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DIREITO COMERCIAL
ESMERALDO
REGRAS GERAIS
FORMA
SOLIDARIEDADE PASSIVA
PRESCRIÇÃO
ONEROSIDADE
FORMA
Previsão legal
Art.º 96.º do Código Comercial, que observa a liberdade de utilização de qualquer idioma
nos actos de comércio, atribuindo validade aos títulos comerciais emitidos em língua
estrangeira. Existem, contudo, algumas excepções relativas a contratos com o consumidor;
Art.º 97.º do Código Comercial, conferindo força probatória aos telegramas, embora não
sendo assinados ou escritos pela pessoa em nome da qual são expedidos;
Art.º 396.º do Código Comercial, onde, para o mútuo mercantil, não está prevista a sujeição
a qualquer documento escrito, inclusive para efeito de prova, diferentemente do previsto no
art.º 1143.º do Código Civil;
Art.º 398.º do Código Comercial, referindo a entrega simbólica do penhor mercantil,
bastando, para o efeito, a tradição da guia de transporte, daí divergindo do art.º 669.º do
Código Civil, onde, por exemplo, o penhor só goza de eficácia pela entrega da coisa
empenhada.
SOLIDARIEDADE PASSIVA
A solidariedade é o regime geral no âmbito das obrigações civis, não se presume, tem que
ser fruto da lei ou da vontade das partes (art.º 513.º do Código Civil), sendo a regra a
conjunção;
Previsão legal
Art.º 100.º do Código Comercial, onde se verifica a solidariedade dos co-obrigados, excepto
nos actos de comércio unilaterais, em que não há solidariedade para os obrigados
relativamente aos quais o acto não for comercial;
PRESCRIÇÃO
Tem como regra o disposto na alínea b) do art.º 317.º do Código Civil, prevendo o prazo de
dois anos para a prescrição dos créditos dos comerciantes pelas suas vendas a não
comerciantes (ou, sendo comerciantes, que adquiram os bens para uso privado).
ONEROSIDADE
Nos actos de comércio vigora, com frequência, o Princípio da Onerosidade, pois estes actos
presumem-se onerosos pelo facto de a actividade comercial visar o lucro para quem a
desenvolve e, em regra, à prestação de cada parte se fazer corresponder uma retribuição
pela contraparte.
Previsão legal
Art.º 102.º do Código Comercial, onde se estabelece o decurso e contagem de juros sobre
os actos comerciais, sobretudo os de carácter pecuniário, fixando no § 1.º a exigência
escrita para a fixação das taxas de juro nos actos de comércio.
Quantos aos juros convencionais, pode ver-se no § 1.º do art.º 102.º do Código Comercial, a
exigência de forma escrita para a fixação das taxas de juros nos actos de comércio, forma
essa que deve, igualmente, ser adaptada na alteração dessas mesmas taxas, quer para os
juros moratórios quer para os compensatórios.
Nos termos do § 2.º do art.º 102.º do Código Comercial, existem limitações às convenções
de juros nos negócios comerciais, previstas nos art.os 559.º-A e 1146.º do do Código Civil -
repressão da usura.
Sobre os juros legais, além do regime geral já enunciado, vigora um regime especial para
as obrigações comerciais, decorrente dos § § 3.º e 4.º do art.º 102.º do Código Comercial,
com a redacção dada pelo art.º 6.º do Decreto-Lei n.º 32/2003, de 17 de Fevereiro,
remetendo a fixação dos juros para portaria conjunta dos Ministros das Finanças e da
Justiça, determinando que o limite mínimo da taxa de juro não poderá ser “inferior à taxa de
juro aplicada pelo BCE à sua mais recente operação de refinanciamento, atendendo ao
semeste do ano civil e acrescida de 7 pontos percentuais.
CONCLUSÃO
Há duas vertentes nas regras dos actos de comércio que têm que encontrar um equilíbrio
constante: por um lado, a observância da forma legal para que haja segurança jurídica e,
por outro, a promoção da celeridade.
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