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ÍNDICE

Introdução ..................................................................................................................................................... 2
Marcha do Processo Comum de declaração.................................................................................................. 3
Articulados .................................................................................................................................................... 3
Petição Inicial................................................................................................................................................ 4
Propositura da Acção ................................................................................................................................ 6
Despacho liminar ...................................................................................................................................... 7
Indeferimento liminar ............................................................................................................................... 8
Efeitos do indeferimento liminar quanto a caducidade da ação ................................................................ 9
Atitudes do autor perante o indeferimento liminar ................................................................................... 9
Convite do aperfeiçoamento ..................................................................................................................... 9
Atitude do autor perante o convite ao aperfeiçoamento.......................................................................... 10
Citação ........................................................................................................................................................ 10
Atitudes do réu perante a citação ............................................................................................................ 10
Efeitos da citação .................................................................................................................................... 11
Contestação ................................................................................................................................................. 11
Modalidades da contestação ................................................................................................................... 11
Revelia do réu ......................................................................................................................................... 12
Articulados supervenientes ......................................................................................................................... 13
Conclusão.................................................................................................................................................... 14
Bibliografia ................................................................................................................................................. 15
Introdução
O presente trabalho da cadeira de Direito Processual, tem como tema marcha do processo, dentro
do qual daremos a conhecer sobre o conceito, e as suas fases, mas concretamente iremos nos
basear nos articulados, e a sua subdivisão, na qual encontraremos a petição inicial e a
contestação, após ser submetida esta petição inicial, seguem-se as formalidades que recaem sobre
as partes principais e também o tribunal. E estes aspectos, seguir-se-ão no desenvolvimento do
trabalho.

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Marcha do Processo Comum de declaração
O CPC estabelece e define as diversas fases ou etapas por que passa uma acção em tribunal,
traçando a sequência lógica e ordenada de todos os actos que, normalmente, são praticados no
processo, pelas partes, pelo juiz da causa ou por qualquer interveniente processual.

Na marcha do processo podem distinguir-se diversas fases que, apesar de interligação,


desempenham diversas funções, realizando-se em cada uma delas um conjunto de actividades
que podem ser facilmente destacadas. as fases do processo são um complexo de actos que se
sucedem dentro do processo, cada uma subordinada a uma ideia dominante e cumprindo
determinada função. Há cinco fases do processo, que podem ser facilmente sintetizadas.

A primeira é a fase dos articulados, onde cada uma das partes apresenta os seus argumentos, quer
de facto, quer de direito, terminando por solicitar a tutela jurisdicional, pedindo que a acção seja
julgada procedente, por parte do autor, e julgada improcedente, por parte do réu.

Articulados
Conceito e importância

Segundo o n.o 1 do art. 151.o, os articulados são as peças escritas em que as partes introduzem a
lide, expondo os fundamentos da acção e da defesa e formulando os pedidos correspondentes.

No processo comum, normalmente existem dois articulados: a petição inicial, onde o autor
formula a sua pretensão indicando os seus fundamentos e contestação, onde o réu se defende,
directa ou indirectamente.

Mas há ainda a possibilidade de se apresentarem mais dois articulados eventuais. O autor pode
apresentar a resposta à contestação (art. 502.o n.os 1 a 3) se acção for de simples apreciação
negativa, se o reu tiver deduzido um pedido contra o autor (reconvenção), se o réu tiver arguido
excepções, mas apenas para o autor responder aos factos constitutivos que o reu tenha alegado e
para alegar factos impeditivos ou extintivos do direito invocado pelo reu, ao pedido
reconvencional e as excepções deduzidas pelo réu.

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Para além destes casos, a resposta à contestação pode, ainda, ser apresentada quando o autor
pretenda alterar o pedido ou a causa de pedir (art. 502.o n.o 2). Se o autor tiver apresentado a
resposta à contestação, pode o reu, num articulado inominado, apresentar respostas as questões aí
constantes, designadamente para responder às excepções deduzidas ao pedido reconvencional e
para impugnar os factos relativos ao pedido e a causa de pedir quando tenham sido alterados.

Petição Inicial
A petição inicial é o articulado com que o autor propõe a acção, formulando um pedido de tutela
jurisdicional, expondo as razões de facto e de direito em que a fundamenta.

A importância da petição inicial como instrumento de proposição da acção resulta do princípio


básico da iniciativa das partes que é, no fundo, corolário do princípio do dispositivo (arts. 3.o, n.o
1, 1.a parte e 264.o, n.1).

Esta peça consiste no requerimento em que o autor, dirigindo-se ao tribunal competente, indica a
forma do processo que pretende instaurar, identifica as partes, expõe os factos e as razões de
direito que servem de fundamento à acção (causa de pedir), formula o pedido, indica o valor da
causa (art.305.o), e, como se revele necessário, junto aos documentos que sustentam os factos
articulados, apresenta o rol de testemunhas, podendo, igualmente requerer outras provas.

A petição inicial é o acto processual pelo qual o titular do direito violado ou ameaçado:

 Nas acções de condenação, requer ao tribunal o meio de tutela jurisdicional destinado á


reparação da violação ou prevenção/ paralisação da ameaça;
 Nas acções de simples apreciação requere a obtenção da declaração da existência ou
inexistência de um direito ou facto;
 Nas acções constitutivas, pretende exercer um direito potestativo.

Não acção sem que haja petição inicial apresentada pelo autor, isto é, não há concessão oficiosa
da tutela jurisdicional. (art. 467, nᵒ 1, 264, nᵒ1 e 3, nᵒ1, 1ᵃ parte)

A petição inicial estrutura-se em quatro partes fundamentais: o enderenço, o cabeçalho ou


introito, a narração e a conclusão.

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O endereço (art. 467, nᵒ 1alinea a), 1ᵃ parte) designa-se onde a acção é proposta. Esta designação
pressupõe a previa determinação do tribunal competente para aprecia o pleito, oque se faz
analisando as regras da competência internacional e da competência interna em razão da matéria,
hierarquia, território e valor.

O cabeçalho ou, também se diz intróito [art. 467, nᵒ 1 alíneas a), 2ᵃ parte e b)], abrange a
identificação das partes e a indicação da forma de processo, se é especial ou comum, sendo nesse
segundo caso se é ordinária ou sumario. A identificação das partes faz-se pela indicação dos
nomes, domicilio (pessoa singular) ou sede (pessoa colectiva) e, sendo possível, a profissão e o
local de trabalho. Em alguns casos, é conveniente indicar o estado civil das partes, para
determinar a capacidade judiciária e a legitimidade bem como a idade, naquelas situações em
que a parte ou as partes sejam solteiras (por causa da determinação da capacidade judiciaria).

A narração [art. 467 nᵒ 1 alínea c)] é a exposição dos factos e das razões de direito que servem de
fundamento a acção. As exposições fáctica, designada causa de pedir, é das indicações mais
importantes, assumindo particular relevância.

Na verdade, se na narração devem constar os factos e as razões de direito, a alegacão fáctica se


reveste de maior importância, tendo em conta o disposto no art. 664, segundo o qual: o juiz não
esta sujeito as alegacões das partes no tocante à indagação, interpretação e aplicação das
regras de direito, mas só pode servir-se dos factos articulados pelas partes.

Deste modo, o autor deve expor de forma clara e concreta os factos que servem de base a sua
pretensão, indicando o modo, o local e o tempo em que os factos arrolados ocorreram.

A conclusão [art. 467, ᵒ1 alínea b)] consiste na formulação do pedido, o qual expressa tutela
jurisdicional pretendida pelo autor. O pedido é um elemento fundamental da acção, na medida
em que é por ele que se estabelecem, desde logo, os limites da sentença, no caso de as acções
serem julgadas procedentes. Na verdade, segundo o artigo 661 nᵒ 1, a sentença não pode
condenar em quantidade superior ou em objecto diverso do que se pedir.

O pedido deduzido na conclusão da petição inicial representa corolário logico dos factos
descritos na narração, devendo ser expressamente formulado na conclusão não bastando que
apareça acidentalmente referido na narração da petição.

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Para das indicações acima referidas há outras que sendo complementares [art. 467,n ᵒ1 alínea e) e
2], tem relevância pratica muito importante. Os aspectos constantes do endereço, introito,
narração e conclusão, são considerados factos essenciais. Para além deles, é necessário ainda a
elevação do valor em causa (art. 305 e ss) e a junção, fazendo menção disso, do rol das
testemunhas e dos documentos destinados a fazer prova dos facto nele alegados, no termos do
disposto no nᵒ 2 do art. 467.

Trata-se de elementos que não sendo essenciais, regra geral a sua ausência não compromete o
êxito da acção, mas não deixam, por isso, considerando as consequências da sua omissão, de
serem necessários ara o bom andamento da causa. Por exemplo, se o autor não indica o valor da
causa, pode ser convidado a fazê-lo, sob pena de indeferimento; se não arrola as testemunhas,
não o pode fazer mais tarde.

Acresce ainda, que caso existam testemunhas, as mesmas devem ser arroladas logo na petição
inicial, pois se isso não ocorrer, não pode o autor, mais tarde indica-las (art. 412.o, 619.o, n.o 2),
pois, depois dos articulados, a lei só admite a sua alteração (art. 512.o, 631.o), desistência (art.
619.o, n.o 1) ou substituição (art. 631.o).

Por último, é necessário a assinatura da petição pelo autor ou pelo seu patrono, o que confere
autenticidade ao documento, sendo que, no caso de assinatura pelo patrono, dever-se-á juntar a
respectiva procuração forense e indicar o número da carteira profissional.

Propositura da Acção
Uma vez elaborada, a petição deve ser apresentada em juízo para se dar início a acção ou
instância, a qual, nos termos do n.o 1, do art. 267.o inicia-se pela proposição da acção,
considerando-se esta proposta, intentada ou pendente logo que seja recebida na secretaria a
respectiva petição inicial.

Este momento é determinante para o efeito de impedir a caducidade do direito de propositura da


acção, pois é oque deve ser considerado para se considerar pendente a causa. Tendo em conta os
casos que a lei impõe um prazo para a propositura da acção, fácil é compreender o alcance
prático do momento e data da propositura da acção.

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Entregue a petição na secretaria, a data dessa entrega relevara para verificar se o direito da
propositura da acção caducou ou não e em alguns casos mesmo para saber qual é a lei aplicável
ao processo.

A petição inicial pode ser recusada pela secretaria (art. 213) quando estiver errado o endereço
(dirigida a outro tribunal ou outra entidade), quando falte de assinatura, pois, esta garante a sua
autenticidade, quando falta identificação das partes ou a indicação do valor da causa (art. 314, nᵒ
3).

Recebida a petição inicial pela secretaria, devera, nesse mesmo dia, ser registada num livro
próprio, registo que fixa a data de entrada da accao, iniciando-se, por seguinte, o processo.
Procede-se, depois a distribuição indicação da sessão em que o processo há-de correr (art. 209).

Depois da distribuição é o processo remetido a respectiva sessão para que a autue, indique e
registe o seu número e coloque na capa todas indicações necessária à identificação do processo
como a espécie e forma de processo, o nome das partes e seus mandatários, o valor da causa, etc.

Autuada a petica inicial com os documentos a ela juntos, compete a sessão onde a acção foi
distribuída emitir, pedido do autor, se não estiver isento as guias destinadas ao pagamento do
preparo inicial. Esse preparo deve ser feito no prazo de 5 dias depois da distribuição ou da
apresentação em juízo nos casos em que nao haja distribuição.

Em face da ausência do pagamento preparo inicial dentro daquele prazo, nos termos do art.134
CCJ, o autor é notificado ou avisado para, em 5 dias pagar com multa, um imposto igual ao
preparo e depositar o preparo que deixou de fazer se quiser que prossiga o seu pedido (art. 181
do CCJ). Se o autor não pagar o preparo inicial, o juiz deve ordenar extinção da instância (art.
134, § 1 do CCJ).

Despacho liminar
Pago preparo inicial, vai o processo concluso ao juiz designado para proferir o despacho liminar,
que pode, em função duque resultar da petição inicial e dentro dos limites do que o juiz pode
conhecer, consistir no indeferimento liminar, no convite ao aperfeiçoamento ou na citação.

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Indeferimento liminar
Nos casos indicados no art. 474, deve o juiz, indeferir liminarmente a petição inicial. O
indeferimento liminar é um vicio de tal forma grave que a acção não tem o mínimo de
viabilidade, nem tem condições para prosseguir e, ainda que prossegue-se certamente viria a
terminar mais tarde por esses mesmo motivos. O princípio da economia processual impõe e
justifica o indeferimento liminar, devendo o respectivo despacho ser devidamente fundamentado
(art. 158.o). Os motivos que dão lugar ao indeferimento são vários. O primeiro grupo é
constituído pela causa de ineptidão da petica inicial [arts. 474, nᵒ 1 alínea a) e 193], as quais
implicam a nulidade de todo o processo.

Não basta uma menção da situação factual que fundamente a acção; é necessário o relato
concreto e especifico dos factos cuja verificação faz nascer o direito invocado pelo autor. O
pedido é determinante, pois o tribunal só conhece daquilo que lhe pede e na medida do que pede
(art 661), pelo que não havendo pedido, ou sendo incompreensível o juiz não tem condições de
saber oque pretende o autor com a propositura da acção.

A petição inicial deve ser liminarmente indeferida quando a acção for proposta fora do tempo,
incluindo-se nessa situação, tanto a prematuridade, como a extemporaneidade, desde que quanto
a esta ultima seja de conhecimento oficioso, oque acontece quando a acção verse sobre matéria
excluída da disponibilidade das partes (art. 333 do CC).

A petição inicial deve, igualmente ser liminarmente indeferida quando, por outro motivo, seja
manifesta a improcedência ou inviabilidade da acção. Este indeferimento liminar corresponde a
um julgamento antecipado do mérito da causa, por o juiz ter concluído que não assiste razão do
autor em face do direito material.

Também é motivo do indeferimento liminar o erro na forma de processo (art. 474, nᵒ 3) por esta
não corresponder o valor ou natureza da acção, desde que não seja possível aproveitar a petição
inicial para seguir o termos adequados.

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Efeitos do indeferimento liminar quanto a caducidade da ação
O despacho do indeferimento liminar terá como consequência normal fazer terminar a instância
que iniciou com a propositura da acção que é o momento que releva para impedir a caducidade
da acção.

O art. 476.o estabelece que, não pondo em causa o despacho do indeferimento, permite ao autor
beneficiar da data da apresentação da primeira petição inicial da distribuição já efectuada e do
pagamento do respectivo preparo inicial.

Basta que o autor no prazo de 5 dias a contar da data de notificação do despacho do


indeferimento apresente uma nova petição onde obviamente, corrija, os vícios que enfermava a
primeira (art. 476.o, n.o 1, 2 e 4).

Atitudes do autor perante o indeferimento liminar


Indeferida a petição inicial, pode o autor tomar várias atitudes, qualquer com reflexo na acção,
quer se conforme ou não com o despacho do indeferimento. Perante o despacho do
indeferimento o autor pode não fazer nada conformando-se com o mesmo. No entanto a posição
normal não tem sido essa. A lei permite que o autor possa apresentar uma nova petição dentro do
prazo de 5 dias (art. 476.o) ou ainda apresentar uma nova acção fora daquele prazo, não se
aproveitando neste caso do disposto no n.o 2, do art. 476.o.

Convite do aperfeiçoamento
Não havendo razes para indeferir liminarmente a petição inicial, pode acontecer que esta não
esteja em condições de ser recebida porque lhe faltam certos requisitos legais que podem
comprometer o êxito da acção (art. 477.o, n.o 1). Neste caso o juiz não ira indeferir a petição, mas
convidar o autor a corrigir os vícios de que padece a petição.

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São vícios que podem dar lugar ao convite, a falta de indicação do valor da causa (art. 314. o, n.o
3), a falta da indicação da forma do processo, a falta da assinatura da petição, uma incompleta
identificação das partes, a falta de identificação dos documentos (certidão de casamento nas
acções de divórcio litigioso ou separação), a falta de indicação de dados que impeçam o controlo
da data do nascimento ou o prazo a que esteja sujeita a caducidade do direito invocado pelo
autor.

Atitude do autor perante o convite ao aperfeiçoamento


Convidado a aperfeiçoar a petição, pode o autor interpor o recurso de agravo (arts. 685.o, n.o 1,
687.o, n.o 1 e 742.o, n.o 1) apresentar uma nova petição no prazo indicado pelo juiz, corrigindo os
vícios de que a mesma enferma (art. 477.o) ou nada a fazer, sujeitando-se, a que a acção seja
indeferida ou seja julgada improcedente, em face dos vícios de que a mesma enferma.

Citação
O despacho de citação, pode afirmar-se em um despacho residual ou subsidiário que surge em
termos de inevitabilidade processual, já que terá lugar sempre que não caiba o despacho de
indeferimento liminar quer o convite ao aperfeiçoamento. Tudo resulta, do estabelecido no art.
478.o.

Atitudes do réu perante a citação


Citado para os termos da acção, pode o réu interpor recurso de agravo do despacho de citação no
prazo de 8 dias (art. 479.o e 685.o), contestar (486.o) ou não contestar, ocorrendo a chamada
revelia do réu (484.o).

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Efeitos da citação
Feita a citação, ela produz efeitos que importa tomar em consideração, fala-se de efeitos
substantivos e efeitos processuais.

São efeitos substantivos, a interrupção da prescrição (art. 323.o, n.o2 do CC), a cessação da boa fe
do possuidor [arts. 1260.o, n.o 2 do CC e 481.o, al. a) do CPC] e a constituição do devedor em
mora (art. 805.o CC), naqueles casos em que se trata de obrigações sem prazo (obrigações puras).

Por outro lado, a citação produz importantes efeitos processuais, designadamente, torna estáveis,
mas não imutáveis, os elementos essências da causa (art. 268.o), proíbe o réu de propor contra o
autor uma acção destinada à apreciação da mesma questão jurídica, situação que, sendo violada
pode causar litispendência [arts. 481.o, al. c), 497.o, 498.o e 499.o].

Contestação
É possível sustentar que o processo civil assenta nas 3 primeiras disposições do CPC, sendo que
dentre elas avulta o disposto no art. 3.o, n.o 1, nos termos do qual o tribunal não pode resolver o
conflito de interesses que a acção pressupõe sem que a resolução lhe seja pedida por uma das
partes e a outra seja devidamente chamada para deduzir oposição. Esse chamamento, como se
referiu faz-se através da citação.

É através da citação que se garante o contraditório, e permite-se ao réu a apresentação da sua


defesa, em regra feita através da contestação.

Modalidades da contestação
Dentro da contestação, pode se distinguir a defesa propriamente dita (contestação-defesa), a
contestação-reconvenção, a contestação por junção de documentos e a contestação por negação.

 Contestação-defesa: o réu limita-se a contrariar a pretensão deduzida pelo autor directa


ou indirectamente, opõe-se ao pedido formulado pelo autor;

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 Contestação-reconvenção: o réu defende-se dos factos articulados pelo autor, mas nada
impede que se aproveite da acção e deduza pedido autónoma contra o autor;
 Contestação por junção de documentos: o réu pode limitar-se a juntar documentos ao
processo. Consiste na entrega ou junção de documentos, desacompanhada por qualquer
alegação fáctica sobre os próprios factos a que os documentos se referem;
 Contestação por negação: essa contestação não é admissível (art. 490.o, n.o 3), até
porquê se o réu não toma posição definida perante todos os factos articulados na petição,
considera-se admitido por acordo (art. 490.o, n.o 1).

Revelia do réu
Citado para os termos da causa, o reu pode manter-se em silêncio, não dizer nada. Contesta
ou pronuncia-se se quiser, surge ai a chamada revelia.

Há dois tipos de revelia, considerando o comportamento do réu perante a citação: revelia


absoluta e a revelia relativa. Havendo revelia, terminam os articulados, devendo a secretaria
abrir conclusões e remeter o processo ao juiz, para os termos subsequentes.

 Revelia absoluta: a mais grave, além de não contestar, o réu não toma qualquer
posição, não deduz qualquer oposição, não constitui mandatário no processo, nem
intervém de qualquer outra forma no processo.
 Revelia relativa: a uma intervenção do réu no processo, apesar da falta de
contestação. Com efeito, citado para os termos da acção, o réu ou constitui
mandatário no processo, ou intervém de qualquer outra forma no processo,
escolhendo domicilio para receber as notificações, arguindo a incompetência relativa
do tribunal ou a suspeição, ou arguindo uma irregularidade ou nulidade.

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Articulados supervenientes
Os articulados enumerados devem ser apresentados nos termos e dentro dos prazos constantes da
lei. Pode acontecer, porem, que uma das partes tome conhecimento de um facto relevante depois
de decorridos os prazos para apresentar o seu articulado ou mesmo que um facto ocorra depois
da apresentação dos mesmos.

Nestes casos, a lei admite, excepcionalmente, a possibilidade de apresentar, mais tarde, os


chamados articulados supervenientes. Como resulta do art. 506.o.

Tais articulados são supervenientes porque servem para apresentar tanto os factos ocorridos
posteriormente ao termo dos prazos marcados para a apresentação dos articulados normais e
eventuais, como os factos anteriores de que a parte só tenha conhecimento depois de findarem
esses prazos, devendo neste caso reproduzir-se prova da superveniência.

Em todo caso, há limites para apresentação destes articulados: só podem ser oferecidos nos 10
dias posteriores à data em que os factos ocorreram ou em que a parte teve conhecimento deles,
sendo que tais factos devem ser relevantes para a boa decisão da causa.

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Conclusão
Ao concluirmos o presente trabalho, podemos constatar que, os articulados são as peças escritas
em que as partes introduzem a questão judicial, expondo os fundamentos da acção e da defesa e
formulando os pedidos correspondentes e onde cada uma das partes apresenta os seus
argumentos, quer de facto, quer de direito, terminando por solicitar a tutela jurisdicional, pedindo
que a acção seja julgada procedente, por parte do autor, e julgada improcedente, por parte do réu.
E os articulados subdividem-se em dois: a petição inicial e a contestação, onde a petição inicial é
o articulado com que o autor propõe a acção, formulando um pedido de tutela jurisdicional,
expondo as razões de facto e de direito em que a fundamenta, e a contestação, onde o réu se
defende, directa ou indirectamente.

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Bibliografia
TIMBANE, Tomás. Lições de Direito Processual Civil I. Escolar Editora, 2010.

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