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TAREFA 1- PEB 3

Alunos: Luiz Marcelo Michelon Zardo, Manuel Agustín Schiro Díaz e Maria Júlia Schmitt
Timmers.
Atividade: seleção de parágrafos.

La iniciativa de integración subregional más importante de esta etapa, el Mercado


Común del Sur (Mercosur) creado en 1991, tuvo un sentido estratégico distinto para
sus dos principales socios fundadores: mientras Brasil acentuaba la dimensión política
del bloque, Argentina ponía el acento en su potencialidad económica. A estas
diferencias pronto se agregó el proyecto de creación del Área de Libre Comercio de
las Américas (ALCA) que se impulsaba desde Washington. Argentina percibía el
Mercosur como una vía hacia el ALCA mientras que Brasil lo consideraba una valla
para frenar la iniciativa de Estados Unidos (RUSSEL; TOKATLIAN, 2013).

O Mercosul contemplava originalmente contribuir para ampliar a influência brasileira


tanto no plano político como econômico. Nosso país era o líder de um processo com
tripla vocação: elevar o comércio intrabloco; promover o regionalismo aberto no
plano comercial e de investimento; e projetar a influência político-estratégica regional
e internacional. Entretanto, a partir dos anos 2000, ganharam exagerada dimensão as
motivações de índole geopolítica e de política externa (projeção da influência do
Brasil no contexto global), ao mesmo tempo em que se eclipsavam os objetivos
econômicos e comerciais do processo de integração (FLORÊNCIO, 2015, p. 43).

Esses conflitos de concepção explicam a perda do impulso original do Mercosul, que


se “aladifica”, ou seja, toma-se um mecanismo de cooperação que deixou de ter o foco
de uma dimensão transformadora, voltada para lidar com um mundo globalizado. A
visão dos países com tendências economicamente liberalizantes que integram a
Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia, México) contrasta com a dos
bolivarianos, de discutíveis credenciais democráticas e orientação estatizante
nacionalista (Venezuela, Equador, Bolívia). Ora, o Brasil não se enquadra em
nenhuma dessas concepções: não é liberalizante à moda da Aliança do Pacífico nem
é bolivariano; e a Argentina, com seus problemas internos, imobiliza, no Mercosul, a
nossa ação externa comercial. Essa singularidade não nos está favorecendo. Os
acordos comerciais inter e extra zona estão minando nossas preferências comerciais
na região e comprometendo nossas exportações de manufaturados, que enfrentam a
concorrência da China (LAFER, 2013).

A nossa hipótese é a de que o Brasil vem adotando, em relação ao Mercosul, uma


postura essencialmente estratégica, que visa a consolidação de uma posição de
liderança sub-regional, alçando o Brasil a uma condição de potência média no cenário
internacional. Dentro do projeto estratégico também está a contraposição à hegemonia
norte-americana na sub-região. De maneira complementar a esta, desenvolvemos
neste trabalho a hipótese de que a postura brasileira em relação ao bloco e as distintas
percepções e interesses dos demais membros, sobretudo a Argentina, em relação ao
bloco, dificultou a composição de interesses e o aprofundamento da cooperação no
âmbito do Mercosul. Dessa forma, a postura estratégica brasileira em relação ao
Mercosul tem sido um elemento importante a dificultar o fortalecimento institucional
do bloco e o aprofundamento do acordo de integração rumo a um mercado comum
(SILVA, 2006).

Esse é o nosso espaço onde nós vivemos, e nós vivemos em conjunto, queiramos ou
não. Hoje, depois de muitos anos de lidar com o tema da América do Sul, de maneiras
diferentes no Ministério e em posições diferentes, eu não só acho que isso é uma
necessidade, mas acho que é um fator de riqueza. Somos uma região muito rica, muito
criativa, com muita capacidade de inovação, de procurar soluções, com muita
contribuição intelectual, muitas vezes, para as questões internacionais. Então, é um
fator de riqueza, mas ainda que não fosse, seria uma necessidade. E eu costumo
complementar esse pensamento de que América do Sul é prioritária porque nós
moramos aqui, porque nós vivemos aqui, com outro pensamento que diz respeito à
integração e que é mais ou menos o seguinte: a integração vai ocorrer, queiramos ou
não. (AMORIM, 2006)1.

AMORIM, Celso. Palestra do Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Celso Amorim,
no encerramento do curso para Diplomatas sul-americanos. Brasília, 25 ago. 2016. Disponível
em : < http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/discursos-artigos-e-entrevistas-categoria/7882-
palestra-do-ministro-das-relacoes-exteriores-embaixador-celso-amorim-no-encerramento-do-
curso-para-diplomatas-sul-americanos>. Acesso em 08 abr. 2019.

FLORÊNCIO, Sérgio. Trajetória do mercosul e mudança de paradigmas e de posições da


política externa Brasileira: Começo virtuoso e crise recente. Possíveis interpretações. Texto
para Discussão, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2015.

LAFER, Celso. O Brasil no contexto regional e global. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19 mai. 2013, p. 13.

RUSSELL, R.; TOKATLIAN, G. América Latina y su gran estrategia: entre la aquiescencia y


la autonomía. Revista CIDOB d’Afers Internacionals, n. 104, p. 157-180, 2013.

1
Não se trata de análise direta do Mercosul, mas de referência à importância da integração sul-americana, a qual
constitui um componente sempre levantado nas discussões sobre o bloco.
SILVA, Laura Thais. Política externa brasileira para o Mercosul: interesses estratégicos e
crise da integração regional. 2006. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) - Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
doi:10.11606/D.8.2006.tde-18072007-131631. Acesso em: 2019-04-09.

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