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Apresentação

os tempos são outros. O conhecimento se modifica vertiginosa-


mente, mal se consegue acumulá-lo dentro de tratados, como se fazia
à maneira antiga. A prática médica exige o compromisso de aliar o que
está consolidado com os novos conceitos para aumentar a segurança
das pacientes e qualificar sua assistência.

A instituição que tem um projeto de qualidade como seu princípio norte-


ador pauta a liberdade de seus profissionais com agilidade gestora que
amplifica a proteção dos agentes envolvidos na moderna assistência
médica. Este manual de protocolos é instrumento integrador desta har-
monia e dinâmica.

Mais uma vez, o Hospital e Maternidade São Luiz aplica seu selo de qua-
lidade diferenciado ao estimular seu corpo médico a pensar e organizar,
de forma continuada, benefícios para suas pacientes.

Parabéns!

João Luiz de Carvalho Pinto e Silva


Professor titular de Obstetrícia da
Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp
Janeiro de 1969. Comecei a trabalhar no São Luiz como interno do
5º ano. Na época, era auxiliar de cirurgia e ajudante de plantonista do
pronto-socorro. Há 39 anos, existiam somente o prédio de três andares
do pronto-socorro e os seis andares do prédio do Hospital.

A clínica obstétrica era jovem, tinha dois anos com plantonistas dia e
noite. O berçário com plantonista foi montado pelos médicos Ruy Marco
Antônio e Luiz Carlos Bueno Ferreira. Desde então, os partos passaram
a ser feitos só por médicos, um grande progresso para a época. Acom-
panhei esse desenvolvimento e, em 1972, comecei a fazer parte da equi-
pe, levado pelo Dr. Paulo Carneiro e Dr. Alceu de Campos Rodrigues. Já
nesta época, fazíamos uma reunião científica por mês para discussão de
casos e temas de obstetrícia. Isso foi o embrião da nossa maternidade.

Fui chefe da equipe obstétrica de 1975 a 1982 e, nessa época, já contava


com 15 plantonistas – hoje, muitos deles são professores em universi-
dades. Em 1983, um novo prédio, só para a maternidade, foi inaugurado.
Desde então, progredimos em avanços científicos na Maternidade São
Luiz que, agora, ao completar 70 anos, lança um livro de protocolos de
obstetrícia, com o mesmo padrão de uma universidade. Vivo há quase 40
anos uma relação emocional e de trabalho com essa instituição que hoje
está entre as melhores do país.

Parabéns, São Luiz!

É mais uma vitória que só me traz orgulho


por ser um médico da “casa”.

Djalma da Cruz Gouveia


Médico obstetra do Hospital São Luiz
É um privilégio ter sido indicado para fazer a apresentação destes
protocolos obstétricos do Hospital e Maternidade São Luiz. Minha vida
profissional como ginecologista e obstetra está profundamente asso-
ciada à história desta casa, onde atuo há 35 anos. Graças à visão ino-
vadora e aberta às mudanças adotada pelos então responsáveis, prin-
cipalmente os saudosos doutores Alceu de Campos Rodrigues e Paulo
Carneiro, e do meu bom amigo e colega, na época ainda tão jovem, Ruy
Marco Antônio, em 1974 fui convidado para trabalhar no São Luiz. Pude,
então, colocar em prática minhas novas idéias, com total liberdade de
ação, por meio de uma série de modificações dos paradigmas até en-
tão vigentes no dia-a-dia de uma maternidade. Assim, tive o privilégio de
trazer para esta “casa de nascer”, em caráter pioneiro em nosso país, o
embrião do movimento que muitos anos mais tarde seria denominado
humanização do parto (naquela época, nem se pensava muito no assun-
to e nem esta expressão era usada).

Ao mesmo tempo, nesta maternidade, foram desenvolvidos e introdu-


zidos, também em caráter absolutamente pioneiro: a participação ativa
do pai na sala de parto; a adoção do parto de cócoras ou “parto das ín-
dias”; a utilização do bloqueio anestésico fracionado e com diluição su-
ficientemente eficaz para permitir a deambulação livre das parturientes;
a implantação do alojamento conjunto; o estímulo para o aleitamento no
seio materno desde os primeiros minutos do nascimento e a prática da
shantala, massagem milenar para bebês. Outro marco de pioneirismo
desenvolvido no São Luiz, há cerca de 20 anos, está representado pela
videoendoscopia. Após mais de 20 anos de “latência” da laparoscopia,
até então exclusivamente diagnóstica, que aprendi e trouxe da França
em 1967, tive a primazia de participar neste hospital, junto com poucos
entusiastas, das primeiras videolaparoscopias e videohisteroscopias ci-
rúrgicas realizadas no país.

Toda esta “revolução” e progresso estiveram diretamente associados


à criação de um selecionado e exigente corpo clínico, bem como ao
aperfeiçoamento e à modernização do espaço físico e tecnológico que
impôs, com destaque para o berçário e a UTI Neonatal. Tais medidas
promoveram excelência nos resultados estatísticos, com grande reper-
cussão e impacto no meio médico, na mídia e na população como um
todo, contribuindo para elevar o nome do São Luiz como referência em
maternidade, papel que vem mantendo com realce até os dias de hoje,
tendo o hospital sido escolhido em primeiro lugar dentre as maternida-
des de São Paulo, conforme o resultado da pesquisa realizada pela revis-
ta “Pais e Filhos” na edição de 13 de julho de 2008.

É sabido que a gravidez, na grande maioria das vezes, segue seu curso
sem patologias significativas, requerendo apenas uma postura médica
atenta, expectante, de orientação e suporte, nesta fase biopsicossocial
tão rica e intensa da mulher. Nós, como equipe multidisciplinar de saúde,
temos por obrigação oferecer com responsabilidade, consciência e com-
petência, proteção e segurança ao binômio mãe-filho, em particular na
gravidez de risco.

Há muito se fazia necessária a elaboração de um perfil de condutas


médicas atualizadas e padronizadas, acessível aos profissionais que mi-
litam na área ginecológico-obstétrica onde quer que seja. É com isso
que estamos sendo brindados neste momento. Avaliando detidamen-
te estes protocolos, constatamos tanto o critério científico baseado
em evidências quanto a forma clara, prática e objetiva com que foram
formatados e expostos. Por este motivo, parece natural que a iniciativa
louvável da diretoria desta instituição, por meio do seu Centro de Estu-
dos, sob a competente batuta do incansável professor Soubhi Kahhale e
agora auxiliado pelo professor Eduardo de Souza, fosse mais uma entre
as ações pioneiras, nascida dentro do “nosso” São Luiz e que corrobora
seu destacado e inalienável papel na prática de uma medicina moderna
e humana em nosso país.
Façamos bom uso desta obra.

Estamos todos de parabéns!

Claudio Basbaum
Médico obstetra do Hospital São Luiz
Agradecimentos

Apresentamos nossos agradecimentos aos conselheiros Helio Vasone


e Ruy Marco Antônio, que nos receberam com muito carinho e de bra-
ços abertos e ao diretor médico corporativo, Dr. Ruy Bevilacqua, pela
confiança que nos tem oferecido. Nosso agradecimento especial para
a Dra. Wanda Gomes Carneiro, que nos convidou para fazer parte des-
ta excelente equipe, foi a principal responsável e grande incentivadora
deste trabalho, e que, juntamente com os diretores e coordenadores das
três unidades hospitalares do grupo São Luiz, nos tem oferecido as me-
lhores condições para o desempenho de nossas atividades científicas.
Recebemos apoio imprescindível da equipe de plantonistas de ginecolo-
gia e obstetrícia, chefiada pelo Dr. Mario Antonio Martinez Filho, e pude-
mos contar, também, com a participação efetiva de diversos membros
das equipes de neonatologia, (em nome do Dr. Luiz Carlos B. Ferreira e
da Dra. Graziela Lopes Del Ben), anestesiologia (em nome do Dr. Milton
Brandão Neto), infectologia (em nome do Dr. Orlando J. G. Conceição),
terapia intensiva (em nome da Dra. Laís F. Braun Ferreira) e hematologia
(em nome do Dr. Marcello Augusto César), além do essencial apoio da
equipe de enfermagem (em nome das Enfªs. Maria Lúcia A. P. Cardoso e
Fabiana Veras). Agradecemos, ainda, ao coordenador do Centro de Es-
tudos Itaim, Dr. João Fernando M. Ferreira, e ao pessoal do setor admi-
nistrativo, com carinho especial para a Sra. Sônia Bertoni, sempre muito
prestativa e atenta para que tudo desse certo, e ao grupo do marketing,
responsável pela formatação final deste manual.

E a todos os que colaboraram, direta ou indiretamente, o nosso muito


obrigado.

Soubhi Kahhale Eduardo de Souza

Coordenador da Coordenador da
Clínica Obstétrica Itaim Clínica Obstétrica Anália Franco
Prefácio

Prezados colegas,

É com grande satisfação que apresentamos o manual “Protocolos de


Obstetrícia do Hospital e Maternidade São Luiz”, fruto de longo trabalho
das várias equipes do São Luiz e dos cursos realizados ao longo de mui-
tos anos. Nesse período, eminentes professores das mais importantes
escolas médicas participaram do projeto, discutindo conosco as melho-
res condutas diante das principais intercorrências da gestação. O grupo
São Luiz comemora, em 2008, uma tradição de sete décadas na área
da saúde apresentando importante contribuição ao atendimento de
gestantes. Muitos obstetras desta tradicional maternidade deram apoio
decisivo ao aperfeiçoamento desse atendimento.

O objetivo deste manual, que aborda o diagnóstico e o tratamento das


principais complicações obstétricas, é fornecer rápida e prática infor-
mação para o médico, além de normatizar os procedimentos obstétricos
do nosso hospital. Não foi idealizado para substituir o estudo em livros
e tratados especializados, mas para ser uma compilação atualizada das
rotinas do serviço, com fluxogramas de conduta, exames complementa-
res, listas de diagnósticos diferenciais, além das doses e apresentações
dos medicamentos mais usados na prática diária, constando nomes far-
macológicos e algumas marcas comerciais.

Sabemos que novos conhecimentos surgem em progressão geométri-


ca. Assim, nosso desafio é revisar constantemente este conteúdo, com o
compromisso de mantê-lo permanentemente atualizado, estimulando a
prática da medicina baseada em evidências. Para atingir esse objetivo, o
nosso manual tem projeto gráfico em diferentes cores, tornando a leitu-
ra fácil e agradável. Sua formatação permite encartes futuros de novos
protocolos e de atualizações que serão enviadas aos colegas. Temos a
expectativa de uma relação de parceria e respeito com o corpo clínico
que prestigia nossa Maternidade e, assim, gostaríamos de receber críti-
cas e sugestões.

Soubhi Kahhale Eduardo de Souza


Coordenador da Coordenador da
Clínica Obstétrica Itaim Clínica Obstétrica Anália Franco
Aviso

Este manual tem o objetivo de nortear a conduta em diversas intercor-


rências obstétricas. O médico especialista, à luz de seus conhecimentos
e experiência, deverá determinar a melhor conduta para a sua paciente.
Nenhuma responsabilidade por qualquer prejuízo ou lesão às pacientes
poderá ser atribuída aos autores ou à instituição. Os nomes comerciais
de medicamentos são citados, servindo como exemplo de produtos que
geralmente estão disponíveis em nosso hospital para a classe médica.
Não há conflito de interesses, e eles poderão ser substituídos por ou-
tros com o mesmo princípio ativo. Todos os produtos comerciais são de
nossa inteira confiança, assim como os genéricos aprovados pela Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Os autores
Protocolos de obstetrícia
lista de
protocolos
protocolo 1 • Abortamento

protocolo 2 • Gravidez Ectópica


protocolo 3 • Moléstia Trofoblástica Gestacional
protocolo 4 • Hiperêmese Gravídica
protocolo 5 • Inibição do Trabalho de Parto Prematuro
protocolo 6 • Corticoterapia Antenatal
protocolo 7 • Rotura Prematura das Membranas
protocolo 8 • Hipertensão na Gestação
protocolo 9 • Síndrome HELLP
protocolo 10 • Eclampsia
protocolo 11 • Anemias na Gestação
protocolo 12 • Diabetes Gestacional
protocolo 13 • SAF e Trombofilias
protocolo 14 • Infecção Urinária e Gestação
protocolo 15 • Sífilis e Gestação
protocolo 16 • Rubéola e Gestação
protocolo 17 • Toxoplasmose e Gestação
protocolo 18 • Citomegalovírus e Gestação
protocolo 19 • Hepatite B
protocolo 20 • Hepatite C
protocolo 21 • HIV e Gestação
protocolo 22 • Hemorragias do 3º Trimestre
protocolo 23 • Gestação Gemelar
protocolo 24 • Doença Hemolítica Perinatal
protocolo 25 • Restrição do Crescimento Intra-Uterino
protocolo 26 • Indicações do Ecocardiograma Fetal
protocolo 27 • Gestação Prolongada
protocolo 28 • Estreptococos Grupo B
protocolo 29 • Indução do Parto
protocolo 30 • Hemorragia Pós-Parto
protocolo 31 • Medidas Profiláticas
para Infecção de Sítio Cirúrgico em Obstetrícia
protocolo 32 • Infecção Puerperal
protocolo 33 • Mastite Puerperal
Diagnóstico Tratamento Tratamento Tratamento Tratamento
Exames de rotina Abortamento no 1º Trimestre Abortamento Tardio Fluxograma Abortamento Infectado Abortamento Retido
(12 a 20 semanas) – conduta
• Confirmação ultra-sonográfica Abortamento completo Discutir os riscos e benefícios da conduta expectante.
• Tipagem sangüínea Coleta de material para cultura e antibiograma
• Hemograma completo Constatados o abortamento completo e a ausência de infecção ou Misoprostol (Prostokos®) – 100 mcg via vaginal a cada 6 horas Caso se opte pela realização da conduta expectante, usar
• Exame anatomopatológico pre­nhez ectópica, requisitar retorno em 15 dias para revisão pós- analgésico, se necessário, e oferecer à paciente a opção de
• Citogenética em casos de abortamento de repetição abor­tamento. No retorno, medir dosagem de beta hCG quantitativa. desistir.
Antibioticoterapia intravenosa
Eliminação do produto da concepção Fazer controle em 7 dias e, em 15 dias, iniciar conduta ativa
Observação • Negativo = alta com curetagem.
Beta hCG • Positivo = nova ultra-sonografia e
Administrar imunoglobulina anti-Rh para todas as pacientes rediscussão do caso
Rh - com parceiro Rh + ou status não conhecido. Curetagem Colo pérvio Colo impérvio Fluxograma Abortamento Retido

Abortamento incompleto
Discutir conduta expectante (riscos e benefícios)
Colo impérvio
• Misoprostol (Prostokos®) – 400 mcg por via vaginal Abortamento Infectado – conduta Após 1 hora, Misoprostol 200
• Depois de 4 horas, realizar aspiração manual intra-uterina AMIU mcg a 400 mcg,
(AMIU) ou curetagem (CTG) Fazer coleta de material para cultura e antibiograma. ou via vaginal
CTG
Uso de analgésico, Conduta ativa
Colo pérvio Antibioticoterapia recomendada se necessário Internação para CTG
• Realizar aspiração manual intra-uterina ou curetagem • Ampicilina + Sulbactam (Unasyn®) – 3 g por via intravenosa,
a cada 6 horas
• Adicionar Gentamicina (Garamicina®) –180 mg a 240 mg Após 1 hora,
Fluxograma Abortamento no 1º Trimestre por via intravenosa, uma vez ao dia AMIU
ou Orientação
Alta hospitalar CTG
Abortamento completo Abortamento incompleto • Amoxacilina + Ácido clavulânico (Clavulin®) – 500 mg a 1 g Oferecer à paciente a opção de
Eco endometrial ≤ 20 mm Eco endometrial ≥ 20 mm por via oral a cada 8 horas por 7 dias desistir da conduta expectante

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Retorno em caso de dor,
Esquema alternativo Abortamento Complicado – conduta sangramento ou febre

Ausência de infecção Colo Colo • Penicilina cristalina + Gentamicina (Garamicina®) + • Internação em UTI
ou de prenhez ectópica impérvio pérvio Metronidazol (Flagyl®)
• Discussão multidisciplinar. Pode haver indicação para: Controle em 7 dias Após 15 dias
Em caso de alergia à Penicilina e Ampicilina, administrar :: Colpotomia
Clindamicina e Gentamicina (Garamicina®). :: Laparotomia
Retorno em 15 dias Misoprostol AMIU :: Laparoscopia
400 mcg, ou :: Histerectomia total abdominal
via vaginal CTG Em caso de colo impérvio

Abortamento Dosagem de beta hCG • Misoprostol (Prostokos®) – 200 mcg a 400 mcg por via
quantitativa vaginal
Após 4 horas, • Depois de 1 hora, realizar aspiração manual intra-uterina
AMIU ou curetagem
ou
CTG
Negativo Positivo Em caso de colo pérvio

• Depois de 1 hora do início da antibioticoterapia, realizar


aspiração manual intra-uterina ou curetagem
Alta
Ultra-som e
rediscussão
Descrição Diagnóstico Tratamento Tratamento
Definição Clínico Conduta Tratamento Cirúrgico
Implantação e desenvolvimento do ovo Elementos mais valorizados: É determinada a partir dos seguintes critérios: • Salpingostomia
fora da cavidade corporal uterina. A localização • Atraso menstrual • Estado hemodinâmico • Salpingectomia
mais freqüente é na tubária. • Sangramento vaginal • Desejo de procriação futura • Ressecção segmentar
• Dor pélvica e à mobilização do colo • Localização e grau de evolução da prenhez
• Massa anexial ao toque
Técnicas

Laboratorial Tratamento Clínico Expectante • Laparoscopia: via preferencial


(em casos selecionados) • Laparotomia : via tradicional, com recuperação mais lenta,
Beta hCG positivo, porém menor que o esperado. mas indicada nos casos de instabilidade
hemodinâmica
Critérios
Ultra-sonográfico
• Estabilidade hemodinâmica Critérios
Cavidade uterina vazia e massa anexial. • Desejo de gravidez futura
• Massa anexial menor que 3,5 cm de diâmetro • Instabilidade hemodinâmica (palidez cutâneo-mucosa,
• Declínio espontâneo dos títulos de beta hCG no intervalo taquicardia, hipotensão arterial)
Observação de 24 horas a 48 horas • Abdome agudo hemorrágico (reação peritoneal,
• Ausência de embrião vivo descompressão brusca dolorosa, líquido livre na cavidade à
Gravidez tópica normal é sempre visualizada no ultra-som • Termo de consentimento assinado autorizando a realização ultra-sonografia)
trans­vaginal, quando os títulos de beta hCG são superiores a do procedimento • Massa anexial maior que 5,0 cm à ultra-sonografia
2.000 mUI/ml. • Presença de atividade cardíaca do produto conceptual
• Beta hCG superior a 5.000 mUI/ml
• Recusa em realizar o tratamento clínico quando este estiver
Tratamento Clínico Medicamentoso indicado
(em casos selecionados)

Observação
Metotrexato – 50 mg/m2

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Em casos de gestação ectópica de localização mais rara
por via intramuscular, dose única (cornual, cervical e abdominal), recomenda-se discutir com
a equipe multidisciplinar do hospital (obstetrícia, cirurgia e
radiologia intervencionista) para estabelecimento da melhor
Critérios conduta.

• Estabilidade hemodinâmica
• Massa anexial menor ou igual a 3,5 cm de diâmetro
• Beta hCG menor que 5.000 mUI/ml e ausência de declínio
dos títulos de beta hCG no intervalo de 24 horas a 48 horas
• Desejo de gravidez futura
• Exames laboratoriais normais

Gravidez Ectópica
(hemograma completo, enzimas hepáticas e creatinina)
• Termo de consentimento assinado autorizando
a realização do procedimento

Acompanhamento
após tratamento com Metotrexato (MTX)

• Dosagem seriada de beta hCG, imediatamente antes da


ministração do MTX e no 4° dia e 7° dia após o emprego da droga
• Solicitar hemograma completo, enzimas hepáticas e creatinina
• Evolução dos títulos de beta hCG:
:: Quedas acima de 15% = bom prognóstico
:: Acompanhamento com dosagens semanais de beta hCG,
até negativação
Descrição Diagnóstico Tratamento Tratamento Tratamento
Entidades anatomoclínicas Mola Hidatiforme Tratamento da Mola Hidatiforme Tratamento das formas malignas Gravidez Molar e feto vivo

• Mola hidatiforme Fundamenta-se no quadro clínico, na dosagem de níveis séricos Esvaziamento molar por meio de curetagem uterina ou por as- Formas não-metastáticas Pode ser resultante de mola parcial ou de gestação múltipla (um ovo
:: Completa persistentemente elevados de subunidade beta (beta hCG) e na piração manual intra-uterina em idade gestacional de até 12 (incluindo mola invasora) e com desenvolvimento normal e outro correspondente à mola).
:: Parcial ultra-sonografia transvaginal (imagem em “flocos de neve”). semanas. Nos casos de úteros maiores, recomenda-se vácuo- metastáticas de baixo e médio risco
aspiração elétrica, seguida de curetagem uterina tradicional. O tratamento merece individualização:
• Neoplasias Trofoblásticas Gestacionais Elementos clínicos freqüentes na Mola Hidatiforme Completa Somente quimioterapia, se a finalidade é preservar a função re-
:: Mola invasora • Sangramento genital na 1ª metade da gestação produtiva; associar a histerectomia total abdominal naquelas • Sempre discutir com o casal
:: Coriocarcinoma • Altura uterina maior que a esperada com prole constituída. Na mola invasora não-metastática, so- • Há o risco de malignização (até 55%)
:: Tumor trofoblástico do sítio placentário • Ausência de batimentos cardíacos fetais Esvaziamento molar mente a histerectomia total abdominal é suficiente, dispensan- • Deve-se realizar o cariótipo fetal e dosagem
:: Tumor trofoblástico epitelióide • Eliminação de vesículas do a quimioterapia. de alfafetoproteína no líquido amniótico
• Toxemia gravídica precoce Medidas prévias ao esvaziamento • Atentar para o risco de complicações emergenciais, como
• Hiperêmese gravídica e exames laboratoriais sangramento, toxemia grave e crise tireotóxica
• Sinais e sintomas de hipertireoidismo Formas metastáticas de alto risco • Discutir a possibilidade de indução com prostaglandinas ou
• Avaliação clínica (atenção para a estabilização hemodinâmica ocitocina
e sinais de hipertireoidismo) Além da quimioterapia, está indicada a radioterapia. O trata- • A histerotomia só é realizada em casos excepcionais, com
Malignização da Mola Hidatiforme • Dosagem quantitativa de beta hCG mento cirúrgico das metástases pode ser necessário, principal- sangramento profuso, sem possibilidade de resolução via
• Solicitar hemograma, TGO-TGP, T3, T4 e TSH mente em casos de sangramento profuso. vaginal
Ocorre quando há elevação ou positivação do beta hCG durante • Providenciar reserva sangüínea (concentrado de hemácias)
o seguimento pós-molar, afastados nova gestação e resto molar
decorrente de esvaziamento anterior inadequado. Histerectomia
Procedimentos no esvaziamento
A histerectomia total abdominal profilática com útero cheio é
Identificação • Utilizar anestesia geral ou de condução, de acordo com o a regra em mulheres com mais de 40 anos e prole constituída;
Para determinar a localização anatômica da malignização e estado geral da paciente úteros muito volumosos podem requerer, inicialmente, o esva-
presença de metástases, recorre-se a: ziamento com aspirador elétrico, realizando-se a cirurgia após
• Infundir ocitocina no momento da dilatação cerca de 7 dias.
• Exame ginecológico (atenção para a possibilidade de :: SG 5% – 500 ml
metástases vaginais, que nunca deverão ser biopsiadas, pelo :: Ocitocina – 15 UI Mulheres mais jovens, com desejo de esterilização, sem risco ci-
risco de hemorragia) rúrgico significativo, também podem decidir pela histerectomia.

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• Ultra-sonografia de abdome total, pelve e transvaginal, com • Materiais obtidos durante e ao final das curetagens devem
dopplervelocimetria ser enviados separadamente para exame anatomopatológico Mulheres com idade inferior a 50 anos devem ter seus ovários
• Raio X de tórax • Utilizar imunoglobulina anti-D em gestantes Rh - preservados.
• Tomografia computadorizada ou ressonância magnética cerebral não sensibilizadas
• Não está indicado o uso profilático de quimioterapia A histerectomia total abdominal deve ser realizada, independen-
Os locais mais freqüentes de metástase são: pulmões, vagina, • Nas primeiras horas após o esvaziamento, principalmente temente da idade e paridade, nos casos de tumor trofoblástico
órgãos pélvicos, cérebro e fígado. nos casos de grande volume uterino, ainda pode se do sítio placentário e tumor trofoblástico epitelióide.
manifestar a deportação vilosa pulmonar, caracterizada
por quadro de insuficiência pulmonar aguda (dispnéia,
Estadiamento taquicardia e hipotensão), que merece tratamento Quimioterapia
• Não-metastática: restrita ao útero de suporte imediato
Os seguintes agentes terapêuticos são os mais freqüentemente
• Metastática utilizados:

Moléstia
:: Baixo risco – metástase pulmonar e/ou pélvica, título de Seguimento pós-molar
beta hCG < 40.000 mUI/ml e tempo desde o esvaziamento • Metotrexato
até o diagnóstico < 4 meses Consultas quinzenais para realizar exame físico geral,

Trofoblástica :: Médio risco: metástase pulmonar e/ou pélvica, título de


beta hCG > 40.000 mUI/ml e tempo desde o esvaziamento
até o diagnóstico > 4 meses.
ginecológico e dosagem do beta hCG até obtenção de título
indetectável por 3 vezes seguidas. A seguir, seguimento mensal
por 1 ano.
• EMA/CO
:: Etoposida
:: Metotrexato

Gestacional :: Alto risco: metástase cerebral e/ou hepática,


independentemente dos níveis de beta hCG, ou resistência
à quimioterapia anteriormente aplicada
O uso de preservativo é orientado, após a curetagem, até a
próxima menstruação, quando a anticoncepção hormonal via
:: Actinomicina D
:: Ciclofosfamida
:: Vincristina
oral deverá ser recomendada.
Observação Após o término da quimioterapia, as pacientes deverão ser
O potencial de transformação maligna na mola completa é de O seguimento pós-molar deve ser realizado, mesmo naquelas acompanhadas quinzenalmente (com dosagem de beta hCG)
até 25%; na parcial, 10%. São fatores de pior prognóstico: idade submetidas a histerectomia. nos 3 primeiros meses e mensalmente até completar um ano
materna > 40 anos, beta hCG > 100.000 mUI/ml, útero maior que do tratamento. É conveniente, ainda, seguimento bimensal por
o esperado para a idade gestacional, cistos tecaluteínicos > 6 cm. pelo menos mais um ano.
Descrição Diagnóstico Tratamento Tratamento
Definição Diagnóstico diferencial Casos internados Tratamento Alternativo

Agravamento do quadro de êmese, geralmente no 1º trimestre Composto pelas seguintes patologias que podem estar associa- Oferecer dieta fracionada rica em carboidratos a cada 2 horas, • Psicoterapia
gestacional, podendo determinar alterações hidroeletrolíticas, das e que podem atuar como fatores desencadeantes: incentivando a ingestão de líquidos gelados e sorvetes. • Hipnose
nutricionais e metabólicas. • Técnicas de relaxamento
• Crise tireotóxica Hidratação endovenosa conforme a necessidade, com oferta • Meditação
• Insuficiência adrenal calórica, reposição eletrolítica e vitaminas do complexo B. • Acupuntura
Incidência • Patologias gástricas e esofágicas • Homeopatia
• Patologia das vias biliares Pode ser necessário manter a gestante em jejum oral entre 24 • Estimulação elétrica
2/1.000 a 3/1.000 gestantes. • Afecções pancreáticas horas e 48 horas. • Quiropraxia
• Síndrome HELLP • Acupressão
• Esteatose aguda da gestação • Massoterapia
Fatores predisponentes • Intoxicação medicamentosa Tratamento Medicamentoso de 1ª Linha
• Gastroenterocolite aguda
• Primigestas • Apendicite •Metoclopramida (Plasil®) – 1 ampola por via endovenosa
• Gestantes orientais • Infecção do trato urinário até a cada 6 horas
• Conceptos femininos • Tumores cerebrais •Dimenidrinato, Piridoxina, Glicose, Frutose (Dramin B6 DL) –
• Gemelidade • Distúrbios psiquiátricos 1 ampola por via endovenosa até a cada 8 horas
• Diabetes melito
• Aloimunização Rh
• Gestação molar Exames laboratoriais
• Gastrites Tratamento Medicamentoso de 2ª Linha
• Hemograma e plaquetas (com ação central)
• Osmolaridade
Etiopatogenia • Na+, K+, Cl- •Prometazina (Fenergan®) – 1 ampola intramuscular
• TGO, TGP a cada 8 horas
Ainda não é totalmente conhecida. Envolve níveis elevados de • Glicemia •Clorpromazina (Amplictil®) – 1 ampola por via endovenosa
gonadotrofina coriônica, fatores emocionais, nutricionais, imu- • Bilirrubinas totais e frações diluída a cada 8 horas
nológicos e metabólicos. Pode também estar relacionada a ou- • DHL •Ondansetrona (Zofran®) – 4 mg a 8 mg por via endovenosa
tras alterações hormonais (tireoidianas, ACTH, cortisol) e a pre- • Proteínas totais e frações a cada 8 horas

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sença do Helicobacter pilorii. • TSH e T4 Livre •Levomepromazina (Neozine®) – Solução a 4% – 3 gotas por
• Gasometria via oral a cada 8 horas
• Uréia e creatinina
Quadro clínico • Amilase
• Urina tipo I (incluindo pesquisa de cetonúria)
É evolutivo, com náuseas, vômitos, sialorréia, ansiedade, mal- • Urocultura e antibiograma Corticoterapia
estar, astenia, graus variáveis de desidratação e perda de peso,
cetoacidose, hipoglicemia, distúrbios do equilíbrio eletrolítico e •Hidrocortisona (Flebocortide®, Solucortef®) – 100 mg/dia
ácido-básico. a 300 mg/dia por via endovenosa até melhora do quadro
• K < 3,5 •Manutenção com Prednisolona (Meticorten®) – 10 mg/dia
Pode gerar, também, comprometimento hepático, com elevação Sinais • Cetonúria > ++ a 60mg/dia por via oral por 7 dias
de enzimas, bilirrubinas e aparecimento de icterícia. de • Hipocloridria
gravidade • Hiponatremia Esquemas curtos (de até 7 dias) não necessitam de

Hiperêmese
Quadros graves podem determinar alterações oftálmicas (reti- • Aumento da osmolaridade retirada gradual.
nianas) e acometimento neurológico (hiporreflexia e mialgia).

Gravídica Pode culminar com aparecimento de alucinações (encefalopa-


tia amoniacal = psicose de Wernicke-Korsakoff), desorientação,
ataxia, instabilidade hemodinâmica, coma e tornar-se irreversí- Exames complementares especializados
Observação
Casos rebeldes podem requerer o uso de alimentação enteral
e até parenteral.
vel, evoluindo para o óbito materno.
• Ultra-sonografia de abdome total
• Endoscopia digestiva alta
• Exame oftálmico retiniano
• Ressonância magnética de crânio
Descrição Diagnóstico Tratamento Tratamento Tratamento
Definição Identificação Tocolíticos Atosiban (Tractocile®) Nifedipina (Adalat®)

Define-se como prematuro ou pré-termo o recém-nascido com Presença de pelo menos 2 contrações em 10 minutos (na avalia- Regras gerais Possui 2 tipos de apresentação comercial: Dose de Ataque
menos de 37 semanas completas de gestação, ou 259 dias, ção clínica), rítmicas, com sensação dolorosa, acompanhadas • Ampola de 6,75 mg em 0,9 ml • Cápsulas de Adalat® – 10 mg a cada 20 minutos
contadas a partir do 1° dia do último período menstrual normal, de modificações cervicais, independentemente de estarem as- • Idade gestacional entre 22 semanas e 34 semanas • Frascos de 37,5 mg em 5 ml (máximo de 3 cápsulas), por via oral
não importando o seu peso. sociadas à rotura das membranas ovulares, sangramento geni- • Bolsa íntegra
tal ou perda de tampão mucoso. • Dilatação de, no máximo, 5 cm no início da inibição Etapa 1 Dose de Manutenção
• Sugere-se tempo de uso máximo dos tocolíticos de 48 horas 1 ampola de 0,9 ml por via endovenosa em bolus, em 1 minuto, • Comprimidos de Adalat Oros® – 20 mg
Incidência Nossa rotina, na admissão, é manter a gestante em observação • No caso de recorrência do TPP, reavaliar globalmente o caso sem diluir. a cada 8 horas durante 48 horas
por, no mínimo, 20 minutos, valorizando a presença de pelo me- antes de nova tocólise
Em termos gerais, é estimada em 8% a 12% dos partos. nos 4 contrações nesse período. • Evitar a associação dos tocolíticos Etapa 2
• Não utilizar hidratação isoladamente como tocolítico Infusão de solução a 24 ml/h durante 3 horas (total de 72 ml). Uso de exceção
O uso de tocografia externa pode auxiliar na caracterização das • Promover apoio emocional à gestante O restante do volume (28 ml) será infundido na velocidade de
Importância contrações uterinas. • Ausência de complicações maternas e/ou fetais, clínicas e/ou 8 ml/h, até terminar o produto. Indometacina (Indocid®)
obstétricas que desaconselham o prolongamento da gestação •100 mg por via retal a cada 12 horas ou 24 horas
A prematuridade é a maior causa de morbidade e mortalidade O comprimento cervical inferior a 15 mm, aferido por meio de Etapa 3 (se necessário) ou 25 mg por via oral a cada 6 horas durante 48 horas
neonatais. ultra-sonografia transvaginal, também pode ser útil. Nova infusão subseqüente (90 ml de soro + 10 ml de Atosiban) é
Objetivo primordial praticada, na velocidade de 8 ml/h, por até 45 horas. Sulfato de magnésio
• Dose de ataque
Etiologia Postergar o parto por 48 horas a 72 horas para realizar ciclo Observações 4 g por via endovenosa em 5 minutos
Uso de tocolíticos – avaliação materna e fetal completo de corticoterapia. 70% a 80% dos casos costumam ser inibidos apenas com as • Dose de manutenção
É multifatorial; destaca-se sua ocorrência diante de processos etapas 1 e 2. 2 g/h a 4 g/h por via endovenosa durante 24 horas
inflamatórios e infecciosos, locais e/ou sistêmicos.
Avaliação clínica e subsidiária para afastar A infusão intravenosa para as etapas 2 e 3 é preparada em bolsas
patologias clínicas e obstétricas Betametasona (Celestone Soluspan ) ®
de 100 ml de SG a 5%, SF a 0,9% ou ringer-lactato. Retire 10 ml
Corticoterapia 2 ampolas (12 mg) por via intramus- de solução da bolsa de infusão e substitua por 2 frascos de 5 ml
• Controle de pulso materno, pressão arterial e temperatura cular/dia durante 2 dias consecutivos de Atosiban (ou seja: 90 ml de soro + 10 ml de Atosiban).
• Ausculta cardíaca e pulmonar (1 ciclo).
• Hemograma completo Mulheres com recorrência de trabalho de parto prematuro po-
• Urina tipo I dem receber até três retratamentos.

5
• Urocultura e antibiograma
• Pesquisa de estreptococo do grupo B Utilizar, no máximo, 2 ciclos separados por pelo menos 7 dias.
• Cardiotocografia Terbutalina (Bricanyl®, Terbutil®)
• Ultra-sonografia obstétrica com dopplervelocimetria
Tratamento Medicamentoso Dose de ataque
• Adicionar 5 ampolas em 500 ml de SG a 5%
As avaliações devem ser realizadas concomitantemente à tocólise. • Iniciar com 10 gotas/min a 20 gotas/min e observar tolerância
da paciente (manter pulso materno abaixo de 120 bpm)
• Se necessário, aumentar de 10 gotas/min a 20 gotas/min a
• Antagonistas de ocitocina – cada período de 20 minutos ou 30 minutos até obter a inibição
Atosiban (Tractocile®) e manter esta infusão por cerca de 12 horas (dose máxima de
1ª Opção • Beta-adrenérgicos – 80 gotas/min)
Terbutalina (Terbutil®; Bricanyl®)

Inibição do
• Bloqueadores de canais de cálcio – Dose de manutenção
Nifedipina (Adalat®) • Após 12 horas, na ausência de contrações, diminuir de 10 go-
tas/min a 20 gotas/min, a cada período de 20 minutos a 30

Trabalho de minutos, mantendo dose mínima necessária por cerca de mais


12 horas

Parto Prematuro Opções


de exceção
• Inibidores de prostaglandinas –
Indometacina (Indocid®)
• Sulfato de magnésio
Atenção
Não utilizar terbutalina por via oral ou subcutânea, ou isoxsupri-
na (Inibina®), por serem ineficazes.

(TPP) Manutenção pós-tocólise


• Progesterona natural micronizada (Utrogestan®; Evocanil®)
200 mg por via vaginal à noite, até 34 semanas
Descrição Tratamento
Benefícios comprovados Idade gestacional de uso

• Redução da incidência de síndrome De 24 semanas a 34 semanas. O melhor efeito é descrito quando


do desconforto respiratório utilizado de 28 semanas a 32 semanas.
• Redução das hemorragias periventriculares
e intraventriculares
• Redução da mortalidade neonatal Esquema de uso

Opção 1
Possíveis efeitos benéficos adicionais Betametasona (Celestone Soluspan®) – 2 ampolas (12 mg)
por via intramuscular, dose única diária, durante 2 dias
• Potencializa a ação do surfactante exógeno consecutivos (total de 4 ampolas) = 1 ciclo
• Redução de enterocolite necrosante
• Favorece a estabilização cardiovascular Opção 2
• Auxilia na maturidade tubular renal Dexametasona (Decadron®) – 1 ampola (4 mg)
• Acelera aspectos da maturidade hepática e pancreática por via intramuscular, a cada 8 horas, durante 2 dias
consecutivos (total de 6 ampolas) = 1 ciclo

Principais indicações de uso Duração do efeito: 7 dias.

• Trabalho de parto prematuro em inibição O efeito já é considerado satisfatório 24 horas após o término
das injeções.
• Nos casos de risco para ocorrência de parturição prematura,
espontânea ou eletiva, ponderar o uso do corticóide
:: Síndromes hipertensivas
:: Diabetes melito
:: Colagenoses
:: Insuficiência istmocervical
:: Prenhez múltipla
:: Doença hemolítica perinatal

6
:: Polidrâmnio
:: Restrição do crescimento fetal
:: Inserção baixa de placenta
:: Rotura prematura de membranas
:: Malformações congênitas
:: Parto prematuro prévio
:: Gestação e leiomioma do útero
:: Cervicodilatação precoce

Premissas fundamentais

• Não utilizar se o parto for ocorrer imediatamente

Corticoterapia
• Ciclos incompletos já promovem efeitos benéficos
• Utilizar somente um ciclo de corticoterapia;
excepcionalmente realizar dois ciclos, separados

Antenatal por cerca de 2 a 3 semanas

Observação importante

Ciclos repetitivos devem ser evitados devido aos possíveis


efeitos maternos e, principalmente, conceptuais a curto
e longo prazo. Destaca-se a supressão transitória do eixo
hipotálamo-hipófise-adrenal, materno e fetal.
Descrição Diagnóstico Tratamento Tratamento
Definição Clínico Conduta Corticoterapia

Define-se como rotura prematura das membranas (RPM) a Anamnese • Internação da gestante É recomendada se idade gestacional < 34 semanas. São utiliza-
ocorrência da rotura espontânea das membranas ovulares fora Momento da rotura, relação com atividade física, volume de • Verificar idade gestacional (ver fluxograma abaixo) dos, no máximo, 2 ciclos com intervalo de 2 semanas. Cada ciclo
do trabalho de parto. A RPM desencadeia o trabalho de parto em líquido perdido, cheiro e coloração. • Na conduta expectante, faz-se repouso relativo e hidratação corresponde a administração de betametasona (Celestone So-
90% dos casos em um período de até 24 horas. por via oral (3 litros/dia) ou intravenosa de acordo com as luspam®) dose de 2 ampolas (12 mg) ao dia, por via intramuscu-
Exame especular condições clínicas lar, durante 2 dias.
Avalia a saída de líquido amniótico e processos infecciosos as- • A antibioticoterapia profilática é controversa
Incidência sociados. • Recomenda-se antibiótico de amplo espectro se houver sinal
de infecção Antibiótico
É estimada em 12% do total de partos. Responsável por 1/3 dos Atenção • Recomenda-se uso de corticosteróides se feto < 34 semanas
nascimentos prematuros. Somente realizar o toque vaginal se a paciente estiver em tra- • Não é recomendado uterolítico; não inibir trabalho de parto Na presença de infecção ovular (corioamnionite)
balho de parto.
Administrar concomitantemente:
Fisiopatologia • Penicilina Cristalina – 4 milhões U
Exames subsidiários • < 24 semanas por via intravenosa a cada 4 horas durante 7 dias
A rotura das membranas ovulares apresenta como substrato :: Avaliação e discussão com a equipe • Metronidazol (Flagyl®) – 500 mg
anatomopatológico a presença de corioamnionite localizada, na A ultra-sonografia pode revelar diminuição do volume multidisciplinar e família por via intravenosa a cada 6 horas durante 7 dias
maioria das vezes, perto do orifício interno do colo uterino. de líquido amniótico. :: Indução do parto • Gentamicina (Garamicina®) – 180 mg a 240 mg
por via intravenosa (3 mg por kg/dia)
• Entre 24 semanas e 34 semanas a cada 24 horas durante 7 dias
:: Conduta expectante
Monitorização e detecção precoce :: Avaliação da vitalidade fetal
de processo infeccioso Conduta :: Monitorização da infecção Antibioticoterapia profilática
por idade
gestacional • > 34 semanas Não é recomendada como rotina. No entanto, em casos espe-
Clínica :: Interrupção da gestação ciais, como prematuros < 34 semanas, pode-se utilizar a ampi-
cilina, dose de 1 g a cada 6 horas por via endovenosa, por perío-
• Verificação de temperatura a cada 6 horas Observação do de 3 dias a 7 dias.
• Observação de taquicardia materna e fetal persistente Qualquer que seja a idade gestacional, pro-

7
• Fisometria mover abordagem ativa e imediata na pre-
sença de infecção ou de comprometimento
da vitalidade fetal.
Laboratorial

• Hemograma
• Proteína C reativa (PCR) 2 vezes por semana ou mais,
conforme a evolução clínica Fluxograma da abordagem
• Cultura vaginal e retal para estreptococo do grupo B (EGB)

< 24 semanas Entre 24 e 34 > 34 semanas


Cardiotocografia semanas

Rotura Prematura
• Diariamente
Discussão Interrupção
Multidisciplinar Conduta da gestação

das Membranas Ultra-sonografia e Perfil Biofísico Fetal (PBF)

• 1 vez por semana ou mais, conforme a evolução


+
família
expectante

(RPM) Indução do parto

Recomendação:
uso de
Corticosteróides
Descrição Diagnóstico Diagnóstico Tratamento Tratamento Tratamento
Introdução Exames laboratoriais Pré-eclampsia grave Critérios de internação Terapêutica anti-hipertensiva Conduta obstétrica

Incide em 5% a 10% das gestações. Quando não adequadamen- • Hemograma completo com contagem de plaquetas A pré-eclampsia é grave se estiverem presentes um ou mais • Nas formas graves de pré-eclampsia
te tratada, pode resultar em quadros graves como a eclampsia • Urina tipo I + urocultura com antibiograma dos seguintes critérios: Pressão arterial excessivamente elevada Indicações maternas para interrupção da gestação
ou síndrome HELLP. • Proteinúria de 24 horas • Na hipertensão arterial crônica, quando houver: (crise hipertensiva)
• Uréia e creatinina • Pressão arterial de 160 x 110 mmHg :: Diagnóstico de pré-eclampsia superajuntada • Idade gestacional ≥ 38 semanas
A hipertensão arterial na gestação representa a principal causa • Ácido úrico • Proteinúria de 2 g em urina de 24 horas :: Urgência ou emergência hipertensiva • 1ª Opção
de morte materna no Brasil. • Perfil hemolítico (DHL) • Perda da função renal, caracterizada por oligúria :: Controle insatisfatório após correta utilização :: Hidralazina – 5 mg por via endovenosa • Em qualquer idade gestacional se:
• Enzimas hepáticas (TGO e TGP) (< 400 ml/dia) e por níveis séricos de creatinina crescentes de terapêutica anti-hipertensiva a cada 15 minutos, até controle da hipertensão :: Plaquetopenia < 100.000/mm³
• Bilirrubinas totais e frações e maiores do que 1,2 mg/dl :: Comprometimento do bem-estar fetal :: Deterioração progressiva da função hepática
Classificação • Sinais de iminência de eclampsia (cefaléia, epigastralgia • 2ª Opção :: Deterioração progressiva da função renal
ou transtornos visuais) :: Nifedipina (Adalat®) – 10 mg por via oral (contra-indicação :: Cefaléia persistente e/ou alterações visuais
• Pré-eclampsia Exames em função da gravidade • Insuficiência pulmonar ou cardíaca relativa quando associada ao sulfato de magnésio) :: Epigastralgia persistente, náuseas e vômitos
• Hipertensão crônica e do quadro clínico (cianose e/ou edema pulmonar) Tratamento Clínico da pré-eclampsia :: Nitroprussiato de sódio – 0,2 mcg/kg/min a 5 mcg/kg/min :: Suspeita de descolamento prematuro de placenta
• Hipertensão crônica com pré-eclampsia superajuntada • Dor em hipocôndrio direito (distensão da cápsula hepática) por via endovenosa (contra-indicação relativa pela :: Eclampsia
• Rotina para colagenoses (FAN e LE) • Trombocitopenia grave (< 100.000 plaquetas/mm³) formação de cianeto) :: Síndrome HELLP
• Anticorpo antifosfolípide e anticardiolipina • Anemia hemolítica microangiopática (DHL ≥ 600 U/I) Repouso em DLE
Definição • Coagulograma completo
• Eletroforese de proteínas • Icterícia ou elevação das enzimas hepáticas Aumenta o retorno venoso, diminui a reatividade vascular, dimi- Manutenção Indicações fetais
Pré-eclampsia • Eletrocardiograma :: Bilirrubina total – 1,2 mg% nui a pressão arterial e aumenta o fluxo útero-placentário.
Desenvolvimento de hipertensão com proteinúria significante • Ecocardiografia :: TGO e TGP ≥ 70 U/I • 1a Opção • Restrição grave do crescimento fetal
e/ ou edema de mãos e face. Ocorre após a 20ª semana de gra- • Fundo de olho :: Pindolol (Viskem®) – 10 mg/dia a 30 mg/dia por via oral ou • Oligoâmnio
videz, ou antes desse período quando associada com a moléstia • Ultra-sonografia renal • Sinais de insuficiência placentária grave (oligoâmnio, Dieta hipossódica Metildopa (Aldomet®) – 750 mg a 2.000 mg por via oral • Alterações nas provas de vitalidade fetal
trofoblástica gestacional. • Tomografia ou ressonância magnética cerebral dopplervelocimetria e cardiotocografia alterados) :: Se necessário, adicionar a dose de Metildopa (caso tenha usa-
• Ultra-sonografia de abdome total e hepático Diminui a reatividade vascular. do Pindolol) ou de Pindolol (no caso de ter usado Metildopa)
Hipertensão crônica :: Se necessária uma terceira droga, adicionar Amlodipina
Na gravidez, termo engloba qualquer doença hipertensiva pre- Observação (Norvask®) – 5 mg/dia a 30 mg/dia por via oral
sente anteriormente à gravidez ou que é diagnosticada antes da Sedação
20ª semana de gestação. Identificação Quando a pré-eclampsia aparece em idade gestacional mais • 2ª Opção
precoce, isto é, longe do termo, deve ser considerada sempre Diminui a ansiedade e a labilidade vasculoemocional: :: Nifedipina (Adalat®) – 10 mg a 20 mg por via oral

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Hipertensão crônica com pré-eclampsia superajuntada como forma grave. Deve-se considerar também sua recorrência :: Hidralazina (Apresolina®) – 50 mg/dia a 300 mg/dia
É quando a pré-eclampsia se sobrepõe à hipertensão existente. maior em gestações subseqüentes. • 1a Opção por via oral
Ocorre em 15% a 30% dos casos, e esse risco aumenta quando • Edema nas mãos e na face Levopromazina (Neozine®) – 3 gotas (3 mg) :: Atenolol (Atenol®) – 50 mg/dia a 100 mg/dia
a gestante apresenta prejuízo da função renal. Pré- • Proteinúria ≥ 0,3 g/l em urina de 24 horas por via oral a cada 8 horas :: Isradipina (Lomir®) – 10 mg/dia
eclampsia • Proteinúria ≥ 1 g/l ou≥ ++ em amostra :: Diurético tiazídico (Higroton®) – 50 mg/dia a 100 mg/dia
isolada • 2a Opção
Fatores predisponentes para pré-eclampsia Diazepínico (Diazepan®) – 5 mg a 10 mg Contra-indicação absoluta
por via oral a cada 8 horas ou a cada 12 horas Inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) e
• Primigesta jovem antagonista do receptor AT1 da Angiotensina II
• Gestante com hipertensão arterial crônica Observação
• Pré-eclampsia em gestação anterior • Aumento dos níveis pressóricos associados O tratamento da iminência de eclampsia é igual ao da eclampsia
• Diabetes melito à proteinúria anteriormente ausente
• Nefropatia • Na ausência de proteinúria, deve haver

Hipertensão na
• Colagenose Hipertensão suspeita quando a hipertensão
• Síndrome antifosfolípide crônica é acompanhada por:
• Trombofilia com pré- :: Cefaléia

Gestação • Gemelidade
• Hidropsia fetal
• Troca de parceiro sexual
eclampsia
supera-
juntada
:: Alterações visuais
:: Epigastralgia
:: Alterações de exames laboratoriais,
especificamente plaquetopenia
:: Aumento das enzimas hepáticas
e do ácido úrico
Descrição Diagnóstico Diagnóstico Tratamento Tratamento
Definição Diagnóstico laboratorial Púrpura Trombocitopênica Trobótica (PTT) Tratamento Multidisciplinar Via de parto - Indicações

Agravamento multisistêmico das formas graves de pré-eclampsia, Caracterizada por trombocitopenia, febre, alterações neurológi- • Encaminhar a gestante para o centro obstétrico • Quando possível, preferir parto vaginal. O parto vaginal
caracterizado por anemia hemolítica microangiopática, disfun- Hemolysis Bilirrubina total ≥ 1,2 mg% cas, insuficiência renal e anemia hemolítica. A trombocitopenia • Avaliar estado geral com vigilância da vitalidade fetal está associado a menor
ção hepática e trombocitopenia. é grave e os testes de coagulação são geralmente normais, de • Confirmar diagnóstico laboratorial morbiletalidade materna
Elevated TGO e/ou TGP ≥ 70 UI/L modo que as hemorragias não são freqüentes. • Fazer o diagnóstico diferencial
Liver enzymes • Estabilizar as condições vitais • A hemorragia antes, durante e após o parto piora
Quadro clínico • Combater a hipertensão arterial significativamente o prognóstico materno, favorecendo
Low Plaquetas ≤ 100.000/mm3 Hepatite viral • Fazer a profilaxia ou tratar as convulsões com sulfato a instalação de insuficiência renal aguda
• Mal-estar inespecífico Platelet counter de magnésio
• Dor em hipocôndrio direito e/ou epigástrica É a causa mais freqüente de icterícia durante a gravidez. O qua- • Corrigir a CIVD quando presente • A reposição volêmica com cristalóides reduz a pressão
• Cefaléia, náuseas, vômitos dro clínico e a icterícia são leves, podendo desenvolver-se em • Avaliar idade gestacional e vitalidade fetal coloidosmótica plasmática, favorecendo o edema agudo
• Icterícia qualquer idade gestacional. As transaminases séricas ficam ele- • Interromper a gravidez independentemente da idade de pulmão
• Alteração no estado de consciência Diagnóstico diferencial vadas, porém menos do que nas não-gestantes. As característi- gestacional
• Níveis pressóricos muito elevados cas colestáticas da hepatite podem estar mais pronunciadas. A • Encaminhar a puérpera para a UTI • É primordial corrigir a plaquetopenia na ocasião do parto
• Gengivorragia, hematomas, petéquias e hematúria • Esteatose hepática aguda da gravidez confirmação do diagnóstico pode ser feita pelos testes soroló- cesárea para 100.000 plaquetas/mm³
• Síndrome hemolítico-urêmica gicos específicos.
• Púrpura trombocitopênica trombótica • Cada unidade de plaquetas transfundida aumenta a
• Hepatite viral Tratamento medicamentoso contagem sérica em 10.000 plaquetas/mm³
• Apendicite Principais Diagnósticos Diferenciais com Dexametasona
• Diabetes insipidus • A anestesia geral é indicada para casos de CIVD ou com
• Colecistopatia Administração de altas doses de corticóides, anteparto e pós- plaquetopenia abaixo de 70.000 plaquetas
• Gastroenterite Hemólise parto, pode antecipar a recuperação laboratorial das pacientes
• Gromerulonefrite Enzimas hepáticas com síndrome HELLP. • A incisão abdominal cirúrgica é a laparotomia infra-umbilical
• Encefalopatia hepática Trombocitopenia transversa com colocação de drenos subaponeuróticos
• Cálculos renais Dexametasona – 10 mg por via endovenosa a cada 12 horas
• Úlcera péptica até o parto. • Nos casos de CIVD, a incisão deve ser infra-umbilical
• Pielonefrite longitudinal mediana
• Lupus eritomatoso sistêmico
• Miocardiopatia periparto • Rigorosa hemostasia e curativo compressivo

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• Aneurisma de aorta EHAG SHU PTT
• Abuso de cocaína
• Hipertensão arterial maligna Coagulopatia Insuficiência Disfunção
• Hiperêmese gravídica grave renal neurológica Rotura hepática
• Trombocitopenia idiopática
Hipoglicemia Hemólise grave Fazer laparotomia exploradora ao sinal de dor epigástrica in-
grave ( Ht) tensa associada com choque hipovolêmico.
Esteatose Hepática Aguda na Gravidez (EHAG)
Elevada Febre Se confirmada a rotura, a conduta conservadora, ou seja, a
Complicação obstétrica rara que, geralmente, ocorre no final do mortalidade drenagem e o tamponamento (mortalidade de 8%) é melhor
terceiro trimestre. Apresenta altas taxas de mortalidade mater- para a gestante quando comparada à lobectomia ou ligadura
na e tem duração média de 1 ou 2 semanas. Clinicamente, não de artérias hepáticas (mortalidade 33%).
pode ser diferenciada da hepatite viral fulminante. As pacientes

Síndrome HELLP
se caracterizam por serem, em sua maioria, primigestas. A do-
ença inicia-se com súbita dor abdominal e vômitos, que progri-
de rapidamente para icterícia, taquicardia, hematêmese, oligú- Principais complicações
ria, coma, parto prematuro, convulsões e morte.
• Coagulação intravascular disseminada (CIVD)
• Insuficiência renal
Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU) • Descolamento prematuro da placenta
• Edema agudo pulmonar
Caracterizada por anemia hemolítica microangiopática, trom- • Hematoma / rotura hepática
bocitopenia, e insuficiência renal aguda. Pode também ter mani- • Hemorragia intracraniana
festações neurológicas febris. Ocorre principalmente em crian-
ças; os relatos em adultos ocorrem em mulheres após o parto
ou em usuárias de anticoncepcional oral.
Descrição Diagnóstico Tratamento Tratamento Tratamento
Definição Exames laboratoriais Cuidados gerais na crise convulsiva Intoxicação pelo sulfato de magnésio Tratamento obstétrico

É o aparecimento de convulsões e/ou coma em gestantes • Hemograma completo com contagem de plaquetas • Permeabilidade das vias aéreas Sinais de intoxicação Interrupção da gestação após estabilização do quadro clínico.
com pré-eclampsia, excluindo-se outras doenças convulsivas. • Proteinúria de 24 horas • Proteção da língua • Abolição do reflexo patelar
• Uréia e creatinina • Administração de O2 • Freqüência respiratória ≤ 14 irpm
• Ácido úrico • Posição semi-sentada • Diurese < 25 ml/h
Observação • Perfil hemolítico (DHL) • Assistência ventilatória Transferência para centro obstétrico
O tratamento da iminência de eclampsia • Enzimas hepáticas (TGO e TGP) Conduta na intoxicação
é igual ao da eclampsia. • Bilirrubinas totais e frações Suspende-se a dose subseqüente até que
• Coagulograma completo se restabeleçam os critérios.
• Gasometria arterial Sulfato de Magnésio (MgSO4 – 7H20) Administrar MgSO4
• Sódio e potássio Se necessário, usar o antídoto:
Esquema de Zuspan Gluconato de cálcio 10% – 10 ml por via endovenosa lento.

• Dose de ataque Avaliação global


4 g por via endovenosa lento (8 ml de sulfato a 50% + 12 ml
de água destilada em 4 minutos) Na persistência de convulsões

• Dose de manutenção Considerar o esquema ineficaz, suspeitar de hemorragia


1 g/h a 2 g/h por via endovenosa (10 ml de sulfato a 50% + intracraniana e iniciar o tratamento com fenilhidantoína. Correção dos
500 ml de SG 5% para correr a cada 5 h) Solicitar tomografia ou ressonância magnética e avaliação do Tratamento
distúrbios
neurologista. Anti-hipertensivo
funcionais
Em caso de recorrência de convulsão, repetir uma dose por via
endovenosa de 2 g (4 ml de sulfato a 50%). Este esquema deve Esquema de hidantalização
ser mantido por 24 horas após o parto. • Dose de ataque Interrupção da
:: Fenitoína – 1 ampola (250 mg) gestação
diluída em soro fisiológico 250 ml por 10 minutos
Esquema de Pritchard :: Repetir o esquema a cada 30 minutos, até completar 750 mg

• Dose de ataque • Dose de manutenção UTI

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:: 4 g por via endovenosa lento (8 ml de sulfato a 50% + 12 ml :: 100 mg por via endonvenosa a cada 8 horas
de água destilada em 4 minutos) enquanto se mantiver a venóclise
:: Adicionar 10 g por via intramuscular (10 ml de sulfato a :: Depois, dar 100 mg por via oral a cada 8 horas
50% em cada glúteo, com agulha de 10 cm e calibre 20) até a alta hospitalar

• Dose de manutenção
5 g (10 ml a 50%) por via intramuscular a cada 4 horas,
alternando os glúteos. Terapêutica anti-hipertensiva

Em caso de recorrência de convulsão repetir uma dose por via Pressão arterial excessivamente elevada
endovenosa de 2 g (4 ml de sulfato a 50%). Este esquema deve (crise hipertensiva)
ser mantido por 24 horas após o parto.
• 1ª opção

Eclampsia
:: Hidralazina – 5 mg por via endovenosa a cada 15 minutos,
Toxidade materna até controle da hipertensão

• Nível terapêutico – 4 mEq/l a 7 mEq/l • 2ª opção


• Perda de reflexo patelar – 10 mEq/l :: Nifedipina (Adalat®) – 10 mg por via oral (contra-indicação
• Depressão respiratória – 15 mEq/l relativa quando associada ao sulfato de magnésio)
• Parada cardíaca – 30 mEq/l :: Nitroprussiato de sódio – 0,2 mcg/kg/min a 5 mcg/kg/min
por via endovenosa (contra-indicação relativa pela formação
de cianeto)
Descrição Descrição Descrição Diagnóstico Tratamento
Definição Fisiopatologia Perdas hemorrágicas Roteiro diagnóstico Anemia ferropênica

Concentração de hemoglobina inferior a 11 g/dl. Falta de produção reticulócitos baixos • Anamnese


Perdas hemorrágicas • Hemograma completo Ferro por via oral
• Porcentagem e número absoluto de reticulócitos
• Ferritina e ferro sérico Administrar de 160 mg/dia a 200 mg/dia
Classificação Carência de ferro, • Observar a morfologia das hemácias • Sulfato ferroso – 4 comprimidos a 5 comprimidos ao dia
vitamina B12, • Prova de falcização • Noripurum® (ferro polimaltosado) – 2 comprimidos ao dia
ácido fólico Falta de eritropoetina Agudas Crônicas • Eletroforese de hemoglobina • Neutrofer® (ferro quelato glicinato) – 2 comprimidos ao dia
Fisiopatológica • Dosagem de vitamina B12 e folatos
Para terapias específicas, é aconselhável a opinião
• Falta de produção do hematologista.
• Excesso de destruição Falta de produção Resultado dos exames
Reticulócitos aumentados Espoliação de ferro
• Perdas hemorrágicas
Valores laboratoriais normais do hemograma e na anemia Ferro por via endovenosa
Invasão da medula óssea Falta de tecido eritropoético ferropriva durante a gestação:
Morfológica Leucemias Agentes químicos:benzeno • Noripurum®
Reticulócitos baixos Falta de produção
Mieloma Agentes físicos:radiações :: Dose – 1 ampola ou 2 ampolas (100 mg ou 200 mg)
• Microcíticas e hipocrômicas Metástases medicamentos Normal Anormal diluídas em solução fisiológica
• Macrocíticas infecções e toxinas Hb (g/dl) 13 < 11,0 :: Tempo de infusão – de 20 minutos a 2 horas
• Normocíticas e normocrômicas Hemácias (106) 4,7 < 3,5 :: Dose máxima – 200 mg por dia
VCM (fl) 83 < 78
Reticulócitos baixos Anemias Microcíticas e Hipocrômicas HCM (pg) 28 < 27 Administrar medicamento duas vezes por semana
Ferritina (ug/l) 15 a 200 < 15 até hemoglobina atingir 11 g/dl. Aplicação deve ser feita em
Alterações hematológicas da gestação Ferro sérico (ng/dl) 50 a 150 < 50 ambiente hospitalar.
Reservas de ferro diminuídas?
Anemia fisiológica da gestação
Excesso de destruição reticulócitos aumentados Critérios para uso de ferro parenteral
• Normocrômica • Hb < 10 g/dl
• Normocítica • Ausência de resposta ao ferro por via oral

11
• Não se acentua no 3º trimestre Defeitos do eritrócito Agressão ao etitrócito Sim Não (160 mg/dia a 200 mg/dia por 2 semanas)
• Não requer investigação adicional • Deficiência de ferro comprovada (ferritina sérica < 15 ug/l)
• Exclusão de outras causas de anemia
• Idade gestacional > 16 semanas
Excesso de destruição • Intolerância ao ferro por via oral
Anemia ferropênica Talassemias
Incidência da anemia na gestação Anemias e doenças crônicas • Efeitos colaterais do ferro por via oral
• Recusa a transfusão de sangue (testemunhas de Jeová)
Anemia ferropriva (85% dos casos) Doenças da membrana do GV Parasitas: Malária • Curto tempo até o parto
Anemia hipocrômica e microcítica ou normocítica. Apresenta Eritroenzimopatias Venenos e toxinas • Riscos associados (doenças intestinais)
ferritina, ferro sérico e reticulócitos baixos. Hemoglobinopatias Trauma:microangiopáticas • Anemia pós-parto
Talassemias Imunes: autoanticorpos Anemias Normocrômicas e Normocíticas
Deficiência de folato ou vitamina B12
Anemia macrocítica. Apresenta hipersegmentação dos

Anemias
neutrófilos. Reticulócitos aumentados? Anemia pós-parto
Reticulócitos
Falciforme aumentados

na gestação Anemia normocrômica. Apresenta afoiçamento das hemácias


(prova de falcização) e presença da molécula HbS na
eletroforese de hemoglobina. Sim Não
Casos
mais leves
(Hb > 9,5 g/dl)
• Ferro por via oral
80 mg/dia a 100mg/dia
por 6 meses

Talassemias
Anemia hipocrômica e microcítica. Apresenta ferro sérico
normal, hemácias em alvo e eletroforese de hemoglobina Hemorragia e Hemólise Mielograma Casos • Ferro por via endovenosa
com elevação de HbA2. Suspeitar de talassemia quando a mais graves • Eritropoetina
anemia não responder ao tratamento convencional. (Hb < 9,5 g/dL) (discutir com hematologista)
Descrição Descrição Diagnóstico Diagnóstico Tratamento Tratamento
Definição Classificação Rastreamento laboratorial Fluxograma de Diagnóstico para DMG Tratamento Clínico Critérios de internação
Qualquer grau de intolerância à glicose com início ou reconhe- Supervisão do Grupo Multidisciplinar
cimento na gestação. • Gestantes de alto risco para DG Objetivo • No diagnóstico: glicemias muito elevadas e para início da
• Gestantes de baixo risco para DG Avaliar o risco de DG na 1ª consulta pré-natal. Glicemia jejum (1ª consulta) insulinização
Manutenção em normoglicemia • Intercorrências clínicas /obstétricas com comprometimento
Prevalência materno-fetal
Varia de 1% a 14% de todas gestações, de acordo com o grupo Grupo de alto risco para DG Métodos • Valores glicêmicos ideais • Gestação que atinge 38 a 39 semanas
estudado e o teste diagnóstico empregado. : : jejum e pré-prandiais < 105 mg/dl
• Antecedente de DG em gestação anterior Glicemia de jejum :: pós-prandiais – 1 hora após < 140 mg/dl
• Sintomas sugestivos de diabetes (polis) • 90 mg/dl a 104 mg/dl = alto risco para DG < 90 mg/dl 90 - 104 mg/dl ≥ 105 mg/dl –2  horas após < 120 mg/dl Conduta obstétrica
Fisiopatologia • Obesidade importante • 2 valores ≥ 105 mg/dl = DG (2 valores)
• História familiar de diabetes (parentes de 1º grau) • Orientação nutricional feita por nutricionista Pacientes compensadas e sem complicações materno-fetais =
• Idade materna > 35 anos Testes de tolerância • Exercícios físicos adequados interrupção da gestação com 38 semanas a 39 semanas.
Hiperglicemia materna • Glicosúria • No baixo risco Baixo risco Alto risco
• Aumento excessivo de peso na gestação Iniciar com Teste de Tolerância Simplificado (TTS) de 50g; DM Gestacional Pacientes descompensadas e/ou com complicações =
• Hipertensão arterial se > 130 mg/dl, realizar o Teste de Tolerância à Glicose Oral Terapia Hipoglicemiante antecipação do parto em função das condições maternas e fetais.
• Complicações fetais anteriores: óbitos perinatais (TTGO) de 100g (sempre orientada pelo endocrinologista)
macrossomia TTS - 50 g /
malformações fetais • No alto risco 26ª semana Pré-natal com Está indicada a insulina humana de ação intermediária (NPH) se
Malformações Hiperglicemia polidrâmnio Iniciar com o TTGO de 100g na 28a semana TTGO - 100 g acompanhamento glicemia pré-prandial > 105 mg/dl e 2 horas após > 120mg/dl. Conduta clínica no dia do parto
fetais fetal 28ª semana multidisciplinar
Dose empírica: ~ 0,7 UI/kg peso; 2/3 de manhã e 1/3 à noite. Naquelas que utilizam insulina, programar as devidas
> 130 mg/dl alterações para o dia do parto, juntamente com o grupo
• 50g de glicose via oral Caso o controle glicêmico seja insatisfatório, utiliza-se insulina da endocrinologia.
Descompensação, TTS 50g normal alterado de ação rápida (regular) no período pré-prandial.
infecções / 1 hora pós > 130 mg/dl = alto risco para DG DM I e II
complicações < 130 mg/dl pré-gestação • Ministrar 1/3 da dose de insulina NPH
Avaliar cautelosamente ajustes da insulina: • Cateterização venosa: infusão de SG
Repetir com 34 • Pequenas variações das doses após perfil 5% – 125 ml/h
semanas se um de 24 horas ou 48 horas • Controle glicêmico capilar

12
Antecipação • Realizado pela manhã Pré-natal valor estiver • Obter pelo menos 80% de valores adequados Preferencialmente a cada 3 horas
do parto • Orientar consumo de carboidratos rotina alterado • Minimizar ocorrência de hipoglicemias (orientação familiar) pela • Manter glicemia em 70 mg/dl
(Terapêutico) (≥ 150 g) nos 3 dias anteriores ao exame manhã a 120 mg/dl
• Jejum de 8 horas a 12 horas antes do teste • Em caso de glicemia > 140 mg/dl,
TTGO • Valores: Prevenção de infecções acrescentar insulina regular 5 UI em
100g : : Jejum – 95 mg/dl Observação: Ver sintomas, antecedentes ou fatores que podem levar 500 ml de soro glicofisiológico. Infundir
Prematuridade 3 horas :: 1 hora pós – 180 mg/dl ao grupo de alto risco. • Evitar descompensações mais freqüentes na velocidade de 1 UI/h a 2 UI/h
:: 2 horas pós – 155 mg/dl :: Urinárias
:: 3 horas pós – 140 mg/dl :: Cutâneas / dentárias
:: Fúngicas
Hiperinsulinemia fetal 2 ou mais valores alterados = diabetes melito Avaliação do comprometimento sistêmico Conduta no puerpério
gestacional • Tratar a bacteriúria assintomática
• Realizar urocultura a cada 3 meses Diabetes melito pré-gestacional = redução das necessidades

Diabetes
Diabéticas com complicações crônicas de insulina pela metade.
Macrossomia Hipoglicemia
fetal neonatal • Maior risco Diabetes gestacional = retirada da insulina.

Gestacional (DG) Retardo na


• Comprometimento vascular (o mais comum é a restrição do
crescimento fetal) Reclassificação do estado glicêmico materno após 6 semanas
do parto.
Trauma maturação pulmonar
de parto (Sind. Desconforto Controles no pré-natal
Respiratório)
• PA
• ECG / ECO
• Função renal / proteinúria
Óbito fetal Óbito neonatal • Fundo de olho
• Hemoglobina glicada a cada 3 meses
Descrição Diagnóstico Tratamento
Definição Diagnóstico de SAF Gestante sem antecedente pessoal de trombose

As trombofilias são alterações da coagulação sangüínea que le- Requer a associação de pelo menos um critério clínico com um Para gestantes com mau passado obstétrico preconiza-se o
vam o indivíduo a maior predisposição para fenômenos trombo- critério laboratorial. uso associado de:
embólicos.
• Aspirina – 100 mg/dia (interromper 10 dias antes do parto)
Critérios Clínicos
Classificação • Heparina em dose profilática (uma das opções abaixo):
•Trombose venosa ou arterial :: Heparina (Liquemine® ou Heparin®) – 5.000 U por via
subcutânea 2 vezes /dia
Adquiridas • Síndrome antifosfolípide (SAF) • Complicações gestacionais :: Dalteparina (Fragmin®) – 5.000 U por via subcutânea
:: Uma ou mais mortes fetais acima de 10 semanas 2 vezes/dia
:: Nascimento de um ou mais fetos com menos de 34 semanas :: Enoxaparina (Clexane® ou Cutenox®) – 40 mg
devido a pré-eclampsia ou insuficiência placentária por via subcutânea 1 vez por dia
• Deficiência de proteína S :: Ocorrência de 3 ou mais abortos com menos de 10 semanas
• Deficiência de proteína C
• Deficiência de Antitrombina III (ATIII) Gestante com antecedente pessoal de trombose
Hereditárias • Presença do fator V de Leiden Critérios Laboratoriais
• Mutação do gene recombinante Para gestantes com mau passado obstétrico, preconiza-se o
da protrombina • Presença do anticoagulante lúpico uso associado de:
• Hiperhomocisteinemia • Identificação de anticorpos anticardiolipina das classes IgG e IgM
• Encontro de anticorpos antibeta2-glicoproteína I • Aspirina – 100mg/dia (interromper 10 dias antes do parto)
das classes IgG e IgM • Heparina em dose plena (com orientação e controle
do hematologista)
Complicações relacionada à SAF
ou às trombofilias Cuidados com o uso de heparina
• Iniciar após a identificação de gestação tópica e com
• Abortamento de repetição batimentos cardíacos fetais
• Prematuridade • Heparina de baixo peso molecular (enoxaparina) está
• Restrição de crescimento fetal relacionada com menos incidência de plaquetopenia e

13
• Pré-eclampsia grave e de aparecimento longe do termo osteopenia
• Depressão pós-parto • Suspender a heparina 24 horas antes do parto e reintroduzi-la
• Óbito fetal (quando necessário) 12 horas após o parto

Pré-natal e parto

• Retornos mensais até 26 semanas, quinzenais até 34


semanas e semanais após essa data, até o parto

• Avaliação dos sinais e sintomas de trombose em cada retorno

Síndrome
• Hemograma com plaquetas e proteinúria bimensalmente

• Ecocardiografia fetal entre 24 semanas e 28 semanas

Antifosfolípide • Cuidadosa monitorização do crescimento e da vitalidade


fetal a partir de 26 semanas (biometria, liquido amniótico,

(SAF) dopplevelocimentria e cardiotocografia). Repetição quinzenal


até 32 semanas e semanal após essa data

e Trombofilias • Internação se apresentar hipertensão, restrição do


crescimento, oligoâmnio ou alteração na vitalidade fetal

• Interrupção da gestação com 38 semanas ou anteriormente


em função das condições maternas e fetais
Descrição Diagnóstico Tratamento Tratamento
Definição O diagnóstico da infecção urinária é clínico e confirmado Drogas preferenciais Cistite ou bacteriúria assintomática
laboratorialmente por: (tratamento prolongado)
A infecção do trato urinário (ITU) é caracterizada pelo cresci- • Ampicilina
mento de microorganismo(s), com ou sem danos para o trato • Exame de urina tipo I • Cefalosporina • Ampicilina (Binotal®) – 500 mg por via oral a cada 6 horas
urinário. Na prática clínica, é o número de bactérias igual ou su- • Urocultura com antibiograma • Nitrofurantoína • Cefalexina (Keflex®) – 500 mg por via oral a cada 6 horas
perior a 100.000 unidades formadoras de colônia por mililitro • Hemograma completo • Nitrofurantoína (Macrodantina®) – 100 mg por via oral
(UFC/ml) em urina coletada em jato médio, na primeira micção a cada 6 horas
do dia, sob condições adequadas de assepsia. Drogas com contra-indicação • Amoxicilina (Amoxil®) – 500 mg por via oral a cada 8 horas
Pielonefrite aguda • Sulfonamida (Bactrin®) – 500 mg por via oral a cada 6 horas
• As sulfonamidas devem ser evitadas quando próximo
Sinais e sintomas locais ao termo, por estarem associadas a hiperbilirrubinemia do Observação
• Bacteriúria assintomática • Disúria recém-nascido Este tratamento deve ser mantido de 7 dias a 14 dias.
Formas clínicas • Infecção urinária baixa (cistites e uretrites) • Polaciúria • As tetraciclinas são contra-indicadas por se depositarem
• Pielonefrite aguda • Urgência miccional nos ossos e dentes do feto, além de poder causar insuficiên-
• Dor lombar a punho percussão (sinal de Giordano presente) cia hepática na mãe
• As quinolonas (Ciprofloxacino) devem ser evitadas Pielonefrite Aguda - Conduta
Sinais e sintomas sistêmicos por também se depositarem nos ossos e dentes do feto
Incidência • Alteração do estado geral e poder causar insuficiência hepática na mãe • Hospitalização
• Anorexia • Os aminoglicosídeos, pelos riscos de ototoxidade • Culturas de urina e sangue
É a infecção bacteriana mais freqüente do ciclo gravídico-puer- • Náuseas e vômitos e nofrotoxicidade devem ser usados em pacientes com • Hemograma, creatinina sérica e eletrólitos
peral. Sua incidência é da ordem de 10%. O microorganismo • Calafrios, sudorese quadro grave, comprometimento do estado geral, • Monitorização de sinais vitais, incluindo diurese
mais freqüentemente encontrado é a Escherichia coli. • Taquicardia ou quando a sensibilidade aos microorganismos (considerar uso de sonda vesical)
• Febre acima de 40ºC, intercalada com episódios de hipotermia não apontar outra alternativa • Solução cristalóide endovenosa para manter
A bacteriúria assintomática ocorre em 5% a 7% das gestações, taxa • Nos casos graves, alteração da função renal, anemia, diurese ≥ 30 ml/h
semelhante aquela de mulheres não-grávidas e sexualmente ativas. septicemia e insuficiência respiratória • Antibioticoterapia endovenosa
• Raio X do tórax em caso de dispnéia ou taquipnéia
Infecção urinária sintomática se desenvolve em 20% a 40% das Bacteriúria assintomática • Repetir hemograma e eletrólitos em 48 horas
pacientes com bacteriúria assintomática no início da gestação e • Mudar para antibióticos por via oral quando afebril
em 2% nas gestantes sem bacteriúria. Por esta razão, é impor- Tratamento dose única • Alta quando afebril por 48 horas; considerar
tante investigar a presença de bacteriúria em todas as grávidas antibioticoterapia por 14 dias

14
e tratar as que apresentam urocultura positiva. • Ampicilina (Binotal®) – 2 g • Urocultura em 1 semana a 2 semanas após completar a terapia
• Cefalexina (Keflex®) – 2 g • Solicitar orientação do infectologista
• Fosfomicina (Monuril®) – 1 envelope (3 g)
Complicações • Amoxicilina (Amoxil®) – 3g
• Nitrofurantoína (Macrodantina®) – 200 mg Antimicrobianos no tratamento
A pielonefrite aguda durante a gestação pode evoluir para cho- da pielonefrite aguda
que séptico e deterioração da função renal.
Tratamento por 3 dias • Ampicilina (Binotal®) – 1 g a 2 g
Complicações obstétricas: por via endovenosa a cada 6 horas
• Ampicilina (Binotal®) – 500 mg por via oral a cada 6 horas • Cefalotina (Keflin®) – 1 g a 2 g
• Trabalho de parto prematuro • Cefalexina (Keflex®) – 500 mg por via oral a cada 6 horas por via endovenosa a cada 6 horas
• Crescimento intra-uterino retardado • Amoxicilina (Amoxil®) – 500 mg por via oral a cada 8 horas • Cefazolina (Kefazol®) – 1 g a 2 g
• Prematuridade • Nitrofurantoína (Macrodantina®) – 100 mg por via oral por via endovenosa a cada 8 horas

Infecção
• Síndrome de angústia respiratória no recém-nascido a cada 6 horas
• Anormalidades congênitas Observações
• Óbito fetal A eficácia deve ser avaliada de 24 horas a 48 horas.

Urinária Supressão para persistência bacteriana


ou recorrência Após remissão do quadro clínico, manter o tratamento por via
oral por 14 dias.

e Gestação • Nitrofurantoína (Macrodantina®) – 100 mg por via oral


à noite, até o fim da gravidez Solicitar orientação do infectologista.
Descrição Diagnóstico Diagnóstico Diagnóstico Tratamento
Etiologia Formas clínicas Diagnóstico Sorológico Diagnóstico de infecção fetal Tratamento Medicamentoso

Bactéria espiroqueta Treponema pallidum. Primária Rotina sorológica no pré-natal A pesquisa do treponema por meio de amniocentese e Forma primária
cordocentese não é feita na prática.
• Cancro duro = úlcera única, indolor, com bordos sobrelevados • Penicilina G Benzatina – 2.400.000 UI por via intramuscular,
Transmissão duros e fundo limpo • Na 1ª consulta A ultra-sonografia obstétrica auxilia na detecção de sinais dose única
• Pode haver linfoadenomegalia satélite (VDRL e FTA ABS) • No 3º trimestre indiretos de comprometimento fetal. • Benzetacil® – 1.200.000 UI por via intramuscular
Sexual (penetração pela mucosa ou pele). • Desaparece espontaneamente de 2 semanas a 6 semanas • No parto e puerpério, se necessário em cada glúteo

Período de incubação Secundária Observações Sífilis + HIV Forma secundária e latente recente
Sempre pesquisar e tratar o(s) parceiro(s).
De 10 dias a 90 dias. • Roséola sifilítica = rash cutâneo após 1 mês a 6 meses do Manifesta-se de forma mais rápida e mais grave. • Penicilina G Benzatina – 2.400.000 UI por via intramuscular,
cancro Não é possível a transmissão pelo aleitamento, a menos que 2 doses com intervalo de 1 semana
• Exantema maculopapular róseo de limites imprecisos uma lesão infectante esteja presente na mama. Sempre pesquisar liquor nos co-infectados.
disseminado, incluindo região palmar e plantar
Transmissão vertical • Pode haver sintomas gerais brandos e condilomas planos Forma latente tardia
genitais Testes não específicos (não treponêmico)
Ocorre em mais de 70% dos casos de infecção ativa, se não for • Desaparece espontaneamente de 2 semanas a 6 semanas • Penicilina G Benzatina – 2.400.000 UI por via intramuscular a
tratada. Quando tratada, há a possibilidade de ocorrer entre 1% VDRL cada semana, por 3 semanas
a 2% das gestantes. • Torna-se reagente após 2 a 4 semanas
Latente do aparecimento do cancro
O feto só é contaminado a partir de 16 semanas, embora o abor- • Variações significativas = elevação no título Forma terciária
tamento de causa luética possa ocorrer antes dessa idade ges- • Recente = inferior a 1 ano de 4 vezes em 1 mês
tacional. Formas de latente • Tardia = superior a 1 ano • Permanece positivo por vários anos Duas opções:
• Penicilina G Cristalina – 2.000.000 UI a 4.000.000 UI
• Causas de falsos positivos com títulos baixos: por via endovenosa a cada 4 horas durante 10 dias a 14 dias
Repercussões fetais e neonatais :: Doenças infecciosas (hepatopatias crônicas) • Penicilina G Benzatina – 2.400.000 UI por via intramuscular a
Período sem manifestações clínicas, entre a sífilis secundária e :: Doenças reumatológicas (colagenoses) cada semana, por 3 semanas
• Óbito fetal a terciária.

15
• Osteocondrite em ossos longos
• Restrição ao crescimento intra-uterino (RCIU) Observação Teste específico (treponêmico)
• Anemia hemolítica Permanece o risco de transmissão, inclusive para o concepto Tratamento Medicamentoso alternativo
• Microcefalia FTA ABS (imunofluorescência indireta) em casos de alergia a Penicilina
• Icterícia • Mantém-se positivo por toda a vida = cicatriz sorológica
• Placentomegalia Terciária • Eritromicina (estearato) – 500 mg por via oral
• Surdez • Causas de falsos positivos: a cada 6 horas durante 14 dias
• Hidropsia fetal • Goma sifilítica = comprometimento cutaneomucoso :: Hanseníase
• Periostite dos ossos frontais e articular :: Malária • Ceftriaxona (Rocefin®) – 1 g/dia por via intramuscular
• Hepatoesplenomegalia • Acometimento cardiovascular e neurológico :: Colagenoses durante 10 dias
• Tíbia em sabre (tabes dorsalis, afasias, paresias, convulsões, demência) :: Mononucleose
• Exantema Observação
• Dentes de Hutchinson Não trata o concepto adequadamente.

Sífilis
• Retardo mental Diagnóstico Fluxograma Diagnóstico Sorológico
• Pneumonias
• Cirroses Nas formas primária e secundária = clínico e sorologia VDRL+, Título alto (1/8 ou >) Sífilis ativa

e Gestação • Fissuras periorais


• Hepatite
• Lesões pancreáticas
Nas formas latente e terciária = sorologia
Presença de sintomas neurológicos = pesquisar líquor
e FTA ABS+

VDRL+, Título baixo (até 1/4)


Tratar

Resultado falso positivo


Controle pós-tratamento

No pré-natal, realizar sorologia quantitativa mensal (repetir o tra-


• Uveíte e FTA ABS - (reação cruzada) tamento se houver aumento de duas diluições no título de VDRL).
• Meningite
• Deformidades das unhas VDRL+, Título baixo (até 1/4) Cicatriz sorológica se No pós-parto, repetição do VDRL em 3, 6, 9, 12 e 24 meses.
• Coriorretinite e FTA ABS+ tiver tratamento prévio;
• Trabalho de parto prematuro pode ser sífilis latente Os títulos devem cair 4 vezes com 3 meses.
• Miocardite
• Pênfigo palmar e plantar VDRL- e FTA ABS+ Cicatriz sorológica ou
• Rinite falso positivo
Descrição Diagnóstico Diagnóstico Tratamento
Tratamento Medicamentoso
Etiologia Quadro clínico Infecção fetal
Não há tratamento específico. O uso de drogas antivirais e/ou
RNA vírus da família Togavírus. Tem período de incubação de 2 semanas a 3 semanas. Pode Diante de gestante IgM+ IgG+, realizar amniocentese (após de imunoglobulina não é preconizado.
ser totalmente assintomático em até 50% dos casos. Pode 14 semanas de gestação e com mais de 30 dias após o início
cursar como quadro gripal, com febre baixa, conjuntivite, da infecção materna), para pesquisa do agente no líquido
Via de transmissão artralgia, linfoadenomegalia (principalmente retroauricular, amniótico, por meio da reação em cadeia de polimerase (PCR).
cervical e occipital) e exantema (maculopapular, puntiforme, Profilaxia
Contato direto com pessoas doentes, com contágio pelas difuso, mais acentuado na face, couro cabeludo e tronco). O uso de cordocentese para pesquisa de IgM fetal específica é
gotículas de secreções nasofaríngeas. prática excepcional, em casos selecionados. • A imunização de crianças, adolescentes e mulheres
susceptíveis em idade fértil é a melhor estratégia preventiva
A transmissão pode iniciar-se até 1 semana a 2 semanas antes Rotina pré-natal O teste de avidez para IgG pode ser útil nos casos de IgM+
do aparecimento do exantema e prolongar-se até 1 semana a 2 persistente: • Gestantes susceptíveis não devem receber a vacina durante
semanas após o surgimento do rash cutâneo. A sorologia para rubéola deve ser solicitada na primeira a gestação
consulta pré-natal. Caso seja negativa, encaminhar para
vacinação após o parto. Avidez • Baixa avidez (< 30%) indica infecção recente • Mulheres vacinadas devem adotar medidas
Transmissão vertical para IgG • Alta avidez (> 60%) indica infecção antiga anticoncepcionais efetivas por período de 30 dias
Gestantes sabidamente imunes não precisam repetir a
Só acontece na fase aguda da doença e diminui à medida sorologia durante o pré-natal, mesmo diante de contato com • O uso inadvertido da vacinação em gestantes (início do 1º
que a idade gestacional aumenta. No 1º trimestre o risco pessoas doentes. trimestre) não tem promovido alterações conceptuais
de acometimento fetal é da ordem de 80% a 90%. No 2º O diagnóstico da infecção fetal é útil para melhor orientação do
trimestre, há risco de alterações funcionais de órgãos, e no 3º casal e para nortear a conduta neonatal. • Puérperas susceptíveis já devem ser imunizadas após 48
trimestre as repercussões fetais são raras. horas de pós-parto
Infecção materna
Regra geral
Não costuma ser relevante o acometimento do concepto após Sorologia para detecção de anticorpos IgM e IgG. A detecção Achados ultra-sonográficos
o 1º trimestre da gestação. de IgM é possível de 3 dias a 5 dias após o início dos sintomas
e permanece positiva por 4 semanas. Os anticorpos IgG Geralmente identificados após a 20ª semana de gestação.
permanecem positivos e estáveis indefinidamente. Podem estar ausentes e são inespecíficos. Os principais são:
• Hidrocefalia
O diagnóstico sorológico de rubéola aguda é confirmado diante • Microcrania

16
de soroconversão ou quadruplicação dos títulos de IgG entre • Defeitos cardíacos
duas amostras de sangue, colhidas com 2 semanas a 3 semanas • Hepatoesplenomegalia
de intervalo, após a suspeita de contágio ou início de exantema. • Catarata
• Hidropsia fetal
A pesquisa sorológica é fundamental para gestantes • Restrição do crescimento fetal
susceptíveis que tiveram contato com doentes. Se IgM- e IgG-, • Polidrâmnio
a sorologia é repetida após 2 semanas a 3 semanas. • Oligoâmnio
• Placentomegalia

• IgM- IgG- = gestante susceptível


Sorologia • IgM+ IgG+ = gestante com infecção aguda Síndrome da Rubéola Congênita -
materna • IgM- IgG+ = gestante com infecção pregressa Achados neonatais freqüentes

Rubéola
• Restrição do crescimento
• Hepatoesplenomegalia
• Púrpura trombocitopênica

e Gestação • Catarata / glaucoma


• Microcefalia
• Retardo mental
• Cardiopatias / miocardite
• Surdez
• Anemia hemolítica
• Meningoencefalite
Descrição Diagnóstico Diagnóstico Diagnóstico Tratamento
Etiologia Quadro clínico Observações Achados ultra-sonográficos Tratamento Medicamentoso
da infecção materna aguda
Protozoário intracelular Toxoplasma gondii. Geralmente (80% a 90% dos casos), o quadro é assintomático. A utilização dos testes sorológicos para toxoplasmose pode Geralmente identificados após a 20ª semana de gestação.
Pode haver manifestações gerais brandas de febre, coriza, ser difícil e confusa em alguns casos, devido à possibilidade Podem estar ausentes e são inespecíficos. Os principais são: Indicado durante a gestação. Deve ser iniciado no momento
mal-estar, adinamia, cefaléia, mialgia e linfoadenomegalia de falsos positivos e negativos decorrente da variabilidade • Ventriculomegalia da suspeita diagnóstica. Reduz a possibilidade de transmissão
Via de transmissão (geralmente occipital). da resposta imunológica do hospedeiro e do uso de análise • Calcificações periventriculares vertical em 50% a 75% dos casos. Entretanto, não cruza a barreira
laboratorial não padronizada. • Hepatoesplenomegalia placentária, não servindo para tratamento do feto acometido.
Ingestão de oocistos (excretados nas fezes de gatos) ou de É importante efetuar a repetição dos exames sorológicos • Opacificação do cristalino
cistos teciduais (presentes em carnes contaminadas ingeridas Rastreamento pré-natal no mesmo laboratório, utilizando a mesma metodologia, • Placentomegalia Espiramicina (Rovamicina 1,5 MUI®) – 2 comprimidos por via
cruas ou mal cozidas). possibilitando a comparação dos resultados. • Microcefalia oral a cada 8 horas, uso contínuo até o parto.
Solicitar sorologia específica na 1ª consulta pré-natal; nas • Hidropsia fetal
gestantes susceptíveis, repetir a cada trimestre. • Restrição do crescimento fetal
Transmissão vertical • Polidrâmnio Tratamento Medicamentoso da infecção fetal
Infecção fetal • Oligoâmnio
Só ocorre na primoinfecção aguda materna. Há risco de Indicado quando a pesquisa no líquido amniótico (amniocentese)
ocorrer em 50% dos casos, se não tratada. Infecção materna Diante de gestante com infecção aguda, realizar amniocentese resultar positiva. Intercalar o uso da Espiramicina, a cada 3
com cerca de 20 semanas para pesquisa do agente no líquido semanas, com o seguinte esquema, até o parto:
Os riscos de acometimento conceptual dependem da idade É necessária a sorologia para detecção de anticorpos IgM e amniótico por meio da reação em cadeia de polimerase (PCR). • Pirimetamina (Daraprin 25 mg®) – 2 comprimidos
gestacional no momento da infecção: IgG. O IgM torna-se + em 1 a 2 semanas após a infecção; pode por via oral a cada 12 horas
ser detectado até por alguns anos. O IgG atinge pico máximo O uso de cordocentese para pesquisa de IgM fetal específica é • Sulfadiazina (Sulfadiazina 500 mg®) – 2 comprimidos
com 2 meses e títulos + persistem indefinidamente. prática excepcional, em casos selecionados. por via oral a cada 8 horas
• 1º trimestre = 15% a 20% de abortamento • Ácido folínico (Leucovorin 10 mg®) – 1 comprimido
espontâneo Pesquisas de IgA e IgE não são feitas na prática diária. por via oral ao dia
Idade • 2º trimestre = 25% a 30% de abortamento Acometimento do recém-nascido
gestacional espontâneo ou doença grave Realizar hemograma a cada 2 a 4 semanas, devido ao risco de
• 3º trimestre = 65% de conceptos Sorologia materna Cerca de 70% dos conceptos acometidos são assintomáticos anemia megaloblástica.
acometidos no nascimento; podem, contudo, expressar sinais tardios da
IgM- IgG- doença ao longo do seguimento neonatal. Em caso de alergia a sulfa, utilizar Clindamicina ou
Gestante susceptível. Se, ao longo da gestação, IgM tornar-se Azitromicina.
+, indica soroconversão (infecção aguda). Manifestações clínicas comuns

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Observação • Oculares
A infecção materna recorrente, a reinfecção, ou a persistência de :: Coriorretinite,
IgM+ fora da infecção aguda não oferecem riscos ao concepto. :: Atrofia do nervo óptico Profilaxia (para as gestantes susceptíveis)
Avidez • Baixa avidez (< 30%) indica infecção há :: Cegueira
para IgG menos de 3 meses :: Paralisia ocular • Cuidados higiênicos no trato de animais domésticos
Imunossupressão • Alta avidez (> 60%) indica infecção antiga :: Microftalmia • Uso de luvas no manuseio de areia, terra, plantas e carnes
• Lavar bem os alimentos que serão ingeridos crus
A presença de imunossupressão (como Aids e aplasia medular) • Sistema nervoso central • Descascar as frutas
pode alterar a evolução da toxoplasmose, predispondo :: Microcefalia • Comer carne bem cozida
à infecção generalizada com acometimento sistêmico IgM+ IgG+ na 1ª consulta, sem sorologia anterior :: Hidrocefalia • Evitar ingerir ovos crus ou mal cozidos
importante. Também pode proporcionar transmissão vertical Suposta gestante com infecção aguda. Realizar teste de :: Ventriculomegalia • Lavar bem as mãos antes de se alimentar
mais grave, inclusive nas formas recorrentes. avidez para IgG. :: Surdez
:: Calcificações periventriculares

Toxoplasmose
Níveis crescentes de IgM (aumento de vezes em 15 dias a 30
dias) também sugerem infecção aguda. • Hepatoesplenomegalia
• Icterícia

e Gestação IgM- IgG+


Gestante com infecção pregressa
• Ascite
• Hidropsia
• Trombocitopenia
• Retardo no desenvolvimento neuropsicomotor
Descrição Diagnóstico Tratamento
Etiologia Quadro clínico Tratamento Medicamentoso

DNA vírus da família Herpesvírus. A maioria dos casos é assintomático. Pode haver sintomas Não há tratamento específico. O uso de drogas antivirais ainda
inespecíficos de febre, fadiga, anorexia e linfoadenomegalia. não é preconizado na prática diária. O uso de imunoglobulina
também não tem sido recomendado.
Via de transmissão
Infecção materna Observação
Contato íntimo entre pessoas. O vírus pode ser encontrado na O neonatologista deve ser alertado, pois os conceptos
orofaringe, trato genital, urina, sêmen, sangue, leite e lágrimas Diagnóstico baseado nos testes sorológicos específicos e de poderão exibir sinais de acometimento multissistêmico no
de pessoas infectadas. Na gestação, a transmissão ocorre acordo com a presença de anticorpos IgM e IgG. período pós-natal.
mais freqüentemente por contato sexual e pelo contato com
crianças infectadas. A IgM torna-se positiva cerca de 2 semanas após o início dos
sintomas maternos e pode persistir por até 18 meses.
Profilaxia (para as gestantes susceptíveis)
Transmissão vertical
• IgM- IgG- = gestante susceptível • Evitar contato com secreções, saliva e urina de crianças
Pode ocorrer com maior freqüência durante a primoinfecção Sorologia • IgM+ IgG+ = gestante com infecção aguda de até 2 anos
(possibilidade de 30% a 40%). Pode surgir, menos materna • IgM- IgG+ = gestante com infecção pregressa
freqüentemente, durante episódios de reinfecção ou de • O uso de preservativo pode ser útil
reativação (cerca de 1% de chance).
• Gestantes que trabalham em creches, berçários, médicas,
paramédicas e profissionais que lidam com crianças de até
Infecção fetal 2 anos merecem cuidados especiais

Diante de gestante IgM+ IgG+, realizar amniocentese (após • Evitar contato com crianças febris e, em caso de necessidade
14 semanas de gestação e com mais de 30 dias após o início de transfusão sangüínea, avisar o banco de sangue que é
da infecção materna) para pesquisa do agente no líquido gestante, para receber sangue negativo para citomegalovírus
amniótico por meio da reação em cadeia de polimerase (PCR).

O uso de cordocentese para pesquisa de IgM fetal específica é

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prática excepcional, em casos selecionados.

O teste de avidez para IgG não costuma trazer benefícios, pois


a possibilidade de reinfecção e de reagudização resultam em
maiores dificuldades na sua interpretação.

O diagnóstico da infecção fetal é útil para melhor orientação do


casal e para nortear a conduta neonatal.

Achados ultra-sonográficos

São inespecíficos, podendo estar ausentes. Cerca de 50% dos

Citomegalovírus
fetos infectados podem exibir alterações ao ultra-som. Podem
ser pesquisados após a 20ª semana de gestação. Os mais
comuns são:

e Gestação • Calcificações intracranianas periventriculares


• Hidropsia fetal
• Microcefalia
• Ventriculomegalia
• Hidrocefalia
• Restrição do crescimento fetal
• Polidrâmnio
• Oligoâmnio
• Placentomegalia
• Hiperecogenicidade intestinal
Descrição Diagnóstico Diagnóstico Tratamento Tratamento Tratamento
Etiologia Marcadores sorológicos do vírus Hepatite B crônica – Rotina diagnóstica Fluxograma de diagnóstico Observações
da Hepatite B ou HBV
Vírus da hepatite B ou HBV, do tipo DNA. A sorologia, tanto para hepatite B como C, deve ser feita em As gestantes com hepatite aguda devem ser cuidadosamen-
todas as gestantes, pois grande parte dos indivíduos com Anti-HBc te acompanhadas, sobretudo para se estabelecer diagnóstico
testes positivos não refere a quadro clínico anterior de hepatite, diferencial com esteatose aguda, síndrome HELLP, colestase
Período de incubação Ag-HBs nem tem comportamento de risco. da gravidez, hepatite por drogas e outras viroses (CMV, mo-
nonucleose) que produzem sintomas semelhantes (vide pro-
De 60 a 180 dias. Pesquisa-se inicialmente o anticorpo core (Anti-HBc) e Ag-HBs. tocolo síndrome HELLP).

Anti-HBc -
A via de parto é de indicação obstétrica.
Cronicidade Em caso de Anti-HBc - Anti-HBc +
A amamentação é permitida.
De 3% a 10%. • Todos os outros exames negativos = paciente susceptível Contato com HVB
(indicar vacinação pós-parto)
Ag-HBc • Se a paciente recebeu vacina, terá Ag-HBs- e Anti-HBs+, Não indica imunidade ou proteção
Transmissão mostrando imunidade por vacinação Ag-HBs - Ag-HBs -

• Parenteral (sangue, hemoderivados, drogas injetáveis)


• Sexual • Ag-HBs Em caso de Anti-HBc + (contato com o vírus)
• Vertical (da mãe para o feto) Antígeno de Superfície da Hepatite B Anti-HBs - Anti-HBs +
Indicador de infecção aguda ou crônica • Ag-HBs- (não há infecção) e Anti-HBs+ (presença de Ag-HBs -
Se positivo, comunicar o pediatra para profilaxia do RN anticorpos) = cura ou imunidade após infecção Ag-HBs +
Observação • Ag-HBs+ = infecção. Comunicar o pediatra para profilaxia
• Ag-HBc do RN. Chances de transmissão vertical de 10%. Para saber Indica infecção
Paciente Paciente imune
A hepatite em gestantes tem sido subestimada porque os Antígeno Central (core) do VHB se está replicando ou não, procede-se a análise do Ag-HBe susceptível por vacinação Anti-HBs +
efeitos no recém-nascido às vezes só são percebidos décadas Avaliação por Anti-HBc (antígeno de replicação) Comunicar pediatra para
após o nascimento. A consequência mais grave é a evolução Se positivo, indica contato com vírus HBV profilaxia do RN
superior a 80% para as formas crônicas da doença. A Não indica imunidade ou proteção Ag-HBe
prevenção no RN apresenta uma eficácia protetora de 90%. • Ag-HBe- = não há replicação. Encaminhar paciente para trata- Transmissão vertical
Paciente imune
mento pós-parto de 10%
após infecção

19
• Ag-HBe = antígeno da clivagem do core viral. • Ag-HBe+ = está havendo replicação ativamente e a chance
Repercussões sobre o ciclo gravídico-puerperal Indica replicação de transmissão vertical passa para 80% a 90%
:: Ag-HBe+ e Anti-HBe+ = paciente está apresentando
Não parece haver diferenças importantes na evolução das • Anti-HBs = anticorpo contra antígeno reação contra a replicação Ag-HBe -
hepatites em grávidas quando comparadas a não-grávidas. de superfície. Indica imunidade :: Ag-HBe+ e Anti-HBe- = paciente não apresenta reação Ag-HBe +
contra a replicação
Seja qual for a etiologia da hepatite viral, a grávida pode ser • Anti-HBe = anticorpo contra o antígeno “e” do core. Está replicando
assintomática ou apresentar quadro clássico, com elevação Sugere bom prognóstico Não está
marcante das transaminases e sorologia positiva. Transmissão vertical
replicando
passa para 80%

Comunicar pediatra

Hepatite B
para profilaxia do RN

Anti-Hbe - Anti-Hbe +

Sem reação Reação para


contra a diminuir a
replicação replicação
Descrição Diagnóstico Tratamento
Etiologia Rotina diagnóstica Prevenção

Vírus da hepatite C ou HCV do tipo RNA. A sorologia deve ser feita em todas as gestantes, pois grande Não existe vacina disponível para a prevenção da infecção
parte dos indivíduos com testes positivos não refere a quadro pela hepatite C.
clínico anterior de hepatite, nem tem comportamento de risco.
Período de incubação O uso de gamaglobulina não foi ainda estudado como
alternativa na prevenção da transmissão vertical do HCV.
De 30 a 120 dias. Fluxograma de diagnóstico

Cronicidade Teste Anti HCV

De 50% a 70%.

Anti HCV+
Vias de transmissão

• Principalmente parenteral
• Sexual positivo HCV – RNA negativo
• Vertical (rara quando comparada com hepatite B. Carga viral
elevada aumenta o risco).

A maior parte dos casos de recém-nascidos de mães Carga viral Pré-natal normal
portadoras do Anti HCV corresponde à transmissão passiva de Genotipagem
anticorpos, que tendem a se negativar no soro da criança após
o sexto mês de vida.

Carga viral alta

20 TGO e TGP
e billirubinas trimestral

Não amamentar

Considerar tratamento pós-parto

Hepatite C
Descrição Diagnóstico Tratamento Tratamento
Etiologia Diagnóstico Sorológico no pré-natal Tratamento durante o pré-natal – regras gerais Via de parto

RNA vírus. Solicitar sorologia na 1ª consulta pré-natal; se negativa, repetir Se a gestante já utiliza esquema terapêutico anti-retroviral, A via de parto preferencial nas gestantes HIV+ é a cesárea
no 3º trimestre. ele deverá ser mantido até avaliação do infectologista; os eletiva com 38 semanas, pois oferece maior segurança na
medicamentos contra-indicados na gravidez deverão ser prevenção da transmissão vertical.
Vias de transmissão O diagnóstico é feito diante de 2 testes tipo ELISA (que detecta substituídos.
anticorpos para HIV1+ e HIV2+), confirmados por meio do A via vaginal poderá ser tentada diante de condições
• Inoculação percutânea de material infectado Western Blot (ou de imunofluorescência indireta), em nova Visando apenas a profilaxia da transmissão vertical, o obstétricas excepcionais, com rápida evolução do trabalho de
(sangue ou secreções) amostra de sangue. tratamento deve ser iniciado a partir da 14ª semana de parto, diante de carga viral indetectável ou menor que 1.000
• Intercurso sexual gestação, com monoterapia ou politerapia, na dependência da cópias/ml (avaliadas com 34 semanas ou mais de gestação).
• Uso de seringas e agulhas contaminadas Observação carga viral e do estado imunológico.
• Transfusão de sangue e derivados O teste sorológico para HIV sempre deverá ser solicitado com a
concordância da paciente; diante de recusa, registrar o fato no É recomendado o uso de Zidovudina (AZT), associado a outros Assistência ao parto – regras gerais
prontuário médico. anti-retrovirais.
Prevalência de HIV+ na população obstétrica • Na cesárea, realizar técnica com hemostasia rigorosa de
Teste rápido todos os planos, incluindo o segmento inferior, com retirada
Estado de São Paulo = de 0,1% a 3,7%. Apenas utilizado quando a grávida não fez pré-natal ou quando Tratamento Medicamentoso na gestação de concepto impelicado
Brasil = menos de 1%. o teste não for disponível; é válido para nortear a terapêutica
intraparto. • Zidovudina (AZT 100 mg) – 3 comprimidos por via oral • Clampeamento imediato do cordão umbilical
a cada 12 horas
Interrelações recíprocas • Biovir® (AZT 300 mg + Lamivudina 150 mg) – 1 comprimido • Remoção imediata de sangue e secreções em contato com
por via oral a cada 12 horas a pele e mucosas do recém-nascido
• A gravidez potencializa a deficiência do estado imunológico Assistência pré-natal em gestante HIV+ • Nelfinavir 250 mg – 5 comprimidos por via oral a cada
12 horas • Evitar trabalho de parto prolongado
• O HIV+ aumenta a chance de: • Acompanhamento por equipe multidisciplinar, em que o • Nevirapina 200 mg – 1 comprimido por via oral a cada
:: Abortamento infectologista desempenha papel importante na orientação 12 horas • Evitar amniotomia e impedir mais de 4 horas de bolsa rota
:: Prematuridade da medicação anti-retroviral, bem como na profilaxia e no
:: Rotura prematura de membranas tratamento das infecções oportunistas (como as causadas • Não executar fórcipe, nem episiotomia
:: Restrição do crescimento fetal pelo Pneumocystis carinii e Toxoplasma gondii)
:: Óbito fetal Profilaxia Medicamentosa • Retirar o AZT via intravenosa após o clampeamento do cordão

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:: Incidência de mecônio • Evitar procedimentos invasivos, como amostra de vilo corial, da transmissão vertical no parto
:: Infecção puerperal amniocentese e cordocentese • Manter o esquema anti-retroviral no puerpério, quando indicado
Constitui a essência da profilaxia da transmissão vertical. Esta
• Em cada consulta pré-natal, atentar para a presença de profilaxia intraparto está indicada para todas as gestantes HIV+, • O recém-nascido deverá receber AZT em xarope
Transmissão vertical infecções ginecológicas intercorrentes, incluindo HPV independentemente da terapia anti-retroviral utilizada na gestação. precocemente por período de 6 semanas

A chance aumenta com o progredir da idade gestacional. A • Incluir exames periódicos de avaliação virológica e imunológica
maior possibilidade de ocorrência de transmissão vertical é no (carga viral, CD4 e CD8), função renal e hepática, bem Esquema Importante
trabalho de parto e no parto (cerca de 65% dos casos). Há riscos como monitoração para outras possíveis infecções (como Está contra-indicada a amamentação.
adicionais pelo aleitamento materno. toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes, hepatites, lues, Usar frasco-ampola de AZT de 20 ml com 200 mg (10 mg/ml).
gonorréia, clamídia, micoplasma e tuberculose)
Dose de ataque
Transmissão • Sem intervenções preventivas • As sorologias indicando susceptibilidade deverão ser AZT – 2mg/kg peso diluído em 100 ml de SG 5% infundido em

HIV e Gestação
vertical = 20% a 25% repetidas a cada trimestre 1 hora por via endovenosa.
• Com medidas preventivas = 0% a 2%
• Deve-se proceder à vacinação contra hepatite B nas Dose de manutenção
gestantes susceptíveis AZT – 1mg/kg peso/h até o clampeamento do cordão.

Observações

Nos casos de parto com evolução muito rápida, a dose de


ataque de AZT deve ser ministrada em 30 minutos.

Nos casos de cesáreas eletivas, utilizar o AZT durante 4 horas


antes do procedimento.
Descrição Descrição Diagnóstico Diagnóstico Tratamento Tratamento
Patologias causadoras de hemorragia Descolamento prematuro de placenta (DPP) Placenta prévia Exame físico Placenta prévia - Conduta DPP
do 3º trimestre
Definição Quadro clínico • Aumento do tônus uterino (hipertonia), algumas vezes Deve-se evitar o toque vaginal. Quando realizado, exige • Os cuidados vitais maternos devem ser rápidos e
As principais são: associado a hiperatividade uterina (polissistolia) ambiente onde seja possível realizar uma intervenção de concomitantes à interrupção da gestação
• Placenta prévia Separação da placenta de sua inserção normal antes da expul- Sangramento genital indolor sem causa aparente, de coloração • Ao toque, a bolsa das águas geralmente é tensa emergência. • Encaminhar a paciente para o centro obstétrico
• Descolamento Prematuro de Placenta (DPP) são fetal. vermelha viva, reincidente e de gravidade progressiva. • Os batimentos cardíacos fetais são de difícil ausculta ou • Cateterização venosa. De acordo com a gravidade, utiliza-se
• Ruptura de seio marginal mesmo podem estar ausentes A conduta é definida de acordo com a idade gestacional e as cateter periférico ou intracath
• Ruptura de vasa prévia • A paciente pode apresentar sinais de pré-choque ou choque condições maternas e fetais. • Sondagem vesical para avaliação do volume urinário e da
• Lesões cervicais, cervicites, pólipos e Ca de colo uterino Etiologia Roteiro diagnóstico hipovolêmico que, às vezes, não condizem com a perda função renal
• Lesões vaginais e vulvares sangüínea vaginal Gestação pré-termo com sangramento discreto • Oxigênio úmido em máscara aberta
É desconhecida. É baseado no quadro clínico associado ao exame ultra-sonográfico • Podem aparecer sinais indiretos de CIVD, como petéquias, • Internação instituída via parenteral • Monitorização contínua da PA, freqüência cardíaca e diurese
Algumas dessas patologias podem ser diagnosticadas apenas pélvico e/ ou transvaginal e só deve ser firmado no 3º trimestre equimoses e hematomas • Controle de sinais vitais maternos
com exame clínico ou vaginal por meio do exame especular. O devido ao fenômeno da “migração” ou subida placentária. • Controle de sangramento vaginal
toque vaginal deve ser evitado. • Comunicar o banco de sangue Conduta no DPP
Ruptura uterina A placenta prévia pode estar associada com o acretismo pla- Condições associadas ao DPP • Controle de vitalidade fetal
centário, principalmente quando há cesárea anterior. No pré- • Administrar corticóides entre 26 semanas e 34 semanas Estabilização da paciente
Definição natal deve ser pesquisada essa possibilidade através de ultra- • Síndromes hipertensivas (principal fator) (vide protocolo de corticoterapia) O propósito é promover reposição volêmica para manter a per-
Placenta prévia sonografia com dopller e, se necessário, complementada pela • Descompressão uterina abrupta fusão tecidual e evitar o choque. A reposição volêmica deve ser
Separação de todas as camadas uterinas com saída de parte ou ressonância magnética. • Traumas abdominais externos Gestação pré-termo com hemorragia grave feita o mais precocemente possível com cristalóides, papa de
Definição de todo o feto da cavidade uterina, causando uma grave hemor- • Tumores uterinos (leiomiomas) • Resolução do parto por cesárea hemácias, plasma fresco, crioprecipitados, plaquetas e fator VII
ragia interna, taquicardia e hipotensão. Na possibilidade de acretismo, o parto deve ser programado • Malformações uterinas recombinante.
Implantação e desenvolvimento da placenta no segmento com apoio da radiologia intervencionista (vide protocolo he- • Multiparidade Gestação 36 semanas ou mais
inferior do útero. morragia pós-parto). • Tabagismo • Resolução do parto por cesárea Conduta obstétrica
• Uso de cocaína
• Trombofilias Cesariana com feto vivo ou morto e em qualquer idade
Incidência • Antecedentes de DPP em gestação anterior Observações gestacional.
Descolamento prematuro de placenta (DPP)
De 1%, mas vem crescendo pelo aumento do número de cesáreas. Em placentas prévias centro-totais, mesmo com feto morto, a Admite-se o parto vaginal em gestante em condições estáveis
O diagnóstico é eminentemente clínico. Exames laboratoriais durante a conduta no DPP interrupção é por cesárea. em fase adiantada do trabalho de parto, realizando amniotomia
e indução do parto, com ocitocina por período máximo de 2 horas.

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Classificação A ultra-sonografia pode auxiliar no diagnóstico diferencial com • Avaliação laboratorial da intensidade da anemia através de Todas essas pacientes exigem cuidados especiais no pós-parto
placenta prévia e confirma a vitalidade ou não do feto. hemograma completo imediato, sendo prudente encaminhá-las à UTI. Após o parto encaminhar a paciente à UTI.
 lacenta prévia centro-total
P
Recobre totalmente o orifício interno do colo do útero. A cardiotocografia identifica sinais de sofrimento fetal com bra- • Avaliação da coagulação
dicardia, diminuição da variabilidade e Dips tipo II. :: Teste de Weiner (formação e dissolução de coágulo)
Placenta prévia centro-parcial :: Coagulograma completo com plaquetas (plaquetas Ruptura uterina - conduta
Recobre parcialmente o orifício interno do colo do útero. inferiores a 100.000 mm e TTPA elevado são sinais de CIVD)
Quadro clínico :: Fibrinogênio plasmático (quando menor que 100 mg% Laparotomia imediata, com sutura das lacerações ou
Placenta prévia marginal indica coagulopatia de consumo) histerectomia. Persistindo o sangramento solicitar apoio da
A borda placentária margeia o orifício interno do colo do útero. • Dor súbita e intensa principalmente em localização radiologia intervencionista.
de fundo uterino • Avaliação da função renal (uréia e creatinina)
Placenta prévia lateral • Perda sangüínea vaginal em 80% dos casos • Avaliação metabólica e de função respiratória pela
Embora implantada no segmento inferior do útero, não alcança • Pode haver anemia, hipotensão e choque gasometria arterial
o orifício interno do colo. • Parada da movimentação fetal

Hemorragias Etiologia
• Coagulopatia por consumo local e coagulação intra-vascular
disseminada (CIVD)
Ruptura uterina
do 3º trimestre Fatores etiológicos associados: O diagnóstico é clínico.
• Cesáreas anteriores
• Idade materna avançada
• Multiparidade
• Curetagens repetidas
• Cirurgias uterinas
• Gemelaridade
• História pregressa de placenta prévia
Descrição Descrição Diagnóstico Tratamento
Classificação Freqüência e mortalidade perinatal Determinação da corionicidade Assistência pré-natal
em relação ao tipo de placentação por ultra-sonografia
Dizigóticos (80% dos casos) • Consultas mensais até 26 semanas, a seguir quinzenais e
É importante para prognóstico da gestação. As gestações mo- semanais a partir da 34ª semana
Fecundação de dois óvulos por dois espermatozóides. Podem Freqüência Mortalidade nocoriônicas apresentam maior risco de complicações e mor- • Diminuição da atividade física
ser ou não do mesmo sexo. A hereditariedade (materna), idade, talidade perinatal. A identificação utiliza três parâmetros: sexo • Ultra-sonografias mensais nas dicoriônicas e quinzenais nas
raça e técnicas de reprodução assistida têm influência. Dicoriônica Diaminiótica 6% 20% fetal, número de placentas e característica da membrana entre monocoriônicas, sempre com medida do colo do útero
os dois sacos. • Utilização de progesterona natural (Utrogestan® – 200 mg
à noite por via vaginal) para diminuição das contrações
Monozigóticos (20% dos casos) • Gêmeos de sexos diferentes são sempre dizigóticos e, uterinas
portanto, dicoriônicos • Pesquisa mensal de anemia e infecções do trato urinário
Fecundação de óvulo e espermatozóide únicos. Ocorre divisão • Se as placentas são separadas, a gestação é dicoriônica • Curva glicêmica para diagnóstico de diabetes gestacional
de massa embrionária inicial comum. São geneticamente idên-
ticos (mesmo sexo) e a gestação pode ser: • Características da membrana intergemelar : Gestação monocoriônica
• Dicoriônica e Diamniótica (DC/DA) :: Entre 6 semanas e 9 semanas, a presença de septo espesso • Acompanhamento concomitante com grupo de medicina fetal
• Monocoriônica e Diamniótica (MC/DA) entre os sacos caracteriza a dicoriônica •S  índrome de transfusão feto-fetal pode ocorrer precocemente
• Monocoriônica e Monoamniótica (MC/MA) :: Entre 11 semanas e 14 semanas, a gestação é dicoriônica em 15% dos casos. Seu tratamento de separação por laser
• Gêmeos acolados ou siameses se presente o sinal de lambda (projeção triangular de tecido (técnica disponível no Hospital e Maternidade São Luiz) tem
coriônico na inserção da membrana). Se a membrana sobrevida maior que a amniodrenagem seriada
Monocoriônica Diaminiótica 13% 30% amniótica se insere em forma de “T”, a gestação é
Complicações fetais monocoriônica

• A mortalidade perinatal é mais alta que a taxa para gestações Observação Particularidades na inibição
únicas durante toda a gestação Com a evolução da gestação, ocorre regressão do sinal de lamb- de Trabalho de Parto Prematuro (TPP)
• Prematuridade (50% dos gêmeos nascem antes de 34 da e a determinação de corionicidade pode se tornar impossível
semanas) de ser feita. • Dar preferência aos antagonistas da Ocitocina (Atosiban)
• Aborto, crescimento intra-uterino retardado (CIUR), (vide protocolo de inibição do TPP)
malformações fetais, poliidrâmnio • Evitar a hiper-hidratação por haver risco de edema agudo
Sinais ultra-sonográficos de pulmão
Na gestação monocoriônica que definem o tipo de corionicidade • Evitar uso concomitante de betamiméticos com corticóides

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• Aumento na incidência de abortamento (risco de edema agudo de pulmão)
• Quando ocorre óbito de um dos fetos, o risco de óbito ou • Nos casos de risco de parto prematuro, realizar apenas um
retardo mental do outro é de 25% Monocoriônica Monoaminiótica 1% 60% ciclo de corticoterapia entre 26 semanas e 32 semanas
• Nos casos de gestação monoamniótica, pode ocorrer óbito com preferência pela Betametasona (vide protocolo de
súbito, sem possibilidade de prevenção corticoterapia)

Complicações maternas Assistência ao parto

• Pré-eclampsia • O parto gemelar deve ser realizado com, no máximo,


• Diabetes 38 semanas nas dicoriônicas e 34 semanas nas
• Hemorragia pós-parto monocoriônicas
• Anemia • Devido às intercorrências, tanto maternas como fetais, a

Gestação Gemelar
• Placenta prévia Sinal do Lambda Sinal do T cesariana eletiva parece ser a decisão mais adequada. No
(dicoriônica) (monocoriônica) mesmo raciocínio, nas gestações com mais fetos, também
Acolados ou Siameses 0,006% 90% será indicada a cesárea
• Pode-se permitir o parto vaginal nas gestações de termo,
com pesos fetais acima de 1.500 g e com os dois fetos em
apresentação cefálica ou o primeiro cefálico e o outro não-
cefálico
• Após o parto, manter a paciente com infusão de Ocitocina
por 12 horas, por haver risco de atonia uterina
Descrição Diagnóstico Tratamento
Definição Roteiro diagnóstico Tratamento dos casos graves
(com orientação da Medicina Fetal)
Reação imunológica materna a antígenos eritrocitários fetais. • Pesquisa e titulagem de anticorpos irregulares, antigamente
Posteriormente, haverá passagem transplacentária desses an- denominado teste de coombs indireto Para hidropsia ou ascite, a conduta é a dosagem de hemoglobi-
ticorpos para a circulação fetal, com processo de hemólise pro- • Considera-se fator de gravidade título de anti-D igual ou na por cordocentese e transfusão intra-uterina com concentra-
gressiva, anemia e hipóxia. maior do que 1:16 do de hemácias grupo O e Rh-.
• A gestante Rh- deve ser investigada para subgrupo Du. Quan-
A DHPN não é exclusiva do sistema Rh; a pesquisa de anticorpos do Du+, por apresentar risco desprezível, não necessita pro- Nos casos de fetos tratados com transfusão intra-uterina o
deve ser solicitada para todas as pacientes, na primeira consul- pedêutica especializada parto deve ser realizado com 34 semanas por cesárea. Nos de-
ta pré-natal. • Tipagem sangüínea paterna. Só há risco com pai Rh+. A zigo- mais casos de fetos com chance de apresentarem hemoglobina
tagem paterna é indicada nos casos graves maior que 13 g% e boa vitalidade fetal, o parto poderá ser reali-
A incompatibilidade ABO mãe-feto constitui uma proteção par- • Pesquisar antecedentes de transfusões, evolução das ges- zado com 38 semanas .
cial contra a aloimunização anti-D. O risco de aloimunização an- tações anteriores e dos recém-nascidos, além de uso de
ti-D em gestações ABO compatíveis é acima de 15%; em caso drogas injetáveis A administração maciça de imunoglobulina endovenosa ou plas-
de incompatibilidade o risco fica em torno de 1,5%. maferese na mãe, por seu custo, sua complexidade e seus efei-
tos colaterais, tem sua indicação excepcional em casos graves
Fluxograma da gestante Rh- com passado de perdas de repetição e ocorrência de hidropsia
Incidência antes de 28 semanas.

O sistema Rh é o mais freqüente e grave (80% a 90% dos ca- Gestante Rh -


sos), seguido pelo ABO, cujas complicações são mais comuns
no período neonatal a cargo do neonatologista. Profilaxia da isoimunização

Pesquisa de anticorpos irregulares Gamaglobulina anti-D deve ser aplicada por via intramuscular,
ou coombs indireto em dose que varia de 250 ug (Partogama®) a 300 ug (Rhogam®,
Matergam®) em todas as gestantes Rh- e Du- na 28ª semana de
gestação e naquelas que tenham recebido hemácias positivas
nas seguintes situações:

Negativo Positivo • Após parto de RN (vivo ou morto) Rh+ (ou Rh- e Du+)

24
• Após abortamento, gestação ectópica, gestação molar, colheita
de vilosidade ou após amniocentese, quando o pai é Rh+
• Na presença de sangramento vaginal
• Após transfusão de sangue Rh+, na dose de 300 ug a
Repetir a cada cada 30 ml de sangue total recebido ou a cada 15 ml de
trimestre
≥ 1:16 < 1:16
concentrado de glóbulos

Observações
A medicação profilática deve ser efetuada logo após o evento, no
Acompanhar Repetição mensal prazo máximo de 72 horas, havendo a possibilidade de não ocorrer
com grupo de e ultra-som com a sensibilização quando a administração é feita até 21 dias, ressal-
Medicina Fetal doppler fetal tando-se que, quanto menor o intervalo, maior a eficácia.

Doença
As gestantes Du+ ou D “fraco”, em sua maioria, não se sensibilizam,
não necessitando, portanto, de Gamaglobulina anti-D.

Hemolítica Parâmetros de gravidade na


gestante sensibilizada

Perinatal • Antecedentes de mau passado obstétrico pelo fator Rh


• Título de anticorpos anti-D igual ou maior do que 1:16
• Achado ao ultra-som de derrame pericárdico, ascite ou

(DHPN) hidropsia fetal


• Dopplervelocimetria da artéria cerebral média fetal alterada
• Cardiotocografia com padrão sinusoidal ou presença de
desacelerações
• Diminuição acentuada dos movimentos fetais
Descrição Diagnóstico Tratamento
Definição Identificação Conduta

Processo patológico capaz de modificar o potencial de cresci- Alguns elementos clínicos, embora pouco precisos, possuem A regra geral é: etiologia definida = tratamento específico.
mento do produto conceptual, de forma a restringir o desenvol- valor para a suspeita diagnóstica, como a altura uterina menor
vimento fetal. do que a esperada para a idade gestacional. • Realizar investigação etiológica (ultra-sonografia obstétrica,
cariotipagem fetal na suspeita de anomalias congênitas e
Na prática, é caracterizado quando o crescimento fetal é inferior Sua confirmação é feita pela ultra-sonografia obstétrica, com o testes de infecções congênitas)
ao 10º percentil para determinada idade gestacional. cálculo do peso fetal. É necessário, entretanto, o conhecimento
correto da data da última menstruação e/ou datação por ultra- • Apuro e compensação de intercorrências clínicas maternas
sonografia precoce (de 1º trimestre), ou, pelo menos, duas ultra-
Classificação e principais etiologias sonografias concordantes, antes de 20 semanas de gestação. • Vigilância da vitalidade fetal fundamentada no perfil biofísico
fetal (incluindo a cardiotocografia) e dopplervelocimetria.
Tipo I – Simétrico (20% dos casos) A vigilância deve ser individualizada de acordo com a idade
O feto apresenta crescimento harmônico e proporcionado, gestacional, a gravidade do caso e a etiologia envolvida
mantendo regularidade nas relações entre as circunferências
cefálica, abdominal e o comprimento do fêmur. O líquido amni- • Determinar o momento ideal para o parto. Promover a
ótico pode estar normal ou alterado e os resultados das provas antecipação do nascimento em época oportuna; valer-se
de vitalidade fetal são variáveis (na dependência da etiologia): da corticoterapia antenatal para acelerar a maturidade
• Anomalias congênitas pulmonar fetal, se necessário
• Infecções pré-natais
• Irradiações ionizantes
Via de parto
Tipo II – Assimétrico (80% dos casos)
Ocorre crescimento desarmônico e desproporcionado, com al- A via preferencial é a cesariana. A indução do trabalho de parto
terações nas relações entre as circunferências cefálica, abdo- e a via baixa podem ser tentadas em casos selecionados, com
minal e o comprimento do fêmur. Cursa mais freqüentemente líquido amniótico em quantidade normal e com rigorosa vigilân-
com oligoâmnio e alterações circulatórias materno-fetais: cia da vitalidade fetal.
• Hipertensão arterial
• Desnutrição materna
• Cardiopatias cianóticas

25
• Colagenoses
• Trombofilias
• Diabetes com vasculopatia
• Anemias graves
• Tabagismo
• Etilismo
• Uso de drogas ilícitas

Observações
A etiologia não é definida em cerca de 40% dos casos.

Atenção para a possibilidade freqüente de restrição do cresci-


mento intra-uterino do tipo constitucional. Este cursa com dis-

Restrição
creta alteração do peso corpóreo, volume normal de líquido am-
niótico e provas de vitalidade fetal sem alterações; não merece,
portanto, cuidados adicionais.

do Crescimento Repercussões fetais

Intra-Uterino Responsável por elevados índices de morbidade e mortalidade


perinatais.

(RCIU)
Diagnóstico Diagnóstico
Momento adequado para realização Indicações maternas

• Idade gestacional indicada de 18 semanas a 34 semanas. O ide- • Idade materna > 35 anos e < 15 anos
al é realizar o ecocardiograma de 24 semanas a 28 semanas • Gestação pós-reprodução assistida
• Seguir com reavaliações periódicas quando apresentar exame • Diabetes melito (risco de cardiopatia congênita de 2%)
alterado ou exame inconclusivo • Diabetes gestacional (risco de miocardiopatia hipertrófica de
25% a 30%)
• História familiar com cardiopatia congênita
• História de filho anterior com cardiopatia congênita
Indicações fetais
• Doenças inflamatórias do tecido conjuntivo que aumentam o
• Aspecto anormal do coração no ultra-som morfológico risco de bloqueio atrioventricular total:
• Translucência nucal aumentada, independentemente do resul- :: Lupus
tado do cariótipo :: Artrite reumatóide
• Malformações fetais extra-cardíacas :: Dermatomiosite
• Fetos portadores de cromossomopatias :: Síndrome de Sjogren
• Gravidez múltipla, gêmeos monocoriônicos :: Anti-Ro
• Presença de foco ecogênico “Golf Ball” associado a outras al- :: Anti-La
terações fetais ou em casos de estresse familiar
• Hidropsia não imune • Infecções congênitas
• Retardo de crescimento intra-útero
• Exposição materna durante a gestação aos medicamentos:
• Arritmias fetais: :: Carbonato de lítio
:: Bradicardia (FC < 100 bpm) :: Anticonvulsivantes (Hidantal,Fenobarbital e barbitúricos)
:: Taquicardia (FC > 180 bpm) :: Substâncias psicoativas (cocaína, maconha e anfetamina)
:: Ritmo irregular (presença de pausas)
• Uso de agentes constritores do canal arterial:
• Oligoâmnio e polidrâmnio :: Anti-inflamatórios não esteróides (indometacina, aspirina,
piroxican)
:: Vasoconstritor nasal

26

Indicações do
Ecocardiograma
fetal
Descrição Diagnóstico Tratamento
Definição clássica Critérios Gestação que atinge 41 semanas

É aquela que atinge 42 semanas completas (ou 294 dias), con- É necessário o conhecimento correto da data da última mens- Conduta = interrupção da gravidez
tadas a partir do 1º dia do último período menstrual. truação e datação por ultra-sonografia precoce (de 1º trimestre),
ou, pelo menos, duas ultra-sonografias concordantes, antes de • Realizar provas de vitalidade fetal
Na atualidade, há forte tendência a evitar que a duração da ges- 20 semanas de gestação. (cardiotocografia e perfil biofísico)
tação ultrapasse 41 semanas. A conduta expectante após esse
limite tem revelado aumento da morbidade e mortalidade peri- • Avaliar condições cervicais (índice de Bishop)
natais (com asfixia intra-uterina, presença de mecônio, macros-
somia, distocia de bisacromial e compressões funiculares). Vigilância da vitalidade fetal • Considerar o peso do concepto
(há maior risco de macrossomia)
A vigilância mais atenta da vitalidade fetal já deve ser instituída
após 40 semanas de gestação. • Observar a quantidade de líquido amniótico (o oligoâmnio
costuma acompanhar a gestação prolongada) e seu aspecto
(amnioscopia nos casos de colo pérvio)
Entre 40 semanas e 41 semanas

• Perfil biofísico fetal (incluindo cardiotocografia) a cada 2 dias Preparo cervical e/ou
ou 3 dias. indução do parto
• Exames anormais indicam conduta resolutiva Decidir
• Recomenda-se também realizar amnioscopia nos casos com Cesárea
dilatação (a presença de mecônio indica conduta resolutiva)

Observação
O parto por via vaginal demanda cuidados adicionais, princi-
palmente em função da possibilidade de oligoâmnio, presença
de mecônio e macrossomia fetal (predispondo à desproporção
céfalo-pélvica e distocia do bisacromial). É recomendada a mo-
nitoração cardiotocográfica contínua.

27

Gestação
Prolongada
Descrição Diagnóstico Tratamento Tratamento Tratamento
Definição Rastreamento Profilaxia Antibioticoprofilaxia Observações

O estreptococo do grupo B (EGB), ou Streptococcus agalactiae, O método de rastreamento é baseado na cultura de secreção Indicações de antibioticoprofilaxia intraparto 1ª Opção O parto cesárea não previne a transmissão materno-fetal do
é considerado o agente causador de graves infecções neonatais vaginal e retal para EGB, entre a 35ª semana e a 37ª semana de EGB em pacientes colonizadas, já que a bactéria pode penetrar
de início precoce. Pode manifestar-se como pneumonia, menin- gestação, para todas as gestantes. Cultura para EGB deve ser • Cultura de secreção vaginal positiva para EGB (todas as pa- Dose de ataque através das membranas íntegras.
gite, osteomielite, septicemia e óbito neonatal. colhida em todas as gestantes internadas em trabalho de parto cientes nessa condição devem ser submetidas a antibiotico- Penicilina G – 5.000.000 UI por via endovenosa
prematuro. profilaxia) O CDC não recomenda, de rotina, a antibioticoprofilaxia em ca-
O trato genital feminino é importante reservatório desse micro- • EGB isolados na urina, em qualquer concentração, durante o Dose de manutenção sos de cesárea eletiva com bolsa íntegra em mulheres coloni-
organismo. A prevenção reduz substancialmente as infecções decorrer da gestação Penicilina G – 2.500.000 UI por via endovenosa a cada 4 horas zadas. Em nosso serviço, sugerimos a antibiotocoprofilaxia por
neonatais causadas pelo EGB. • Antecedente de recém-nascido acometido por doença causa- até o parto terem sido descritos casos de sepse precoce nestas situações.
da pelo EGB em parto prévio, mesmo com cultura de secreção
vaginal negativa para EGB Quando há alergia à Penicilina Recomenda-se que a gestante chegue ao hospital 2 horas an-
Clindamicina (Dalacin) – 600 mg por via endovenosa a cada 4 tes do horário da administração da primeira dose prescrita pelo
Cultura para EGB não realizada ou desconhecida horas ou 6 horas até o parto médico-assistente.
Recomenda-se antibioticoprofilaxia quando existirem os
seguintes fatores de risco: A Ampicilina é segunda opção devido à seleção de resistência
• Trabalho de parto com menos de 37 semanas 2ª Opção bacteriana na microbiota da gestante.
• Ruptura das membranas ovulares há 18 horas ou mais
• Temperatura materna intraparto maior ou igual a 38ºC Dose de ataque
Ampicilina – 2 g por via endovenosa

Dose de manutenção
• Cultura para EGB positiva Ampicilina – 1 g por via endovenosa a cada 4 horas até o parto

• RN prévio acometido pelo EGB


Esquema de antibioticoprofilaxia intraparto
• Bacteriúria por EGB nesta gestação

• Cultura desconhecida:
1ª Opção
:: Trabalho de parto com IG < 37 semanas

28
:: Bolsa rota há mais de 18 horas
:: Temperatura intraparto acima de 38ºC

Penicilina G Alergia à Penicilina

Realizar antibioticoprofilaxia intraparto

Ataque de 5.000.000 UI EV Clindamicina (Dalacin®) –


seguido de 2.500.000 EV 600 mg EV a cada 4 horas
a cada 4 horas até o parto ou 6 horas até o parto

Estreptococos
do Grupo B 2ª Opção

Ampicilina

Ataque de 2 g EV seguido de 1 g
EV a cada 4 horas até o parto
Descrição Descrição Diagnóstico Tratamento Tratamento Tratamento
Definição Principais complicações Método de indução do parto Maturação Cervical Indução de parto Em caso de Síndrome
de hiperestimulação uterina
Desencadear contrações uterinas efetivas, por meio de méto- A indicação bem fundamentada, com supervisão adequada, O índice de Bishop norteia a escolha do método: Na prática, o uso de Ocitocina é o mais empregado. O descola-
dos específicos, antes do deflagrar espontâneo. Usada em pa- atuação precisa e o uso correto dos métodos, evitando-se ten- mento digital das membranas ovulares e a amniotomia também • Retirar imediatamente o método de indução
cientes fora de trabalho de parto. tativas prolongadas de indução de parto, diminuem muito a pos- Quando < 6 pontos Métodos • Prostaglandina E2 podem ser praticados, em casos selecionados, com dilatação
sibilidade dessas ocorrências: Empregar métodos para proporcionar maturação cervical mais usados • Misoprostol pronunciada e insinuação presente. • Decúbito lateral esquerdo e monitorar os batimentos
Não é o mesmo que: • Hialuronidase cardíacos fetais
• Condução: praticada durante o trabalho de parto com o • Trabalho de parto prolongado Quando ≥ 6 pontos
propósito de adequar as contrações uterinas • Síndrome de hiperestimulação uterina (taquissistolia de 6 Empregar métodos para desencadear contrações uterinas Ocitocina (Syntocinon®) • Avaliar a possibilidade de praticar amniotomia ou instalar
• Maturação cervical: obtenção de colo uterino mais macio, ou mais contrações a cada 10 minutos associada a sinais de (indução propriamente dita) analgesia
complacente, capaz de dilatar facilmente e acomodar a sofrimento fetal) Prostaglandina E2 Apresenta melhores resultados na presença de índice de Bishop ≥ 6
passagem do feto • Descolamento prematuro da placenta e próximo ao termo da gestação. Uso endovenoso com infusão con- • Tocólise aguda, se necessário, com ½ ampola de terbutalina
• Ruptura uterina Índice de Bishop modificado Dinoprostone (Propess ) – dose única por via vaginal na forma
®
trolada por meio de bomba. por via subcutânea
• Infecção intraparto de pessário por, no máximo, 24 horas. Deve ser retirado após
• Embolia amniótica Pontuação esse período ou se houver desencadeamento de contrações Preparo da solução • Reavaliar a possibilidade de manter resolução por via vaginal,
Indicações • Tocotraumatismos Zero Um Dois Três uterinas. ou indicar cesárea, preferencialmente após melhoria das
• Prolapso funicular SG 5% – 500 ml cada 1 ml (20 gotas) = 10 mUI condições fetais
Dilatação (cm) impérvio 1 a 2 3 a 4 >4
Valoriza-se a indução do parto na presença de indicação médica • Sofrimento fetal Ocitocina – 5 UI
Comprimento
adequada e quando o término da gestação promover benefício • Hemorragia pós-parto do colo (cm) >2 2 1 <1 Misoprostol (Prostokos®)
materno e /ou fetal. O procedimento não deve ser proposto ape- Altura da
nas para conveniência médica e /ou da gestante. apresentação -3 -2 -1 ou 0 +1 ou +2 Análogo sintético da Prostaglandina E1 com apresentação em • Inicia-se com 2 mUI/min (4 gotas/min ou 12 ml/h em bomba
Consistência Firme Intermediária Amolecida comprimidos de 25 mcg e 200 mcg. Promove maturação cervi- de infusão)
A indução é indicada, principalmente, nos casos abaixo: Posição Posterior Intermediária Central cal de forma indireta, pois é capaz de desencadear contrações
• Estados mórbidos maternos de difícil controle (síndromes uterinas mesmo em doses baixas. • Aumentam-se 2 mUI a cada 30 minutos, até o desencadea-
hipertensivas e diabetes melito) mento de contrações uterinas efetivas. Dose máxima de 32
• Circunstâncias de risco no agravo da vitalidade fetal Dose recomendada no termo mUI/minuto (ou 64 gotas/minuto)
(restrição de crescimento intra-uterino, gestação prolongada, Misoprostol (Prostokos®) – 25 mcg a cada 6 horas, por via va-
doença hemolítica perinatal) ginal, durante 24 horas Atenção
• Malformações que apresentam evolução desfavorável com o Evitar períodos prolongados de uso de Ocitocina; possui efeito
continuar da gestação antidiurético e há risco de intoxicação hídrica.

29
• Rotura prematura de membranas Observações
• Corioamnionites Falha de indução com Ocitocina
• Óbito fetal Aconselha-se elevação gradual e lenta das doses, se necessário; É considerada diante de ausência de atividade uterina após 2
essas doses deverão ser individualizadas em idades gestacio- horas de infusão de dose máxima.
nais mais precoces e no óbito fetal.

Principais contra-indicações O uso do Misoprostol eleva sobremaneira a possibilidade de sín- Observações


drome de hiperestimulação; está contra-indicado na presença de
• Vício pélvico incisões uterinas prévias em idades gestacionais avançadas. Os métodos de indução de parto podem ser associados, pos-
• Desproporção cefalopélvica teriormente, aos de maturação cervical, em busca de melhores
• Macrossomia fetal evidente resultados.
• Tumores prévios Hialuronidase – (Hyalozima®)
• Apresentações anômalas O uso da cardiotocografia anteparto atestando boa vitalidade

Indução do parto
• Inserção baixa da placenta É considerado método exclusivo para maturação cervical; é de fetal é fundamental antes de instalar-se a indução do parto.
• Vasa prévia uso ambulatorial, podendo ser utilizado após 34 semanas de Diante de contrações uterinas efetivas, o registro deve ser repe-
• Comprometimento da vitalidade fetal gestação. tido e mantido continuamente, se possível.
• Grande multiparidade
• Cicatriz uterina prévia (cesáreas, miomectomias, Dose
metroplastias) Diluir 1 frasco de 20.000 UTR em 4 ml de água destilada e in-
• Gemelidade jetar 2 ml nas posições cervicais 6 horas e 12 horas, utilizando
• Polidrâmnio prolongador e agulha de insulina (não retirar a agulha antes de
30 segundos, para evitar refluxo).

Após 48 horas, reavaliar as condições do índice de Bishop e re-


petir a aplicação, se necessário.
Descrição Tratamento Tratamento Tratamento Tratamento Tratamento
Definição Conduta Compressão uterina manual Intervenção cirúrgica Ligadura de artéria ilíaca interna ou hipogástrica Acretismo placentário
Emergência obstétrica com perda de sangue de mais de 500
ml no parto vaginal e 1.000 ml na cesárea, nas primeiras 24 Primeiro passo Terapia específica Indicada para pacientes com prole não constituída; é um recur- Importância clínica
horas após o parto. É uma das principais causas de morbi- so anterior à histerectomia.
mortalidade materna. • Realizar massagem e compressão uterina bimanual • Laparotomia O aumento da incidência de cesáreas acarreta maior incidência
• Iniciar infusão de solução salina ou outro cristalóide através de :: Sutura de B-Lynch Limitações de acretismo placentário. Em pacientes com placenta prévia e
2 acessos venosos calibrosos (16 Gauge) em MMSS. :: Ligadura de artérias uterinas e útero-ováricas • Dificuldade de abordagem do retroperitônio e visualização das antecedente de uma cesariana, o risco de acretismo é de 25%.
Incidência :: Ligadura da artéria ilíaca interna ou hipogástrica hipogástricas Em caso de duas ou mais cesarianas, passa a ser 50%.
5% dos partos. • Administrar ocitócicos :: Histerectomia • Presença de coagulopatias dificulta a hemostasia
:: Ocitocina (Syntocinon®) – 10 unidades a 40 unidades em • Sucesso da ligadura de hipogástricas é controverso (< 50%)
1 litro de solução salina por via intravenosa, com taxa de • Radiologia intervencionista Complicações
Etiologia infusão de 250 ml a cada hora :: Embolização Opções à ligadura
• Atonia uterina.................................................................... (70%) :: Metilergonovina (Metergin®) – 1 ampola (0,2 mg) por via :: Oclusão arterial • Histerectomia • Hemorragia maciça
• Laceração genital e ruptura uterina ................................ (20%) intramuscular • Intervenção endovascular com radiologia intervencionista • Coagulação intra-vascular disseminada
• Retenção placentária e acretismo ................................... (10%) :: Misoprostol (Prostokos®) – 800 mcg por via retal (sucesso de 80% a 90%) • Necessidade de histerectomia
• Coagulopatias (consumo ou dilucional)............................. (1%) Sutura compressiva B-Lynch • Lesão de órgãos adjacentes
Se não houver imediato controle da hemorragia, transferir pa- • SARA
ciente para o centro obstétrico. • Visão anterior Ligaduras de artérias • Insuficiência renal
Fatores de risco para HPP Trompa • Reação transfusional
de falópio
• Acretismo placentário • Aloimunização
Ligamento
• Trabalho de parto, parto e dequitação prolongados Segundo passo redondo • Sangramento para o retroperitôneo
• História de HPP em gestação anterior Ramo da artéria
• Tromboflebite pélvica
• Gestação múltipla • Montagem de equipe multidisciplinar (obstetra, anestesista, ovariana
Ligamento
• Síndrome de Ogilvie
• Feto grande radiologista intervencionista, hematologista e urologista) largo • Infecção pós-parto
• Cesárea(s) anterior(es) • Ressuscitação e estabilização, mantendo vias aéreas pérvias Ligadura • Deiscência da incisão abdominal
• Pré-eclampsia • Sondagem vesical • Morte materna
• Colher hemograma e coagulograma
Observação • Avaliar necessidade de tranfusão Compressão uterina por balão
Os fatores de risco apresentam baixo valor prognóstico. • Anestesia para possíveis procedimentos Ligamento
Balão para tamponamento vaginal disponível útero-ovário Acretismo placentário – conduta

30
Terapia específica no Hospital e Maternidade São Luiz
Artéria
• Reparar lacerações genitais (cervicais, vaginais e hematomas) • Visão posterior A conduta pode ser conservadora em paciente hemodinamica-
hipogástrica
e fazer curagem ou curetagem nos restos mente estável e com acretismo parcial.
• Em caso de atonia uterina, fazer massagem e compressão uterina Trompa Ligadura
• Em caso de persistência da hemorragia, considerar distúrbios Ligamento de falópio Para sangramento que persiste com acretismo no corpo uteri-
de coagulação redondo Artéria uterina no, indica-se histerectomia subtotal, de fácil execução e menor
• Se a hemorragia estiver incontrolável, considerar intervenções Ligamento tempo cirúrgico.
cirúrgicas ovariano
Nos casos de placenta prévia com cesárea anterior, solicitar ul-
Ligamento Radiologia intervencionista – indicações tra-sonografia com doppler e ressonância magnética.
largo
• Atonia uterina Nos casos de suspeita de placenta percreta, deve-se programar
• Laceração útero-vaginal o parto com apoio da radiologia intervencionista (programar ca-

Hemorragia
• Malformações vasculares uterinas teterização das artérias ilíacas internas para possível emboliza-
• Prenhez ectópica (cornual, cervical e abdominal) ção após a retirada do feto).
• Moléstia trofoblástica gestacional

Pós-Parto • Visão anterior


• Tumores pélvicos na gestação
(sarcoma uterino e carcinoma cervical)
• Anormalidades de implantação placentária (acretismo)
Nos casos de placenta percreta com envolvimento de tecidos
adjacentes, a incisão uterina deve ser feita fora da área placen-
tária (no fundo uterino) para a retirada do feto, podendo optar
por deixar a placenta in situ e reintervenção após dias ou sema-
nas, ou seja, após estabilização clínica da paciente.
Descrição Tratamento Tratamento
Definição de infecção de sítio cirúrgico Profilaxia Observação
Os materiais particulares das equipes cirúrgicas deverão sofrer
É a que ocorre na incisão, propriamente dita, e/ou também nos Medidas no pré-operatório processo de esterilização da CME do Hospital São Luiz, obede-
órgãos ou tecidos abordados na operação. cendo aos critérios para o controle de qualidade.
• Tratamento de focos infecciosos, mesmo que distantes do
Não devem ser considerados os procedimentos ambulatoriais local a ser operado
ou realizados fora dos centros operatórios. • Período de internação pré-operatório o mais curto possível Medidas no pós-operatório
no caso de cirurgias eletivas
• Estabilização do quadro clínico, com compensação de doen- • Lavar as mãos antes e após trocas de curativos e de qualquer
ças de base (diabetes, cardiopatia, etc.) e melhorar o estado contato com o sítio cirúrgico
nutricional • Orientar paciente e familiares quanto aos cuidados com
• Lavagem das mãos em todos os momentos a incisão, sintomas de infecção do sítio cirúrgico e a
• Banho pré-operatório o mais próximo possível do ato cirúrgi- necessidade de comunicar tais sintomas
co, com sabão comum • Notificar o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)
• Tricotomia limitada à área em que os pelos impeçam a visu- do São Luiz em caso de ocorrência de infecção em sítio
alização do campo operatório; deve ser feita o mais próximo cirúrgico, mesmo após a alta da paciente. O contato pode ser
possível do ato cirúrgico (inferior a 2 horas), preferencialmen- pessoal, via telefone ou internet (www.saoluiz.com.br)
te com aparelho elétrico • Orientar lavagem diária, durante o banho, com sabonete

Medidas da equipe cirúrgica


Antibioticoprofilaxia
• Antissepsia das mãos com solução degermante de Clorexidi-
na a 2% ou 4%; não usar jóias nas mãos e antebraços Em partos, o antibiótico profilático deve ser administrado após
• Paramentação adequada, com uso de máscaras (recobrindo o clampeamento do cordão umbilical, exceto em casos de profi-
totalmente a boca e nariz), gorro (recobrindo todo o cabe- laxia para estreptococo do grupo B, que deve seguir orientação
lo), avental, óculos (recomendados pelo risco de respingos específica.
de sangue e fluidos corpóreos em pele íntegra ou mucosas),
luvas estéreis e propés Mesmo as cesarianas realizadas eletivamente com bolsa ínte-
• A sala cirúrgica deve ser mantida com portas fechadas e a gra possuem indicação de profilaxia antibiótica contra infecção

31
circulação de pessoal deve ser a menor possível de sítio cirúrgico.

Partos normais, sem fatores predisponentes relevantes, ante-


Medidas no transoperatório parto e/ou intraparto não necessitam, rotineiramente, de anti-
bioticoprofilaxia.
Campo operatório
• Utilizar antissépticos do tipo Clorexidina 1ª Opção
• Proceder à degermação inicial para remoção de sujidades Cefazolina (Kefazol®) – 2 g por via intravenosa inicial e mais 2 g
e reduzir a carga microbiana transitória por via intravenosa após 8 horas
• A antissepsia deve ser feita com solução alcoólica sob
fricção, com produto do mesmo princípio ativo utilizado na 2ª Opção
degermação Cefalotina (Keflin®) – 2 g por via intravenosa inicial e mais 2 g
• Para antissepsia de mucosas devem ser utilizadas soluções por via intravenosa após 4 horas
aquosas dos antissépticos.

Medidas • Utilizar campos cirúrgicos estéreis, de tecido ou descartáveis


(não-tecido)

Profiláticas Técnica cirúrgica


A técnica e a duração das cirurgias são fatores relevantes no de-

para Infecção
senvolvimento de quadros infecciosos, assim como a habilidade
do cirurgião em minimizar trauma tecidual, fazer contenção de
sangramento e drenagem de hematomas, eliminar espaços mor-

de Sítio Cirúrgico tos, remover tecidos desvitalizados e corpos estranhos, usar cri-
teriosamente drenos e praticar suturas com tensão apropriada e
com material biocompatível.

em Obstetrícia
Descrição Diagnóstico Tratamento Tratamento
Definição Clínico Tratamento Clínico Observações

É aquela que se origina do aparelho genital após parto recente. É fundamentado na antibioticoterapia e tratamento das com- As pacientes deverão permanecer com terapia endovenosa por
O conceito de infecção puerperal deve ser complementado com Formas • Localizada plicações, incluindo abscessos, tromboflebite pélvica séptica, pelo menos 24 horas a 48 horas após o último pico febril.
o de morbidade febril puerperal pela dificuldade de caracterizar clínicas • Propagada embolia séptica, distúrbio hidroeletrolítico, obstrução intestinal,
a infecção que ocorre logo após o parto. • Generalizada insuficiência renal, insuficiência hepática, insuficiência respira- Evitar o uso terapêutico do antibiótico utilizado para profilaxia.
tória e distúrbios da coagulação.
Morbidade febril puerperal Se o quadro febril da paciente persistir e não houver indicação
É a presença de temperatura de, no mínimo, 38ºC durante dois cirúrgica, aventar a possibilidade de tromboflebite pélvica que
dias consecutivos, dentre os primeiros dez dias pós-parto, em Localizada vai necessitar uso de heparina como teste terapêutico.
pelo menos quatro tomadas diárias por via oral (excluídas as 24 Vulvoperineal, vaginite, cervicite e endometrite. Tratamento Medicamentoso
horas iniciais). Não havendo melhora clínica de 24 a 48 horas, solicitar avalia-
Propagada Esquema 1 ção do infectologista.
Miofasciites, endomiometrites, salpingites, anexite, parametri-
Incidência te, pelviperitonite e tromboflebite pélvica. Ampicilina-sulbactam + Aminoglicosídeo (Gentamicina
ou Amicacina) Utilização de Heparina
Varia de 1% a 15%. Juntamente com estados hipertensivos e he- Generalizada
morrágicos, forma a tríade letal do ciclo gravídico-puerperal. Peritonite generalizada, septicemia e choque séptico. Dose terapêutica
Esquema 2 Heparina – 5.000 UI por via endovenosa, seguidas de 700 UI/h
a 2.000 UI/h
Fatores predisponentes Tromboflebite pélvica puerperal Clindamicina ou Metronidazol + Aminoglicosídeo (Gentamicina
ou Amicacina) O controle de TTPA deve ser feito a cada 4 horas. O nível tera-
• Amniorrexe e/ou trabalho de parto prolongados Apresenta-se clinicamente como febre de origem desconheci- pêutico será atingido quando elevar o TTPA em 1,5 a 2 vezes o
• Manipulação vaginal excessiva (toques) da. O exame físico é pouco elucidativo e, em alguns casos, pode- valor médio. Após estabilização do TTPA e da dose, o controle
• Monitoração interna se palpar massa dolorosa de orientação cefálica que se esten- Doses laboratorial pode ser diário.
• Cerclagem de até a margem lateral do músculo reto abdominal e que pode
• Más condições de assepsia corresponder à veia ovariana. Ampicilina-sulbactam Observação
• Anemia • Ampicilina-sulbactam (Unasyn®) – 3 g por via endovenosa As principais complicações do tratamento são a hemorragia e a
• Baixo nível socioeconômico a cada 6 horas durante 7 dias a 10 dias trombocitopenia.
• Hemorragia anteparto, intraparto e pós-parto

32
• Placentação baixa Laboratorial São raras as reações alérgicas.
• Retenção de restos ovulares
• Parto cesáreo • Hemograma completo Gentamicina Tratamento Cirúrgico
• Hemoculturas • Gentamicina (Garamicina®) – entre 180 mg e 240 mg por via
• Cultura de material endocervical e endometrial intramuscular ou endovenosa a cada 24 horas, durante 7 dias • Curetagem de restos placentários
• Ultra-sonografia é fundamental para o diagnóstico a 10 dias • Drenagem de abscessos (perineais e da incisão de cesariana)
de retenção de produtos da concepção, abscessos • Debridamento de fasciite necrozante perineal e abdominal
intracavitários e de parede abdominal. Monitorar função renal e possibilidade de ototoxicidade. • Colpotomia para abscesso do fundo de saco de Douglas
• Histerectomia total para miometrite e infecção pelo C. Welchii
Amicacina
• Amicacina (Novamin®) – 1 g por via intramuscular ou • Laparatomia nos casos de:
endovenosa a cada 24 horas, durante 7 dias a 10 dias :: Abscessos entre alças, do espaço parietocólico
e subfrênico

Infecção puerperal
Monitorar função renal e possibilidade de ototoxicidade. :: Ligadura da veia ovariana
:: Tromboflebite pélvica séptica que não responde ao
Clindamicina tratamento de antibiótico + heparina
• Clindamicina (Dalacin®) – 600 mg por via endovenosa a
cada 6 horas durante 7 dias a 10 dias

Tomar precauções para caso de disfunção renal ou hepática.

Metronidazol
• Metronidazol (Flagyl®) – 500 mg por via endovenosa a cada
6 horas durante 7 dias a 10 dias

Reações colaterais de pouca intensidade.


Descrição Diagnóstico Tratamento Tratamento
Definição Sintomas da mastite Profilaxia Tratamento Medicamentoso da paciente
internada (casos graves e/ou que
Infecção do tecido mamário que ocorre durante o período da • Dor • Amamentação precoce e freqüente, evitando ingurgitamento necessitam de drenagem cirúrgica)
amamentação. • Edema • Técnica correta de amamentação
• Hiperemia • Expor as mamas ao sol (10 minutos ao dia) ou a abajour de 40
• Aumento de calor local W (com 2 palmos de distância das mamas) 1ª Opção (por 7 dias a 14 dias)
Etiologia • Possível evolução para abscesso (5% a 10% dos casos) • Higiene mamilar pós-mamada com o próprio leite (esperar secar) • Oxacilina (Staficilin-N®) – 1 g a 2 g por via endovenosa a
• Evitar lavar mamilos com freqüência exagerada cada 4 horas
Agentes Observação • Auto-exame das mamas (verificar pontos de ingurgitamento
• Staphylococus aureus Pode haver repercussão sistêmica (febre, calafrios e sepse). e fissuras)
• Staphylococos epidermidis • Uso de sutiã adequado (retificação dos ductos, evitando estase) 2ª Opção (por 7 dias a 14 dias)
• Streptococos B hemolíticos • Cefalotina (Keflin®) – 1g por via endovenosa a cada 4 horas
• Favorecer o escoamento lácteo em mamas ingurgitadas • Cefazolina (Kefazol®) – 1g por via endovenosa a cada 8 horas
Agentes das formas graves (mais raras) :: Ocitocina nasal 10 minutos antes das mamadas
• Bactérias Gram negativas aeróbias (Syntocinon spray)
(E. coli, Pseudomonas , Serratia) Para pacientes alérgicas
• Bactérias anaeróbias (bacterióides) • Manter mamilos secos. Evitar a aplicação de cremes e • Clindamicina (Dalacin C®) – 600 mg por via endovenosa
protetores descartáveis e de tecidos a cada 6 horas
• É recomendado o uso de conchas protetoras
Incidência
Quando há suspeita de anaeróbio
Acomete 1% a 5 % das puérperas que amamentam. Ocorre entre a ou para associação
2ª semana e a 4ª semana do puerpério e também no desmame. Tratamento Clínico • Metronidazol (Flagyl®) – 500 mg por via endovenosa
a cada 8 horas
• Oferecer primeiro a mama comprometida e, após mamada,
Classificação ordenhar manualmente até esvaziamento completo
• Para as pacientes que não estiverem amamentando, realizar Observação
Intersticial ordenha até desaparecimento do quadro clínico Não havendo melhora clínica de 24 horas a 48 horas, solicitar
Agente penetra por lesões (fissuras) e invade via linfática com • Aplicação de compressas frias avaliação do infectologista.
acometimento extenso da mama (tecido conjuntivo e gorduro- • Introdução de antibiótico precocemente

33
so). É a forma mais frequente (98% dos casos). • Sutiã adequado
Em caso de abscesso mamário
Parenquimatosa Importante
Agente penetra pelo ducto, atingindo um ou mais lobos mamá- Não suspender amamentação. • Aplicação de frio local
rios e causando hiperemia local. • Elevação das mamas (para retificação dos ductos, evitando
estase)
• Avaliar necessidade de suspensão da amamentação
Fatores predisponentes Tratamento Medicamentoso Ambulatorial (individualizar os casos)
• Promover ordenha manual a cada 3 horas
• Pele frágil (primíparas e pacientes claras) 1ª Opção (por 7 dias a 14 dias) • Realizar ultra-sonografia
• Mamilos umbilicados, planos, pequenos, invertidos • Drenagem cirúrgica diante de “flutuação” ou presença de
e semi-invertidos (dificuldade de apreensão bucal pelo • Cefadroxil (Cefamox®) – 500 mg por via oral a cada 12 horas coleção à ultra-sonografia.
recém-nascido) • Cefalexina (Keflex®) – 500 mg por via oral a cada 6 horas • Enviar material para cultura e antibiograma

Mastite puerperal
• Uso de hidratantes locais durante o pré-natal
• Excesso de higiene mamilar
• Vícios de sucção do mamilo (“pega errada”) Para pacientes alérgicas Tratamento Cirúrgico
• Estase láctea (ingurgitamento)
• Fissuras, escoriações e erosões perimamilares • Clindamicina – (Dalacin C®) – 300 mg por via oral A incisão preferencial na pele é arciforme, enquanto que no pa-
a cada 6 horas rênquima é a radiada, para evitar formação de fístula.

Colocação de dreno de penrose por 24 horas a 48 horas; manter


Quando há suspeita de anaeróbio internação até a retirada do dreno.
ou para associação
Reiniciar amamentação após resolução do quadro.
• Metronidazol (Flagyl ) – 400 mg por via oral a cada 8 horas
®

Durante a drenagem cirúrgica, se houver abscesso de parede


espessa, realizar biópsia para diagnóstico diferencial com carci-
noma inflamatório.
Expediente

Coordenação
Superintendência de Marketing - Núcleo de Comunicação
Corporativa do Hospital e Maternidade São Luiz
Equipe
Patricia Suzigan
Karin Faria
Giuliana Gonçalves

Edição
PrimaPagina
www.primapagina.com.br
Equipe
José Roberto de Toledo
Ricardo Meirelles
Tiago Mali

Projeto Gráfico e Diagramação


Buono Disegno
www.buonodisegno.com.br
Equipe
Renata Buono
Luciana Sugino
Renata Lauletta

Impressão
Ibep Gráfica SA
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Pré-concepção Ovatel® permite a visualização da cristalização da saliva, Uma preocupação evidente é a segurança dos produtos a Pós-concepção Referências bibliográficas:
Um novo olhar sobre a concepção programada identificando o período fértil quando há arborização ou serem usados durante a gravidez. Hidramamy® é uma lo- Pura proteção 1. World Health Organization. The World Health Organization`s infant-
cristalização em forma de samambaia.2 ção com veículo sem fragrâncias, parabenos, corantes ou feeding recommendation. Bull World Health Organ 1995;73:165-74.
Ovatel® - Monitor da ovulação através da saliva A mulher aplica uma pequena quantidade de saliva à lente propilenoglicol. Sua fórmula possui combinação exclusiva Lanidrat® - Lanolina 100% purificada 2. Montrone AV, Arantes CI, Nassar AC, Zanon T. Trauma mamilar e a prá-
de Ovatel, esperando alguns minutos para que a amostra de ativos já utilizados no mercado: tica de amamentar: estudo com mulheres no início da lactação. Rev
Muitas mulheres têm dúvidas a respeito da sua ovulação, seque.2 Em seguida, olha a lente contra uma fonte de luz, A amamentação é extremamente importante, conforme de APS 2006; 9(2):168-74.
o que pode ser prejudicial quando um casal tenta en- identificando as características dos cristais e concluin- • proteasyl: complexo de ativos vegetais com recomenda a Organização Mundial de Saúde, pois traz 3. Biancuzzo M. Sore nipples: prevention and problem solving. Herndon:
gravidar. Para minimizar esta ansiedade e aumentar as do se está no período fértil ou não. O teste pode ser feito melhora na firmeza da pele e estímulo da síntese inúmeros benefícios para o bebê e para a mãe. 1 Desta WMC Worldwide Publishing; 2000.
chances de concepção, a Mantecorp lançou Ovatel, um diariamente, a qualquer hora do dia, preservando a intimi- de colágeno, elastina e glicosaminoglicanas;1 forma, a educação e preparo durante o pré-natal é funda- 4. Habif TP, Campbell Jr JL, Quitadamo MJ, Zug KA. Doenças da pele
método inovador para monitorar a ovulação através da dade e a individualidade da mulher.2 O uso de Ovatel pro- • D-pantenol pró-vitamina B5: hidratante e mental para o sucesso do aleitamento materno. Porém, os diagnóstico e tratamento. Porto Alegre, Artmed, 2002.
saliva,1,2 com 98% de efetividade na determinação dos porciona a identificação dos melhores dias com maiores reepite­lizante;
­ 1
mamilos podem ficar dolorosos e machucados durante a 5. Brent N , Rudy SL, Redd B, Rudy TE, Roth LA. Sore nipples in breast-fe-
momentos férteis3. chances de engravidar.2 • hidroxiprolisilane: silício orgânico, que participa amamentação.2,4 Isto é uma causa freqüente de abandono eding women: A clinical trial of wound dressings vs conventional care.
de macromoléculas como colágeno e elastina, do aleitamento materno. Assim, quando ocorrem fissuras Arch Pediatr Adolesc Med 1998; 152(11): 1077-82.
No período fértil, há aumento gradual do nível sérico de Referências bibliográficas: ativa mecanismos de regeneração da pele;1 mamilares, é necessária uma intervenção rápida para que 6. Croda. Medical grade lanolin. Data on file, 2004. Disponível em http://
estrogênio, que é secretado pelo folículo ovariano em 1. Barbato M, et al. A new diagnostic aid for natural family planning.Adv • óleo de amêndoas puro: emoliente rico em as lesões não progridam e cicatrizem rapidamente.5 www.crodausa.com/datasheets/Medical_Grade_Lanolins_PN-70R-1.
desenvolvimento. Esse aumento de estrogênio modifica Contracept 1993;9(4):335-40. ácidos graxos;1 pdf Acesso em: jul. 2008.
a composição de vários fluidos corporais, como o muco 2. Folheto informativo do produto Ovatel. Lanidrat® previne e trata as fissuras das mamas com pure- 7. Croda Oleochemicals. Medical grade lanolin and lanolin derivates by
cervical e a saliva. Os maiores níveis de cloreto de sódio 3. Galati G, et al. A new test for human female ovulation diagnosis. Inter Hidramamy® mostrou eficácia em estudos clínicos rando- za excepcional. Quimicamente, Lanidrat® tem oleosidade Westbrook. Data on file.
e mucina fazem com que o muco cervical seco apresente Rev Med Sci 1994;6(1). mizados e controlados com placebo, em relação à hidrata- semelhante à da pele. 6,7 As semelhanças químicas e físicas 8. Medilan Clinical Support Document. Product evaluation. Data on file.
cristais em forma de folhas de samambaia. Este fenôme- 4. Biel Casals JM. Descripción de un nuevo test de ovulación y análisis ção, elasticidade, firmeza e prevenção do aparecimento de entre Lanidrat® e os lipídios da pele humana levam a gran- Croda
no, também chamado de arborização, é característico do de sus resultados. Med Clin (Barc) 1968;50:385-92. estrias gestacionais na pele das gestantes. A avaliação obje- de compatibilidade entre o produto e a pele. 6,8 9. Coca KP, Abrão AC. An evaluation of the effect of lanolin in healing
período fértil. O aspecto mais exuberante do fenômeno 5. Guida M, Barbato M, Bruno P, Lauro G, Lampariello C. Salivary ferning tiva do estudo clínico mostrou melhora da firmeza no abdô- nipple injuries. Acta Paul Enferm 2008; 21(1):11-6.
da cristalização arboriforme aparece ao redor da época and the Menstrual cycle in women. Clin Exp Obst Gyn 1993;20:48-54. men e da elasticidade na mama, abdômen e quadril. Houve No caso de lesões ou rachaduras dos mamilos, assim como
da ovulação, quando a taxa de estrogênios é alta. Nos ou- melhora objetiva da hidratação em até 43% na mama, 66% em outros tipos de fissuras, o tratamento recomendado é
tros dias, como não há estimulação estrogênica, o que se no abdômen e 65% no quadril.1 aumentar a hidratação da pele e evitar maior perda de líqui- A Mantecorp está ao lado da mulher antes, durante e após
observa são cristais isolados e grosseiros. Essas modifi- do. Com o ambiente úmido, a pele recupera a hidratação de a gravidez. E para atendê-las com excelência, conforto e
cações microscópicas podem ser também observadas na Concepção Referências bibliográficas: seu interior, facilitando a cicatrização e sem formação de segurança, mantém uma Linha Feminina com produtos
saliva, como foi estudado pelo pesquisador Biel Casals em Uma gravidez deve ser marcada por boas lembranças 1. Data on file. Mantecorp Indústria Química e farmacêutica Ltda. crostas, ao mesmo tempo em que a superfície da pele ínte- que protegem a mulher e o bebê.
19684. Sua apresentação ao conselho médico de Barcelo- 2. B
 urton JL, Lovell CR. Disorders of Connective Tissue. In: Champion RH, gra mantém-se seca.3
na versou sobre a relação entre as mudanças hormonais Hidramamy® - Loção hidratante anti-estrias Burton JL, Burns DA, Breathnach SM. Rook/Wilkinson/Ebling Text-
durante o ciclo menstrual e a cristalização da saliva, indi- book of Dermatology. Oxford: Blackwell Science Ltd.; 1998. p. 2008-9. Lanidrat® é um derivado de lanolina com auto grau de pu-
cando que o padrão na saliva era praticamente idêntico ao Hidramamy é uma loção hidratante indicada para pre- 3. Hexsel DM, Dal´Forno T. Estrias. In: Azulay-Abulafia L, Bonalumi Fi- reza, hipoalergênico, sem sabor ou odor e não contém con-
da arborização no muco cervical.4 Em 1971, ele desenvol- venção do surgimento das estrias gestacionais1. As es- lho A, Azulay DR, Leal FRPC. Atlas de Dermatologia: da semiologia ao servantes ou aditivos de nenhuma natureza*. Sendo assim,
veu um microscópio para testar a cristalização na saliva. trias que surgem durante a gestação são influenciadas diagnóstico. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda; 2007. p. 345-7. é seguro para o recém-nascido, não necessita ser retirado

Gerando Seus experimentos envolveram vários médicos testando o


equipamento por aproximadamente 10 meses em um gru-
po de 1000 mulheres. Estas mulheres usaram o teste da
por fatores genéticos, com menor produção de colágeno,
elastina e fibronectina; fatores hormonais, como aumen-
to do estrogênio, relaxina e corticosteróides no período
4. Hexsel DM. Body Repair. In: Parish LC, Brenner S, Ramos-e-Silva M.
Women’s Dermatology: From Infancy to Maturity. New York: Parthe-
antes das mamadas9, permitindo maior conforto e uma ci-
catrização mais rápida. Lanidrat® é tão puro e tão seguro
que pode ser usado até nas peles mais sensíveis.6,8

confiança da pré à
non Publishing; 2001. p. 586-95.
saliva como método para verificar quando estavam férteis. gestacional e finalmente de fatores antropométricos, 5. Chang ALS, Agredano YZ, Kimball AB. Risk factors associated with
De acordo com Biel Casals a taxa de sucesso deste méto- como ganho de peso superior a 15 kg, recém-nascidos striae gravidarum. J Am Acad Dermatol 2004;51:881-5. Vários estudos clínicos comprovam a eficácia da lanolina no

pós-concepção do foi de 96,2%4.

Vários outros estudos mostraram a correlação das mu-


com mais de 3 kg, idade materna abaixo dos 20 anos e
etnia caucasiana. 2,9
6. Atwal GS, Manku LK, Griffiths CEM, Polson DW. Striae gravidarum in
primiparae. Br J Dermatol 2006;155:965-9.
7. Davey CM. Factors associated with occurence of striae gravidarum. J
alívio das fissuras mamilares.6,8 Em um estudo para avaliação
da eficácia de lanolina anidra na cicatrização de traumas ma-
milares, Coca e Abrão9 observaram uma melhora significati-
danças de padrão no muco cervical e saliva, comparan- As estrias surgem na derme, em áreas de intensa disten- Obstet Gynaecol Br Commonw 1972;79:1113-4. va nas mulheres do grupo tratamento em comparação com
do-os com outros métodos de diagnóstico da ovulação. são da pele. Várias medidas preventivas podem ser to- 8. Tunzi M, Gray G. Common Skin Conditions During Pregnancy. Am Fam puérperas que só receberam orientações para correção da
Um estudo publicado em 1993 por Guida5 e colaborado- madas para impedir o surgimento ou agravamento das Physician 2007;75:211-8. técnica de amamentação. Em um grupo de puérperas rece-
res atingiu concordância entre a cristalização da saliva e estrias gestacionais. Além do controle de peso, o uso de 9. Madlon-Kay DJ. Striae gravidarum. Arch Fam Med 1993;2:507-11. bendo lanolina purificada associada a conchas para os seios,
o período fértil pré-ovulatório e ovulatório em 92% dos produtos cosmecêuticos hidratantes é de grande valor 10. Young GL, Jewell D. Creams for preventing stretch marks in preg- tanto a avaliação subjetiva da paciente como do pesquisador
casos. Galati e colaboradores, em 19943, mostraram uma na prevenção das estrias. A capacidade de manter a pele nancy. (Cochrane review). In: The Cochrane Library, Issue 1, 2006. mostrou grande melhora após a intervenção acompanhada
acurácia próxima a 98% na identificação do período fér- hidratada nas áreas de maior propensão ao seu surgi- Oxford: Uptade Software. de orientações sobre técnica de amamentação.9
til do ciclo menstrual usando um mini-microscópio para mento (abdômen, mamas) propicia uma distensão aco- 11. Oliveira Filho J. Dermatoses na gestante. In: Sampaio SAP, Rivitti EA.
testar a saliva. modada sem lesão da derme. 4,10,11 Dermatologia. São Paulo: Artes Médicas; 2007. p.1356. * Contra-indicações: Hipersensibilidade a lanolina

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