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Curso | História da azulejaria de Lisboa

AZULEJOS E ARQUITETURA
pintores, iconógrafos e arquitetos

Os programas iconográficos aplicados à azulejaria, desde os meados do século XVI até o final do século
XVIII, fazem parte de uma prática persistente das artes plásticas produzidas em Portugal. Com frequência
em combinação com outras artes, os azulejos figurativos responderam ao propósito de dotar a arquitetura
de discursos traduzidos em imagens, com mensagens explícitas, de conteúdo moral, religioso ou político.
Como não poderia deixar de ser, essa atividade pictórica apoiou-se numa teoria artística com profundas
raízes nas obras dos pensadores da época.

O curso “AZULEJOS e ARQUITETURA”, promovido pelo Museu de Lisboa, pretende dar a conhecer as
formas de articulação desses discursos teóricos e artísticos, no qual colaboraram diversos profissionais,
entre mestres ladrilhadores, pintores, iconógrafos e arquitetos, responsáveis por uma grandiosa produção
nas olarias da cidade.

inscrições e informações:

Museu de Lisboa | Palácio Pimenta


Campo Grande, 245 | 1700 - 091 Lisboa
Tel: 217 513 200 | e-mail: info@museudelisboa.pt

Propina: 40€ (inclui acesso à Quinta dos Azulejos)


PROGRAMA

1 [12/10] 4 [02/11]
I nt ro d u çã o . C o m o s e a r c u l a u m p ro g ra m a As crónicas religiosas, a hagiografia e a narra va
iconográfico realizado em azulejos? As contribuições histórica nos programas iconográficos. Análise dos
dos arquitetos, teólogos, poetas, pintores e escultores programas figura vos de carácter histórico expresso nos
na definição do discurso de imagens. Os exemplos do azulejos da igreja de São Vítor de Braga, 1694, da igreja
programa alegórico do teto de Fernão Gomes para o do convento de Nossa Senhora da Assunção de Arraiolos,
Hospital de Todos os Santos e da entrada régia de Felipe 1700, e do convento de São João Evangelista de Évora,
III de Espanha, em Lisboa, em 1619. Os emblemas e a 1711. Comparação entre os programas da Portaria de São
pintura de brutescos. A teoria e a prá ca do poeta Vicente de Fora (1710) e da sala dos Reis do Mosteiro de
Francisco Leitão Ferreira nas festas do casamento de D. Alcobaça (c.1760).
João V e D. Mariana de Áustria (1709). A ideia e a
composição iconográfica nos textos de Cirilo Wolkmar 5 [09/11]
Machado, Joaquim Machado de Castro e Manuel da A matriz cristã e didá ca dos programas dedicados às
Costa (1808). Obras de Misericórdia e ao sacramento da Sagrada
Eucaris a. O arcebispo de Évora D. Frei Luís da Silva Teles
2 [19/10] e os azulejos para a igreja de San ago de Évora, 1699. A
O que faz um pintor de azulejos? A estrutura da talha dourada, a pintura e os azulejos da igreja da
organização da produção de azulejos e as olarias da Misericórdia de Évora, 1710-1716. A metáfora poé ca e
Madragoa e da Mouraria. A forma de colaboração entre os emblemas nos programas marianos. Os emblemas
os pintores, mestres oleiros e ladrilhadores. A nos azulejos da Capela de Nossa Senhora da Conceição
contribuição dos arquitetos, pintores e iconógrafos na de Jesus (1710) e da Ermida de Nossa Senhora de
definição do programa de imagens. O lugar social dos Monserrate (1783).
pintores de azulejo.
6 [16/11]
3 [26/10] O discurso pedagógico e cien fico dos jesuítas. Os
A festa e os programas iconográficos para os jardins. As azulejos da Aula da Esfera do colégio de Santo Antão e do
visitas régias às quintas de recreio da aristocracia foram Colégio do Espírito Santo de Évora (1744-1749),
acompanhadas pela celebração de faustosas festas e combinam um discurso de afirmação ins tucional com a
pela realização de extensos programas iconográficos nos divulgação de temas eruditos das aulas de teologia,
jardins. As quintas dos Marqueses de Fronteira, em matemá ca, la m, filosofia e retórica.
Benfica (c.1670), dos Azulejos, no Lumiar, de António
Colaço Torres, 1753, e a dos Senhores de Belas, em 1795. 7 [21/11]
A genealogia e a jus ficação polí ca do estatuto da Visita Guiada. Quinta dos Azulejos, no Lumiar, de
nobreza. As galerias de retratos régios do Palácio António Colaço Torres
Galveias (1799-1810) e do Paço Ducal de Vila Viçosa
(1800-1810). N.º total de horas: 15 horas

CELSO MANGUCCI

Celso Mangucci nasceu em São Paulo e licenciou-se em Antropologia na Universidade de Campinas. Residente
há muitos anos em Portugal, especializou-se na história da azulejaria portuguesa, com textos monográficos
dedicados ao estudo da produção das olarias lisboetas, sobre o pintor de azulejo Valentim de Almeida e o mestre
ladrilhador Bartolomeu Antunes. Colaborou com o Museu Nacional do Azulejo em exposições dedicadas à
azulejaria do século XVII e à chinoiserie na cerâmica portuguesa, e com a Fundação Calouste Gulbenkian no
projeto de reedição da Azulejaria em Portugal no século XVIII, de João Miguel dos Santos Simões. É investigador
convidado do Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA) da Universidade de Évora e da Rede de
Investigação em Azulejo da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Prepara a sua tese de doutoramento
sobre a azulejaria barroca dos colégios jesuítas, como bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

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