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Índice
Índice ................................................................................................................................. 2
Objetivo Geral .................................................................................................................... 3
Objetivos Específicos ......................................................................................................... 3
Conteúdos Programáticos .................................................................................................. 3
Introdução ......................................................................................................................... 5
Titulo 1 ................................................................................. Error! Bookmark not defined.
Subtitulo .......................................................................... Error! Bookmark not defined.
Conclusão .......................................................................................................................... 8
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OBJETIVO GERAL
Aplicar, com sucesso, técnicas e estratégias no âmbito da psicologia positiva na comunicação
no dia a dia do trabalho com crianças, com recurso a práticas expostas pelo formador.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Descrever, apresentando pelo menos duas caraterísticas, uma relação positiva, de acordo com
o manual de apoio
- Identificar pelo menos três princípios da psicologia positiva na comunicação, através de uma
dinâmica de grupo
- Distinguir bem-estar psicológico de subjetivo, apresentando um exemplo concreto para cada
conceito, num exercício de grupo
- Enumerar, pelo menos, dois aspetos da comunicação, de acordo com os conteúdos ministrados
pelo formador
- Simular, com sucesso, estratégias de uma relação baseada na comunicação positiva, em
dinâmicas grupais
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1. Introdução e bases teóricas da Psicologia Positiva
a.História da Psicologia Positiva
b. Pilares e missão da Psicologia Positiva
c. Definição de significado para a psicologia positiva
d. Importância e identificação do significado
e. Termos Básicos
f. Bem-estar psicológico
g. Bem-estar subjetivo
h. Felicidade Autêntica
i. Florescimento – Modelo PERMA
2. Como identificar e utilizar as Emoções Positivas
a. O poder da Gratidão, do Amor e Perdão
b. Como lidar com emoções negativas do passado e focar no aqui e agora
c. Ampliar e potencializar as emoções positivas
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3. Relações Positivas e Comunicação Positiva
a. Definições e construção das relações positivas
b. Capacidade de surpreender, senso de humor e qualidade de atenção
c. Aspetos da comunicação positiva
d. Princípios e aplicações da psicologia positiva na comunicação
e. O impacto da psicologia positiva na comunicação
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INTRODUÇÃO
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INTRODUÇÃO E BASES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA POSITIVA
Até o início do século XX, a psicologia abordava as doenças pessoais, como a depressão, as
neuroses, a infelicidade etc., via de regra, conforme as teorias de Sigmund Freud e também
de Carl Jung, dentre outros expoentes da psicologia desde fins do século XIX até o século XX.
Para ele a busca da felicidade deve ser constante e isto pode ser atingido, de certa forma,
quando as pessoas buscam a gentileza, o bom-humor e as coisas agradáveis do cotidiano.
Evidentemente, trata-se da procura do equilíbrio entre corpo físico e corpo mental; e, para
isso, a resiliência do indivíduo deve ser firme e adaptativa, evitando-se os pensamentos
negativos.
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Para atingir esse nível de felicidade, os indivíduos devem olhar para dentro de si mesmos,
buscando as melhores qualidades que possuem e que adquiriram através do seu tempo de
vida.
A prática da psicologia positiva está voltada para a identificação dos valores, forças e
virtudes humanas, tendo como proposta colaborar para que a vida das pessoas se tornem mais
feliz. Ela visa contribuir com o florescimento e o bom funcionamento das pessoas, instituições
e grupos.
De acordo com Seligman (1998 citado por PORTELLA, 2011), a psicologia positiva apresenta
três pilares para serem investigados: as características individuais, a experiência subjetiva e
as comunidades e instituições.
A psicologia positiva na atualidade vêm aprimorando cada vez mais as suas técnicas para
avaliar as forças pessoais, virtudes e os aspetos positivos do ser humano. Ela tem como missão
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operacionalizar os instrumentos e as técnicas para avaliar e também classificar as forças e
virtudes pessoais. As investigações dessas questões podem colaborar para a prevenção de
doenças e de problemas de comportamento.
O psicólogo [Seligman] defende que é preciso focar nas forças pessoais motivadoras, o que
representa: ter emoções positivas e alimentá-las, cultivar relacionamentos sadios, estar
engajado fazendo aquilo que lhe é prazeroso, e, essencialmente identificar o propósito de
vida. Este último item parte de um poderoso autoconhecimento, onde o cliente pode
conhecer sua essência, focar em suas qualidades, pontos fortes e buscar minimizar os pontos
de melhoria para ter uma vida melhor.
A Psicologia Positiva teve início na última década do século XX, nos Estados Unidos, por
intermédio de Martin Seligman, que na época era presidente da Associação Americana de
Psicologia. Suas pesquisas e trabalhos eram voltados para a felicidade, estabelecendo a
influência no equilíbrio dos corpos físico e mental, e a necessidade da motivação e da resiliência
para o bem-estar psicológico. A Psicologia Positiva tem raízes na Psicologia Humanista e busca
transformar as antigas questões negativas em crescimento próprio do indivíduo, dando foco às
características positivas, como as motivações e suas capacidades. (SANTANA, 2016)
\u201cO movimento da Psicologia Positiva emerge como tentativa de romper o viés negativo
sobre o desenvolvimento humano através do estudo dos aspectos positivos presentes nos
indivíduos\u201d. (NUNES, 2007)
Segundo Seligman, a Psicologia não é apenas o estudo da fraqueza, transtornos e danos, mas
sim sobre o estudo das forças, capacidades e potenciais humanos. Há a necessidade de também
cultivar o que existe de melhor nos indivíduos e não apenas tratar os transtornos, buscando o
equilíbrio entre os aspectos positivos e os negativos do ser humano. (KAMEI, 2015)
A Psicologia Positiva abrange vários aspectos da vida, principalmente na individualidade de
cada indivíduo, nos acontecimentos e no bem-estar. A gratidão e o perdão são vertentes
importantes para uma qualidade de vida melhor e maior satisfação pessoal. (SELIGMAN, 2011)
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Antes de Martin Seligman definir a Psicologia Positiva na atualidade, havia outros pesquisadores
interessados neste aspecto do ser humano, dentre eles William James, que em 1902 escrevia
sobre uma mente saudável e Allport, em 1958, que tinha grandes interesses nas características
positivas que compõem um indivíduo. (NUNES, 2007)
A resiliência é uma das concepções da teoria, sendo o poder humano de se adaptar a situações
incômodas e inoportunas, e a superação de crises nas adversidades. \u201cInspirada pela
psicologia humanista, ela tem como foco a natureza positiva das experiências e vivências do
indivíduo\u201d. (SANTANA, 2016)
E apostando na prevenção ao invés do tratamento, o método utilizado neste estudo ajuda as
pessoas a prevenir ou intervir nos problemas antes de acontecerem ou piorarem. \u201cA
Psicologia Positiva vem trazer uma mensagem de esperança em vez de medo\u201d. (NUNES,
2007)
As principais críticas sobre o estudo da felicidade e a Psicologia Positiva estão voltadas para a
questão de que a felicidade é algo muito subjetivo e individual, logo é um objetivo
praticamente impossível de ser estudado e generalizado. Outro problema atual e que incomoda
alguns pesquisadores é a quantidade de pesquisas mal feitas e com propagandas enganosas,
que modificam seus resultados. (CARLOS, 2015)
Existe outra crítica sobre a repetição de frases positivas, no entanto esta não é uma crítica
direta à psicologia positiva, e sim à repetição de frases como \u201ceu sou forte\u201d, que só
pode ser útil caso o paciente realmente acredite no que se está repetindo. (SELIGMAN, 2011)
No entanto, mesmo com as críticas e algumas teorias que podem ser derrubadas, a Psicologia
Positiva pode influenciar e mudar o método de trabalho na psiquiatria positivamente, buscando
não apenas \u201ctratar o sofrimento psíquico, mas também prevenir a qualidade de vida
subjetiva e emocional do paciente\u201d. (CARLOS, 2015)
A Psicologia Positiva busca explorar as forças desconhecidas e inexploradas da mente humana,
superando preconceitos e temas desprezados no cotidiano, procurando pela felicidade
individual e ampliando o bem-estar social. O foco em aspectos positivos, como o bem-estar, a
felicidade, o perdão, a criatividade, o amor, a esperança e a gratidão elevam o ser humano a
um patamar de autoconhecimento e plenitude individual, sendo capaz de resolver conflitos
internos e externos com maior facilidade.
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PILARES E MISSÃO DA PSICOLOGIA POSITIVA
Liderada por Martin Seligman uma equipa de estudiosos tem trabalhando desde o final dos anos
90 para descobrir como ajudar as pessoas a conquistarem Felicidade e Bem-estar.
Diferentemente da Psicologia tradicional, que trabalha com o lado mais negativo da vida,
procurando a cessação da dor e do sofrimento, traumas, distúrbios etc., a Psicologia Positiva
vai além e valoriza os aspectos positivos da vida.
Para a Psicologia Positiva, saúde mental positiva não é apenas a ausência de doença mental,
mas sim emoção positiva, compromisso, sentido, bons relacionamentos e realização: é a
presença do florescimento, é o viver em plenitude.
Os primeiros cinco pilares foram sistematizados por Seligman no modelo PERMA (Sigla
para: Positive emotions,Engagement, Relationship, Meaning, Accomplishement).
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1 – Emoção positiva – cultive pensamentos e emoções positivas
É importante viver com alegria, felicidade e prazer; mais que uma sensação agradável, emoção
positiva significa que está existindo crescimento.
Além disso, está comprovado que a nossa saúde física e mental responde aos sentimentos e
pensamentos positivos com aumento da imunidade e recuperação mais rápida de doenças.
Compromisso significa entregar-se a algum objetivo, trabalho ou atividade. Significa ter uma
vida com garra, viver o melhor de si. Este tópico relaciona-se com dois temas muito
interessantes, que são o Flow e o Mindfulness.
Por isso é importante cultivar relacionamentos positivos, nos quais as pessoas possam
comemorar juntos, apoiar-se mutuamente, comunicar-se assertivamente e reforçar o uso das
características positivas, forças de caráter, perdão e gratidão.
“As outras pessoas são o melhor antídoto para os momentos ruins da vida e a fórmula mais
confiável para os bons momentos. (…) São os relacionamentos que dão sentido e propósito à
vida.” (Martin Seligman)
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Pertencer e servir em quem acredite ser maior que o eu é fundamental para dar significado e
alegria à vida. Da mesma forma, é essencial conhecer sua Missão e seu Propósito de vida.
Estabelecer metas ao mesmo tempo possíveis e desafiadoras permite que utilize o seu
potencial, sustente os seus valores e se sinta motivado e comprometido.
Ao invés de perguntar quais são os seus pontos fracos, a ideia é conhecer e reforçar as suas
virtudes.
As forças pessoais são o suporte para o compromisso. Ao usar as suas características positivas
mais fortes, cria energia e entra no envolvimento com o que está a fazer, experimentando
maiores níveis de felicidade.
Ser grato direciona o olhar para o que é bom na nossa vida, traz mais positividade e gratidão,
num círculo virtuoso. Ao invés de reclamar pelo que não temos, é muito mais saudável expressar
gratidão pelo que temos.
Esta é a força principal a ser cultivada e usada para o aumento da felicidade e o bem-estar
individual e coletivo.
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Ser bom e generoso ativa nas pessoas a sensação de ajudar, de ter feito algo por alguém, o que
libera sentimentos positivos. Também ativa nas demais pessoas o princípio da reciprocidade e
da boa vontade.
Mesmo que a pessoa não retribua diretamente para nós, aumenta a probabilidade de que ela
entre num estado de espírito positivo e procure fazer boas ações também.
Levar a vida a “ferro e fogo”, além de tirar o bom humor de qualquer um, leva a uma visão
cada vez mais pessimista da vida e das pessoas e impede a vivência de sentimentos positivos,
conexão verdadeira, generosidade e bondade.
Todos nós temos na vida muitas adversidades. Saber encará-las com otimismo, usando as nossas
forças pessoais e fazer delas o motor para nosso crescimento é essencial para uma vida mais
feliz.
O Flow é um estado em que você está totalmente imerso no que está a fazer, tanto que nem
vê o tempo passar, não sente cansaço etc.; também está relacionado com o compromisso.
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12 – Mindfulness – esteja presente ao que está presente
Perdemos muito de nossas vidas, saúde e alegria por estarmos sempre desejando estar em outro
tempo e lugar. Na maioria das vezes estamos no passado (revivendo nossas dores ou alegrias)
ou estamos no futuro (temendo ou desejando algo que virá).
Estar no presente e estar presente ao que está presente, aceitando as coisas como elas são, é
que pode nos conectar com nossas forças e potencialidades e agir de forma consciente e
transformadora.
A Psicologia Positiva foca as ações, escolhas e responsabilidade. Foca o futuro e não apenas o
passado, mostrando às pessoas que elas podem ser agentes da sua vida e ensinando-as como
fazer isso por meio da aprendizagem..
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“Você tem em si a força para descobrir o que o inspira, o que o faz rir, ou o que lhe dá
esperança, e cultivar essas emoções (…). Isso poderá ajudá-lo a otimizar sua vida,
estabelecendo momentos de genuína positividade para si mesmo. (…) É pelo cultivo do positivo
que somos capazes de aprender, crescer e florescer.” Martin Seligman
Obviamente, não podemos eliminar as emoções negativas, que também são fundamentais
e tiveram importante função evolutiva, permitindo a sobrevivência de nossos ancestrais, e
consequentemente, o fato de estarmos aqui hoje. No entanto, segundo Hanson (2015), nesse
processo, nosso cérebro desenvolveu um viés negativista, que faz com que ele funcione até
hoje como um velcro para as emoções negativas e como teflon para as positivas, ou seja,
retemos as experiências negativas e muitas vezes não valorizamos as coisas boas que nos
acontecem e as esquecemos com facilidade.
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Mas, queremos e podemos ter um melhor balanço entre emoções positivas/ negativas, já que, a
segunda verdade sobre as emoções positivas é que elas nos transformam para melhor, pois nos
ajudam a construir habilidades. Quando nos sentimos bem, construímos novas habilidades para
o futuro. Um bom exemplo é que aprendemos melhor quando estamos otimistas e interessados.
Fredrickson(2009), baseada num modelo matemático de Marcial Losada, propõe que
procuremos desenvolver uma relação de 3/1, isto é, três emoções positivas para cada emoção
negativa. Esse seria o quociente de positividade a partir do qual as pessoas começariam a
florescer. E, no caso de relacionamentos de casais, a proporção seria mais desafiadora,
chegando a 5/1, exigindo um esforço adicional dos casais para neutralizarem as experiências
negativas.
Ajudar o cliente a desenvolver e vivenciar emoções positivas e se tornar mais feliz é papel
fundamental de todo bom coach e psicólogo positivo. E, alguns questionamentos favorecem o
processo de eliciar emoções positivas, tais como:
Qual foi a melhor coisa que te aconteceu na semana?
Qual atividade mais te energiza?
O que você mais valoriza em você mesmo?
Descreva um momento em que você foi muito bem-sucedido em relação a essa situação que
está me trazendo.
Quais são os seus três principais pontos fortes?
Um exercício para cultivar as emoções positivas que pode ser praticado diariamente é fazer um
pequeno “diário de gratidão”, onde você pode anotar todas as noites, três coisas boas que
aconteceram no dia pelas quais você se sente grato, podendo ser coisas simples ou muito
significativas. Esse é um exercício que, comprovadamente, direciona nosso foco para as
experiências positivas da vida diária, que muitas vezes nos passam despercebidas.
Que tal começar a praticar e vivenciar mais emoções positivas no seu dia a dia?
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AMPLIAR E POTENCIALIZAR AS EMOÇÕES POSITIVAS
Ensinamos as crianças a ler, escrever, se vestir ou andar de bicicleta, mas e as
emoções? Ensinar as emoções positivas pode se tornar a chave da felicidade. As emoções
positivas contribuem para nos tornar mais resistentes diante das dificuldades. As pessoas que
diante da adversidade se dobram, mas não se quebram, são capazes de experimentar emoções
positivas inclusive em situações estressantes.
Há alguns anos, a educação emocional consistia em aprender a reprimir certas emoções e não
permitir que elas aflorassem em público. No entanto, felizmente pouco a pouco estamos
começando a descobrir a inteligência emocional, a dar a ela a importância que merece, e
isso inclui a expressão adequada das emoções, e não sua repressão.
A maneira ideal de reduzir os futuros níveis de violência e de aumentar os de altruísmo passa
por uma aprendizagem social e emocional desde cedo. Se uma criança é capaz de identificar
quais são seus sentimentos e os dos seus companheiros, saberá reagir de forma adequada
diante eles e servirá de base para melhorar suas habilidades sociais: para saber o que fazer em
determinado momento.
A integração de crianças com problemas de sociabilidade passa por aqui, para que elas
entendam como os outros se sentem e para que os outros entendam como ela se sente. Além
disso, saber expressar emoções fará com que ela não seja uma criança sem voz, que seja
uma criança que pedirá ajuda quando se sentir em perigo ou ameaçada.
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As emoções positivas ajudam a colocar em prática os padrões depensamentos receptivos e
flexíveis, favorecendo a aparição de situações e novos comportamentos. É possível que esta
forma de pensar tenha precedido os grandes descobrimentos e as realizações mais importantes
da história da humanidade.
É difícil imaginar Michelangelo irritado enquanto pintava a Capela Sistina, Newton carrancudo
debaixo da macieira, Edison ou Marie Curie deprimidos em seus laboratórios. Muito
pelo contrário, é fácil imaginar-lhes pensando na possibilidades e alternativas, combinando
elementos a princípio impossíveis, absortos em sua tarefa, emocionados contemplando seus
avanços até uma meta desejada e cheia de significados para eles.
Seguindo essa mesma linha, foi verificado que os diagnósticos de doenças hepáticas foram
mais bem sucedidos quando os médicos se sentiam bem(Fredrikson, 2003). Com “bem
sucedidos” esse estudo se referia aos médicos que demoravam menos tempo para integrar a
informação do caso e aqueles que eram menos inclinados a se basearem em pensamentos
iniciais e, portanto, fazerem diagnósticos menos prematuros.
As emoções positivas nos ajudam não apenas a nos sentirmos melhor com nós mesmos, mas
também a potencializar nossas habilidades e competências pessoais. Experimentar emoções
positivas no dia a dia permite que cada vez mais sintamos um estado de felicidade global.
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Existe evidência científica que a capacidade de formar relações está interligada com o nosso
cérebro e numa perspectiva evolucionista muitas das nossas emoções como o amor, a vergonha
e a culpa têm uma forte componente social de manter-nos conectados com os nossos grupos
sociais e permitem-nos alcançar mais através de um esforço cooperativo.
As relações são uma das partes mais complexas das nossas vidas. Elas exigem tempo, atenção
e energia emocional mas não oferecem garantia de retorno. Há alturas que sentimos totalmente
em comunhão com a pessoa amada e outras alturas que sentimos que temos uma relação
mundana ou até gasta. Todavia as relações são orgânicas, não podem nem devem permanecer
estáticas pois são altamente sensíveis às marés da vida.
Uma relação pode correr às mil maravilhas e procuramos viver com esses sentimentos
confortáveis e fáceis. Mas a verdadeira substância de um relacionamento vai mais além,
compreende material muito mais resistente que consiste em descobrir as vulnerabilidades do
próprio e do outro num processo profundo e por vezes desconfortável. É nestas alturas que
crescemos e transformamos a relação – mais fortalecida e significativa para a nossa vida.
1. Conhecer o seu modelo de relacionamento, ou seja, as suas crenças e suposições que guiam
as suas interacções com os outros;
2. Fazer escolhas sábias no relacionamento;
3. Desenvolver capacidades para alcançar e melhorar a intimidade.
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Um relacionamento pode ser criado e recriado durante a sua duração. Como resultado, não
pode existir uma definição universal da relação ideal – o que resulta com uma pessoa, um casal
ou grupo pode ser diferente para outro.
• Respeito mútuo;
• Igualdade de direitos e responsabilidades;
• Aceitação das limitações de cada um;
• Mais interacções positivas que negativas;
• Resolver problemas de modo rápido e eficaz;
• A capacidade de comprometer nos aspectos práticos do dia-a-dia;
• Nunca ter de comprometer os seus valores fundamentais;
• Alcançar um equilíbrio entre o tempo que passam juntos e o tempo que estão afastados.
1. Ser responsável
Ser responsável significa conhecer que tipo de pessoa quer ser nos seus relacionamentos. Saiba
o que tem para dar e o que pode esperar em retorno e tenha a certeza que a outra pessoa sabe
disso. É da sua responsabilidade saber e dar a conhecer aos outros o que é mais importante
para si.
Inclui responsabilizar-se pelas suas acções dentro da relação – incluindo dificuldades que possa
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ter. Claro que isto é mais fácil de alcançar se for honesto para consigo desde o início da relação.
Quanto mais aberto estiver ao outro, mais fácil será negociar certas áreas da vida, em direcção
de uma visão de um futuro compartilhado.
3. Ouvir um ao outro
Escutar não é tão fácil como parece. Especialmente numa relação de longa duração em que
entramos em piloto automático, ouvindo o outro mas com a nossa mente noutro lugar. Mas
quando escutamos com sinceridade e atenção ficamos a conhecer o outro a um nível muito
mais profundo. Tente ouvir e dar feedback sem criticar ou julgar. E porque todos nós gostamos
de ser ouvidos, faça questão de também falar o que sente nas mesmas condições.
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A capacidade de lidar com as insatisfações é vital num relacionamento. As relações bem-
sucedidas não são aquelas que não têm conflitos mas sim aquelas em que ambas partes são
capazes de resolver as suas diferenças de modo rápido e eficaz.
Em situações de conflito é fundamental diferenciar o que são críticas e o que são reclamações.
Reclamar envolve uma descrição do comportamento que não gosta, enquanto que criticar é um
ataque ao outro. Geralmente, as personalidades não mudam mas o comportamento sim. Deste
modo evite criticar a outra pessoa e foque no que ela pode fazer de diferente. Diga
especificamente o que pretende para que o outro tenha a ideia clara do que é exigido dele.
Isto ajuda a compreender que o problema não está na pessoa mas sim no comportamento.
Conclusão
Eles convidam-nos a sermos quem somos e também a transcender o que somos, fundindo com
algo maior que nós mesmos enquanto indivíduos.
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A chave para uma gestão eficaz da sala-de-aula poderá estar, de acordo com alguns autores,
na construção de relações positivas entre o professor e o aluno, reforçadas por um estilo de
comunicação assertivo e bidirecional. As crianças trabalham com maior gosto e investimento e
são mais cooperantes com adultos de quem gostam e com quem estabelecem uma relação de
maior confiança e de respeito.
Neste contexto, é importante que o professor reúna esforços que lhe permitam conhecer
melhor a criança na sua individualidade (caraterísticas, interesses, dificuldades,
potencialidades, entre outros aspetos), demonstrando que se preocupa realmente com o seu
futuro e com o(s) seu(s) sucesso(s). No caso das crianças com PHDA, o estabelecimento de
relações positivas poderá constituir-se como um elemento de elevado reforço e motivação.
Assim, no caso dos alunos com PHDA, poderão adotar-se algumas estratégias:
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Uma comunicação eficaz está na base de uma relação equilibrada e saudável, revestindo-se de
maior importância quando falamos da relação entre Pais e Filhos. É através da comunicação
que expressamos aos outros o que queremos, o que sentimos, o que não gostamos, o que
precisamos e é graças a ela que podemos atingir a sensação de que somos plenamente
compreendidos e respeitados.
“Porque é que ele não me ouve?”, “Não liga nada ao que eu lhe digo!” ou “Tenho que repetir
a mesma coisa mil vezes!”, são frases que surgem recorrentemente no discurso de Pais e Mães,
de crianças ou adolescentes, como reflexo da dificuldade que muitas vezes sentimos em chegar
aos nossos filhos através das palavras.
Ora se os nossos filhos não nos escutam, não falam connosco ou a muito custo cumprem as
ordens que lhes damos é porque algo está mal na forma como comunicamos uns com os outros.
Talvez aquilo que dizemos, ou como o dizemos, não traduza correctamente o que realmente
queremos expressar, resultando no incumprimento de uma regra ou ordem, ou mais grave
ainda, influenciando negativamente a relação que estamos a estabelecer com os nossos filhos.
Porque a forma como falamos é tão ou mais importante como o que falamos, seguem-se
algumas estratégias facilitadoras de uma comunicação mais positiva e eficaz entre Pais/Filhos:
– Diga o que quer que o seu filho faça e não o que não quer
Em vez de dizer “Não faças tanto barulho.”, diga “Estás a incomodar-me com os teus gritos.
Brinca sem fazeres tanto barulho.”
Em vez de dizer “Não deixes os teus brinquedos desarrumados.”, diga “ Gostava que
arrumasses os teus brinquedos.”
– Não diga tantas vezes NÃO
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O não talvez seja a palavra que mais usamos quando falamos com os nossos filhos. O não e o
despacha-te.
Para dizermos mais vezes sim temos que ser mais flexíveis, estarmos abertos à negociação e,
acima de tudo, sermos mais criativos para podermos dar alternativas ou escolhas aos nossos
filhos. Como? Assim:
Em vez de dizer “Já te disse que hoje não há gelado para a sobremesa.”, diga “Hoje temos
fruta para a sobremesa. Melancia ou pêssego. Tu escolhes.”
Em vez de dizer “Agora não podes jogar no telemóvel.”, diga “Podemos fazer juntos um puzzle
ou um desenho. O que preferes?”
– Reduza o número de ordens
Está provado que filhos de pais que recorrem excessivamente às ordens desenvolvem mais
problemas de comportamento.
Para aumentar a colaboração e empatia dos nossos filhos para connosco é importante darmos
alguma liberdade para que as crianças possam decidir certo tipo de coisas sozinhas, diminuído,
ao mesmo tempo, o número de ordens que damos lá por casa.
Evite dar ordens relativamente a aspectos que considere que não são assim tão importantes,
como por exemplo, qual a t-shirt que a criança deve vestir, com que jogo deve brincar, que
desenho deve fazer, etc.
Não repita uma ordem quando o seu filho já a está a cumprir, como dizer “Veste-te.”, quando
a criança já se está a vestir ou “Come.”, quando o seu filho já está a comer.
– Avise previamente que vai chegar o momento de cumprir uma acção
Porque a concepção temporal das crianças em muito difere da dos adultos, sendo muito fácil
elas se perderem no tempo, sempre que possível prepare-as para a transição de uma acção,
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avisando-as previamente de que algo vai acontecer a seguir, principalmente se elas estiverem
a fazer algo de que gostam.
Assim, alerte-as para que “Daqui a 5 minutos temos que ir tomar banho.” ou “Tens mais 10
minutos para brincar, porque depois temos que ir jantar.”, e não exija obediência imediata.
Quando o fizer, opte por estar junto da criança, evitando gritar a ordem numa outra divisão da
casa, certificando-se assim de que a criança ouviu e entendeu o que lhe está a dizer.
CONCLUSÃO
No decorrer dos anos, muitas tragédias tinham sido anunciadas pelos principais meios de
comunicação no mundo, como as guerras, crimes, doenças, drogas, mortalidade infantil,
pobreza e outros. Com essas evidências, o destaque destas questões, era contraditório com os
aspectos positivos da natureza humana.
Com isso surgiam várias perguntas, entre elas: como a ciência poderia investigar as causas da
felicidade se existem, por exemplo, outros fatores mais emergentes, como as causas da
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depressão? O progresso da ciência pode ser orientado somente pelas emergências, ou pode se
ocupar de outros temas?
Como primeira resposta, se tem a Psicologia, abordando essas questões dentro de um novo
movimento científico que ficou conhecido como Psicologia Positiva, que promete melhorar a
qualidade de vida dos indivíduos e prevenir as patologias.
A Psicologia Positiva teve uma grande expansão, e muito tem acontecido nesse movimento
científico, o qual possibilita uma reavaliação das potencialidades e virtudes humanas por meio
do estudo das condições e processos que contribuem para a prosperidade.
O movimento da Psicologia Positiva teve início em 1998, quando o psicólogo Martin Seligman
assumiu a presidência da American Psychological Association (APA). A Psicologia ainda não era
capaz de oferecer ferramentas para ajudar os indivíduos a prosperarem e a florescerem.
Segundo Seligman, a Psicologia deveria possibilitar muito mais do que apenas reparar o que
está errado, devendo identificar e fortalecer o que está bom.
A Psicologia Positiva pretende contribuir para o florescimento e o funcionamento saudável das
pessoas, grupos e instituições, preocupando-se em fortalecer competências ao invés de corrigir
deficiências.
O campo da Psicologia Positiva tem oferecido espaço para a investigação empírica dos aspectos
virtuosos a partir de métodos científicos rigorosos. Seligman identifica três pilares para essa
investigação: a experiência subjetiva; as características individuais forças pessoais e virtudes;
as instituições e comunidades.
Investigar esses fatores pode ser eficaz na prevenção de problemas relacionados ao
comportamento humano. O funcionamento positivo humano é mais evidente em contextos de
mudanças significativas repletas de situações de risco e de adversidades. Quando a análise
favorece a compreensão das forças humanas, as virtudes e as forças pessoais tornam-se
conhecidas, e essa possibilidade produz efeitos na vida dos indivíduos, uma vez que favorece
suas potencialidades, tornando-os mais fortes e produtivos.
A Psicologia Positiva tem produzido importantes aplicações e avanços científicos, como a
independência do modelo tradicional patológico, a construção de instrumentos de avaliação,
modelos de intervenção e aplicação no curso desenvolvimental, a terapia positiva, possibilidade
de abordar as questões envolvidas no desenvolvimento das pessoas, entre outros avanços e
colaborações.
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A Psicologia Positiva também pretende trazer a compreensão das virtudes, forças pessoais,
habilidades promovidas nos contextos de resiliência, averiguar o papel das experiências
positivas, e delinear a função das relações positivas com os outros, visando esclarecer como
esses fatores podem contribuir para a saúde física, o bem-estar subjetivo, o funcionamento dos
grupos e o florescimento das instituições.
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