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Grupo de Agées de Reintegrag: c e secretaria da administrac&o penitenctaria I Social p margo e abril/20il == Afinal, o que 6 Género? Bagatela © uso do termo “género" é moderno. Afinal, ha pouco tempo as tematicas sobre feminismo e mulheres se consolidaram @ ocuparam espacos, antes, majoritariamente masculinos. Durante muito tempo, bastava para a organizagao da sociedade diferenciar homens e mulheres por meio do sexo feminino e masculino. No entanto, as lutas feministas, humanitarias e democraticas do século XX incrementaram as discusses para além da diferenca biologica dos sexos. conceito género 6 um questionamento a ideia inata da ciéncia em diferenciar homens e mulheres pelo sexo, pela natureza e pensado como elemento fixo. A partir do momento que entendemos que existem identidades de géneros, deixa de ser um conceito fixo, pois género se refere ao carater cultural @ socialmente construido das distingdes entre homens. e mulheres @, portanto, variavel. A discussao sobre diferencas entre homens e mulheres, masculino @ feminino ganha um carater politico “de construgéo de masculinidade feminilidade, que independem dos sexos biol6gico. Para organizar a sessio, reserve um local adequado e avise ‘com antecedéncia os partcioantes. No inicio dos trabalhos, 0 {aciitador deve apresentar o filme e os objetivos da atividade. ‘Ap6s @ exibioao do filme, os presentes colocam-se em circulo para factitar a troca de idéias e imoressoes. O facilitador buscaré animar o didlogo, estimulando os participantes a partir da contextualizagéo de elementos do filme com a realidade do grupo. ‘Apresentamos como sugestio de discussao nesta edigao 0 filme Bagatela, da diretora Clara Ramos. © documentério acompanha a trajetria de vida de mulheres presas no Estado de Séo Paulo em virtude do furto de mercadorias de baixo valor. ey mit Ao utilizar 0 conceito de género, propomos desmontar a légica de que as desigualdades entre homens @ mulheres sao resultados de diferencas. naturais, inatas. Percebemos que as diferencas de género envolvem, como um de seus componentes Centrais também, as desigualdades de poder. Em nossa sociedade, _permeada por outras. ‘desigualdades’, 6 possivel constatar que o padrao dominante nas identidades de género envolve uma situagéo de subordinacao, dominagao e violéncia contra as mulheres, tanto na esfera publica como na privada, Nesse sentido, 0 agente piblico tem um papel fundamental de pensar, em que medida, iniciativas do Estado tem contribuido para modificar esse padrao assimétrico @ desigual. Incorporar 0 conceito de género nas agendas de governo e nas politicas iblicas mostra um caminho insurgente. As politicas de Estado tem a responsabilidade de enfrentar a invisibilidade das mulheres e de suas demandas, além de propor agées institucionais sistematicas © generalizadas, resultantes dessa tomada de consciéncia de género. Muitas mulheres 20 vitimas de violéncia em fungao do machismo existente na sociedade. Ha diferentes situag6es de violencia & mulher: agressao ou ameaca a integridade fisica, sexual, psiquica ou verbal, assédio ou ‘cerceamento ao direlto de ire vr. Pesquisa realizada pela Fundagdo Perseu Abramo, denominada Mulheres Brasileiras e Género nos ambientes piblicos e privados, mostra que 24% das centrevistadas jé haviam softido violencia fisica © 10% violencia sexual. Com base nesta amostragem, a projecao feita pelo Instituto € alarmante: 7,2 milhoes de brasieiras com mais de 15 anos ja sofreram agress6es, (Ou seja, a cada dois minutos, cinco mulheres sao ‘agredidas violentamente. E preciso encorajar &s mulheres a denunciar a violencia, Riss Ce ed eee umanas. Parlpe onvando == Construindo uma estratégia de intervencao Em 6 de outubro de 2010, foi aprovado pela Assembleia Geral da Organizagao das Nagées Unidas documento contendo as Rogras das NacSes Unidas para o tratamento das presas e medidas nao privativas de liberdade para as mulheres infratoras, ‘conhecidas como Ragras de Bangkok, em referéncia a cidade onde fora realizada a reuniao entre especialistas que discutiu o tema, ‘0 material relembra a recomendago da ONU felta por meio da resolucao 58/183, de 22 de dezembro de 2003, chamando tengo para 0s problemas que envolvem a situacao de encarceramento das mulheres, e também de seus flhos. Da mesma forma, assume como principio os esforcos previsios nas Regras de Tokio, com vistas @ aplicagao de medidas em substituicao a prisdo. (© contetido apresentado sintetiza o anseio de diferentes segmentos da sociedade civil e dos governos na busca pelo atendimento digno e qualidade de vida das mulheres presas, considerando as necessidades especilicas que devem ser observadas pelos servidores penitenciarios e penais. Com este objetivo, vamos pensar um plano de acao? a) Loiam em grupo o documento publicado pela ONU, disponivel no sitio da CRSC: www.reintegracaococial.sp.gov.br. ‘Anotem as dividas e marquom as informagSes que chamam a atengo;, ») Analisem quals so as principals situagSes e problemas entrentados pela populagao feminina em seu local de atuagto; ©) Veritiquem quais s4o as oportunidades o possibilidades de se colocar om prética as regras estabelecidas pela ONU para tratamento as mulheres presas e aplicagao das medidas alternatvas & prisdo, indicadore$ Saiba ma BRUSCHINI, Cristina © BUARQUE DE HOLLANDA, Holoisa (Orgs) Horizantes pluais: novos estudos de género no Brasil, Séo Paul: Edtora ‘A Coordenadoria do Reintogracdo Sociale Cidadania, da Secretaria da Administragao Pentenciria, mantem na cidade de Sao Paulo uma Central de Penas e Mecidas Altemativas (CPMA) votada & mulher. A stuagao deste equipamento via esenvolver poliicas pubicas em respeito as necessidades das mulheres, mas que garantam também apées para o seu Tortaleciments ¢ empoderamento, Veja a sogur dados sobre © perf das mulheres que procuram os atondmentos da (CPMAMulher Estado civil: olteras 43.2% Casadas. 23.1% Uniso Estavel 20% Separadas ou divorcadas: 10.6% re ‘vas: 3.1% 118.20 anos: 2.7% 218 30 anoe: 31.9% Sia adanos: 35.1% 41a 50 anos 18.7% 51.8 60 anos: 8.8% $60 anos: 2.8% Escolaridad Ensino Fundamental incompleto: 21.5% Ensino Fundamental Complat: 88% TEnsino Medio Incompieto:10.8% Ensino Medio Completo: 312% ‘Analfabetas: 3.5% Superior incomplete: 12.2% ‘Superior Competo: 11.6% Pos Graduacao: 0.4% Vinculo Empregatcio: Desempregada 22.4% {34 / Fundagdo Carles Chagas, 1996. GENERO_nas_adminisiragbos: desatos para preleturas e govemos estadials. Sto Pavlo: Fundagao Friedrich Ebert, 2000, FARAH, Martha. °GBnoro e palcas piblicas na esfralecl de governs” In Organizages e Sociedade. v.6,n. 14, pp. 65-104 1998. HOWARD, Carotne (Org). Dsitos Humanos © Muharos Encarcoradas, ‘So Paulo: Instto Tera, Trabalho Cidadans; Pastoral Carcerdra do Estado de Sio Pavlo, 2006. RODRIGUES, Maria Lucia (Coord). O Sistema prisonal feminino © a ‘questo dos critos humanos: um desafo as poltcas socials. Resutados a1" Faso da pesquisa. Sto Paule: Pontiicia Unversidada Catlca / Nici do Estudos o Pesquisas sotre Encino © Questoes Metodoliicas ‘om Sorvigo Socal~ NEMESS, 2010. ‘SCOTT, Joan. Género: uma catagora dil para a. ands histrea, Rac: Tecendo a Rede Associacao Fala Mulher doe Emurertes, 261, Uberdade Sto Pauo/SP. Fone. 19. 3271-7099, (Casa Abrigo “Alaide Aparecida Kuranga” Bonn atravsn do GAM Hath Soften Fone’ 16, 3383 6982, Areraquara/SP mall cemsareraquers@ yhoo. com br Comato: Gede Gretna ©. a V6 ‘Trabalagora Autonoma: 41,7% Empresa Privada: 29,496 ‘Apousniada: 4, 8% ‘Servidor Publco: 1.7% ‘owe felamuner org br e856 aacts Coletivo Feminista Sexualidade e SaGde Expert: Bi. Gortlome Zunega, t= Brveros Sto Paulo/ SP An ies de Campos (aspire! en) Rao Labo acento ort). Fone. 11. s1202942 Colbert ecg: {Gees Cong Gris Econ), Regina Clad Sues CPA Alen, Fama Aowesc Stan Aslrel THenen-OAEF Coir Aa Gata, Rachel Morspe i Coordenadoria de Reintogracdo Socal eCidedania: Rus Francisca Wiqusina, 232 CEP 01316-000 Bela Vista — Sto Pauo/SP [SECRETARIA DA ADMINTSTRAGAO pee petit)

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