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Veja agora a Redação Enem nota 1000 da Tainá Josino da

Rocha
Ela mandou bem, conseguiu a nota mil, e ainda entrou para Medicina vencendo as
Notas de Corte do Sisu na UFCE. Confira a Redação com o Tema ‘A persistência
da violência contra a mulher na sociedade brasileira’.

Apesar de destacar enquanto potência econômica mundial, o Brasil ainda vivencia


problemas sociais arcaicos, como a persistência da violência contra a mulher. Diante
da gravidade desta questão urge a mobilização conjunta do Estado e da sociedade para
seu efetivo combate.

A violência contra a mulher no Brasil está atrelada, entre outros fatores, ao processo
histórico do país. A herança do patriarcalismo colonial ainda é sensível em nossa
cultura, sendo evidenciada, inclusive, em discursos de várias pessoas públicas, como
candidatos à presidência ou à liderança de comissão de Direitos Humanos.

Mesmo que extremamente retrógrado, o machismo segue sustentando o consciente


coletivo de suposta superioridade masculina, e, lamentavelmente, proporcionando a
inúmeras mulheres cotidianos humilhantes, com afronta a seus direitos humanos mais
básicos.

É justo reconhecer, no entanto, as iniciativas públicas e privadas que têm como


objetivo a debelação dessa triste realidade. Por exemplo, a lei Maria da Penha, em
vigor desde 2006, já um marco democrático para o Brasil, pois contribui
exemplarmente para a proteção da dignidade e soberania da mulher, em uma tentativa
legítima de reverter o cenário violento contra esse gênero.

Juizados e varas especializadas neste âmbito foram criados, denúncias de opressões


foram estimuladas, entre outras ações admiráveis, contudo, isso não tem sido suficiente
para anular o número de vítimas.

Dentre os agentes e impossibilidades do fim desse tipo de agressão, destaca-se a


infraestrutura inadequada para este tipo de investigação de possíveis abusos,
apreensão de agressores e sua devida prisão.

A falha acarreta constante impunidade e altos índices de reincidência de agressões, que


podem se agravar e se tornar fatais. Também há carência de profissionais preparados
para acolher a vítima e dar-lhe apoio psicológico.

Além disso, o desconhecimento ou até descrédito da população quanto ao amparo


jurídico dado às vítimas de violência resulta na escassez de denúncias frente ao real
número de agressões.

Portanto, para que haja o fim deste cenário violento contra a mulher, é imprescindível
esforço coletivo. O Estado deve otimizar a infraestrutura destinada a essa seara,
ampliando o número de delegacias da mulher, por exemplo, além de se unir a
instituições profissionalizantes, com o fito de capacitar cada vez mais profissionais que
lidem de forma mais positiva possível com a proteção dos direitos femininos.
A população, previamente orientada por campanhas públicas e por eventos culturais,
contribuirá denunciando agressões. A educação é ponto nevrálgico deste processo, de
forma que as escolas precisam promover debates e seminários acerca do tema, a fim de
consolidar valores morais e éticos nesta geração e nas futuras.

Através dessas e outras medidas de promoção da cidadania a sociedade brasileira se


tornará cada vez mais sensata e consciente de sua responsabilidade no combate à
violência (covarde, desproporcional e insustentável) contra a mulher.

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