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ILUSTR
AÇÕES
DE AN
DREA
EBERT
Na fobia específica, a aversão ocorre em determinadas situações (medo No transtorno obsessivo-compulsivo o indivíduo tem pensa-
exagerado de animais, de sangue, de altura, de voar e outros). mentos recorrentes (obsessões) e é impelido a praticar atos repetidos
(compulsões) que parecem aliviar a ansiedade gerada por aqueles
O transtorno de pânico, em geral associado à agorafobia, caracteriza- pensamentos (por exemplo, acreditar que todos os objetos têm micro-
-se por episódios agudos (com pico em 10 minutos) e inesperados de -organismos causadores de doenças e por isso lavar as mãos a
terror e inclui sintomas físicos e cognitivos fortes e variados, entre eles todo instante).
pânico tendem a exibir a resposta de congelamento/imo- Componente biológico Do ponto de vista biológico,
bilização (em inglês, freezing) quando visualizam figuras o estudo da ansiedade tem progredido a passos largos,
que geram ansiedade. O congelamento, uma resposta de graças ao mapeamento, por técnicas de neuroimagem,
defesa encontrada em muitas espécies, também parece ter de estruturas-chave envolvidas no processamento das
sido preservado ao longo da evolução humana. informações emocionais no cérebro. Nesse contexto, a
No entanto, os ‘predadores’ da vida humana moderna ansiedade patológica pode ser vista como o resultado da
demandam respostas comportamentais diferentes. Hoje, superativação de certas regiões do cérebro (figura 3).
responder em excesso, constantemente, a qualquer estímu- É surpreendente imaginar que a propensão a disfunções
lo ou situação que representa ameaça – solidão, exigências psiquiátricas como os transtornos de humor e de ansiedade
do mercado de trabalho, falar em público e outros – pode pode ser em grande parte determinada no início da vida.
contribuir para o desenvolvimento de transtornos de an- Eventos iniciais no desenvolvimento de um feto ou bebê
siedade. Mas o que leva alguém a desenvolver esses trans- podem levar a pessoa a ter, ao longo da vida, uma tendên-
tornos? Segundo as pesquisas na área, está cada vez mais cia de expressar maior ansiedade em resposta a um estí-
claro que quadros complexos como o medo e a ansiedade mulo ameaçador. Fatores genéticos capazes de reduzir a
patológicos resultam de uma refinada interação de diferen- resposta do cérebro ao neurotransmissor serotonina, por
tes fatores, incluindo componentes biológicos (genéticos e exemplo, podem aumentar a probabilidade de um indiví-
epigenéticos, isto é, mudanças na expressão de genes pro- duo desenvolver transtornos de ansiedade ao ser exposto
vocadas por estímulos ambientais), cognitivos e culturais. a experiências traumáticas. >>>
CIRCUITO DO MEDO Figura 3. Estruturas cerebrais ativadas no chamado ‘circuito do medo’. O esquema mostra uma via longa
(setas brancas) e uma via curta de processamento da mensagem (seta preta), que ocorrem em paralelo
Córtex
somato-
-sensorial
Córtex
visual Tálamo
Córtex
auditivo
Amígdala
Ação/
Emoções Comportamento
Ansiedade
Medo Corre apressadamente
Vulnerabilidade para o escritório
Autoconfiança
Insegurança
Cognições
“E se ela não vier?; “Será que foi porque eeu marquei aqui e não
no local que ela sugeriu?”; “Será que não gosta de mim?”;
“E se desistiu?”; “Será que o relatório não ficou bom?”;
“E se eu não for promovido, o que direi aos meus amigos?
Estão todos contando com isso.”
Figura 4. O modelo Faces foi adaptado para o Brasil, em 2010, pelos psicólogos Gisele Dias, Nick Edgerton e Stephen Palmer, para descrever
a dinâmica do modelo cognitivo, e baseia-se na influência mútua de todos os seus componentes. O desafio da terapia cognitivo-comportamental
é intervir nesses diferentes fatores de forma a melhorar a qualidade de vida do cliente