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PARA LÂMPADA
INCANDESCENTE NUM
MERCADO DE PAÍS EM
DESENVOLVIMENTO:
uma análise comparativa do caso
1 Introdução
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LED vermelho, verde e o recente azul (comercialmente disponível para funcio-
namento à temperatura ambiente, segundo Nakamura [1]).
Também já está desenvolvido o LED que emite luz branca sem a utilização do
elemento químico fósforo. Este dispositivo tem potencial para substituir a lâm-
pada incandescente, basicamente por razões de uso final da energia e possível
preferência do usuário. Katayama [2] descreve a lâmpada (LED) de luz bran-
ca1, baseada no “ZnSe” e com 10,4 lm/W. Acreditamos ser esta eficiência da
ordem do valor mais provável que pode estar ocorrendo no Brasil durante o
uso das lâmpadas incandescentes de uso geral (quando é verificada vida mais
longa que o seu valor nominal listado). Numa situação hipotética, de mudança
de tecnologia, na qual exista a possibilidade de podermos, instantaneamente,
passar da tradicional e bem aceita tecnologia das lâmpadas incandescentes
de uso geral para o LED (ZnSe), do ponto de vista do suprimento energético,
isto pode significar ausência de impacto (nenhuma mudança significativa deve
ser esperada) além da necessidade normal de suprir o crescimento vegetativo
da população de usuários e (sinalizar) a necessidade de mudanças na capaci-
dade industrial instalada. Estas expectativas estão lastreadas na esperada ele-
vação, ao longo do tempo, da eficiência do LED, mercados em situação normal
(em regime) e existência de superação das dificuldades para difusão de uma
inovação, conforme aquelas apontadas por Menanteau [27] para o caso das
lâmpadas fluorescentes de base única (compactas).
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com tensão nominal 115 V (justificado com argumento de existir rejeição,
por parte do consumidor, quando este produto era oferecido ao lado de
outro com tensão nominal mais elevada), também das lâmpadas com faixa
de tensão, como (120-130) V ou (220-230) V.
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disponível, restará ao consumidor a possibilidade de alterar a tensão elétri-
ca fornecida à lâmpada para ter, por exemplo, mínimo o custo da luz produ-
zida. Em certas condições este método pode ser representado (ou substituí-
do) pela migração a uma potência nominal maior.
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2.2 O custo da luz ao consumidor
O custo da produção da luz é a soma do custo inicial de aquisição da lâm-
pada com o custo da energia elétrica gasta durante sua vida útil. Demons-
tra-se para condições do mercado brasileiro que a parte correspondente ao
custo da lâmpada é cerca de 10 % do custo total, ficando o gasto de energia
com a maior parte. Destarte há que se atentar para a produção econômica
da luz, o que significa que a expectativa de vida não deva ser o único aspec-
to, ou o mais importante a se considerar. Hoje a lâmpada custa ao consumi-
dor brasileiro cerca de US$ 0,52 a unidade (na porta da fábrica este valor é
perto de um terço do valor nas gôndolas). O resultado de cálculos que pos-
sibilita comparação da posição nossa posição atual com amostra de situa-
ção é apresentado abaixo.
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ticas naquele momento (1993). Posteriormente, em 1994 e 1999 foram rea-
lizadas medições extensivas no Estado de São Paulo e em quatro capitais
brasileiras, que geraram coleções de registros da tensão na “tomada” do
consumidor do setor residencial [13 a 17].
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2.3 Outras considerações relevantes
Os termos vida e vida útil da lâmpada incandescente geralmente trazem
idéias distintas. Procuramos utilizar o termo vida para expressar o interva-
lo de tempo em que o dispositivo físico lâmpada ainda pode produzir luz,
não se encontra inoperante. E o termo vida útil para expressar o intervalo
de tempo em que a lâmpada pode produzir luz de modo aceitável (tecnica-
mente e economicamente). Em tese, um projeto de lâmpada incandescente
estará adequado se buscar aproximar estes dois valores de vida ao valor
da vida nominal, só assim o parâmetro vida estará otimizado. Numa apro-
ximação, o valor final deste tipo de otimização depende diretamente do
preço da lâmpada e é inversamente proporcional ao preço da energia
elétrica e da potência inicial da lâmpada [14]. Isto conduz a diferentes
valores de vida nominal otimizada [5].
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mecanismos de falha) por pequenas mudanças na temperatura de operação
(ou tensão de trabalho, cuja variação de 5 %, associada a 2 % de variação
no raio do fio, conduzem a 116 % na expectativa de vida do filamento de
lâmpada incandescente).
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projeto não houve priorização do parâmetro eficiência luminosa, o que, em
si, já constituiu um prejuízo para o consumidor.
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de 1999, particularmente advindas de consumidores servidos por redes de
distribuição designadas com 127 volts, ou valores próximos. Não se discutia
nenhuma outra característica de desempenho da lâmpada que não fosse
sua vida e a “tensão nominal”. O crescimento no volume de reclamações nos
órgãos de defesa de consumidor, de imprensa, artigos técnicos vindos da
área acadêmica, associações de consumidores e de profissionais da enge-
nharia motivaram o COBEI a abrir uma discussão sobre a norma em vigor
para estudá-la e tomar medidas de mudança. Um pouco antes desse movi-
mento, veio também do segmento acadêmico um estudo sistemático sobre os
valores de tensão medidos nos pontos de consumo de quatro capitais brasi-
leiras; Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Embora não
sendo um trabalho completo em termos da diversidade das condições brasi-
leiras, este estudo mostrou de maneira inequívoca que o dispositivo físico que
consideramos, a lâmpada, funciona com variados valores de tensão neste
país. Seu desempenho varia, em decorrência, enormemente, se destacando
a vida útil e a produção de luz. Os valores da tensão elétrica nos pontos de
consumo variam muito. Em todas as cidades em que as medições foram fei-
tas, os valores médios de tensão medidos ficaram abaixo do valor de 127 V
no período mais provável de uso das lâmpadas, 18 h às 22 h. Em Belo Hori-
zonte o valor médio de tensão foi de 124,5 volts, no Rio de Janeiro, a tensão
média foi 123,1 volts em Salvador, 122,2 volts e na região da grande São
Paulo a média foi de 115,6 volts.
É fato existir consumidores que, sem ter escolha, recebem da rede elétrica,
120 V, 115 V, ou outros valores. Pelo menos enquanto não houver uniformi-
dade da distribuição da energia elétrica, que seja em 127 V, o consumidor
deveria ter direito de escolher lâmpadas produzidas para outras tensões que
existem no país. Urge uniformizar os valores da tensão elétrica distribuída
no Brasil. Com a publicação da NBR 14671 e a imposição do valor de 127 V,
temos agora uma norma técnica para atender apenas dois patamares de
tensões (incluso os 220 V), enquanto que a realidade hoje existente não é
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esta. É preciso que uma norma brasileira considere as diferentes realidades
existentes e permita opções aos consumidores. Isto sempre ocorreu em norma
técnicas brasileiras, segundo os registros disponíveis, desde a migração, em
iluminação, dos circuitos em série para os circuitos em paralelo, uma lista de
tensões estava prevista. A decisão de fabricar, ou não, outras lâmpadas,
além das produzidas para 127 V, não nos compete, cabendo aos produtores
ou importadores, a sua colocação, ou não no mercado.
4 Conclusões
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ta uma faixa de tensões de funcionamento, onde segundo medições valores
inferiores a 127 V são os de ocorrência mais freqüentes.
Notas:
(1) Temperatura de cor correlata - Tcp pode ser tão baixa quanto 3400 K e o índice de reprodução de
cor é 68. Outras características significantes da lâmpada a LED são: tempo de meia-vida de 800 h a
20 mA (2,7 V; 25°C) e emissão na banda óptica de 2,0 mW.
(*) Nota: Ainda que reconheçamos não ser este conceito o mais indicado, considerada as necessida-
des visuais melhor seria luminância, ele é utilizado por existir relativa cultura local a respeito.
Nota: Este trabalho tem versão (não atualizada) na lingua inglesa, sob título: STANDARDS FOR
INCANDESCENT LAMPS IN A DEVELOPING COUNTRY MARKET: a comparative
analysis of the Brazilian case, aprovado para apresentação no “International Conference on
Lighting Efficiency: Higher performance at Lower Costs, October, 2001, Dhaka, Bangladesh.
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Tabela – O custo da luz produzida por lâmpadas incandescentes, sob condi-
ções locais do país, cada qual funcionando na sua tensão nominal e o perío-
do de vida calculado para minimizar o custo da luz. Notas: 1) Dois períodos
de vida não foram apresentados (lâmpadas da França) porque a metodologia
desenvolvida e utilizada neste cálculo [5] não se aplica à tecnologia de lâm-
padas a halogênio. Lâmpadas brasileiras com vida nominal de 1000 horas
e tensão elétrica nominal diferente de 220V (que aqui estão apresentadas
com tipo itálico e não em negrito), foram listadas apenas para finalidade de
comparação, pois elas não estão incluídas na NBR 14671 (norma, em vigor
desde 30/abr. /2001, em substituição a NBR IEC 64 [4]).
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Lista de Referências Bibliográficas e Dados
1- Nakamura, Shuji III-V NITRIDE BASED LIGHT-EMITTING DEVICES, Solid State
Communications, v. 102, n. 2-3, p. 237-248, 1997.
2- Katayama, K.; Matsubara, H.; at. all ZnSe-based LEDs, Jornal of Crystal Growth,
v.214/215, p.1064-1070, 2000.
3- NBR IEC (600) 64 – Tungsten filament lamps for domestic and similar general lighting
purpose – Performance Requirements, 1993.
4- NBR IEC 64 - Lâmpadas com filamento de tungstênio para uso doméstico e iluminação
geral similar - Requisitos de desempenho, 1996.
5- Burini, Elvo Calixto, Junior “Racionalização no uso de energia elétrica: a lâmpada
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9- Min, Guan Fu; Mills, Evan; Zang, Qin Energy efficient lighting in China, Energy Policy,
v.25, n.1, p.77-83, 1997.
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11- EB-8 (NBR 5121) Lâmpadas com filamento de tungstênio para iluminação geral -
Especificação, 25p., ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1982.
12- Jordan, P.B.; Pearson C. W.; Fisher, W. H. Smaller, More Efficient 100-Watt Incandescent
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13- Burini, Elvo Calixto Junior e Walter Kaiser “HARMONIC DISTORTION AND RMS
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NBR IEC 64 – “LÂMPADAS INCANDESCENTES” presented at the V Conferência Pan-
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15- Burini, Elvo Calixto Junior e Walter Kaiser “Distorção harmônica e variação de
tensão causada por sistemas de iluminação” Revista Eletricidade Moderna, Andara Edito-
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16- Burini, E. C. Jr., COBEI na Iluminação, /Apresentado no Workshop que precedeu a
instalação da Comissão de Estudo para revisão da NBR IEC 64, Auditório do Comitê
Brasileiro de Eletricidade -COBEI, São Paulo, em 03 de maio de 1999/.
17- Augusto C. Pavão, Octávio F. Affonso, Adnei Melges. de Andrade, Nádia Dini “Le-
vantamento do Nível de Tensão Domiciliar em Quatro Capitais Brasileiras” III SEMINARIO
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BRASILEIRO SOBRE QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA - SBQEE 99, p. 256-260, Brasília
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18- Kazakevicius, Eduardas; Gadgil, Ashok; Vorsatz, Diana Residential lighting in Lithuania,
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19- Dados de lâmpadas da França, comunicação pessoal do Dr. Alexis Bacelar.
20- Dados de lâmpadas do Brasil, Mercado na cidade de São Paulo, em l/outubro/
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21- Standard Project 03:034.01-35 (COBEI - Brazilian Committee of Electricity) proposed
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22- Dados de lâmpadas e energia, dos EUA, mensagem pessoal do Prof. Lloyd Hawes.
23- EB-211 (NBR 5362) Lâmpada com filamento de tungstênio para iluminação pública -
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24- Dados de lâmpadas da Itália, comunicado pessoal do Dr. Fernando Josepett Fonse-
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25- Raj, R., Enright, M. P.; Frangopol, D.M. A system level partitioning approach for
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26- BS 161: 1976 Specification for Tungsten filament lamps for general service (batch
testing), British Standards Institution.
27- Menanteau, Philippe; Lefevre, Hervé Competing technologies and the diffusion of
innovations: the emergence of energy-efficient lamps in residential sector, Research Policy,
v.29, p.375-389, 2000.
Elvo Calixto Burini Junior, (elvo@iee.usp.br), é pesquisador na Seção Técnica de Qualidade de Energia,
Instituto de Eletrotécnica e Energia, IEE da Universidade de São Paulo, USP. Colabora com o setor de
normalização técnica brasileira e internacional. Atualmente desenvolve trabalho que foca a iluminação
no setor de transporte brasileiro.
Adnei Melges de Andrade, (adnei@lme.usp.br), é Prof. na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
EPUSP, tem interesse por pesquisas na área dos materiais. Atualmente também desenvolve trabalhos junto a
centro de cooperação internacional da USP.
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