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Sumário

I. CITAÇÕES

II. NOMES PRÓPRIOS

III. USO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

IV. NUMERAIS E CONVERSÕES

V. MISCELÂNEA

VI. SINTAGMAS NOMINAIS

VII. MARCAS (fonéticas, lexicais, sintáticas) DE ORALIDADE NA TRADUÇÃO DE


FALAS DE PERSONAGENS

VIII. DICAS DE ESTILO, RESUMO E TRADUÇÃO

IX. ASPAS E HÍFEN

X. PONTUAÇÃO

XI. ERROS RECORRENTES

1. Regência verbal
2. Voz passiva sintética
3. Tempos compostos
4. Casos específicos
 Ao invés de / em vez de
 Nada de mais
 Milhar
 Milhão
 À medida que / na medida em que
 Por que / porque / por quê / o porquê
 Nem
 Todo / toda / todo o /toda a
 Onde / aonde
 Pronomes demonstrativos (Esse/Este)

XII. CASOS DE INFINITIVO

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Algumas normas adotadas em tradução para legendas1

I. CITAÇÕES

1. Para assinalar citação:

Declarou o deputado que "estas acusações são infundadas".


Ontem o candidato elogiava o governador: "Ele fez um excelente governo em
seu estado."

 Períodos completos (sem dois pontos antes):


"Não volte mais aqui!"

OBSERVAÇÃO: Quando se quer colocar entre aspas uma palavra ou trecho dentro de
um trecho já aspeado, usam-se aspas simples.

Segundo o ilustre gramático, "a forma 'pego' como particípio de 'pegar' só é


admissível no caso de locuções verbais como 'ele foi pego com a mão na
massa'."

 Não usar ponto final nos seguintes casos:

Mas se todos pensassem: "Não tenho que fazer isso", aquelas pessoas estariam em
uma situação pior ainda.
Você disse para a sua mãe: "Vou a uma feira de Informática", comprou a passagem e
simplesmente foi?
Apesar de sermos sempre os últimos, posso recordar e dizer: "Valeu a pena."

No entanto, em nome da clareza, sempre que for possível (como é o caso dos dois
exemplos supracitados), é aconselhável usar o discurso indireto. Exemplos:

Você disse para a sua mãe que iria a uma feira de Informática, comprou a
passagem e simplesmente foi?
Apesar de sermos sempre os últimos, posso recordar e dizer que valeu a pena.

ATENÇÃO: O padrão dos casos em que as aspas são usadas (como publicações,
obras de arte etc) estão no item IX desta apostila e no Manual Gemini.

1
Esta apostila foi criada a partir de explicações e exemplos retirados das seguintes fontes, entre outras:
apostila de Introdução à tradução, do Departamento de Letras da PUC-Rio (autoria de Maria Paula Frota
e Paulo Henriques Britto), O português do dia-a-dia, de Sérgio Nogueira Duarte da Silva, Manual de
Padrões da Globosat, e do site Nossa língua_nossa pátria.
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II. NOMES PRÓPRIOS

A regra geral é não traduzir nomes próprios (pessoas, cidades, acidentes geográficos,
instituições, publicações etc.). Porém há casos, não raros, em que já existe uma tradução
consagrada pelo uso. Nesses casos, o tradutor deve utilizar a forma portuguesa
existente.

1. Topônimos

Procedimento de pesquisa:

1º passo – dicionário Houaiss / Aurélio / Aulete Digital - busca reversa (F5);

2º passo – Almanaque Abril atualizado;

3º passo – site Globo.com. Premium. Editoria Mundo.

Liechtenstein
Washington
Potomac
Central Park
New Zealand Nova Zelândia
Bern Berna
Seine Sena
Fifth Avenue Quinta Avenida
The Hague Haia

1.1 Regiões de Manhattan:

Midtown centro de Manhattan


Uptown norte de Manhattan
Lower Manhattan sul de Manhattan
Downtown centro financeiro
East Side
West Side

2. Antropônimos

No caso de nomes de personagens da história, da literatura clássica e da mitologia,


quase sempre existe uma forma portuguesa consagrada. Nomes de monarcas e nobres de
até o século 19, inclusive, costumam-se traduzir.

Plato Platão
Livy Tito Lívio
John Calvin João Calvino
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Agamemnon Agamênon
Othello Otelo
King Henry VIII Rei Henrique VIII
Christopher Columbus Cristóvão Colombo

Quando se trata de personagens de ficção ou figuras históricas para as quais não há uma
forma portuguesa consagrada, não se deve utilizar o nome português correspondente, e
sim manter a forma original. O mesmo se dá com monarcas e nobres do século 20.

Oliver Twist (e não Olivério)


Leopold Bloom (e não Leopoldo)
Richard Nixon (e não Ricardo)
Príncipe Charles (e não Carlos)

3. Instituições

Esses nomes devem ser traduzidos quando houver forma portuguesa consagrada.
Quando existirem instituições semelhantes na nossa cultura, não devemos nacionalizar,
mantendo o nome no original e explicando, caso haja tempo, o que é a instituição em
questão.

ATENÇÃO: Parênteses não são usados em legendagem.

House of Lords Câmara dos Lordes


New York Stock Exchange Bolsa de Valores de Nova York
Columbia University Universidade (ou Univ.) de
Columbia
University College London University College London
Massachusetts Institute of Technology Instituto de Tecnologia de
Massachusetts ou MIT
Food and Drug Administration Food and Drug Administration (a
FDA, órgão que fiscaliza alimentos
e produtos farmacêuticos)

4. Siglas
Algumas siglas tradicionalmente são mantidas no original, enquanto outras têm
tradução consagrada. De modo geral, as siglas que se referem a instituições inglesas ou
norte-americanas não se traduzem, enquanto que as referentes a instituições
internacionais possuem forma em português.

FBI
BBC

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UN ONU
IMF FMI
OPEC OPEP
NATO OTAN

OBSERVAÇÃO:
O tradutor deve sempre pesquisar os nomes próprios encontrados no original para
saber se existem traduções consagradas.

III. USO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

O tradutor deve atentar para o fato de que as regras referentes ao emprego de inicial
maiúscula são diferentes em inglês e em português. Destaquemos algumas diferenças
importantes:

1. Em inglês, toda palavra derivada de um nome próprio é grafada com inicial


maiúscula. Em português, apenas o nome próprio se escreve com maiúscula.

America América
un-American antiamericano
Americanize americanizar
Americanization americanização

2. Em inglês, mas não em português, os nomes dos dias da semana e dos meses, além
das línguas (exceto quando for disciplina. Ex.: Estou estudando Francês) e dos povos,
vêm com inicial maiúscula.

English inglês
Dutch holandês
German alemão
American americano
French francês

IV. NUMERAIS E CONVERSÕES

1. Nas expressões numéricas não redondas e representadas exclusivamente através de


algarismos, ao ponto do inglês corresponde a vírgula do português, e vice-versa.

US$ 35,561.27 US$ 35.561,27


4.5km 4,5km

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2. Normalmente, as medidas que aparecem são aproximadas e não exatas. Assim, se um


personagem caminhou "two miles", não teria sentido dizer, em português, que ele andou
"3,219 quilômetros"; a solução sensata é arredondar para "três quilômetros".
O principal é saber se a medida que aparece no original é exata ou aproximada.
Se você estiver traduzindo um vídeo sobre a montagem de um aparelho, e o
apresentador diz que o diâmetro de uma peça é de "5/8 of an inch", na tradução deve
aparecer "1,58cm". Por outro lado, se for mencionada uma distância de "about two
yards", na tradução deve-se falar em "aproximadamente dois metros", e não
"aproximadamente 1,828m".

3. Com relação à unidade ton, deve-se levar em conta que existem várias toneladas
diferentes: a long ton, inglesa, a short ton, americana, e a metric ton, ou tonelada
métrica, que é a utilizada no Brasil.

V. MISCELÂNEA

1. O português, ao contrário do inglês, não admite o uso repetido de pronomes pessoais


retos e pronomes possessivos:

He felt he was going to sneeze. He put his hand in his pocket and took out
his handkerchief.
Ele sentiu que ia espirrar. Pôs a mão no bolso e tirou o lenço.

2. Quanto à pontuação, as práticas do inglês e do português diferem sob aspectos


importantes, o que implica que o tradutor deve se pautar pelas normas de pontuação do
português e não se ater rigorosamente à pontuação do roteiro original.

3. O tradutor iniciante muitas vezes preocupa-se apenas com a interpretação do original


e descuida das normas de redação, ortografia e acentuação do português. É importante
fazer ao menos duas revisões cuidadosas do texto traduzido. A primeira, em que se
cotejam tradução e original de modo sistemático, garante a qualidade tradutória do
texto traduzido; a segunda, em que a tradução é lida como texto redigido em português,
sem cotejo, tem o objetivo de verificar a sua qualidade textual. Lembramos alguns erros
freqüentes: concordância; regência; crase; uso de "por que", "por quê", "porque" e
"porquê"; uso impessoal de "haver".

VI. SINTAGMAS NOMINAIS


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Em inglês sempre se utiliza o artigo indefinido; no português a tendência é usar o artigo


apenas quando há qualificação adjetival.
He is a teacher. Ele é professor.
He is a good teacher. Ele é um bom professor.

VII. MARCAS (fonéticas, lexicais, sintáticas) DE ORALIDADE NA TRADUÇÃO DE


FALAS DE PERSONAGENS

Na língua portuguesa há um conservadorismo no que tange à assimilação, na linguagem


escrita, de certas expressões da fala; há, portanto, uma distância muito marcante entre as
duas modalidades (ao contrário do que ocorre no inglês, língua em que expressões
coloquiais como as gírias rapidamente passam a constar de textos, gramáticas,
dicionários). Nesse conservadorismo está implicada uma tendência a confundir-se
oralidade com pouca instrução. Por esse motivo, os clientes tendem a não aceitar com
facilidade o uso de marcas de oralidade.

1) pra, tá, cê, né: com exceção de "pra" (que pode ser utilizado com parcimônia), que
já está sendo regularmente utilizado em diálogos, NÃO USAR essas formas;

2) gíria: evitar, por serem formas em geral efêmeras, de uso muito recente e/ou restrito
a determinados grupos e regiões; dê preferência a formas coloquiais de uso bem
amplo, ou seja, já consagradas, integradas ao vocabulário geral da língua, inclusive
na escrita — exs.: legal, demais, cara etc.;

3) a gente: deve ser alternado com nós;

4) pronome oblíquo: evitar frases como Eu o vi; entretanto, evitar também formas
como Eu vi ele, rejeitadas pelos revisores e clientes, com o argumento (que aliás
procede) de que causam rejeição por parte do leitor. Dar preferência a Eu vi fulano.
No caso da forma lhe, usá-la somente em 2a. pessoa — Eu lhe disse (a você) para
ajudar a Maria – evitando o uso em 3a. pessoa, caso em que é preferível utilizar a
ele, a ela — Eu disse a ela para ajudar a Maria;

5) mistura de tu e você: é proibida. Pode-se usar o tu, desde que não misturado com o
você na mesma legenda. Ex.: Eu te amo. Como pronome de tratamento, use sempre
você.

6) formas do imperativo: existem dois códigos: um, canônico, utilizado para dar mais
força à ordem, para criar distanciamento, formalidade, etc.; o outro, mais
descontraído, em situações comuns, usa as formas do presente do indicativo no lugar
das formas canônicas do imperativo afirmativo e do negativo. O código informal só
não opera com três verbos: ser, estar e ter, que só são usados nas formas canônicas.
Exemplos: Saia daqui imediatamente vs. Sai daqui, filhinho, Não faça isso vs. Não
faz isso, não, Seja homem, Não tenha medo; É PROIBIDO MISTURAR OS
CÓDICOS CANÔNICO E O INFORMAL NA MESMA LEGENDA, como no item

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5. Ex.: Sai daqui, filhinho. Não faça isso (errado). /Saia daqui, filhinho. Não faça
isso (certo). / Sai daqui, filhinho. Não faz isso (certo).

7) pronome possessivo: evitar o uso de seu, sua em 3a. pessoa, dando preferência a
dele, dela – ex.: Fui conhecer o apartamento dele;

8) repetição do verbo em respostas em lugar de sim.

Exemplo: -Você está armado?


-Estou. (e não “sim”)

OBSERVAÇÃO: Para outras dúvidas quanto às marcas de oralidade e à linguagem


informal, consultar o Manual de Padrões da Globosat.

VIII. DICAS DE ESTILO, RESUMO E TRADUÇÃO

1. Dicas de resumo e tradução

FORMAS A EVITAR ALTERNATIVA

1 Verbo auxiliar + gerúndio Presente simples


2 Voz passiva Voz ativa
3 Subjuntivo Indicativo
4 Muitos verbos na mesma legenda -
5 Pronomes demonstrativos Omitir
6 Advérbios terminados em MENTE -
7 Intensificadores (muito, super, hiper) -

Exemplos: Caso 1

Original: Robots are beginning to replace human workers.


Tradução: Os robôs começam a substituir funcionários humanos.

Caso 5

Original: What? What is it?


Is his heart OK?

Tradução literal: O quê? O que é isso?


O coração dele está bom?

Tradução melhor: O quê? O que foi? (Ou: O que ele tem?)


Tudo bem com o coração dele?

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OBSERVAÇÃO: No caso de termos em língua diferente da usada no programa ou


filme, devemos mantê-los quando fizerem parte do contexto ou do perfil do
personagem, se for ficção. Exemplo: alors, prego, gracias, buenas noches etc.

2. Dicas de redação

 Evitar o uso da preposição "por" com referências temporais

Exemplos:

RUIM: "Eu fiquei com meu filho por meia hora."


MELHOR: "Eu passei meia hora com meu filho."

RUIM: "Morei na Inglaterra por 10 anos."


MELHOR: "Morei 10 anos na Inglaterra."

RUIM: "Fiz natação por toda a minha infância."


MELHOR: "Fiz natação minha infância toda." / "Fiz natação durante toda a infância."

 Com o verbo achar

Usar o modo indicativo apenas quando a intenção for passar uma idéia afirmativa,
de quase certeza.

Exemplos:

"Eu acho que ele é a solução."


"Achei que a sala estava vazia."

Usar o subjuntivo quando a intenção for indicar hipótese, suposição.

Exemplos:

"Achei que a sala estivesse vazia."

 Com os verbos acreditar e crer

Usar o subjuntivo.

Exemplos:

"Eu creio que ele seja a solução."


"Eu acreditava que ele fosse a solução."

IX. ASPAS E HÍFEN

1. Aspas

 Quando usar
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 discos e músicas
 filmes e programas de TV
 games
 jornais, livros e revistas
 obras de arte
 palavras inventadas
 citações (cf. item I desta apostila)

2. Hífen

 Quando usar

 Bom-dia e boa-noite, quando substantivados:

"Que bom-dia mais fraco!"


"Ele se esqueceu de me dar bom-dia."

 palavras com não- + substantivo ou adjetivo, exceto com particípio:

"não-governamental."

 Quando não usar

 Bom dia e boa noite em saudações:


"Bom dia, querida. Dormiu bem?"

 Palavras com não- + particípio:


"não solucionado."
"não identificado."

 gaita de foles.

 respiração boca a boca.

 Exceções

 Para palavras com bem-, seguir o dicionário. Para o que não estiver no
dicionário, usar separado e sem hífen.

 Emprega-se o hífen com o sufixo de origem tupi-guarani -mirim quando o 1.º


elemento termina por vogal acentuada ou quando a pronúncia o exige: anajá-
mirim, Ceará-mirim, escoteiro-mirim.

X. PONTUAÇÃO

3. Vírgula
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 Quando usar

 Após e, mas e que somente se houver um termo intercalado. Exemplos:

"Vamos jogar e, quando vencermos, todos vão saber."


"Mas, para ganhar, Jason precisa se dedicar."
"Ele me disse que, se você não for, está tudo acabado."
"Mas quando isso acontecerá?" (sem vírgula)

 Antes de pois e mas

 Após então apenas quando for interjeição. Neste caso, trata-se apenas de uma
"bengala" lingüística que poderia perfeitamente ser descartada. Exemplos:

"Então, como vai a vida?"


"Então, me diga..."

 Com objeto deslocado seguido de verbo concordando com o sujeito:

"A sala, acredito que já foi alugada."


[(Eu) acredito que a sala já foi alugada.]

"Os inspetores, parece que não chegaram."


[Parece que os inspetores não chegaram.]

 Com elisão do verbo:

"Belo cientista, você."


"Casa grande, a sua."

 Com vocativos:

"Carlos, venha até aqui!"


"Eu não vou aturar essa atitude, mocinha."
"Você precisa entender, Pedro, que nem tudo são flores."

 Quando não usar

 Com adjuntos adverbiais curtos quando deslocados (hoje, aqui, talvez etc.):

"Hoje vou embora contente." (e não: Hoje, vou embora contente.)


"Amanhã falo com eles." (e não: Amanhã, falo com eles.)

 Com termos deslocados seguidos do sujeito:

"Belo vestido ela estava usando."


"Isso a gente discute depois."
"Esse problema nós resolvemos amanhã."

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 Com então, quando este for conclusivo:

"Então quer dizer que sou pretensioso?"


"Então você não vem mais?"
"Saímos correndo, então não deu tempo de fechar as janelas."

 Entre sujeito e predicado:

"Descobrir a cura para a Aids é fundamental."


"O que passou passou."
"Quem não sabe o que é ser feliz jamais me vai me entender."

 Vírgula com nomes próprios

"A sous-chef do Carlota, Carolina Brandão, treina a equipe da casa."


"Sous-chef do Carlota, Carolina Brandão treina a equipe da casa."
"Carolina Brandão, sous-chef do Carlota, treina a equipe da casa."

ERRADO:
"O especialista inglês em cirurgia de catarata, Bruno Allan, de Londres, fará
amanhã palestra sobre novas técnicas cirúrgicas e tecnologias, no auditório da
Clínica São Vicente, na Gávea."
CERTO:
"O especialista inglês em cirurgia de catarata Bruno Allan, de Londres, fará
amanhã palestra sobre novas técnicas cirúrgicas e tecnologias no auditório da
Clínica São Vicente, na Gávea."

No caso acima, Bruno Allan não é o único especialista inglês em cirurgia de catarata
(não é cargo exclusivo). Portanto, não há vírgula antes do nome. No caso de cargo
exclusivo, a vírgula existe, porque o nome é um aposto explicativo.

Exemplo:
"O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, chegará amanhã a Paris."
(cargo exclusivo)

"O professor de Letras da PUC e tradutor Paulo Henriques Britto é um poeta


consagrado." (não é cargo exclusivo)

4. Ponto de interrogação

 Quando usar

 No fim de perguntas diretas:

"Quem é você?"
"Quantos compareceram à reunião?"

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 Seguindo a determinação da Globosat, com o verbo adivinhar na forma


imperativa. Exemplo:

"Adivinhe quem vem para o almoço?"

 Quando não usar

 Em frases interrogativas indiretas:

"Quero saber quem você é."


"Gostaria de saber quantos compareceram à reunião."

 Com chamamentos:

"Frank." (só se usa "?" quando o chamamento for enfaticamente interrogativo)


"Alô. Eu gostaria de falar com o gerente."

5. Ponto de exclamação ou reticências

 Quando usar

 Em frases com tão/tanto/tanta:

"Eles são tão lindos!"


"Você leva uma vida e tanta..."

 Em frases começadas por que:

"Que belo dia!"


"Que cheiro horrível..."

XI. ERROS RECORRENTES

1. Regência verbal

 Assistir

O verbo assistir, no sentido de ver, e não de ajudar ou auxiliar, é transitivo indireto


(TI), logo:

assiste-se AO programa, À TV (ou "ver TV"), AO show, À partida, AO jogo de


futebol etc.

 Faltar

O verbo faltar, no sentido de não comparecer, também é TI, logo:

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faltar À aula, AO compromisso, AO ensaio, À reunião etc.

 Atender

O verbo atender, no sentido de acolher, receber, recepcionar, é transitivo direto (TD),


logo:

"O governo atenderá os prefeitos."


"As meninas estão atendendo os visitantes."
"A secretária não atendeu o telefone."
"Ela foi atender a campainha."

No sentido de responder a pedidos, solicitações, intimações (para coisas), é TI, logo:

"O diretor não atendeu aos pedidos dos pais de alunos."


"Eles atenderam aos nossos conselhos."
"O chefe atendeu às solicitações dos clientes."

 Agradar

O verbo agradar, no sentido de fazer agrado, fazer carinho, acariciar, contentar, é TD,
logo:

"O pai agradava os filhos."


"A loja agradava os fregueses com muitas promoções."

No sentido de satisfazer, é TI, logo:

"O espetáculo não agradou ao público."


"O desempenho do time está agradando aos torcedores."

 Casar

Verbo de regência múltipla. Exemplos:

"Casei em pleno verão."


"Pedro casou com Joana."
"Vou me casar com Manoela em agosto."

 Lembrar e esquecer

Verbo TD quando não é seguido de preposição (DE), logo:

"Lembrei o nome dela."


"Esqueci o nome dela."

"Não me lembro do seu nome."


"Eu me esqueci do seu nome."

"Eles lembravam a figura do João com saudade."


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"Eles se lembravam da figura do João com saudade."

 Gostar e precisar

Atenção ao verbo seguido de pronome relativo (que/qual):

"Sorvete é a sobremesa de que mais gosto."


"As festas dos Rockefeller são as de que mais gosto."
"Tudo de que preciso é amor."
"Tudo que preciso é de sossego."

ATENÇÃO: Outros verbos cuja regência gera confusões são agradecer, avisar e
responder. Para tirar qualquer dúvida, consulte O português do dia-a-dia, páginas 211 a
224, ou o dicionário, certificando-se de que está procurando na acepção correta.

2. Voz passiva sintética

O verbo apassivado pelo pronome se deve concordar com o sujeito que, no caso, está
sempre expresso, logo:

"Alugam-se apartamentos." (= apartamentos são alugados)


"Os planos desenvolvem-se satisfatoriamente." (= são desenvolvidos)
"Pedro aprendeu que se conquistam vitórias com esforço." (= vitórias são
conquistadas)
"Não se aceitam cheques." (= cheques não são aceitos)

ATENÇÃO: Quando os verbos poder e dever aparecerem na voz passiva sintética


como auxiliares de um infinitivo, o verbo (principal) concordará com o sujeito
oracional, portanto ele nunca será flexionado:

"Não se pode cortar essas árvores."


(o que não pode ser feito = cortar essas árvores)
"Muitos acham que não se deve matar animais."
(o que não deve ser feito = matar animais)

Se o verbo for TI, ficará na 3ª pessoa do singular, pois o se, nesse caso, não será
pronome apassivador, e sim partícula indeterminante do sujeito. Exemplos:

"Precisa-se de operários." (operários são precisados de)


"Assiste-se a filmes bons naquele cinema." (bons filmes são assistidos a)
"Obedeça-se às leis." (as leis são obedecidas a)

3. Tempos Compostos

Nos tempos compostos formados de um verbo auxiliar (ter ou haver) mais um verbo
principal no particípio, o pronome átono se liga ao verbo auxiliar, nunca ao particípio.

Exemplos:

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"Tinha-me envolvido sem querer com aquela garota."


"Nós nos havíamos assustado com o trovão."
"O advogado não lhe tinha dito a verdade."
"O criminoso não a havia lavado."

ATENÇÃO: Para mais informações sobre o uso de pronome oblíquo átono, consulte o
Manual de Padrões da Globosat.

4. Casos específicos

 Ao invés de/em vez de

Ao invés de significa ao contrário de. Só pode ser usado se houver troca por coisa
oposta.

"Ele entrou à direita ao invés de entrar à esquerda."


"Subiu ao invés de descer."

Em caso de dúvida, use em vez de, que significa no lugar de.

"Ele foi à praia em vez de ir à escola."


"Apertou o botão azul em vez do vermelho."

 Nada de mais

Demais significa em excesso, além da conta. Na expressão nada de mais, o "de mais"
significa nada de importante, nada grave.

 Milhar

É sempre masculino.

"Dos milhares de pessoas que foram, apenas a metade sobreviveu."

 Milhão

Atenção à concordância.

"US$ 1,7 milhão foi desviado pelos petistas."

 À medida que/na medida em que

À medida que equivale a à proporção que:

"As dúvidas iam surgindo à medida que o palestrante apresentava suas idéias."
"À medida que o tempo esfriava, suas condições de saúde iam piorando."

Na medida em que pode ser substituída por uma vez que, porque, por causa de, devido
a:

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"Eles foram demitidos na medida em que não se dedicavam ao trabalho."


"O governo não conseguiu resolver o problema na medida em que não enfrentou
suas verdadeiras causas."

ATENÇÃO: São inaceitáveis as formas à medida em que e na medida que.

 Por que/porque/por quê/o porquê

Porque é conjunção casual ou explicativa:

"Ele não foi porque estava doente."


"Joana deve estar em casa porque a luz está acesa."

Porquê é a forma substantivada (antecedida dos artigos o ou um):

"Quero saber o porquê da sua decisão."


"A professora quer um porquê para tudo isso."

Por que é usado em frases interrogativas diretas ou indiretas:

"Por que você não foi?" (= pergunta direta)


"Gostaria de saber por que você não foi." (= pergunta indireta)

Quando for substituível por por qual, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais:

"Só eu sei as esquinas por que passei." (= pelas quais)


"Desconheço as razões por que ela não veio." (= pelas quais)

E quando houver a palavra motivo antes, depois ou subentendida:

"Não sei os motivos por que a viagem foi adiada."


"Não sei por que motivo ele não veio."
"Não sei por que ele não veio."

Por quê só é usado em fim de frase (precedido de ponto ou vírgula):

"Ele não viajou por quê?"


"Se ele mentiu, eu queria saber por quê."
"Eu não sei por quê, mas a verdade é que eles se separaram."

 Nem

Não se usa e nem quando nem equivaler a e não. Usa-se e não ou nem:

"O rapaz não trabalha nem estuda."


"O rapaz não trabalha e não estuda."

 Todo/toda/todo o/toda a

Todo/toda significa qualquer:


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"Ele é capaz de fazer todo trabalho." (= qualquer trabalho)


"Isso acontece todo dia." (= qualquer dia, todos os dias)
"Todo mundo sabia que era verdade." (= qualquer um, todos)
"Toda cidade tem um cartão-postal." (= qualquer cidade, todas as cidades)

Todo o/toda a significa inteiro/inteira:

"Ele fez todo o trabalho." (= o trabalho inteiro)


"Trabalhou todo o dia." (= o dia inteiro)
"Todo o mundo sabe da existência de Bin Laden." (= o mundo inteiro)
"Toda a cidade estava inundada." (= a cidade inteira)

 Onde/aonde

Onde é usado unicamente quando se tratar de um lugar:

"Muita gente visita a cidade onde o cantor nasceu."


"O presidente irá à Coréia, onde se encontrará com empresários e políticos
locais."

Aonde só é usado com verbos que indicam movimento, como ir, chegar, levar, dirigir-
se
"O presidente dormirá em Jacarta, aonde chegará amanhã à noite."
"Lucas sabe os lugares aonde pode ir."

ATENÇÃO: É inaceitável o uso de onde com idéia de tempo, causa ou conclusão.

ERRADO: "O país atravessa um período onde..."


CERTO: "O país atravessa um período em que..."

ERRADO: "A modernização da cadeia industrial elimina muitos empregos, onde o


desemprego tende a aumentar."
CERTO: "A modernização da cadeia industrial elimina muitos empregos, por isso o
desemprego tende a aumentar."

 Este / Esse

Este:
-designa pessoa ou coisa próxima de quem fala
-refere-se ao lugar em que alguém está
-indica um período de tempo presente (este ano – o ano em que estamos)
-também é usado quando a pessoa ou a coisa aparece na tela
-com ":" – quando vai explicar o que vem depois dos dois pontos, usamos este (este é o
problema: a falta de energia)

Esse:
-indica pessoa ou coisa um pouco afastada de quem fala ou próxima de um interlocutor
-usa-se como referência a algo descrito antes (O manual da Gemini tem 32 páginas.
"Nesse manual...")
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-designa alguma coisa que já passou (o ano de 1999 foi ótimo. Nesse ano nós...)
-com ":" – quando explica o que estava antes dos dois pontos, usamos esse (a falta de
energia: esse é o problema)

XII. CASOS DE INFINITIVO:

Locução Verbal Infinitivo não flexionado (flexionar é ERRO)

As meninas vão todas tomar banho. (vão tomar)


Podendo todos os filhos ficar com os pais, tanto melhor. (podendo ficar)
O original será arquivado, devendo todas as cópias ser destruídas. (devendo ser)

Infinitivo pessoal com sujeito diferente Flexionado (não flexionar é ERRO)

Ele fez o possível para os sindicalistas aceitarem a proposta. (sujeitos: ele / os


sindicalistas)

Infinitivo precedido de preposição, com sujeito igual pref. não flexionado

Os empresários foram a Brasília para tratar do assunto. (suj: empresários)

As secretárias remeteram as cartas sem anexar os gráficos. (suj: secretárias)

Os rapazes precisaram aprender a passar areia na parafina para não escorregar. (suj: os
rapazes)

Fizeram tudo para nos prejudicar. (suj indeterminado)

Infinitivo com verbos causativos (que não formam locução verbal: mandar, deixar,
fazer, ouvir, ver, sentir):

Com sujeito pronome oblíquo pref. não flexionado

Deixei-os entrar na vila.

Com sujeito plural posposto pref. não flexionado

Deixai vir a mim as criancinhas.


Só não fiz estudar os melhores alunos.

Com sujeito plural anteposto pref. flexionado

Ele fez os cozinheiros prepararem comidas típicas.


Não deixei os policiais entrarem.
Mandei os alunos estudarem.
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Não deixe aqueles bárbaros a intimidarem.

Infinitivo regido por preposição, funcionando como complemento de substantivo /


adjetivo / verbo pref. flexionado por questão de clareza

Presidente libera ministros para subirem em palanque.

O diretor convenceu os empregados a aceitarem a proposta.

Infinitivo na primeira oração pref. flexionado (para dar mais clareza)

Ao chegarmos, encontraremos as portas fechadas.

Para tratarem do assunto, os empresários foram a Brasília.

Verbos de ligação + predicativo plural pref. flexionado

Aqui estão os convites a serem concedidos.


Eles correram muito para serem os primeiros.
Os trabalhos são dignos de serem publicados.

Verbos recíprocos ou reflexivos pref. flexionado

Autor e réu tinham vontade de se agredirem.

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