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Nome: Júlia Brigoni Maciel

Matrícula: 00277034
Bibliografia: ​CARDOSO, Fernando Enrique; FALETTO, Enzo. Dependência e
Desenvolvimento na América Latina. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1984. p. 25-52; 148-177.

Cardoso e Faletto analisam o processo de transição do que denominam "sociedades


tradicionais" para "sociedades modernas", ou seja, analisam os aspectos estruturais, sociais e
econômicos que caracterizam países em desenvolvimento, etapa considerada híbrida entre as
denominações supracitadas. Os autores focam sua análise principalmente na atuação de forças
sociais e no equilíbrio de grupos dentro da sociedade, centrando-a no âmbito nacional, mas
relacionando-a com o externo. O enfoque teórico adotado considera o desenvolvimento como
resultado da dinâmica de interação de classes sociais cujas características moldam o sistema
socioeconômico. Ainda, consideram as estruturas de dominação das sociedades em
desenvolvimento, visto que transformações no processo de desenvolvimento latino-americano
envolvem historicamente mudanças na estrutura social.
Logo, um grupo social, através de mecanismos de dominação (o jogo político), utilizaria
de interações com os outros grupos em prol do seus interesses, desenvolvendo um sistema
econômico que corresponderia a esses. Dessa forma, fatores político-sociais internos,
relacionados às economias desenvolvidas, é que possibilitam o aproveitamento de novas
oportunidades de crescimento econômico. Considerando isso, entendemos a interação das
economias periféricas com as várias fases do capitalismo se dá a partir de uma estrutura social e
econômica, que mesmo modificada, advém do arranjo de dominação anterior. A dependência da
periferia em relação ao centro vai mudando conforme adquire as particularidades de cada sistema
de alianças vigente; assim, a interação entre os grupos sociais e políticos não é estática.
Um ponto interessante trazido no texto é nem sempre desenvolvimento e modernização
andam juntos. A América Latina é um exemplo: sua urbanização foi precoce, de forma que
precedeu a industrialização e facilitou a participação das massas no jogo político. Uma
circunstância que contribuiu para tal precocidade é o chamado "efeito demonstração", no qual a
economia se modernizaria através do consumo, pulando, assim, fases do processo de
industrialização convencional. Tal fenômeno também se daria no campo político e social; a
participação das massas antes mesmo do país se desenvolver completamente seria um exemplo
disso. Salientam que o "efeito demonstração" seria um elemento explicativo subordinado, não a
causa direta.

Pergunta(s): Como a dinâmica dos grupos sociais dentro dos países em desenvolvimento molda
seu processo de desenvolvimento? Como os processos sociais podem explicar os processos
econômicos? Existem exemplos empiricos na América Latina?
Qual é a situação de ambiguidade que os autores classificam como "núcleo da problemática
sociológica do processo nacional de desenvolvimento da América Latina"?

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