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PINTURA RUPESTRE

Uma das primeiras formas que o ser humano encontrou para deixar seus vestígios foi a
pintura. A arte rupestre consistiu na maneira utilizada para se ilustrar sonhos e cenas do
cotidiano. Símbolos da vida, da morte, de céu e da terra foram encontrados nas paredes
cálidas das cavernas.

A aguda sensibilidade do homem (sentimento de suma importância para o desenvolvimento


da arquitetura e escultura), levou-o a pintar. Muitos dizem que os antigos pintavam por fome,
teorias mais recentes asseguram que o faziam por uma "predeterminação sexual". É sabido que a tela
primordial em que nossos parentes longínquos plasmaram suas idéias pictórica foi a rocha pura.

As cores deviam ser aplicadas com aglutinantes para assegurar a aderência. Das cavernas francocantrábicas
(Altamira, Lascaux - imagem a esquerda) às levantinas (Cogul) resulta uma evidente transição técnico-
estilística: do realismo estático ao dinâmico, primeiro, e depois à uma acentuada estilização. A temática é
comum: animais e cenas de caça e dança, as primeiras; homens e cenas várias, as segundas.

Um grande acervo de arte rupestre na América Latina é La Cueva de Las Manos, na Argentina. Nesta caverna
encontram-se centenas de gravações de mãos além de ricas gravuras multicoloridas. Já no Brasil, temos a
Serra da Capivara, no Piauí. Lá os primeiros habitantes das Américas trataram de deixar seus vestígios na
rocha.
É uma verdadeira galeria de arte rupestre que se confunde com a beleza natural das cavernas locais.
Observando a pintura, podemos notar cenas que ilustram a vida pré-histórica, caçadas, ritos religiosos, sexo,
enfim...

PINTURA RUPESTRE
Arte rupestre, pintura rupestre ou ainda gravura rupestre, são termos dados às mais
antigas representações artísticas conhecidas, as mais antigas datadas do período
Paleolítico Superior (40.000 a.C.) gravadas em abrigos ou cavernas, em suas paredes e
tetos rochosos, ou também em superfícies rochosas ao ar livre, mas em lugares
protegidos, normalmente datando de épocas pré-históricas.

Na vida do Homem pré-histórico tinham lugar a Arte e o espírito de conservação daquilo


de que necessitava. Estudos arqueológicos demonstram que o Homem da Pré-História (a
fase da História que precede a escrita) já conservava, além de cerâmicas, armas e
utensílios trabalhados na pedra, nos ossos dos animais que abatiam e no metal.
Arqueólogos e antropólogos datando e estudando peças extraídas em escavações
conferem a estes vestígios seu real valor como "documentos históricos", verdadeiros
testemunhos da vida do Homem em tempos remotos e de culturas extintas.

Prospecções arqueológicas realizadas na Europa, Ásia e África, entre outras, revelam em


que meio surgiram entre os primitivos homens caçadores os primeiros artistas, que
pintavam, esculpiam e gravavam. A cor na pintura já era conhecida pelo Homem de
Neandertal. As "Venus Esteatopígicas", esculturas em pedra ou marfim de figuras
femininas estilizadas, com formas muito acentuadas, são manifestações artísticas das
mais primitivas do "Homo Sapiens" (Paleolítico Superior, início 40000 a.C) e que
demonstram sua capacidade de simbolizar. A estas esculturas é atribuído um sentido
mágico, propiciatório da fertilidade feminina e ao primeiro registro de um sentimento
religioso ou de divindade, o qual convencionou-se denominar de Deusa mãe, Mãe
Cósmica ou Mãe-terra.
Não é menos notável o desenvolvimento da pintura na mesma época. Encontradas nos
tetos e paredes das escuras grutas, descobertas por acaso, situadas em fundos de
cavernas. São pinturas vibrantes realizadas em policromia que causam grande impressão,
com a firme determinação de imitar a natureza com o máximo de realismo, a partir de
observações feitas durante a caçada. Na Caverna de Altamira (a chamada Capela Sistina
da Pré-História), na Espanha, a pintura rupestre do bisonte impressiona pelo tamanho e
pelo volume conseguido com a técnica claro-escuro. Em outros locais e em outras grutas,
pinturas que impressionam pelo realismo. Em algumas, pontos vitais do animal marcados
por flechas. Para alguns, "a magia propiciatória" destinada a garantir o êxito do caçador.
Para outros estudiosos, era a vontade
de produzir arte.

Qualquer que seja a justificativa, a arte


preservada por milênios permitiu que as
grutas pré-históricas se transformassem
nos primeiros museus da humanidade.

Considera-se arte rupestre as


representações sobre rochas do homem da pré-história, em que se incluem gravuras e
pinturas. Acredita-se que estas pinturas, cujos materiais mais usados são o sangue,
saliva, argila, e excrementos de morcegos (cujo habitat natural são as cavernas),[1] têm
um cunho ritualístico. Estima-se que esta arte tenha começado no Período Aurignaciano
(Hohle Fels, Alemanha), alcançando o seu apogeu no final do Período Magdaleniano do
Paleolítico.

A importância do estudo da arte rupestre deve-se, não tanto à interpretação das figuras
existentes, mas antes obter um entendimento dos motivos e contextos que levaram uma
comunidade a usar muito do seu tempo e esforço na execução da dita arte rupestre.
Como estas sociedades primitivas se estendem no tempo e na sua essência são
consideravelmente diferentes das nossas vivências actuais, o estudo da arte rupestre de
forma ciêntifica permite analisar o comportamento do homem em contextos muito
díspares, pelo que acaba por ser de certa forma um estudo transdisciplinar entre a
psicanálise, a antropologia e o nosso próprio conceito de arte.

Normalmente os desenhos são formados por figuras de grandes animais selvagens, como
bisões, cavalos, cervos entre outros. A figura humana surge raramente, sugerindo muitas
vezes actividades como a dança e, principalmente, a caça, mas normalmente em
desenhos esquemáticos e não de forma naturalista, como acontece com os dos animais.
Paralelamente encontram-se também palmas de mãos humanas e motivos abstratos
(linhas emaranhadas), chamados por Henri Breuil de macarrões.

Nos sítios espalhados pelo mundo, é padrão encontrar, além dos desenhos parietais,
figuras e objetos decorativos talhados em osso, modelados em argila, pedra ou chifres de
animais.
Descoberta e autenticidade
Quando os europeus (mais precisamente Marcelino Sanz de Sautuola) encontraram pela
primeira vez as pinturas de Magdalenia da caverna de Altamira, na Cantábria, Espanha,
em torno de 150 anos, elas foram consideradas como fraude por acadêmicos.

O novo pensamento darwiniano sobre a evolução das espécies foi interpretado como
significando que os primitivos humanos não poderiam ter sido suficientemente avançados
para criar arte.

Émile Cartailhac, um dos mais respeitados historiadores da Pré-História do final do século


XIX, acreditava que as pinturas tinham sido forjadas pelos criacionistas (que sustentavam
a criação do homem por Deus) para apoiar suas ideias e ridicularizar Darwin. Recentes
reavaliações e o crescente número de descobertas têm ilustrado a autenticidade das
figuras encontradas e indicam o alto nível de capacidade de arte dos humanos do
Paleolítico Superior, que usavam apenas ferramentas básicas. As pinturas rupestres
podem proporcionar, também, valiosas pistas quanto à cultura e às crenças daquela
época.

No entanto, a idade das pinturas permanece, em muitos sítios arqueológicos, uma


questão controvertida, dado que métodos como a datação por radiocarbono podem
facilmente levar a resultados errôneos pela contaminação de amostras de material mais
antigo ou mais novo, e que as cavernas e superfícies rochosas estão tipicamente
atulhadas com resíduos de diversas épocas.

A escolha da datação pelo material subjacente pode indicar a data, por exemplo, da rena
na caverna espanhola denominada Cueva de Las Monedas, que foi determinada como
sendo do período da última glaciação. A caverna mais antiga é a de Chauvet, com 32 000
anos.

Contudo, como ocorre com toda a Pré-História, é impossível estar-se seguro dessa
hipótese devido à relativa falta de evidência material e a diversas lacunas associadas com
a tentativa de entender o pensar pré-histórico aplicando a maneira de raciocinar do
Homem moderno.
Sítios mais conhecidos

Os sítios mais conhecidos e estudados encontram-se na Europa, sobretudo França e no


norte da Espanha, a denominada arte franco-cantábrica; em Portugal, na Itália e na Sicília;
Alemanha; Balcãs e Roménia. No norte mediterrâneo da África; na Austrália e Sibéria são
conhecidas milhares de localidades, porém não tão estudadas, como é o caso do Brasil.
Em 2003, pinturas rupestres foram também descobertas em Creswell Crags,
Nottinghamshire, Inglaterra.
Europa
Gravura rupestre - Vila Nova de Foz Côa - Portugal

Na Europa, as pinturas rupestres mais bem conhecidas são as localizadas em:

Arte rupestre de Val Camonica, Itália (sítio do Unesco)


Lascaux, França.
La Marche, perto de Lussac-les-Chateaux, França.
Chauvet-Pont-d'Arc, perto de Vallon-Pont-d'Arc, França.
Caverna de Altamira, perto de Santillana del Mar, Cantábria, Espanha.
Caverna de Cosquer, com uma área ao nível do mar perto de Marselha, França.
Font de Gaume, no vale de Dordogne, França.
Caverna de Pech Merle, França.
Caverna de Les Trois-Frères, França.
Lascaux - França

Altamira Espanha

Altamira - El Castilo
Bisão - Altamira Espanha
Portugal

Em Portugal são conhecidas mais de trezentas localidades de arte rupestre, destacando-


se os complexos do Vale do rio Côa e do Vale do Tejo, dos mais antigos ao ar livre, a
gruta do Escoural, fundamental no estudo do Cro-Magnon e Neandertal, e gravuras
rupestres como o cavalo de Mazouco. A Anta Pintada de Antelas, em Oliveira de Frades,
é um monumento nacional que apresenta as pinturas rupestres melhor conservadas de
toda a Península Ibérica [2].
Brasil
Pinturas Rupestres no Cidade de Ivolândia.

No Brasil são encontradas diversas manifestações de arte rupestre. Os locais mais


conhecidos ficam em Naspolini, no estado de Santa Catarina, na região Sul do país. Em
Minas Gerais na região de Prata, próximo a Serra da Boa Vista, em Lagoa Santa,
Varzelândia e Diamantina próximo à cachoeira da Sentinela. Destacam-se também a Toca
da Esperança, região central da Bahia e Florianópolis, estado de Santa Catarina, no sul.
No nordeste também foram encontradas pinturas no estado do Piauí, na Serra da
Capivara. As cidades mais próximas dos sítios arqueológicos são Coronel José Dias e
São Raimundo Nonato (30 km). Outros registros foram encontrados na fronteira com o
Chile, no Lago dos Diamantes. Muitos registros estão em condições precárias. No estado
do Rio Grande do Norte, diversos sítios também são encontrados, principalmente nas
regiões do Seridó e na chapada do Apodi, tendo como o Lajedo de Soledade. No estado
de Pernambuco encontram-se pinturas rupestres no município de Itapetim, nascente do
rio Pajeú, nos Sítios Boa Vista e Riacho Salgado e no município de Afogados da
Ingazeira, próximo 5 quilômetros do povoado de Queimada Grande e no município de
Carnaíba, na Serra do Giz, próximo ao povoado da Serra Carapuça.

Segundo informação da FUMDHAM (Fundação Museu do Homem Americano), de São


Raimundo Nonato, há 260 sítios arqueológicos com pinturas rupestres na área do Parque
Nacional da Serra da Capivara, que foi criado em 1979.

No Brasil são encontradas diversas manifestações de arte rupestre. Os locais mais


conhecidos ficam em Naspolini, no estado de Santa Catarina, na região Sul do país. Em
Minas Gerais na região de Lagoa Santa, Varzelândia e Diamantina próximo à cachoeira
da Sentinela. Destacam-se também a Toca da Esperança, região central da Bahia e
Florianópolis, estado de Santa Catarina, no sul. No nordeste também foram encontradas
pinturas no estado do Piauí, na Serra da Capivara. As cidades mais próximas dos sítios
arqueológicos são Coronel José Dias e São Raimundo Nonato (30 km). Muitos registros
estão em condições precárias. No estado do Rio Grande do Norte, diversos sítios também
são encontrados, principalmente nas regiões do Seridó e na chapada do Apodi, tendo
como destaque o Lajedo de Soledade. No estado de Pernambuco encontram-se pinturas
rupestres no município de Itapetim, nascente do rio Pajeú, nos Sítios Boa Vista e Riacho
Salgado e no município de Afogados da Ingazeira, próximo 5 quilômetros do povoado de
Queimada Grande e no município de Carnaíba, na Serra do Giz, próximo ao povoado da
Serra Carapuça.

Segundo informação da FUMDHAM (Fundação Museu do Homem Americano), de São


Raimundo Nonato, há 260 sítios arqueológicos com pinturas rupestres na área do Parque
Nacional da Serra da Capivara, que foi criado em 1979.
As itaquatiaras
Esta forma de manifestação é comum na região Nordeste. Possui também técnicas
laboriosas na produção de outro tipo de grafismos e neste caso, trata-se de uma produção
esculpida em suportes rochosos duríssimos (como o granito – rocha metamórfica), o que
requer muito empenho e trabalho na obtenção das gravuras. Geralmente, são
encontrados nas proximidades de riachos, cachoeiras, arroios e qualquer lugar que tenha
sido curso d'água e hoje comumente extinto.

Se utilizássemos os mesmos critérios de classificação das pinturas podíamos afirmar que


esta arte é bastante complexa dentre todas devido à maioria de suas representações
serem enquadradas àquilo que é mais difícil de classificar: os grafismos puros. No
entanto, pode apresentar também raras figuras antropomorfas e zoomorfas, mais as
figuras indefinidas são bastante dominantes nesses painéis.

Existe a suposição de que a maioria dos sítios com Itaquatiaras envolvem de algum modo
um culto as águas, contudo não podemos provar tal teoria. Esta ideia se norteia a partir do
princípio de que nas regiões de clima semi-árido os locais que, de alguma maneira,
forneçam água aos habitantes sedentos são levados a considerar como sendo locais
sagrados. Sobre as explicações dessa arte vamos transcrever o que falaram a professora
Gabriela Martin da UFPE:

Nos cursos de muitos rios, arroios e torrentes do Brasil existem disseminados de norte a
sul, desde o Amazonas ao Rio Grande do Sul, gravuras indígenas realizadas nas rochas
das margens e nos leitos dos cursos d'água. São conhecidas pelo nome de itaquatiaras
(pedras pintadas, em língua tupi) e que são, de todas as manifestações rupestres pré-
históricas do Brasil, aquelas que mais se têm prestado a interpretações fantásticas. Estes
petróglifos são de feitura, tamanho e técnica de gravura muito diferentes, dependendo da
ampla geografia brasileira. [...] Nessa tradição, típica da região nordestina, predominam
grafismos puros, porém deve se registrar a presença de antropomorfos, alguns muito
elaborados, inclusive com atributos, como os encontrados na beira do São Francisco, em
Petrolândia, PE. Há marcas de pés, lagartos e pássaros em grandes paredões, sempre
próximos d'água, e também desenhos muito complexos, que, na imensa solidão dos
sertões. Indubitavelmente as itaquatiaras formam a tradição ou as tradições mais
enigmáticas de toda arte rupestre do Brasil. Por estarem quase sempre nos cursos d'água
e, muitas vezes, em contato com ela, resulta difícil relacioná-las com algum grupo
humano, sobretudo pela impossibilidade, na maioria dos casos, de estabelecerem-se
associações com restos de cultura material. Entretanto, existem algumas exceções
quando as itaquatiaras identificam-se com culturas de caçadores, em abrigos próximos a
rios ou em caldeirões. Estes depósitos naturais que se enchem d'água na estação das
chuvas, têm, às vezes, as paredes cobertas de petroglifos e tem sido possível realizar-se
escavações nas proximidades com bons resultados. É também muito difícil fixar
cronologias para esta variedade de arte rupestre. (MARTIN, 2005)

Sem dúvidas, as itaquatiaras do Nordeste do Brasil são os registros rupestres mais


enigmáticos e de difícil estudo arqueológico, devido à falta de sedimentos nos locais onde
foram gravados os registros, isso estabelece barreiras na prática de prospecção
arqueológica de um modo geral.
Provavelmente as itaquatiaras são mais recentes que as pinturas da Tradição Agreste, por
serem pouco numerosas em número de figuras, isso levou a acreditar-se que não
ultrapassem dois milênios Antes do Presente.

Painel do Sítio Pedra Lavrada de Ingá,


PB.

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