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Instrução de Projecto
LIGAÇÕES TENDIDAS
ÍNDICE
1 - SECÇÃO DE CONDUTORES
3 - EXEMPLOS
Se os condutores de uma linha eléctrica atingem um potencial suficientemente grande que passe a
correspondente rigidez dieléctrica do ar, produzem-se perdas de energia devido à corrente que se forma
no meio ; tudo se passa como se o ar fosse condutor, dando lugar a uma corrente de fuga similar à
Nos condutores aéreos o efeito é visível na escuridão da noite, podendo ver-se envolvidos num arco
luminoso azulado, de secção transversal circular em forma de coroa, pelo que o fenómeno tem o nome
de "efeito de coroa". A tensão para a qual começam as perdas através do ar chama-se " tensão crítica
Os efeitos tornam-se luminosos quando se alcança a tensão crítica visível, superior à tensão disruptiva.
As perdas por efeito de coroa começam a produzir-se desde o momento em que a tensão crítica
disruptiva seja menor que a tensão da linha; convém, portanto, escolher uma secção do condutor que
conduza a uma tensão crítica disruptiva superior à tensão mais elevada da rede.
29, 8 D
Uc = ⋅ 3 ⋅ mc ⋅ δ ⋅ mt ⋅ r ⋅n ⋅ln kV
2 r′
D
Uc = 84⋅ mc ⋅ δ ⋅ mt ⋅ r ⋅n ⋅log kV
r′
273 + 26 h 3, 926 ⋅ h
δ= =
76 273 + θ 273 + θ
Frequentemente desconhece-se o valor de h, que depende da atitude y em metros sobre o nível do mar;
determina-se pela fórmula de Halley :
y
log h = log 76 −
18336
y h y h
0 76 1500 63,5
100 75,1 1600 62,3
200 74,2 1800 60,8
300 73,3 2000 59,8
400 72,4 2200 58
500 71,6 2400 56
600 70,7 2500 55,4
700 69,9 2600 55
800 69 2800 54
900 68,2 3000 53
1000 67,4 3500 49,1
1200 65,8 4000 47
1400 63,9 5000 41,7
n n−1
r ′ = n⋅ r ⋅R
em que :
D
Uc = 84 ⋅ mc ⋅δ ⋅ mt ⋅ r ⋅ log kV
r
D
Uc = 168 ⋅ m c ⋅ δ ⋅ m t ⋅ r ⋅ log kV
r∆
D
Uc = 252 ⋅m c ⋅ δ ⋅m t ⋅ r ⋅log kV
3 2
r∆
D
U c = 336⋅ m c ⋅δ ⋅ m t ⋅ r ⋅ log kV
4
2r∆3
241 r
p=
δ
(f + 25 )
D
(V − V c )2 10
−5
kW / km
em que :
p = perda por condutância, em kW/km
f = frequência, em períodos por segundo
r = raio do condutor, em centímetros
D = distância entre os centros das fases, em centímetros
V = tensão simples da linha, em quilovolts
V C = UC / 3 quilovolts, sendo Uc tensão máxima da linha
fig.1
fig.2
Os passos a seguir no cálculo dos esforços e flechas de uma ligação tendida são as seguintes:
- Cálculo das carga sobre os condutores, nas hipóteses de verão e inverno, considerando:
- acção do vento
- acção do gelo
- Elaboração das tabelas ou curvas de montagem (tensão e/ou flecha em função da temperatura)
O cálculo mecânico dos condutores e cabos de guarda é feito considerando simultaneamente as acções
das cargas permanentes ( peso próprio dos condutores ) e das cargas acidentais ( acção do vento, gelo e
O nosso " Regulamento de Segurança das Linhas Eléctricas de Alta Tensão " indica quais as zonas do
país onde se deve considerar a carga de gelo; as cargas acidentais a considerar são as que resultam da
Hipótese de Verão
Hipótese de Inverno
p v = q ⋅ d⋅ c ⋅ α
em que:
até 30 m do solo
c - coeficiente de forma:
α - coeficiente de redução:
O gelo acumulado sobre um condutor forma uma manga que se admite, no nosso país, ter uma
condutor em mm, a sobrecarga resultante da acumulação do gelo sobre o condutor é dada por :
pg =
π
[ (d +20)2 - d2 ] . 0,9 . 10 . 10 -4 = 0,0283 ( d+10 ) kg/m
4
Para considerar a influência das cadeias de isoladores deve considerar-se como vão o comprimento
No que respeita ao peso da cadeia, considera-se aplicada a meio do seu comprimento; no caso de
haver alongas, considera-se o peso da alonga aplicado também a meio do seu comprimento.
Admite-se que a cadeia constituirá um sistema rígido donde resultará o deslocamento f' do cabo, a
A
θ
f' = L' senθ
c
L' P. c.cos θ = T. f' = T. L ´senθ
f´
c .P
T tgθ =
L' T
P
Relativamente às baixadas:
- se a baixada é feita em ponto afastado das extremidades do cabo tendido, considera-se a sua
A equação de mudança de estado que relaciona as condições dos estados 1 e 2 é dada pela
expressão:
A a 2 E p12 A a2 E 2
T22 T2 + ⋅ 2 + A α E (θ 2 − θ1 ) − T1 = ⋅ p2
24 T1 24
em que:
nos estados 1 e 2 ( kg )
X
t2 − = t1 − Y − Z
t22
com:
p 22 E
X = a2 k1 = a2 . 24 A2 θ2-θ1
p12 E
Y = a2 k 2 = a2 .
24 A 2 t12
Z = k3 (θ2-θ1) = α E (θ2-θ1)
Concluímos que:
- se o vão for superior ao vão crítico, considera-se que o valor de p1 é da hipótese de Verão;
- se o vão for inferior ao vão crítico, considera-se que o valor de p1 é da hipótese de Inverno.
De acordo com o " Regulamento de Segurança das Linha Eléctricas de Alta Tensão " a tensão máxima a
que fica submetido um determinado cabo deverá ser fixado numa das duas hipótese seguintes:
Coeficiente de redução = 1
O vão crítico, que conduz à mesma tensão máxima nas - hipóteses de Verão e Inverno, é dado pela
seguinte fórmula:
24 α (θB − θ A )
ac = Tadm
pB2 − p 2A
em que:
tr ⋅ A
vem Tadm = k
α = coeficiente de dilatação linear ( °C-1 )
estados A e B ( kg/m )
B A
to P
f
∝
t
A equação que dá a flecha de condutor, para os vãos até poucas centenas de metros, é dada por:
p0 a 2
f=
8 T0
em que :
po - peso do condutor por unidade de comprimento ( kg/m )
a - distância entre vãos ( m )
To - componente horizontal da força de tracção ( kg )
b a
A
H f2
B b
f1
2
p0 2 T0 H
f1 = a−
8 T0 a p0
2
p0 2 T0 H
f2 = a +
8 T0 a p0
x
t2 - 2 = t1 - Y - Z
t2
p a2 2
f2 =
ou p 2T H
8 T f1 = 0 a − 0
8 T0 a p0
Começa-se por determinar qual a hipótese mais desfavorável, atribuindo-se o índice 1 aos valores de p1
e θ1 que lhe correspondem; toma-se para T1 o esforço máximo admissível pelo condutor com um
coeficiente de segurança, igual a 3, por exemplo, nos casos normais e a 5 nas travessias de caminho
de ferro.
A partir dos valores das tensões ou flechas calculadas, constroem-se as respectivas tabelas ou curvas
3 - EXEMPLOS
Pretende-se estabelecer uma linha área em cabo de cobre de secção nominal A = 16 mm2 ao longo de um
trajecto que inclui vãos de 50, 80, 100, 120 e 140 metros, apoios de nível, numa região em que não se
Características do cabo:
Diâmetro d = 5,1 mm
pv = q d c α
'
p v = 18,75 x 5,1 x 10-3 x 1,2 = 114,75 kg/m
Hipótese de Verão
2 2 2 2 2 -6 -3
p 2 = p v + p y =(275,4 +144,1 ). 10 p2= 310,82 x 10 kg/m
Hipótese Inverno
2 ′2 2
( ) p1= 184,21 x 10-3 kg/m
2 2 −6
p1 = p v + p y = 114, 75 + 144,1 ⋅ 10
−6
24α(θ1− θ2) 42, 29⋅15, 89 24 ⋅17 ⋅10 ⋅ (15 + 5 )
ac = Tadm = = 69,28 m
p 22 − p12 3, 5
( 310,82 2 )
− 184, 212 ⋅10 −6
k1 = 0,035975
k3 = 0,17850
VÃOS DE 50M
Z = k3 ( θ 2 - θ1 ) = 0,1785 ( θ 2 - θ1 )
X tr 42, 29
t2 − = t1 − Y − Z com t1 = = = 12
t22 k 3, 5
89, 937
t2 − = 12 − 1,021 − 0,1785(θ2 − θ1 )
t22
T2 = t2 . A .................................... T2 = t2 . 15,89
a2 p2 502 ⋅ 144,1⋅ 10 −6
f= ................................... f=
8 T2 8 T2
θ (°C) -5 10 25 50
m, serão as seguintes:
3.1.3.1 - Vãos de 50 m
Da pos.7.2.4 viu-se que f = 0,578m
X = a2 k1 = a2 . 0,035975
Y = a2 k2 = a2 . 0,01162
X a 2 ⋅ 0, 035975
t2 - 2 = t1 -Y - Z t2 - = 12 - (80 . 0,01162) - 6,247
t2 t22
T2 = t2 . 15,89
T = t2 .A
a2 p2 a 2 ⋅ 144,1 ⋅ 10− 3
f= f=
8 T2 8 T2
nível do mar, com um circuito simples com as três fases na horizontal, separadas entre si de
7,30 m.
- Designação . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Condor
A frequência é de 50 Hz.
Para a tensão U da linha, consideraremos não a nominal de 220 kV, mas a "tensão mais elevada"
245
V= = 148 kV
3
D
Uc = 84 ⋅ mc ⋅δ ⋅ mt ⋅ r ⋅ n ⋅ log kV
r′
mc = 0, 85
3, 923 ⋅ h
δ=
273 + θ
Segundo a tabela de resultados da fórmula de Halley, à cota de 500 m de altitude sobre o nível do mar
corresponde uma pressão atmosférica h = 71,6 cm de coluna de mercúrio; se supusermos θ = 15 ºC, temos :
3, 926 ⋅ 71, 6
δ= = 0, 976
273 + 15
27,72
r= = 13,86 mm = 1,386 cm
2
n=1
r ′ = r = 1,386 cm
D = 730 c
730
Uc = 84 ⋅ 0, 85 ⋅ 0, 976 ⋅ 1⋅ 1, 386 ⋅ 1⋅ log = 273,8 kV
1,386
Com tempo sêco não há, portanto, perdas por efeito de coroa, posto que a tensão máxima da linha
Uc = 273,8 ⋅ 0, 8 = 219 kV
Com mau tempo haverá perdas por efeito de coroa, já que a tensão crítica disruptiva é de 219 kV,
2
241 1, 386 255 219 −5
p= (50 + 25) − 10 = 0, 58kW / km
0, 976 730 3 3
BIBLIOGRAFIA