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A Constituição Federal nos deu o direito a propriedade e a livre iniciativa. O estado, gestor do
interesse público, gere o bem público, tendo o dever de zelar pelo interesse da coletividade,
incorrendo na possibilidade de intervir na propriedade particular. Essa interferência na atividade
econômica privada, pode ocorrer de várias formas:
Limitação Administrativa
É o ente do Estado nas atividades de povo, como atividade policial. O Estado realiza o uso de
bens e atividades, de forma a não haver antagonismo entre o interesse público e o privado.
Desta forma, limita o uso de bens e o exercício das atividades, submetendo-os ao crivo do poder
público. Restringe, condiciona e estabelece limites ao gozo do exercício de bens e atividades,
com foco no interesse coletivo.
O Estado interfere nos bens que possuem alguma potencialidade de dano a coletividade.
Aqueles que podem causar danos ao interesse público (ex.: o uso de automóvel, mediante a
obrigatoriedade de ter CNH, porte de arma para uso, necessidade de licença para construção de
edificações.
Para exercer atividade ou gozo da propriedade, necessitam da aprovação/crivo do Estado,
exigindo competência e capacidade para tal exercício da atividade, pois a Administração
Pública age de acordo com os ditames da legislação existente. Essas atividades, bens ou direitos
dependem de _________________ ou limites para seu uso, pela administração pública.
É de caráter geral, pois todos estão subordinados a ela, todos os que a ela se sujeitam.
O Estado impõem restrições quando a propriedade tiver potencial perigo a coletividade (Ex.1:
Carro deve ser usado de acordo com a lei de transito – limitação – que Quando os efeitos nunca
voltam a sua data de origem. É quando o ato pode se REVOGADO, pois deixa de surtir efeito a
partir da sua revogação.estabelecem quais são as condições para seu uso. Ex.2: Exercício da
propriedade de edificações, sendo necessária a fiscalização de órgãos do Estado).
Condições, restrições e estabelecimento de limites a todos, pois a norma é de caráter geral.
No caso do município, a lei orgânica (dependendo do tamanho da cidade), que estabelece
limitações para construção de residências térreas no centro da cidade, bem como estabelece
áreas a serem utilizadas como industriais (não permitindo industrias na área central). É desta
forma, estabelecida para que a atividade não cause dano a coletividade.
Não cabe indenização.
Servidões Administrativas
É outro tipo de intervenção do Estado na propriedade particular. Se necessário, o Estado em
nome do interesse coletivo, intervir.
Existem condições para ocorrer essas ocorrências, de forma legal. O Estado se serve da
propriedade a fim de beneficiar a coletividade, quando for necessário ou condição para
realização de um serviço de interesse público. Via de regra, estabelece-se limites para essa
condição (e.: As torres de alta tensão da Copel, que atravessam as propriedades particulares,
impondo condições de uso da área em que estão, para os proprietários da terra). É de caráter
especifico, atingindo aqueles que necessariamente são sujeitos a esta situação. O poder público
estabelece quais os proprietários sujeitos a serem atingidos pela servidão administrativa, e que
se sujeitarão às restrições no exercício em suas propriedades. Cabe indenização (de até 30%),
cabendo ainda, se necessário a desapropriação. Dura o tempo necessário para execução do
serviço, sendo singular e individual, de acordo com as características do serviço. No caso das
antenas, estabelece-se a faixa de terra a ser atingida, limpa-se, e inicia-se a obra.
Não é de caráter geral, e sim individual. Quando for necessário a prestação de um serviço
público, o estado pode se servir da propriedade particular. Dependendo da justificativa e da
motivação. Ex.1: Transmissão de gás subterrâneo, na área de uma residência. Ex.2: Copel
transmitindo energia por cabos assentados em torres de sustentação localizadas em
propriedades particulares, junto aos cabos que restringem o uso da área logo abaixo. O
reembolso pela restrição pode chegar a 30%, cabendo indenização, desde que comprovado o
dano.
Ocupações Temporárias
O Estado ocupa uma propriedade particular onde o ato de instalação de estabelece o prazo o
prazo determinado, em áreas sem identificação. Ocorre quando é necessário deixar maquinas e
equipamentos de uma obra, em um local de forma a evitar deslocamentos diários. Isso ocorria
quando as obras eram realizadas pelo próprio poder público. Hoje as obras ocorrem através de
concessionárias contratadas e terceirizadas para realização das obras, e que são obrigadas
contratualmente a já definir de forma antecipada o local onde será guardado os equipamentos
e maquinários.
Cabe indenização, desde que comprovado o dano.
Requisições
Só ocorre com autorização da justiça, e em caso de perigo efetivo ou eminente a sociedade. Ex.:
O ocorrido na enchente de 1983, onde ocorreu a requisição de mercados (bens de 1ª
necessidade), combustíveis em postos, toque de recolher. Ocorre a requisição de bens
particulares. Cabe indenização, em caso de dano.
Tombamento
O termo tombamento vem Tombo. A Torre de Tombo em Portugal era onde ocorriam os
registros dos bens da Coroa Portuguesa. Significa que uma propriedade tombada deve ser
preservada, para ser usufruída pelas futuras gerações. Pode ocorrer o tombamento quando se
encontra algum valor num imóvel que enseja sua preservação. Não se perde a propriedade, mas
emite uma declaração de valor (histórico, cultural, cientifico, artístico, paisagístico,
arqueológico), e que o proprietário deva preserva-lo. Não ocorre a perda da propriedade,
podendo o bem ser vendido (direito de preferencia para o Estado), mas quem compra, aceita o
gravame decorrente do tombamento. Impõem inúmeras restrições. Ex.: Plano Piloto, em
Brasília, tombado pela Unesco, Ouro Preto, etc.
Fundamentos do Tombamento: Decreto Lei 25/1967 e Art. 216 da Constituição.
O tombamento cabe a União, Estados e Munícipios. No caso dos municípios pode existir
legislação complementar. A Constituição estabelece valores históricos, paisagísticos, artísticos,
arqueológicos, paleontológicos, ecológicos e científicos.
A propriedade particular tombada sofre inúmeras restrições. Se essas restrições inviabilizarem
o uso, o Estado deve fazer a desapropriação de tal bem. No caso do tombamento, o ônus de
conservação, cabe ao proprietário. O decreto de tombamento autoriza a fiscalização do bem,
que faticamente não ocorre. Em caso do dono não ter condições financeiras de manutenção,
deve informar o poder público, estimando o custo, e comprovando sua impossibilidade
financeira. Caso não seja comprovada a impossibilidade financeira, o poder público pode
multar o proprietário em até 50% do valor da obra.
O tombamento reflete sobre os imóveis vizinhos e lindeiros, nos quais também impõem
restrições (ex.: utilização de cores nos imóveis, etc).
O procedimento é composto por
o manifestação do órgão técnico sobre o valor do bem para fins de tombamento;
o notificação ao proprietário para anuir ao tombamento dentro do prazo de 15 dias, a contar do
recebimento da notificação ou para, se quiser,
o impugnar e oferecer as razões dessa impugnação;
o se o proprietário anuir, por escrito, à notificação, ou não impugnar, tem-se o tombamento
voluntário, com a inscrição no Livro do Tombo;
o havendo impugnação, será dada vista, no prazo de mais 15 dias, ao órgão que tiver tomado a
iniciativa de tombamento, a fim de sustentar
o as suas razões;
o a seguir, o processo será remetido ao IPHAN, que proferirá decisão a respeito, no prazo de 60
dias a contar do recebimento;
o se a decisão for contrária ao proprietário, será determinada a inscrição no Livro do Tombo; se
for favorável, o processo será arquivado;
o a decisão do Conselho Consultivo terá que ser apreciada pelo Ministério da Cultura (Lei n.º
6.292, de 15.12.1975), o qual poderá examinar
o todo o procedimento, anulando-o, se houver ilegalidade, ou revogando a decisão do órgão
técnico, se contrária ao interesse público, ou,
o finalmente, apenas homologando;
o o tombamento somente se torna definitivo com a inscrição em um dos Livros do Tombo.
Pode ocorrer de forma voluntaria, compulsória e ex-oficio.
As restrições dependem de cada caso, no caso de bem imóvel, onde se imponha a conservação,
não se proíbe a sua habitação, ou utilização por empresa ou estabelecimento comercial.
Pode incidir sobre bens móveis ou imóveis, materiais ou imateriais, públicos ou privados. Ex.
Caipirinha.
Desapropriação
Prevista na Constituição Federal (art 5º, § XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição), no Decreto
Lei 3365/41 e na Lei 4132/62.
Assim, percebe-se que já existia antes da Constituição. É tida como violenta, pois o dono perde a
propriedade, transferindo-a para o Estado.
Existem elementos que justificam a desapropriação, e que devem constar do ato de
desapropriação:
o Necessidade Pública
a) a segurança nacional;
b) a defesa do Estado;
c) o socorro público em caso de calamidade;
o Utilidade Pública (justificativa para quase 99% das desapropriações)
d) a salubridade pública;
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de
meios de subsistência;
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia
hidráulica;
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saude, clínicas, estações
de clima e fontes medicinais;
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução
de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua
melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de
distritos industriais;
j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou
integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a
manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a
proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza;
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens
moveis de valor histórico ou artístico;
m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios;
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves;
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou
literária;
p) os demais casos previstos por leis especiais.
o Interesse Social.
A Lei 4.132/1962, define as hipóteses de desapropriação por interesse social. É decretada para
promover a justa distribuição da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem-estar social. P
caráter eminentemente sancionatório, representando uma punição ao proprietário de imóvel
que descumpre a função social da propriedade, que o caso de imóvel urbano é a habitação, e no
caso de imóvel rural é a produção agrícola e/ou agropecuária.
O Estatuto das Cidades estabelece as condições para estabelecer a função social da
propriedade, que ocorre através do Plano Diretor. Destaca-se a ocorrência de alíquotas
progressivas no IPTU, que é uma forma de obrigar o proprietário a dar uma função social aos
imóveis da cidade. A utilização de propriedades rurais como chácaras (com pouca plantação e
criação, e grandes áreas de terra subutilizadas) não atendem a função social, pois não
produzem benefícios sociais, sendo passiveis de desapropriação, que é uma forma de punição
aos proprietários, por não dar função social a propriedade.
A Lei n. 4.132/62, em seu art. 2º, considera de interesse social: I – o aproveitamento de todo
bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as necessidades de habitação,
trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino
econômico; II – o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento
e trabalho agrícola; III – a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a
Desapropriação indireta
É um ato ilegal e ilícito. A partir de 2001, caso o gestor cometa alguma irregularidade, será
responsabilizado civil e administrativamente.
Na desapropriação indireta, o autor da Ação Judicial é o proprietário e o Poder Público é o réu.
Nesse caso ocorreu o esbulho possessório público (perda da posse). É a invasão da propriedade
Desapropriação Confiscatória
Ocorre sem direito a indenização, pois se confisca (expropria-se) os bens em gerais usados não
para a função social, mas para atividade ilícita. São os bens usados no ilícitos ou decorrente
deles. (ônibus, carros, áreas de plantação de droga)
Direito de Extensão
Quando parte da propriedade do particular é desapropriada, e a parte remanescente torna-se
improdutiva ou ineficaz para uso do proprietário. Ex.: Servidão em terreno baldio, para acesso
de moradores dos terrenos “nos fundos”. Estende-se a indenização a toda a propriedade,
porque a parte que sobrou não tem as características mínimas estabelecidas no plano direitor.
Retrocessão - Tredestinação
Tredestinação: quando o poder público desvirtua a destinação da justificativa do Ato de
Declaração da Desapropriação. Altera-se a destinação originária. Pode ser lícita (quando se
destina a outra obra, mas que seja de interesse público), e ilícita (quando muda a destinação,
para uma função que não se enquadre o interesse público). Nesse caso, cabe retrocessão.
Retrocessão: é o retorno ao proprietário originário. Em caso de não ter condições (obras sendo
feitas), deve-se pagar 2 vezes, ou seja, paga-se novamente ao proprietário originário. Se não
ocorre a destinação dentro do prazo (15 anos), devolve-se ao particular, sem a devolução do
$$$ ????, sendo o prazo contado da data da finalização do processo de desapropriação (ocorre
pela omissão). Se já tiver construção (ilícita), paga-se novamente ao credor.
Do livro do Alexandre Mazza, usado pelo professor
Domínio Econômico
As formas de intervenção do Estado do domínio econômico desdobram-se em três espécies de
atividades estatais interventivas: exploração direta de atividade econômica; poder de polícia
(fiscalização de agentes econômicos); fomento a setores econômicos.
O poder de Policia visa o desenvolvimento das tarefas de limitação, fiscalização e sanção sobre
os agentes econômicos de mercados específicos. Trata-se da chamada polícia da economia.
Destacam-se como entidades encarregadas da execução da polícia econômica o Banco Central e
o Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade.
Cartel: controle do mercado, por um grupo de empresas que estão informalmente unidas.
Ocorre a fiscalização pelo CADE, que analisa a existência ou não do Cartel. Neste caso, os preços
praticados são praticamente iguais, com pequenas variações, obrigando o comprador a
comprar a preços altos.
Dumping: engodo. Surge em países protecionistas, onde o governo dá subsídios aos produtores,
baixando os preços em comparação ao mercado. Isso destrói a economia do pais que compra.
Ato (Ação)
Comissiva
Omissiva
Ato Administrativo
Motivo: todo ato deve ser motivado. São as razões de fato e de direito que justificam a pratica
do ato. Deve ser pautado na lei.
Objeto (Fato): é a concretização da vontade do Estado. É o que o Estado quer ou objetiva.
Ato vinculado
Atados e amarrado a lei, que estabelece como devem ser praticados os atos administrativos.
Ex.: Licitação. Via de regra (99%) dos atos administrativos são vinculados, determinando ao
gestor a agir de acordo com a lei. Não dá margem ao gestor para decidir.
Ato Discricionário
Quando existe o mérito administrativo, a vontade politica de conduzir o estado pelo gestor.
Deve ser praticado de acordo com a oportunidade conveniência. Discricionário é o mérito da
gestão. Judicialmente, referente ao ato discricionário, na cabe discussão do mérito, somente a
forma como foi executado. Existe a liberdade escolha pelo gestor. É no caso uma autorização
para o gestor decidir, sempre devendo ser motivado.
Efeitos do Ato
Ex Nunc: Quando os efeitos nunca voltam a sua data de origem. É quando o ato pode se
REVOGADO, pois deixa de surtir efeito a partir da sua revogação.
Ex Tunc: Quando os efeitos voltam a sua data de origem. É quando o ato pode se ANULADO,
pois não pode de surtir efeito desde sua criação, porque contem vício.