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interessa apenas às entidades oficiais, instituiu-se um sivamente ao respectivo pessoal e alunos, devendo este
processo de colaboração activa entre as diversas enti- condicionamento ser devidamente publicitado.
dades interessadas no sector, fazendo-as intervir nas
fases ligadas ao funcionamento dos estabelecimentos.
Nesta medida, faz-se intervir também na classificação CAPÍTULO II
dos estabelecimentos representantes dos órgãos regio- Instalação
nais e locais de turismo e da respectiva Federação.
Para salvaguarda dos interesses dos particulares, SECÇÃO I
criou-se um processo inovador, permitindo uma apre- Regime aplicável
ciação técnica das decisões tomadas nestas matérias com
as quais os interessados não concordem. Artigo 2.o
Por outro lado, prevêem-se formas de participação
Instalação
das entidades locais na preservação da qualidade da
oferta turística portuguesa, podendo a Direcção-Geral Para efeitos do presente diploma, considera-se ins-
do Turismo delegar nos órgãos regionais e locais de talação de estabelecimentos de restauração e de bebidas
turismo algumas das suas competências. Pode assim o licenciamento da construção e ou da utilização de
dizer-se que se está perante um primeiro passo para edifícios destinados ao funcionamento daqueles esta-
uma futura descentralização da intervenção da admi- belecimentos.
nistração central, se a prática vier a confirmar as vir- Artigo 3.o
tualidades que o princípio contém.
De acordo com a orientação definida pelo presente Regime aplicável
diploma, os requisitos mínimos exigidos correspondem 1 — Os processos respeitantes à instalação de esta-
àqueles elementos que se consideram básicos para o belecimentos de restauração e de bebidas são organi-
exercício das actividades. zados pelas câmaras municipais e regulam-se pelo
Foram ouvidos a Associação Nacional de Municípios, regime jurídico de licenciamento municipal de obras par-
os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas, ticulares, com as especificidades estabelecidas nos arti-
as associações patronais e os sindicatos do sector e o gos seguintes.
Instituto do Consumidor e as associações do consu- 2 — No pedidos de informação prévia e de licencia-
midor. mento relativos à instalação dos estabelecimentos de
Assim: restauração e de bebidas, o interessado deve indicar
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 201.o da no pedido o tipo de estabelecimento pretendido.
Constituição, o Governo decreta o seguinte:
SECÇÃO II
CAPÍTULO I
Pedido de informação prévia
Âmbito
Artigo 4.o
Artigo 1.o Consulta ao governador civil
Estabelecimentos de restauração e de bebidas
1 — No caso dos estabelecimentos de bebidas e dos
1 — São estabelecimentos de restauração, qualquer estabelecimentos de restauração que disponham de salas
que seja a sua denominação, os estabelecimentos des- ou espaços destinados a dança, a câmara municipal, no
tinados a proporcionar, mediante remuneração, refei- âmbito da apreciação do pedido de informação prévia,
ções e bebidas para serem consumidas no próprio esta- deve consultar o governador civil do distrito em que
belecimento ou fora dele. o estabelecimento se localiza, a fim de este se pronunciar
2 — São estabelecimentos de bebidas, qualquer que quanto à sua localização e aspectos de segurança e
seja a sua denominação, os estabelecimentos destinados ordem pública que o funcionamento do estabelecimento
a proporcionar, mediante remuneração, bebidas e ser- possa implicar, remetendo-lhe para o efeito os elemen-
viço de cafetaria para consumo no próprio estabele- tos necessários, nomeadamente a identificação da enti-
cimento ou fora dele. dade requerente e a localização do estabelecimento.
3 — Os estabelecimentos referidos nos números ante- 2 — O governador civil deve pronunciar-se no prazo
riores podem dispor de salas ou espaços destinados a de 30 dias a contar da recepção da documentação.
dança. 3 — O parecer emitido pelo governador civil no
4 — Os estabelecimentos referidos nos n.os 1 e 2 âmbito do pedido de informação prévia é vinculativo
podem dispor de instalações destinadas ao fabrico pró- para um eventual pedido de licenciamento do estabe-
prio de pastelaria, panificação e gelados, enquadrados lecimento, desde que este seja apresentado no prazo
na classe D do Decreto Regulamentar n.o 25/93, de 17 de um ano relativamente à data da comunicação ao
de Agosto. requerente pela câmara municipal da decisão que haja
5 — Os requisitos das instalações, classificação e fun- recaído sobre aquele pedido.
cionamento de cada um dos tipos de estabelecimentos 4 — A não emissão de parecer dentro do prazo fixado
referidos nos números anteriores são definidos em regu- no n.o 2 entende-se como parecer favorável.
lamento próprio.
6 — Para efeitos do disposto no presente diploma, Artigo 5.o
não se consideram estabelecimentos de restauração e Prazo para a deliberação
de bebidas as cantinas, os refeitórios e os bares de enti-
dades públicas, de empresas e de estabelecimentos de No caso previsto no artigo anterior, o prazo para a
ensino, destinados a fornecer refeições ou bebidas exclu- deliberação da câmara municipal sobre o pedido de
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informação prévia conta-se a partir da data da recepção do Decreto-Lei n.o 445/91, de 20 de Novembro, com
do parecer ou do termo do prazo estabelecido para a excepção do prazo previsto no n.o 5 daquele artigo, que
sua emissão. é alargado para 30 dias.
3 — O parecer da Direcção-Geral da Energia des-
SECÇÃO III tina-se a verificar o cumprimento das regras relativas
Licenciamento da construção à instalação eléctrica dos estabelecimentos, constantes
do Decreto-Lei n.o 517/80, de 31 de Outubro.
Artigo 6.o 4 — Para efeitos do disposto no número anterior, o
requerente deverá apresentar, juntamente com o pro-
Parecer do Serviço Nacional de Bombeiros jecto de arquitectura, o projecto de instalação eléctrica.
1 — A aprovação pela câmara municipal do projecto
de arquitectura dos estabelecimentos de restauração e Artigo 9.o
de bebidas carece sempre de parecer do Serviço Nacio- Autorização do Serviço Nacional de Bombeiros
nal de Bombeiros.
2 — À consulta e à emissão do parecer do Serviço 1 — Carecem de autorização do Serviço Nacional de
Nacional de Bombeiros aplica-se o disposto no artigo Bombeiros as obras a realizar no interior dos estabe-
35.o do Decreto-Lei n.o 445/91, de 20 de Novembro, lecimentos de restauração e de bebidas, quando não
com excepção do prazo previsto no n.o 5 desse artigo, sujeitas a licenciamento municipal.
o qual é alargado para 30 dias. 2 — Para efeito do disposto no número anterior, o
3 — O parecer do Serviço Nacional de Bombeiros interessado deve dirigir ao Serviço Nacional de Bom-
destina-se a verificar o cumprimento das regras de segu- beiros um requerimento instruído nos termos da portaria
rança contra riscos de incêndio constantes de regula- referida no n.o 3 do artigo 10.o do Decreto-Lei n.o 167/97,
mento aprovado por portaria conjunta dos membros do de 4 de Julho.
Governo responsáveis pelas áreas da administração 3 — A autorização a que se refere o n.o 1 deve ser
interna e do turismo. emitida no prazo de 15 dias a contar da data da recepção
4 — Quando desfavorável, o parecer do Serviço da documentação, sob pena de o requerimento se enten-
Nacional de Bombeiros é vinculativo. der tacitamente deferido.
4 — O Serviço Nacional de Bombeiros deve dar conhe-
cimento à câmara municipal das obras que autorize nos
Artigo 7.o termos do n.o 1.
Parecer do governador civil
SECÇÃO IV
1 — No caso dos estabelecimentos de bebidas e dos
Licenciamento da utilização
estabelecimentos de restauração que disponham de salas
ou espaços destinados a dança, a emissão da licença Artigo 10.o
de construção carece de parecer favorável a emitir pelo
governador civil do distrito em que o estabelecimento Licença de utilização
se localiza, salvo se já tiver sido emitido parecer favo- 1 — O funcionamento dos estabelecimentos de res-
rável nos termos do artigo 4.o e ainda não tiver decorrido tauração e de bebidas depende apenas de licença de
o prazo previsto no n.o 3 do mesmo artigo, no que diz utilização para serviços de restauração ou de bebidas
respeito à sua localização, sobre os aspectos de segu- a emitir nos termos do disposto nos artigos seguintes,
rança e de ordem públicas que o funcionamento do a qual constitui, relativamente a estes estabelecimentos,
estabelecimento possa implicar. a licença prevista no artigo 26.o do Decreto-Lei
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, n.o 445/91, de 20 de Novembro.
compete à câmara municipal solicitar ao governador 2 — A licença de utilização para serviços de restau-
civil, no prazo de oito dias a contar da apresentação ração ou de bebidas destina-se a comprovar, para além
do projecto de arquitectura, a emissão de parecer, reme- da conformidade da obra concluída com o projecto apro-
tendo-lhe os elementos necessários, nomeadamente a vado, a adequação do estabelecimento ao uso previsto,
identificação da entidade requerente, a localização e bem como a observância das normas estabelecidas no
a capacidade do estabelecimento. regulamento a que se refere o n.o 4 do artigo 1.o, e
3 — O parecer do governador civil, a emitir no prazo ainda as relativas às condições sanitárias e à segurança
de 30 dias a contar da solicitação referida no número contra riscos de incêndio.
anterior, incide exclusivamente sobre os aspectos de
segurança e ordem públicas que o funcionamento do
Artigo 11.o
estabelecimento possa implicar.
4 — A não recepção do parecer dentro do prazo Emissão da licença
fixado no número anterior entende-se como parecer
1 — Concluída a obra e equipado o estabelecimento
favorável.
em condições de iniciar o seu funcionamento, o inte-
Artigo 8.o ressado requer ao presidente da câmara municipal a
Parecer da Direcção-Geral da Energia emissão da licença de utilização referida no n.o 1 do
artigo anterior relativa aos edifícios novos, reconstruí-
1 — No caso dos estabelecimentos previstos no n.o 4 dos, reparados, ampliados ou alterados ou das suas frac-
do artigo 1.o, a emissão da licença de construção carece ções autónomas cujas obras tenham sido licenciadas nos
de parecer favorável a emitir pela Direcção-Geral da termos do presente diploma.
Energia. 2 — A emissão da licença de utilização referida no
2 — À consulta e à emissão do parecer da Direc- n.o 1 do artigo anterior é sempre precedida da vistoria
ção-Geral da Energia aplica-se o disposto no artigo 35.o a que se refere o artigo seguinte.
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4 — O requerente participa na vistoria, sem direito for desclassificado, o interessado não concorde com a
a voto. necessidade de proceder a obras para manter a clas-
5 — Compete ao director-geral do Turismo convocar sificação ou com o prazo fixado para a realização destas,
as entidades referidas nas alíneas b) e c) do n.o 3 e pode interpor recurso hierárquico para o membro do
o requerente, com a antecedência mínima de oito dias. Governo responsável pela área do turismo.
6 — A ausência dos representantes referidos nas alí- 2 — Logo que interposto o recurso, o membro do
neas b) e c) do n.o 3 e do requerente, desde que regu- Governo referido no número anterior pode determinar
larmente convocados, não é impeditiva nem constitui a intervenção de uma comissão, composta por:
justificação da não realização da vistoria.
7 — Depois de proceder à vistoria, a comissão refe- a) Um perito por ele nomeado, que presidirá;
rida no número anterior elabora o respectivo auto, b) Dois representantes da Direcção-Geral do
devendo entregar uma cópia ao requerente. Turismo;
c) Um representante do órgão regional ou local
de turismo;
Artigo 22.o d) Um representante da FERECA — Federação
Classificação da Restauração, Cafés, Pastelarias e Similares
de Portugal.
No prazo de 15 dias a contar da realização da vistoria
referida no artigo anterior, ou, não tendo havido vistoria, 3 — A comissão emite um parecer sobre o recurso
do termo do prazo para a sua realização, a Direcção- interposto no prazo de 45 dias a contar da data do
-Geral do Turismo deve decidir sobre a classificação despacho da sua constituição.
requerida. 4 — Compete ao presidente da comissão convocar os
Artigo 23.o restantes membros com uma antecedência mínima de
Revisão da classificação e desclassificação oito dias, devendo para tal solicitar previamente às diver-
sas entidades a indicação dos seus representantes.
1 — Um estabelecimento pode ser desclassificado 5 — A ausência dos representantes das entidades
pela Direcção-Geral do Turismo, a todo o tempo, ofi- referidas nas alíneas b) a d) do n.o 2, desde que regu-
ciosamente, a solicitação do respectivo órgão regional larmente convocados, não é impeditiva nem constitui
ou local de turismo ou a requerimento dos interessados, justificação do não funcionamento da comissão nem da
nos seguintes casos: emissão do parecer.
a) Verificada a alteração dos pressupostos que Artigo 25.o
determinaram a classificação ao abrigo das nor-
mas e dos requisitos previstos no regulamento Dispensa de requisitos
a que se refere o n.o 5 do artigo 1.o;
1 — Os requisitos exigidos para a atribuição da clas-
b) Se o interessado, na sequência de vistoria efec-
sificação pretendida ou para o funcionamento do esta-
tuada ao estabelecimento, não realizar as obras
belecimento podem ser dispensados, quando a sua
ou não eliminar as deficiências para que foi noti-
estrita observância comprometer a rendibilidade do
ficado num prazo, não superior a 18 meses, que
empreendimento e for susceptível de afectar as carac-
lhe tiver sido fixado pela Direcção-Geral do
terísticas arquitectónicas ou estruturais dos edifícios
Turismo, sem prejuízo do disposto no n.o 3.
que:
2 — Em casos excepcionais, devidamente fundamen- a) Sejam classificados a nível nacional, regional ou
tados na complexidade e morosidade da execução dos local; ou
trabalhos, o prazo previsto no número anterior pode b) Possuam reconhecido valor histórico, arquitec-
ser prorrogado, por um período não superior a 12 meses, tónico, artístico ou cultural.
a requerimento do interessado.
3 — Sempre que as obras necessitem de licença cama- 2 — A verificação do disposto no número anterior
rária, o prazo para a sua realização é o fixado pela é feita pela Direcção-Geral do Turismo ou pelo pre-
câmara municipal na respectiva licença de construção. sidente da câmara municipal, consoante os casos.
4 — Se, na sequência de vistoria efectuada ao esta-
belecimento, se verificar que o mesmo não reúne os
requisitos mínimos para poder funcionar como estabe- CAPÍTULO III
lecimento de restauração ou de bebidas, deve ser deter-
minado o seu imediato encerramento temporário até Exploração e funcionamento
que sejam realizadas as obras ou eliminadas as defi-
ciências verificadas. Artigo 26.o
5 — No caso previsto no número anterior, o presi-
Nomes dos estabelecimentos
dente da câmara municipal, oficiosamente ou a soli-
citação da Direcção-Geral do Turismo, deve apreender 1 — O nome dos estabelecimentos não pode sugerir
o respectivo alvará de licença de utilização, enquanto um tipo diferente daquele para que foi licenciado, uma
não for atribuída ao estabelecimento nova classificação. classificação que não lhe tenha sido atribuída ou carac-
terísticas que não possuam.
Artigo 24.o 2 — Salvo quando pertencerem à mesma organização,
Recurso hierárquico
aos estabelecimentos de restauração e de bebidas não
podem ser atribuídos nomes iguais ou por tal forma
1 — Quando for indeferida pela Direcção-Geral do semelhantes a outros já existentes ou requeridos que
Turismo a classificação pretendida, o estabelecimento possam induzir em erro ou ser susceptíveis de confusão.
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mente aos estabelecimentos de restauração e 4 — Deve ser entregue ao utente o duplicado das
de bebidas, com excepção dos estabelecimentos observações ou reclamações escritas no livro, o qual,
de restauração e de bebidas classificados, sem se o entender, pode remetê-lo à Direcção-Geral do
prejuízo das competências em matéria de fis- Turismo ou à câmara municipal, consoante os casos,
calização atribuídas às autoridades de saúde acompanhado dos documentos e meios de prova neces-
pelo Decreto-Lei n.o 336/93, de 29 de Setembro; sários à apreciação das mesmas.
b) Fiscalizar o bom estado das construções e as 5 — O livro de reclamações é editado e fornecido
condições de segurança de todos os edifícios pela Direcção-Geral do Turismo ou pelas entidades que
em que estejam instalados estabelecimentos de ela encarregar para o efeito, sendo o modelo, o preço
restauração e de bebidas; e as condições de distribuição e utilização aprovados
c) Conhecer das reclamações apresentadas sobre por portaria do membro do Governo responsável pela
o funcionamento e o serviço dos estabelecimen- área do turismo.
tos de restauração e de bebidas, bem como orde-
nar as providências necessárias para corrigir as Artigo 38.o
deficiências neles verificadas, com excepção dos Contra-ordenações
estabelecimentos de restauração e de bebidas
classificados; 1 — Para além das previstas no regulamento a que
d) Proceder à organização e instrução dos proces- se refere o n.o 5 do artigo 1.o e das estabelecidas no
sos referentes às contra-ordenações previstas no artigo 54.o do Decreto-Lei n.o 445/91, de 20 de Novem-
presente diploma e seus regulamentos, sem pre- bro, constituem contra-ordenações:
juízo das competências atribuídas às autoridades a) A falta de apresentação do requerimento pre-
de saúde, nessa matéria, pelo Decreto-Lei visto no n.o 2 do artigo 9.o;
n.o 336/93, de 29 de Setembro. b) A realização de obras sem autorização do Ser-
viço Nacional de Bombeiros, prevista no n.o 1
2 — Compete à Direcção-Geral do Turismo exercer do artigo 9.o;
as competências previstas nas alíneas a), c) e d) do c) A violação do disposto nos n.os 1 e 2 do
número anterior relativamente aos estabelecimentos de artigo 26.o;
restauração e de bebidas classificados, sem prejuízo das d) A violação do disposto no artigo 27.o;
competências atribuídas às autoridades de saúde, nessas e) A utilização, directa ou indirecta, de edifício
matérias, pelo Decreto-Lei n.o 336/93, de 29 de Setem- ou parte de edifício para a exploração de ser-
bro. viços de restauração ou de bebidas sem a res-
3 — A Direcção-Geral do Turismo pode delegar nos pectiva licença de utilização turística emitida nos
órgãos regionais ou locais de turismo a competência termos do presente diploma ou autorização de
para a fiscalização do funcionamento e serviço dos esta- abertura emitida nos termos do artigo 36.o do
belecimentos de restauração e de bebidas referidos no Decreto-Lei n.o 328/86, de 30 de Setembro, ou
número anterior. de legislação anterior;
Artigo 36.o f) A violação do disposto no artigo 29.o;
g) A violação do disposto no n.o 1 do artigo 30.o;
Serviços de inspecção h) A não publicitação das restrições de acesso pre-
1 — Aos funcionários da Direcção-Geral do Turismo, vistas nos n.os 3 e 4 do artigo 30.o;
das câmaras municipais e, quando for caso disso, dos i) A violação do disposto no n.o 5 do artigo 30.o;
órgãos regionais ou locais em serviço de inspecção deve j) A violação do disposto no n.o 1 do artigo 32.o;
ser facultado o acesso aos estabelecimentos de restau- l) A violação do disposto no n.o 2 do artigo 32.o;
ração e de bebidas, apresentados os documentos jus- m) O não cumprimento do prazo fixado nos termos
tificadamente solicitados. do n.o 3 do artigo 32.o;
2 — No âmbito da sua actividade de inspecção, a n) A violação do disposto no artigo 34.o;
Direcção-Geral do Turismo pode recorrer a entidades o) Impedir ou dificultar o acesso dos funcionários
públicas ou a entidades privadas acreditadas junto desta da Direcção-Geral do Turismo, das câmaras
nas áreas dos serviços, equipamentos e infra-estruturas municipais ou dos órgãos regionais ou locais
existentes nos estabelecimentos de restauração e de de turismo em serviço de inspecção aos esta-
bebidas. belecimentos de restauração e de bebidas;
p) Recusar a apresentação dos documentos soli-
Artigo 37.o citados nos termos do n.o 1 do artigo 36.o;
Livro de reclamações
q) A violação do disposto nos n.os 1, 2, 3 e 4 do
artigo 37.o;
1 — Em todos os estabelecimentos de restauração e r) A violação do disposto no n.o 2 do artigo 49.o
de bebidas deve existir um livro destinado aos utentes
para que estes possam formular observações e recla- 2 — As contra-ordenações previstas nas alíneas c), d)
mações sobre o estado e a apresentação das instalações e p) do número anterior são puníveis com coima de
e do equipamento, bem como sobre a qualidade dos 10 000$ a 50 000$, no caso de se tratar de pessoa sin-
serviços e o modo como foram prestados. gular, e de 25 000$ a 250 000$, no caso de se tratar
2 — O livro de reclamações deve ser obrigatória e de pessoa colectiva.
imediatamente facultado ao utente que o solicite. 3 — As contra-ordenações previstas nas alíneas a),
3 — Um duplicado das observações ou reclamações j), m), n), o) e q) do n.o 1 são puníveis com coima
deve ser enviado pelo responsável do estabelecimento de 25 000$ a 200 000$, no caso de se tratar de pessoa
de restauração ou de bebidas à Direcção-Geral do singular, e de 100 000$ a 1 000 000$, no caso de se tratar
Turismo ou à câmara municipal, consoante os casos. de pessoa colectiva.
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4 — As contra-ordenações previstas nas alíneas f), g), 2 — Se a infracção for praticada por negligência, os
h), i), l) e r) do n.o 1 são puníveis com coima de 50 000$ limites máximo e mínimo das coimas são reduzidos para
a 500 000$, no caso de se tratar de pessoa singular, e metade.
de 250 000$ a 3 000 000$, no caso de se tratar de pessoa Artigo 41.o
colectiva.
5 — As contra-ordenações previstas nas alíneas b) e Competência sancionatória
e) do n.o 1 são puníveis com coima de 100 000$ a 1 — A aplicação das coimas e das sanções acessórias
750 000$, no caso de se tratar de pessoa singular, e de previstas no presente diploma e no regulamento a que
500 000$ a 6 000 000$, no caso de se tratar de pessoa se refere o n.o 5 do artigo 1.o compete às câmaras muni-
colectiva. cipais, com excepção dos estabelecimentos de restau-
6 — Nos casos previstos nas alíneas b), c), d), e), f), ração e de bebidas classificados.
g), h), i), o), p) e q) do n.o 1, a tentativa é punível. 2 — Relativamente aos estabelecimentos referidos na
7 — A negligência é punível. parte final do número anterior, a aplicação das coimas
e das sanções acessórias é da competência do direc-
Artigo 39.o tor-geral do Turismo.
Sanções acessórias Artigo 42.o
1 — Em função da gravidade e da reiteração das con- Produto das coimas
tra-ordenações previstas no artigo anterior e no regu-
lamento nele referido, bem como da culpa do agente Sem prejuízo do disposto no número seguinte, o pro-
e do tipo e classificação do estabelecimento, podem ser duto das coimas por infracção ao presente diploma e
aplicadas as seguintes sanções acessórias: ao regulamento a que se refere o n.o 5 do artigo 1.o
reverte integralmente para as câmaras municipais.
a) Perda do material através do qual se praticou
a infracção; Artigo 43.o
b) Interdição, por um período até dois anos, do
exercício de actividade directamente relacio- Embargo e demolição
nada com a infracção praticada; Os presidentes das câmaras municipais são compe-
c) Encerramento do estabelecimento. tentes para embargar e ordenar a demolição das obras
realizadas em violação do disposto no presente diploma
2 — O encerramento do estabelecimento só pode ser e no regulamento a que se refere o n.o 5 do artigo 1.o,
determinado, para além dos casos expressamente pre- por sua iniciativa ou mediante comunicação da Direc-
vistos na alínea c) do n.o 2 do artigo 5.o do Decreto-Lei
ção-Geral do Turismo, consoante os casos, sem prejuízo
n.o 336/93, de 29 de Setembro, e no regulamento a que
se refere o n.o 5 do artigo 1.o, com base nos compor- das competências atribuídas por lei a outras entidades.
tamentos referidos nas alíneas b), j), l), m) e n) do n.o 1
do artigo anterior. Artigo 44.o
3 — O encerramento do estabelecimento pode ainda Interdição de utilização
ser determinado como sanção acessória da coima apli-
cável pela contra-ordenação prevista na alínea c) do Os presidentes das câmaras municipais e o director-
n.o 1 do artigo 54.o do Decreto-Lei n.o 445/91, de 20 -geral do Turismo, consoante os casos, são competentes
de Novembro. para determinar a interdição temporária da utilização
4 — Quando for aplicada a sanção acessória de encer- de partes individualizadas, instalações ou equipamentos
ramento do estabelecimento, o presidente da câmara dos estabelecimentos de restauração e de bebidas, sem
municipal, oficiosamente ou a solicitação da Direcção- prejuízo das competências atribuídas às autoridades de
-Geral do Turismo, deve apreender o respectivo alvará saúde, nessa matéria, pelo Decreto-Lei n.o 336/93, de
de licença de utilização turística pelo período de duração 29 de Setembro, que, pelo seu deficiente estado de con-
daquela sanção. servação ou pela falta de cumprimento do disposto no
5 — Pode ser determinada a publicidade da aplicação presente diploma e no regulamento a que se refere o
das sanções previstas nas alíneas b) e c) do n.o 1, n.o 5 do artigo 1.o, sejam susceptíveis de pôr em perigo
mediante: a saúde pública ou a segurança dos utentes, ouvidas
a) A afixação de cópia da decisão, pelo período as autoridades de saúde pública com competência
de 30 dias, no próprio estabelecimento, em lugar territorial.
e por forma bem visíveis; e CAPÍTULO V
b) A sua publicação, a expensas do infractor, pela
Direcção-Geral do Turismo ou pela câmara Disposições finais e transitórias
municipal, consoante os casos, em jornal de difu-
são nacional, regional ou local, de acordo com Artigo 45.o
o lugar, a importância e os efeitos da infracção. Taxas
6 — A cópia da decisão publicada nos termos da alí- Pelas vistorias requeridas pelos interessados à Direc-
nea b) do número anterior não pode ter dimensão supe- ção-Geral do Turismo são devidas taxas de montante
rior a tamanho A6. a fixar por portaria conjunta dos Ministros das Finanças
Artigo 40.o e da Economia.
Limites da coima em caso de tentativa e de negligência
Artigo 46.o
Registo
1 — Em caso de punição da tentativa, os limites
máximo e mínimo das coimas são reduzidos para um É organizado pela Direcção-Geral do Turismo,
terço. em colaboração com as câmaras municipais e a
N.o 152 — 4-7-1997 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3289
diploma as normas dos instrumentos de regulamentação Na perspectiva de que o turismo no espaço rural deve
colectiva de trabalho que pressupõem a existência de incentivar o contacto entre os visitantes e as populações,
categorias dos mesmos, enquanto aquelas não forem prevê-se que as explorações tenham, na medida do pos-
alteradas, por forma a adaptarem-se ao disposto no pre- sível, natureza familiar.
sente diploma e ao regulamento a que se refere o n.o 5 Pretende-se assim revitalizar e desenvolver o tecido
do artigo 1.o económico rural, contribuindo para o aumento do ren-
2 — As categorias a que se refere o número anterior dimento das populações locais e criando condições para
são as que os restaurantes e similares tinham à data o crescimento da oferta de emprego e fixação das ditas
da entrada em vigor do presente diploma. populações.
De acordo com os objectivos que se pretendem alcan-
Artigo 56.o çar, integram-se no novo regime os hotéis rurais, o
turismo de aldeia, as casas de campo e os parques de
Regiões Autónomas campismo rural, tornando mais claro o tipo de exploração
O regime previsto no presente decreto-lei é aplicável e o seu carácter familiar e de actividade complementar
às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, sem dos seus donos.
prejuízo das adaptações decorrentes da estrutura pró- Por último, consideram-se elementos integrantes do
pria da administração regional autónoma e de espe- turismo no espaço rural as actividades que visam a divul-
cificidades regionais a introduzir por diploma regional gação das características e tradições regionais, desig-
adequado. nadamente o seu património, os itinerários temáticos,
o folclore, etc.
Artigo 57.o Estas actividades, que podem constituir uma forma
Entrada em vigor importante da divulgação do património nacional nas
suas diversas vertentes, são seguramente elementos com-
O presente diploma entra em vigor no dia 1 de Julho plementares da nossa oferta turística, cujo aparecimento
de 1997. importa incentivar.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20 Foram ouvidos a Associação Nacional de Municípios,
de Fevereiro de 1997. — António Manuel de Oliveira os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas,
Guterres — Mário Fernando de Campos Pinto — Artur as associações patronais e os sindicatos do sector e o
Aurélio Teixeira Rodrigues Consolado — António Instituto do Consumidor e as associações do consu-
Luciano Pacheco de Sousa Franco — Armando António midor.
Martins Vara — João Cardona Gomes Cravinho — José Assim:
Manuel de Matos Fernandes — Augusto Carlos Serra Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 201.o da
Ventura Mateus — Manuel Maria Ferreira Carrilho. Constituição, o Governo decreta o seguinte: