

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n n−1
r ′ = n⋅ r ⋅R

em que :

n= número de condutores de cada fase


r= raio do condutor, em centímetros
R= raio da conferência que passa pelos centros dos condutores que formam a fase

1.2.1.1 - Fases simples

Neste caso : n=1 r ´= r

D
Uc = 84 ⋅ mc ⋅δ ⋅ mt ⋅ r ⋅ log kV
r

1.2.1.2 - Fases duplas


Com fases duplas n =2 r ´= r∆

D
Uc = 168 ⋅ m c ⋅ δ ⋅ m t ⋅ r ⋅ log kV
r∆

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1.2.1.3 - Fases triplas (fig. 1)


Com fases triplas:
3
n=3 r ´= r∆2

D
Uc = 252 ⋅m c ⋅ δ ⋅m t ⋅ r ⋅log kV
3 2
r∆

1.2.1.4 - Fases quádruplas (fig. 2)

Neste caso: n=4 r ´=


4
2 r∆3

D
U c = 336⋅ m c ⋅δ ⋅ m t ⋅ r ⋅ log kV
4
2r∆3

1.2.2 - Perdas por efeito de coroa

As perdas por efeito de coroa são calculadas através da fórmula de Peek:

241 r
p=
δ
(f + 25 )
D
(V − V c )2 10
−5
kW / km

em que :
p = perda por condutância, em kW/km
f = frequência, em períodos por segundo
r = raio do condutor, em centímetros
D = distância entre os centros das fases, em centímetros
V = tensão simples da linha, em quilovolts
V C = UC / 3 quilovolts, sendo Uc tensão máxima da linha

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fig.1

fig.2

2 - ESFORÇOS E FLECHAS - FÓRMULAS

Os passos a seguir no cálculo dos esforços e flechas de uma ligação tendida são as seguintes:

- Cálculo das carga sobre os condutores, nas hipóteses de verão e inverno, considerando:

- acção do vento

- acção do gelo

- acção das cadeias de isoladores e baixadas

- Cálculo do vão crítico

- Cálculo das tensões para as várias temperaturas

- Cálculo das flechas para as várias temperaturas

- Elaboração das tabelas ou curvas de montagem (tensão e/ou flecha em função da temperatura)

2. 1 - CARGAS SOBRE OS CONDUTORES

O cálculo mecânico dos condutores e cabos de guarda é feito considerando simultaneamente as acções

das cargas permanentes ( peso próprio dos condutores ) e das cargas acidentais ( acção do vento, gelo e

das variações de temperatura ).

O nosso " Regulamento de Segurança das Linhas Eléctricas de Alta Tensão " indica quais as zonas do

país onde se deve considerar a carga de gelo; as cargas acidentais a considerar são as que resultam da

mais desfavorável das seguintes hipóteses:

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Hipótese de Verão

Temperatura de + 15°C e vento máximo habitual

Hipótese de Inverno

Temperatura de - 5°C e vento reduzido ou, conforme a região

Temperatura de - 10°C e manga de gelo e vento reduzido

2.1.1 - Acção do Vento

A acção do vento é dada por:

p v = q ⋅ d⋅ c ⋅ α

em que:

p v - carga por unidade de comprimento devida do vento ( kg/m )

d - diâmetro dos condutores ( m )

q - pressão dinâmica do vento ( kg/m2 )

- vento reduzido .......................18,75 kg/m2

até 30 m do solo

- vento máximo habitual............75 kg/m2

c - coeficiente de forma:

para condutores cilíndricos:

d ≤ 12,5 mm..........c =1,2

12,5mm < d ≤ 15,8 mm...........c =1,1

15,8mm < d.............................c =1

α - coeficiente de redução:

- vento reduzido ..................... α = 1,0

- vento máximo habitual ......... α = 0,6

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2.1.2 - Acção do Gelo

O gelo acumulado sobre um condutor forma uma manga que se admite, no nosso país, ter uma

espessura uniforme e igual a 10 mm e peso específico de 0,92 kg/dm3; exprimindo o diâmetro d do

condutor em mm, a sobrecarga resultante da acumulação do gelo sobre o condutor é dada por :

pg =
π
[ (d +20)2 - d2 ] . 0,9 . 10 . 10 -4 = 0,0283 ( d+10 ) kg/m
4

2.1.3 - Acção das cadeias de isoladores e baixadas

Para considerar a influência das cadeias de isoladores deve considerar-se como vão o comprimento

entre as extremidades das cadeias.

No que respeita ao peso da cadeia, considera-se aplicada a meio do seu comprimento; no caso de

haver alongas, considera-se o peso da alonga aplicado também a meio do seu comprimento.

Admite-se que a cadeia constituirá um sistema rígido donde resultará o deslocamento f' do cabo, a

somar ao valor da flecha do condutor.

A
θ
f' = L' senθ
c
L' P. c.cos θ = T. f' = T. L ´senθ

c .P
T tgθ =
L' T
P

Relativamente às baixadas:

- se a baixada é feita em ponto afastado das extremidades do cabo tendido, considera-se a sua

influência repartida uniformemente por todo o cabo.

- se a baixada é feita próximo da cadeia de amarração, inclui-se o seu peso no da cadeia.

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2. 2 - EQUAÇÃO DE MUDANÇA DE ESTADO

A equação de mudança de estado que relaciona as condições dos estados 1 e 2 é dada pela

expressão:

 A a 2 E p12  A a2 E 2
T22 T2 + ⋅ 2 + A α E (θ 2 − θ1 ) − T1  = ⋅ p2
 24 T1  24

em que:

θ1 e θ 2 = temperatura do condutor nos estados 1 e 2 ( °C )

T1 e T 2 = esforço de tracção sobre o condutor, no ponto em que a sua tangente é horizontal,

nos estados 1 e 2 ( kg )

p1 e p 2 = peso por unidade de comprimento, com sobrecarga, nos estados 1 e 2 ( kg/m )

a = distância entre apoios, na horizontal ( m)

α = coeficiente de dilatação linear ( °C-1 )

E = módulo de elasticidade ( kg/mm2 )

A = secção do condutor ( mm2 )

t 2 e t 2 = tensão nos estados 1 e 2 ( kg/mm2 )

A expressão anterior pode transformar-se em:

X
t2 − = t1 − Y − Z
t22

com:
p 22 E
X = a2 k1 = a2 . 24 A2 θ2-θ1

p12 E
Y = a2 k 2 = a2 .
24 A 2 t12

Z = k3 (θ2-θ1) = α E (θ2-θ1)

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Concluímos que:

- os valores de X e Z são independentes de p1 e portanto mantêm o mesmo valor quer o vão

seja maior ou menor que o vão crítico.

- o valor de Y depende de p1 e portanto:

- se o vão for superior ao vão crítico, considera-se que o valor de p1 é da hipótese de Verão;

- se o vão for inferior ao vão crítico, considera-se que o valor de p1 é da hipótese de Inverno.

2.3 - VÃO CRÍTICO

De acordo com o " Regulamento de Segurança das Linha Eléctricas de Alta Tensão " a tensão máxima a

que fica submetido um determinado cabo deverá ser fixado numa das duas hipótese seguintes:

A - Temperatura mínima ( hipótese de Inverno )

Temperatura ambiente θΑ = -5°C

Pressão dinâmica do vento qA = 18,75 kg/m2

Coeficiente de redução = 1

B - Temperatura máxima ( hipótese de Verão )

Temperatura ambiente θB =15°C

Pressão dinâmica do vento qB = 75 kg/m2

Coeficiente de redução = 0,6

A hipótese mais desfavorável é determinada de acordo com o valor do vão e será:

- a hipótese de Inverno, se o vão for superior ao vão crítico

- a hipótese de Verão, se o vão for inferior ao vão crítico

O vão crítico, que conduz à mesma tensão máxima nas - hipóteses de Verão e Inverno, é dado pela

seguinte fórmula:

24 α (θB − θ A )
ac = Tadm
pB2 − p 2A

em que:

Tadm - esforço máximo desejado ( kg ).

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Adoptando um coeficiente de segurança k e considerando:


- tr a carga de rotura do cabo ( kg/mm2 )

- A a secção do cabo ( mm2 )

tr ⋅ A
vem Tadm = k
α = coeficiente de dilatação linear ( °C-1 )

θA e θB - temperaturas definidas nos estados A e B


pA e pB - força resultante do peso do cabo e da força aplicada pelo vento sobre o condutor nos

estados A e B ( kg/m )

2.4 - FLECHA DOS CONDUTORES

2.4.1 - Apoios de nível

B A
to P
f

t

A equação que dá a flecha de condutor, para os vãos até poucas centenas de metros, é dada por:

p0 a 2
f=
8 T0

em que :
po - peso do condutor por unidade de comprimento ( kg/m )
a - distância entre vãos ( m )
To - componente horizontal da força de tracção ( kg )

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2.4.2 - Apoios desnivelados

b a
A
H f2
B b
f1

As equações que dão as flechas do condutor são dadas por:

2
p0  2 T0 H 
f1 = a− 
8 T0  a p0 

2
p0  2 T0 H
f2 = a + 
8 T0  a p0 

2.5 - Condições de montagem

A partir das expressões de :

- equação de mudança de estado

x
t2 - 2 = t1 - Y - Z
t2

- equação da flecha de:

p a2 2
f2 =
ou p  2T H 
8 T f1 = 0  a − 0 
8 T0  a p0 

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podem calcular-se os valores das tensões e das flechas em função da temperatura.

Começa-se por determinar qual a hipótese mais desfavorável, atribuindo-se o índice 1 aos valores de p1

e θ1 que lhe correspondem; toma-se para T1 o esforço máximo admissível pelo condutor com um

coeficiente de segurança, igual a 3, por exemplo, nos casos normais e a 5 nas travessias de caminho

de ferro.

Atribui-se o índice 2 às condições do ambiente no momento da montagem; admite-se que p2 se resume

ao peso por unidade de comprimento do condutor se procedermos à regulação do esforço ou flecha de

montagem numa altura em que não há vento.

A partir dos valores das tensões ou flechas calculadas, constroem-se as respectivas tabelas ou curvas

de montagem em função da temperatura.

3 - EXEMPLOS

3.1 - EXEMPLO 1 - TENSÕES E FLECHAS DE REGULAÇÃO

Pretende-se estabelecer uma linha área em cabo de cobre de secção nominal A = 16 mm2 ao longo de um

trajecto que inclui vãos de 50, 80, 100, 120 e 140 metros, apoios de nível, numa região em que não se

prevê gelo. Determinar:

a) A tensão e a flecha de regulação em função da temperatura, em vãos de 50 m;

b) A flecha máxima em função do vão.

Características do cabo:

Secção efectiva A =15,89 mm2

Diâmetro d = 5,1 mm

Peso py = 144,1 g/m

Carga de rotura t = 42,29 kg/mm2

Coeficiente de dilatação α = 17x10-6 °C-1

Módulo de elasticidade E = 10.500 kg/mm2

Utilizar um coeficiente de segurança igual a 3,5.

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3.1.1 - Cálculos preliminares


3.1.1.1 - Acção do Vento

pv = q d c α

Hipótese de Verão +15°C, vento 75 kg/m2

p v = 75 x 5,1 x 10-3 x 1,2 x 0,6 = 275,4 x10-3 kg/m

Hipótese de Inverno - 5°C, vento a 18,75 kg/m2

'
p v = 18,75 x 5,1 x 10-3 x 1,2 = 114,75 kg/m

3.1.1.2 - Carga Unitária

Sendo p y = 144,1 x 10-3 kg/m o peso do condutor, vem:

Hipótese de Verão

2 2 2 2 2 -6 -3
p 2 = p v + p y =(275,4 +144,1 ). 10 p2= 310,82 x 10 kg/m

Hipótese Inverno

2 ′2 2
( ) p1= 184,21 x 10-3 kg/m
2 2 −6
p1 = p v + p y = 114, 75 + 144,1 ⋅ 10

3.1.1.3 - Vão Crítico

−6
24α(θ1− θ2) 42, 29⋅15, 89 24 ⋅17 ⋅10 ⋅ (15 + 5 )
ac = Tadm = = 69,28 m
p 22 − p12 3, 5
( 310,82 2 )
− 184, 212 ⋅10 −6

3.1.1.4 - Constantes k1, k2 e k3 de mudança de estado

.1 - Para vãos maiores que o vão crítico ( Hipótese Verão)

p 22 E 144,12 ⋅ 10− 6 ⋅ 10500


k1 = = = 0,035975
24 A 2 24⋅15, 892

p12 E 310, 822 ⋅ 10 −6 ⋅ 10500


k2 = 2 = = 0,001162
24 T 1 24 ⋅ 192 2

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k3 = α E = 17 . 10-6 . 10500 = 0,17850

.2 - Para vãos menores que o vão crítico

k1 = 0,035975

p12 E 184,212 ⋅ 10 −6 ⋅ 10500


k2 = = = 0,0004083
24 T 21 24 ⋅ 192 2

k3 = 0,17850

3.1.2 - CÁLCULO DA TENSÃO E FLECHA DE REGULAÇÃO EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA, PARA

VÃOS DE 50M

Para vãos de 50 m ( inferiores ao vão crítico ) :

X = a2 k1 = 502 . 0,035975 = 89,937

Y = a2 k2 = 502 . 0,0004083 = 1,021

Z = k3 ( θ 2 - θ1 ) = 0,1785 ( θ 2 - θ1 )

3.1.2.1 - A tensão é dada por :

X tr 42, 29
t2 − = t1 − Y − Z com t1 = = = 12
t22 k 3, 5

89, 937
t2 − = 12 − 1,021 − 0,1785(θ2 − θ1 )
t22

3.1.2.2 - O esforço de tracção é dado por:

T2 = t2 . A .................................... T2 = t2 . 15,89

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3.1.2.3 - A flecha é dada por:

a2 p2 502 ⋅ 144,1⋅ 10 −6
f= ................................... f=
8 T2 8 T2

3.1.2.4 - Tabela de Montagem

θ (°C) -5 10 25 50

t2 (kg/mm2) 11,642 9,334 7,308 4,903

T2 (kg) 184,991 148,317 116,124 77,9

f (m) 0,243 0,304 0,388 0,578

3.1.2.5 - Curva de Montagem

As curvas de tensão e flecha, em função da temperatura, para condutores de 16 mm2 em vãos de 50

m, serão as seguintes:

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3.1.3 - CÁLCULO DE FLECHA MÁXIMA EM FUNÇÃO DO VÃO, PARA A TEMPERATURA DE 50°C

3.1.3.1 - Vãos de 50 m
Da pos.7.2.4 viu-se que f = 0,578m

3.1.3.2 - Vãos superiores ao vão crítico ( 68,8 m)

X = a2 k1 = a2 . 0,035975

Y = a2 k2 = a2 . 0,01162

Z = k3 ( θ 2 - θ1 )= 0,1785 . ( 50-15) = 6,247

.1 - A tensão é dada por:

X a 2 ⋅ 0, 035975
t2 - 2 = t1 -Y - Z t2 - = 12 - (80 . 0,01162) - 6,247
t2 t22

.2 - O esforço de tracção é dado por:

T2 = t2 . 15,89
T = t2 .A

.3 - A flecha é dada por:

a2 p2 a 2 ⋅ 144,1 ⋅ 10− 3
f= f=
8 T2 8 T2

.4 - Tabela de tensão e flecha em função do vão:

a (m) 80 100 120 140

t2 (kg/mm2) 5,616 5,601 5,591 5,585

T2 (kg) 89,258 89,0 88,841 88,746

f (m) 1,291 2,024 2,920 3,978

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.5 - Curva da flecha máxima em função do vão

3.2 - EXEMPLO 2 - EFEITO DE COROA

Consideremos uma linha de 220 kV de tensão, de primeira categoria segundo o

Regulamento de Linhas, de 90 km de comprimento e uma altura máxima de 500 m acima do

nível do mar, com um circuito simples com as três fases na horizontal, separadas entre si de

7,30 m.

O condutor do cabo de alumínio- aço, tem as seguintes características:

- Designação . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Condor

- Secção total. . . . . . . . . . . . . . . . . . .455,1 mm2

- Diâmetro do cabo . . . . . . . . . . . . . . . .27,72 mm

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A frequência é de 50 Hz.

Para a tensão U da linha, consideraremos não a nominal de 220 kV, mas a "tensão mais elevada"

de 245 kV, segundo o artigo 2º do regulamento; portanto, a tensão simples será:

245
V= = 148 kV
3

Para determinar o valor da tensão crítica disruptiva servimo-nos da fórmula de Peek:

D
Uc = 84 ⋅ mc ⋅δ ⋅ mt ⋅ r ⋅ n ⋅ log kV
r′

com os seguintes valores :

mc = 0, 85

3, 923 ⋅ h
δ=
273 + θ

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Segundo a tabela de resultados da fórmula de Halley, à cota de 500 m de altitude sobre o nível do mar

corresponde uma pressão atmosférica h = 71,6 cm de coluna de mercúrio; se supusermos θ = 15 ºC, temos :

3, 926 ⋅ 71, 6
δ= = 0, 976
273 + 15

mt = 1 com tempo sêco

mt = 0,8 com tempo chuvoso

27,72
r= = 13,86 mm = 1,386 cm
2

n=1

r ′ = r = 1,386 cm

D = 730 c

a) Com tempo sêco ( mt = 1), a tensão crítica disruptiva será:

730
Uc = 84 ⋅ 0, 85 ⋅ 0, 976 ⋅ 1⋅ 1, 386 ⋅ 1⋅ log = 273,8 kV
1,386

Com tempo sêco não há, portanto, perdas por efeito de coroa, posto que a tensão máxima da linha

(245 kV) é menor que a crítica disruptiva (273,8 kV).

b) Com mau tempo ( mc = 0, 8 ), a tensão crítica disruptiva será:

Uc = 273,8 ⋅ 0, 8 = 219 kV

Com mau tempo haverá perdas por efeito de coroa, já que a tensão crítica disruptiva é de 219 kV,

logo menor que 245 kV.

As perdas por efeito de coroa e por fase da linha serão:

2
241 1, 386  255 219  −5
p= (50 + 25) −  10 = 0, 58kW / km
0, 976 730  3 3

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Nas três fases será 0,58 x3 =1,74 kW/km


que, nos 90 km de comprimento da linha, corresponde a 1,74 x 90 = 156,6 kW.

BIBLIOGRAFIA

- Produção e transporte de energia III -------------CHAGAS GOMES

- Linhas de transporte de energia -------------------LUÍS M.CHECA

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