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sumário
Winter 2015
Revista

TRABALHO
& EMPREGO

FAT : Fundo de Amparo ao

Trabalhador financia setor
produtivo e impulsiona economia 08

06 10
Apoio do MTE FGTS vai investir 84 bilhões
fortalece redes de na economia em 2015
Cooperação Solidária

MTE amplia meta para Aprendizagem Profissional 12

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Winter 2015

28 36
Entrevista Unidades Gestão
Ministro do MTE de atendimento em todo administrativa
Manoel Dias: Levantando a o Brasil realizam obras voltada para
bandeira da formalização para aprimorar serviços resultados

26
prestados ao trabalhador

14 16
Preocupação com bem‐estar Conquistas da última década
aquece mercado de trabalho fortalecem o mercado e auxiliam
para nutricionistas recuperação do emprego

PPE: Programa de Proteção ao Emprego estimula a economia 18

Imigrantes estão sendo absorvidos

pelo mercado de trabalho 22 Brasil é referência no combate
ao trabalho escravo e infantil 24
Revista
TRABALHO
& EMPREGO
ministro
Palavras do
Manoel Dias
A
ssumimos o Ministério do Trabalho e
Emprego com o compromisso de resgatar
seu protagonismo concentrando esforços
na definição de políticas públicas con-
tributivas à de inclusão produtiva e social
do conjunto de trabalhadores brasileiros,
na linha de entendimento de que o capital
humano incontrastavelmente representa a
maior força geradora do desenvolvimento de qualquer país,
tendo como princípios fundantes:
a) Defesa dos direitos sociais e trabalhistas;
b) Modernização e transparência;
c) Diálogo social.
Na construção de um novo design para o MTE abrimos o
diálogo social na busca de consensos entre trabalhadores
e empregadores, materializamos ações de modernização
envolvendo processos digitais de fiscalização online,
criamos a Carteira do Trabalho Digital e o Sistema de
Atendimento Agendado, implementamos projetos de
reforma e ampliação das Superintendências Regionais de
Trabalho (SRT’s) na busca da excelência dos serviços de
atendimento, implementamos o Programa de Proteção ao
Emprego (PPE), com ênfase na transição da informalidade
para formalidade, regulamentamos a Lei Complementar
150, dos Empregados Domésticos, adotamos a Política de
04
Oportunidades para Imigrantes, reforçamos o
combate ao trabalho infantil e ao trabalho escravo,
buscamos garantias de prevenção e segurança de
saúde do trabalhador, continuamos perseguindo
metas para o trabalho decente, lançamos o Plano
de Gestão em Logística Sustentável com o objetivo
de garantir eficiência, celeridade e qualidade
nos serviços de atendimento, redução dos gastos
públicos e desburocratização e implantamos
a Política de Gestão de Pessoas na busca da
democratização nas relações de trabalho e novas
práticas de gestão.
Esta revista se coloca como um canal de
comunicação qualificado entre trabalhadores e
empregadores, representações sindicais, gestores
públicos, jornalistas, servidores e sociedade como
um todo.
Reconhecemos, no entanto, que precisamos
avançar ainda mais “pra além dos cravos
vermelhos” na expressão de Nietche, como
sentimento de brasilidade e pertencimento.
Boa Leitura!
Manoel Dias
Ministro do Trabalho e Emprego
 Revista

TRABALHO

Para
& EMPREGO

entender Expediente
A Revista Trabalho e Emprego é distribuída trimestralmente e traz PRESIDENTE DA REPÚBLICA
em seu projeto editorial uma abordagem diferente e original dos Dilma Rousseff
temas relacionados aos programas e linhas de atuação do Ministério
do Trabalho e Emprego. Toda a informação está organizada em MINISTRO DO TRABALHO E EMPREGO 
cinco eixos editoriais, na seguinte ordem: Manoel Dias 

CHEFE DE GABINETE 
André Menegotto

1.
Prosperidade SECRETÁRIO-EXECUTIVO
Francisco José Pontes Ibiapina

SECRETÁRIO DE INSPEÇÃO DO TRABALHO

Paulo Sérgio de Almeida

SECRETÁRIO NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA

Vocação Paul Israel Singer

2.
SECRETÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE EMPREGO
Giovanni Correa Queiroz

SECRETÁRIO DE RELAÇÕES DO TRABALHO

Manoel Messias N. Melo

ASSESSOR ESPECIAL DO MINISTRO 

Antonio Marcos Horostecki

3. Oportunidade CHEFE DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Bruno Ribeiro Cardoso

JORNALISTAS: Edvaldo Santos, Maristela Leitão, Alexandre

Retamal, Lorrane Freitas, Roseli Salete, Cristiano Torres, Juliana
Santana, Elói Dallagnol, Simone Carvalho e Cecilia Kruel

COMUNICAÇÃO 
Integridade Assessoria de Comunicação do Ministério do Trabalho e Emprego

4.
/ Partners Comunicação Integrada 

FOTOGRAFIA
Renato Alves e Kenedy Brayn

... ...
ILLUSTRAÇÕES
Willian Melo

5.
PROJETO GRÁFICO
Diálogo Raquel Freitas e Willian Melo

PROJETO EDITORIAL
Raquel Freitas: DRT/MG-09198JP e Alexandre Retamal
DRT/DF-5024/05
Todos os eixos privilegiam uma relação de proximidade e utilidade entre
os leitores e a revista. E foram criados para facilitar a leitura e incentivar a PERIODICIDADE
colaboração. Para contribuir com uma sugestão de pauta para a próxima Trimestral
edição, envie um e-mail para revistatrabalhoeemprego@mte.gov.br
ou fale conosco através dos telefones (61) 2031-2420 ou 2031-6537. IMPRESSÃO
Colabore! Coronario Gráfica | tiragem: 30 mil exemplares

05
Revista

TRABALHO
& EMPREGO

Prosperidade

Apoio do MTE fortalece redes de

Cooperação Solidária
Com o intuito de promover a articulação econômica dos empreendimentos solidários, desde 2012,
o Órgão já investiu cerca de 45,7 milhões e beneficiou 1850 empreendimentos

A
economia Solidária produtivas, de ações de inserção
compreende uma no mercado e de fortalecimento
diversidade de práticas institucional, a SENAES lançou, em
econômicas e sociais 2012, a Chamada Pública 04, que
organizadas sob a já resultou em investimentos de R$
forma de cooperativas, 45.7 milhões no apoio as Redes de
associações, clubes, empresas Cooperação Solidária (Redes Ecosol).
autogestionárias, redes de cooperação, O objetivo foi fomentar arranjos
que realizam atividades de produção econômicos territoriais e setoriais, com
de bens, prestação de serviços, trocas, vistas à promoção do desenvolvimento
comércio justo, finanças e consumo sustentável e à superação da extrema
solidário. pobreza no âmbito do Brasil sem Miséria.
Com o intuito de promover a articulação A Chamada da SENAES possibilitou o
econômica entre esses empreendimentos, atendimento a 1.850 empreendimentos
por meio da constituição de cadeias econômicos solidários (EES), organizados
em 150 Redes de Cooperação Solidárias
(Ecosol), através do estabelecimento de
24 convênios e um termo de cooperação
técnica com universidade.
A organização dos EES em Redes
também é fundamental para o exercício
das práticas econômicas coletivas
que extrapolam o universo do próprio
empreendimento. “Do ponto de vista
político, a organização dos EES em
rede permite a ampliação do poder de
gerência sobre os resultados das diversas
etapas do processo produtivo, aferindo
uma renda justa para seus integrantes”,
avalia.

06
 Revista

TRABALHO
& EMPREGO

“A parceria da SENAES no processo de
organização tem sido imprescindível,
uma vez que garante a visibilidade
ao trabalho realizado pelas mulheres,
mostrando sua capacidade produtiva
e administrativa, potencializando a
produtividade a partir da qualificação
do trabalho. O que possibilita a
conquista de mercados mais seguros e
permanentes para os produtos”.
Alex Barcelos é coordenador da União
Popular de Mulheres (UPM). Para o
dirigente, a parceria com a SENAES
fortaleceu o trabalho que a instituição
realiza na periferia da capital paulista
ao dar mais visibilidade ao trabalho
realizado pelos empreendimentos da
Rede. “Foi muito importante contar
com a Senaes, pois a gente conseguiu
dar visibilidade ao trabalho das
pessoas”, observa.
“
Foi muito impor-
tante a parceria com Redes Ecosol
a Senaes, pois a gen-
te conseguiu dar visi- As Redes Ecosol são compostas
bilidade ao trabalho “ por cooperativas, empresas
autogestionárias, grupos de
das pessoas. produção, entre outros, que
realizam atividades econômicas
Flávia Stela, que administra o Café de prestação de serviços,
da Torre, no mirante da Torre de de fundos de crédito, de
TV, em Brasília, acredita que o comercialização de bens, cujos
fortalecimento das Redes, favorece as
organizações e os parceiros estratégicos. participantes ou sócios são
trabalhadores dos meios urbanos
“Para o desenvolvimento de projetos e
programas, a Rede Terra, por exemplo, e rural e exercem a gestão de sua
articula o apoio de várias organizações
atividade e a alocação e resultados
sociais, grupos e coletivos de produção,
de forma coletiva.
além de entidades do Terceiro Setor, de
pesquisa técnica e organizações públicas”,
explica.

Empreendimentos Econômicos Solidários (EES)

Formas de Atividades Características
Organização
Cooperativa Produção Autogestão (decisões
Associação coletivas);
Prestação de
Grupo informal serviços Solidariedade;
Fundo rotativo Comercialização Comércio Justo e
Sustentável;
Banco Crédito e finanças
comunitário Cooperação.
solidárias
Clube de trocas
Consumo
Redes de
cooperação Trocas, etc.
Empresa
Recuperada

07
FAT financia
setor produtivo e
impulsiona economia
Para 2015, o Fundo tem um orçamento de R$ 76,4 bilhões para
custeio dos benefícios do Seguro­-Desemprego, Abono Salarial
e financiamento de programas de desenvolvimento.
R
esponsável pelo pagamento
dos benefícios do Abono
Salarial e Seguro-Desemprego,
que somente no ano passado
representaram uma
injeção de mais de R$ 50
bilhões na economia, o Fundo de Amparo
ao Trabalhador (FAT) tem se firmado
como uma das mais importantes fontes
de recursos de financiamentos para o
desenvolvimento econômico e social
do país. Seus recursos têm significativo
impacto na geração de trabalho,
emprego, renda e melhoria na qualidade
de vida da população brasileira.
Entre os exercícios de 2005 e 2014, o
patrimônio do FAT cresceu cerca de 8,53%
ao ano. Alcançou R$ 246,87 bilhões no
final do terceiro bimestre de 2015, com
crescimento de 6,24% em relação ao final
do exercício de 2014. Desse montante, R$
190,62 bilhões (77,22%) são aplicados em
empréstimos ao BNDES; R$ 33,80 bilhões
(13,69%) em títulos públicos no Fundo BB
Extramercado; e R$ 22,19 bilhões (8,99%) em
Depósitos Especiais, via bancos oficiais como o
BNDES, Banco do Brasil, BNB, BASA, CAIXA
e FINEP. Todos esses valores são destinados a
programas e linhas de crédito especiais.
Os recursos aplicados no BNDES, por exemplo,
financiam programas de ampliação e de
diversificação das exportações, reestruturação
da indústria e para a expansão e adequação da
infraestrutura a cargo da iniciativa privada,
com ênfase nos investimentos em energia
e telecomunicações. O FAT contribui ainda
para que o BNDES possa aprimorar e ampliar
os canais de acesso ao crédito às micros, financiamento à programas de fomento e
pequenas e médias empresas, bem como investimento a micros e pequenas empresas e
fortalecer o mercado de capitais e reduzir os linhas de crédito especiais, com juros atrativos
desequilíbrios regionais. – os chamados depósitos especiais – o FAT
impulsiona também a geração de emprego
e renda por intermédio das instituições
Em 2016, o FAT contará com um orçamento
financeiras oficiais federais. Em 2015, o Fundo
de R$ 76,4 bilhões, sendo R$ 17,1 bilhões
prevê destinar R$ 3,7 bilhões para programas
destinados ao pagamento do Abono Salarial
como o FAT Fomentar, direcionado ao
para 23,4 milhões de trabalhadores e R$
fortalecimento de micros e pequenas
34,8 bilhões com o Seguro­- Desemprego dos
empresas, com investimento de R$ 1,6 bilhão.
7,9 milhões de trabalhadores com direito ao
Há ainda o Programa de Geração de Emprego
benefício. Assim, os gastos com o pagamento
e Renda - PROGER Urbano Empresarial,
dos benefícios pode chegar a R$ 52 bilhões no
direcionado ao financiamento de linhas de
próximo ano.
crédito de investimento e capital de giro para
micro e pequenas empresas, cujo orçamento
Financiamento à produção – Por meio do para este ano é de R$ 1.1 bilhão.
PROJEÇÕES DE DESPESAS E RECEITAS DO FAT
PROGRAMAS E LINHAS DE
2014 2015
CRÉDITO ESPECIAIS
Arrecadação da Contribuição PIS/PASEP 53.883,9 54.183,1
Dedução por DRU (10.776,8) (10.836,6)
1. Receita da Contribuição PIS/PASEP 43.107,1 43.346,5
2. Receitas de Remunerações 12.695,3 13.055,4
3. Recursos do Tesouro Nacional (*) 13.842,6 6.751,0
4. Outras Receitas 465,0 1.278,9
Total das Receitas (A) 70.110,1 64.431,8
1. Seguro-Desemprego - Benefício 35.955,8 38.689,1
2. Abono Salarial - Benefício 15.876,7 10.125,7
3. Outras Despesas Correntes (*) 519,5 718,4
Total das Despesas (B) 52.352,1 49.533,3
Resultado econômico (C = A - B) 17.758,0 14.898,5
4. Empréstimos ao BNDES - Art.239/CF (D) 16.906,8 17.338,6
Total dasObrigações ( E = B + D) 69.258,8 66.871,9
Resultado Nominal (A - E) 851,2 (2.440,1)
PATRIMÔNIO FINANCEIRO DO FAT 232.143,9 247.042,4
08
O PROGER tem por finalidade
incrementar a política pública de combate
ao desemprego, mediante financiamentos
a micro e pequenos empreendedores,
nos setores formal e informal da economia.
Atualmente, o programa está presente em
mais de 3.600 municípios brasileiros com
o objetivo de desenvolver infraestrutura
que propicie aumento da competitividade
do país e a melhoria das condições de
vida dos trabalhadores, em especial os de
baixa renda. Outro objetivo é estimular
as exportações brasileiras, as cadeias
produtivas e a democratização do crédito
popular.
diretamente com o microempreendedor,
oferecendo orientação financeira antes,
durante e após a concessão do crédito.
As operações são direcionadas a pessoas
físicas, empreendedores individuais e
microempresas com faturamento de
até R$ 120 mil anuais, para valores de
financiamento até R$ 15 mil, destinados a
capital de giro ou investimento.
Desde 2008, já foram realizadas mais
PROGRAMAÇÃO ANUAL DE DEPÓSITOS ESPECIAIS DO FAT
Exercício de 2015
de 23,83 milhões de operações de
microcrédito, atendendo mais de 24
milhões de clientes, com um volume
concedido superior a R$ 51 bilhões.
Até final do terceiro bimestre de 2015,
foram aplicados em depósitos especiais
do FAT nas instituições financeiras oficiais
federais, o montante de R$ 1,86 bilhão,
representando 50,41% do valor de R$ 3,7
bilhões programado para o ano.

Microcrédito – Além do PROGER, tem ALOCAÇÕES

grande importância o Programa Nacional PROGRAMAS E LINHAS DE AUTORIZADAS PELO
de Microcrédito Produtivo Orientado CRÉDITO ESPECIAIS CODEFAT - RES. 740/2014
VALOR (R$ MILHÕES)
(PNMPO), instituído pela Lei nº 11.110
para incentivar a geração de trabalho Programas 3.560,0
e renda entre microempreendedores FAT - Fomentar 1.600,0
populares. O PNMPO desempenha papel
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS 1.600,0
relevante no compromisso assumido pelo
governo federal de estímulo à inclusão FAT - PNMPO 260,0
produtiva e geração de trabalho e renda. PROGER Urbando 1.100,0
Sua principal finalidade é universalizar Investimento 1.070,0
o acesso ao crédito para os negócios
populares de pequeno porte, estimulando o
Micros e Pequenas Empresas, Coop., Liberais, Outros 1.070,0
empreendedorismo como ferramenta para PROGER Exportação 30,0
o enfretamento da pobreza e da exclusão PRONAF 600,0
social. Investimento 600,0
O grande diferencial do programa está Linhas de Crédito Especiais 140,0
na metodologia de oferta de crédito, por FAT - Taxista 140,0
meio de agentes que se relacionam TOTAL 3.700,0

09
FGTS vai investir
R$ 84 bilhões na
economia em 2015
Recursos do Fundo são
aplicados em grandes obras
de infraestrutura urbana,
saneamento e, principalmente,
na habitação para cidadãos de
baixa renda
O
financiamento de grandes
obras de infraestrutura,
saneamento e, construção
de unidades habitacionais
à população de baixa
renda têm sido uma
das estratégias do Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS) para patrocinar
o desenvolvimento do país e, ao mesmo
tempo, impulsionar a geração de postos de
trabalho.
Em 2015, o FGTS tem disponível para
investimentos nessas três áreas o maior
orçamento de sua história: um montante
de aproximadamente R$ 84 bilhões. Até
2018, o ciclo deve somar R$ 300 bilhões,
garantindo crédito de longo prazo
para setores considerados cruciais ao
desenvolvimento econômico do país e, de
quebra, garantir mais de 3,7 milhões de
empregos no ano.
“Os investimentos provenientes do FGTS são
fundamentais para o nosso país. É por meio
dos investimentos do Fundo em grandes
obras que garantimos, além de melhorias
na vida do cidadão, ­principalmente o
de baixa renda por meio dos recursos
ao financiamento da casa própria, ­ a
manutenção e a geração de postos de
trabalho, com destaque para o setor da
construção civil”, ressaltou o ministro do
Trabalho e Emprego, Manoel Dias, que
preside o Conselho Curador do FGTS,
órgão responsável por autorizar a aplicação
dos recursos do Fundo na economia.
“
Os investimen-
tos provenientes
do FGTS são fun-
damentais para o “ agosto, já foram aplicados R$ 30,5 bilhões,
nosso país.
Dias destaca que, somente no ano passado,
foram contratados R$ 43,1 bilhões em
habitação, que beneficiaram 480 mil famílias
por meio do Programa Minha Casa Minha
Vida e contribuíram para a geração ou
manutenção de mais de 3,4 milhões de postos
de trabalho. Houve ainda investimentos
de R$ 6,7 bilhões em saneamento e R$ 6,2
bilhões em infraestrutura, totalizando R$ 56
bilhões no período.
Para este ano serão R$ 62,96 bilhões somente
10
no setor de habitação, sendo R$ 55,26
bilhões para financiamento à compra da
casa própria por famílias de baixa renda. “Há
ainda R$ 8,9 bilhões destinados ao subsídio à
compra de imóveis para cidadãos que, sem a
ajuda do FGTS, não teriam como ter acesso”,
frisou o ministro.
Se todo o recurso previsto for aplicado
este ano, a estimativa do alcance social é
proporcionar unidades habitacionais a 547
mil famílias. Segundo o secretário-executivo
do FGTS, Quenio Cerqueira, até 10 de
sendo 98% somente em habitação.
“Os investimentos em saneamento e
infraestrutura possuem complexidade
maior e, geralmente, possuem um menor
ritmo de contratação”, explicou Quenio,
ressaltando que, das políticas financiadas
pelo Fundo, destacam­ -se os programas
“Carta de Crédito – Individual” e “Pró­
Cotista”, destinados à pessoas físicas, e os
programas “Apoio à Produção”, “Carta
de Crédito ­ Associativo Entidades”, “Pró­
transporte” e “Saneamento para todos”,
destinados à pessoas jurídicas, Governos e
Entidades do setor público.
 ORÇAMENTO PLURIANUAL 2015 2016 2017 2018

1. Habitação 62.960.000 56.560.000 56.560.000 56.560.000

1.1 Financiamentos em
habitação popular
55.260.000 46.360.000 46.360.000 46.360.000
1.2 Descontos (subsídios)
habitação popular
8.900.000 8.900.000 8.900.000 8.900.000
1.3 Demais operações 7.700.000 1.300.000 1.300.000 1.300.000
2. Saneamento básico 7.500.000 7.800.000 7.850.000 8.350.000
3. Infraestrutura urbana 12.000.000 12.000.000 12.000.000 4.000.000
4. Operações urbanas consorciadas
(Operações que envolvem as 3 áreas de
investimento: habitação, saneamento e
1.500.000 500.000 500.000 500.000
infraestrutura)

TOTAL 83.960.000 76.860.000 76.910.000 69.410.000

FI­-FGTS tem disponível R$ 53,7 bilhões para

aplicação em grandes obras
já foram aplicados R$ 27,88 bilhões via
FI­-FGTS, além de reinvestimento de cerca
de R$ 7,5 bilhões, objeto de retorno das
aplicações”, detalhou Quenio Cerqueira.
O secretário destaca que a rentabilidade
do FI­ -FGTS, em 2014, foi em torno
de 7,71% a.a, bem acima dos 3% a.a.
se permanecessem parados em contas
do FGTS. “Até junho de 2015, os

“ Desde a criação do Fundo

de Investimento já foram
aplicados R$ 27,88 bilhões.
“ investimentos do FI­-FGTS alcançaram
28,32 bilhões e possibilitaram a
geração de 519.833 empregos diretos e
indiretos”, avalia.

Em 2007, ao instituir, por meio da Lei FI-FGTS - Gráfico por Setor

no 11.491, o Fundo de Investimento do Saldo
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 33,1%
(FI­-FGTS), o Conselho possibilitou que o
FGTS invista recursos em grandes obras
de infraestrutura, com foco nos setores Portos
de energia, portos, ferrovias, rodovias, Ferrovia
5,7%
hidrovias, saneamento e aeroportos. 6,5%
Rodovia
7,0%
Ao todo, o Fundo tem disponível para
investimento nesses setores, via FI-FGTS, Hidrovia
0,6%
um total de R$ 53,7 bilhões, o que
correspondente a 80% do seu patrimônio
líquido, apurado em 2013. Saneamento; 4,3%
Energia
26,5% BNDES
“Desde a criação do Fundo de Investimento, 17%

11
Revista

TRABALHO
& EMPREGO

Vocação

Ministério amplia meta para Aprendizagem Profissional

Intenção é permitir que 1,7 milhão de jovens entrem no mercado de trabalho até 2019

M
ais de 50% dos
aprendizes que
encerram seu primeiro
contrato continuam
a trabalhar no
mesmo local. Além
disso, 84% desse contingente permanece no
mundo do trabalho, com contrato formal,
ainda que em outra empresa. Os dados
– apurados pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) – mostram a importância da
Aprendizagem Profissional, responsável por
criar oportunidades e oferecer formação para
novos trabalhadores.
Aliada a outras ações realizadas nos últimos
13 anos, a Aprendizagem Profissional faz
parte de um amplo esforço do governo federal
para estimular a criação de um mercado
profissional mais qualificado no país. Por isso,
o MTE pretende ampliar as oportunidades de Plano Plurianual 2012-­2015 previa inserir
formação profissional e de acesso ao mercado 1.220.628 jovens até o fim de dezembro.
para adolescentes e jovens, com trabalho
decente e desenvolvimento social.
“As ações do MTE oferecem mais recursos
e oportunidades para a inserção de futuros
trabalhadores, mas o nosso desafio atual
é melhorar a qualidade do trabalho para
alcançar a retomada do pleno crescimento
econômico”, explica o ministro Manoel Dias,
que no Dia Internacional da Juventude, 12
de agosto, apresentou a nova meta de inserção
para o quadriênio 2016­ -2019: alcançar 1,7
milhão de jovens.
De 2012, até o primeiro semestre, foram
criadas no país 1.286.007 vagas para os
aprendizes. Somente este ano foram 224.173
novos postos. Já superada, a meta incluída no

12
 Revista

TRABALHO
& EMPREGO

Ana Alencastro, coordenadora ­ geral de

Preparação e Intermediação da Mão de
Obra Juvenil, conta que a aprendizagem
já alcançou, no país, uma boa visibilidade
como política pública de promoção de
trabalho decente e digno para adolescentes,
jovens e pessoas com deficiência. “O nosso
grande desafio, agora, é interiorizar a
aprendizagem, já que a legislação é dirigida
para as grandes empresas. As pequenas não
absorvem essa demanda”, justifica.

Alencastro afirma que houve uma forte

expansão do mercado da aprendizagem
nos últimos anos. “Nós acompanhamos
essa questão desde 2005. Naquela época,
existiam pouco mais de 50 mil aprendizes. Em
2014, chegamos a 420 mil. E vem crescendo,
consistentemente, ano a ano”, informa.

Um dos instrumentos usados pelo MTE para

incrementar esse crescimento é a fiscalização
eletrônica, que ampliou a capacidade dos
auditores fiscais do Trabalho de alcançar
as empresas. Outra ferramenta importante
História
tem sido a mobilização social, por meio dos

fóruns estaduais e do Fórum Nacional
da Aprendizagem Profissional (FNAP),
coordenado pelo MTE, com representantes
dos ministérios do Trabalho e Educação, da
Secretaria Geral da Presidência da República,
do Ministério Público, centrais sindicais,
confederações, conselhos, Serviços
Nacionais de Aprendizagem e demais
instituições formadoras.
A
aprendizagem foi estabelecida
pela Lei no 10.097/2000 e
regulamentada pelo Decreto
no. 5.598/2005. As regras determinam
que empresas de médio e grande porte
são obrigadas a contratar adolescentes
e jovens entre 14 e 24 anos. A cota de
aprendizagem, que varia de 5% a 15%,
por estabelecimento, é calculada sobre
Tribunal Regional do Trabalho de
Curitiba, Ricardo Tadeu da Fonseca,
primeiro juiz cego a trabalhar em
um tribunal brasileiro e também um
dos responsáveis pela criação da Lei
da Aprendizagem.
Fonseca ressalta que a formação

“
dos adolescentes e jovens e o
o total de empregados cujas funções
acesso ao mercado de trabalho é um
demandem formação profissional.
De 2012, até o Para pessoas com deficiência, o
compromisso que cabe, ao mesmo
tempo, à família, à sociedade e ao
primeiro semestre limite máximo de idade não existe.
Estado. “Está lá e é uma garantia

de 2015, foram cri- O MTE deve encaminhar à Casa

adas 1.286.007 vagas Civil, ainda este ano, um anteprojeto
de lei que propõe ampliar para
para aprendizes no a toda a administração pública
país. Somente neste direta, autárquica e fundacional,
a regulamentação para contratar
constitucional. Por isso, é um direito
dos aprendizes inegável e que deve
ser estendido para a administração
direta. Todas as organizações são
beneficiadas pela educação profissional
de um trabalhador que vai aprender

ano foram 224.173 “ aprendizes. Um dos apoiadores dessa

na prática, dentro de uma instituição
em pleno funcionamento”, defende.

novos postos.
proposta é o desembargador do

13
 SAÚDE em alta
Preocupação com bem estar aquece
mercado de trabalho de nutricionistas
O
s 105 mil profissionais
registrados no Conselho
Federal de Nutricionistas
(CFN) podem comemorar:
a necessidade de novos
hábitos alimentares para a
população tem ampliado consideravelmente
seu mercado de atuação. Para os brasileiros,
o aumento da expectativa de vida já é uma
realidade. Mas há agora outro desafio:
garantir uma vida mais saudável. Nesta
maratona, o auxílio do nutricionista é cada vez
mais requisitado.
Os cursos de Nutrição nas universidades
brasileiras oferecem formação generalista para
três áreas: gestão de produção de refeições,
clínica e saúde pública. No total, de acordo
com dados do Censo da Educação Superior,
314 instituições de ensino oferecem hoje
375 cursos de graduação na área, onde estão
matriculados quase 76 mil estudantes. A média
de formandos, ao ano, ultrapassa 10 mil.
Mas as oportunidades de trabalho também são
numerosas. No ranking das contratações de
nutricionistas, o primeiro lugar é ocupado pelo
setor público, onde atuam atualmente quase 11
mil profissionais. Entretanto, o crescimento
das admissões está constante para áreas
ligadas à medicina (7.783 postos), além de
estabelecimentos de alimentação (6.848 postos). promover, manter e recuperar a saúde. Trabalha
O estoque total de contratações de profissionais no âmbito da nutrição humana, criando soluções
de nutrição já está próximo a 40 mil pessoas, que resultem em uma melhor qualidade de vida.
segundo dados do CAGED/RAIS (2014). Para exercer a profissão, o especialista, com
diploma expedido por escolas de graduação
“O mercado ampliou muito, com várias em Nutrição, registradas no Ministério da
possibilidades de atuação, além das três Educação (MEC), deve estar regularmente
áreas clássicas. Os egressos têm trabalhado inscrito no CRN de sua jurisdição. A profissão
muito com nutrição esportiva, atendendo foi criada pela Lei no 5.276, de 24 de abril de
mais em consultórios, sendo profissionais 1967, e regulamentada em 17 de setembro de
importantes em clínicas de cirurgias bariátricas, 1991, pela Lei no 8.234.
de tratamento de diabetes, câncer, entre
outras”, diz Raquel Assunção Botelho, chefe do
Departamento de Nutrição da Universidade de
Brasília (UNB).
A possibilidade de atuar em ramos diversificados
é outro ponto favorável. “Um trabalho que
cresceu foi o de “personal dieter, pois as pessoas
querem um acompanhamento direto. Outro
nicho é a criação de negócios, como a venda de
lanches alternativos e saladas prontas. Existem
várias empresas de nutricionistas que oferecem
esses serviços, além de cursos práticos como
as oficinas de culinária de alimentação
complementar e de alimentação saudável”,
explica Raquel.
O nutricionista é um profissional da área da
saúde capacitado para estudar as necessidades Nutricionista Raquel Assunção Botelho
nutricionais de indivíduos ou grupos a fim de valoriza aquecimento do mercado
14
 ASSINATURA DO EMPREGADOR

Todos os dias, novos empregos são criados. E com mais trabalhadores com carteira assinada, mais pessoas são beneficiadas pelo
FGTS. Mantendo o pagamento do FGTS em dia, temos mais gente perto de realizar o sonho da casa própria e mais investimentos
no país. São obras que levam saneamento básico para milhares de famílias, fornecem energia para casas e indústrias e constroem
novas rodovias. Você e o FGTS deixando o Brasil cada vez mais forte e avançando para um futuro melhor.

Acesse www.fgts.gov.br e saiba mais.

Revista
TRABALHO
& EMPREGO
Oportunidade
Conquistas da última década fortalecem o
mercado e auxiliam recuperação do emprego
Para enfrentar o atual cenário econômico, o MTE criou diversos instrumentos, como
o Portal Mais Emprego
Q
uando eclodiu a crise
econômica mundial, em 2008,
o governo brasileiro decidiu
implementar uma série de medidas, que
ficaram conhecidas como anticíclicas,
responsáveis por estimular o crescimento
do mercado interno – e que preservaram
os investimentos nos programas sociais.
O resultado é conhecido por todos: o
Brasil continuou gerando mais de um
milhão de postos de trabalho, em média,
por ano, num ciclo virtuoso que durou
mais de uma década.
Desde 2003, foram 23 milhões de
trabalhadores com carteira assinada
e 51 milhões de pessoas retiradas
da pobreza. Uma população que foi
também beneficiada pela ampliação
consistente do poder de compra do
salário mínimo, cujo ganho real chegou
a 75% acima da inflação.
Segundo o ministro do Trabalho e
Emprego, Manoel Dias, em 2014, o
país conquistou mais uma marca recorde:
o desemprego atingiu a menor taxa anual
de sua historia: 4,8%. “Para falar de
geração de empregos, no Brasil de hoje,
precisamos olhar para traz, para o que
tínhamos no final da década de 1990 e o
que conquistamos até agora. O dado mais
contundente é termos dobrado a massa
de empregados com carteira assinada,
que passou de 41 milhões, em 2014”,
defende Dias.
16
Essas conquistas dos últimos anos
também criaram melhores condições
para enfrentar os atuais desafios, num
momento de retração da atividade
econômica, que afeta a saúde financeira
das empresas e põe em risco as conquistas
recentes, sobretudo no que se refere à
geração de postos de trabalho.
Nos primeiros sete meses de 2015,
segundo dados do Cadastro­Geral de
Empregados e Desempregados (Caged),
a queda registrada no emprego atingiu o
montante de ­494.386 postos de trabalho,
ou ­ 1,20%. Foram 11.286.776 admissões
contra 11.781.162 desligamentos, de
janeiro a julho.

Perspectivas
positivas
C
ontudo, o Caged também
demonstra que a agropecuária
continua criando empregos no
país. Em julho, pelo quarto
mês seguido, foram 24.465 novos postos
– um crescimento de 1,51%. Trata­-se do
melhor resultado para o setor neste mês,
desde 2010.
Manoel Dias explica que o lançamento
do Plano Safra 2015/16, feito pela
Presidenta Dilma Rousseff, trouxe mais
R$ 187 bilhões para investimentos na
agricultura e na pecuária, um aporte de
recursos que tem reflexos diretos no
mercado. “Além disso, o governo federal
mantém os recursos aplicados e ampliou
o valor do investimento nesses setores,
o que demonstra que o Brasil dá
continuidade às suas políticas públicas e
ao fortalecimento da economia”, defende.
É importante ainda elencar os benefícios
econômicos gerados pelos programas
sociais do governo federal. Em 2015, há
mais de 50 milhões de pessoas no Brasil
“ Além disso, o
governo federal am-
pliou o valor do in-
vestimento, o que
demonstra que o
Brasil dá continui-
dade às suas políti-
cas públicas e ao
fortalecimento da “
economia.
participando do Bolsa Família, que
irriga as finanças das pequenas cidades
e gera, consequentemente, vagas de
trabalho.
O Minha Casa, Minha vida é outro bom
exemplo. Até 2018, a previsão é de que 27
milhões de brasileiros sejam beneficiados
com o direito a comprarem uma casa
própria.
Há ainda o Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço – FGTS, cujo orçamento para
financiamento de moradias, em 2015, é de
62,9 bilhões reais. Para que as mais de 545
mil unidades previstas sejam construídas,
a expectativa é de que sejam gerados
cerca de 2,5 milhões de empregos.
Além disso, e apesar dos prognósticos
ruins de alguns setores produtivos,
nos quatro primeiros meses de 2015,
segundo o Banco Central brasileiro,
investidores estrangeiros aportaram R$
17,5 bilhões no país. E grandes grupos
econômicos planejam manter e ampliar
seus investimentos. Isso significa mais
oportunidades de trabalho em todas as
regiões brasileiras.
17
Revista
TRABALHO
& EMPREGO
Contribuições
do MTE
O MTE também está fazendo sua parte
e contribuindo de maneira significativa
nesse processo. Modernizou sua
estrutura para auxiliar melhor e
proteger os trabalhadores. Criou, por
exemplo, o Portal Mais Empregos,
onde desempregados podem tomar
conhecimento de vagas de emprego em
todo o país e se candidatar a elas por meio
de uma plataforma digital disponível no
portal do MTE da internet ou em www.
maisemprego.mte.gov.br.
Até agosto de 2015, o portal disponibilizou
1,1 milhão de vagas de trabalho. O setor
de Serviços foi o que mais ofereceu
oportunidades, com 557.037 postos de
trabalho, seguido do Comércio, com
241.212, e Agropecuária, com 22.088.
Outro exemplo é o Sistema de
Atendimentos Agendadas (SAA) nas
agências do Ministério em todos os
estados brasileiros, que já acontece
por um sistema totalmente online. E
está também sendo implantada uma
versão digital da Carteira de Trabalho
e Previdência Social.
PPE: Programa de Proteção ao
Emprego estimula economia e
reduz gastos do governo

Previsão é reduzir em R$ 191

milhões os gastos com o paga-
mento do seguro- desemprego e
atender 50 mil trabalhadores

O
governo federal criou este
ano um novo instrumento de
combate ao desemprego, inédito
no Brasil, mas que já foi usado
por países como Alemanha, Canadá e Japão.
O Programa de Proteção ao Emprego (PPE),
instituído pela Medida Provisória N° 680, de
6 de julho de 2015, estimula a permanência
dos trabalhadores em empresas que se
encontram em dificuldades financeiras
temporárias. A proposta permite reduzir a
jornada do trabalhador em até 30%. Mas
cabe ao governo garantir a reposição de 50%
da perda salarial do empregado, enquanto a
empresa fica obrigada a preservar seu posto
de trabalho.
Para o ministro do Trabalho e Emprego,
Manoel Dias, o objetivo principal é permitir
a manutenção de milhares de empregos, mas
a iniciativa ainda favorece a saúde financeira
do FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador,
financiador do PPE e do seguro-desemprego.
“Além de garantir a permanência do cidadão
na empresa, essa proposta permite a redução de
R$ 191 milhões nos gastos com o pagamento
do seguro-desemprego, se comparada com a
projeção de despesa líquida do PPE, que é de
cerca de R$ 68 milhões, em uma estimativa de
50 mil trabalhadores atendidos”, avaliou.
A medida, que é emergencial e temporária,
e foi adotada por indicação da Organização
Internacional do Trabalho (OIT). O
PPE preserva os empregos formais
num momento de retração da atividade
econômica e auxilia na recuperação da saúde
econômica e financeira das empresas, fatores
indispensáveis para retomar o crescimento
econômico. Além disso, estimula a
produtividade, ao aumentar a duração do
vínculo trabalhista e a negociação coletiva,
aperfeiçoando as relações de trabalho.

A medida traz benefícios para todos os

envolvidos. O trabalhador preserva o seu
emprego, o saldo do FGTS e permanece
com todos os benefícios trabalhistas. As
empresas continuam com seus funcionários
qualificados e reduzem os custos com demissão,
contratação e treinamento, além de diminuir
temporariamente os gastos com salários em
30%. E o Estado mantém parte da arrecadação
com as contribuições sociais incidentes sobre os Entrevista coletiva após o lançamento
do PPE, no Palácio no Planalto
salários.

18

aCORDO COLETIVO
As empresas e os trabalhadores devem
fixar a decisão de aderir ao PPE por meio
de Acordo Coletivo específico. À empresa
cabe ainda comprovar a situação de dificul-
dade econômica e financeira. O período
de adesão vai até o fim deste ano e o Pro-
grama está previsto para funcionar até 31
de dezembro de 2016. As empresas podem
participar do PPE por um prazo de seis a 12
meses.
Depois da adesão, as empresas não podem
dispensar os empregados que tiveram sua
jornada de trabalho reduzida temporari-
amente. No final, o vínculo trabalhista terá
estabilidade pelo prazo equivalente a um
terço do período envolvido.
As primeiras
As empresas Grammer do Brasil, Rassine
NHK Autopeças e Caterpillar do Brasil foram
as primeiras a receberem Termos de Adesão
ao PPE. A participação delas beneficiará 2,5
mil trabalhadores, proporcionando uma eco-
nomia de R$ 6 milhões ao (FAT).
A Rassine NHK aderiu com 551 trabal-
hadores, pelo período de três meses, e
redução de 15% da jornada de trabalho e do
salário. Já a Grammer e a Caterpillar firmar-
am a adesão por seis meses, com redução de
20% na carga horária e nos vencimentos de,
respectivamente, 451 e 1.498 funcionários.
Os gastos com seguro-desemprego, caso
esses trabalhadores fossem demitidos, re-
sultariam num dispêndio estimado em R$
11,5 milhões. Mas com a adesão das empre-
sas, serão usados recursos do FAT – R$ 5,7
milhões – para pagar os benefícios do Programa,
provocando uma economia de 51%.
Depois, até o final de setembro, outras três em-
presas aderiram ao PPE. A Pricol do Brasil Com-
ponentes Automotivos, a Indústria de Serras Dal
Pino LTDA e a Mercedez-Benz do Brasil LTDA
participarão do Programa por seis meses, benefi-
ciando mais 9.249 trabalhadores brasileiros, que
receberão um montante de quase R$ 33,9 milhões
oriundos do FAT.
HISTÓRIA
O
Entrevista coletiva: 28/07, após lançamento da regulamentação do PPE
Programa de Proteção ao
Repercussão positiva
Emprego (PPE) foi inspirado
numa medida usada na Ale-
manha após a crise de 2009, conhecida
O PPE foi exaltado por representantes dos di- como Kurzarbeit (trabalho curto,
versos setores envolvidos, no governo e entre em alemão) e que foi um dos prin-
empresários e trabalhadores, que consideram cipais instrumentos para conter o
as medidas importantes para estimular o cresci- desemprego. Cerca de 1,5 milhão
mento do país. O presidente da Nova Central de pessoas foram atendidas no país
Sindical de Trabalhadores (NCST), José Calixto europeu, que preservou 400 mil em-
Ramos, lembrou que todas as centrais sindicais pregos, de acordo com um relatório
já manifestaram, à presidente Dilma Rousseff, o da Organização para a Cooperação
apoio ao programa. “Patrões e empregados, todos, e Desenvolvimento Econômico
estão imbuídos de uma disposição para suavizar, (OCDE).
nesse momento de crise, os impactos sobre tra-
balhadores e empregadores”, destacou Calixto. O Kurzarbeit foi usado pela primeira
vez na Alemanha antes da Segunda
O presidente da Associação Nacional dos Fabri- Guerra Mundial e após a queda do
cantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luis Muro de Berlim e a Reunificação,
Moan, criticou o ambiente de pessimismo, que por causa da situação econômica da
considera como um dos responsáveis pelo atual antiga Alemanha Oriental.
cenário, e enfatizou os aspectos positivos do Pro-
grama e a parceria com o governo federal. “O
PPE é uma medida moderna e importante não
somente para o setor automotivo, mas para toda
“
atividade econômica, e vai nos permitir manter os
investimentos”, assegurou. Além de garantir
a permanência do
No dia seguinte ao lançamento do PPE, os par-
tidos da base aliada soltaram uma nota, manife-
cidadão no posto de
stando apoio à Medida Provisória 680, instituiu trabalho, essa proposta
o programa: “Os partidos que integram o bloco permite a redução
de sustentação do Governo da presidenta Dilma
Rousseff saúdam a edição da MP. Debatido am- de R$ 191 milhões
plamente com as centrais sindicais e entidades nos gastos com o
representativas do empresariado, a medida
preserva empregos e colabora para a retomada
pagamento do “
do crescimento econômico”, diz o texto. seguro-desemprego
Ministro Manoel Dias
19
 COMO FUNCIONA O PPE
O
programa permite reduzir a jornada
de trabalho em até 30%, com
uma complementação de 50% da
perda salarial pelo Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT), limitada a 65% do maior
benefício do seguro-desemprego.
INSS e FGTS
A contribuição do empregado e do
empregador incidirá sobre o salário com
a complementação, ou seja, sobre 85% do
salário original (incluindo a parcela paga
pelo governo federal).
O custo de salários e encargos para o
empregador caem em 27%.
QUEM PODE PARTICIPAR
Qualquer empresa, de todos os setores
produtivos, que comprovar situação de
dificuldade econômico-financeira por meio
desse índice, pode aderir ao PPE.
COMO ADERIR
Além de os trabalhadores fixarem, por
meio de Acordo Coletivo específico, a
decisão de concordar com a adesão ao PPE,
essa empresa deve também comprovar
sua situação de dificuldade econômica e
financeira.
O Indicador Líquido de Empregos (ILE) é a
principal referência para essa comprovação.
CPPE O mesmo vale para as empresas que tiverem
demitido mais do que admitido funcionári-
O Conselho do Programa de Proteção os, já que seu ILE será negativo. Porém,
ao Emprego (CPPE) é formado por mesmo que a empresa obtenha um resul-
representantes dos ministérios do tado superior a 1%, poderá apresentar à
Planejamento, Fazenda, Trabalho e secretaria executiva do Conselho do PPE
Emprego, Desenvolvimento, Indústria e – responsável pela gestão do Programa
Comércio Exterior e da Secretaria‐Geral da – outras informações que julgar relevantes
Presidência da República. para comprovar sua situação de dificuldade.
ILE
CADASTRAMENTO
Será considerada em situação de dificuldade
A inclusão será por meio de formulário es-
econômico‐financeira a empresa, cujo ILE
pecífico dirigido ao Comitê e que pode ser
for igual ou inferior a 1%.
encontrado no Portais do MTE e Mais Em-
prego, na internet.
O ILE é simplesmente um percentual
que representa a diferença acumulada
entre o número de admissões e demissões
realizadas nos últimos doze meses, em
relação ao total (estoque) de empregados da
empresa verificado no 13º mês anterior ao
da solicitação de adesão ao PPE. Esses dados
deverão estar devidamente registrados
no Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados – CAGED.
CÁLCULO DO ILE
Se uma empresa que tem, atualmente, mil
empregados, contratou 120 nos últimos 12
meses e desligou 111, ela terá admitido nove
funcionários a mais do que demitiu no pe-
ríodo. Com isso, seu Indicador Líquido de
Empregos será positivo, com valor de 0,9%.
E, como o valor é inferior a 1%, essa empre-
sa estará habilitada para participar do PPE.
20
Revista

TRABALHO
& EMPREGO

Integridade

Política de oportunidades para imigrantes fundamenta

ações do Conselho Nacional de Imigração
Estrangeiros estão sendo absorvidos no mercado de trabalho nacional sem prejudicar brasileiros

A
relação entre o trabalho
e migração tem ganho
relevância na agenda global.
As crises econômicas,
políticas e sociais em
diversos países forçam um êxodo humano
contínuo e sem precedentes. Neste
cenário, mesmo com a curva imigratória
em alta desde 2008, o Brasil optou por
manter uma política de oportunidades
para os estrangeiros. A evolução deste
fluxo migratório e sua inserção no
mercado de trabalho é acompanhada
pelo Conselho Nacional de Imigração
(CNIg), órgão colegiado e vinculado ao
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
De acordo com o presidente do CNIg e
secretário de Inspeção do Trabalho do
MTE, Paulo Sérgio de Almeida, as ações
do Ministério consideram o trabalho um
dos aspectos mais importantes para a
integração dos imigrantes. Por isso, um
dos primeiros documentos recebidos ao
ingressar no país é a Carteira de Trabalho
e Previdência Social (CTPS).
Paulo Sérgio relata que, entre 2014 e
agosto de 2015, foram emitidas 88 mil
CTPS para estrangeiros. “Os estudos que
desenvolvemos comprovam que esses
cidadãos estão sendo absorvidos pelo
nosso mercado de trabalho sem impactar
a oferta de vagas para os brasileiros.
As informações que temos das centrais
sindicais e de empregadores mostram
até mesmo que a inserção dos imigrantes
viabiliza outras atividades, gerando vagas
de interesse para os brasileiros”, informa. Paulo Sérgio de Almeida, presidente do CNIg

22

Observatório das
Imigrações Internacionais
P Recomeçando a
ara acompanhar esse
fluxo de trabalhadores
imigrantes no Brasil
e a repercussão no mercado, o
CNIg criou, em parceria com a
Universidade de Brasília (UnB),
o Observatório das Migrações
Internacionais (OBMigra).
Segundo o diretor da entidade,
Leonardo Calvalcanti, os
dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados
(Caged), no primeiro trimestre
de 2015, demonstram que a
movimentação dos trabalhadores
imigrantes no mercado formal
manteve a tendência observada em
2014, com o número de admissões
superando o de demissões.
“O mercado laboral se mantem
contratando trabalhadores imigrantes.
Foram 1.762 admissões no primeiro
trimestre, contra 293 desligamentos.
Entre as nacionalidades que mais
se destacaram em 2015, nigerianos,
senegaleses, argentinos e portugueses”,
afirma Cavalcanti.
Revista
TRABALHO
& EMPREGO
Imigrantes haitianos junto com o Professor Duval Magalhães
“Meus pais estão felizes porque têm boas
notícias a meu respeito, sabem que estou
vida no Brasil
trabalhando no Ministério e olham para mim,
de lá do Haiti, alcançando meus sonhos aqui
no Brasil. Comecei minha carreira musical
Os estudos do OBMigra apontam ainda que e quero recuperar o que perdi com o
a imigração de jovens é a que mais ocorre no terremoto”, enfatiza Jean, que adotou o nome
Brasil, sendo a maioria latino-americanos. Porém, artístico de Free Thony e está finalizando seu
desde 2010, também vem se destacando africanos, primeiro CD, gravado em quatro idiomas
asiáticos e, sobretudo, haitianos. (francês, creoulo, inglês e português).
O terremoto, de 2010, forçou a migração de
60 mil haitianos para o Brasil. Em torno de
26 mil ingressaram com o visto humanitário,
estabelecido pela Resolução Normativa 97, do
Conselho Nacional de Imigração. Outros 34
mil, entraram pela fronteira com o Acre. Esses
imigrantes, segundo o professor Duval Magalhães
Fernandes (PUC/MG), um dos observadores
do CNIg, têm alcançado integração no país.
“Os empresários, inclusive, indicam que esses
trabalhadores têm contribuído de forma
expressiva nas atividades de suas empresas”,
atesta.
Entre eles, está Jean Thony Lucien (29), nascidos
em Porto Príncipe. O haitiano, que chegou
ao Brasil há três anos, está empregado, há oito
meses, no Ministério do Trabalho e Emprego,
em Brasília, por meio de uma empresa
terceirizada. O haitiano Jean Thony trabalha no MTE
23
Brasil é referência no
combate ao trabalho
escravo e infantil
Tema é prioridade para o governo
federal e a sociedade civil
H
á anos o Brasil é apontado por
organismos internacionais
como referência de ações
para erradicar o trabalho
infantil e escravo. Esse
reconhecimento se deve principalmente
à atuação conjunta do Governo Federal e
da sociedade civil, que consideram o tema
uma prioridade dentro da busca por gerar
integridade a todos os trabalhadores no
País, inclusive aos imigrantes. Boa parte
desse esforço é realizado pelo Ministério
do Trabalho e Emprego (MTE) a partir dos
auditores fiscais do Trabalho.
No combate a toda e qualquer forma
de trabalho infantil, o MTE procurou
dar maior ênfase a ações de fiscalização,
criando grupos específicos para o tema
ainda na década de 90. Desde então, o
Brasil conquistou avanços significativos.
Dados da UNICEF, mostram que de 1992
a 2013, o número de crianças entre 5 e 15
anos trabalhando passou de 5,4 milhões
para 1,3 milhão, uma redução de 73,6%.
Só em 2015, o MTE realizou 4.182
fiscalizações, que alcançaram 5.084 crianças
e adolescentes em condições insalubres.
As políticas afirmativas de redução da
desigualdade e de combate à pobreza
também determinantes nesse contexto. “À
medida em que uma família recebe um
suporte financeiro, por exemplo, do Bolsa só vão embora depois que o empregador
Família, tende a não colocar o filho para paga as verbas aos trabalhadores, quitando
trabalhar e complementar a renda”. dividas e garantindo o retorno a suas casas.
Grupo Móvel é destaque no Na sequência, esses cidadões têm direito
combate ao trabalho escravo ainda a três parcelas do seguro-desemprego.
Porém, mesmo depois dessas ações, muitos
retornam ao trabalho escravo, mostrando a
A atuação do governo na erradicação do
existência de um ciclo vicioso da escravidão
trabalho realizado em condição análoga à
de escravo tem se dado principalmente nas contemporânea.
ações fiscais de repressão aos empregadores
que cometem essa prática ilegal. Em 1995,
foi criado, pelo MTE, o Grupo Especial de
Fiscalização Móvel (GEFM) para o combate
ao trabalho escravo contemporâneo. Desde
então, mais de 49 mil trabalhadores foram
resgatados dessa condição degradante.
As denúncias representam a principal
forma de orientar as ações de fiscalização.
O denunciante pode buscar ajuda nas
Superintendências Regionais do Trabalho
e Emprego (SRTE) do MTE, no Ministério
Público do Trabalho, na Pastoral da Terra e
por meio do Disque 100, da Secretaria de
Direitos Humanos.
Após o recebimento da denúncia, o MTE
providência o envio ao GEFM, que analisa
a situação dos trabalhadores e registra as Por situações assim, em Mato Grosso, foi
violações em autos de infração. De acordo implementado o Projeto Ação Integrada.
com o que é encontrado, fica caracterizado Iniciado pela Superintendência Regional
Trabalhador resgatado em ação fiscal do
ou não o caso de trabalho escravo. Os fiscais
24
Trabalho e Emprego no Mato Grosso (SRTE/
MT), o Ministério Público do Trabalho de
Mato Grosso (MPT) e a Fundação Uniselva da
Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT),
com apoio da OIT. A ação visa a impedir a
reincidência dos trabalhadores resgatados. São
criadas condições efetivas de acolhimento social
e profissional aos trabalhadores resgatados
e vulneráveis ao trabalho escravo, com o
acolhimento psicossocial contínuo, formação
cidadã, qualificação profissional e inserção em
políticas públicas de emprego e renda.

De 2009 a 2015, o projeto realizou 36 cursos

de formação, que resultaram na alfabetização
e qualificação profissional de 643 pessoas. Um
dos beneficiados foi Geraldo José da Silva, um
alagoano de 48 anos, resgatado em uma ação
fiscal da SRTE/MT, em 2011, numa usina de
cana-de-açúcar.
Desde os 9 anos, Geraldo trabalhava com o
corte de cana. Durante mais de 14 anos foi
explorado nas lavouras, em condições de
trabalho análogas à escravidão. Participou
do projeto, sendo alfabetizado e qualificado
profissionalmente. “Éramos 25 resgatados,
mas nem todos quiseram entrar no projeto,
eu participei e mudei de vida”, afirmou.
Atualmente, ele é microempresário, tem uma
lan house, que sua esposa Lurdes administra,
e uma horta em que ele cultiva para vender os
produtos.
O que é trabalho infantil e escravo?
No Brasil, crianças ou adolescentes,
com menos de 16 anos, não podem
trabalhar sob qualquer condição, exceto
como aprendiz, a partir dos 14 anos.
Também é proibido para menores de 18
anos o trabalho noturno, perigoso ou
insalubre e os da lista das piores formas
de trabalho infantil (Lista TIP).
O trabalho infantil é proibido porque
crianças e adolescentes devem ter
garantidos os direitos de acesso à
educação, lazer e esporte. O trabalho
pode ser um impeditivo para que esses
direitos se concretizem. Além disso,
pode causar prejuízos à formação e ao
desenvolvimento integral de crianças e
adolescentes.
Já o trabalho análogo à escravo
ocorre quando os trabalhadores são
obrigados a realizar trabalhos forçados,
com jornada exaustiva, condições
degradantes, restrição da locomoção
e vigilância ostensiva no local de
trabalho.

Geraldo também afirma que as condições

de trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar
evoluíram bastante nos últimos anos, graças Mapa do Trabalho
as ações do Ministério. “Trabalhar é muito
Escravo no Brasil em 2015
importante, por isso, é preciso ter condições
boas. Depois que o MTE começou a bater nas
fazendas e usinas as condições melhoraram”,
afirma.

Microempresário, Geraldo também

produz alimentos na sua horta

25
Manoel Dias, Ministro do Trabalho e Emprego
MTE ENTREVISTA
Manoel Dias

Levantando a bandeira da
formalização no Brasil
Desde que assumiu o cargo de ministro do Trabalho e Emprego (MTE), em abril de 2013, o ministro Manoel Dias adotou como uma
das principais bandeiras de sua gestão a criação de condições para que trabalhadores informais, no Brasil, possam fazer uma transição
digna para a formalidade. Nessa entrevista, Dias explica as principais ações da pasta dedicadas ao tema e relata como os esforços
dentro do país tem repercutido positivamente em todo o mundo. Ao final, o ministro resume ainda alguns de seus planos para o futuro

Trabalho & Emprego - A transição da in-
formalidade para formalidade tem sido
uma das principais bandeiras da sua ad-
ministração. Por quê?
Ministro - Trata­-se de uma meta que repre-
senta a melhoria da qualidade do emprego e
o atendimento a uma demanda fundamen-
tal de todos os trabalhadores, que é o pleno
acesso aos direitos trabalhistas e previden-
ciários. A formalização acaba ainda com a
concorrência desleal, porque aquele em-
presário que paga suas obrigações tem di-
ficuldades de concorrer com alguém que
não contrata legalmente, ou seja, que não
formaliza o emprego.
Trabalho & Emprego - Desde 2013, o gov-
erno federal criou mais de 20 milhões
de empregos formais no Brasil. Qual o
impacto dessa formalização na economia
brasileira e na vida dos trabalhadores?
Ministro – A formalização é fundamen-
tal porque, na medida em que se criam 23
milhões de novos postos de trabalho,
isso representa que a economia tornou-­se
dinâmica. Você inclui mais pessoas no
mercado e, consequentemente mais pessoas
consumindo, o que desencadeia um ciclo
de prosperidade na economia. Ainda mais
quando esse processo de geração de em-
pregos formais é também acompanhando
da valorização do salário mínimo, cujos
aumentos superaram a inflação em cerca
de 76%, nos últimos 12 anos, servindo
de base e influenciando todos os outros
aumentos que os trabalhadores brasileiros
conquistaram.
Trabalho & Emprego - Quais as iniciati-
vas em curso atualmente, no MTE, para
ampliar ainda mais essa formalização
do emprego no Brasil?
Ministro – Nós lançamos este ano um
programa cujo objetivo, no decorrer de
2015, é formalizar o emprego de cerca de
400 mil trabalhadores, o que representará,
primeiramente o ingresso destes trabal-
hadores no mercado formal, mas também
uma aumento na arrecadação de mais de R$
2,3 bilhões.
Trabalho e Emprego - Recentemente,
na 104º Conferência Internacional do
Trabalho, da qual o senhor participou, foi
aprovada uma resolução sobre o tema.
O senhor estava presente e participou
da votação. Qual a importância dessa
resolução?
Ministro – A resolução implica em
estimular os países membros da Organi-
zação Internacional do Trabalho (OIT) a
tratarem com prioridade a formalização,
que trata de estabelecer para os cidadãos um
trabalho descente, digno e que tenha justa
remuneração. O Brasil, que até anos atrás
tinha 60% de trabalhadores informais
e 40% formais, conseguiu inverter essa
equação. Hoje, temos 60% de trabalhadores
formais, e 40% de informais. Nosso
objetivo é avançar e alcançar os 100%,
através de campanhas e fiscalização, afim de
incluir as pessoas no sistema produtivo e
social.
Trabalho & Emprego - O senhor citou di-
versos avanços que foram conquistados
no Brasil nesses últimos anos. A OIT
tem reconhecido esses esforços feitos no
Brasil ?
Ministro – Há um reconhecimento inter-
nacional com relação aos avanços que o
Brasil teve nesses últimos 12 anos, não só no
campo da geração de emprego e da valori-
zação do salário, mas em outros progra-
mas, como o combate ao trabalho análogo
ao de escravo, infantil e tantos outros que o
governo brasileiro empreendeu em seus
projetos de inclusão social e distribuição
de renda.
Trabalho & Emprego - No atual contexto
econômico, como recuperar e manter as
vagas de emprego?
Ministro – A transição da informalidade
para a formalidade, como política pública
de trabalho é fundamental porque cria con-
dições de empregabilidade.
Trabalho & Emprego - Além da formali-
zação, que outras ações o senhor con-
sidera determinantes para a manutenção
do equilíbrio e do desenvolvimento do
mercado de trabalho no Brasil?
Ministro – Estamos lançando a Univer-
sidade do Trabalhador, objetivando e
aprimorando a qualificação profissional
dos trabalhadores brasileiros. Com essa
plataforma, vamos também melhorar
a qualidade dos empregos. Outro foco
desse projeto são os programas dedicados
à juventude, pelos quais queremos criar
condições para que o imenso número de
jovens possa se preparar melhor para in-
gressar no mercado de trabalho.

27
Revista

TRABALHO

...
& EMPREGO

... ...
Diálogo

Ministro Manoel Dias visita obras da SRTE/ES.

Unidades de atendimento em todo o Brasil são reformadas

para aprimorar serviços prestados ao trabalhador
Mais de R$ 15,5 milhões foram investidos em uma série de construções novas e reformas

P
intura, substituição das A obra, tem 500 m² de área construída,
fachadas e telhados, adaptação com investimento de cerca de R$ 1,5
de rampas e banheiros às milhão, atenderá mais de 50 municípios e
normas de acessibilidade, troca uma população de 200 mil pessoas.
da infraestrutura elétrica e
hidráulica, implantação de novo
O projeto de modernização da SIRT/
sistema de combate a incêndio, dentre outros
CE impactará diretamente na qualidade
serviços, integram o Projeto Nacional de
e celeridade dos serviços oferecidos pela
Modernização do Ministério do Trabalho e
superintendência.
Emprego (MTE). Já foram descentralizados
mais de R$ 15,5 milhões para uma série
de construções novas e reformas iniciadas
nas instalações físicas das superintendências,
gerências regionais, agências e da pasta em
todo Brasil.

No Ceará, foi recentemente inaugurada

a Gerência Regional de Maracanaú, na Reforma da Superintendência Regional do
região metropolitana de Fortaleza (CE), Trabalho e Emprego do Espirito Santo

28

Curiosidades
no mundo
do trabalho
O dia 1 de maio é o Dia Internacional do estado da Bahia ficou 55 anos sem comemorar a
Trabalho. Oficializado no Brasil em 1925, marca data porque os governantes acreditavam que era
a luta por melhores condições de trabalho. uma contradição não trabalhar no dia do Trabalho.
O ex‐presidente Getúlio Vargas usava a data O empresário mexicano, Carlos Slim, considerado
Alessandra Silva, auxiliar de escritório.
A SIRT do Espírito Santo está passando
por reformas, mas o prédio provisório já
trouxe satisfação aos usuários, como conta
a moradora do município de Cariacica,
Alessandra Silva, de 37 anos, que procurou
a unidade para fazer a homologação de
um menor aprendiz. “Sou auxiliar de
escritório e sempre procuro o MTE. Esse
novo local é excelente, possui uma ótima
localização, é confortável, espaçoso e bem
iluminado. Sem falar no atendimento que é
de boa qualidade”, elogia.
A reforma e ampliação estão sendo custeadas
com recursos próprios da unidade.
Serão investidos, aproximadamente, R$
3 milhões, com a finalização prevista
para o início de 2016. “Recentemente,
foram entregues novas sedes das gerências
de Cachoeiro de Itapemirim e Colatina e
das agências de Serra, Vila Velha, Domingo
Martins e Vitória”, informa.
Revista
TRABALHO
& EMPREGO
para anunciar benefícios para os trabalhadores. A
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho (1943) e
o segundo homem mais rico do mundo declarou
a uma revista britânica que desejava que o final de
a Justiça do Trabalho (1942) tiveram suas criações semana fosse estendido para quatro dias por semana.
anunciadas na data. Você sabia que na CLT – Consolidação das
Mesmo sendo um feriado nacional no Brasil, o Leis do Trabalho existe um artigo que proíbe o
salário‐cachaça? “Em caso algum será permitido
o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas
nocivas”. (Redação dada pelo Decreto‐lei no 229, de
28.2.1967).
equipe técnica são fundamentais, pois
garantirão serviços com ainda mais
qualidade e agilidade em todo o país”.
Entre os órgãos federais, o MTE é
uma das instituições mais próximas
dos cidadãos, pois promove a garantia
de direitos essenciais. Na perspectiva de
ampliar o protagonismo do MTE.
Ainda estão previstos projetos de reforma
e construção nas superintendências
regionais de Alagoas, Amapá, Pará,
Rondônia e Rio de Janeiro. Só a regional
do Maranhão recebeu investimentos de
mais de R$ 7 milhões para a construção da
nova sede, na capital.
“
Entre os órgãos
federais, o MTE é uma
das instituições mais
próximas dos cidadãos,
pois promove a garantia “
de direitos essenciais.
Ministro Manoel Dias
Dentre as obras concluídas e inauguradas
neste ano, está a Gerência Regional de
Chapecó, localizada no oeste de Santa
Catarina. A nova sede, construída em
prédio mais amplo e moderno, atende
a uma média de 100 pessoas por dia e
responde por mais de 90 municípios do
oeste e extremo-­oeste do estado. Além da
nova estrutura de atendimento, também
recebeu mobiliários e computadores
novos.
Para o ministro do Trabalho e Emprego,
Ministro Manoel Dias anuncia nova
Manoel Dias, os recursos do MTE para sede da Superintendência Regional
infraestrutura e desenvolvimento da do Trabalho no MA
29
Modernizar
para avançar
na cidadania
Para melhorar a relação dos
trabalhadores com o MTE,
diversas iniciativas que buscam
reduzir custos, melhorar a
eficiência dos serviços e dar
mais agilidade e qualidade
ao atendimento estão sendo
implantadas
N
esse momento importante
da história recente do
país o MTE recuperando
seu protagonismo
desenvolvendo
programas, projetos e
ações de políticas públicas do mundo do
trabalho na melhoria da qualidade dos
serviços de atendimento e da garantia
dos direitos sociais e trabalhistas. A
modernização do MTE implica ações na
área técnica especialmente de fiscalização
online, emissão da carteira de trabalho
digital, desburocratização dos serviços,
diminuição das filas do seguro desemprego,
criação do Portal Mais Emprego - através
do qual o trabalhador busca seu emprego,
identificando biométrica, Certidão
Eletrônica de Débitos, descentralização
de ações, reforma e ampliação das SDT’s -
Superintendências Regionais de Trabalho,
dentre outras.
O objetivo é modernizar a relação do MTE
com os trabalhadores e transformar diversos
serviços presenciais em ações que possam
ser realizadas à distância. Além de reduzir
os custos e melhorar a eficiência, as
iniciativas aumentam o acesso aos serviços,
Ministro conferindo o sistema de emissão de CTPS digital em operação
descentralizam diversas atividades e do Cadastro Geral de Empregados e
beneficiam trabalhadores que não residem Desempregados (CAGED) ao governo.
nos grandes centros urbanos.
A criação da Carteira de Trabalho Digital
“Entre os órgãos federais, o Ministério é é outra novidade, que permiti a reunião
a instituição que mais se envolve com os de todos os dados profissionais em um
trabalhadores, pois promove e garante documento eletrônico, além de reduzir o
direitos essenciais. O nosso principal tempo necessário para o acesso aos direitos
objetivo é assegurar o protagonismo da e diminuir os gastos e o tempo para obter os
instituição, uma ferramenta fundamental documentos.
para o país”, explica o ministro Manoel Dias.
Metas do MTE tem foco no traba-
lhador e também no empregador
As metas atuais do MTE envolvem acabar
com a fila no Seguro-Desemprego e
na Carteira de Trabalho, por meio do
agendamento eletrônico. Para ampliar
a transparência e facilitar o acesso,
oferece ao trabalhador e ao empregador a
oportunidade de receber e transmitir dados
por meio do Portal Mais Emprego, ­ uma
plataforma de comunicação direta, onde é
possível ao profissional encontrar postos de
trabalho disponíveis em todo o país e que
permite ao empresário enviar informações
30
 Auditores fiscais deverão
superar, em 2015, recorde
de empresas autuadas
A mobilização dos auditores fiscais do
Trabalho – que recentemente passaram a
verificar as informações das empresas
também por meio eletrônico –
possibilitará que o MTE supere a marca
de empresas autuadas em 2014, quando
32 mil foram notificadas e multadas por
deixarem de pagar o Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS). O governo
prevê que, só em 2015, a arrecadação
proveniente das medidas de combate à
sonegação alcance R$ 2,6 bilhões, além
de formalizar 400 mil empregados.
Outra ação que merece ser destacada é
o Sistema de Escrituração Digital das
Obrigações Fiscais, Previdenciárias e
Trabalhistas (eSocial). A ferramenta fará
a integração dos dados para ampliar as
relações entre empregadores, empregados
e Estado, além de permitir, de forma
padronizada, a transmissão, validação,
distribuição e o armazenamento de
informações pelas empresas.
“Todas essas iniciativas que o MTE e o
governo realizam pretendem preservar
e ampliar as garantias trabalhistas, a
manutenção de uma situação de pleno
emprego e o aumento consistente
dos rendimentos, conquistas que são
resultado de ações desenvolvidas desde
2003”, destacou o ministro Manoel Dias.
Auditora fiscal em ação
S istema de Ate n dime n to Age n dado
O agendamento eletrônico surgiu na seguro-desemprego, homologação de rescisão
Superintendência Regional do Trabalho e de contrato de trabalho, solicitação de registro
Emprego na Paraíba. Observando o sucesso profissional, Empregador Web, orientação
do sistema, o Ministério do Trabalho e trabalhista, dentre outros.
Emprego ­ (MTE) decidiu desenvolver um
novo sistema, a partir de uma plataforma web,
Em agosto deste ano, foi instalada a “Sala de
com o objetivo de evitar as filas, dando mais
Monitoramento”, que acompanha em tempo
conforto ao cidadão para ser atendido com
real o serviço de atendimento realizado
hora marcada. O Sistema de Atendimento
através do SAA em todo o país. A Central vai
Agendado (SAA) foi instituído por meio da
monitorar o tempo de espera, o atendimento,
Portaria nº 790, de 2 de junho de 2014,
os serviços prestados e a produtividade
e atualmente está implementando em 140
dos atendentes. O cidadão pode agendar o
unidades, entre Superintendências, Gerências,
serviço desejado no SAA, disponível no portal
Agências e postos conveniados localizados em
do MTE (saa.mte.gov.br), ou discando 158 no
todos os estados brasileiros.
telefone.
O MTE disponibiliza, por meio do SAA, os
serviços de emissão de Carteira de Trabalho,
inclusive para estrangeiro, entrada no
Outras novidades no mte
Alô Trabalho: Pelo telefone 158 são autorizar o trabalho de estrangeiros no
prestadas informações sobre serviços e Brasil. O sistema já alcançou 100% dos
programas do MTE, como legislação atendimentos.
trabalhista, CAGED, RAIS, seguro-
desemprego, Abono Salarial, Carteira
Identificação biométrica dos beneficiários
de Trabalho, entre outros. De maio
do seguro­ -desemprego: Em fase de
a julho de 2015, foram 316 mil ligações.
testes, vai reduzir as fraudes. com a
O atendimento está disponível todos os
identificação digital do trabalhador, que
dias, durante as 24 horas.
terá de fazer a identificação biométrica
nas unidades da CAIXA. O novo processo
Empregador Web: Ferramenta que já será instalado em 2016.
alcança 91% dos empregadores. O
sistema eliminou o formulário de rescisão
Certidão Eletrônica de Débitos: Torna
de contrato do trabalhador. Agora, a
imediata a consulta às informações
comunicação de dispensa do trabalhador
processuais de autos de infração e a
e o preenchimento do Requerimento de
emissão da Certidão de Débitos. O
seguro­-desemprego – antes obtidos em
sistema cruza informações sobre o
papelarias – é feito pela internet.
empregador pesquisado e confirma a
autenticidade dos documentos. A emissão
Migrante Web: A ferramenta possibilita é imediata.
que os empregadores façam pedidos e
enviem documentos pela internet para Acesse: www.mte.gov.br
31
85 ANOS DE
CONQUISTAS PARA
O TRABALHADOR
Desde sua criação o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) tem
se firmado como importante ponto de apoio para trabalhadores e
empregadores. Esta vocação se apresentou logo no início da história
do órgão, com a edição das primeiras leis que traçaram as bases da
atual legislação do trabalho.

PRINC I PA I S C ONQU I STAS

1930 a 1959 Em setembro de 1966, nasce o Fundo de Garantia do

As duas primeiras leis assinadas pelo primeiro
ministro do Trabalho, o gaúcho Lindolfo Collor,
foram as chamadas “Lei dos sindicatos”, que
estabeleceu a unidade sindical e a “Lei dos Dois
Terços”, que reservou 2/3 das vagas de empregos para
brasileiros em reação ao avanço dos estrangeiros no
mercado de trabalho daquela época.
Também foram importantes normas editadas
no alvorecer do MTE: a Carteira Profissional
(antecedente da atual Carteira de Trabalho e
Previdência Social), a instituição das Comissões
Mistas de Arbitragem e Conciliação, as leis que
regularam o trabalho da mulher e do menor,
bem como a que criou as Juntas de Conciliação e
Julgamento nos dissídios individuais, ­embriões da
atual Justiça do Trabalho.
Em 1938, o Decreto­Lei 399 criou o Salário Mínimo
Regional. Depois, a Consolidação do Trabalho
(CLT), promulgada pelo Decreto­Lei 5.542/43,
reuniu e firmou definitivamente as leis trabalhistas
existentes até então.
1960 a 1973
Em março de 1963, é promulgado o Estatuto do
Trabalhador Rural, estendendo aos trabalhadores
do campo conquistas adquiridas pelo trabalhador
urbano.
Tempo de Serviço (FGTS) e, em novembro do mesmo
ano, o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS),
unificando os institutos de aposentadorias e pensões.
1974 a 1999
Em março de 1976, é criado o Sistema Nacional
de Emprego (Sine) com a função de reinserir o
trabalhador no mercado de trabalho. Em abril
do mesmo ano, foi instituído o Programa de
Alimentação do Trabalhador.
Por meio da Medida Provisória 1.799/99, o MTE
ganha a atual denominação: Ministério do Trabalho
e Emprego.
Depois de 2000
Em outubro de 2004, a Portaria 540 do MTE cria o
Cadastro de Empregadores flagrados explorando
trabalho análogo ao de escravo, a chamada “Lista Suja”.
Em maio de 2006, o então presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva, sanciona a Medida Provisória
293, reconhecendo as Centrais Sindicais e criando o
Conselho Nacional de Relações do Trabalho.
Em primeiro de junho de 2015, a presidenta Dilma
Rousseff sancionou a Lei Complementar 150/2015, a
Lei dos Domésticos.

32
Mesa utilizada pelo ministro Lindolfo Boeckel
Histórias de
uma sonhadora
Leila passou por vários setores
da SRTE/SP, sendo um dos
primeiros o de Mesa Redonda,
no qual agendava reuniões de
mediação trabalhista
E
m abril de 1968, ingressava
no quadro de servidores
do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) uma jovem
sonhadora. Com apenas
18 anos, Leila Nahas estava
apenas iniciando sua carreira como
servidora pública, depois de ser aprovada
no concurso do Tribunal Regional
do Trabalho de São Paulo. Ela teve a
oportunidade de escolher trabalhar nesse
órgão ou na Diretoria Regional do Trabalho
do Estado, ­ hoje Superintendência Regional
do Trabalho. Escolheu a segunda opção,
onde enfrentou diversas batalhas, conheceu
muita gente e acompanhou inúmeras
mudanças, mas sempre permanecendo firme
e forte.
Leila passou por vários setores da SRTE/
SP, sendo um dos primeiros o de Mesa
Redonda, no qual agendava reuniões de
mediação trabalhista. Ela lembra inclusive
da participação do ex­-presidente Lula,
em seus tempos de sindicalista. Chefiou
também a Agência Regional do Trabalho no
Leila Nahas, em sua mesa de trabalho na SRTE/SP
bairro do Ipiranga. ioga e é terapeuta holística. “Não tenho casa
própria e nem carro, contudo sou feliz a
Hoje, Leila chefia o Setor de Seguro- meu modo”, afirma, com simpatia, Leila.
Desemprego e Abono Salarial, com
saudade dos velhos tempos, mas ainda com
disposição.
Durante esses 47 anos entrando e saindo
do mesmo prédio, Leila acumulou
histórias que, segundo seus colegas, dariam
um livro. Até fantasmas no prédio ela já
viu. “Sabe que aqui tinha fantasmas? É
verdade, no nono andar antigamente era a
Divisão de Higiene e Segurança do Trabalho.
Os servidores ficavam apavorados, pois viam
ao lado de suas mesas uma pessoa de branco.
Dizem que aqui foi um hospital. Eu também
já vi muitas almas penadas”, conta a bem
humorada servidora.
Exemplo de mulher e profissional
batalhadora, essa jovem senhora de 67 anos
permanece na ativa não só no trabalho.
Acorda diariamente às 5h, enfrenta ônibus
rumo ao trabalho, onde chega às 7h e fica até
as 17h. Mas o pique não acaba aí: faz ainda Servidora Leila Nahas
34
Coloque na
agenda
Data: 28 de setembro a 16 de outubro
Evento: CGRT/SRT | Curso de Negociação Coletiva
Público: Sindicatos laborais
Local: Teresina/PI. Informações: (86)3222­6415
Data: Primeira quinzena de outubro
Evento: SRTE/MG | Mobilização virtual em defesa dos
direitos da criança e adolescente com ênfase no Artigo 227
da Constituição Federal.
Público: Adolescentes
Local: Site e redes sociais. Informações: fectipamg@gmail.
com
Data: 19 de outubro a 13 de novembro
Evento: CGRT/SRT | Curso de Negociação Coletiva
Público: Sindicatos laborais
Local: Cuiabá/MT. Informações: (65)3616­.4838 / 6415
Data: 21 a 23 de outubro
Evento: SRTE/CE | Feira de Emprego e Estágio e
Desenvolvimento Profissional
Público: Diverso
Local: Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza
Data: 28 e 29 de outubro
Evento: SENAES | II Encontro dos Projetos de Economia
Solidária com População em Situação de Rua
Público: Coordenadores dos projetos apoiados pela
SENAES/MTE e Comitê Interministerial de População em
Situação de Rua
Local: Brasília / DF
Informações: (31) 2031.6924
Data: 29 de outubro de 2015
Evento: SRTE/MG | Palestra sobre RAIS (Relação Anual
de Informações Sociais), CAGED (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados), Abono Salarial e o
Programa de Proteção ao Emprego.
Público: Contadores e profissionais de Recursos Humanos
35
Local: Auditório do Serviço Social do Comercial. Rua
Tupinambás, 956 ­16o andar. Belo Horizonte/ MG.
Informações marcileia.teixeira@mte.gov.br
Data: 30 de outubro
Evento: SRTE/CE | Dia do Servidor Público
Público: Servidor público
Local: Sede da SRTE/CE
Data: Primeira quinzena de novembro
Evento: SENAES | Seminário Nacional do Projeto Cataforte
– Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias de Catadores e
Catadoras de Materiais
Público: Representantes de 33 Redes de Cooperação de
Catadores e Catadoras de Materiais
Local: São Paulo/SP
Informações: (61) 2031.6924
Data: 02 a 04 de dezembro de 2015
Evento: FUNDACENTRO | Exposição Ocupacional às
Radiações Não-Ionizantes
Público: Engenheiros, técnicos, médicos e auditores fiscais
Local: São Paulo/SP
Informações: (11) 3066.6055
Data: 03 de dezembro de 2015
Evento: SRTE/MG | Primeira Feira Mineira de
Aprendizagem
Público: Empresários e entidades de formação profissional
Local: Ainda a definir. Informações fectipamg@gmail.com
Informações: (31) 3270.6100
Data: 18 e 19 de dezembro de 2015
Eevento: SRTE/PI | Feira Territorial da Agricultura Familiar
e Economia Solidária
Público: Diverso
Local: Curralinhos/PI
Informações: (86) 3226.1715
 Gestão
ARTIGO

administrativa
voltada para
resultados
Francisco Ibiapina

O
Secretário­-executivo do MTE

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),

ao longo dos últimos anos, vem adotando
práticas gerenciais e medidas administrativas
que repercutem positivamente tanto no
âmbito interno da instituição, quanto no
plano externo, com evidente melhoria na
forma em que os serviços de atendimento
a população são prestados.

Tendo por base um Planejamento Estratégico construído
de forma coletiva, e respeitando o conjunto de princípios
culturais, ideológicos, morais e éticos que devem caracterizar
a instituição e pautar a conduta de seus integrantes, o MTE
estabelece seus objetivos de maneira a atender sua finalidade.
Assim, por exemplo, desde 2014, existe o Plano de Gestão
em Logística Sustentável para difundir e promover a prática
de sustentabilidade no âmbito do MTE, racionalizando
os custos de consumo de energia, água e esgoto, telefonia,
materiais de expediente, incluindo papel, copos descartáveis e
o deslocamento de pessoal. Outros objetivos são: estabelecer
parcerias visando à reciclagem de resíduos e a destinação
ambientalmente adequada; revisar e realizar compras e
contratações sustentáveis e promover a qualidade de vida no
ambiente de trabalho.
Além dessa iniciativa, compreendemos que a promoção da
qualidade de vida no ambiente de trabalho se concretiza,
principalmente, pela Política de Gestão de Pessoas
atualmente implantada, melhorando o desempenho dos
que ocupam posição de liderança, democratizando as
relações de trabalho e ampliando o reconhecimento do
valor do nosso capital humano, pautado no respeito e na
ética profissional. Parte deste trabalho de apropriação e
sensibilização dos princípios e diretrizes, tem sido executada
por meio da realização de palestras com todas as chefias das
Superintendências Regionais, durante o ano de 2015.
Ao fortalecer essa dimensão da valorização do processo
de gestão de pessoas no MTE, com a crescente oferta de
ações de capacitação e desenvolvimento, espera­-se conceber
políticas e entregar serviços públicos na área de trabalho, emprego
e renda com maior efetividade, pautada no comprometimento dos
nossos servidores.
Essa efetividade pretendida se materializa, também, com
a informatização dos meios de atendimento à população. O
Ministério conta com uma rede de grande capilaridade à disposição
aos cidadões englobando unidades próprias e conveniadas e ainda
investe em unidades móveis de atendimento para levar àquelas
localidades mais distantes, (seja no meio urbano ou rural), serviços
diversos, a exemplo da emissão de CTPS e do atendimento de seguro-­
desemprego.
Além disso, o acesso qualificado aos serviços e informações do
MTE está sendo ampliado com a entrada em produção de sistemas
informatizados como o Atendimento Agendado, a CTPSweb, o
Portal Mais Emprego, com auto­intermediação de mão­de ­obra, a
Rais, o Caged, o Cadastro Nacional de Entidades Sindicas, o
sistema Mediador, o Empregador Web, o Homolognet, a Certidão
Eletrônica de Débitos e as consultas a processos via CPMR e Alô
Trabalho.
Portanto, a implantação e o permanente desenvolvimento de
iniciativas de gestão administrativa interna e de melhoria das
ferramentas na prestação de serviços e informações à sociedade
são essenciais para que o Ministério possa continuar a exercer
sua atuação preponderante em ações de grande relevância para o
governo federal, a exemplo dos recentemente lançados Programa
de Preservação do Emprego e Fórum de Debates sobre Políticas
de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social.

36
 Dr. Trabalho
FIQUE DE OLHO

explica
JADE – Jovem Aprendiz do Desporto

U
m dos compromissos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é a inserção
de profissionais qualificados no mercado de trabalho. Com esse pensamento
e priorizando a juventude brasileira, foi criado o JADE – Jovem Aprendiz do
Desporto. Saiba mais sobre esse programa, lançado no ano passado, e que necessita do
apoio dos empregadores para prosperar.

1­ - O que é o JADE?
É um programa de aprendizagem profissional voltado para a formação de jovens que deverão
atuar em clubes, academias e outros espaços onde se praticam atividades esportivas. A
metodologia é chamada Arco Ocupacional porque reúne, num mesmo programa, ocupações
cuja base técnica é a mesma.
Esse arco é composto pelas seguintes ocupações: auxiliar da prática esportiva; auxiliar da
administração esportiva, e auxiliar da organização de eventos esportivos.

2 – Como funciona?
Nos mesmos moldes do programa de Aprendizagem Profissional, voltado para empresas privadas
e públicas. A formação técnico-­profissional é baseada em material especifico desenvolvido pela
Coordenação de Programas de Pós-­graduação em Engenharia – COPPE, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, já utilizado pelas entidades formadoras credenciadas.
A prática será desenvolvida nas empresas do setor desportivo, que disponibilizarão as vagas para
os aprendizes. O programa terá a duração máxima de dois anos.

3 – Qual o público alvo?

Empregador: clubes sociais e recreativos que ofereçam a prática de esportes diversos; pequenos
e grandes clubes de futebol e de outros esportes; Vilas Olímpicas; escolinhas de práticas esportivas e academias de ginástica.
Aprendiz: jovens com idade entre 14 e 24 anos devidamente matriculados no ensino fundamental ou médio e que apresentem bom desempenho
escolar. Terão preferência os jovens em vulnerabilidade social e não há limite de idade em caso de pessoas com deficiência.

4 – Quais os direitos do jovem aprendiz do desporto?

Contrato de trabalho de até dois anos, com carteira de trabalho assinada; direitos trabalhistas e previdenciários garantidos, FGTS, férias e descanso
semanal remunerados; vale­transporte; jornada de trabalho não excedente a seis horas diárias e salário­mínimo.

5 – Quais as vantagens para o empregador?

Contribuição para qualificação profissional, que poderá ter relevância para a futura efetivação do jovem na empresa ou em outras empresas do
setor desportivo, além da alíquota do FGTS de 2%.

6 – Onde está funcionando?

Atualmente, existem seis entidades qualificadoras credenciadas para executar o programa nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa
Catarina. No Distrito Federal, o Serviço Nacional de Aprendizagem no Comércio – SENAC/DF abrirá uma turma na primeira quinzena de
setembro deste ano.
Para acessar o Cadastro Nacional de Aprendizagem Profissional – CNAP e consultar quais entidades qualificadoras estão credenciadas pelo MTE,
acesse www.juventudeweb.mte.gov.br/indexPesquisaAprendizagemInternet.asp, escolha a opção Arco Ocupacional – Desporto e clique sobre o
nome do curso.

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