de Engenharia Civil
Autor
Tiago André Lopes Pereira
Orientador
Prof. Doutor Carlos Manuel da Cruz Moreira
Instituto Superior de Engenharia de Coimbra
AGRADECIMENTOS
Com a realização deste trabalho, alcancei um novo patamar de saberes e consegui colocar em
prática alguns dos conhecimentos obtidos até à data ao longo do meu percurso académico,
terminando assim uma primeira etapa dos meus estudos. Este desenvolvimento de pesquisa de
certa forma terá continuidade, e de maneira cada vez mais elaborada e completa, uma vez que
com o avanço das tecnologias são criadas condições para estudar novas técnicas, com o
intuito de melhorar sempre todos os trabalhos realizados. Os objectivos de cada engenheiro
devem passar sempre pelo acompanhamento do avanço tecnológico, evoluindo assim as suas
capacidades e procurando oferecer sempre o melhor dos seus conhecimentos.
Este trabalho somente foi possível realizar devido aos apoios e incentivos de todos aqueles
que identifico como indispensáveis e fulcrais, pelos quais eu demonstro toda a minha
gratidão.
Agradeço ao meu orientador científico Doutor Carlos Moreira, pela disponibilidade que
sempre dispôs para a realização deste trabalho. Transmitiu-me conhecimentos, sabedoria,
referências bibliográficas, tudo o que considero ter sido o mais importante, e que me ajudou a
encontrar o melhor caminho para a realização deste trabalho. Mais uma vez agradeço-lhe a
oportunidade de ter realizado este trabalho de pesquisa.
Também quero agradecer às empresas Betafiel e Farcimar, pelo apoio prestado, em especial
ao Engenheiro Eduardo Teixeira da Farcimar, que proporcionou um conhecimento da
empresa, a forma de fabrico das Box Culverts e diversos materiais pré-fabricados, bem como
se prontificou de imediato a disponibilizar dados e informações sobre BCs, agradeço-lhe a
cordial disponibilidade que dispôs.
Agradeço aos meus amigos que sempre me ajudaram e me acompanharam ao longo destes
cinco anos, em especial ao Tiago, à minha namorada Rita que sempre me incentivou e apoiou,
e aos meus pais que considero serem os mais importantes, e os grandes suportes e
impulsionadores de todo este ciclo de estudos a quem devo todo o meu sucesso ao longo do
curso, para estes um agradecimento especial e particular.
RESUMO
Nas estruturas enterradas sob aterros de altura elevada existe grande dificuldade em
quantificar as acções actuantes, uma vez que existem mecanismos de interacção solo/estrutura
que condicionam a redistribuição de pressões sobre a estrutura. Normalmente, em métodos
simplificados de dimensionamento não são contabilizados esses factores, facto que leva a
situações de dimensionamento incorrecto no que toca à quantificação das acções actuantes
sobre a estrutura. Estão neste caso as passagens hidráulicas, vulgarmente conhecidas por Box
Culverts, que serão objecto de análise neste trabalho.
Uma das técnicas utilizadas para contabilizar estes factores é a utilização de modelos
numéricos baseados no método dos elementos finitos, que tenham em conta o comportamento
não linear da estrutura e do solo limítrofe. Na presente dissertação recorre-se ao programa
Phase2 para gerar esses modelos.
Realiza-se no decorrer deste trabalho um estudo base que serve como referência ao estudo
paramétrico que se efectua em seguida, de forma a comparar e avaliar assim a influência da
alteração de alguns parâmetros no problema estudado. Todos os estudos realizados têm em
comum a mesma altura de aterro, ou seja, 10 metros acima da travessa superior da Box
Culvert e as mesmas características mecânicas do betão. Nas análises paramétricas efectuam-
se alterações a nível das caracteristicas do solo envolvente e da geometria da Box Culvert, e
apresenta-se uma solução possível para diminuir as acções actuantes na estrutura. Todos os
estudos são analisados e interpretados tomando como principal referência as respectivas
distribuições de pressões sobre a estrutura. Efectua-se ainda uma comparação entre os estudos
base e paramétricos e as disposições regulamentares propostas pela AASHTO.
Por fim, conclui-se que a utilização de um modelo numérico não linear, nomeadamente o
Phase2, permite entender melhor os mecanismos de interacção solo/estrutura que se
desenvolvem neste tipo de obra, e que a sua utilização constitui uma forma de
dimensionamento mais económica e segura.
ABSTRACT
In buried structures beneath high embankments there is great difficulty in quantifying the
actuating actions, since there are mechanisms of soil/structure interaction which influence the
redistribution of pressure on the structure. Usually, when simplified methods of design are
used these factors are not taken into account, which leads to situations of incorrect evaluation
of the loading acting on the structure. This is the case of the so called Box Culverts that are
the analysis object of this work.
One of the techniques used to evaluate these factors is the use of numerical models based on
the finite element method, which take into account the nonlinear behaviour of the structure
and the surrounding soil. In this thesis the program Phase2 was used to generate these models.
In this work, a basis study is performed, which will serve as a reference to the parametric
study performed after, in order to compare and evaluate the influence of varying some
parameters in the problem studied. All studies have in common the same height of
embankment, which is 10 meters above the top of the Box Culvert, and the same mechanical
characteristics of concrete. In the parametric analysis changes are carried out in the
surrounding soil characteristics and in the geometry of the Box Culvert, and a possible
solution to reduce the actuating actions in BC is presented. All studies are analyzed and
interpreted taking as main reference the distributions of pressure on the structure. A
comparison between the parametric and the basis studies and the regulations proposed by
AASHTO is also made.
Finally, one concludes that the use of a nonlinear numerical model, in particular Phase2,
allows a better understanding of the mechanisms of soil/structure interaction that develop in
this type of work, and also that its employment is a more economical and safe way of
designing.
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. i
RESUMO..................................................................................................................................iii
ABSTRACT .............................................................................................................................. v
ÍNDICE GERAL ....................................................................................................................vii
ÍNDICE DE FIGURAS ..........................................................................................................xii
ÍNDICE DE QUADROS .....................................................................................................xviii
SÍMBOLOGIA ...................................................................................................................... xix
ABREVIATURAS .................................................................................................................. xx
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
2. CLASSIFICAÇÃO CONSTRUTIVA E ESTRUTURAL DE BOX CULVERTS ......... 3
2.1. Funcionalidade das Box culverts ..................................................................................... 3
2.2. Classificação das Box culverts ........................................................................................ 4
2.2.1. Box culverts da Farcimar .......................................................................................... 7
2.2.2. Box culverts da Betafiel ............................................................................................ 9
2.3. Processo construtivo de Box culverts pré-fabricadas .................................................... 10
2.4. Comportamento estrutural de Box culverts ................................................................... 14
2.5. Processos de dimensionamento típicos de Box culverts ............................................... 17
3. MODELO DE ELEMENTOS FINITOS.......................................................................... 21
3.1. Introdução ...................................................................................................................... 21
3.1.1. Descrição do programa Phase2 ............................................................................... 21
3.2. Módulos do programa Phase2 ....................................................................................... 24
3.2.1. Model ....................................................................................................................... 24
3.2.1.1. Project Settings.................................................................................................. 24
3.2.1.1.1. General ........................................................................................................ 25
3.2.1.1.2. Stress Analysis ............................................................................................. 26
3.2.1.1.3. Groundwater ............................................................................................... 26
3.2.1.1.4. Strength Reduction ...................................................................................... 27
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 5.5. Esforço transverso, Shear Force, sobre a travessa no estudo BC1 45
Figura 5.6. Momentos, Bending Moment, sobre a travessa no estudo BC1 45
Figura 5.7. Factores de redistribuição das pressões verticais, sobre a travessa no estudo
BC1 46
Figura 5.8. Deslocamentos absolutos verticais, Absolute Vertical Displacement, sobre a
travessa no estudo BC1 46
Figura 5.9. Tensões verticais, Sigma 1, sob a base da BC (travessa inferior) no estudo
BC1 47
Figura 5.10. Esforço axial, Axial Force, na base da BC (travessa inferior) no estudo
BC1 47
Figura 5.11. Esforço transverso, Shear Force, sob a base da BC (travessa inferior) no
estudo BC1 48
Figura 5.12. Momentos, Bending Moment, sob a base da BC no estudo BC1 48
Figura 5.13. Factores de redistribuição das pressões verticais, na base da BC no estudo
BC1 49
Figura 5.14. Deslocamentos absolutos verticais, Absolute Vertical Displacement, sob a
base da BC (travessa inferior) no estudo BC1 49
Figura 5.15. Tensões horizontais, sob os montantes da BC no estudo BC1 50
Figura 5.16. Esforço axial, Axial Force, nos montantes da BC no estudo BC1 50
Figura 5.17. Esforço transverso, Shear Force, nos montantes da BC no estudo BC1 51
Figura 5.18. Momentos, Bending Moment, nos montantes da BC no estudo BC1 51
Figura 5.19. Factores de redistribuição das pressões horizontais, nos montantes da BC
no estudo BC1 52
Figura 5.20. Deslocamentos absolutos horizontais, nos montantes da BC no estudo BC1 52
Figura 5.21. Evolução dos momentos máximos na travessa, montantes e base da BC no
estudo BC1 53
Figura 5.22. Evolução dos factores de redistribuição na travessa, montantes e base da
BC no estudo BC1 53
Figura 5.23. Evolução das tensões sobre a travessa superior da BC 54
Figura 5.24. Evolução das tensões sobre a linha 1 e 2 55
Figura 5.25. Migração das tensões verticais provenientes do aterro lateral para a zona da
base da BC (Travessa inferior) junto dos montantes 57
Figura 5.26. Evolução das tensões horizontais com as sucessivas camadas de aterro 58
Figura 5.27. Evolução dos factores de redistribuição nos montantes da BC 59
Figura 5.28. Evolução do esforço axial, Axial Force, com as sucessivas camadas de
aterro 60
Figura 5.29. Configuração da deformada admitida pelo Phase2, (Deformed Boundaries) 61
6. ANÁLISE PARAMÉTRICA 62
Figura 6.1. Características da instalação no estudo 2 (BC2): a) Actuação da sobrecarga
no topo do aterro; b) Tensões mobilizadas na BC devido a sobrecarga no topo do aterro 64
Figura 6.2. Tensões verticais, Sigma 1, sobre a travessa no estudo BC2 65
Figura 6.3. Momentos, Bending Moment, sobre a travessa no estudo BC2 65
Figura 6.4. Tensões verticais, Sigma 1, sob a base da BC (travessa inferior) no estudo
BC2 66
Figura 6.5. Momentos, Bending Moment, sob a base da BC no estudo BC2 66
Figura 6.6. Tensões horizontais, sob os montantes da BC no estudo BC2 67
Figura 6.7. Momentos, Bending Moment, nos montantes da BC no estudo BC2 67
Figura 6.8. Tensões verticais, Sigma 1, sobre a travessa no estudo BC3 69
Figura 6.9. Esforço axial, Axial Force, sobre a travessa no estudo BC3 69
Figura 6.10. Momentos, Bending Moment, sobre a travessa no estudo BC3 70
Figura 6.11. Factores de redistribuição das pressões verticais, sobre a travessa no estudo
BC3 70
Figura 6.12. Tensões verticais, Sigma 1, sob a base da BC (travessa inferior) no estudo
BC3 71
Figura 6.13. Esforço axial, Axial Force, na base da BC (travessa inferior) no estudo
BC3 71
Figura 6.14. Momentos, Bending Moment, sob a base da BC no estudo BC3 72
Figura 6.15. Factores de redistribuição das pressões verticais, na base da BC no estudo
BC3 72
Figura 6.16. Tensões horizontais, sob os montantes da BC no estudo BC3 73
Figura 6.17. Momentos, Bending Moment, nos montantes da BC no estudo BC3 73
Figura 6.18. Factores de redistribuição das pressões horizontais, nos montantes da BC
no estudo BC3 74
ÍNDICE DE QUADROS
5. ESTUDO BASE PARA ANÁLISE ESTRUTURAL DA BOX CULVERT 39
Quadro 5.1. Quadro comparativo das tensões nos pontos 1, 2 e 3 55
Quadro 5.2. Quadro comparativo das tensões verticais na travessa superior e base da BC
(travessa inferior) 57
6. ANÁLISE PARAMÉTRICA 62
Quadro 6.1. Quadro resumo das análises paramétricas realizadas 63
Quadro 6.2. Tensões máximas e momentos máximos actuantes na BC 68
7. ANÁLISE PELA NORMA NORTE AMERICANA (AASHTO) 92
Quadro 7.1. Quadro comparativo dos estudos realizados 99
SÍMBOLOGIA
h – Altura interior da BC
b – Largura interior da BC
l – Comprimento da BC
sl – Deslocamentos relativos
– Tensão tangencial
∆F – Acréscimo de carga
Fh – Força horizontal
Fv – Força vertical
he – Altura de aterro equivalente
– Peso volúmico
ha – Altura de aterro
hb – Altura exterior da BC
Io – Impulso em repouso
k – Factor de agravamento das tensões verticais
Fe – Factor de interacção solo/estrutura
p – Tensão média (Mean stress)
q – Tensão de desvio (Deviatoric stress)
σ1 – Maior tensão plana principal (Sigma 1)
σ3 – Menor tensão plana principal (Sigma 3)
σz – Tensão principal fora do plano (Sigma z)
x – deslocamento segundo a direcção horizontal
y – deslocamento segundo a direcção vertical
E – Módulo de deformabilidade
– Coeficiente de poisson
fck – Valor característico da tensão de rotura do betão á compressão aos 28 dias de idade
fctm – Valor médio da tensão de rotura do betão á tracção simples
Ecm – Módulo de deformabilidade do betão
ABREVIATURAS
BC – Box Culvert
ppBC – Peso próprio da BC
AASHTO – American Association of State Highway and Transportation Officials
BC1 – Estudo base
BC2 – Análise paramétrica: inclusão de sobrecarga
BC3 – Análise paramétrica: diminuição do módulo de deformabilidade do solo
BC4 – Análise paramétrica: fundação rígida
BC5 – Análise paramétrica: aterro lateral e superior mal compactados
BC6 – Análise paramétrica: rotação das espessuras da BC em 90º
BC7 – inclusão de uma zona mais flexível acima da BC
AASHTO 1 – Análise pela norma: aterro lateral compactado
AASHTO 2 – Análise pela norma: aterro lateral não compactado
M. Simplificado – Análise pelo método simplificado de dimensionamento
1. INTRODUÇÃO
A presente dissertação visa clarificar e compreender a análise de estruturas enterradas, com o
objectivo de proceder a um dimensionamento económico e seguro de um modo mais
eficiente. Estas estruturas são materializadas por quadros de betão armado pré-fabricados,
denominadas Box Culverts (BC), podem ser utilizadas em passagens hidráulicas de estradas,
passagens inferiores, vias-férreas. Por norma, estas estruturas enterradas são analisadas e
dimensionadas com recurso a modelos de cálculo simplificados, e muitas das vezes essa acção
conduz a soluções de subdimensionamento ou sobredimensionamento, portanto inseguras ou
pouco económicas, Sang (2000).
A análise deste tipo de estruturas sob alturas de aterro elevadas é caracterizada por diversas
dificuldades ao longo do seu dimensionamento, aspectos como os mecanismos de interacção
solo/estrutura condicionam a quantificação das acções exercidas sobre a estrutura. Estes
mecanismos são influenciados pela rigidez da estrutura e do solo envolvente, quer do aterro
quer da fundação. Esta rigidez depende não só das suas características físico/mecânicas, mas
também do tipo de compactação utilizada na respectiva instalação ao longo das várias
camadas de aterro executadas. Um dos pormenores que se pode verificar ao longo da
dissertação, é que as tensões mobilizadas no terreno tendem a deslocar-se das zonas menos
rígidas, portanto mais flexíveis, para as zonas mais rígidas, por exemplo do meio vão da
travessa superior da BC, para as zonas junto dos montantes, ou seja, onde os deslocamentos
são menores.
De maneira a considerar na análise todos os elementos que se consideram ser de grande
importância para o comportamento das estruturas enterradas, recorre-se a um modelo de
elementos finitos, este método tem em atenção o comportamento não linear da estrutura e
respectivo solo limítrofe. Na presente dissertação determinam-se os esforços actuantes na
estrutura enterrada e procura-se compreendê-los. São simuladas situações de obra, e
desenvolvem-se algumas técnicas que procuram melhorar a redistribuição das acções
actuantes na estrutura, com vista a encontrar soluções que sejam mais económicas.
A dissertação subdivide-se em oito capítulos, correspondendo o presente ao primeiro capítulo.
No segundo capítulo, apresentam-se as funcionalidades das BCs e classificam-se quanto às
diferentes classes que podem ter, tendo em conta a sua rigidez e o método de instalação, e
indica-se o tipo de classe admitida neste trabalho. São ainda apresentadas as BCs da Farcimar
e Betafiel e o processo construtivo de BCs pré-fabricadas. Também o seu comportamento
estrutural é aqui abordado e apresentam-se alguns processos de cálculo simplificados,
indicando algumas das deformações passíveis de ocorrer. Por último, o capítulo termina com
a apresentação de algumas considerações a ter em conta no dimensionamento através da
norma da American Association of State Highway and Transportation Officials (AASHTO).
No caso de instalação em aterro em projecção negativa, a BC fica instalada numa vala estreita
e pouco profunda, com a cota do seu topo abaixo da superfície natural de terreno, sendo
depois cobertas com o aterro (Figura 2.4). Neste caso se for preenchida a vala entre a BC e o
nível de solo natural com um material muito compressível, as pressões verticais são reduzidas,
tornando-se uma vantagem relativamente à projecção positiva.
Por último, a instalação em vala também se pode designar por vala induzida ou imperfeita,
este processo ocorre após a instalação em aterro com projecção positiva, ou seja, após essa
etapa, é escavada uma vala da largura da BC e enchida com material bastante compressível,
podendo ser imediatamente acima da BC (Figura 2.5), ou distanciado da BC (Figura 2.6). Esta
camada dada a sua elevada compressibilidade, faz com que exista um desvio das cargas sobre
a BC para as laterais, esse facto reduz a resultante das pressões sobre a BC. Normalmente
utiliza-se este processo quando se requerem grandes alturas de aterro, Debs (2003).
A Farcimar apresenta uma gama de BC que vai desde a secção 1,00x0,50 m2 até à secção
máxima de 5,00x5,00 m2, variando caso a caso, uma vez que existem normalmente situações
muito específicas e muito variáveis. Todas as BC da Farcimar apresentam um certificado com
as dimensões, tipo de betão, tipo de aço, resistência mecânica, coeficientes de segurança e a
data de fabrico bem como respectivo peso (Figura 2.10).
No seu processo construtivo é recomendado o uso de uma camada de tout-venant com uma
espessura mínima de 0,20 m, podendo esta espessura ser aumentada atendendo ao solo de
fundação. Esta camada de tout-venant pode ser substituída por uma camada de betão de
limpeza com espessura nunca inferior a 0,10 m. Relativamente ao aterro, este deverá ser feito
de tal forma que o diferencial de alturas entre os dois lados do elemento não seja superior a
0.50 m. Atendendo à função final da estrutura deve-se ter uma especial atenção ao grau de
compactação do solo de aterro, devendo ter-se o cuidado de utilizar meios de compactação
ligeiros, nas imediações dos montantes. Superiormente só poderão ser utilizados meios de
compactação convencionais quando a altura de aterro acima do topo da travessa da BC, for
superior a 0.50 m.
Os elementos constituintes da solução de BC são executados em moldes metálicos, com
vibradores acoplados. O recobrimento das armaduras é garantido pela utilização de
espaçadores plásticos. Os materiais utilizados são o betão C30/37, com um valor de cálculo da
tensão de rotura à compressão de 20,0 MPa, e o aço A500NR SD, com um valor de cálculo da
tensão de cedência do aço das armaduras de 435 MPa.
Relativamente à drenagem, esta deverá ser feita, através da recolha, levada a cabo na base dos
montantes do elemento da BC, por um dreno que recebe e conduz a água até a uma linha de
água ou até ao colector. Este dreno deverá ser coberto por um geotêxtil, para que deste modo
ele funcione como filtro de partículas finas que entupiriam o tubo. Geralmente, é utilizada
esta técnica para alturas de aterro mais baixas, quando se trate de alturas de aterro mais
elevadas apenas se deve aplicar uma tira de tela asfáltica nas juntas verticais e horizontais do
paramento. Esta tira previne a entrada de água proveniente do exterior da galeria, e deve ter
uma largura de 0,30 m.
Os meios a utilizar na compactação deverão ser de dois tipos. Nas proximidades dos
montantes, numa faixa de cerca de 1,00 m de largura deverão ser usados compactadores
ligeiros de pouca potência e só depois é que devem ser utilizados os cilindros normais para
estes trabalhos. Estes cilindros não devem transmitir uma acção dinâmica superior a 10 kN de
força por metro.
bastante lisas, sendo que os moldes (Figura 2.12) devem ser conservados e verificados de
maneira a que se obtenham sempre peças de boa qualidade. Após a introdução das armaduras,
espaçadores e respectivas pegas ou casquilhos nos moldes, procede-se a betonagem
(efectuada na vertical), e respectiva compactação do betão através do processo de vibração
dos moldes. O betão, sem interrupções, é cuidadosamente introduzido nos moldes de forma a
evitar alterações bruscas nas características deste. Inicia-se a vibração obrigando este a
penetrar em todas as esquinas e ocos de forma a evitar vazios e outros defeitos. Aquando o
inicio da vibração o molde já se encontra com parte do betão no seu interior e esta apenas
termina quando os acabamentos da parte superior da peça estiverem concluídos. No mesmo
molde, podem fabricar-se peças com diferentes geometrias ou alturas, de acordo com as
necessidades, bastando para isso fazer pequenos ajustes nos elementos amovíveis (Fundos).
Geralmente os moldes são dotados de vibradores de alta frequência acoplados. A cura do
elemento é feita no interior da nave industrial, no entanto de forma a evitar perdas de
humidade e assegurar uma cura que permita uma certa impermeabilidade (à penetração de
gases ou líquidos) da zona superficial, as peças são usualmente cobertas com um plástico ou
por uma lona. Os materiais normalmente utilizados são o betão da classe C30/37 e o aço
A400NR/A500NR.
de obra (Figura 2.13). Apesar do seu tamanho, este tipo de peças devido à sua geometria, é de
fácil movimentação, quer dentro do armazém, quer no seu transporte como no estaleiro da
obra. No transporte dos elementos pré-fabricados de maiores dimensões, são usados
elementos de apoio e sistemas de amarração que permitem o transporte de um grande número
de peças de forma segura e sem danos para as próprias peças.
Por fim chegam ao local de obra, onde depois vão sendo colocadas numa vala previamente
aberta (Figura 2.14). Deve-se ter em atenção este processo para tentar minimizar os possíveis
danos na BC.
Após a abertura da vala e antes da introdução das BCs, a superfície inferior da vala deve ser
devidamente compactada e nivelada de forma a obter uma boa superfície de assentamento
para a BC, neste processo também se pode utilizar o enrocamento na base, o massame para
aglomerá-lo e a camada de argamassa para garantir um apoio uniforme. O assentamento das
BC é realizado com recurso a meios mecânicos tipo gruas (Figura 2.15). Após isso dá-se a
execução dos aterros lateral e superior (Figura 2.16), sendo que a compactação é efectuada
com recurso a cilindros vibradores, tomando especial cuidado na zona junto dos montantes.
As juntas que se formam ao longo da instalação das BCs são seladas com tela asfáltica ou
com poliuretano, de forma a impedir o seu preenchimento pelo solo envolvente e impedir
infiltrações de água. A tela asfáltica é aplicada por colagem, resultante do aquecimento de um
maçarico, o poliuretano apenas é introduzido na junta até ficar preenchida (Figura 2.17).
(a) (b)
Figura 2.19. Transferência de pressões entre um sistema solo/estrutura: a) Efeito de arco
negativo; b) Efeito de arco positivo, Pinto (2008)
O fenómeno descrito permite concluir que a interacção entre os blocos de aterro dá origem,
em algumas situações, a um aumento das tensões normais sobre a travessa superior da BC, de
maior influência nas regiões perto dos montantes, isto para as estruturas muito rígidas.
Segundo Sang, quando temos um caso em que a travessa da BC é muito flexível, podemos
idealizar mais um bloco de aterro acima da travessa na zona central, este bloco causa
diferenças de deslocamentos (δsl1) entre os blocos de aterro laterais (Figura 2.21).
Figura 2.21. Processo de redistribuição de cargas em BC com travessas muito flexíveis, Sang
(2000).
Devido a esses deslocamentos, são mobilizadas tensões tangenciais, que provocam uma
diminuição das pressões na zona central, e por consequência um acréscimo das mesmas nos
blocos de aterro laterais próximo dos montantes. Uma das técnicas referidas por Sang consiste
em colocar um material muito compressível por exemplo (poliestireno, pneus) acima da
travessa superior, este material faz com que o solo tenha maior deformabilidade acima da BC,
e redistribui as pressões para a região dos blocos de aterro laterais, Sang (2000). Ou seja, nas
estruturas de BC com travessas mais flexíveis, verifica-se um alívio das tensões normais na
região central da travessa da BC, e por consequência disso aumentam as tensões nas zonas da
travessa junto dos montantes.
rolantes e as pressões geostáticas impostas pelo aterro. No caso de BCs instaladas com aterros
elevados, situação considerada no presente trabalho, as acções devido às cargas externas
rolantes são desprezadas, uma vez que com o aumento da altura de aterro estas cargas
degradam-se em profundidade. Portanto, nesta situação, apenas se consideram as pressões
geostáticas devido ao aterro. No modelo simplificado de cálculo existe uma maior incerteza
no dimensionamento em relação a quantificação das acções a considerar, uma vez que este
não considera os mecanismos de interacção solo/estrutura, admitindo apenas as pressões
geostáticas. É aqui que o modelo numérico se revela eficaz.
No caso de obras de BCs com aterros reduzidos, já se consideram as acções devidas às cargas
móveis e também devido às pressões geostáticas. Nesta situação não existem tantas incertezas
como no caso de instalações sob alturas de aterro elevadas, sendo que o dimensionamento,
embora seja um método simplificado, se verifique mais seguro em relação à situação de BCs
sob alturas de aterro elevadas.
Nos modelos simplificados por vezes chega-se a situações em que se têm soluções de
sobredimensionamento, não económicas, e noutras situações chega-se a soluções de
subdimensionamento, não seguras. Este último caso leva ao aparecimento de deformações
acima dos limites impostos, tornando as BCs muito vulneráveis no que toca à corrosão das
armaduras, uma vez que estas se encontram num ambiente agressivo.
Algumas das deformações observadas em BCs em caso de alturas de aterro elevadas, estão
presentes na (Figura 2.22), Pinto (2008).
Numa segunda fase, tentando melhorar a estimativa dos valores dos impulsos sobre os
montantes, e também de aproximar as tensões na base da BC mais próximo da realidade,
admite-se a BC apoiada sobre apoios elásticos. Aqui, os impulsos de terras consideram-se
iguais aos impulsos em repouso (Figura 2.24). Todas as simplificações restantes se mantêm.
Geralmente, efectuava-se com recurso a um programa de cálculo automático de pórticos
planos, Sang (2000).
Numa terceira e última fase, uma vez que se continuava a desprezar a interacção
solo/estrutura, e as diferenças de rigidez entre o solo e estrutura, procurou-se simplificar essas
particularidades, agravando as tensões normais sobre a travessa superior da BC, através da
consideração de um valor mínimo na região central da travessa, e um valor máximo sobre os
montantes (Figura 2.25). Aqui, nesta situação, o peso do bloco de aterro sobre a travessa foi
agravado por um factor k, este factor de agravamento de tensões é determinado por
extrapolação de resultados de estudos realizados em casos de condutas enterradas, e incide
sobre a teoria de Marston, embora essa correlação entre as condutas enterradas e a BC, dadas
as suas diferenças a nível de geometria, comporte erros que não se podem desprezar, Sang
(2000).
Figura 2.25. Processo simplificado que admite a BC sobre apoios elásticos, e considera a
acção sobre a travessa superior, admitida igual ao peso do bloco de aterro afectado por um
factor k
Estes modelos multi-fase complexos, podem ser facilmente criados e rapidamente analisados
o mesmo acontecendo para túneis, aterros, estabilidade taludes, ensecadeiras, muros de
gravidade de retenção de terras, estruturas de terras estabilizadas mecanicamente e muito mais
situações (Figura 3.2).
(a) (b)
(c) (d)
(e)
Figura 3.2. Exemplos de modelos de análise: a) escavação subterrânea em rocha; b)
estabilidade de taludes; c) ensecadeiras; d) muro de gravidade de retenção de terras; e)
estrutura de terra estabilizada mecanicamente
O programa Phase2 oferece uma ampla gama de opções de modelação de apoio. Elementos
liner (suporte) podem ser aplicados na modelação de betão armado, betão, sistemas de aço,
muros de retenção, multi-camadas de revestimento compostas por geotêxteis e muito mais.
Estes elementos permitem determinar o factor de segurança das modelagens. Uma das
características principais do Phase2 é a análise de elementos finitos da estabilidade de taludes
usando o método de redução da tensão de corte. Esta opção é totalmente automatizada e pode
ser usada com o método de Mohr-Coulomb ou Hoek-Brown, para quaisquer parâmetros de
força. Facilmente se pode importar/exportar entre Slide e Phase2 modelos de inclinação,
permitindo assim uma fácil comparação de equilíbrio limite e os resultados de elementos
finitos. O Slide também da Rocscience é um dos programas mais completos para análise de
estabilidade de taludes disponíveis.
O Phase2 inclui na análise de elementos finitos a percolação em regime permanente, uma vez
que esta se encontra incluída no programa não existe por isso necessidade de recorrer a outros
programas para a analisar. Ele determina a pressão dos poros assim como o fluxo e o
gradiente, com base nas definições introduzidas pelo utilizador relativas às condições de
contorno e condutividade hidráulica do material em causa. O programa inclui
automaticamente os resultados da pressão dos poros na análise de forças.
Podemos dizer de uma forma geral que o Phase2 é um programa de elementos finitos 2D
elasto-plástico, que permite calcular as tensões e deslocamentos em torno de aberturas
subterrâneas e pode ser utilizado tanto em problemas de mineração, como em problemas de
engenharia geotécnica e civil, envolvendo:
Escavações em rocha ou solo;
Fases de escavações (até 300 fases possíveis);
Materiais elásticos ou plásticos;
Múltiplos materiais;
Suporte bolt (tipo parafuso);
Suporte liner (pode ser tipo betão armado, betão, geossintéticos);
Tipo de campo de forças em que podemos considerar constante ou com acção da
gravidade;
Análise plana ou axisimétrica;
Linha piezométrica;
Pode-se dizer que o Phase2 é constituído por três módulos, são eles o Model, o Compute e o
Interpret, que no capítulo 3.2 serão abordados com mais pormenor.
É de referir que depois de definir o modelo para se poder ver os ficheiros de análise do
Interpret, deve-se primeiro realizar o processamento através do Compute, esse processamento
grava o ficheiro num arquivo. Após isso pode-se passar do Interpret para o Model e do Model
para o Interpret sem que seja necessário voltar a correr o Compute. Na constituição do Model
destacam-se essencialmente as funcionalidades ilustradas a seguir (Figura 3.4).
modelação. Opções como por exemplo, o número de fases (number of Stages), tipo de análise,
unidades, devem ser definidas antes de se começar a criar o modelo. O comando Project
Settings está organizado segundo as secções ilustradas a seguir, (Figura 3.5).
3.2.1.1.1. General
Nesta opção, define-se o número de fases, podendo este ser uma análise de elementos finitos
de uma única fase ou multi-fase, sendo que a multi-fase pode ser seleccionada de duas até
trezentas fases separadas. Também o nome de cada fase pode ser definido pelo utilizador. O
tipo de análise pode ser realizado como Plane Strain, ou Axisymmetric. Em Plane Strain,
estado plano de deformação, o modelo assume que as escavações são de comprimento infinito
na direcção fora do plano, e, portanto a tensão na direcção fora do plano é zero. Em
Axisymmetric, análise axisimétrica, permite-se ao utilizador analisar um modelo em 3D, que é
rotacionalmente simétrico em torno de um eixo, por exemplo, o fim de um túnel circular.
Embora a entrada de dados seja em 2D, os resultados da análise aplicam-se para o problema
3D. A resolução do modelo, ou seja, a opção que determina como o Compute resolve a matriz
que representa o sistema de equações, pode ser realizada por três métodos:
Gaussian Elimination;
Conjugate Gradient Iteration;
Pre-Conditioned Conjugated Gradient Iteration;
O método padrão é a eliminação gaussiana, no entanto para resolver grandes problemas,
poderá ter que se usar uma das outras duas técnicas. Caso todos os materiais sejam elásticos, o
tempo de solução será mais rápido com estas técnicas do gradiente conjugado. Por último,
devem-se escolher as unidades de medição, podendo ser:
Unidades métricas - MPa, kPa, ton/m2;
Unidades imperiais – ksf, psf, ton/ft2;
Todos os parâmetros inseridos no programa pelo utilizador devem corresponder ao tipo de
unidades definido.
3.2.1.1.3. Groundwater
Esta opção permite definir o modo como a pressão da água nos poros é modelada. Se a análise
incluir este aspecto, as seguintes opções ficam disponíveis:
Piezometric Lines;
Water Pressure Grid (Carga total, Carga de pressão, Pressão de poros);
A análise de elementos finitos considerando água subterrânea é uma ferramenta muito
poderosa do Phase2, permitindo um programa de análise de infiltração bastante estável no
método dos elementos finitos utilizado. A análise de infiltrações pode ser usada em
simultâneo com a análise de tensões no Phase2, ou em separado de uma forma autónoma.
3.2.1.2. Boundaries
Depois de definidas as condições de projecto (Project Settings), devem ser criadas as
fronteiras que definem o modelo. Estas fronteiras podem ser importadas de ficheiros com
formato DXF.
Os tipos de limites que se podem utilizar no Phase2 são:
Escavation;
External;
Material;
Stage;
Joint;
Structural Interface;
Piezometric Line;
No caso de Escavation, este limite representa a fase final, ou a extensão máxima de uma
escavação. Os limites intermediários dentro da escavação devem ser representados por Stage
ou Material. O External define a extensão da malha de elementos finitos, e abrange todas as
outras fronteiras. É necessário definir uma fronteira externa (External) para cada modelo no
Phase2, apenas se pode definir uma.
O Material é usado para definir os limites entre os tipos de materiais diferentes, e o Stage para
definir os limites entre os diferentes faseamentos de escavação. No caso de Joint, este, ao
contrário do Material e do Stage, associa em si propriedades tais como rigidez e resistência. A
Structural Interface representa um elemento de apoio, que tem uma interface deslizante
(conjunta), em ambos os lados do elemento. Por fim, Piezometric Line representa um nível
freático, ou superfície piezométrica.
3.2.1.4. Loading
Esta opção permite definir diferentes tipos de carga num modelo do Phase2, tais como:
Field Stress;
Load Split;
Seismic Load;
Distribuited Loads;
Line Loads;
Springs;
Liner Moments;
A opção Field Stress é utilizada para definir as condições de forças iniciais no solo, antes da
escavação. Pode ser considerada constante, ou contabilizando a força da gravidade.
A opção de força constante é utilizada para definir o campo de tensões antes da escavação.
Por norma é utilizado para as escavações que são relativamente profundas. Ao contrário, a
opção de força de gravidade, é usada para definir um campo de tensões in-situ, que varia
linearmente com a profundidade. Este geralmente é utilizado para zonas perto da superfície,
ou seja escavações de superfície. Por padrão no Phase2, toda a carga no modelo devido ao
campo de forças é aplicada na primeira etapa do modelo.
O Load Split permite ao utilizador aplicar a carga de forma faseada, à medida que a escavação
progride. O Phase2, também permite utilizar coeficientes sísmicos na análise de elementos
finitos, para simular o efeito do sismo. Estes coeficientes quando não são zero fazem com que
no canto superior direito apareça um ícone que indica que a carga sísmica tem sido aplicada
no modelo, bem como a magnitude e direcção do coeficiente sísmico, (Figura 3.8). Os
coeficientes sísmicos são coeficientes adimensionais que representam a aceleração do sismo
(máximo) como uma fracção da aceleração da gravidade. Os valores típicos estão na faixa de
0,1 a 0,3. Na convenção utilizada, quando se tem um coeficiente positivo horizontal temos
uma força aplicada para a direita, um coeficiente negativo horizontal uma força aplicada para
a esquerda, um coeficiente positivo vertical uma força aplicada para cima, e por último um
coeficiente negativo vertical que representa uma força com sentido descendente. Ao utilizar
esta opção é recomendado ao utilizador realizar múltiplas análises usando diferentes
combinações e direcções para os coeficientes sísmicos, de maneira a avaliar o efeito da força
sísmica na direcção dos resultados da análise.
No Phase2 pode-se aplicar cargas distribuídas nos limites da Escavation, External, Material e
Stage. O programa só permite aplicar estas cargas depois de ser gerada a malha de elementos
finitos. Podemos ter cargas uniformes, triangulares, cargas hidrostáticas e cargas pontuais,
(Figura 3.9).
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3.9. Exemplos de cargas aplicadas no Phase2: a) Carga triangular; b) Carga uniforme;
c) Carga hidrostática; d) Carga pontual
As Springs (molas), podem ser adicionadas a qualquer altura, após ser gerada a malha de
elementos finitos, podem ser usadas como forma de simular o efeito de determinadas
estruturas de suporte. Por último, o Liner Moment permite adicionar momentos e as condições
de contorno de rotação para os liners.
3.2.1.5. Displacements
Aqui são classificadas as condições de apoio (restrições nos deslocamentos) para o modelo.
Por exemplo:
Restrito em XY (Fixo);
Restrito em X (ou seja, livre apenas na direcção Y);
Nas Elastic Properties, podemos ter modelos elásticos tais como, isotropic (isotrópicos),
Transversely Isotropic (transversalmente isotrópicos), Orthotropic (ortotrópicos) e Duncan-
Chang Hyperbolic. O mais correntemente utilizado é o isotrópico, este implica que as
propriedades do material não variem com a direcção. As propriedades elásticas de um
material isotrópico são totalmente definidas por um único valor do módulo de young e um
coeficiente de poisson.
Os Strength Parameters, parâmetros de resistência, permitem definir o critério de rotura para
um material, e escolher se o material é elástico ou plástico. Os critérios de rotura disponíveis
no Phase2 para definir a resistência do maciço rochoso ou do solo são, o critério de Mohr-
Coulomb, Hoek-Brown, Drucker-Prager, Hoek-Brown Generalizado, Cam-Clay e Cam-Clay
modificado.
No caso de Mohr-Coulomb, é necessário definir a coesão, ângulo de atrito e resistência à
tracção, caso o tipo de material seja plástico, também se deve definir a dilatância e valores
residuais de coesão e ângulo de atrito.
No critério de rotura de Hoek-Brown deve-se definir os parâmetros, força de compressão
uniaxial intacta, mb e s. Este é um caso especial do critério de rotura Hoek-Brown
generalizado, em que a constante a=0,5. O critério Hoek-Brown generalizado utiliza os
mesmos factores mas com valores de a diferente de 0,5. O mb é um valor reduzido para a
massa de rocha. Os parâmetros s e a, são constantes que dependem das características do
maciço rochoso. Estes parâmetros são muitas vezes difíceis de determinar através de ensaios
triaxiais ou de corte de maciços rochosos, como tal, por vezes, há algumas práticas para
estimar esses parâmetros.
Os parâmetros em Drucker-Prager são, resistência à tracção, parâmetro q e k. Estes dois
parâmetros são calculados com base no ângulo de atrito e coesão, do critério de rotura de
Mohr-Coulomb.
Na especificação de Cam-Clay e Cam-Clay modificado, são requeridos cinco parâmetros. O
parâmetro , inclinação da compressão normal, o k, inclinação de uma linha de carga e
descarga no espaço, M, inclinação da linha crítica do estado e o N ou , volume especifico.
Este último parâmetro pode ser definido por dois métodos. O N define o volume específico da
linha normal de compressão por unidade de pressão, o define o volume específico da linha
do estado crítico por unidade de pressão.
A dilatância é a medida que estima o aumento de volume quando ocorre corte de material.
Para um material de Mohr-Coulomb, a dilatância é um ângulo que, por norma, varia entre
zero e o ângulo de atrito. Valores de dilatância muito baixos estão geralmente associados a
rochas moles, ao contrário, valores muito altos associam-se a maciços mais duros.
Em relação ao Staged Material Properties, este permite utilizar propriedades diferentes para
as diferentes fases, por exemplo num modelo em que exista mais que uma fase pode-se ter
parâmetros diferentes para cada uma. Com isto pode-se simular um aumento ou diminuição
da rigidez do material, um aumento ou diminuição da resistência do material, ao longo das
fases do modelo.
O Datum Dependent Properties possibilita que o utilizador defina propriedades do material
que variam linearmente com a profundidade. Podemos especificar como Datum Dependent, o
módulo de young (somente se o material for do tipo elástico isotrópico), coesão e ângulo de
atrito (se critério de rotura for Mohr-Coulomb e material for plástico). Para terminar, o
Unsaturated Shear Strength, somente disponível quanto temos o método de águas
subterrâneas no modelo, e o critério de rotura considerado for Mohr-Coulomb.
3.2.1.7. Support
O programa Phase2 oferece uma gama de opções extensa no que toca à modelação das
condições de suporte, tanto em aplicações geotécnicas como em mineração. As duas
principais categorias dos tipos de suporte são, as Bolts e os liners (Figura 3.10).
(a) (b)
Figura 3.10. Exemplos de condições de suporte no Phase2: a) Bolts aplicadas a 15 graus com
a horizontal; b) Liners aplicadas nos limites da escavação de um túnel;
3.2.1.8. Joints
Os Joints representam uma interface ao longo do qual podem ocorrer movimentos. Ao Joint
devem associar-se propriedades tal como a força e a rigidez. O movimento relativo que se
considera dos dois lados do Joint pode ser elástico ou inelástico (se a resistência ao corte do
Joint for inferior à tensão de corte). As Joints podem representar, descontinuidades estruturais
entre massas rochosas ou solo, interfaces entre o apoio (por exemplo revestimentos,
geossintéticos), ou qualquer outro tipo de interface de deslizamento que pode ocorrer num
projecto geotécnico.
3.2.2. Compute
O mecanismo de análise em elementos finitos do Phase2 pode ser iniciado a partir do
modelador Phase2, seleccionando o botão Compute, no menu ferramentas. Antes de executar
a análise deve-se gravar o ficheiro de dados, para que o programa prossiga. Se for admitido o
uso de águas subterrâneas no modelo, podemos executar o Compute (Groundwater Only), ele
permite fazer a análise de elementos finitos da infiltração de águas subterrâneas, sem
computar a análise de tensões.
3.2.3. Interpret
No Interpret, o utilizador pode visualizar as condições de contorno a partir da análise de
elementos finitos. Por padrão quando um arquivo é aberto, o Sigma 1 é o contorno que será
exibido no modelo. Os seguintes dados básicos estão sempre disponíveis para o contorno após
a análise:
Principal Stress – Sigma 1, Sigma 3, Sigma Z, Mean stress, Deviatoric stress;
Displacements – Horizontal, Vertical, Total;
Strength Factor;
Strain – Volumetric, Maximum shear;
No principal stress, o Sigma 1 representa os contornos para a maior tensão plana principal, o
Sigma 3 representa os contornos para a menor tensão plana principal, Sigma Z identifica os
contornos da tensão principal fora do plano. A tensão média (Mean stress) é calculada com
base em Sigma 1, Sigma 3 e Sigma Z:
(3.1)
√ (3.2)
√ (3.3)
√
√ (3.4)
Figura 4.1. Discretização do modelo com elementos isoparamétricos triangulares de três nós
Nos limites exteriores do modelo, admitiu-se para os limites laterais apoios simples,
restringindo apenas os deslocamentos segundo a horizontal, e no limite inferior apoios duplos,
impedindo deslocamento horizontal e vertical. Em relação ao limite superior considera-se
livre.
Nos limites da BC, considerou-se Liners de 0,15 m nos montantes, e de 0,20 m na travessa
superior e base da BC com as seguintes características:
E (MPa) = 31000;
(coeficiente de poisson) = 0 considera-se o betão traccionado fendilhado;
Liner type = Formulação Timoshenko;
Material type = Elastic;
Unit Weight = 25 kN/m3;
Normalmente utilizam-se esquadros nos quatro cantos, onde ocorre a formação das rótulas
plásticas, ou seja, de forma a prevenir as rotações nestas zonas reforça-se a rigidez dos nós
com recurso a esta técnica, também estes esquadros diminuem os esforços de flexão na BC.
Por norma têm dimensões de 0,20x0,20 m, podendo variar conforme as solicitações. Nos
estudos realizados desprezou-se esse efeito, de forma a obter valores mais desfavoráveis para
a análise da BC.
O betão utilizado no presente estudo foi o C25/30, os valores utilizados para definir as suas
características foram retirados do Eurocódigo 2 e são:
fck= 25 MPa;
fctm= 2,6 MPa;
Ecm= 31 GPa;
c= 0;
c= 25 kN/m3.
Este ponto foi simulado no modelo através de Liners, com as características definidas em 4.1.
(5.1)
No qual actuante representa a tensão normal instalada (vertical), o peso volúmico do solo de
aterro e h a diferença de cota entre o topo do aterro e a travessa superior da BC.
Factores de redistribuição de pressões nos montantes:
(5.2)
No qual actuante representa a tensão normal instalada (horizontal), o peso volúmico do solo
de aterro, h a diferença de cota entre o topo do aterro e o ponto do montante em estudo e o K0,
o coeficiente de impulso em repouso.
(5.3)
No qual actuante representa a tensão normal instalada (vertical), o peso volúmico do solo de
aterro, h a diferença de cota entre o topo do aterro e a base da BC e ppBC a pressão exercida na
base da BC devido ao seu peso próprio.
(Stage 2) (Stage 3)
(Stage 4) (Stage 5)
(Stage 6) (Stage 7)
(Stage 8) (Stage 9)
Em que Stage 2 é, como se disse, a fase sem aterro, Stage 3, a 1ª camada de aterro de 0,75 m,
Stage 4 a 2ª camada de aterro de 0,75 m, Stage 5 a 3ª camada de aterro de 0,50 m, Stage 6 a 4ª
camada de aterro de 0,50 m, Stage 7 a 5ª camada de aterro de 1,00 m, Stage 8, Stage 9, Stage
10 e Stage 11 a 6ª, 7ª, 8ª e 9ª camada de aterro de 2,00 m (Figura 4.3).
No estudo, a convenção utilizada para a análise do montante foi de baixo para cima, e na
travessa e base da BC da esquerda para a direita. Sendo assim o ponto 0, é o ponto na base do
montante, e à esquerda, no caso da travessa e base da BC.
Figura 5.4. Esforço axial, Axial Force, sobre a travessa no estudo BC1
Figura 5.5. Esforço transverso, Shear Force, sobre a travessa no estudo BC1
Figura 5.7. Factores de redistribuição das pressões verticais, sobre a travessa no estudo BC1
Figura 5.9. Tensões verticais, Sigma 1, sob a base da BC (travessa inferior) no estudo BC1
Figura 5.10. Esforço axial, Axial Force, na base da BC (travessa inferior) no estudo BC1
Figura 5.11. Esforço transverso, Shear Force, sob a base da BC (travessa inferior) no estudo
BC1
Figura 5.13. Factores de redistribuição das pressões verticais, na base da BC no estudo BC1
Figura 5.14. Deslocamentos absolutos verticais, Absolute Vertical Displacement, sob a base
da BC (travessa inferior) no estudo BC1
5.2.4.3. Montantes
Figura 5.16. Esforço axial, Axial Force, nos montantes da BC no estudo BC1
Figura 5.17. Esforço transverso, Shear Force, nos montantes da BC no estudo BC1
Figura 5.21. Evolução dos momentos máximos na travessa, montantes e base da BC no estudo
BC1
Analisando a figura 5.23 podemos construir um gráfico que elucide melhor a evolução das
tensões ao longo das linhas 1 e 2, (Figura 5.24).
Verificamos que na zona central do aterro sobre a travessa da BC, existe uma diminuição das
tensões desde o ponto 2 até o ao ponto 3, enquanto na zona junto dos montantes esta aumenta,
face à linha 1 desde o ponto 2 até ao ponto 1. Podemos comparar assim os valores das tensões
obtidas através do modelo com as tensões geostáticas, (Quadro 5.1).
Verificamos então pelo diferencial que existe um aumento das tensões no ponto 1 de 130,9
kPa e uma diminuição de 52,9 kPa no ponto 3 das tensões do programa face às geostáticas.
Desta forma comprovamos a migração das tensões da zona central para junto dos montantes,
o que traduz um aumento em cerca de 60 % das tensões geostáticas naquela zona. Podemos
relacionar o factor k do método simplificado da Figura 2.25, com este agravamento, e daí se
considerar aquele tipo de carregamento sobre a travessa da BC.
Também os factores de redistribuição das pressões verticais, sobre a travessa no estudo BC1,
(Figura 5.7), fortalecem esse aspecto uma vez que a meio vão da travessa da BC as tensões
geostáticas são sempre superiores às do modelo (factor de redistribuição sempre inferior a 1),
e junto dos montantes é ao contrário (factor de redistribuição sempre superior a 1). Este
agravamento das tensões na zona dos montantes não se deve só a migração das tensões da
zona de aterro central sobre a travessa da BC, mas também do bloco de aterro lateral devido
ao acréscimo de carga (∆F), ilustrado na Figura 2.18, tal aspecto baseia-se no facto de os
deslocamentos serem diferentes na zona lateral e central de aterro, isso quer dizer que esses
deslocamentos vão produzir tensões tangenciais () mais ou menos na zona dos montantes e
afectam claramente de maneira desfavorável as tensões junto dos montantes, contribuindo
também para o seu agravamento.
Da análise da Figura 5.21, verifica-se que o momento máximo da travessa superior da BC,
que se localiza na zona do meio vão da travessa, aumenta cerca de 50,68 kN.m, desde o aterro
de 1,5m até aos 11,5m, ou seja em 10 m de camadas de aterro, tomando como valor máximo
52,54 kN.m.
Na análise da Figura 5.5, respeitante ao esforço transverso sobre a travessa, é de referir a sua
forma parabólica, muito diferente da forma linear originada pelas pressões geostáticas. Em
relação aos deslocamentos verticais, apresentados na Figura 5.8, conclui-se que para a
situação exposta e analisada, este toma um valor máximo de cerca de 2,5 cm a meio vão da
travessa superior da BC.
Podemos então concluir através das análises feitas, que as zonas mais críticas na travessa
superior da BC e que requerem maior atenção no seu dimensionamento situam-se junto dos
montantes e a meio vão. Caso seja mal dimensionada, pode levar a situações de possíveis
roturas por flexão a meio vão ou rotura por corte junto dos montantes na travessa superior,
(Figura 2.22).
explicado pela actuação do peso próprio da BC no cálculo das tensões geostáticas, que
diminui a relação entre as tensões do modelo com as tensões geostáticas. Sendo que em
ambas as zonas existe um alívio de pressão a meio vão das travessas.
Figura 5.25. Migração das tensões verticais provenientes do aterro lateral para a zona da base
da BC (Travessa inferior) junto dos montantes
Quadro 5.2. Quadro comparativo das tensões verticais na travessa superior e base da BC
(travessa inferior)
Altura de aterro (m) 3,5 5,5 7,5 9,5 11,5
Sigma One base (kPa) 105,52 176,18 247,27 318,54 389,92
Sigma One travessa superior (kPa) 64,70 133,92 203,60 273,49 343,48
Diferencial (kPa) 40,81 42,26 43,66 45,06 46,45
3,54%
3,33%
% Diferencial
3,19%
3,09%
Como era de esperar as tensões verticais são maiores na base da BC (travessa inferior), isso
deve-se ao facto de que para além das pressões exercidas sobre a travessa superior, ainda
actue o peso próprio da BC sobre ela.
O valor do momento máximo é de cerca de 56,08 kN.m, e ocorre também a meio vão,
portanto cresce em 6,73 % relativamente à travessa superior, pelo facto de se considerar o
peso próprio da BC na base (travessa inferior).
Relativamente aos deslocamentos, nestas condições, analisando a Figura 5.14, conclui-se que
o seu valor máximo de 2,4 cm ocorre junto dos montantes, e não no meio vão como na
travessa superior. Podemos então concluir através das análises feitas, tal como na travessa
superior, que as zonas mais críticas na base da BC (travessa inferior) e que requerem maior
atenção no seu dimensionamento são junto dos montantes e a meio vão. O diagrama de
esforço transverso presente na Figura 5.11, é em tudo idêntico ao da travessa superior,
portanto novamente forma parabólica, diferente da forma linear caso se considerasse uma
análise de pressões geostáticas.
5.2.5.3. Montantes
Avaliando aqui as tensões horizontais, verifica-se pela Figura 5.15, que estas tomam os seus
valores máximos junto da base e topo do montante, desde essas zonas até meio vão do
montante as tensões horizontais diminuem e tomam o seu valor mínimo. Podemos concluir
daqui, que junto do topo dos montantes existe uma maior pressão exercida pelas terras, já na
zona de meio vão do montante, existe uma diminuição das pressões laterais, (Figura 5.26).
Figura 5.26. Evolução das tensões horizontais com as sucessivas camadas de aterro
Relativamente aos factores de redistribuição, nota-se claramente que nas primeiras camadas
de aterro existe um valor muito alto (acima da unidade), isso deve-se ao facto de nas primeiras
camadas existir uma distribuição das tensões horizontais mais ou menos idêntica, (Figura
5.15). À medida que se aumenta a altura de aterro a discrepância torna-se maior, esse facto faz
com que na zona a 0,75 m da base do montante esse factor diminua, ou seja existe uma
diminuição da redistribuição das tensões nessa zona. Enquanto nas zonas junto das
extremidades dos montantes, tal factor mantém-se sempre acima da unidade, isso explica o
facto de existir uma maior concentração de pressões aí localizadas, o que traduz uma maior
compressão nestas zonas, (Figura 5.27).
Figura 5.28. Evolução do esforço axial, Axial Force, com as sucessivas camadas de aterro
Através da análise da Figura 5.20, verifica-se que o deslocamento máximo nestas condições
ocorre sempre a meio do montante, com um máximo de 0,3 mm. E de notar que em 0,75 m de
aterro o deslocamento a meio do montante é maior do que quando se passa para 1,5 m de
altura de aterro.
5.2.5.4. Observações
Em relação aos deslocamentos, o programa assume a seguinte configuração, (Figura 5.29). É
de notar que os deslocamentos referidos anteriormente dizem obviamente respeito à diferença
de distância da zona de origem (portanto dos Liners), com o Deformed Boundaries. Os
deslocamentos máximos em relação às zonas periféricas da BC serão:
Montantes = 0,3 mm
Como foi referido anteriormente, este deslocamento é de 0,3 mm a meio vão do montante em
relação ao Nó 1 e Nó 3, ou Nó 2 e Nó 4, uma vez que existe simetria.
6. ANÁLISE PARAMÉTRICA
6.1. Introdução
Neste capítulo procura-se simular a interferência de diferentes parâmetros, tendo como apoio
e referência comparativa o estudo base BC1, avaliando a sua influência para as condições de
aterro consideradas. Este capítulo é importante na medida em que permite determinar quais as
condições mais favoráveis e desfavoráveis, face às alterações paramétricas. Efectuaram-se
análises paramétricas relativamente à variação das características da envolvente da BC e
também da sua geometria. Nestas análises de forma a avaliar da melhor maneira o
comportamento face ao estudo BC1, apenas se altera um parâmetro em relação ao referido
estudo. Em jeito de conclusão poder-se-á comparar cada análise paramétrica com o respectivo
estudo base BC1 de forma simples, avaliando então o seu peso face às condições admitidas.
No estudo base BC1, foram apresentados todos os dados que se consideraram ser os mais
importantes de analisar. Em relação às alterações paramétricas efectuadas nos estudos
seguintes, serão apenas apresentados aqueles que se consideram mais relevantes em termos
comparativos face ao estudo base BC1. Ao contrário do estudo base BC1, em que se
apresentam todas as fases de aterro, portanto do Stage 2 ao Stage 11, nos outros estudos será
apenas apresentada a fase mais crítica, a qual correspondente ao Stage 11, fase de aterro de
11,5 m, à excepção do Estudo BC3, no qual se analisaram os Stages 5, 7, 9 e 11, como se
explica a seguir.
BC1 2,0 x 1,5 0,20 0,15 31.000.000 10 30 20 0,3 100.000 Estudo base Stage 2 a 11
Inclusão
BC2 2,0 x 1,5 0,2 0,15 31.000.000 10 30 20 0,3 100.000 Stage 11
de Sobrecarga
Diminuição Stage 5, 7
BC3 2,0 x 1,5 0,2 0,15 31.000.000 10 30 20 0,3 30.000
de Esolo 9 e 11
O estudo BC6 diz respeito às alterações na geometria da BC, enquanto os restantes estudos
incidem na envolvente propriamente dita da BC. Neste capítulo, procura-se compreender
assim melhor a influência que cada alteração ao estudo base provoca no comportamento da
BC, simulando as características do terreno de assentamento, BC e condições da instalação.
(a)
(b)
Figura 6.1. Características da instalação no estudo 2 (BC2): a) Actuação da sobrecarga no
topo do aterro; b) Tensões mobilizadas na BC devido a sobrecarga no topo do aterro
Figura 6.4. Tensões verticais, Sigma 1, sob a base da BC (travessa inferior) no estudo BC2
6.3.2.3. Montantes
Figura 6.9. Esforço axial, Axial Force, sobre a travessa no estudo BC3
Figura 6.11. Factores de redistribuição das pressões verticais, sobre a travessa no estudo BC3
Figura 6.12. Tensões verticais, Sigma 1, sob a base da BC (travessa inferior) no estudo BC3
Figura 6.13. Esforço axial, Axial Force, na base da BC (travessa inferior) no estudo BC3
Figura 6.15. Factores de redistribuição das pressões verticais, na base da BC no estudo BC3
6.4.2.3. Montantes
esforço axial aumenta e junto das extremidades diminui, face ao estudo base BC1. No
montante verifica-se que as tensões a meio vão aumentam ligeiramente, e diminuem nas
extremidades, isso verifica-se pela análise dos factores de redistribuição da Figura 6.18 em
comparação aos do estudo base BC1 da Figura 5.19.
Dos diagramas dos momentos máximos verifica-se que com a diminuição do módulo de
deformabilidade do solo em 70 %, estes valores máximos aumentam face ao estudo base no
Stage 11, tanto nos montantes como nas travessas superior e inferior, em média cerca de
22,4%. Esses valores máximos aumentam mais à medida que se processam as camadas de
aterro, portanto, do menor aumento para o maior respectivamente, Stage 5, 7, 9 e 11.
Figura 6.22. Tensões verticais, Sigma 1, sob a base da BC (travessa inferior) no estudo BC4
6.5.2.3. Montantes
Em relação aos montantes, verifica-se um ligeiro aumento das tensões horizontais do meio
vão do montante até a travessa superior, sendo o seu aumento mais considerável junto da
travessa superior em média cerca de 11 %. Entre a base da BC e o meio vão dos montantes,
verifica-se o contrário, uma diminuição destas tensões horizontais, de maior amplitude junto
da base da BC, cerca de 80 %. Este facto explica-se pela deformada da Figura 6.26, junto da
travessa superior o montante deforma mais, logo vai comprimir mais o solo de aterro lateral
daí o aumento de 11 % das tensões horizontais, junto da base da BC deforma menos, logo
existe menos compressão do solo por parte dos montantes, e consequentemente a diminuição
em cerca de 60 a 80 % das tensões nesta zona.
Figura 6.28. Mapa de tensões verticais e deformada para o Stage 11 do estudo BC5
Figura 6.29. Factores de redistribuição das pressões verticais, sobre a travessa no estudo BC5
Figura 6.31. Factores de redistribuição das pressões verticais, na base da BC no estudo BC5
6.6.2.3. Montantes
Figura 6.34. Mapa de tensões verticais e deformada para o Stage 11 do estudo BC6
As tensões máximas concentram-se mais uma vez nas zonas dos nós da estrutura, portanto no
caso das travessas junto dos montantes e nos montantes junto das travessas, ocorrendo o
máximo na base da BC junto aos montantes.
Figura 6.36. Tensões verticais, Sigma 1, sob a base da BC (travessa inferior) no estudo BC6
6.7.2.3. Montantes
(a)
(b)
Figura 6.39. Mapa de tensões verticais e respectiva deformada para o Stage 11 do estudo BC7
considerando: a) Material compressível imediatamente acima da travessa superior; b) Material
compressível distanciado 1,0 m da travessa superior
Figura 6.41. Tensões verticais, Sigma 1, sob a base da BC (travessa inferior) no estudo BC7
6.8.2.3. Montantes
momentos máximos são inferiores na travessa superior com o valor de 36,554 kN.m e na
travessa inferior com o valor de 50,192 kN.m, já no montante o momento máximo que ocorre
junto da base da BC é ligeiramente mais alto e de valor igual a 39,786 kN.m.
No qual H corresponde a altura interior da BC, e Bc a largura da base da BC. Este factor não
pode ser superior a 1,15 no caso de instalações com aterros laterais compactados, e 1,4 no
caso de instalações com aterros laterais não compactados. Portanto segundo a AASHTO a
carga total aplicada sobre a BC é calculada:
Em que w, corresponde às pressões verticais das terras indicadas atrás pela normativa.
Figura 7.1. Modelo utilizado para a modelação dos carregamentos pela AASHTO
Tendo em conta o que foi dito em 7.1, há necessidade de calcular o factor de modificação das
pressões verticais proposto pela AASHTO.
( )
( )
( ) ( )
O factor de modificação Fe a utilizar para corrigir os valores das pressões verticais será neste
caso de 1,11.
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
Figura 7.3. Momentos, Bending Moment, sobre a travessa superior no estudo AASHTO 1
7.2.2.1.3. Montantes
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
Figura 7.6. Momentos, Bending Moment, sobre a travessa superior no estudo AASHTO 2
7.2.3.1.3. Montantes
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
Este método não foi individualmente discriminado, serão apenas apresentados os valores que
se consideram ser mais importantes para posterior comparação, tendo sido utilizado o mesmo
modelo que na análise da AASHTO da Figura 7.1 para obtenção desses valores.
Para melhor perceber as relações entre os vários estudos achou-se conveniente a realização de
um quadro síntese com os parâmetros mais importantes para posterior comparação. É de notar
que estas comparações foram feitas para a situação mais desfavorável, portanto o Stage 11, ou
seja, para 10 m de aterro acima da travessa superior. Esses parâmetros são a carga total
aplicada, esforço axial máximo, esforço transverso máximo e momentos máximos, quer na
travessa, como no montante e base da BC. Os valores do esforço axial, esforço transverso e
momentos retiraram-se directamente do modelo Phase2, enquanto a carga total aplicada foi
determinada com base no valor das pressões e no comprimento do elemento, neste caso
travessa, montante ou base, Quadro 7.1.
BC1 BC2 BC3 BC4 BC5 BC6 BC7 AASHTO 1 AASHTO 2 M.Simplificado
Esforço Carga total
Travessa 437,09 451,27 463,47 480,29 362,39 417,18 266,67 417,36 417,36 400,00
axial máx. aplicada
(kN/m)
Montante 118,73 123,79 104,91 104,55 62,07 116,89 131,83 151,58 75,79 161,25
Base 490,00 504,20 517,65 584,23 446,59 476,85 450,32 536,46 536,46 516,50
Travessa 76,60 79,30 72,12 86,61 33,96 75,46 61,68 71,56 34,61 76,32
(kN)
Montante 301,77 311,96 312,75 384,57 301,70 299,59 251,14 219,24 219,23 210,56
Base 91,38 94,12 88,45 62,25 69,58 91,19 103,23 69,52 30,70 74,74
máx. (kN)
transverso
Travessa 206,30 213,40 225,90 228,45 181,36 201,33 135,04 209,95 209,94 201,43
Esforço
Montante 102,14 105,39 93,46 106,70 57,06 101,82 108,68 78,10 40,22 82,89
Base 223,16 230,34 245,64 125,10 202,16 219,32 209,76 223,19 223,19 214,44
máx. (kNm)
Momento
Travessa 52,54 54,33 67,03 53,53 57,84 -46,02 36,55 69,90 75,92 65,82
Montante -39,02 -40,27 -42,22 -43,49 -30,39 -52,09 -39,79 -39,23 -33,79 -38,83
Base 56,08 57,88 72,27 -4,14 56,53 -49,98 50,19 74,87 80,89 70,68
O estudo BC2, no qual se considera a actuação de uma sobrecarga aplicada no topo do aterro
de valor igual a 7 kN/m2, portanto 10,0 m acima da travessa superior, não induz um aumento
significativo face ao estudo base BC1. Verificou-se que, em média cerca de 96,77 % das
tensões resultantes da sobrecarga aplicada no topo do aterro se degradam com a profundidade,
e apenas uma pequena percentagem de 3,23 % afecta a BC, isso traduz também, um aumento
em cerca de 3,18 % nos valores resultantes dos momentos máximos.
No estudo BC3 admitiu-se um aterro mais deformável, portanto uma redução de 70 % do
valor do módulo de deformabilidade face ao estudo BC1. Essa alteração conduz a um
aumento da carga total aplicada sobre a travessa superior e base da BC em cerca de 6 %, e a
uma diminuição de 11 % na região dos montantes. Esse facto conduz a momentos mais
elevados comparativamente a BC1, em cerca de 27 % na travessa e base, e 8 % nos
montantes. Comparativamente com as análises AASHTO, temos agora valores mais próximos
dos máximos propostos para a travessa e base. Relativamente aos montantes estes agora são
superiores cerca de 8 % face à normativa.
Se a instalação da BC, for realizada numa zona em que existe uma fundação rígida, como a
simulada em BC4, gera-se um aumento muito grande da carga total aplicada sobre a base da
BC, cerca de 20 % face ao estudo base BC1. Esse aumento é muito significativo e deve-se
principalmente ao facto da BC estar impedida de sofrer deslocamento vertical descendente, e
como consequência as tensões tangenciais geradas junto dos montantes não são atenuadas por
esses deslocamentos. Em contrapartida, uma vez que na base não se observa uma deformada
significativa, conduz à ideia de que ela vai funcionar como um elemento rígido, logo propícia
a absorver mais tensões, conduzindo a um momento máximo na base cerca de 92 % mais
baixo face a BC1.
No estudo BC5 considerou-se uma redução do módulo de deformabilidade na zona lateral e
superior, cerca de ¼ do módulo admitido no estudo base BC1. Esse efeito simula uma má
compactação do aterro junto da estrutura da BC. Caso se dimensionasse para os valores de
BC1, e em obra existisse uma má compactação que levasse a valores próximos do módulo de
deformabilidade admitido para as zonas junto da estrutura, isso implicaria dizer que, em
relação ao momento máximo nos montantes se estava por cima cerca de 28 %, na travessa
superior e base da BC se estava por baixo cerca de 9 % e 1 %, respectivamente.
Comparativamente com AASHTO 2, no qual se considera o aterro lateral não compactado,
verificou-se que este anda muito por cima dos valores obtidos para os momentos máximos na
travessa e base da BC face a BC5, em média 37 %, já nos montantes verificou-se que o
momento máximo é superior apenas em cerca de 11,2 %
Relativamente à alteração da geometria da BC no estudo BC6, concluiu-se que montantes
mais fortes e travessas mais esbeltas dão origem a um decréscimo da carga total aplicada
sobre elas. Tal fenómeno origina uma uniformização dos momentos máximos aplicados,
sendo eles agora mais próximos uns dos outros face a BC1, na travessa superior e base é
inferior cerca de 12,5 %. Já nos montantes a situação é inversa, traduz agora um aumento de
33,5 % face a BC1. Pode-se concluir que as travessas mais flexíveis originam momentos
máximos inferiores e que os montantes mais robustos geram momentos máximos superiores.
Por último, com o estudo BC7, procurou-se ir ao encontro da viabilidade da técnica proposta
por Sang, que consiste em introduzir uma zona de maior deformabilidade acima da travessa
superior, com o objectivo de diminuir o valor das tensões verticais sobre a travessa superior.
De facto esse efeito verifica-se, a carga total na travessa superior reduz-se face a BC1 cerca de
40 %. Também na base se revela uma diminuição de 8 %, e nos montantes um pequeno
aumento de 11 %. Esses efeitos, face a BC1, geram na travessa superior um momento
máximo 30 % mais baixo, na base 11 % mais baixo, e no montante um agravamento em cerca
de 1,9 %. Pode-se concluir que, embora com um pequeno agravamento no montante, pouco
significativo, a técnica proposta por Sang é válida e vantajosa, uma vez que na travessa
superior se reduziram imenso as solicitações, quase para metade, com a introdução do
material mais compressível imediatamente acima da travessa. É de referir que caso se admita
a alternativa, portanto deixando o material mais compressível distanciado da BC, consegue-se
obter um momento máximo mais baixo para a zona dos montantes cerca de 2,4 %, face a
BC1, na travessa e base continuam a ser inferiores como na primeira alternativa. Concluiu-se
que com a segunda alternativa se passa a ter momentos máximos inferiores na travessa,
montantes e base da BC face a BC1.
De uma forma geral, pode-se concluir que o grau de deformabilidade do solo periférico à BC
constitui o parâmetro mais influente dos mecanismos de interacção solo/estrutura, uma vez
que afecta a rigidez solo/estrutura, e a sua alteração gera uma distribuição de pressões sobre a
BC bastante diferente. Tendo em conta os resultados dos modelos obtidos, no geral verifica-se
que a resultante das pressões actuantes sobre a travessa superior é maior que o peso de solo de
aterro central sobre a travessa. Quando não se considera o efeito da interacção solo/estrutura,
portanto admitindo o método simplificado de cálculo, verifica-se que o esforço axial máximo
e esforço transverso máximo para a travessa, montantes e base são subavaliados, enquanto os
momentos máximos são sobreavaliados para a travessa e base da BC. Através de um modelo
de análise não linear usado para o cálculo de uma BC, verifica-se que se pode ter vantagens a
nível da economia de recursos utilizados e durabilidade, mantendo os aspectos de segurança,
factores que se revelam muito importantes para a competitividade das empresas. Através
destes modelos as empresas têm melhor percepção relativamente aos mecanismos de
transferência de pressões, interacção solo/estrutura, e daí tornar-se de tal forma importante a
sua utilização.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AASHTO, (1996). Standard Specifications for Highway Bridges 16th, Edition. American
Association of State Highway and Transportation Officials, Washington D.C.
AASHTO, (2002). Standard Specifications for Highway Bridges 17th, Edition. American
Association of State Highway and Transportation Officials, Washington D.C.
American Concrete Pipe Association. Concrete Pipe & Box Culvert Installation.
http://www.concrete-pipe.org/ysk_pdfs/installation_guide.pdf. Irving, Texas 2007.
Barros, R. e Pereira, Miguel. (2004). Análise e Dimensionamento Sísmico de “Pipelines”
Metálicos Superficiais e Enterrados. Sísmica 2004 - 6º Congresso Nacional de Sismologia
e Engenharia Sísmica.
BargerAndSons. Precast Concrete Box Culvert. http://www.bargerandsons.com/precast/box-
culvert/box-culvert.html.
Box Culvert Association. A Guide to Site Practice. www.boxculvert.org.uk/publications.html.
Carolina Precast. Box Culverts. www.carolinaprecast.com. North Carolina, 1999.
Carvalho, J. (2010). Dimensionamento de Condutas Enterradas. Dissertação de Mestrado,
Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa.
Cruz, Filomena. Apontamentos de Mecânica dos Solos. Instituto superior de Engenharia de
Coimbra.
Debs, M. (2003). Projecto Estrutural de Tubos Circulares de Concreto Armado. Associação
Brasileira dos Fabricantes de Tubos de Concreto (ABTC) em parceria com Instituto
Brasileiro de Telas Soldadas (IBTS), São Paulo, Brasil.
Fernandes, Matos. (2008). Mecânica dos solos Conceitos e Princípios Fundamentais.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Figueiras, Joaquim. (1983). Ultimate Load Analysis of Anisotropic and Reinforced Concrete
Plates and Shells. Department of Civil Engineering University College of Swansea.
Highway Design Manual (2011). Chapter 19: Reinforced Concrete Box Culverts and Similar
Structures. https://www.nysdot.gov/divisions/engineering/design
Idaho Transportation Department. 12.11 Design Guidelines for Cast-in-Place Stifflegs and
Box Culverts. http://itd.idaho.gov/bridge/manual/chapt12.htm. Abril 2008.
Kang, J. Parker, F. Kang, Y. Yoo, C. Effects of frictional forces acting on sidewalls of buried
box culverts. International Journal for Numerical and Analytical Methods in
Geomechanics. Interscience, 2007.
Kim et al. Method of Load Reduction on Buried Culvert using EPS Block and/or
Geossynthetics. United States, Novembro, 2003.
Marston, A. (1930). The theory of external loads on closed conduits in the light of the latest
experiments. Lowa State University Engineering Experiment Station, Bulletin 96, Ames,
Lowa.
Marston, A. e A. O. Anderson (1913). The Theory of Loads on Pipes in Ditches and Tests of
Cement and Clay Drain Tile and Sewer Pipe. Lowa State University Engineering
Experiment Station, Bulletin 31, Ames, Lowa.
Martins, Francisco. (1988). Aplicação de Elementos Finitos e Infinitos. Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto.
Moreira, Carlos. Apontamentos das disciplinas de Fundações e Contenções Periféricas.
Instituto superior de Engenharia de Coimbra.
Neto, P. e Relvas, F. (2003). Avaliação Comparativa de Desempenho entre Tubos Rígidos e
Flexíveis para Utilização em Obras de Drenagem de Águas Pluviais. Boletim Técnico
ABTC, São Paulo, Brasil.
Pereira, A. (2010). Análise de Reservatórios Circulares Pré-Fabricados de Betão Armado,
Pós-Tensionados. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Nova de Lisboa.
Pinto, D. (2008). Análise de Passagens Hidráulicas Enterradas Constituídas por Box
Culverts. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Pimentel, Mário. Costa, Pedro. Félix, Carlos. e Figueiras, Joaquim. Comportamento
Estrutural de “Box-Culverts” sob alturas de aterro elevadas. 2º Congresso Nacional da
Pré-Fabricação em Betão, Março de 2008, Lisboa.
Pimentel, M. Costa, P. Félix, C. e Figueiras, J. (2009). Behavior of Reinforced Concrete Box
Culverts under High Embankments. Journal of Structural Engineering.
Precast Solutions. Precast Concrete Box Culverts. http://pt.scribd.com/doc/39939593/Box-
Culvert-Presentation.
prEN1998-4. (2003). Eurocode 8 – part4: Design of Structures for Earthquake Resistance –
Silos, Tanks and Pipelines. European Committee for Standardization.
REBAP. (2007). Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado. Porto
Editora, Decreto-lei nº349-C/83 de 30 de Julho.
Rocscience Inc. Phase2. http://www.rocscience.com/products/3/Phase2. Toronto, Canada.